15

A Geometria Espacial no Cotidiano Escolarvel ensinar Geometria utilizando as obras existentes na natureza e as diferentes formas criadas pelo homem, enfatizando meios para que o aluno

Embed Size (px)

Citation preview

0

A Geometria Espacial no Cotidiano Escolar

Autora: Leonilda do Nascimento1

Orientadora: ProfªMs. Anália Maria Dias de Gois2

Resumo: O presente artigo tem como objetivo apresentar a Geometria Espacial, com ênfase nos "Sólidos Platônicos". O referido projeto foi desenvolvido com alunos do 3° Ano do Ensino Médio do período Matutino da Rede Estadual do Paraná, o qualé uma das atividades do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), proposto pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná (SEED) aos professores desta rede de ensino. Neste artigo a professora procurou mostrar aos alunos que a Geometria está presente em nosso cotidiano com a necessidade de criar aulas mais inovadoras, com as quais o aluno possa visualizar e compreender os conteúdos geométricos, proporcionando aos discentes, aulas mais interessantes e agradáveis. Este projeto, busca através da construção dos Sólidos Geométricos, uma forma que possibilite aos alunos ações metodológicas diferenciadas. E diante das dificuldades de ensinar o conteúdo de Geometria, foi proposta uma metodologia diferenciada, com a finalidade de que o material venha contribuir para o ensino-aprendizagem e que leve os mesmos a se apropriar de tal conhecimento, construindo uma aprendizagem para melhorar a qualidade de ensino nas escolas públicas. Palavras-chave: História; Geometria; Matemática; Sólidos de Platão.

1 Introdução

O método de pesquisa a ser estudado nas figuras geométricas está vinculado

ao Programa de Desenvolvimento Educacional que visa em apresentar o mundo da

Matemática por meios deprojeto de intervenção pedagógica, mostrando que é

possível ensinar Geometria utilizando as obras existentes na natureza e as

diferentes formas criadas pelo homem, enfatizando meios para que o aluno da

escola da rede pública assimile os conteúdos trabalhados de forma sistematizada

gerando um aprendizado significativo.

1 Pós Graduação em Educação Matemática; Graduada Matemática; Atua no Colégio Estadual Miguel Dias. E.F.M. em Joaquim Távora – PR, como professora QPM na disciplina de Matemática, na rede estadual de educação. 2 Mda. em Educação Matemática; Graduada em Matemática e docente no Colegiado de Matemática – UENP – CCHE – Campus de Jacarezinho.

1

A Geometria é uma área da Matemática que na grande maioria das vezes é

destacada e estudada pelos alunos sem muito entusiasmo onde possui dificuldade

de entender os conceitos e aplicações que envolvem os conteúdos estudados.

Não podemos deixar de citar que o desinteresse sobre a Matemática e a

Geometria, vem da falta de significados para o conteúdo que está sendo ensinado,

as quaissão vistas pelos educandos como uma disciplina difícil que é imposta com

muita teoria e pouca prática, gerando assim, um grande desinteresse pela

Matemática.

Em muitos casos os alunos não tem dificuldade, mas sim, um descaso com a

Matemática, porque não conseguem relacionar o conteúdo relacionado ao seu

cotidiano como uma ferramenta facilitadora no dia-a-dia.

Estudos indicam que o uso de material concreto estimula a criatividade e o

interesse dos alunos, dando-lhes a oportunidade de, não só fazerem conexões entre

os conteúdos a serem estudados e suas aplicações práticas do cotidiano, como

também, de redescobrirem novos meios e recursos para o processo ensino-

aprendizagem de Geometria e em outras áreas do conhecimento.

Dessa maneira, observou-se que ao manipular o material didático favoreceu

sua aplicação prática na construção de conceitos envolvidos, facilitando muito na

assimilação dos conteúdos geométricos, afim de melhorar a relação de ensino e

aprendizagem, pois para eles, tudo o que é palpável é defácil compreensão, para

entender e fixar o conteúdo que está sendo ensinado, trazendo assim, motivação e

interesse pelo material, com o qual contribuiu para que ele criasse seu próprio

conhecimento.

