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1 A FUGA DO FORTE DE PENICHE Na madrugada do dia 3 de Janeiro de 1960 dez dos principais dirigentes do PCP, entre os quais Álvaro Cunhal, fugiram da cadeia do Forte de Peniche numa das mais espetaculares fugas de presos políticos da história prisional da ditadura fascista. Tiveram a colaboração de um guarda prisional recrutado pelos presos e a colaboração exterior da direção do Partido Comunista. Para comemoração da efeméride reproduzo o Avante clandestino de Janeiro de 1960 que relata a fuga e relatos obtidos na internet entre eles uma reportagem multimedia muito interessante do Jornal de Notícias: 1. http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/desenho/alvaro_cunhal/fuga_peniche.html A famosa fuga de Peniche foi uma das mais espetaculares da história do fascismo português, por se tratar de uma das prisões de mais alta segurança do Estado Novo. No dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel, José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e Francisco Martins Rodrigues. No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos. Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.

A Fuga do Forte de Peniche em 1960

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Fuga de Álvaro Cunhal e mais nove dirigentes do PCP, da prisão do Forte de Peniche em 3 de Janeiro de 1960.

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A FUGA DO FORTE DE PENICHE

Na madrugada do dia 3 de Janeiro de 1960 dez dos principais dirigentes do PCP, entre os quais

Álvaro Cunhal, fugiram da cadeia do Forte de Peniche numa das mais espetaculares fugas de

presos políticos da história prisional da ditadura fascista. Tiveram a colaboração de um guarda

prisional recrutado pelos presos e a colaboração exterior da direção do Partido Comunista.

Para comemoração da efeméride reproduzo o Avante clandestino de Janeiro de 1960 que

relata a fuga e relatos obtidos na internet entre eles uma reportagem multimedia muito

interessante do Jornal de Notícias:

1. http://www.citi.pt/cultura/artes_plasticas/desenho/alvaro_cunhal/fuga_peniche.html

A famosa fuga de Peniche foi uma das mais espetaculares da história do

fascismo português, por se tratar de uma das prisões de mais alta segurança

do Estado Novo.

No dia 3 de Janeiro de 1960 evadem-se do forte de Peniche: Álvaro

Cunhal, Joaquim Gomes, Carlos Costa, Jaime Serra, Francisco Miguel,

José Carlos, Guilherme Carvalho, Pedro Soares, Rogério de Carvalho e

Francisco Martins Rodrigues.

No fim da tarde pára na vila de Peniche, em frente ao forte, um carro com o

porta-bagagens aberto. Era o sinal de que do exterior estava tudo a postos.

Quem deu o sinal foi o actor, já falecido, Rogério Paulo.

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Dado e recebido o sinal, no interior do forte dá-se início à acção planeada.

O carcereiro foi neutralizado com uma anestesia e com a ajuda de uma

sentinela - José Alves - integrado na organização da fuga, os fugitivos

passaram, sem serem notados, a parte mais exposta do percurso. Estando

no piso superior, descem para o piso de baixo por uma árvore. Daí correm

para a muralha exterior para descerem, um a um, através de uma corda feita

de lençóis para o fosso exterior do forte. Tiveram ainda que saltar um muro

para chegar à vila, onde estavam à espera os automóveis que os haviam de

transportar para as casas clandestinas onde deveriam passar a noite

Álvaro Cunhal passou a noite na casa de Pires Jorge, em São João de

Estoril, onde ficaria a viver durante algum tempo.

Esta fuga só foi possível graças a um planeamento muito rigoroso e uma

grande coordenação entre o exterior e o interior da prisão.

Do interior a comissão de fuga era composta por Álvaro Cunhal, Jaime

Serra e Joaquim Gomes. Do exterior, organizaram a fuga Pires Jorge e Dias

Lourenço, com a ajuda de Otávio Pato, Rui Perdigão e Rogério Paulo.

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2. Forte de Peniche

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3. Reportagem multimédia do Jornal de Notícias

Ver vídeo aqui: http://www.jn.pt/Reportagens/Interior.aspx?content_id=1183770

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4. Avante clandestino de Janeiro de 1960

(em papel “bíblia” e formato A4)

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