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A FOTOGRAFIA COMO SUPORTE DIDÁTICO NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS ABREU, MARIANA GARCIA. (1); ADRIÃO, JOÃO MÁRIO DE ARRUDA (2), DEMARTINI, JULIANA (3) 1. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Universidade Federal do Mato Grosso Rua Alfenas, 56, casa 26, São Francisco. Campo Grande/MS. [email protected] 2. Mestrando do Programa Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Universidade Federal do Mato Grosso Avenida Beira Rio, Jardim Europa, Cuiabá/MT [email protected] 3. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro Rua Alfenas, 333. Jardim Mariana. Cuiabá/MT. [email protected] Palavras chaves: ensino de arquitetura, ensino-aprendizagem, linguagem fotográfica RESUMO O presente artigo visa descrever utilização da linguagem fotográfica como um método de inovação na prática pedagógica. Trabalhar as imagens fotográficas em sala de aula é com o intuito de facilitar o processo ensino-aprendizagem na construção e identificação da percepção visual dos alunos. Cabe ao estudo, também, descrever práticas pedagógicas aplicadas no curso de Arquitetura e Urbanismo e relatar como a utilização da fotográfica pode dar suporte no processo ensino-aprendizagem de projetos de arquitetura, de formas distintas. O trabalho fundamenta-se através de revisão bibliográfica e descrição da prática pedagógica a partir das vivencias em sala de aula, caracterizando um estudo teórico - pratico. Assim, o estudo pode torna-se referencia e base para futuras experiências didáticas dos professores no ensino de projetos de arquitetura.

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A FOTOGRAFIA COMO SUPORTE DIDÁTICO NO DESENVOLVIMENTO DE PROJETOS ARQUITETÔNICOS

ABREU, MARIANA GARCIA. (1); ADRIÃO, JOÃO MÁRIO DE ARRUDA (2), DEMARTINI,

JULIANA (3)

1. Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Universidade

Federal do Mato Grosso

Rua Alfenas, 56, casa 26, São Francisco. Campo Grande/MS.

[email protected]

2. Mestrando do Programa Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental, Universidade

Federal do Mato Grosso

Avenida Beira Rio, Jardim Europa, Cuiabá/MT

[email protected]

3. Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Urbanismo, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Rua Alfenas, 333. Jardim Mariana. Cuiabá/MT.

[email protected]

Palavras chaves: ensino de arquitetura, ensino-aprendizagem, linguagem fotográfica

RESUMO

O presente artigo visa descrever utilização da linguagem fotográfica como um método de inovação

na prática pedagógica. Trabalhar as imagens fotográficas em sala de aula é com o intuito de

facilitar o processo ensino-aprendizagem na construção e identificação da percepção visual dos

alunos. Cabe ao estudo, também, descrever práticas pedagógicas aplicadas no curso de

Arquitetura e Urbanismo e relatar como a utilização da fotográfica pode dar suporte no processo

ensino-aprendizagem de projetos de arquitetura, de formas distintas. O trabalho fundamenta-se

através de revisão bibliográfica e descrição da prática pedagógica a partir das vivencias em sala

de aula, caracterizando um estudo teórico - pratico. Assim, o estudo pode torna-se referencia e

base para futuras experiências didáticas dos professores no ensino de projetos de arquitetura.

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1. INTRODUÇÃO

Fotografar é “escrever (grafar) com a luz (foto)”, reproduzindo e, eventualmente,

modificando as condições de nossa percepção visual. (TURAZZI, 2005)

A realidade de um processo Ensino/Aprendizagem dificultado, algumas vezes, é pela limitação de

recursos didáticos. A opção de trabalhar as imagens fotográficas em sala de aula é facilitar o

processo ensino-aprendizagem na construção e identificação da percepção visual dos alunos.

