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Relatório de Estágio Profissionalizante apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à obtenção do grau de mestre do curso do 2º ciclo em Gestão Desportiva (Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, na versão da sua quarta alteração pelo Decreto-Lei n.º 63/2016, de 13 de Setembro, que o republica) A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de Floorball em Portugal Estágio profissionalizante realizado no Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP-UP) Supervisor local: Dr. Bruno Augusto Teixeira de Almeida Orientadora: Prof.ª Doutora Maria José Carvalho Rodrigo Manuel da Costa Medeiros Porto, setembro de 2017

A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

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Relatório de Estágio Profissionalizante apresentado à

Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, com vista à

obtenção do grau de mestre do curso do 2º ciclo em Gestão

Desportiva (Decreto-Lei n.º 74/2006, de 24 de março, na

versão da sua quarta alteração pelo Decreto-Lei n.º 63/2016,

de 13 de Setembro, que o republica)

A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de

Floorball em Portugal

Estágio profissionalizante realizado no Centro de Desporto da

Universidade do Porto (CDUP-UP)

Supervisor local: Dr. Bruno Augusto Teixeira de Almeida

Orientadora: Prof.ª Doutora Maria José Carvalho

Rodrigo Manuel da Costa Medeiros

Porto, setembro de 2017

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II

Ficha de Catalogação

Medeiros, R. M. C. (2017). A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de

Floorball em Portugal. Estágio Profissionalizante no Centro de Desporto da

Universidade do Porto (CDUP-UP). Porto: R. M. C. Medeiros. Relatório de

estágio profissionalizante para a obtenção do grau de Mestre em Gestão

Desportiva, apresentado à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

PALAVRAS-CHAVE: FLOORBALL, CAMPEONATO MUNDIAL,

DESPORTO UNIVERSITÁRIO, EVENTOS DESPORTIVOS, GESTÃO DO

DESPORTO

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III

Agradecimentos

Um percurso no Ensino Superior é marcado por quem nos acompanha,

por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer.

Não devemos ser egoístas e assumir que já temos toda a sabedoria, é

importante saber escutar e observar quem se preocupa com cada um de nós.

O meu primeiro agradecimento vai para a minha Orientadora de Estágio,

Prof.ª Doutora Maria José Carvalho. Os seus conselhos e persistência em

continuar fizeram com que entregasse este documento. Obrigado por ter

acreditado em mim e ter feito com que não deixasse este documento apenas

num computador. Se hoje em dia consigo ter domínios sobre a Gestão do

Desporto, muito se deve às suas aulas, bem como à troca de ideias e

experiências que ocorrem do dia-a-dia.

Ao meu supervisor de Estágio, Dr. Bruno Almeida, por ter aceitado o

meu desafio de ser parte integrante do 7.º Campeonato Mundial Universitário

de Floorball e por ter acreditado nas minhas capacidades e autonomia na

execução das atividades. Obrigado pela confiança e partilha de conhecimento

sobre o desporto universitário, bem como por me ter recebido numa entidade

que se dedicada na promoção de desporto para estudantes universitários.

Ao Daniel Vieira quero agradecer por ter acompanhado todo o meu

percurso de estudante universitário e por me ter dado a oportunidade de

implementar a teoria da Gestão do Desporto na sua prática, através dos vários

eventos desportivos. Neste último ano, em especial, foi quem este mais

próximo do meu trabalho diário, partilhando as ideias e as atividades

necessárias para o campeonato do qual estávamos responsáveis, permitindo

assim desenvolver as minhas capacidades e competências.

Aos professores e estudantes da FADEUP, entidade que se tornou a

minha segunda casa, obrigado por todas as aprendizagens e momentos de

partilha. Entre eles, quero destacar o Prof. Doutor José Pedro Sarmento, pelos

ensinamentos sobre a Gestão do Desporto e do Desporto Universitário, onde

será sempre uma referência para o meu futuro profissional.

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IV

Aos recursos humanos do CDUP-UP, que sempre se disponibilizaram a

orientar-me em tudo o que procurara e pretendia. Nestes, destaco a minha

colega Marisa, porque sempre foste uma referência e a minha base para

chegar mais longe. Obrigado por continuares a confiar nas minhas

capacidades, por acreditares na minha palavra e ensinares toda a tua

experiência. À Sofia Rios, obrigado pela partilha de mais uma cadeira no vosso

gabinete e por me orientares nas atividades que viria a fazer em seguida.

A todos os Dirigentes da FAP e seus funcionários, pela compreensão de

ser estudante, colega e patrão em simultâneo, pelo respeito do pouco tempo

livre que sobrava e pela dedicação de todos juntos conseguirmos fazer um

trabalho excecional, em prol de uma academia mais forte.

A todos os dirigentes da AEFADEUP, nas várias direções que passei,

pois foram essenciais para aprender a trabalhar em equipa, gerir conflitos,

planear e executar atividades e acima de tudo, pelos momentos fantásticos que

partilhamos ao longo destes anos. Para entrar no associativismo há sempre um

“pai” e uma “mãe” que se preocupam connosco e neste caso, o João Pereira e

a Marianna Ottati, agradeço por transmitirem os vossos conhecidos de

associativismo e por acreditarem que um dia faria um bom trabalho. Sem

dúvida que o associativismo faz-nos crescer como pessoas, bem como nos

permite adquirir conhecimentos, competências e funções, que só os dirigentes

podem explicar o que é vivenciá-los de uma forma voluntária.

Como um percurso não se faz sozinho, são os amigos que na ausência

da família tornam-se o nosso pilar. Aos meus amigos “continentais”, Ana

Margarida, Nuno Loureiro e Carlos Nascimento, agradeço a forma como me

acolheram nesta cidade longe do meio familiar, porque devido a vocês, posso

dizer que me senti sempre em casa. Agradeço também os conselhos sobre o

caminho que deveria seguir e obrigado por cada momento partilhado com

vocês.

Aos meus amigos açorianos, Gonçalo, Miguel, Pina, Rúben e Rodrigo,

não só por termos trazido as nossas origens para o Porto, mas como também

por termos partilhado experiências da faculdade. Obrigado por partilharem

comigo o orgulho de sermos açorianos e por jamais nos sentirmos sozinhos.

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V

Ao Tadeu, Tiago, João, Gerson e França, agradeço por sempre terem ido

ao aeroporto com um sorriso, seja na chegada, seja na partida, pois fizeram

com a nossa amizade sempre se mantivesse, apesar desta distância que nos

separava.

À Daniela Cardoso, por todo o amor, carinho e força em seguir em

frente. Sem ti, jamais entraria no ritmo necessário para concluir esta fase da

minha vida. Sem dúvida que apareceste na minha vida e transformaste-a num

dia-a-dia muito melhor. Obrigado por estares a meu lado, esclareceres todas as

dúvidas e fazer-me acreditar que o caminho que estou a seguir é o mais certo.

Como últimos, mas com um sentimento de primeiros, tenho que dirigir-

me aos meus pais, porque sem o vosso esforço, o vosso contributo e a vossa

força de vontade, nunca seria possível atingir as vitórias que hoje conquisto.

Não há palavras que possam descrever toda a vossa dedicação, só refiro que

tenho os melhores pais do mundo e espero um dia conseguir retribuir todo o

vosso investimento. Este ciclo que se termina, é totalmente dedicado a vocês,

pois sempre acreditaram que chegaria ao fim desta aventura numa cidade

desconhecida, onde realmente cresci muito com a experiência que adquiri.

Muito obrigado por tudo. Obrigado do fundo do coração.

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VI

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VII

Índice Geral

Agradecimentos ................................................................................................ III

Índice de Figuras ............................................................................................... XI

Índice de quadros ............................................................................................ XIII

Resumo ........................................................................................................... XV

Abstract ......................................................................................................... XVII

Lista de Siglas ................................................................................................ XIX

Introdução .......................................................................................................... 1

1) Caraterização geral do estágio ...................................................................... 3

1.1) Questões de Partida ............................................................................. 5

1.2) Motivações ........................................................................................... 6

1.3) Expetativas ........................................................................................... 7

1.4) Condições do estágio profissionalizante............................................... 8

1.5) Objetivos do estágio profissionalizante................................................. 9

1.5.1) Objetivo Geral .............................................................................. 9

1.5.2) Objetivos específicos ................................................................... 9

2) Enquadramento conceptual ......................................................................... 15

2.1) Da Gestão à Gestão do Desporto ...................................................... 17

2.2) Funções e competências do Gestor Desportivo ................................. 20

2.3) A gestão dos eventos desportivos ...................................................... 21

2.4) História e enquadramento do Desporto Universitário ......................... 26

2.4.1) O Desporto Universitário Internacional ...................................... 26

2.4.1.1) Estrutura atual da FISU .................................................. 28

2.4.1.2) Os Campeonatos Mundiais Universitários ...................... 31

2.4.2) O Desporto Universitário em Portugal ....................................... 31

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VIII

2.4.2.1) Enquadramento normativo do desporto universitário

em Portugal ......................................................................... 33

2.4.3) O Desporto Universitário no Porto ............................................. 36

2.5) Contextualização do floorball .............................................................. 37

2.5.1) Caraterização geral ................................................................... 37

2.5.2) Principais regras do floorball ..................................................... 39

2.5.3) Habilidades básicas ................................................................... 40

2.5.4) O floorball no Mundo ................................................................. 42

2.5.4.1) Edições anteriores do CMU de Floorball ....................... 42

2.5.5) O floorball em Portugal .............................................................. 45

3) Enquadramento da prática profissional ........................................................ 47

3.1) Caraterização da entidade acolhedora do estágio profissionalizante . 49

3.2) Caraterização das Entidades Organizadoras ..................................... 52

3.2.1) Federação Académica do Porto ................................................ 53

3.2.2) Universidade do Porto ............................................................... 55

4) Realização da prática profissional ................................................................ 57

4.1) Pré-evento do 7.ºCMUF ..................................................................... 59

4.2) O evento: 7.º Campeonato Mundial Universitário de Floorball ........... 76

4.2.1) Gestão dos Recursos Humanos ................................................ 76

4.2.2) Comunicação ............................................................................. 82

4.2.3) Competição ............................................................................... 84

4.2.4) Instalações Desportivas ............................................................. 92

4.2.5) Alimentação ............................................................................... 95

4.2.6) Alojamento ................................................................................. 96

4.2.7) Transportes ............................................................................... 98

4.2.8) Acreditação e Centro de Informação ......................................... 99

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IX

4.2.9) Hospitalidade ........................................................................... 101

4.2.10) Apoio médico ......................................................................... 101

4.2.11) Segurança ............................................................................. 103

4.2.12) Sessões protocolares e Cerimónias ...................................... 104

4.2.12.1) Apresentação pública ................................................. 105

4.2.12.2) Cerimónia de abertura ................................................ 105

4.2.12.3) Programa social .......................................................... 107

4.2.12.4) Jantar oficial das delegações ...................................... 107

4.2.12.5) Cerimónia de entrega de prémios ............................... 108

4.2.12.6) Cerimónia de encerramento ....................................... 109

4.3) Formações de Floorball .................................................................... 110

4.3.1) Formação Madrid ..................................................................... 111

4.3.2) Formação FADEUP ................................................................. 113

4.3.3) Formações em Portugal .......................................................... 114

4.4) Atividades CDUP-UP ....................................................................... 116

4.4.1) Torneio Nacional Universitário de Floorball ............................. 116

4.4.2) Estágios da Seleção Universitária Nacional de Floorball ......... 120

4.4.3) Campo de Férias Desportivas da U.Porto ............................... 122

4.5) Associação ou Federação de Floorball ............................................ 124

5) Reflexão crítica e principais conclusões .................................................... 127

6) Síntese final ............................................................................................... 149

Referências Bibliográficas .............................................................................. 157

Anexos ....................................................................................................... CLXIII

Anexo 1 ................................................................................................. CLXV

Anexo 2 ................................................................................................ CLXVI

Anexo 3 .............................................................................................. CLXVIII

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X

Anexo 4 ........................................................................................... CLXXXIV

Anexo 5 ........................................................................................... CLXXXVI

Anexo 6 .......................................................................................... CLXXXVII

Anexo 7 ......................................................................................... CLXXXVIII

Anexo 8 ........................................................................................... CLXXXIX

Anexo 9 ................................................................................................. CXCII

Anexo 10 .............................................................................................. CXCV

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XI

Índice de Figuras

Figura 1: Áreas de “coordenação de um evento desportivo” (adaptado de

Sarmento e Pinto, 2014, p. 354) ........................................................ 25

Figura 2: Logotipo oficial da FISU .................................................................... 26

Figura 3: Organigrama da estrutura da FISU ................................................... 30

Figura 4: Logotipo oficial da FADU................................................................... 31

Figura 5: Logotipo oficial dos CAP ................................................................... 36

Figura 6: Organigrama do funcionamento interno do CDUP-UP ...................... 51

Figura 7: Logotipo oficial da FAP ..................................................................... 53

Figura 8: Logotipo oficial da U.Porto ................................................................ 55

Figura 9: Logotipo Oficial IFF ........................................................................... 64

Figura 10: Hierarquia dos recursos humanos do 7.ºCMUF. ............................. 77

Figura 11: Pavilhão do Estádio Universitário até 2015 ..................................... 95

Figura 12: Pavilhão do Estádio Universitário depois das alterações devido

ao 7.ºCMUF ..................................................................................... 95

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XII

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XIII

Índice de quadros

Quadro 1: Planeamento dos objetivos estabelecidos no EP ............................ 11

Quadro 2: Planeamento do EP ........................................................................ 14

Quadro 3:Características do stick (cabo e pá) ................................................. 39

Quadro 4:Edições dos Campeonatos Mundiais Universitários de Floorball ..... 43

Quadro 5: Ranking da participação dos países nas diversas edições ............. 44

Quadro 6: Jogos de animação no 6º CMU de Floorball ................................... 44

Quadro 7: Programa da visita técnica do 7.ºCMUF .......................................... 63

Quadro 8: Distribuição das seleções pelos grupos do 7.ºCMUF ...................... 69

Quadro 9: Calendário competitivo 7.ºCMUF .................................................... 70

Quadro 10: Orçamento das despesas do 7.ºCMUF ......................................... 74

Quadro 11: Orçamento das receitas do 7.ºCMUF ............................................ 75

Quadro 12:Cronograma do 7.ºCMUF ............................................................... 86

Quadro 13: Cerimónia protocolar antes de qualquer jogo ................................ 87

Quadro 14: Cerimónia protocolar depois de qualquer jogo .............................. 88

Quadro 15: Classificação final do 7.ºCMUF ..................................................... 92

Quadro 16: Calendário competitivo e resultados do TNU de floorball ............ 118

Quadro 17: Classificação final do TNU de floorball ........................................ 119

Quadro 18: Planeamento da aula de floorball no CFD ................................... 124

Quadro 19: Diferenças ente a Federação Desportiva e a Associação

promotora de desporto ................................................................ 125

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XIV

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XV

Resumo

O presente relatório foi elaborado no âmbito do estágio profissionalizante

realizado no Centro de Desporto da Universidade do Porto. Foi assumida a

responsabilidade de integrar a organização do 7.º Campeonato Mundial

Universitário de Floorball (7.ºCMUF), que se realizou em julho de 2016, no

Porto. Paralelamente enriqueceu-se o conhecimento específico da modalidade

em causa e promoveu-se a sua dinamização em Portugal, com vista à

participação da equipa portuguesa no 7.ºCMUF.