Neste contexto faz-se necessário uma nova visão a respeito do ensino da

Geometria, e a busca de novas metodologias devem ser o caminho para alcançar

uma aprendizagem efetiva.

Desse modo, o presente trabalho, tem como pressuposto realizar atividades

para estimular o aluno a desenvolver a capacidade de relacionar os tópicos

estudados com aspectos observados no cotidiano, aliando a teoria com a prática.

2

2 Fundamentação Teórica

A Geometria é um dos mais belos conteúdos da matemática e está presente

em todo universo, ela fascina, pois tudo nela é tão bonito e real, todas as formas

geométricas fazem parte de nosso cotidiano, assim como: na natureza, nas

brincadeiras infantis, nas construções e nas artes, além de auxiliar na compreensão

dos objetos do mundo concreto e possibilita construir conceitos matemáticos

relacionados a esta área do conhecimento.

A matemática faz parte da história do ser humano, a qual foi construída por ele ao

longo dos séculos e está em constante transformação. Muito antes de criar a

linguagem escrita, tradicional marco do início da civilização, o homem já tinha

contato com as formas dos seus objetos existentes no mundo.

Para sobreviver, o homem desenvolveu já nos tempos pré-históricos,

centenas de objetos com as mais variadas formas, onde era utilizados utensílios

domésticos, armas de caça, calçados e roupas. Também passaram a reproduzir em

suas pinturas e esculturas, as formas de animais, paisagens e objetos com os quais

estavam em contato.

Durante seu trabalho, utilizavam cordas que eram esticadas para marcar

ângulos retos e assim durante a execução destas atividades descobriram a

geometria em si, pois aprenderam a estabelecer as marcas das áreas dos terrenos.

Porém, nota-se a presença da geometria nas atividades cotidianas de algumas

sociedades antigas por volta de 4.000 a.C., como nas técnicas de plantio, nas

construções de grandes obras, cujas execuções exigiu um desenvolvimento

profundo de estudo de formas e figuras.

De acordo com o crescimento dessas sociedades surgiu a necessidade de

elaboração de novos conhecimentos que auxiliassem nas aplicações práticas e na

resolução de problemas do cotidiano. A matemática está entrelaçada com a história

e o desenvolvimento das civilizações, e devido a isso é de suma importância

resgatar os fatos e processos históricos da geometria e relacionar com a vida de

forma a representar a fonte motivadora para o processo de ensino e aprendizagem

da matemática.

É importante que o educando entenda a utilização da história da matemática

em sala de aula como um elemento importante no processo de atribuição de

3

significados aos conceitos matemáticos e que não se resume à descrição de fatos

ocorridos no passado ou à apresentação e biografias de matemáticos famosos.

A Geometria está presente em diferentes campos da vida humana, desde a

antiguidade até os dias atuais, seja nas construções, nos elementos da natureza ou

nos contextos sociais. O homem aprendeu a utilizar geometria de acordo com as

necessidades, de maneira a facilitar seu dia-a-dia; um desses exemplos é quando se

entra num supermercado, e se depara com prateleiras repletas de embalagens das

mais variadas formas. Essas formas geométricas utilizadas nas embalagens não são

apenas para embelezá-las, despertando o interesse pela compra, elas também têm

esses formatos para facilitar o seu manuseio ou, em algumas circunstâncias, para

causar a ilusão que tem mais conteúdo, outras vezes, para que o produtor

economize no material utilizado em sua fabricação.

Os sólidos tem se destacado na escolha dos industriários, principalmente na

confecção de embalagens para proteger os produtos industrializados. As formas

preferidas têm sido as embalagens na forma de cubo e paralelepípedo

simplesmente pela forma apresentada que traz certa comodidade e facilidade de

locomoção, acomodação, armazenagem e segurança.

As figuras geométricas estão presentes através de formas e desenhos no

mundo que nos rodeia. Se observarmos em todos os lugares poderemos notar

sempre ao que esteja relacionado a uma forma geométrica, apesar de muitas vezes

passar despercebidas a sua existência.