No cotidiano da sala de aula, o processo de comunicação proveniente da utilização das imagens

fotográficas como material de apoio didático, pode viabilizar, segundo Reis (2003) uma prática

educacional mais direcionada à formação de cidadãos críticos, desde que, na linguagem da

Comunicação Visual o conceito de Educar transmude para Ensinar a olhar. No mundo onde atual

vive-se rodeado de imagens e o fundamental é saber interpretá-las, de modo que, ao observar

uma imagem, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos.

Em todas as modalidades de ensino as dificuldades são comuns A necessidade de modificação

na prática pedagógica de muitos professores conservadores, há muito é uma realidade proposta

pela didática, inovações são possíveis e viáveis, desde que o professor e o aluno estejam abertos

ao diálogo, afinal, “educar também é ajudar a desenvolver todas as formas de comunicação”

Moran apud Reis (2003)

A utilização da linguagem fotográfica é um dos métodos de inovação. Há inúmeras possibilidades

de utilização do material fotográfico em sala de aula, entretanto Reis (2003) alerta que se deve

prender a questão sociológica do desenvolvimento da prática pedagógica, mais que às

disposições metodológicas que serão utilizadas, uma vez que o que se pretende não é apenas a

melhoria do material didático a ser trabalhado em sala de aula, mas o avanço significativo dos

alunos em direção a uma educação fundamentada no desenvolvimento da criticidade.

A flexibilidade e a amplitude da possibilidade de trabalhar em sala de aula com imagens

fotográficas, não geram benefícios imediatos apenas para os educandos, mas democratizam, de

fato, a relação professor/aluno, promovendo avanços significativos nas relações de trocas

pertinentes ao processo Ensino/Aprendizagem.

Zamboni apud Caldeira (2007) afirma que os materiais didáticos são expressões de

representações e em cada um deles deve-se adotar um procedimento específco para analisá-los.

Em uma situação de ensino-aprendizagem é essencial o professor saber escolher o momento

ideal para o trabalho com imagens. Para tanto, as orientações didáticas deveriam ser conduzidas

pelo tema abordado no projeto pedagógico, levando em consideração os objetivos e a

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problematização selecionada de acordo com o diagnóstico inicial da turma: faixa etária,

maturidade emocional e intelectual, além do conhecimento prévio que os alunos trazem.

2. OBJETIVO

Descrever práticas pedagógicas aplicadas no curso de Arquitetura e Urbanismo. Relatar como a

utilização da linguagem fotográfica pode dar suporte no processo ensino-aprendizagem de

projetos de arquitetura, de formas distintas.

3. METODOLOGIA

Fundamentação teórica através de revisão bibliográfica e descrição da prática pedagógica a partir

das vivencias em sala de aula, caracterizando um estudo teórico - pratico.

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4.1. A Fotografia

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, Reis (2003) coloca que a fotografia está situada entre as

Artes Visuais, uma subárea do ensino de artes, mas hierarquias e nomenclaturas disciplinares a

parte, o que se percebe, é que não existem contra indicações que inviabilizem a conciliação das

imagens fotográficas, enquanto meio de Comunicação Visual, à arte-educação. A não ser pela

postura pedagógica do professor.

As fotografias são importantes por que nos fornecem informações, e mais do que isso, nos

ensinam um código visual, mudando a nossa maneira de ver, redirecionando o que vale a pena

ser olhado, ou não. Numa sociedade de indivíduos autômatos que trabalham em função da sua

própria existência e subsistem do seu próprio trabalho, “a fotografia tornou-se um dos principais

meios de acesso à experiência, a uma ilusão de participação” Sontag apud Reis (2003)

A fotografia está incluída no rol dos recursos visuais, sendo classificada como código analógico

icônico, por representar com mais realidade objetos pessoas, animais ou cenas. Sua utilização na

prática educacional tem mostrado resultados positivos. Reis (2003)

Assim como os demais elementos histórico-culturais que integram a produção do

conhecimento, a fotografia se constitui hoje como “obra humana” produzida em

diversos contextos sociais e que objetivam variavelmente representar ou retratar

imagens e memórias individuais ao longo do processo de diálogo entre presente e

passado. (CALDEIRA, 2007).