Em termos sistemáticos a organização deste relatório compreende a

introdução e seis capítulos. No primeiro capítulo estão estabelecidos os

procedimentos e os objetivos a respeitar durante o estágio. No segundo, é feito

um enquadramento conceptual relativo às principais temáticas que integraram

o nosso trabalho, enquanto no terceiro destina-se à caraterização das

instituições envolvidas na organização do 7.ºCMUF. O quarto diz respeito ao

planeamento das atividades do pré-evento, das áreas do evento em si e das

outras atividades desenvolvidas. No quinto, está patente uma reflexão crítica

de toda a aprendizagem adquirida e as principais conclusões. Por último, a

síntese final de todo o presente trabalho encontra-se no sexto capítulo.

O objetivo principal centrou-se no envolvimento da gestão do 7.ºCMUF,

sendo parte ativa da conceção, planeamento e decisão de todas as atividades

necessárias ao referido evento, assim como à sua promoção. Numa primeira

fase, a atividade do presente estágio fez-se junto da comissão executiva e

numa fase ulterior, junto da comissão organizadora. Paralelamente, foram

ainda cumpridos objetivos, como ações de formação destinadas à

implementação do floorball, bem como o envolvimento na organização e

dinamização de atividades do CDUP-UP. A realização do presente estágio

profissionalizante excedeu as expectativas iniciais e foi fundamental para a

aquisição de novos conhecimentos e competências no domínio da gestão do

desporto, de forma a configurar-se como o futuro do sector profissional.

PALAVRAS-CHAVE: FLOORBALL, CAMPEONATO MUNDIAL,

DESPORTO UNIVERSITÁRIO, EVENTOS DESPORTIVOS, GESTÃO DO

DESPORTO

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XVI

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XVII

Abstract

The current work was elaborated within the context of the professional

internship in Sports Center of University of Porto. Associated with competition

department, it was assumed the responsibility to integrate and organized the 7th

World University Floorball Championship (7.ºWUFC), which was on July of 2016

in Porto. In this point of view, it was intended to take up the challenge in order to

learn more about the modality, seeking to develop it in Portugal, culminating in

the organization of a sport event, with a participation of Portuguese team.

This work has an introduction and is divided into six chapters. In the first

chapter are the procedures and the goals established throughout the internship.

In the second, a conceptual framework is made, while in the third the framework

is related to the institutions that were involved in the organization of 7.ºWUFC.

Fourth chapter is related to the execution of tasks during the pre-event, report

the event areas and other activities developed. In fifth, there is a reflection of all

the acquired learning. Finally, the last one is the final synthesis related to this

work.

The main goal of this internship was to be involved on 7.ºWUFC

organization, being an active part of the execution, planning and decision of all

necessary sport event tasks. First of all, the activity of this internship was made

with executive committee and later with the organizing committee. In addition to

the last goal, more objectives were also fulfilled, such as training actions for

floorball implementation, as well as the involvement in the organization and

dynamization of CDUP-UP activities.

The practice of the internship was based on the accomplishment of these

goals. So, it was fundamental the acquisition of knowledge, the experience

arising from the moments and the teaching to those involved in the sporting

event over time.

KEY WORDS: FLOORBALL, WORLD CHAMPIONSHIP, UNIVERSITY

SPORT, SPORT EVENTS, SPORT MANAGEMENT

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XVIII

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XIX

Lista de Siglas

AAEE Associação Académicas e Associações de Estudantes

ADAMS Anti-Doping Administration and Management System

ADESL Associação Desportiva do Ensino Superior de Lisboa

AEFADEUP Associação de Estudantes da Faculdade de Desporto da

Universidade do Porto

CAP Campeonato Académico do Porto

CD Comissão Disciplinar

CdE Comissão de Estudantes

CDSU Comissão de Desenvolvimento do Desporto Universitário

CDUP-AD Centro Desportivo Universitário do Porto- Associação

Desportiva

CDUP-UP Centro Desportivo da Universidade do Porto

CEG Comissão de Igualdade e Género

CEU Campeonato Europeu Universitário

CF Comissão Financeira

CFD Campo de Férias Desportivas

CGS Comissão de Gestão de Desporto

CIC Comissão Internacional de Controlo

CISCA Comité Internacional de Supervisão, Controlo e

Arbitragem

CJ Comissão Jurídica

CMC Comissão de Mídia e Comunicação

CMI Comissão Médica Internacional

CMP Câmara Municipal do Porto

CMU Campeonato Mundial Universitário

CNU Campeonato Nacional Universitário

CSU Comissão de Supervisão das Universíadas

CTI Comissão Técnica Internacional

CUL Campeonato Universitário de Lisboa

Educ Comissão de Educação

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XX

ENU Eventos Nacionais Universitários

EP Estágio Profissionalizante

EUG Jogos Europeus Universitários

FADEUP Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

FADU Federação Académica de Desporto Universitário

FAP Federação Académica do Porto

FISU Federação Internacional de Desporto Universitário

GADUP Gabinete de Apoio ao Desporto da Universidade do Porto

GR Guarda-redes

IES Instituições de Ensino Superior

IFF Federação Internacional de Floorball

IPAM Instituto do Português de Administração e Marketing

IPDJ Instituto Português do Desporto e Juventude

MCTES Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

NCS Zona Norte, Centro e Sul

NUSF Federação Desportiva Universitária Nacional

Rep. Checa República Checa

Rep. da Coreia República da Coreia

SASUP Serviços de Ação Social da U.Porto

TNU Torneios Nacionais Universitários

UPFit Programa de fitness da Universidade do Porto

U.Porto Universidade do Porto

WADA World Anti-doping Agency

7.ºCMUF 7.º Campeonato Mundial Universitário de Floorball

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1

Introdução

O presente relatório de estágio resulta do estágio profissionalizante

realizado no Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP-UP),

estando associado ao desporto universitário, e contando com a supervisão

local do diretor do CDUP-UP, Dr. Bruno Almeida e com a orientação da

docente da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto (FADEUP), Prof.ª

Doutora Maria José Carvalho.

O CDUP-UP conta com um departamento de competição que tem como

responsabilidade a organização e participação em eventos desportivos

universitários. Porém, em 2016 contava com uma novidade e responsabilidade

acrescida, nomeadamente, ser parte integrante da organização do

Campeonato Mundial Universitário de Floorball. Este campeonato abrangeu

uma dimensão de elevada responsabilidade com uma reduzida margem de

erro na sua conceção. A nível pessoal, a organização do evento desportivo foi

uma das paixões que encontrara ao longo dos dias, tendo sido esta, uma

autêntica oportunidade de conhecer um novo projeto. A aventura era a palavra

de ordem naquela modalidade nórdica que ninguém conhecia, sendo

necessário explicar o conceito da modalidade antes de começar o ensino sobre

o que se pretendia.

A escolha pelo desafio surgiu de uma forma natural, pelo que quanto

maior a dificuldade em enfrentar o mesmo, maior seria a concretização pessoal

ao superá-lo. Outra paixão pessoal é o próprio desporto universitário, no qual

surge um misto de participantes, uma vez que integra atletas federados e

atletas que estão a competir na modalidade pela primeira vez, ou mesmo que

tenham interrompido a sua prática desportiva por diversas razões. Esta

integração dos estudantes e a visão de “desporto para todos”, tornam o

desporto universitário mais rico, onde a incerteza é a palavra que mais

caracteriza cada uma das equipas que nele participam, sejam no resultado que

poderão obter num jogo, seja na equipa que apresentarão nesse jogo ou numa

próxima época. As equipas podem apresentar diversas mudanças de época

para época e de jogo para jogo, levando a que o desporto universitário seja

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2

visto como uma fuga às rotinas estudantis e uma das formas de combate ao

sedentarismo. Todavia, importa não esquecer as responsabilidades dos

atletas enquanto estudantes. Antes de serem atletas são estudantes e o lazer

não deve interferir no futuro do estudante. Quer isto dizer, que o Ensino

Superior deve estar preparado para compreender esta realidade, dando a

devida importância ao desporto universitário desde que nunca o atleta não seja

prejudicado nos seus estudos.

No que diz respeito à estruturação do relatório de estágio, no primeiro

capitulo foi feita uma caraterização geral do estágio profissionalizante,

constando as questões iniciais que pretendi estudar e aprender ao longo do

mesmo, as motivações e expectativas pessoais e profissionais que imaginava

antes de se iniciar e ainda, as condições do estágio profissionalizante os

objetivos definidos, definidas em conjunto com o meu supervisor local.

No segundo capitulo, foi elaborado um enquadramento conceptual com

os temas: gestão, gestão do desporto, gestor desportivo, gestão de eventos

desportivos e desporto universitário. Neste último, pretendi esclarecer a

organização e dinamização do desporto universitário de índole internacional,

nacional e regional, neste caso, no Porto. Sendo o trabalho realizado na

promoção e ativação de uma nova modalidade em Portugal, descrevi ainda a

caraterização do Floorball.

Em relação ao terceiro capítulo, foi caracterizado o local de estágio,

nomeadamente o CDUP-UP, como também a Federação Académica do Porto

e a Universidade do Porto, sendo as duas entidades responsáveis por

organizar o Campeonato Mundial Universitário de Floorball em 2016 no Porto.

Para o quarto capítulo, ficou reservada a realização prática do estágio

profissionalizante, descrevendo as atividades elaboradas no pré-evento e

durante o evento organizado. Foi descrito ainda, as atividades paralelas ao

evento desportivo principal, tais como as formações de floorball e as atividades

do CDUP-UP.

No quinto capítulo está patente a reflexão critica e as principais

conclusões e, por último, no sexto capítulo, encontra-se a síntese final.

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3

1) Caraterização geral do estágio

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A ansiedade e esperança são as palavras que marcaram o início de uma

nova aventura, numa realidade um pouco diferente do habitual. Ansiedade por

não saber o que esperava, o que tinha que cumprir e quais as dificuldades e

benefícios que poderia encontrar em cada um dos dias do estágio que realizei.

Por outro lado, a esperança por adquirir ensinamentos e experiências

essenciais para um futuro próximo, na procura da realização profissional.

Esperança ainda, por ter escolhido a opção certa e por nunca desistir de um

sonho de trabalhar no que realmente tenho paixão em realizar.

1.1) Questões de Partida

Como planear, estruturar e o que mudar para fazer um

Campeonato Mundial Universitário (CMU) diferente?

Como motivar a prática desportiva de uma modalidade que

não é praticada em Portugal?

Fazer parte da organização de um evento desportivo mundial, permitiu

conhecer todos os passos e exigências que a dimensão do evento pode

proporcionar. Há uma equipa de trabalho onde grande parte do planeamento e

estruturação surge das exigências da Federação Internacional do Desporto

Universitário, contudo, o que distingue as várias entidades organizadoras é a

capacidade de inovação e imaginação em construir algo que marque a

diferença pela positiva. A outra questão foi a grande dificuldade existente ao

longo do pré-evento. A modalidade tem um grande potencial em diferentes

países, mas a palavra-chave está no despertar do interesse, sendo preciso

motivar as pessoas para a sua prática.

A primeira fase passou por dar a conhecer a modalidade e a segunda

pela sua experimentação. De seguida, surgiu a manutenção para que a

modalidade ficasse nos hábitos desportivos diários dos seus praticantes e

interessados. As crianças foram o principal público-alvo de experimentação,

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pois são as que mais facilmente se apaixonam por algo novo como também

têm a inocência de criticar quando não gostam do que estão a fazer. Elas são o

futuro da modalidade em Portugal e a dedicação pela sua formação pode fazer

toda a diferença.

1.2) Motivações

Estar motivado no trabalho que se tem a produzir, aumenta a

rentabilidade e acelera as atividades a cumprir. Estar motivado é estar

envolvido com a entidade que se representa, é procurar ser uma peça

fundamental da organização. Assim, as motivações deste estágio, advieram do

facto de estar há anos dedicado e envolvido com a organização de eventos

desportivos, do ganho de experiência pela responsabilidade assumida, na

autodeterminação pela confiança depositada em mim para organizar este

evento de carácter mundial e na melhoria de uma língua estrangeira.

Trabalhar numa instituição que representa a Universidade, onde tenho a

oportunidade de estudar e representar, é como proteger a nossa própria casa.

A troca de conhecimentos com os recursos humanos da instituição foi uma

aquisição de experiência. Assim, permitiu-me realizar um legado contribuindo

positivamente para todos os estudantes dos seguintes anos ou mesmo para

quem pense organizar um evento desportivo de carácter mundial.

Em suma, aprender a gerir conflitos e a frustração pelo insucesso, trazer

uma novidade aos meus colegas, superar os objetivos colocados pela

instituição e cumprir os prazos impostos foram as motivações presentes no

pensamento de cada dia de trabalho.

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1.3) Expetativas

Este estágio realizou-se numa instituição na qual me deparo no meu dia-

a-dia, através de uma participação externa. O CDUP-UP representa as

atividades desportivas promovidas pela Universidade do Porto (U.Porto) e,

como tal, ao fazer parte da FADEUP, mais concretamente da sua Associação

de Estudantes da FADEUP (AEFADEUP), usufruí da oportunidade de participar

nestas atividades. No entanto, este foi um ano diferente. Um ano em que tive

oportunidade de observar e estar presente em todo o processo de elaboração

até ao seu resultado final. Ao fazer parte do pré-evento, adquiri competências

para a organização de eventos desportivos, tendo a necessidade de enfrentar

dificuldades para a sua realização.

Deste modo, pretendi tornar-me uma peça fundamental nesta instituição,

na qual quis que o meu trabalho se tornasse uma mais-valia. Demonstrei os

meus conhecimentos e capacidade de organização, áreas nas quais idealizei

ganhar experiência.

O campeonato, realizado no Porto em julho de 2016, seria uma grande

responsabilidade para um estagiário, mas sem dúvida uma demonstração de

respeito e confiança pelo trabalho que tinha já demonstrado ao longo dos

últimos anos até ao presente. Ambicionei fazer a diferença e dessa forma

deixar a minha marca nesta instituição. Aprender e ensinar, ouvir conselhos e

contar experiências. Desejei que vissem como um membro integrante e não

como mais um elemento da equipa. Apesar de ter já alguma convivência no

meu dia-a-dia com algumas das pessoas presentes no CDUP-UP, sabia que

ainda não as conhecia em contexto de trabalho, contexto no qual existem

sempre diferenças relativamente aos momentos de lazer. Os recursos

humanos são sempre imprevisíveis e é aqui que surgiu o meu receio inicial.