Dessa forma, considerando as dificuldades próprias no ensino de geometria é

preciso buscar estratégias que seriam as comparações das formas geométricas,

sendo eles: retângulos, quadrados e círculos com produtos existentes no cotidiano

dos alunos ou ainda sua visualização, observação, manuseio e conclusões

determinado tamanho e grandeza, despertando o interesse dos alunos para a

importância desse conteúdo, possibilitando a descoberta de inúmeros problemas

que ela pode ajudar a resolver, desde uma simples embalagem até as descobertas

astronômicas.

O ser humano desde criança já vivencia a geometria em sua vida a partir do

momento que começa a reconhecer suas características nos objetos a sua volta,

como tamanho, forma, posição, entre outros. Sendo assim, a geometria se faz muito

importante na disciplina da matemática, pois permite que os educandos

desenvolvam as suas capacidades de abstração, compreensão e a formação do

4

conhecimento para ter uma visão mais ampla, resgatando deste ramo do saber o

abstrato para o mundo concreto.

Podemos constatar como o homem começa a utilizar bem cedo figuras geométricas para representar os astros, o raio, os animais, as plantas e os seus deuses. [...] Assim, a geometria aparece inicialmente com as necessidades de resolução de problemas para demarcar a terra, prever o estoque de água e construir instrumentos de trabalho. (MUNIZ, 2008, p.94)

Assim conta a história da geometria, segundo esses registros todos os anos

os rio Nilo extravasava as margens e inundavam o seu delta, terreno situado entre

dois braços de um rio. As cheias depositavam nos campos de cultivo lamas aluviais

cheias de nutrientes, que tornavam essa região fértil para a produção da lavoura.

Assim consistia em que o rio transbordava e as marcas divisórias do lotes eram

apagadas e como direito à propriedade, era algo de muita importância e respeito

pelos egípcios, se alguém roubava um pedaço de terra do vizinho, estava praticando

um pecado gravíssimo.

Dessa forma, surgiam conflitos entre indivíduos e comunidades sobre o uso

dessa terra não delimitada, sem marcosfronteiriços, os agricultores e

administradores de templos, palácios e de mais unidades produtivas fundadas na

agricultura não tinha referência clara do limite de suas terras para poderem cultivá-

las e pagarem os impostos devidos. Os antigos faraós resolveram passar a nomear

funcionários os agrimensores, cuja tarefa era avaliar os prejuízos das cheias

restabelecer as fronteiras entre as diversas posses. Foi assim que nasceu a

geometria, estes agrimensores acabaram por aprender a determinar as áreas de

lotes do terreno, dividindo-os em retângulos e triângulos.

Atualmente, os conceitos geométricos surgem como ferramentas para que o

homem utilize no processo de transformação do seu mundo.

A palavra geometria vem da língua grega: geo-terra e metria-medida, medida da terra. Os egípcios cultivavam terras, divididas em lotes, nas margens do rio Nilo. Na época das chuvas, o rio transbordava e as marcas divisórias do lotes eram apagadas.Vinham, então funcionários do Faraó refazer a divisão da terra. Para isso mediam comprimentos, larguras, ângulos, traçavam linhas paralelas etc. Os gregos aprenderam com os egípcios esses conhecimentos e os desenvolveram bastante, mais que

5

qualquer povo antigo, eles deram a esses conhecimentos o nome de geometria porque inicialmente serviam para medir terras.Usavam as medidas também em seus edifícios, produzindo grandes monumentos, como as pirâmides de túmulos para os faraós.Além disso, o interesse pelas formas geométricas, sem preocupação com medidas, acompanha os seres humanos desde o começo da história até os dias de hoje. (IMENES; JAKUBO; LELLIS,1992, p.31)