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A observação e a interpretação dos elementos que compõem a aparência e a singularidade de

uma fotografia devem ser combinadas com a identificação e a análise da rede de relações que

originou essa imagem no passado e que ainda a envolve no presente, mesmo que essas relações

não estejam (e geralmente não estão) completamente aparentes. Por essa razão, segundo

Turazzi (2005) aprender a observar e a interpretar uma imagem fotográfica é, também, aprender a

“ler nas entrelinhas”, procurando captar informações, buscando explicações, situando lugares e

acontecimentos, identificando relações sociais e diversidades culturais, reconhecendo mudanças

e permanências no tempo e no espaço. “O efeito pedagógico da imagem fotográfica, desde o seu

nascimento, transformou-a em poderoso instrumento para a veiculação de crenças e valores de

toda ordem”.

4.2. Ensino de projeto de arquitetura

O Ensino de Projeto tem seus primórdios definidos desde a descoberta da perspectiva exata por

Brunelleschi, século XV. Katinsky apud Amaral (2008) afirma que antes de Brunellesch o ensino

se restringia aos ingressos no oficio, até os gregos ensinavam para quem já pertencia ao oficio.

Gama apud Amaral (2008) afirma que a perspectiva exata separou atividades antes feitas de

forma conjunta; assim o Projeto, a Teoria e o Ensino se tornaram atividades independentes umas

das outras.

Figura 1 – Perspectivas de Brunelleschi.

Fonte: AMARAL, 2008.

Figura 2 – Perspectivas de Brunelleschi.

Fonte: AMARAL, 2008.

Katinsky apud Amaral (2008) relata que avanço da sociedade capitalista trouxe par o Ensino do

Projeto Arquitetônico a sua definição atual, reflexo das novas construções das cidades modernas,

que exigiu um esforço por parte do ensino. No século XVII Jean Nicolas Durand, segundo Amaral

(2008), professor da Politécnica de Paris, introduziu a noção de malhas ortogonais: um desenho

para organizar programas arquitetônicos. E neste instante o ensino se distanciou da perspectiva

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exata passando a possibilitar através das malhas ortogonais a padronizar áreas antes nunca

imaginadas. Mesmo que o ensino da Arquitetura nesta época tinha que responder as novas

exigências urbanas os acontecimentos políticos (Comuna de Paris) limitaram o ensino ao modelo

tecnicista.

No capitalismo industrial o Ensino da Arquitetura teve influencia não apenas da Escola Politécnica,

mas também da Escola das Belas Artes. No Brasil, mesmo não sendo um país industrial, mas

com perspectivas de ser, teve como primeiro projeto de industrialização a política do Ensino do

Desenho. “A primeira coisa que a família real fez ao chegar foi fundar a Escola de Belas Artes.

Mais tarde surgiu o Liceu de Artes e Ofícios.” (AMARAL, 2008).

O Ensino do Desenho era diferenciado nas duas escolas. O Liceu formava trabalhadores

populares como pedreiros, carpinteiros, vidraceiros, formando assim um mercado de trabalho

popular cuja orientação estética era eclética e não neoclássica como a das Belas Artes.

A origem do suposto modelo do Ensino do Projeto nos Cursos de Arquitetura do

Brasil tem aproximações com a análise e a síntese de Le-Duc, porem não apenas

com a concepção de síntese cartesiana, mas também a dialética. (Amaral, 2008).

Outro marco no Ensino da Arquitetura foi a ideologias de Groupius, transmitida no ensino da

Bauhaus. Escola que não separa a teoria da prática e nem a prática da ação reflexiva. Assim, as

oficinas (madeira, vidro, carpintaria, etc...), tinham por objetivo subsidiar uma síntese maior: a

oficina de Arquitetura (a maior das artes). Amaral (2008) coloca que a união dos artistas ao mundo

industrial assim, como as técnicas de cooperação da arquitetura com a divisão social do trabalho,

foram os parâmetros pela qual se pautou as oficinas da Bauhaus.