Será que irei ser bem recebido e visto como uma pessoa a colaborar? Ou,

serei um intruso que está a fazer um trabalho à parte?

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1.4) Condições do estágio profissionalizante

A primeira reunião surgiu ainda no ano letivo 2014/2015, na qual

comuniquei ao Dr. Bruno Almeida que pretendia fazer o meu estágio

profissionalizante no CDUP-UP. Esta intenção foi recebida com bom agrado e

de imediato me foi atribuída a pasta do CMU. Em setembro, o meu supervisor

de estágio colocou-me a trabalhar no CDUP-UP, situado na Boa Hora. Fiquei

no gabinete do Prof. Daniel Vieira, sendo este o Secretário-Geral do 7.ºCMUF.

Isto permitiu-me, ter uma relação direta com toda a organização, pois todos os

procedimentos passavam diretamente por ele. Apesar de me ter sido dado este

espaço para trabalhar diariamente, o meu estágio não se resumiu unicamente

aqui. Tive igualmente a oportunidade de estar presente no estádio universitário

e na FADEUP, instalações desportivas que iriam receber o 7.ºCMUF. Por

último, presenciei as reuniões pontuais e as visitas técnicas a todos os espaços

e locais que estariam subjacentes à realização da referida competição.

Relativamente ao horário de desenvolvimento do estágio, não fora

definido um horário fixo, devido às minhas funções ligadas à representação

académica e por ser uma função onde teria cargas horárias de trabalho

desiguais. Certamente que foram largamente superadas as 500 horas de

dedicação a este estágio profissionalizante (EP).

O meu supervisor de estágio deu-me liberdade para estar à vontade

nesta instituição, bem como, se mostrou disponível para me orientar no

processo de construção do evento, desde as áreas de logística, passando

pelos contactos necessários e terminando em vivências de outros CMU.

Abordando todos os contactos, estes foram fundamentais para o presente e

para o meu futuro. Pela emergência e aproximação do campeonato, estes

contactos diretos permitiram ter acesso a informações de uma forma mais

rápida, sendo que num futuro poderão abrir-me portas possibilitando a

organização de outros eventos desportivos. Foi realmente importante

demonstrar e executar um bom trabalho. Por último, foi-me dada a

oportunidade de participar nas reuniões com os delegados técnicos de modo a

compreender como são estabelecidas as normas no CMU.

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1.5) Objetivos do estágio profissionalizante

Os objetivos foram estabelecidos de acordo com as funções e

competências a assumir, bem como, com as responsabilidades ao executar as

tarefas. Estes objetivos encontram-se divididos em gerais e específicos, que

por sua vez se subdividem em principais e secundários. O foco estava no

7.ºCMUF, tendo sido estabelecidos objetivos relacionados com a gestão,

organização e promoção do mesmo, através da comissão executiva ou da

comissão organizadora. Paralelamente, estruturam-se formações de floorball e

dinamizaram-se várias atividades no CDUP-UP. Estas ações foram paralelas

ao evento desportivo, não sendo obrigatórias na sua execução, mas que

contribuíram positivamente para a implementação do floorball em Portugal.

Encontram-se assim citados discriminadamente os vários objetivos.

1.5.1) Objetivo Geral

Planear, estruturar e intervir diretamente na gestão do 7.ºCMUF e

paralelamente, acompanhar e intervir nas ações de promoção e formação do

floorball em Portugal.

1.5.2) Objetivos específicos

a) Objetivos principais

- Organização de eventos: organizar e gerir o 7.ºCMUF, desde o pré-

evento até à realização do próprio evento. Planear e executar todos os

processos de pré-evento, contribuindo com as diversas atividades dos recursos

humanos nas suas áreas. Em termos funcionais, numa primeira fase, ao fazer

parte da comissão executiva, existe um controlo e execução de todas as áreas

envolvidas no departamento de operações, permitindo-me obter um

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conhecimento aprofundado de todas as necessidades e atividades a

desenvolver. Posteriormente, ao ter sido nomeado para ser membro da

comissão organizadora, o meu papel principal passou a ser o planeamento e a

decisão do que era preciso executar.

- Promoção do evento: criar ações pontuais nas ruas, escolas e

universidades, com o objetivo de divulgar o evento desportivo. Dar a conhecer

a modalidade, cativando as pessoas a estarem presentes nas bancadas das

duas instalações do campeonato. Organizar demonstrações, com material

alusivo à modalidade, permitindo ter um contacto próximo com o que os atletas

iriam encontrar ao seu dispor na competição.

b) Objetivos secundários

- Formação em floorball: promover uma formação específica de

floorball, formando jogadores, árbitros e monitores (dirigentes e treinadores),

bem como, formações gerais de floorball, nas diferentes Universidades do país,

com o objetivo de encontrar potenciais jogadores para representarem a

Seleção Universitária Nacional de Floorball no campeonato.

- Atividades CDUP-UP: contribuir e orientar nas atividades e eventos

organizados pelo CDUP-UP ou U.Porto, nos quais foram necessários recursos

humanos.

Em suma, todos estes objetivos realistas e desafiadores foram pensados

após a reunião com o supervisor de estágio. Foram assim, os principais pilares

escolhidos para estar focado ao longo de todo o ano de estágio. Para além dos

objetivos, foi também estabelecida a sua programação temporal, como se pode

verificar no quadro 1. Na eventualidade de surgir algum incumprimento na data

ou novo objetivo, teria que ser sempre estabelecido com o supervisor de

estágio as devidas alterações e atualizações do que estava previamente

planeado.

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O objetivo geral permitiu abranger os objetivos principais e secundários,

porque a estruturação dos objetivos esteve sempre relacionado com a

organização e implementação do 7.ºCMUF. Os objetivos principais foram

definidos consoante os interesses de desenvolvimento pessoal, devido à

aplicação na prática dos conteúdos teóricos abrangidos nas aulas e por

abranger as atividades do dia-a-dia de um evento desportivo. Por último, os

objetivos secundários surgem por não serem essenciais ao desenvolvimento

do evento desportivo, mas porque tornaram-se essenciais no desenvolvimento

da modalidade de floorball em Portugal.

Quadro 1: Planeamento dos objetivos estabelecidos no EP

Outra ferramenta de auxílio ao planeamento do EP, está representada

por tópicos no quadro 2, o que possibilitou desenvolver a estrutura do relatório

de estágio. Esta ferramenta permitiu controlar as etapas concluídas assim

como, as que estavam por concluir. Foi sobretudo uma ferramenta de

orientação para o supervisor e para o estagiário, tendo sido fundamental

perceber o objetivo final para proceder à estruturação deste cronograma,

Set.

2015

Out.

2015

Nov.

2015

Dez.

2015

Jan.

2016

Fev.

2016

Mar.

2016

Abr.

2016

Mai.

2016

Jun.

2016

Jul.

2016

Promoção do

evento

Formação

em floorball

Comissão

Executiva

Atividades

CDUP-UP

Comissão

Organizadora

Organização

de eventos

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estando consciente das etapas que seriam necessárias ultrapassar para

garantir o seu cumprir.

Num primeiro momento foi necessário fazer uma reflexão sobre o que

pretendia do EP, aproveitando para pensar nas expetativas e motivações que

tinha à partida. Este momento, foi importante para que no fim houvesse uma

reflexão sobre a realidade do que realmente acontecera. Ficaram também

estabelecidas as condições do EP, sendo integrado nas instalações do CDUP-

UP da Boa Hora, partilhando o espaço e conhecimentos com os recursos

humanos envolvidos neste. Daqui, estabeleceram-se objetivos para serem

cumpridos ao longo do EP.

Nos meses seguintes, o foco estabeleceu-se nos conteúdos teóricos

relacionados com o tema do EP. Com isto, a procura incidiu com a gestão,

gestão do desporto, gestor desportivo e eventos desportivos. O objetivo foi

partir de uma análise de conteúdos mais gerais, para uma análise mais

específica e por isso, a pesquisa baseou-se seguidamente no desporto

universitário e no floorball. Nestes dois últimos, obteve-se um enquadramento

da gestão do desporto internacional, nacional e regional (Porto). Por fim, no

que respeita à modalidade de floorball, foi necessário caraterizá-la, tendo sido

apresentado as suas principais regras e habilidades básicas, devido ao

desconhecimento da modalidade. Foi referida a sua história, assim como, o seu

surgimento no desporto universitário, a sua introdução em Portugal e o

histórico das edições dos CMU de floorball até 2014. Os temas escolhidos

foram baseados na necessidade de adquirir um conhecimento da realidade que

seria encontrada no EP, em conhecer o pensamento de alguns autores sobre a

gestão do desporto e os eventos desportivos e comparar com o que ocorreu

neste campeonato, bem como esclarecer as especificidades da modalidade em

questão. Todos os conteúdos teóricos têm por base as referências

apresentadas no fim deste relatório.

Em dezembro, ao ter um conhecimento mais profundo e pormenorizado

sobre a entidade que estive a estagiar diariamente, passei para o papel a sua

gestão do dia-a-dia e o seu surgimento na sociedade, elaborando assim a

caracterização do CDUP-UP. Aproveitando este contexto, foram descriminadas

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as características das entidades organizadoras do CMU, nomeadamente a

Federação Académica do Porto (FAP) e a U.Porto.

Em relação à realização da prática profissional, foram várias as

atividades realizadas entre o início e o fim do estágio, procurando sempre dar

resposta aos objetivos estabelecidos. Existiram duas fases claras neste

processo, sendo o pré-evento e o evento. No pré-evento, desenvolveram-se

atividades fundamentais para a realização do CMU de floorball, mas dadas as

características da modalidade, outras atividades tiveram que ser pensadas,

planeadas e dinamizadas. Destas, surgiram a promoção do evento, as

formações em floorball, os campos de férias da U.Porto, o torneio nacional

universitário (TNU) de floorball e os estágios da seleção de floorball. No evento,

foram descritas doze áreas, consoante o que se verificou neste CMU de

floorball, permitindo ter um conhecimento específico do que aconteceu e

possibilitando que num próximo evento, já se encontre escrito uma base do que

deve ser realizado.

Por último, após o campeonato, fora escrita uma reflexão crítica e uma

síntese final sobre os procedimentos realizados descrevendo a aprendizagem

adquirida, partilhando conhecimentos e ideias para outros eventos desportivos.

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Quadro 2: Planeamento do EP

Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul.

Ago.

Preliminares e Introdução

1. Caraterização geral do estágio

1.1 Motivações e expectativas

1.2 Condições do EP

1.3 Objetivos e expectativas do EP

2. Enquadramento da prática profissional

2.1 Gestão e Gestão do Desporto

2.2 Funções e competências do Gestor Desportivo

2.3 A gestão dos eventos desportivos

2.4 O desporto universitário internacional

2.5 O desporto universitário em Portugal

2.6 O desporto universitário no Porto

2.7 Enquadramento do floorball

3. Enquadramento da prática profissional

3.1 Caraterização do CDUP

3.2 Organização do CMU (UP e FAP)

4. Realização da prática profissional

4.1 Prática institucional

4.1.1 Formações e promoção do Floorball

4.1.2 Área técnica

4.1.3 Campo de Férias da U.Porto

4.1.4 Associação e TNU de Floorball

4.1.5 Estágio da seleção

4.2. O CMU de Floorball - Porto 2016

Gestão de Recursos Humanos

Comunicação

Competição

Instalações Desportivas

Alimentação

Alojamento

Transportes

Acreditação e Centro de Informação

Hospitalidade

Assistência Médica

Segurança

Sessões Protocolares e Cerimónias

5. Reflexão crítica

6. Síntese final

7. Referências Bibliográficas

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2) Enquadramento conceptual

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O conhecimento teórico assemelha-se ao(s) elemento(s) da base

quando se pretende construir uma pirâmide na ginástica acrobática ou a uma

bola num jogo de futebol. Sem estes elementos fundamentais, torna-se difícil

elevar os outros elementos na pirâmide não existindo igualmente um jogo de

futebol. Este conhecimento e enquadramento é fundamental para “construir” o

caminho a percorrer, para ter justificações quando as dúvidas surgem e para

efetuar a comparação da teoria com a prática.

2.1) Da Gestão à Gestão do Desporto

A Gestão em si, surge de uma forma natural, é algo que o ser humano é

capaz de fazer, pois cada um de nós deve saber como gerir a sua vida

diariamente (Pires, 2005).

Com o nascer do sol e dependendo das condições meteorológicas, o

Homem procurava resolver e gerir o máximo de atividades, contribuindo para a

sua evolução (Pires, 2007). Contudo, de uma forma mais formal, a gestão

surgiu nas fábricas, de forma a corresponder às burocracias necessárias no

mundo do trabalho. E foi esta gestão nas empresas, que permitiu o tempo livre

aos seus operários e a consequente prática de desporto pelos mesmos, que

originou o desporto tradicional que conhecemos hoje: o desporto regulado e

esquematizado (Pires, 2005).

A gestão é uma palavra do senso comum, utilizada para tantos

significados, que por vezes torna-se difícil distingui-la em tarefas no nosso dia-

a-dia. De acordo com Pires e Lopes (2001), a “Gestão é uma palavra

polissémica”, dado que pode assumir vários sentidos, em função do seu

contexto social e exemplo disso mesmo, é uma das comparações mais comuns

através da utilização das palavras gestão e administração com os mesmos

significados. A realidade é que se torna difícil distinguir o que cada uma pode

significar separadamente, uma vez que as mesmas estão associadas. Para

Pires (2007), o ambiente em que estas palavras se inserem, é que pode

transmitir o seu verdadeiro significado, considerando que a gestão se encontra

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mais relacionada com os negócios e atividade económica. Já a administração

parece associar-se à burocracia, confundindo-se com a administração pública

(esta relacionada com ações proporcionadas pelo estado).

De acordo com Pires (2005), são cinco as escolas de gestão, cujas

caraterísticas têm em conta a forma de gestão das organizações de cada

época, e que abordaremos separadamente de seguida. A primeira escola de

gestão surgiu por Frederick Taylor nos anos 20, denominada de escola

clássica, onde a organização está pensada como uma máquina sob influência

da tecnologia. Esta filosofia levava a um único pensamento das pessoas,

aquando estavam na construção e execução das suas tarefas, trazendo

benefícios à organização. Posteriormente, surgiu a escola psicossociológica

por Henry Ford, a partir dos anos 30. Nesta, cada funcionário era responsável

por uma fase da linha de montagem, tendo direito a exprimir a sua opinião, tal

como o que sentiam no desempenho das suas funções. Facilmente se percebe

que esta escola se focava nas relações humanas, compreendendo os seus

comportamentos. Na década de 40, Max Weber desenvolveu a escola

burocrática, através do conceito de “tipo ideal”. O conceito focava-se na

estrutura, no processo e comportamento das organizações. Segundo este, a

burocracia era o método mais eficiente na organização, visto que existia um

conjunto de profissionais que seguiam as regras estabelecidas.