Um exemplo que mostra como os egípcios desenvolveram a geometria por

meio de medições foi a construção iniciada por volta de 2575 a.C., da grande

pirâmide de Quéops, cercadas de mistérios, despertam interesses de historiadores e

estudiosos de civilizações antigas, que foi construída para abrigar e proteger o corpo

do faraó mumificado quando morriam, pois acreditavam na vida após a morte. O

túmulo para um egípcio era o seu castelo da eternidade e deveriam ser

ricamenteornamentados e junto deles muitas riquezas eram guardadas. Os

engenheiros que guardavam os segredos de suas construções planejavam

armadilhas e acessos falsos dentro das pirâmides para que o corpo do faraó e seus

pertences não fossem acessados, pois os egípcios acreditavam que um dia os

faraós subiriam aos céus para se apresentar aos deuses, no qual a religião do Egito

antigo era marcada por várias crenças, mitos e simbolismos. A prática religiosa era

muito valorizada na sociedade egípcia, onde acreditavam em vários deuses e faziam

rituais e oferendas aos deuses para conseguir proteção divina.

A geometria surgiu da necessidade dos seres humanos de medir terras e

demarcar propriedades, mas atualmente, está voltada para o estudo das formas

geométricas, construção de conhecimentos científicos e tecnológicos, dos quais os

alunos devem-se apropriar.

Buscando na história a origem da geometria,

esta surgiu com Euclides, quando escreveu o livro “Os Elementos” em torno dos anos 300 a.C. , de uma forma lógica, organizada, partindo de algumas suposições simples e desenvolvendo-se por raciocínio lógico. A obra de Euclides tem uma importância na história da matemática e exerce influência até os dias atuais, inclusive escolar. (DCEs, 2008, p.55).

Para Miguel e Miorim (2004) também argumenta que a história deve ser um

elo nas explicações dadas aos porquês da matemática.Também consideram que a

6

história é um valioso recurso para o processo de ensino e aprendizagem no

cotidiano escolar, por meio da compreensão e significação. Assim, permite ao aluno,

entender que o conhecimento matemático é construído historicamente.

Dessa forma a abordagem por meio da história da matemática pode contribuir

para motivar os alunos ao observarem o modo como se deu a evolução das ideias

matemáticas e como ocorreu essa passagem. Da necessidade dos povos antigos de

construir navios, casas, medirem terrenos, calcular distâncias surgiu a geometria,

pois era preciso sistematizar as aplicações usadas no dia-a-dia, uma vez que as

formas geométricas estavam presentes na maioria das atividades realizadas por

eles com a finalidade de mostrar sua praticidade para a nossa sociedade.

O que podemos perceber é que o trabalho feito nas escolas muitas vezes é

limitado em cálculos exaustivos e a principal dificuldade encontrada se refere entre

os conteúdos geométricos e a visualização que muitos alunos apresentam durante

as aulas expositivas e o uso das figuras geométricas faz com que os alunos

assimilem o conteúdo e o torne mais agradável durante a aprendizagem. Quando

seria bem mais proveitoso trabalhar a participação prática do aluno, uma vez que só

se aprende o que se pratica.

O objetivo principal desta proposta foi motivá-los a construírem conhecimento

sobre os conteúdos geométricos através da construção e manuseio de materiais

concretos possibilitando ações metodológicas diferenciadas em sala de aula,

aguçando reflexões sobre diferentes situações e incentivá-los a um despertar

investigativo da curiosidade de como, quando e onde a Geometria se apresenta no

cotidiano.

3 Trajetória Metodológica

A Trajetória Metodológica deu-se pelo uso dos recursos didáticos e midiáticos

com os alunos que frequentavam o 3° Ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual

Miguel Dias - E.F.M. no município de Joaquim Távora, núcleo de Jacarezinho -

Paraná, no período de Agosto a Dezembro de 2011.

A implementaçãodeste projeto deu-se no terceiro período do Programa de

Desenvolvimento Educacional -PDE, que é uma política pública que estabelece o

7

diálogo entre os professores da Educação Superior e Educação Básica, através de

atividades teórico-práticas orientadas, tendo como resultado a produção de

conhecimentos e mudanças qualitativas na prática escolar da escola pública

paranaense - PDE 2010, oferecido pela Secretaria do Estado do Paraná, utilizando

"A Geometria Espacial no Cotidiano Escolar" no processo de ensino e aprendizagem

da Matemática.

