1
32 ECONOMIA A GAZETA SÁBADO, 3 DE AGOSTO DE 2013 ARRECADAÇÃO DE IMPOSTO Guerra fiscal: rivais do Estado abrem mão de mais receitas Espírito Santo abdicou só de 8,8% das entradas de ICMS, menos que Paraná (22%) e São Paulo (10%) RITA BRIDI [email protected] Os Estados que foram e são críticos ferozes do Espírito Santo na conces- são de benefícios – que implica em abrir mão de parte da arrecadação do ICMS – comprometeram mais suas receitas capi- xabas. Enquanto o Espí- rito Santo renunciou a 8,8% das entradas desse imposto, o Paraná abriu mão de 22,4% e São Pau- lo, 9,9%. É o que demonstra levan- tamentofeitopelaFabrafite, federação que reúne as as- sociações de fiscais esta- duais e da Secretaria da Fa- zenda de São Paulo. O estu- do mostra que a renúncia fiscal do ICMS, na média brasileira, representou 16,6% da arrecadação. Na avaliação do secre- tário estadual da Fazenda, Maurício Duque, os núme- ros comprovam claramen- te “que temos uma política extremamente conserva- dora no quesito dos incen- tivos fiscais”. Duque, que tem enfrentado duras crí- ticas dos demais Estados nos encontros nacionais em que o tema é tratado, lembrou que Paraná e São Paulo são os que mais con- denam o Espírito Santo. Amazonas é o que mais abre mão de receita do ICMS (67,5%), seguido de Goiás (51,1%) e de Santa Catarina (37,9%). Na ava- liação do secretário capi- xaba, a Zona Franca de Manaus, muito distante dos principais centros de consumo do país, real- mente precisa de incenti- vos para manter os empre- endimentos lá instalados. Outro Estado que tem criticado fortemente a po- lítica de incentivos do Es- pírito Santo é o Pará, mui- to afetado pela Zona Fran- ca de Manaus. Santa Cata- rina também é um dos crí- ticos da política adotada pelo Espírito Santo, mas também é um dos que mais perdem receita. O governo, explica o se- cretário, procura aumen- tar a competitividade das empresas para que elas te- nham condições de produ- zir e concorrer no merca- do. A concessão de benefí- cios, argumentou, não tem atrapalhado o crescimento da arrecadação de ICMS e essa é uma demonstração de que a política do gover- no está correta. A política estadual de concessão de benefícios tem a finalidade de atrair novos empreendimentos ou de garantir competiti- vidade para as empresas já instaladas. Na avaliação de Duque, o incentivo por si só não resolve. “O Esta- do atuando de forma equi- librada derruba os argu- mentos dos nossos críti- cos”, argumenta. COMPENSAÇÃO O secretário enfatiza que as perdas de arrecada- ção com a concessão de benefícios “são mais do que compensadas com o aumento da arrecadação proveniente da melhoria da competitividade das empresas locais”, Todos os Estados brasi- leiros, mesmo aqueles que criticam seus vizinhos, concedem algum tipo de incentivo fiscal. E o levan- tamento da Fabrafite foi feito com base nos dados de 2012, quando ainda não estava em vigor a alí- quota unificada de 4%. Nos debates travados du- rante a discussão da pro- posta que reduziu a alí- quota, o Espírito Santo fui duramente criticado por que tinha os benefícios do Fundap. PRESERVAÇÃO “Não há previsão de mudança na política estadual de incentivos, que está no rumo certo e contribuindo para o desenvolvimento equilibrado” MAURÍCIO DUQUE SECRETÁRIO ESTADUAL DA FAZENDA

A GAZETA SÁBADO, 3 DE AGOSTO DE 2013 Guerrafiscal ... · pelotelefone146(opção3) ouviaaplicativoparadispo-sitivos móveis (smartpho-nes e tablets). Ao todo, são setelotesderestituição,en-tre

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A GAZETA SÁBADO, 3 DE AGOSTO DE 2013 Guerrafiscal ... · pelotelefone146(opção3) ouviaaplicativoparadispo-sitivos móveis (smartpho-nes e tablets). Ao todo, são setelotesderestituição,en-tre

32 ECONOMIAA GAZETA SÁBADO, 3 DE AGOSTO DE 2013

ARRECADAÇÃO DE IMPOSTO

Guerra fiscal: rivais do Estadoabrem mão de mais receitasEspíritoSantoabdicousóde8,8%dasentradasdeICMS,menosqueParaná(22%)eSãoPaulo(10%)

RITA [email protected]

Os Estados que foram esão críticos ferozes doEspíritoSantonaconces-são de benefícios – queimplica em abrir mão departe da arrecadação doICMS – comprometerammais suas receitas capi-xabas. Enquanto o Espí-rito Santo renunciou a8,8% das entradas desseimposto, o Paraná abriumão de 22,4% e São Pau-lo, 9,9%.

Éoquedemonstralevan-tamentofeitopelaFabrafite,federação que reúne as as-sociações de fiscais esta-duais e da Secretaria da Fa-zendadeSãoPaulo.Oestu-do mostra que a renúnciafiscal do ICMS, na médiabrasileira, representou16,6% da arrecadação.

Na avaliação do secre-tário estadual da Fazenda,MaurícioDuque,osnúme-roscomprovamclaramen-te“quetemosumapolíticaextremamente conserva-dora no quesito dos incen-tivos fiscais”. Duque, quetem enfrentado duras crí-ticas dos demais Estadosnos encontros nacionaisem que o tema é tratado,

lembrou que Paraná e SãoPaulo são os que mais con-denam o Espírito Santo.

