A fraternidade como categoria jurídica no Direito Ambiental (1)

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A Fraternidade como CategoriaA Fraternidade como CategoriaJurídica no Direito AmbientalJurídica no Direito Ambiental

CONGRESSO FRATERNIDADE E DIREITOCONGRESSO FRATERNIDADE E DIREITO

Manaus, 2011Manaus, 2011

Carlos Aurélio Mota de SouzaCarlos Aurélio Mota de Souza

Livre docente pela UNESP.Livre docente pela UNESP.

Mestre e Doutor pela USP.Mestre e Doutor pela USP.Juiz de Direito em São Paulo (aposentado).Juiz de Direito em São Paulo (aposentado).

Advogado e Professor. Advogado e Professor.



Fraternidade e Direito Ambientalraternidade e Direito Ambiental(1)1)

A ordem da grandeza espacial da AmazôniaA ordem da grandeza espacial da Amazônia

Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-

40142005000100002



Fraternidade e Direito Ambiental:raternidade e Direito Ambiental:temas para apresentaçãoemas para apresentação (2)2)

As grandes crisess grandes crisesambientaismbientaisglobalizadaslobalizadas

Os desastress desastresecológicos e suascológicos e suasconseqüênciasonseqüências

mundiaisundiais

Efeitos noEfeitos no

DESENVOLVIMENTODESENVOLVIMENTO eeSUSTENTABILIDADESUSTENTABILIDADE



Questões ambientais no Brasiluestões ambientais no Brasil (3)3)

O novo Código Florestal em discussãonovo Código Florestal em discussãono Congresso Nacional,o Congresso Nacional,

A grandeza e importância da Amazôniagrandeza e importância da Amazônianaa economiaconomia, nono uso adequado do soloso adequado do solo ,

naa contribuição para o equilíbrioontribuição para o equilíbrioecológico mundialcológico mundial , e sobretudo comoe sobretudo como

extraordinário estudo aplicado daxtraordinário estudo aplicado daecologia humanacologia humana, base de umabase de umaecocivilização ou biocivilização.cocivilização ou biocivilização.



Fundamentos filosóficos e jurídicosundamentos filosóficos e jurídicospresentes nos debates ecológicosresentes nos debates ecológicos (4)4)

QUESTÃO AMBIENTALUESTÃO AMBIENTAL =uma questão de Ética Ecológica

Impõe-se solidificar em aplicaçõespráticas e permanentes nas relações do

HOMEMHOMEM com a NATUREZANATUREZA.



Conferência Rio+20 (5)

Rio+20:Rio+20:

- Oficialmente designada como

Conferência Internacional das

Nações Unidas

- de 04 a 6 de junho de 2012

- Debates sobre Combate à

Pobreza, Economia Verde e

Governança Ambiental




ARCO-ÍRISARCO-ÍRIS Símbolo da Naturezaímbolo da Natureza

Sua curvatura reflete a forma da Terra,Sua curvatura reflete a forma da Terra,

abrangendo todas as regiões, todos os seresabrangendo todas as regiões, todos os seres

vivos e todos os povos do Planeta.vivos e todos os povos do Planeta.



A CASTANHEIRAA CASTANHEIRA (7)(7)

Colher os

frutos?

ou

Desmatar?

"Na copa das árvores

vemos o mundo que nos

rodeia"




O ser humano não pode viver fora dele; depende daO ser humano não pode viver fora dele; depende daatmosfera, da água dos rios e dos mares, dosatmosfera, da água dos rios e dos mares, dos

vegetais, dos animais e até dos pássaros. Tudo foivegetais, dos animais e até dos pássaros. Tudo foi

criado para uso do homem, com o dever de cuidá-locriado para uso do homem, com o dever de cuidá-lo

e preservá-lo para sua procriação e expansão.e preservá-lo para sua procriação e expansão.

"O meio ambiente é o único"O meio ambiente é o único

habitat natural do homem" habitat natural do homem"



Porque preservar na natureza (o meioorque preservar na natureza (o meioambiente)mbiente) (9)9)

O Ecúmeno TerrestreO Ecúmeno Terrestre = onde o= onde o

Homem viveHomem vive (óikosóikos = casa) > ECOECO - logialogia = estudo

- nomianomia = organização

Mananciais FlorestasMananciais FlorestasPeixesPeixes

Rios Parques NaturaisRios Parques Naturais

PássarosPássarosMares Espécies vegetaisMares Espécies vegetais

AnimaisAnimaisPatrimônio genéticoPatrimônio genético



Teoria do Bem Comumeoria do Bem Comum (10)10)

A Luz branca ou invisível (o UNO), se subdivide em 7 cores visíveis (o MÚLTIPLO).

Também nas Sociedades (UNO ou TODO) seinserem e se desenvolvem as atividades humanas

(o MÚLTIPLO ou PARTICULAR).