A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, na modalidade

pesquisa-ação, de cunho social, concebida e realizada em estrita associação com

ação, para resolução de problema coletivo e no qual o pesquisador e os

participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo

cooperativo e participativo (THIOLLENT, 2007).

Este trabalho teve também como objetivo proporcionar aos alunos uma

metodologia diferenciada, bem como, estimular e desenvolver a capacidade de

relacionar os conteúdos estudados com aspectos observados no cotidiano de cada

um, e motivá-los a um despertar investigativo da curiosidade de como, quando e

onde a Matemática está presente.

Num primeiro momento, realizei com a Direção, Equipe Pedagógica e

Professores do Colégio Estadual Miguel Dias, Ensino Fundamental e Médio, uma

apresentação do projeto de Intervenção Pedagógica no curso de Formação

Continuada. Ao iniciar as aulas no mês de julho, foi apresentado aos alunos o

desenvolvimento e execução do projeto, onde o presente trabalho teve como

intenção principal,discutir questões relacionadas ao ensino da Geometria com

enfoque nos Sólidos Platônicos através da construção, manipulação e observação

dos sólidos, como um instrumento facilitador na compreensão dos conteúdos

geométricos, associando a sua representação abstrata aos objetos concretos ao

cotidiano, permitindo uma aprendizagem mais eficaze significativa, relacionando a

Matemática com seu cotidiano.

Para o bom desenvolvimento e sucesso do projeto, fez-se necessário uma

prévia investigação junto aos alunos envolvidos quanto ao nível de seus

conhecimentos matemáticos. Após a investigação do trabalho foi realizada uma

revisão da Geometria plana, abordando os conceitos de polígonos e não polígonos,

dando ênfase nas formas planas e não planas, utilizando os polígonos de madeira

que a escola possui, destacando as formas quadrangulares, retangulares,

triangulares e circulares.

8

E a seguir desenhando no quadro os polígonos e não polígonos de forma

investigativa procurou descobrir os conhecimentos que os alunos já haviam

adquirido nas séries anteriores sobre essas formas. Após a explicação, questionei

sobre o assunto abordado:

- O que diferencia as figuras planas e não planas?

- Que características uma figura deve ter para ser polígono?

Nessa investigação, percebeu-se que a grande maioria dos alunos

reconheceu as formas planas e não planas e sabem classificá-las e defini-las quanto

ao número de seus lados e ângulos, e através da visualização, os alunos

construíram os conceitos de polígonos.

Para inserir o conteúdo proposto passou-se para a seguinte etapa:

Exibição dos vídeos:

*A origem da Geometria

*Geometria no Cotidiano

Após a exibição dos vídeos os alunos tiveram oportunidade de questionar e

argumentar sobre os conteúdos de Geometria em objetos no cotidiano ou em figuras

geométricas, apresentando os conceitos primitivos e a evolução histórica da

Geometria como contribuição para aprendizado de novos conceitos geométricos.

O vídeo contribuiu positivamente para o entendimento dos alunos, despertou

e motivou o interesse pelo conteúdo e através dele, puderam perceber que a

Geometria está presente no nosso dia-a-dia, mas que passa muitas vezes

despercebida em situações ao nosso redor.

Em seguida, trabalhei com a classificação dos sólidos geométricos em:

poliedros e corpos redondos, usando como recursos os materiais concretos de

acrílico enviado pela SEED, com os quais os alunos puderam compreender o

conceito de poliedro.

A seguir, os alunos foram instigados a responder a seguinte questão:

• O que caracteriza poliedros e não poliedros?

9

Pelo relato dos alunos, percebeu-se que houve grande desenvoltura no

entendimento da classificação dos sólidos. A partir disso,procurou-se inserir a teoria

inicial da Geometria Espacial, com os conceitos de reconhecimento, nomeação e

identificação dasfaces, vértices e arestas de um poliedro.

Na sequência, estudamos poliedros regulares, convexos e sólidos platônicos,

também destacando a relação de Euller e a fórmula das medidas dos ângulos das

faces de um poliedro.