Posteriormente, já nos anos 50, surgiu por Ludwing von Bertalanffy a escola

sistémica que funcionava como um sistema que englobava diversas áreas

especializadas na partilha de cada conhecimento e na procura de um mesmo

fim para todos. Neste sentido, esta escola pretendia que se compreendesse o

produto no seu total e não apenas da soma das suas partes individuais. A

última escola de gestão a surgir foi a escola contingencial que contou com os

autores Tom Peters e Robert Waterman. Esta escola preconizava que as

organizações deveriam funcionar em conformidade com o ambiente externo,

pelo que, o sucesso da organização não era eterno já que nada se mantinha

estável por muito tempo (considerando o percurso de desenvolvimento de cada

uma).

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No caso específico do desporto, as organizações desportivas estão

envolvidas num ambiente que se encontra em constante mutação. Surge por

isso, a necessidade de efetuar uma constante avaliação e caracterização

desse mesmo envolvimento, de modo a que seja possível não só compreendê-

lo melhor, mas também estarmos o mais atualizados possível (Pires, 2007). De

facto, o sucesso das organizações desportivas parece estar dependente da

performance e eficácia que a gestão do desporto implica no dia-a-dia (Alin et

al., 2015). Para tal, é fundamental fomentar a criatividade na organização, que

por sua vez se faz acompanhar da aprendizagem, e só assim poderá ocorrer

evolução e adaptação ao meio ambiente (Moreira & Freitas, 2009).

A gestão desportiva pode ser encarada de duas perspetivas: pragmática

e académica. É pragmática pois pretende encontrar soluções na resolução dos

vários problemas e é capaz de criar rotinas no desenvolvimento de novos

projetos. É académica pois através da imprevisibilidade surge a originalidade.

Aqueles que a estudam e a entendem numa interiorização mais profunda têm a

capacidade de formular perguntas e encontrar as soluções mais acertadas

quando são necessárias respostas (Pires & Lopes, 2001).

Quando procuramos comparar o modelo de gestão desportiva na

América e na Europa, apercebemo-nos que os mesmos são completamente

distintos. Na América, a gestão desportiva está relacionada com a necessidade

de rentabilização financeira, na qual o auge do desporto está associado às

ligas profissionais ou aos eventos desportivos em colégios e universidades. Por

outro lado, na Europa, a gestão desportiva insere-se na política que se baseia

no desporto para todos, envolvendo grandes massas num objetivo comum,

sendo criadas condições de acesso à prática desportiva para todos (Pires &

Lopes, 2001).

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2.2) Funções e competências do Gestor Desportivo

Quando se discorre sobre Gestão, deveremos refletir sobre o papel na

prática do Gestor. Drucker (1993, cit. por Pires, 2005) refere que as funções de

um gestor são várias, destacando-se a determinação de objetivos, o desenho

da organização, a motivação e comunicação, a elaboração de normas e o

treino de recursos humanos. Nos últimos anos, o mercado desportivo tem-se

vindo a alterar muito rapidamente e a crise que se faz sentir no mundo afeta

quem assume o papel de gestor desportivo, já que cada vez mais, há uma

maior pressão e exigência em obter bons resultados. O que antigamente

facilmente se transformava em receita, hoje em dia pode produzir pouco efeito.

Neste sentido, as funções e competências do gestor têm que mudar, não

bastando organizar e supervisionar as atividades, tornando-se necessário

inovar e gerir um conjunto de recursos humanos (Retar et al., 2013). Todavia,

apesar da diversidade e das preferências que um gestor desportivo pode

apresentar nas suas atividades, a dificuldade surge quando não há tempo para

pensar, perspetivar, planear e organizar os projetos, as atividades ou os

eventos desportivos (Carvalho, 2013). Neste sentido, trabalhar na gestão, exige

que se associe ao seu contexto e o gestor deve estar preparado para reagir às

circunstâncias que surgem e decidir da forma mais eficaz, consoante as suas

responsabilidades (Pires & Lopes, 2001).

Celma (2004) considera que existem três dimensões no trabalho do

gestor desportivo: as funções, os recursos e os fatores. Iniciando pelos últimos,

os fatores surgem da missão e dos objetivos da organização, já os recursos

são essenciais, pelo que são intrínsecos e adquiridos; enquanto as funções

apontadas são cinco: conceitual, planificação, organização, execução e

apreciação. A função conceitual está relacionada com a capacidade de

observar, coordenar e integrar os vários fatores envolventes na organização. Já

a planificação é imprescindível por ser um instrumento que faz o gestor pensar

nas tarefas da organização e nas ocasiões que possam surgir. Por outro lado,

a organização está presente na articulação dos recursos humanos, financeiros

e materiais, dividindo tarefas por cada um. A execução consiste na ação de

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tudo o que foi planeado, seja do que é considerado certo ou incerto, enquanto

a apreciação consiste no controlo e avaliação de toda a planificação.

Neste sentido, é possível concluir que o trabalho do gestor desportivo

aparenta ser diverso e que poderá alargar-se à gestão de equipa, eventos e

instalações, marketing desportivo, economia desportiva e financiamento de

desportos profissionais e amadores. Cada uma destas possibilidades decorre

do mais simples ao mais complexo, podendo ser o trabalho individual na

progressão de um atleta, passando por um jogo em particular ou na gestão de

um campeonato (Chirilă & Chirilă, 2015). Em termos de atuação, a grande

maioria dos gestores desportivos, desenvolvem as suas funções no centro

operacional, mais concretamente, na coordenação de equipas (Sarmento et al.,

2006).

Das várias competências do gestor desportivo anteriormente referidas, a

gestão de eventos parece assumir-se como uma das mais complexas e

exigentes funções que ele tem que desempenhar.

2.3) A gestão dos eventos desportivos

O desporto tornou-se um fenómeno mundial e ganhou uma dimensão

global, fruto do seu desenvolvimento em torno da perfeição e do envolvimento

dos meios tecnológicos. Quando pensamos em desporto pensamos no

espetáculo desportivo, nas vitórias, nas medalhas, nas cerimónias, nos atletas,

em toda a interação entre os intervenientes do desporto. Mas, para se obter

este resultado final, é fundamental que todo um processo decorra. Este

processo é essencialmente conduzido e executado sem que a maioria dos

espectadores ou intervenientes tenha conhecimento do longo trabalho diário, já

que a atenção está focada no resultado final, conseguindo a satisfação de

todos.

Shone e Parry (2001, cit. por Monroy et al., 2009), caracterizam “os

eventos em geral como fenómenos que surgem de ocasiões extraordinárias e

têm objetivos de lazer, culturais, pessoais ou organizacionais, definindo

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separadamente a atividade diária, cujo propósito é ilustrar, comemorar, entreter

e desafiar a experiência de um grupo de pessoas”. Correia et al. (2001),

consideram “um evento desportivo, enquanto serviço produzido por uma

organização, pode-se caracterizar por instabilidade, inseparabilidade,

variabilidade e perdurabilidade”. Para estes autores, são experiências

subjetivas, onde os praticantes e espetadores estão envolvidos no espetáculo

desportivo, num clima de festa, vivenciando-se diversas emoções.

Uma determinada atividade desportiva, pode ser transformada num

evento desportivo. Para tal, é fundamental considerar as características como a

repercussão social, os elevados níveis de assistência, a presença dos meios

de comunicação e a audiência televisiva. Todas estas são interdependentes

umas das outras e permitem classificar o evento em função do nível de

espetacularidade. No entanto, devem ser ainda considerados os

patrocinadores, os ingressos próprios, o tipo de desporto e a dificuldade da

prática. Isto pode condicionar o número de espectadores que eventualmente

irão comparecer ao evento, já que quanto mais difícil é o acesso, menor será o

número de pessoas a assistir. (Sanz, 2003)

Ao nível da organização, os eventos desportivos podem ser pontuais ou

permanentes. Os pontuais são esporádicos, acontecendo num determinado

momento do ano, como é exemplo uma maratona ou um torneio de ténis. Os

permanentes dizem respeito a uma atividade regular, com uma periodicidade

contínua ao longo do ano, como é exemplo, o campeonato de futebol ou

basquetebol (Sanz, 2003).

Na organização do evento desportivo, as funções que o gestor deve

assumir são inúmeras. Carvalhido (2002, cit. por Dias, 2006; pp.29), refere

inclusivamente que o objetivo primordial do gestor de eventos desportivos é

fazer com que estes deixem uma lembrança duradoura no coletivo histórico da

nação que acolhe o evento e a população mundial. Para Camy e Robison

(2007, cit. por Sarmento & Pinto, 2014; pp. 347), o papel desempenhado pelo

gestor desportivo, deve responder às exigências impostas pelas diferentes

fases do planeamento de um evento desportivo: (i) o desenho, (ii) o

desenvolvimento, (iii) a implementação e (iv) a dissolução. Os referidos autores

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consideram inclusivamente que a organização do evento deve ser divida em

quatro fases. Na primeira fase deve ser elaborada a ideia, que procura dar

resposta a um problema, imaginando vários cenários idealizados. A segunda

fase é caraterizada pela conceção, na qual existe uma ligação entre a ideia

original e a realidade possível. Nesta fase, inicia-se a ação das áreas

financeiras e operacionais, prevendo-se os custos das atividades e definindo-

se indicadores concretos como o local, a data e a duração do evento. É nesta

fase, que se efetuam todas as previsões relativas à totalidade das operações

necessárias. A terceira fase é a da realização e corresponde ao evento em si

mesmo. Todo o planeamento e estruturação anterior deverá acontecer dentro

da normalidade e sem falhas. Todos os meios deverão estar concentrados nas

suas tarefas e objetivos devendo, em caso de imprevistos, resolvê-los sem

perturbar as outras ações. Por último, a quarta fase é referente à avaliação, e

consiste na análise do que decorreu, como previsto ou as falhas que foram

cometidas. Os erros servirão como aprendizagem para uma futura organização

enquanto os aspetos positivos servirão de exemplo num evento desportivo no

futuro.

Independentemente da tipologia do Evento Desportivo, este tem ganho

grandes dimensões, pelo que, a sociedade pós-moderna valoriza o

entretimento, a diversão e o prazer (Sarmento et al., 2011). Para tal, parece

contribuir em muito o desporto. De facto, o desporto tem a capacidade de

centrar o seu foco no público, já que estes acabam por ter uma importância

preponderante ao desenrolar do jogo ou mesmo da competição.

Segundo Boyer e colaboradores (2007, cit. por Sarmento & Pinto, 2014,

pp.346) o evento desportivo poderá assumir quatro tipos de dimensão: a “A”

(Jogos Olímpicos e Campeonatos Mundiais), “B” (Finais da Taça), “C” (Finais

da Taça de carácter irregular) e “D” (Evento Nacional de carácter regular). À

semelhança, Sarmento (2002) também classificou os eventos em quatro

categorias: mega eventos, grandes eventos, pequenos eventos e micro

eventos. Em qualquer uma destas categorias existem três fases: (i) o pré-

evento, (ii) o evento e o (iii) pós-evento. Na primeira fase decorre o

desenvolvimento de estratégias, enquanto na segunda decorre a razão do

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projeto, grande momento de todo o processo e, na terceira fase, decorre a

fidelização dos intervenientes, para uma reedição ou para o “passar a palavra”

sobre os acontecimentos do evento em si.

Para coordenar um evento desportivo, segundo Sarmento e Pinto

(2014), o mais comum é a divisão de áreas, para que haja especialização dos

recursos humanos pelas diferentes áreas. Os mesmos dividiram em 6

departamentos, como é ilustrado na figura 1.

No Departamento Financeiro, encontra-se a contabilidade e o orçamento

do evento, área que abrange os recursos financeiros (despesas e receitas ou

pagamentos e compras).

No Departamento Jurídico surgem as autorizações, seguros, contratos

de prestação de serviços e aquisição de bens. Neste, são verificados as

normas e leis necessárias para a dinamização do evento desportivo de forma

legal. Este departamento só é criado consoante a classificação do evento

desportivo.

No Departamento de Marketing, cria-se a imagem do evento, a “cara”

que irá ser transmitida ao público-alvo. Esta imagem chega através da

promoção, transmitindo a principal fonte de receita e apoio que são os

patrocinadores. O marketing está associado aos sectores de prospeção,

contratualização e fidelização de patrocinadores, bem como à publicidade e

venda de produtos da marca do evento desportivo.

O Departamento de Gestão do Risco, está dependente de todas as

outras áreas. Este é responsável por estabelecer os limites de cada área,

dando previsões e antecipando às situações que podem por em risco o

planeamento de cada uma delas.

O Departamento de Operações está inerente a todas as necessidades

básicas do evento desportivo. Neste, estão abrangidas as áreas do transporte,

alojamento, alimentação, acreditação, segurança, cerimónias protocolares,

primeiros socorros, relações públicas, instalações e equipamentos e gestão de

recursos humanos, sejam voluntários ou profissionais.

O Departamento de Logística corresponde às atividades fundamentais

do evento desportivo, desde as mais simples às mais complexas. Neste

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Coordenação do evento

Dep. Financeiro

Contabilidade

Cont. Orçamental

Dep. Jurídico

Autorizações

Seguros

Transportes

Participantes

VIPs, Organização

Alojamentos

Participantes

VIPs, Organização

Inst. Desportivas

Qualidade

Equipamentos

Ass. Médica

Primeiros Socorros

Materiais

Gestão RH

Recrutamento

Acompanhamento

Competição

S. Competição

Dep. Operações

Coordenações

RH e RM

Alimentação

Participantes

VIPs, Organização

Acreditação

Participantes

VIPs, Organização

Segurança

Público

Participantes, VIPs

Hospitalidade

Público

Média

S. Protocolares

Cerimónias

Protocolo

Voluntariado

Logistica

Administrativos

Técnicos

Patrocionadores

Comunicação

Acompanhamento

Gestão do Risco

Dep. Markting

Patrocionadores

Promoção

Promoção

Merchandising

Publicidade

departamento deve constar técnicos que estejam preparados e atualizados

com o avanço das tecnologias, resolvendo todas as situações simples e

complexas que possam existir.