Amazonas é o que maisabre mão de receita doICMS(67,5%),seguidode

Goiás (51,1%) e de SantaCatarina(37,9%).Naava-liação do secretário capi-xaba, a Zona Franca deManaus, muito distantedos principais centros de

consumo do país, real-mente precisa de incenti-vosparamanterosempre-endimentos lá instalados.

Outro Estado que temcriticado fortemente a po-

lítica de incentivos do Es-pírito Santo é o Pará, mui-toafetadopelaZonaFran-cadeManaus.SantaCata-rina também é um dos crí-ticos da política adotadapelo Espírito Santo, mastambém é um dos quemais perdem receita.

O governo, explica o se-cretário, procura aumen-tar a competitividade dasempresas para que elas te-nham condições de produ-zir e concorrer no merca-do. A concessão de benefí-cios,argumentou,nãotematrapalhadoocrescimentoda arrecadação de ICMS eessa é uma demonstração

de que a política do gover-no está correta.

A política estadual deconcessão de benefíciostem a finalidade de atrairnovos empreendimentosou de garantir competiti-vidadeparaasempresasjáinstaladas. Na avaliaçãode Duque, o incentivo porsi só não resolve. “O Esta-doatuandodeformaequi-librada derruba os argu-mentos dos nossos críti-cos”, argumenta.

COMPENSAÇÃOO secretário enfatiza

queasperdasdearrecada-ção com a concessão debenefícios “são mais doque compensadas com oaumento da arrecadaçãoproveniente da melhoriada competitividade dasempresas locais”,

Todos os Estados brasi-leiros,mesmoaquelesquecriticam seus vizinhos,concedem algum tipo deincentivo fiscal. E o levan-tamento da Fabrafite foifeito com base nos dadosde 2012, quando aindanão estava em vigor a alí-quota unificada de 4%.Nos debates travados du-rante a discussão da pro-posta que reduziu a alí-quota, o Espírito Santo fuiduramente criticado porque tinha os benefícios doFundap.

GIRO ECONÔMICO

ATÉ QUINTA

IR: consulta a 3ºlote será liberada

A Receita Federal deveabrir na próxima semana,provavelmente até a quin-ta-feira, as consultas aoterceirolotederestituiçõesdo Imposto de Renda Pes-soa Física (IRPF) 2013,ano-base2012,alémdelo-tes de anos anteriores. Asrestituições serão deposi-tadas em 15 de agosto.

Assim que abertas, asconsultas poderão ser feitaspor meio do site da Receita,pelo telefone146(opção3)ouviaaplicativoparadispo-sitivos móveis (smartpho-

nes e tablets). Ao todo, sãosete lotes de restituição, en-tre junho e dezembro.

Nos dois primeiros lo-tes, em junho e julho, fo-ram pagos R$ 4,1 bilhõesem restituições para 3,06milhões de contribuintes,sendo R$ 2,8 bilhões so-mente no primeiro lote, omaior valor da história.

PRIORIDADEA Receita estima que o

volume de restituições quedeveráserpagoem2013se-ja semelhante ao do ano

passado:R$12bilhões.Pes-soas com mais de 65 anostêmprioridadepararecebera devolução, assim comodeficientes físicos e porta-dores de doença grave.

Na sequência, são libe-radas as restituições se-gundo a ordem de envioda declaração. Em qual-quer uma das situações, énecessário que não hajapendências, irregularida-des, erros ou omissões. Naocorrência de algum des-tes casos, a declaração éretida na malha fina paraverificação.

Neste ano, foram recebi-das 26 milhões de declara-ções do IR dentro do prazoregulamentar, entre o iníciode março e o fim de abril.

BB INVESTIMENTOS

Empresa faz acordocontra ação

O Banco do Brasil Inves-timentos, coordenador lí-der da oferta pública deações da BB SeguridadeParticipações, assinoucom a Comissão de Va-lores Mobiliários (CVM)o termo de compromisso

de R$ 400 mil para ex-tinguir processo adminis-trativo aberto contra obanco na autarquia. ACVM acusou o BB Inves-timentos de distribuirmensagem eletrônicacontendo material publi-citário sobre a oferta pú-blica antes da aprovaçãoda operação pela CVM.

OPERAÇÃO NACIONAL

Inmetro vaifiscalizar lojas

O Inmetro fará operaçõesem lojas de todo o país nasemana que vem para ve-rificar se os 144 tipos deeletrodomésticos sujeitos acertificação do órgão aten-dem às exigências. Os pro-dutos devem comercializa-dos com informações obri-gatórias e com o selo deidentificação da conformi-dade. O varejo só podevender itens dentro dospadrões definidos pela re-gulamentação, que con-templa 144 tipos de ele-tros, incluindo ferros depassar roupa, secadores,pranchas de cabelo, torra-deiras e sanduicheiras.

PPSA

Companhia dopré-sal é criada

O governo publicou on-tem o decreto criando aEmpresa Brasileira de Ad-ministração de Petróleo eGás Natural - Pré-Sal Pe-

tróleo S.A. (PPSA). A de-cisão só foi tomada às vés-peras do primeiro leilãodo pré-sal sob o regime departilha e passados maisde três anos da sanção dalei que autorizou a ins-talação da estatal.

PRESERVAÇÃO

“Não há previsão demudança na políticaestadual de incentivos,que está no rumo certoe contribuindo para odesenvolvimentoequilibrado”MAURÍCIO DUQUESECRETÁRIO ESTADUALDA FAZENDA

Documento:AG03CAEO032;Página:1;Formato:(274.11 x 381.00 mm);Chapa:Composto;Data:02 de Aug de 2013 22:35:10