Todo este conjunto (UNO + MÚLTIPLO) constitui aessência do

B E M C O M U MB E M C O M U M!



Uma Orquestra/Empresa como Bem Comumma Orquestra/Empresa como Bem Comum(11)11)



O que diz a Constituição Federalque diz a Constituição Federalsobre o Meio Ambiente no art. 225obre o Meio Ambiente no art. 225 (12)12)

(1)(1) Todos têmTodos têmDIREITODIREITO ao meioao meio

ambienteambienteecologicamenteecologicamente

equilibrado,equilibrado,

= bem (de uso) = bem (de uso)

comum do povo comum do povo

= essencial à sadia = essencial à sadia

qualidade de vida qualidade de vida

(2)(2) impondo-seimpondo-seaoao Poder PúblicoPoder Público ee àà coletividadecoletividade oo

DEVERDEVER dede

defendê-lo defendê-lo

e e

preservá-lo preservá-lo

para as para as

gerações gerações presentes presentes

e futuras e futuras




Art. 225, CFrt. 225, CF§ 1º - Para assegurar a efetividade desse direito,incumbe ao Poder Público:

VI - promover a educação ambiental em todos os

níveis de ensino e a conscientização pública para apreservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na formada lei, as práticas que coloquem em risco sua

função ecológica, provoquem a extinção deespécies ou submetam os animais a crueldade.



MESSNER:ESSNER:

“.....O B E M C O M U ME M C O M U M é a rea l idade qu ea rea l idade q ue

encer ra o rend imento da v i da dencer ra o ren d imento da v i da de

g e r a ç õ e s p a s sa d a s e a o m e s m o p a s s oe r a ç õ e s p a ss a d a s e a o m e s m o p a s s o

a base da v i da das ge raçõe s fu tu ras ,base da v i da das ge rações fu tu ras ,

t a l c o m o a s t e r r a s c o n se r v a m o s u o ra l c o m o a s te r r a s c o n s e r v a m o s u o r

dos pa i s e avós , com a p rom essa dosos pa i s e avós , com a p rom essa dos

f ru tos para o s f il hos e netos”ru tos pa ra os f i l hos e netos” (Ét icat ica





ÁguaFlora

Fauna

Ar I Poluição

Lixo

DesenvolvimentoSustentável

Cidade



Princípios e Valoresrincípios e ValoresConstitucionaisonstitucionais (16)16)

PREÂMBULOPREÂMBULO – VALORES: – VALORES:- bem estar - bem estar - desenvolvimentodesenvolvimento

- harmonia social- harmonia social

- ART. 1º - III- ART. 1º - III – Dignidade da Pessoa Humana – Dignidade da Pessoa Humana

- ART. 4º- ART. 4º - Princípios – II – Prevalência dos D. Humanos- Princípios – II – Prevalência dos D. Humanos

- ART. 5º- ART. 5º - Igualdade – inviolabilidade à vida, à propriedade- Igualdade – inviolabilidade à vida, à propriedade

- XXII- XXII – direito de propriedade – direito de propriedade

- XXIII- XXIII – sua função social – sua função social

- ART. 205- ART. 205 – – Caput Caput

- § 1º - VI -- § 1º - VI - educação ambiental em todos oseducação ambiental em todos os

níveis de ensinoníveis de ensino



Finalidades Comunitáriasinalidades ComunitáriasPrincípios e Objetivos Fundamentaisrincípios e Objetivos Fundamentais (17)17)

CF Art.CF Art.

170-I a IX170-I a IX

LIBERDADE DELIBERDADE DEINICIATIVAINICIATIVA

EMPRESARIALEMPRESARIAL

II Soberania (= 1º-ISoberania (= 1º-I)

IIIIPropriedade (= 5º-XXII)Propriedade (= 5º-XXII) IIIIII

Função social (= 5º-XXIII)Função social (= 5º-XXIII)

IVIV Livre conc. (= 1º-II)Livre conc. (= 1º-II)

VV

Defesa do cons.

(=5ºXXII)

VIVI

Defesa do Meio Amb.Defesa do Meio Amb.(=5º e 60)*(=5º e 60)*

VIIVII

Red. desigualdadesRed. desigualdades(= 3º-III)(= 3º-III)

VIIIVIII

Pleno emprego (= 1º-II)Pleno emprego (= 1º-II)

IXIX

Micro-empresasMicro-empresas

* Por analogia = dignidade da pessoa humana, vida, saúde, moradia, segurança

Justiça Social – Existência Digna daPessoa Humana

Direitos e garantias fundamentais



A JUSTIÇA EM ARISTÓTELESJUSTIÇA EM ARISTÓTELES (18)

ARISTÓTELESARISTÓTELES – Ética a Nicômaco, Livro V, n. 4; Política

TODO EstadoEmpresa

Família

Geral, Legal

ou Social

Distributiva,

Proporcional ou

Geométrica

Objeto:

O BEMO BEMCOMUMCOMUM

JUSTIÇAJUSTIÇA

Objeto:

BEM DOSBEM DOS

PARTICULARESPARTICULARES

(O que é Justo)

ComutativaPARTE PARTE

Absoluta, Aritmética ou CorretivaObjeto: o BEM dos Particulares entre si



BIOCIVILIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADEIOCIVILIZAÇÃO E SUSTENTABILIDADE (19)19)

BIOCIVILIZAÇÃO PARA AIOCIVILIZAÇÃO PARA ASUSTENTABILIDADE DAUSTENTABILIDADE DA

VIDA E DO PLANETAIDA E DO PLANETA

FORUMORUM

Rio de Janeiro, 9 a 12 de agosto de 2011tendo em vista a Conferência Rio+20

Qual arquitetura do poder se pretende,da escala local à escala mundial?



PROPOSTAS PARA UMA NOVA GOVERNANÇAROPOSTAS PARA UMA NOVA GOVERNANÇAMUNDIALUNDIAL (20)20)

Dinâmicas de evolução e de emergência de umainâmicas de evolução e de emergência de umanova governança mundialova governança mundial

• Um primeiro passo: qual sociedade mundial queremos?

• A mundialização pede uma arquitetura que integre,

e vá além dos Estados-Nação

• A emergência e a complexidade dos problemas globais

estão em descompasso com os atuais modos degovernança

• Avanços e obstáculos dos países em aceitarem umanova governança mundial



PROPOSTAS PARA UMA NOVA GOVERNANÇAROPOSTAS PARA UMA NOVA GOVERNANÇAMUNDIALUNDIAL (21)21)

• Constituir conjuntos geopolíticos em escala regional

• Elaborar um Projeto de Governança Mundial

• Instituir um Tribunal Internacional do Meio Ambiente

• Constituir uma força armada mundial, voluntária,independente dos Estados, regida pelo direito

internacional

• Promover em escala local redes industriais e de serviços,

articuladas aos níveis regionais e transnacionais por umsistema de moedas regionais



Os seis princípios fundamentais:

Dignidade da pessoa humanaignidade da pessoa humana

Primazia do bem comumrimazia do bem comum

Destinação universal dos bensestinação universal dos bens

Primazia do trabalho sobre o capitalrimazia do trabalho sobre o capital

Princípio da subsidiariedaderincípio da subsidiariedade

Princípio da solidariedaderincípio da solidariedade

Doutrina Social CristãDoutrina Social Cristã (22)(22)



“ O h o m e m n ã o é o c e n tr o d o

C o s m o :

o c e n t r o é D e u s ”

“ O f im d o h o m e m n ã o s e rá o

in t e r e s s e e c o n ô m ic o , o e g o ís m o ,

m a s o a m o r p e lo s o u t r o s h o m e n se p e l a n a t u r e z a ; c o m s e u

c o n t r ib u t o a T e r r a s e

t r a n s fo r m a r á a té t o r n a r -s e u mp a r a í s o te r r e s t r e ”

Chiara Lubich (2005):Chiara Lubich (2005): (23)(23)



Direito e Justiçaireito e Justiça (24)24)

Para concretizar aara concretizar a JUSTIÇAUSTIÇA, oo DIREITOIREITO sesefundamenta naundamenta na

Natureza dasNatureza dasCoisasCoisas

Física ou

Material

O Homem subordinado a

Leis de Causalidade ouDeterminismo

Natureza doNatureza do

HomemHomem

Intelectual

Espiritual

Subordinado a LeisHumanas

(Naturais ou MoraisPositivas)




Wel tanschauunge l tanschauung == VISÃO DOISÃO DO

MUNDOUNDOAdotar umaAdotar uma VISÃO GLOBAL do AMBIENTEVISÃO GLOBAL do AMBIENTE

No ECÚMENO convivem os HOMENS, ANIMAIS eNo ECÚMENO convivem os HOMENS, ANIMAIS ePLANTAS, alimentados por ÁGUA, AR e MINERAIS.PLANTAS, alimentados por ÁGUA, AR e MINERAIS.

Assim como a Luz, que é branca ou invisível (oAssim como a Luz, que é branca ou invisível (oUNO), mas se subdivide em 7 cores visíveis (oUNO), mas se subdivide em 7 cores visíveis (o

MÚLTIPLO), assim também no AMBIENTE (Uno ouMÚLTIPLO), assim também no AMBIENTE (Uno ouTodo) se desenvolvem as atividades humanasTodo) se desenvolvem as atividades humanas

(Múltiplas ou Particulares), e a todo este conjunto(Múltiplas ou Particulares), e a todo este conjunto(UNO + MÚLTIPLO) podemos chamar de(UNO + MÚLTIPLO) podemos chamar de

BEM COMUM!BEM COMUM!

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