Para ilustrar e exemplificar o assunto abordado foram utilizados os sólidos em

acrílico como foi citado anteriormente onde o material contribuiu nas discussões

realizadas em sala de aula. Após a construção de conceitos a classe foi dividia em

quatro equipes com cinco alunos em cada equipe, mas utilizando um critério bem

definido, onde o material será diferenciado para cada grupo.

No primeiro momento das atividades realizadas, foi solicitado aos alunos que,

em grupos, realizassem uma pesquisa na internet sobre a biografia de Platão e os

significados dos sólidos platônicos, a qual foi apresentada pelos grupos para a

própria turma.

O próximo passo foi a construção dos sólidos platônicos com os grupos

definidos, em que cada grupo recebeu cinco planificações, uma de cada poliedro e

ficando responsável pela construção dos poliedros de Platão.

• Equipe 1 - Materiais utilizados:

� Canudos de Refrigerante

� Tesoura

� Régua

� Linha de Nylon

• Equipe 2 - Materiais utilizados:

� Placas de Raio-X

� Tesoura

� Elástico

• Equipe 3 - Materiais utilizados:

� Papel Cartão

10

� Elástico

� Tesoura

• Equipe 4 - Materiais utilizados:

� EVA

� Tesoura

� Cola

� Revistas

Ao iniciar estas atividades, os alunos copiaram a planificação do poliedro

sobre o material indicado para cada grupo. Após a planificação, fizeram recortes,

dobras e colagens concluindo assim, a construção. Os poliedros construídos foram

os cincos poliedros regulares, tais como: tetraedro, octaedro, dodecaedro, hexaedro

e icosaedro.

Os trabalhos desenvolveram de forma satisfatória, com boa participação dos

alunos, pois conseguiram separar e classificar os sólidos por suas características

fizeram a verificação de relação de Euller nos sólidos construídos e verificaram que

ela é realmente válida para ambos.

A relação criada pelo matemático suíço,Leonhard Euller, possuí extrema

importância na determinação de número de arestas e faces de qualquer poliedro

convexo e alguns não convexos.

Essa relação permite que os cálculos sejam realizados no intuito de

determinarmos o número de elementos de um poliedro. Outro aspecto observado é

que a construção e o manuseio do material concreto foi muito motivador e

pedagógico, pois em vários momentos os grupos discutiram e mostraram boa

desenvoltura na aplicabilidade das atividades realizadas.

No comentário dos alunos, muitos relataram que conseguiram aprender os

conceitos abordados a partir das discussões produzidas nas aulas etambém

afirmaram que os recursos utilizados despertaram mais interesse, possibilitando

assim um maior entendimento.

Na etapa seguinte, após observado atentamente os sólidos montados, foi

proposto atividades com preenchimento da tabela com os respectivos dados:

números de faces, arestas, forma das faces, ângulos poliédricos, número de arestas

concorrentes em cada vértice e relação de Euller.

11

Constatou-se nessa etapa que os alunos mostraram boa desenvoltura e

preencheram a tabela de forma satisfatória. Para finalizar este trabalho foi feito uma

Pesquisa Investigativa sobre um olhar geométrico pela cidade.

Em equipe de cinco, os alunos saíram pelas ruas da cidade com um olhar

completamente diferente daquele que estão acostumados e fotografaram

construções de algo que lembram formas geométricas espaciais. A seguir,foi

solicitado aos alunos que fossem reveladas as fotos tiradas das formas geométricas.

O grupo observou nas fotos os sólidos geométricos representados,

enumerando as imagens das fotos, classificando e relacionando suas formas com as

figuras geométricas espaciais trabalhadas nas atividades anteriores.

Esta atividade foi desenvolvida com muito empenho e participação dos

alunos, propiciando um ambiente fértil, onde aconteceu a socialização e

sistematização de novos conhecimentos. Tratou-se de uma pesquisa que motivou e

despertou para o conhecimento da Geometria, e utilizou como ferramenta

pedagógica para aprimorar os estudos das figuras planas e dos sólidos geométricos.