Figura 1: Áreas de “coordenação de um evento desportivo” (adaptado de Sarmento e Pinto,

2014, p. 354)

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2.4) História e enquadramento do Desporto Universitário

O desporto universitário surgiu na Inglaterra, em pleno século XIX,

visando a ocupação dos tempos livres dos estudantes universitários das

classes dominantes e ascendentes. Foram várias as mudanças que se

verificam ao longo dos anos, e a prática do desporto universitário, envolve um

investimento financeiro para as Instituições do Ensino Superior (IES).

Atualmente, tendo por base os estatutos da U.Porto1, o desporto

universitário pode ser promovido como recreação ou competição, tendo como

público-alvo os estudantes, professores e funcionários da universidade, ou

seja, a comunidade universitária, sendo fundamental criar condições para a

prática desportiva. Assim, cada país tem a sua realidade quando se aborda o

tema do desporto universitário, visto que podemos ter dois campos de atuação:

a competição e o lazer. De um lado está o lazer, através da diversão e da

manutenção da prática desportiva, do outro, o profissionalismo desportivo,

através da competição e representação da instituição, onde o interesse final

pode estar na aquisição de uma bolsa de estudo. (Colaço & Fleck, 2009)

2.4.1) O Desporto Universitário Internacional

Figura 2: Logotipo oficial da FISU

A organização do Desporto Universitário Internacional ao nível mundial é

da responsabilidade da Federação Internacional de Desporto Universitário

(FISU). Esta organização foi fundada oficialmente em 1949, por Paul

Schleimer, com a principal responsabilidade de supervisionar e organizar as

Universíadas de Verão e de Inverno, bem como os CMU. No entanto, a história

1 Despacho normativo n.º 8/2015, publicado em DR, 2ª série, nº 100, de 25 de maio

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da origem da FISU parece surgir anteriormente, nomeadamente, no ano de

1923, em que Jean Petitjean organizou os Jogos Mundiais do Estudante em

Paris. Entre esse ano e 1938, foram organizados diversos outros eventos

desportivos pelos estudantes, que foram interrompidos com o surgimento da

Segunda Guerra Mundial.

Após o término da Segunda Guerra Mundial, em 1957, a FISU organizou

em Paris o CMU, evento semelhante ao que conhecemos atualmente, onde

este permitiu juntar estudantes de leste e oeste, fomentando a ideia de uma

competição entre vários estudantes do mundo. Dois anos mais tarde, em 1959,

as primeiras Universíadas foram organizadas em Turim, Itália, nas quais foi

apresentado o símbolo que ainda atualmente representa a FISU, o “U” com as

estrelas em seu torno (figura 2). Este evento contou com a presença de 1407

participantes provenientes de 43 países, cujas Federações solicitaram o pedido

de adesão à FISU. Ainda no ano de 1959, foram estabelecidas algumas

políticas e normas das Universíadas, como é exemplo, a substituição dos

vários hinos nacionais na entrega de medalhas, por um hino oficial da FISU,

assim como, a criação de uma bandeira a que tem percorrido o mundo.

(International University Sports Federation, 2015b)

As Universíadas, propriamente ditas, consistem num evento desportivo

internacional, que se realiza de dois em dois anos numa cidade diferente.

Existem dois tipos de Universíadas: Universíadas de Verão com 13

modalidades: (dez modalidades obrigatórias e três modalidades selecionadas

pelo país anfitrião e organizador), e as Universíadas de Inverno (seis desportos

obrigatórios, com 10 disciplinas associadas e um ou dois desportos

selecionados pelo país anfitrião). Os requisitos para a participação nestes

eventos são vários. Destacamos que para se participar, os atletas não podem

ter estado mais de um ano fora da universidade ou da instituição equivalente, e

devem ter idade compreendida entre 17 e 28 anos.

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2.4.1.1) Estrutura atual da FISU

Desde 2011, que a sede da FISU se situa em Lausanne, Suíça, estando

anteriormente em Bruxelas, Bélgica. Todas as decisões oficiais da FISU são

estabelecidas em Assembleia Geral, que é constituída por 170 Federações

Nacionais e realiza-se de dois em dois anos. Por sua vez, esta Assembleia

Geral elege, de quatro em quatro anos, um novo comité executivo da FISU

composto por 23 membros, que toma as decisões necessárias ao normal

funcionamento da FISU. A direção deste comité é composta pelo Presidente, 1º

Vice-Presidente, quatro Vice-Presidentes, um Tesoureiro, um 1º Assessor e

quinze Assessores. Estes reúnem-se habitualmente, duas vezes por ano e

sempre que o Presidente as convoca, a fim de tomar as várias decisões que

verificamos no desporto universitário internacional. Ainda, é contratado um

Secretário-Geral da FISU (SGF) que depende e trabalha diretamente com as

responsabilidades do Presidente. (International University Sports Federation,

2015c)

Juntamente com a direção, existe 14 comissões especialistas em

determinadas áreas, que auxiliam as decisões e o trabalho do comité

executivo. (International University Sports Federation, 2015a). Em cada uma

das comissões há mais que um recurso humano, sendo de vários países. Em

termos gerais, cada comissão tem as seguintes responsabilidades:

- Comissão Técnica Internacional (CTI): existe um para as

Universíadas de Verão, outro para as de Inverno e ainda, um para os CMU. A

sua principal função é monitorizar a preparação das competições, de um ponto

de vista técnico, elaborando um programa competitivo por forma a garantir uma

boa execução do evento;

- Comissão de Gestão do Desporto (CGS): garante a atualização dos

regulamentos desportivos e propõe novas regras;

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- Comissão Médica Internacional (CMI): supervisiona a assistência

médica, as normas de segurança e higiene e os procedimentos de controlo

anti-doping;

- Comissão Internacional de Controlo (CIC): verifica se os

participantes preenchem as condições de participação;

- Comissão de Educação (EduC): organiza o Fórum FISU e a

conferência durante as Universíadas, promovendo o estudo do desporto

universitário;

- Comissão de Mídia e Comunicação (CMC): inspeciona e controla

todas as infraestruturas e meios técnicos fornecidos à imprensa e coopera com

os mídia internacional para garantir a cobertura dos mídia nos eventos da

FISU;

- Comissão de Supervisão das Universíadas de Inverno (CSU1):

responsável por organizar os progressos realizados na preparação das

Universíadas de Inverno, fazendo visitas de inspeção e através de reuniões

regulares com os responsáveis dos comités organizadores;

- Comissão de Supervisão das Universíadas de Verão (CSU2):

responsável por organizar os progressos realizados na preparação das

Universíadas de Verão, fazendo visitas de inspeção e através de reuniões

regulares com os responsáveis dos comités organizadores;

- Comissão Financeira (CF): juntamente com o tesoureiro, estuda o

plano de orçamento;

- Comissão de Desenvolvimento do Desporto Universitário (CDSU):

responsável por estudar todos os projetos que visam desenvolver as estruturas

da FISU e as associações associadas à FISU;

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- Comissão de Igualdade e Género (CEG): responsável por estudar

todos os projetos que visam desenvolver o desporto feminino na FISU e as

associações associadas à FISU;

- Comissão jurídica (CJ): aconselha o comité executivo sobre todos os

assuntos legais relacionados com as atividades da FISU;

- Comissão de Estudantes (CdE): representa os estudantes atletas e

dirigentes universitários envolvidos nas organizações desportivas;

- Comissão Disciplinar (CD): preserva a integridade e reputação dos

eventos da FISU e contribuí para garantir a segurança dos atletas

universitários.

Figura 3: Organigrama da estrutura da FISU

FISU

Comité Executivo

Secretário Geral da

FISU

14 Comissões

Assembleia Geral

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2.4.1.2) Os Campeonatos Mundiais Universitários

Os CMU surgem do crescimento e da expansão, por todo o mundo, do

desporto universitário. O primeiro CMU realizou-se em Lund, Suécia, no ano de

1963, com a competição entre os melhores jogadores de Andebol daquele ano.

É considerada uma competição com continuidade de ano para ano, uma vez

que estes campeonatos ocorrem nos anos pares, em alternativa às

Universíadas de Verão e Inverno, que por sua vez se realizam nos anos

ímpares. Os CMU são competições de modalidades coletivas e individuais que

reúnem as seleções de cada país. Qualquer Federação de Desporto

Universitário, que seja membro da FISU, pode candidatar-se à organização

deste evento desportivo, sendo acompanhada pela cidade e instituições que a

pretendem receber. (International University Sports Federation, 2015d)

Posteriormente à candidatura aprovada, a CTI equipa formada por

peritos técnicos das várias modalidades e pertencente à FISU, é responsável

pela visita técnica aos locais da competição, garantindo que os prossupostos

estão a ser cumpridos e avaliando as questões administrativas e logísticas.

Deste modo, são garantidos os procedimentos necessários ao cumprimento

das candidaturas por parte de uma ou várias entidades organizadoras do CMU.

(International University Sports Federation, 2015d)

2.4.2) O Desporto Universitário em Portugal

Figura 4: Logotipo oficial da FADU

A Federação Académica de Desporto Universitário (FADU) foi fundada

em 2 de março de 1990 e dotada de Utilidade Pública Desportiva em 1995.

Tem como principal foco o desporto visto como uma ferramenta de educação e

formação e é responsável pela organização de eventos desportivos

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universitários destinados às instituições de ensino superior. Como seus

associados, tem as várias Associações de Estudantes ou Associações

Académicas (AAEE) do ensino superior português, que podem tornar-se

filiados da FADU através da inscrição das suas equipas para participar na

competição desportiva a nível regional ou nacional. Deste modo, são filiados da

FADU, todos os estudantes-atletas, oficiais, treinadores e agentes desportivos,

que fazem parte dessas mesmas equipas. (Federação Académica do Desporto

Universitário, 2015a)

Ao nível regional, no Porto existem os Campeonatos Académicos do

Porto (CAP), que têm como entidade organizadora a Federação Académica do

Porto (FAP). Já em Lisboa, a Associação Desportiva do Ensino Superior de

Lisboa (ADESL) é responsável pela organização dos Campeonatos

Universitários de Lisboa (CUL). Por último, existe na Zona Norte, Centro, Sul

(NCS), tendo várias equipas que não fazem parte das associações de Lisboa

ou do Porto. Para essas, realiza-se uma competição concentrada por etapas. A

nível nacional, existem os campeonatos nacionais universitários (CNU)

concentrados, que derivam das competições regionais, entrando em

competição as modalidades coletivas e individuais que tiveram anteriormente a

disputar a competição regional. Posteriormente, os CNU diretos são compostos

por modalidades que não tiveram nenhuma fase de apuramento ou regional,

entrando em competição direta a disputa pelo campeão nacional. Podem ser

provas únicas ou por outro lado o campeão apurar-se pela soma de pontos das

diferentes etapas.

Por último, existem ainda os Torneios Nacionais Universitários (TNU) e

os Eventos Nacionais Universitários (ENU), sendo que os primeiros são

compostos por modalidades como o bridge, andebol praia, floorball, rugby de

praia e ténis de praia e os segundos por competições não formais, como a

Gym Cup e os Beach Games.

Procurando estabelecer uma ligação entre a entidade que tutela o

desporto a nível nacional com o desporto a nível internacional, de referir que

Portugal já recebeu e organizou nove CMU e doze Campeonatos Europeus

Universitários (CEU). A primeira organização dos CMU foi em 1996, com a

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modalidade de Corta-Mato, e posteriormente, já se realizaram as competições

de futsal masculino, andebol masculino, badminton, rugby 7’s, futsal, xadrez,

andebol e voleibol praia. Os primeiros CEU foram em 2001 com a modalidade

de basquetebol, e posteriormente, com as modalidades de voleibol,

basquetebol, badminton, golfe, taekwondo por duas vezes, ténis, ténis de

mesa, voleibol de praia, judo e andebol. Em 2016, decorreu o 10º CMU de

Karaté em Braga, o 7º CMU de Canoagem e o 7º CMU de Floorball no Porto.

Para 2018, prevê-se que Coimbra receba os Jogos Europeus Universitários

(EUG), competição onde estão concentradas todas as modalidades, e que que

Vila Real receba o 1º CMU de Corfebol enquanto Braga receberá o 8º CMU de

Ciclismo. (Federação Académica do Desporto Universitário, 2015b)

2.4.2.1) Enquadramento normativo do desporto

universitário em Portugal

Segundo o Artigo 79.º, nº 1º da Constituição da República Portuguesa2,

“Todos têm direito à cultura física e ao desporto”, onde aqui é fundamental

incluir todos aqueles que pretendem praticar desporto, não escolhendo

somente aqueles que têm melhores competências para a prática desportiva e é

dada uma oportunidade para a interação entre pessoas muito diferentes, onde

o desporto passa a ser um direito do Homem. Desta forma, o Estado procura

assegurar a prática e a difusão da cultura física e do desporto, valorizando o

ser humano, num direito que é reconhecido. No n.º 2 deste mesmo Artigo, são

referenciadas as associações e coletividades desportivas, sendo colaboradoras

do Estado, assumindo o papel de promoção do desporto. Assim, é certo dizer

que a intervenção é feita em todas as formas de manifestação desportiva.

Na Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto3, o Artigo 2.º, nº2,

prevê que “A atividade física e o desporto devem contribuir para a promoção de

uma situação equilibrada e não discriminatória entre homens e mulheres”,

colocando assim o homem e a mulher em situações de igualdade na prática

2 Cfr. art. 79.º na versão originária da Constituição da República de 1976

3 Lei n.º 5/2007 de 16 de Janeiro – Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto

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desportiva, onde cada um tem o direito à sua competição e à escolha das

modalidades que pretende.

No Artigo 19.º, “O estatuto de utilidade pública desportiva confere a uma

federação desportiva a competência para o exercício, em exclusivo, por

modalidade ou conjunto de modalidades, de poderes regulamentares,

disciplinares e outros de natureza pública, bem como a titularidade dos direitos

e poderes especialmente previstos na lei”. Neste artigo começamos a focar o

tema central deste trabalho, o desporto universitário, que é gerido pela FADU.

O Decreto-Lei n.º 93/2014 de 23 de junho, esclarece o regime jurídico das

federações desportivas e as condições de atribuição do estatuto de utilidade

pública desportiva. Este estatuto reforça a sua importância, pois tem o poder de

definir as regras do jogo e as regras técnicas como base do seu funcionamento

e ainda, têm a função pública de regulação e disciplina. A regulação das

matérias pode ser expressão do poder de autorregulação própria como

autorregulamentação pública.

Segundo o Artigo 15.º, nº 3, “São federações multidesportivas as que se

dedicam, cumulativamente, ao desenvolvimento da prática de diferentes

modalidades desportivas, em áreas específicas de organização social,

designadamente no âmbito do desporto para cidadãos portadores de

deficiência e do desporto no quadro do sistema educativo”. Aqui, já me refiro à

tipologia da FADU, sendo esta multidesportiva por estar encarregue de toda a

promoção desportiva das diferentes modalidades que têm competição em

Portugal.