No Brasil a concepção do ensino de Gropius não obteve sucesso nos Cursos de Arquitetura no

Brasil, pois projetos de Ateliês da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São

Paulo, com organização semelhante das oficinas da Bauhaus, não saíram do papel.

O modelo que aqui parece ter vingado foi uma dialética entre a síntese cartesiana

de Viollet-le-Duc e a intuição da caixa preta, algo parecido com o processo de

criação das oficinas da Bauhaus, porém distante da síntese maior exigida pela

oficina central de arquitetura. O modelo se traduziu na fórmula: o projeto é a

síntese entre a analise e a intuição, e o ateliê (local onde o aluno aprende a

projetar) se tornou exclusivo das áreas de projeto, ou seja, excluiu as demais

disciplinas que deveriam estar contribuindo para a síntese do aluno. (Amaral,

2008).

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O modelo do Ensino do Projeto nos Cursos de Arquitetura no Brasil tem sua particularidade e a

astúcia afim de realizar uma dialética entre o consciente (análise) e o inconsciente (caixa preta,

pulo do gato). Porém a síntese maior entre as disciplinas que compõem os Cursos de Arquitetura

no ato de criação do aluno no ateliê parece nunca ter ocorrido. O ateliê se resumiu a mais um

espaço segregado da grade curricular, assim como as demais disciplinas.

O Ensino do Projeto não seria um processo de transferência de informações e conhecimentos,

mas a produção ou construção de conhecimentos. “Nesse sentido o papel do professor de projeto

é o do estimulador que provoca a autoconstrução dos alunos, processo que exige confiança

mútua entre professor e aluno, criando-se relações de cumplicidade recíprocas” Merlin apud

Amaral (2008). O Ensino do Projeto, assim pensado, é atividade prática, reflexiva, teórica,

histórica e técnica, tudo ao mesmo tempo e portanto, pede um ateliê que realize tal dinâmica.

5. PRÁTICA PEDAGÓGICA

5.1. Fotografia como elemento de percepção

O uso da fotografia em aulas de ateliês de projetos foi utilizado com o intuito de desenvolver, de

outra forma, nos alunos a percepção visual. A foto foi o instrumento escolhido para motivar os

acadêmicos em seus projetos. Para viabilizar a prática pedagógica foi proposto trabalhar com a

fotografia de formas distintas, já que as turmas eram de níveis também distintos.

5.1.1. Percepção do tema do projeto proposto

Nas turmas (diurno e noturno) que cursavam o 9° semestre do curso a fotografia foi o meio

indicado para que aos acadêmicos conseguissem compreender a realidade da comunidade, onde

seria desenvolvido o projeto arquitetônico proposto na disciplina, pois conhecer as reais condições

das famílias a serem contempladas por um projeto arquitetônico é o primeiro desafio de um

Arquiteto.

Nesta disciplina denominada como ateliê de projeto VII (PA VII) coube ao aluno desenvolver um

projeto arquitetônico e urbanístico a famílias que moram em condições precárias. O bairro São

Mateus foi definido para o estudo, pois nele há inúmeras famílias que vivem em assentamentos

subnormais em áreas de risco.

Para esses alunos trabalhar com Habitação de Interesse Social, tema complexo, e não explorado

nos semestres anteriores, é foi um desafio. O projeto exigiu dos acadêmicos uma interação aluno-

sociedade, pois as justificativas de cada proposta individual deveriam ser coniventes com a

realidade local.

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Para tentar aguçar a percepção de cada aluno ao tema do projeto foi proposto um concurso de

fotografia. O concurso teve como tema o bairro São Mateus e a única exigência era que a

fotografia representasse de alguma forma, a realidade da comunidade local. A participação e

motivação dos alunos no evento foram surpreendentes. Couberam as docentes pré selecionarem

as melhores fotos, mas a decisão final foi a partir da votação de todos os presentes em sala de

aula.