Ao concluir essas atividades, organizamos uma exposição dentro da escola

dos trabalhos realizados pelos alunos durante a implementação do projeto

encerrando com um mural de fotos da cidade que lembram sólidos geométricos e os

sólidos confeccionados durante as aulas para que os alunos e professores

pudessem conhecer um pouco da aprendizagem oferecida ao 3°ano.

4 Análise dos Resultados

As atividades propostas para o Projeto de Intervenção Pedagógica foram

desenvolvidas no 3° ano do ensino médio, em uma turma de 20 alunos, como já foi

citado nesse artigo.

No desenvolvimento do projeto, os alunos demonstraram total interesse, pelos

trabalhos por meios dos quais realizaram as atividades com êxito e todos

participaram ativamente sem nenhuma omissão.

Os sólidos geométricos estão presentes no mundo que nos rodeia, apesar de

muitas vezes passar despercebidas a sua existência. Por meio de formas e

12

desenhos eles estão cada vez mais acessíveis e presentes em nosso dia-a-dia,

desde as civilizações mais antigas até os dias de hoje.

Por isso, esse projeto criou o hábito de reconhecer, no contato diário que

vamos tendo com os objetos que nos envolvam e que apresentam as mais

diferentes formas, aqueles que podem ser associados a um determinado sólido.

Os discentes aprenderam a se relacionar melhor através dos trabalhos em

grupos. As atividades foram resolvidas com maior rapidez e segurança, pois foi

possível contextualizar a teoria e a prática de uma forma lúdica e prazerosa.

5 Considerações Finais

Concluiu-se para os devidos fins que foi válida a apresentação desse projeto,

de forma que contribuiu muito na melhoria da metodologia, com aplicação em sala

de aula, proporcionando-me uma nova visão na maneira de argumentar as

dificuldades com os discentes, procurando despertar neles o censo crítico.

O projeto teve a pretensão de desenvolver uma metodologia dinâmica na

aplicabilidade da Geometria Espacial, inserido nos conteúdos em situações do

cotidiano, dando sentido ao tema estudado e facilitando sua aprendizagem,

tornando-o mais significativo em sala de aula.

Refletindo sobre as dificuldades dos alunos, procurou-se através de aulas

experimentais, propor estratégias para o Ensino da Geometria, ressaltando a

importância da otimização de materiais didáticos manipuláveis, favorecendo sua

aplicação prática na construção de conceitos envolvidos.

Enfim, foi muito importante realizar esta implementação de projeto de

Intervenção Pedagógica na escola, pois através dela, desenvolvi um trabalho de

forma efetiva e positiva, alcançando com satisfação os resultados das ações,

permitindo assim uma prática diferenciada no ambiente escolar.

13

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

FILLOS, Leoni M. Embalagens: Um apoio ao ensino de Geometria Espacial (monografia), Pós Graduação em Ensino Matemática, Universidade Estadual do Centro Oeste – UNICENTRO, Guarapuava, 2000.

FIORENTINI, D,; LORENZATO, S. O profissional em educação matemática. Disponível em: http://sites.unisanta.br/teiadosaber/apostila/matemática Acesso em 18/10/2011.

IMENES, Luiz Márcio; JAKUBOVIC, José;LELLIS, Marcelo. Pra que serve matemática? 3ª ED. São Paulo; Atual Editora, 1994.

MIGUEL, Antônio; MIORIM, Maria Ângela. História na educação matemática: propostas e desafios. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO (MEC). Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio – Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Brasília, 1999.

MUNIZ, Cristiano. A. Explorando a geometria da orientação e do deslocamento. In: PDE/ Gestar II. Programa gestão da aprendizagem escolar. Matemática nas migrações e em fenômenos cotidianos. TP6. Caderno de teoria e prática 6. Brasília: MEC;SEB,2008.

PARANÁ. Diretrizes Curriculares de Matemática para Educação Básica. Curitiba: SEED;DEB, 2008.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais – Matemática. Brasília, 1998.