O Artigo 28.º, nº 3, decreta que “As instituições de ensino superior

definem os princípios reguladores da prática desportiva das respetivas

comunidades, reconhecendo-se a relevância do associativismo estudantil e das

respetivas estruturas dirigentes em sede de organização e desenvolvimento da

prática do desporto neste âmbito”. Neste ponto, incidimos sobre o público-alvo,

no qual as AAEE são denominadas de clubes para entrar nas diferentes

competições, bem como as Universidades assumem a organização das

diferentes provas ou então são também denominadas de clubes. O Decreto-Lei

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n.º 23/2006 de 23 de junho, estabelece o regime jurídico do associativismo

jovem.

Nos estatutos da FADU4, artigo 5.º (Princípios de organização e

funcionamento), encontramos o seguinte:

1. A FADU organiza-se e prossegue as suas atividades de acordo com

os princípios da liberdade, da democraticidade, da representatividade e da

transparência.

2. A FADU é independente do Estado, dos partidos políticos e das

instituições religiosas.

3. A FADU atua em obediência aos princípios da universalidade, da

igualdade, da ética desportiva, e da coesão e da continuidade territorial, nos

termos da Lei de Bases da Atividade Física e do Desporto.

4. A FADU atua ainda em obediência aos princípios da legalidade, da

igualdade, da proporcionalidade, da justiça, da imparcialidade, da boa fé, da

colaboração, da participação, da decisão, da desburocratização, da eficiência e

do acesso à justiça, nos termos da lei.”

Nestes mesmos, é esclarecido os princípios pela qual a FADU se rege,

bem que como se entende que esta federação é uma entidade independente

de outras entidades e qual a sua atuação na comunidade. Vão assim em conta

os Artigos 12.º, 13.º e 27.º da CRP, respeita também os Artigos 2.º, 3.º e o 4.º

da LBAFD. É entendido assim, que o sistema desportivo surge como um

fenómeno de uma atividade desportiva para todos, onde deve existir promoção

e um acesso a essa mesma. Reconhecer a importância da atividade física

desportiva como aspeto fundamental para o desenvolvimento integral da

pessoa humana e da sociedade é algo que é consagrado às responsabilidades

do Estado, bem como com a ajuda de algumas entidades públicas e privadas,

na organização do desporto em todas as suas vertentes, desde o desporto

escolar ao desporto de alta competição.

4 Aprovados na reunião de Assembleia Geral de 27 de julho de 2009; Última alteração na reunião de 16 de outubro de

2014

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2.4.3) O Desporto Universitário no Porto

Figura 5: Logotipo oficial dos CAP

De acordo com o plano de atividades da FAP relativo ao ano 2017, o

Desporto Universitário tem como objetivo principal integrar o maior número de

estudantes no meio desportivo, mobilizando-os para a organização, promoção

e participação nas várias atividades desportivas. O Desporto Universitário deve

ser capaz de oferecer não só o desporto recreativo, mas também o desporto

competitivo. Se o primeiro poderá ser utilizado para novas aprendizagens e

para a manutenção da atividade física, o segundo deverá constituir um jogo

mais evoluído através de treino estruturado, numa perspetiva de formação e na

procura de atingir resultados que ficaram estabelecidos.

No Porto, a FAP é promotora do desporto formal e não formal,

fomentando uma dinâmica desportiva nas IES, bem como, na cidade do Porto.

Esta entidade, procura dar resposta aos interesses dos seus estudantes,

seguindo a política europeia de “Desporto para Todos”.

A FAP é uma das entidades responsáveis pela implementação do

Desporto Universitário em Portugal. Sob tutela da FADU, a FAP organiza os

CAP, sendo uma competição formal, promovida de estudantes para

estudantes. Nesta competição, estão incluídas as modalidades de andebol

masculino e feminino, basquetebol masculino e feminino, futebol 11 Masculino,

futsal masculino e feminino e ainda voleibol masculino e feminino. As equipas

destas modalidades são geradas pelas AAEE das IES do Porto, onde são

representadas exclusivamente por estudantes da respetiva unidade orgânica.

Atualmente, o modelo competitivo é reconhecido como desporto para

todos, estando dependente do número de equipas inscritas. Se for inferior a 12

equipas, inclusive, decorrerá um campeonato “todas contra todas”. A partir das

13 equipas, são organizadas duas fases. Numa primeira fase, as equipas são

divididas em grupos e, numa segunda fase - fase final - existe uma distribuição

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pela 1ª e 2ª Divisão. Na 1ª Divisão, qualificam-se as 8 melhores equipas, na

qual é apurada a campeã regional. Na 2ª Divisão terão as restantes equipas,

que não se qualificaram. A exigência do modelo competitivo, torna a

competição mais regular, atrativa e exigente, permitindo a passagem à fase

final das melhores equipas. Com este modelo, existem mais jogos, mais atletas

e mais equipas inscritas.

Em todas estas modalidades é possível apurar as equipas para os CNU,

sendo estas, as duas, três ou quatro primeiras classificadas da 1ª Divisão, pois

dependem do ranking nacional de cada modalidade.

É missão da FAP, no que toca à intervenção desportiva, contribuir para o

sucesso das suas equipas em competição nacional, apoiando as mesmas em

toda a logística necessária. Esta entidade está também responsável, pela

organização de eventos de desporto informal, entre eles estão as competições

de basquetebol 3x3, xadrez, ténis de mesa, ténis, floorball e badminton. Nesta

área, ainda surgem as aulas de zumba e os torneios de futebol de rua.

2.5) Contextualização do floorball

Floorball é uma palavra que não é vulgar em Portugal e quando

indicamos que a mesma é uma modalidade desportiva, poderá tornar-se

totalmente desconhecida. Apesar do desconhecimento que pode surgir, a

palavra desperta curiosidade, principalmente a quem domina ou frequenta as

áreas que estão associadas ao desporto. Como tal, é fundamental descrever a

mesma, para melhor elucidar quando se pretende abordar esta modalidade.

2.5.1) Caraterização geral

Como é esclarecido no documento da Federação Internacional de

Floorball (IFF), o floorball é um desporto coletivo indoor, praticado num piso de

madeira ou superfícies plásticas. É semelhante ao hóquei em patins, em

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campo ou no gelo e tem um grande potencial nos países que desenvolvem

esta modalidade desde cedo nos seus praticantes. A disputa do jogo é

realizada com uma bola de plástico e com uma baliza em cada um dos lados

do campo. Tal como a maior parte dos desportos, vence quem fizer mais golos.

O terreno de jogo (anexo 1), tal como as modalidades de futsal e de

andebol, é de 40 metros de comprimento e de 20 metros de largura, sendo

rodeado por um ringue (tabelas) de madeira ou plástico, com 50 cm de altura.

As balizas têm 115 cm de altura, 160 cm de largura e 60 cm de profundidade. É

constituída com material em forma de tubo, pintado de vermelho, com 65 mm

de diâmetro.

O jogo é disputado por duas equipas e desenrola-se com 5 jogadores

em campo e 1 guarda-redes (GR), em cada uma delas. Cada equipa tem no

máximo 20 atletas, tendo pelo menos dois GR.

Relativamente ao equipamento, o GR está equipado com calças

compridas, uma camisola de manga comprida, uma máscara/capacete, luvas e

calçado, podendo ainda ter, proteções para o joelho e virilhas. Em relação aos

jogadores, devem estar equipados com uma camisola de manga curta ou

cumprida, calção e meias altas. Cada jogador joga com um stick, à exceção do

GR, sendo o stick composto por um cabo e uma pá com as características

ilustradas no quadro 3 (International Floorball Federation).

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Quadro 3: Características do stick (cabo e pá)

Cabo

Constituição Fibra de vidro, policarbonato ou fibra de carbono

Peso 150 a 250 gramas

Flexibilidade 28 a 32mm

Comprimento 75 a 110cm

Observações

O comprimento do cabo está relacionado com a altura do jogador. A regra básica é

que o mesmo deve ficar por baixo do umbigo do atleta, estando na vertical à frente

do jogador e com a pá em contacto com o solo. No entanto, consoante a posição dos

jogadores em campo e a sua experiência ao longo dos anos, há jogadores que

preferem um cabo menor para melhor controlo e drible e outros o cabo maior para

receção e interceção da bola.

Pá (lâmina)

Constituição Plástico ou nylon, fibra de vidro e fibra de carbono

Curvatura Máximo de 30mm para a direita ou para a esquerda

Tipologia Rígida (dura) ou flexível (mole)

Tamanho e forma Sem regras específicas

Observações

A pá rígida é melhor para o remate e a flexível para o controlo da bola. O jogador dá

curvatura à pá através de uma fonte de calor. Se o jogador for destro, molda para a

direita, o esquerdino moldará para a esquerda.

2.5.2) Principais regras do floorball

As regras do jogo são controladas por dois árbitros de campo e por 5

árbitros de mesa. Há um conjunto de regras específicas e outras subjetivas que

dependem do rigor e da perceção do árbitro. As regras gerais da modalidade

são as seguintes:

O jogo oficial tem a duração de 60 minutos, dividido por três

partes cronometradas de 20 minutos cada;

Cada jogador tem que ter um stick, à exceção do GR;

O GR não pode ter a bola na mão mais de três segundos e ao

atirá-la deve tocar no chão antes da linha central (no seu meio-

campo);

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Se a bola sair pela linha lateral do ringue, a equipa contrária

recomeça com a bola no chão, no raio de 1 metro da zona que a

bola saiu. Se for pela linha final do ringue, o jogo recomeça na

cruz do face-off do canto;

No batimento de um livre ou de um lançamento, todos os outros

jogadores têm que estar a pelo menos 3 metros do local da bola;

O atleta pode utilizar o corpo para defender, intercetar ou passar

a bola, mas não pode utilizar o pé duas vezes seguidas nem pode

fazer assistência para golo com o corpo. Quando é referido o

corpo, são excluídas as mãos, braços e cabeça.

A bola pode ser jogada no ar com o stick, mas abaixo do nível dos

joelhos;

Não se pode saltar e tocar na bola;

O único contacto permitido entre jogadores é com o ombro;

O jogador só pode colocar três apoios no terreno de jogo, por

exemplo, os dois pés e um joelho;

O jogador tem uma exclusão de 2 minutos quando coloca o stick

acima da cintura e tenta jogar a bola, bate no stick do adversário,

joga a bola com as mãos ou cabeça, empurra, puxa ou obstrui o

adversário, atira o stick propositalmente e quando não se

encontra a mais de 3 metros da bola na marcação de um livre ou

lançamento;

É assinalada grande penalidade quando é feita falta num lance

nítido de golo. (International Floorball Federation)

2.5.3) Habilidades básicas

Esta é uma modalidade fácil de ser ensinada às crianças, dado que

possui material leve e é composta por 6 habilidades simples no mundo do

desporto.

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A primeira é o passe. O passe é feito ao arrastar a pá no solo com a bola

encaixada na mesma. É preciso manter o equilíbrio e colocar a pá totalmente

perpendicular na direção do passe. Depois temos a receção de bola. A pá deve

estar em contacto com o chão, o jogador deverá manter a cabeça levantada e

amortecer a bola, acompanhando a mesma da frente para trás, para pará-la

junto ao corpo. De seguida há o remate, tendo duas variedades. O remate de

pulso a bola está sempre em contacto com a pá e é feito como um passe, mas

com um movimento mais rápido, mais forte e puxando o stick de trás para a

frente do corpo. O outro, é o remate slap, onde a pá toca no solo antes de tocar

na bola e é feito ao lado ou em frente ao corpo do jogador.

São as três habilidades fundamentais do floorball, havendo ainda a

proteção de bola, os deslocamentos com a bola e a finta. Na proteção de bola,

deve-se usar os pés e o corpo para proteger a mesma, controlar bem a bola e

colocar o stick com bola do lado contrário do adversário. Nos deslocamentos, a

bola deve estar sempre em contacto com a lâmina e estar sempre preparado

para passar ou rematar. Por último, nas fintas, o controlo da bola tem que ser

muito preciso, deve-se desenvolver a coordenação e a velocidade de

movimentos e fazer a finta no momento certo, iludindo o adversário.

(International Floorball Federation)

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2.5.4) O floorball no Mundo

O floorball surgiu na Suécia nos anos 70, mas desde o séc. XIX são

praticados jogos similares a este, como é o caso do hóquei em gelo, do hóquei

em campo ou do hóquei em patins. O dado concreto, surge na criação da

primeira federação oficial de floorball a 7 de novembro de 1981, em Sala,

Suécia. Depois, surge o primeiro livro de regras, setembro de 1983. A Suécia,

Finlândia e a Suíça, formaram IFF, a 12 de abril de 1986 em Huskvarna, na

Suécia. Dez anos depois, surgiu o primeiro Campeonato Mundial de Floorball

masculino na Suécia em 1996, onde 18 países já estavam filiados à IFF. No

ano seguinte, 1997, foi a vez da competição feminina ter o seu primeiro

Campeonato Mundial, organizado na Finlândia. (International Floorball

Federation)

2.5.4.1) Edições anteriores do CMU de Floorball

Já se realizaram seis edições de Campeonatos Mundiais Universitários

de Floorball na competição masculina e quatro edições na competição

feminina, demonstrando assim a participação em eventos desportivos e os

anos que esta modalidade já se encontra implementada nos outros países.

No quadro 4 encontram-se os respetivos países que marcaram presença

nas referidas edições. No mesmo, verifica-se ainda a classificação de cada

uma, bem como o número total de participantes (atelas e dirigentes). Destaca-

se neste, o aumento de participantes de edição após edição, demonstrando

mais uma vez, o valor e a importância que o floorball tem adquirido nos países

participantes.

Uma curiosidade surge dos países que receberam o evento, pois até

Singapura receber o CMU, todas as edições foram feitas em países que já

possuem a prática regular da modalidade. Com o surgimento de Singapura,

sem histórico na modalidade, surge um dos motivos para Portugal receber a

sétima edição.

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Quadro 4: Edições dos Campeonatos Mundiais Universitários de Floorball

Até 2014 já participaram 18 países em edições do CMU de Floorball,

onde os países europeus aparecem em maioria. O grande destaque vai para a

Suécia e Finlândia, pois lideram nos países com mais participações, sendo

mesmo totalistas. Tendo por base a participação de cada país, obtém-se o

ranking visível no quadro 5.

Cidade (país) Gotteborg

(Suécia)

Berna

(Suíça)

Kuortane

(Finlândia)

Umea

(Suécia)

Praga

(República

Checa)

Singapura

(Singapura)

Classificação

Masculina

1º Finlândia Suécia Finlândia Suécia Rep. Checa Suécia

2º Suécia Finlândia Rep.

Checa Finlândia Finlândia Suíça

3º Suíça Suíça Suécia Rep.

Checa Suécia Finlândia

4º Hungria Rep.