Figura 3 – Foto vencedora do concurso / diurno.

Fonte: Thais Yamaguti, março 2010.

Figura 4 – Foto vencedora do concurso / noturno.

Fonte: Lívia de Souza, março 2010.

Figura 5 – Foto pré – selecionada para final do

concurso / diurno.

Fonte: Mariana Metello, março 2010.

Figura 6 – Foto pré - selecionada para final do

concurso / noturno.

Fonte: Marcella Massa, março de 2010.

5.1.2. Percepção da evolução no processo projetual

Os alunos do 3° semestre diurno tiveram o primeiro contato com projetos arquitetônicos na

disciplina de ateliê de projeto I (PAI). Isso implicou em propostas pedagógicas que induziam

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caminhos alternativos para o ato de projetar. Um delas foi o uso da fotografia para registrar a

evolução da forma do projeto proposto de cada acadêmico.

O tema definido para o trabalho do 2° bimestre de 2010 foi uma Capela Ecumênica. Pelo tema

sugerir um programa de necessidade arquitetônico simples, a complexidade voltou-se á forma da

edificação a ser desenvolvida por cada um. A maior parte dos alunos não possuía domínio de

ferramentas gráficas que dão suporte a criação de formas arquitetônicas. Como alternativa

sugeriu-se o uso da maquete física e para o aluno decidir qual seria a melhor forma, a

implantação mais adequada, entre outros, eles foram induzidos a fotografar todo o processo de

produção projetual.

No final do semestre os de PA I, assim como em todos os PAs do curso, os alunos foram

avaliados em parte pelo docente que ministrou a disciplina e em outra pelo docente que ministrará

o PA seguinte. Com isso, o uso da foto foi indispensável para que os alunos demonstrassem na

apresentação final a evolução e o desenvolvimento do projeto arquitetônico e principalmente

enfatizar a decisão da forma do edifício.

Figura 7– Idéias iniciais do projeto.

Fonte: Lays Azambuja, maio 2010.

Figura 8 – Evolução da idéia inicial.

Fonte: Lays Azambuja, maio 2010

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Figura 9 – Desenvolvimento implantação.

Fonte: Lays Azambuja, maio 2010.

Figura 10 – Desenvolvimento – edificação.

Fonte: Lays Azambuja, maio 2010

Figura 11 – Maquete física final – implantação.

Fonte: Lays Azambuja, junho 2010.

Figura 12 – Maquete física final – edificação.

Fonte: Lays Azambuja, junho 2010

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Através do concurso de fotografia foi possível identificar que os alunos compreenderam qual era o

intuito do evento. As fotos apresentadas mostraram que a percepção visual dos alunos foi

aguçada diante o tema. O sucesso da pratica pedagógica foi alcançado, pois os acadêmicos, sem

perceber, foram introduzidos dentro da realidade da comunidade envolvida no projeto.

Com os alunos que iniciaram a pratica no projeto de Arquitetura fotografar o desenvolvimento foi

uma experiência direcionadora para o ensino. A foto conseguiu ser o instrumento de apoio que

orientou o aluno desde a decisão da forma do edifício até a demonstração do projeto final para

avaliação. Foi possível descrever exatamente através das fotografias o raciocínio projetual de

cada acadêmico.

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Diagnosticou-se que inserir a linguagem fotográfica no processo ensino-aprendizagem de projeto

de arquitetura é eficaz. Os alunos de ambos semestres foram receptivos e participaram, de forma

significativa, da nova proposta didática.

7. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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CALDEIRA, Barbara Maria Santos. Repensando o fazer histórico: a fotografia e o seu papel didático na sala

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TURAZZI, Maria Inez. A fotografia e o Ensino de história. São Paulo: Moderna, 2005.