Checa Letónia Noruega Suíça Rep. Checa

5º Japão Eslováquia Japão Áustria Eslováquia Rússia

6º Áustria Hungria Hungria Japão Bélgica Japão

7º Holanda Japão - - Áustria Singapura

8º Geórgia Áustria - - Japão Rep. da

Coreia

9º - - - - - Malásia

10º - - - - - China

Classificação

Feminina

1º - - Suécia Suécia Suécia Suécia

2º - - Suíça Rep.

Checa Rep. Checa Finlândia

3º - - Finlândia Finlândia Finlândia Suíça

4º - - Japão Suíça Suíça Singapura

5º - - - Polónia - Japão

6º - - - - - Malásia

Participantes

(atletas) 132 149 178 194 230 281

Oficiais 30 30 38 44 48 64

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Quadro 5: Ranking da participação dos países nas diversas edições dos CMU de Floorball

Para chegar à logística do CMU de Floorball no Porto, foi necessário

analisar os procedimentos da sexta edição em Singapura. A grande diferença

entre as duas edições está na instalação desportiva da sexta edição. Foi no

pavilhão do OCBC de Singapura, um pavilhão semelhante às dimensões do

MEO Arena que existe em Lisboa. Outra diferença, relacionava-se com o facto

da existência de bilhetes para assistir aos jogos e sendo estes pagos. A

terceira e última diferença estava na realização de pequenos jogos para o

público, nos intervalos dos jogos, com direito a prémio ao ter sucesso no jogo.

Os pequenos jogos basearam-se de acordo com o quadro 6.

Quadro 6: Jogos de animação no 6º CMU de Floorball

Nome do Jogo Como jogar

King of the court Jogo de 1vs1. Vence quem marcar dois golos primeiro em 90

segundos – o vencedor passa para ronda seguinte

Curso de obstáculos Equipas de 4 elementos. Percurso de obstáculos ultrapassado por

drible, vence a equipa que completar o percurso em menos tempo

Penalty Shooutout Três tentativas contra uma guarda-redes da competição oficial,

ganha um prémio se marcar as três tentativas

Desafio Família Pai/mãe e filho fazem um percurso de obstáculos com o mesmo

stick e depois têm que marcar golo

Ranking País Edições

masculinas

Edições

femininas

Total de

edições

1º Suécia e Finlândia 6 4 6

3º Japão 6 2 6

4º Suíça 4 4 6

5º República Checa 5 2 5

6º Hungria 3 0 3

7º Áustria e Eslováquia 2 0 2

9º Malásia e Singapura 1 1 1

11º

Bélgica, China, Geórgia

República Da Coreia, Holanda

Letónia, Noruega e Polónia

1 0 1

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2.5.5) O floorball em Portugal

Em Portugal, há um desconhecimento claro da população relativamente

a esta modalidade. Inicialmente, em 2008, houve a tentativa de criar uma

Federação, mas a mesma não teve sucesso, por falta de introdução no

desporto de iniciação e pelo desinteresse a nível sénior. Mais recentemente,

em 2014, surgiu a oportunidade de Portugal organizar o CMU de Floorball,

dado a inexistência de candidaturas. Apesar do desconhecimento existencial,

esta competição foi uma oportunidade que faltou a quem tentou implementar

em 2008, esta modalidade em Portugal. Uma candidatura surpreendente, mas

com o objetivo claro de fazer chegar esta mesma modalidade às Universidades

e às escolas. Para introduzir a modalidade foi necessário formar os seus

interessados, com o objetivo de alargar os horizontes e oportunidades de

aprendizagem. Quantos mais recursos humanos com qualificações de treinador

e de dirigente desportivo em floorball, mais facilmente se poderão expandir

esta modalidade por todo o país.

Em Loulé, no clube de floorball denominado de “Portugal Loulé Linces”,

a modalidade já era praticada com regularidade por um conjunto de atletas de

todas as idades, mais concretamente entre os 6 e os 60 anos de idade. O

responsável deste mesmo clube, é de origem sueca e pretendeu dar

continuidade a um dos desportos mais praticados na Suécia. Foi este o clube

que mais contribuiu, mostrando-se sempre disponíveis para colaborar, e o que

mais se interessou pelo campeonato do mundo que o Porto iria receber. Assim

sendo, ficaram responsáveis por estabelecer um protocolo entre o clube e a

Universidade do Algarve, com vista à formação, tanto de atletas como de

dirigentes na modalidade, possibilitando a sua expansão assim como a

melhoria das suas condições, após o campeonato, pois este mesmo clube

recebeu sticks, bolas, um ringue e duas balizas.

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3) Enquadramento da prática profissional

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Quando escolhemos um sítio devemos procurar algo que nos motive,

que nos coloque desafios e que nos faça identificar com a sua realidade.

Torna-se importante reconhecer que o sucesso é conquistado através de

trabalho e que nada acontece por acaso. Ter a oportunidade de escolher uma

entidade e ser recebido com confiança em desenvolver um bom trabalho, são

duas características que tornam o estagiário mais sensível na conquista de um

monopólio de experiências significativas para o futuro.

“Ninguém é excelente por causa dos Genes ou pela personalidade que

revela ou, pelo saber e a técnica que evidência. Mas sim pelo árduo e

ambicioso caminho que foi capaz de trilhar” (Araújo, 2014).

3.1) Caraterização da entidade acolhedora do estágio

profissionalizante

O CDUP-UP, apenas surgiu em 2012, pois desde setembro de 2004 era

denominado de GADUP (Gabinete de Atividades Desportivas). Em 2010,

manteve a mesma sigla, mas designava-se de Gabinete de Apoio ao Desporto.

Este gabinete estava inserido nos Serviços da Ação Social da U.Porto

(SASUP). Em paralelo, existia o Centro Desportivo Universitário do Porto –

Associação Desportiva (CDUP-AD), que era considerado um clube desportivo.

Mas com a evolução, o GADUP passou a ser CDUP-UP, o qual ficou

responsável pelo desporto universitário e pela gestão dos espaços desportivos,

enquanto o CDUP-AD assumiu a gestão do desporto federado.

3.1.1) Missão

A missão do CDUP-UP consiste então na organização do desporto

universitário e na gestão das infra-estruturas e equipamentos desportivos da

Universidade do Porto.

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3.1.2) Visão

Tem como visão, o reconhecimento como serviço desportivo

universitário de excelência a nível nacional.

3.1.3) Vocação

O CDUP-UP está vocacionado na promoção e na dinamização do

desporto universitário na comunidade académica da U. Porto.

3.1.4) Público-alvo

O seu público-alvo consiste na comunidade da U. Porto, nomeadamente

estudantes, funcionários e professores, nos Alumni e nos externos (empresas e

clubes).

O CDUP-UP é hoje em dia um serviço autónomo da U.Porto, dotado de

autonomia administrativa e financeira, tendo estatutos próprios publicados em

Diário da República, a 4 de fevereiro de 2013. Nesses estatutos é possível

entender alguns dos fins a que se dedicam, onde se destaca a promoção e

criação de condições para fomentar a prática desportiva, seja de forma lúdica,

no desporto federado, não federado ou universitário. Sendo que nesta última,

encontrei o grande foco de trabalho diário ao longo do ano. Assim, o principal

objetivo desta entidade, passa por “ser a melhor escolha para a prática

desportiva de todos os membros da Comunidade da U.Porto” (CDUP-UP,

2017a).

O CDUP-UP é constituído por três órgãos de gestão, sendo estes o

conselho coordenador, o diretor e o conselho executivo. O primeiro é composto

por cinco membros, sendo um reitor a presidir este conselho, contando ainda

com dois membros do conselho geral da U.Porto e dois membros designados

pelo CDUP-AD. No segundo órgão, o diretor é designado pelo reitor,

juntamente do conselho coordenador. Por último, no conselho executivo, temos

o diretor que preside, dois vogais designados pelo diretor e dois vogais

designados pelo CDUP-AD.

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A nível interno, os recursos humanos do CDUP-UP são compostos pelo

diretor, pelas áreas de coordenação técnica, pela coordenação administrativa,

assistência administrativa, assistência operacional, comunicação e eventos.

Em termos funcionais o CDUP-UP, está distribuído em dois grandes domínios,

como é possível verificar na figura 6.

Figura 6: Organigrama do funcionamento interno do CDUP-UP

Neste organigrama, é o diretor que assume a maior responsabilidade,

sendo este quem controla todas as atividades e situações que surgem na

instituição. A seguir ao responsável máximo, existem duas grandes áreas, a

organização e gestão de atividades desportivas e a organização e gestão de

instalações desportivas. Nesta última, e do lado direito da figura, temos a

distribuição dos serviços pelos três pólos da U.Porto. No pólo I pelo CDUP-

Bora Hora, no pólo II pelo Pavilhão Luís Falcão e no pólo III através do Estádio

Universitário. De destacar ainda que, no pólo II, existe a promoção de várias

atividades na FADEUP.

Do lado esquerdo, temos a subdivisão das diferentes áreas que o

CDUP-UP oferece e desenvolve, sendo estas, programa de fitness (UPFit),

atividades de lazer, competições internas e representações U.Porto.

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O programa UPFit procura promover a prática desportiva de uma forma

lúdica, oferecendo à comunidade diversas atividades, entre elas, o fitness, a

musculação, o cardiofitness e atividades aquáticas. Para além destas

atividades, o CDUP-UP, ainda tem ao dispor do seu público-alvo as

modalidades desportivas de combate, tiro com arco, escalada e badminton.

Nas atividades de lazer ou pontuais temos os três campos de férias

desportivas (Natal, Páscoa e Verão), bem como apoio logístico a atividades

promovidas por outras instituições e, ainda, a promoção de um conjunto de

atividades fora do contexto habitual das instalações, como por exemplo, a

promoção de floorball na semana de receção ao novo estudante.

Nas competições internas, encontram-se todos os eventos de carácter

competitivo não formal, através de eventos pontuais ao longo do ano, serve de

exemplo, os U.Porto Games.

Por último, as representações U.Porto, dizem respeito às

representações das equipas de competição da U.Porto a nível regional,

nacional e internacional. Por ano, participam em mais de 40 modalidades, seja

no desporto individual ou no coletivo. Esta instituição tem arrecadado ao longo

dos últimos anos, o “Troféu Universitário de Clubes”, entregue pela FADU,

numa gala no final da época desportiva, onde são premiados aqueles que de

destacaram, sejam equipas, atletas ou treinadores. Inserido ainda nesta

vertente das representações da U.Porto, foi criado o departamento de

competição, cuja sua coordenação está à responsabilidade de um técnico,

nomeadamente, o Dr. Daniel Vieira. Neste mesmo gabinete, tendo como seu

coordenador o Secretário-Geral do CMU, foi inserido todos os procedimentos

associados ao CMU de Floorball.

3.2) Caraterização das Entidades Organizadoras

O CMU de Floorball, teve como entidades organizadoras a FAP e a

U.Porto. Esta organização partilhada não surgiu apenas neste evento. Outrora,

em 2013 e 2014, organizaram o Campeonato Europeu Universitário de Voleibol

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Praia e o CMU da mesma modalidade, sendo que, nestas edições o Instituto

Politécnico do Porto (IPP) também contribuiu para a organização destas

mesmas.

Por sua vez, no ano de 2016 estava reservada uma organização

conjunta entre duas entidades. As mesmas definiram os recursos humanos que

estariam na comissão organizadora e comissão executiva, atribuindo

responsabilidades e atividades a cada um.

3.2.1) Federação Académica do Porto

Figura 7: Logotipo oficial da FAP

A FAP foi fundada em 1989, surgindo como interlocutor representativo

da maior academia do país. Com a criação da FAP assistiu-se a uma nova fase

na evolução do movimento associativo: esta federação assume-se como um

organismo coordenador do movimento estudantil, criando os meios para a

união das diversas associações. O movimento associativo do Porto ampliou-se,

gerou dinamismo e conduziu a um contacto associativo regular e definido de

forma extremamente positiva para a melhoria qualitativa do ensino superior e

da sociedade.

A instituição, comemora 28 anos no presente ano e é constituída por 27

associações de estudantes federadas, representando mais de 60.000

estudantes. Atua em três áreas específicas, académica, política e social e

representa quatro subsistemas do ensino superior: universitário público,

politécnico público, ensino particular e cooperativo e ensino concordatário.

Enquanto promotora de inúmeras atividades culturais e desportivas, a

FAP assume-se como um pólo dinamizador da vida da academia do Porto, mas

também da própria cidade do Porto e da sua área metropolitana. As

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dificuldades levantadas pela inexistência de um verdadeiro pólo universitário

que conduzem a uma desarticulação das instituições de ensino superior tornam

as atividades culturais e desportivas como o ponto de ligação entre a cidade e

a academia. Fruto desse trabalho de muitos anos, podemos hoje dizer que a

cidade e a sua área metropolitana e a academia são já duas realidades unidas

por um laço muito especial.

A sede da FAP, inicialmente, situou-se na Rua Miguel Bombarda, num

edifício cedido pela U.Porto, tendo-se transferido no ano de 1997 para

instalações próprias. Através de um concurso promovido para estudantes da

Universidade de Arquitetura, foi possível que a sede mudasse de instalações

encontrando-se atualmente na Rua do Campo Alegre, n.º 627, integrada no

Pólo Universitário do Campo Alegre (Federação Académica do Porto, 2015).

A Direção da FAP é composta por 9 dirigentes, sendo totalmente

composta por estudantes inscritos na Academia do Porto. No presente ano, a

FAP tem 5 dirigentes da Universidade do Porto (Desporto, Medicina,

Engenharia, Ciências e Medicina Dentária), 3 do Politécnico do Porto (ISCAP,

ISEP e ESS) e 1 da Universidade Católica Portuguesa (Economia e Gestão).

Em relação aos cargos, possuem 1 Presidente, 1 Tesoureiro, 2 Vice-

Presidentes, 1 Secretário-Geral e 4 Vogais. Cada um deles assume uma área

no seu dia-a-dia de trabalho, as quais consistem em: Política educativa,

Administração e Património, Desporto, Atividades Académicas e Culturais,

Queima das Fitas do Porto, Comunicação, Social, Empregabilidade e

Empreendedorismo e Representação Estudantil e Institucional. Este trabalho

ainda é suportado por funcionários contratados para fazer parte da estrutura da

FAP.

Em cada uma das áreas elencadas anteriormente, há um conjunto de

atividades estruturadas e planeadas no início do ano, sendo cumpridas ao

longo de apenas 1 ano, visto que os mandatos dos dirigentes da FAP são de

apenas 1 ano. É apresentado no seu plano de atividades a descrição de cada

atividade, bem como a síntese dos objetivos e as metas em cada uma.

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3.2.2) Universidade do Porto

Figura 8: Logotipo oficial da U.Porto

A U.Porto foi fundada a 22 de março de 1911, comemorando assim no

presente ano, 106 anos, sendo uma instituição reconhecida pela sua oferta na

investigação e educação, encontrando-se entre as 150 melhores universidades

europeias.

São 14 Faculdades, 1 Business School e 51 Centros de Investigação

inseridos na U.Porto, distribuídos por três pólos na cidade do Porto, sendo

estes, Pólo I na baixa da cidade, Pólo II na zona da asprela e Pólo III no campo

alegre. Tem diversos cursos como: Arquitetura, Belas Artes, Ciências, Ciências

da Nutrição e Alimentação, Desporto, Direito, Economia, Engenharia,

Farmácia, Letras, Medicina, Medicina Dentária, Psicologia e Ciências da

Educação e em Ciências Biomédicas.

A grande ambição desta Universidade passa por estar entre as 100

melhores universidades do Mundo até 2020, onde de momento já é a mais

internacional de todas as universidades portuguesas, fruto da colaboração e

cooperação com várias universidades no mundo. Para atingir a ambição

referida, procuram não formar apenas profissionais, mas sim pessoas, dando a

liberdade de inovar e crescerem pelos seus desejos individuais.

Em qualquer uma das faculdades, o objetivo passa pela excelência

através de padrões de exigência e qualidade, lançando estudantes de

qualidade no mercado de trabalho. Esta preocupação, está patente atualmente,

dado os elevados números de desemprego, surgindo assim o contacto

permanente com profissionais das diferentes áreas, permitindo um contacto

real com o futuro que poderão encontrar. Esta Universidade apresenta

elevadas condições de estudo, seja para ensino ou para aprendizagem, dada a

capacidade de pensamento e inovação dos estudantes e do corpo docente

altamente qualificado e especializado. Mas, também aposta na investigação,

onde interligam a aprendizagem com a criação de saber. Facilmente se

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percebe o investimento e dedicação feita na investigação pelo número de

espaços que apresentam para trabalhar na mesma. Os números de espaços

refletem-se também nos resultados, dado que a U.Porto é uma das grandes

produtoras de ciência no nosso país, contribuindo diretamente com mais de

23% de artigos na ISI Web of Science (Universidade do Porto, 2015).

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4) Realização da prática profissional

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Os “livros fecharam”, a história pausou e o momento de colocar em

prática todos os anos de aprendizagem finalmente chegou. Já não chega

sonhar e pensar no que se pode fazer, agora o que mais importa é executar.

Procurar fazer sempre o melhor, cumprir o necessário e inventar novos

procedimentos, pois é preciso explorar o que de diferente pode ser realizado.

Contudo, mesmo na fase da efetiva operacionalização do 7.ºCMUF houve por

diversas vezes a necessidade de investigarmos os principais autores nos

vários domínios em que tivemos que intervir.

O conhecimento pessoal é fundamental porque permite reagir aos

imprevistos e executar mais rapidamente as atividades impostas, mas não

tendo conhecimento ou tendo alguma dúvida, torna-se importante saber

escutar quem sabe e tem experiência. Por outro lado, caso haja um

desconhecimento total, deve-se procurar o que está escrito. Não devemos ser

orgulhosos, solicitar apoio e entreajuda pode ser uma mais-valia na execução

das responsabilidades.

4.1) Pré-evento do 7.ºCMUF

São variadas as atividades nesta fase que antecede o grande evento

desportivo. A preparação de um evento desportivo tem que ser pensada ao

pormenor, principalmente na antecipação de imprevistos que possam vir a

ocorrer. A aproximação da data do início do evento desportivo é considerada

um momento no qual surgem mais questões a responder, sendo assim, é

deveras importante ter uma equipa completamente pró-ativa e preparada para

resolver todas as necessidades.

Neste evento desportivo em específico, houve a necessidade de iniciar o

pré-evento mais cedo, porque foram necessárias formações e aquisições

específicas da modalidade. Foi importante também começar a divulgar e

promover a modalidade com maior antecedência, para dar a conhecer e tornar

o nome da modalidade habitual e ouvida em Portugal.

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4.1.1) Promoção do 7.ºCMUF

Na organização de qualquer evento desportivo, a capacidade de

compreender e a importância de organizar uma comunicação constante e

adequada, é fundamental para atingir os objetivos propostos, dar notoriedade

ao evento e obter o reconhecimento desportivo pretendido.

Apostar na promoção no pré-evento é cada vez mais importante sendo

necessário elaborar um plano de comunicação com as várias atividades a

desenvolver. Com uma boa promoção podemos alcançar mais pessoas

demonstrando o evento desportivo que será organizado e, através de uma

imagem uniforme, o público-alvo consegue interpretar esta mesmo imagem ou

a mensagem como algo relacionado com o evento desportivo em causa.

A estratégia de promoção do floorball teve como objetivos, informar,

persuadir e manter a modalidade na mente do público-alvo, sendo estes um

dos principais objetivos definidos para o meu EP. A ideia primordial foi

aproveitar todos os momentos possíveis para divulgar esta modalidade, para

que todos os estudantes universitários se sentissem ligados ao evento e

familiarizados com a modalidade. Para isto, foi necessário equilibrar todos os

métodos promocionais de forma a elevar o evento. A construção da

diferenciação consistiu em promover não só a competição, mas também a

Academia do Porto, a modalidade, a cidade, o país e todos os parceiros. O

público-alvo era diversificado, visto que o floorball despertava uma maior

percentagem de curiosidade no público em geral.

A nível nacional, marcamos presença nos campeonatos nacionais

organizados sob tutela da FADU, na receção aos novos estudantes da U.Porto,

no dia de Voluntariado da U.Porto, na Queima das Fitas do Porto, na Mostra da

U.Porto, nas formações no Porto, Braga, Aveiro, Lisboa e Madrid e por último,

no TNU de Floorball. Quanto a nível internacional, a promoção foi ocasionada

através da presença de atletas e equipas em Campeonatos Europeus no ano

de 2015 (voleibol praia, ténis de mesa, futebol, rugby 7, basquetebol 3x3,

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karaté, ténis, remo, xadrez e escalada) e, em solo português, no Campeonato

Europeu Universitário de Andebol na Universidade do Minho

Nestas atividades, a promoção realizou-se com o apoio de alguns

materiais, como lonas e uma baliza, com o intuito de exemplificar um gesto

técnico de floorball, nomeadamente, o remate. Ensinou-se assim, a pega do

stick, onde os aprendizes tinham como desafio acertar num dos buracos da

baliza. Esta ação, prendeu-se com a intenção de demonstrar a facilidade da

execução do remate, tendo assim um grau de complexidade baixo. Para a sua

realização, foram abrangidas várias idades, incluindo crianças, promovendo a

atração que o evento poderia ter para os pais e filhos. Como material de

promoção tínhamos a seguinte listagem em stock:

4 Roll ups com o logo oficial do 7.ºCMUF;

4 Roll ups como o cartaz oficial do 7.ºCMUF;

2 Roll ups para a captação de voluntários;

4 Bandeiras;

10 “Beach flags”;

1 Stick “i like”

1 Baliza de floorball com o cartaz do evento;

500 Autocolantes;

50 Muppies;

5 Carros de promoção;

500 T-shirts.

Em todos os momentos de promoção, foi notória a curiosidade dos

espetadores ao passar na zona de promoção, que questionavam sempre em

que consistia em concreto a modalidade, dado o desconhecimento desta em

Portugal. De denotar, que nas únicas situações onde não ocorreram estas

questões, foi quando surgiram estudantes estrangeiros, essencialmente da

Suécia e Finlândia, países onde efetivamente a modalidade é bastante

praticada, tendo então estes indivíduos um maior domínio técnico do stick.

Outra forma de promoção do evento, foi através de várias notícias

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escritas e da gravação de várias reportagens, sempre com o objetivo de

divulgar as datas do evento desportivo e apelar ao sentimento de quem está a

assistir à modalidade. Numa promoção mais experimental, tivemos os alunos

dos Campos de Férias Desportivas da U.Porto, onde vivenciaram alguns

gestos utilizados em jogo, através de aulas de iniciação à modalidade. Nestes

últimos, uma das promoções realizou-se mesmo durante o próprio evento,

porque ocorreu em simultâneo o Campo de Férias Desportivas da U.Porto de

Verão e o 7.ºCMUF.

4.1.2) Área técnica

A área técnica está diretamente relacionada com características da

competição e das instalações desportivas. No entanto, como o foco está na

competição, outras questões logísticas como o alojamento, os transportes e a

alimentação são estruturadas através das exigências da competição. Tendo

isto por base, esta área é fundamental para o conceito demonstrado pelas

entidades organizadoras, desenhando claramente a estratégia que se pretende

tomar, dado que a competição é o motivo principal à presença das equipas no

campeonato, onde cada uma traça os seus próprios objetivos. Todavia, importa

salientar que antes de se dar início à competição, cada uma delas pode

escrever o seu nome como a campeã mundial universitária.

4.1.2.1) Visita Técnica

A candidatura foi entregue e conquistada no ano de 2014, mas no ano

procedente, apresentou-se os locais e as condições à CTI da FISU. Fiquei

responsável por organizar um programa de um dia, com o objetivo de

demonstrar todas as áreas e atividades que o evento desportivo iria envolver.

Nesta, conferiu-se, se todos os processos estariam corretos, corrigindo os que

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ainda não correspondiam às normas exigidas. A visita técnica realizou-se no

dia 2 de outubro de 2015 com o programa apresentado no quadro 7.

Quadro 7: Programa da visita técnica do 7.ºCMUF

Horário Descrição Denominação

10h00 Saída do hotel -

10h30

Residência Novais Barbosa Alojamento

Cantina da Faculdade de Letras da

Universidade do Porto Alimentação

Residência Ruca 1 Alojamento

12h30 Almoço -

14h00 Estádio Universitário Instalação desportiva

15h00 Faculdade de Desporto da Universidade

do Porto Instalação desportiva

16h30 Reitoria da Universidade do Porto Local de saída para o cortejo na

cerimónia de abertura

17h30 Ribeira e centro da cidade do Porto Locais do programa social e cerimónia

de abertura, respetivamente

19h00 Regresso ao hotel -

20h30 Jantar -

Após a visita, o balanço geral foi positivo, dado que demonstramos

condições para dar resposta às exigências da IFF e da FISU. A única

preocupação dos técnicos que realizaram a visita, foi dada ao pavilhão do

estádio universitário, dado o atraso que a obra se encontrava. Mas nessa

altura, foi garantido por parte da organização que tudo estaria pronto a tempo e

a horas da competição. Foram também apresentados alguns conselhos, para

que a organização tivesse maior sucesso, nomeadamente envolver e

demonstrar a cidade aos participantes e ter um local central para

esclarecimento de dúvidas. Um outro conselho, surgiu das especificidades dos

alojamentos e das exigências particulares que os países da Ásia Oriental

pudessem ter, onde sugerimos que fossem alojados na residência Ruca I, a fim

de prepararem as suas próprias refeições, sendo esta uma ideia pensada

anteriormente à realização da visita técnica.

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Em relação aos pisos das instalações desportivas, os mesmos deviam

ser exatamente iguais, incluindo a publicidade que é exigida no ringue e no

piso de cada uma. Era também necessário, existir indicações nas instalações

desportivas, para que quando a delegação não estivesse na presença de um

guia se pudesse orientar, bem como para os demais convidados que se

deslocariam pelos seus próprios meios. Por fim, foi recomendado ter ao dispor

da arbitragem, material desportivo para que estes pudessem realizar o seu

aquecimento. Relativamente aos hinos, conclui-se que estes não eram

necessários antes dos jogos, pois só nas provas federadas é que são

obrigatórios.

A nível do transporte das equipas que se confrontaram no jogo, foi

confirmado pelo delegado técnico, que estas poderiam seguir no mesmo

transporte. Por outro lado, a equipa de arbitragem teria de recorrer a um

transporte exclusivo para a mesma. Para além disso, esta última teria acesso

ao seu próprio balneário, à exceção dos árbitros de mesa. Deu-se assim por

concluída a visita técnica, onde tivemos a oportunidade de esclarecer todas as

dúvidas.

4.1.2.2) Exigências da IFF na competição de floorball

Figura 9: Logotipo Oficial IFF

A IFF tem um conjunto de regras obrigatórias para cada jogo numa

competição do 7.ºCMUF. Em caso de incumprimento das mesmas, a equipa da

arbitragem tem permissão para não iniciar ou continuar o respetivo jogo.

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Em primeiro lugar, as exigências dizem respeito às instalações

desportivas, demonstradas na visita técnica. São assim necessárias as

seguintes condições para cada local de competição:

A zona livre deve estar a 2m da linha lateral da área de jogo;

A zona livre deve conter um raio de 3m para passagem dos

atletas;

A comissão organizadora deve fornecer o piso oficial para a

competição do floorball;

O revestimento do piso sintético é aprovado pela FISU e IFF;

Os marcadores são elétricos e estão em conformidade com as

necessidades e requisitos da FISU e da IFF.

Compete à organização garantir, em cada jogo, as seguintes condições

logísticas:

4 a 8 pessoas em torno do ringue para limpar o piso, colocar o

ringue na posição correta e repor a bola em jogo;

Mesa de jogo com 2 cronometristas (1 para tempo manual e outro

para o programa de estatística IFF), 1 Speaker e 1 Oficial IFF;

Mesa de jogo com 4 a 6 cadeiras, equipamento sonoro ligado ao

sistema eletrónico, 1 computador com internet e programa

estatístico IFF, impressora a preto e branco, fichas de jogo, fichas

das linhas da equipa, livro de regras oficiais, equipamento para

medir o comprimento do cabo e a curvatura da pá do stick

(material da IFF), 2 Dispositivos de tempo (manual e eletrónico), 2

apitos de árbitro, 50 bolas oficiais IFF, 2 balizas oficiais IFF, 1 fita

métrica, panos e vassouras;

Bancos de penalização com 4 cadeiras em cada lado da mesa,

onde duas se encontram destinadas aos oficiais de penalização

(um de cada lado, o lado mais próximo do banco de suplentes);

Banco de Suplentes com 20 lugares no mínimo;

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Primeiros Socorros (equipa qualificada e com material necessário,

próxima do ringue do jogo);

Material de reparação do ringue e das balizas.

Quanto à competição propriamente dita a organização e as delegações

têm que saber os seguintes requisitos:

Cada equipa tem: um máximo de 27 intervenientes desportivos,

sendo 20 jogadores e 7 dirigentes;

2 Locais para competição masculina;

2 Locais para competição feminina;

Metade do campo de treino e aquecimento deve estar à

disposição exclusiva de uma equipa durante a sua sessão.

Balneários: 2+2 em cada género

Bancada com capacidade para 2000 espetadores no masculino e

1000 no feminino;

Imprensa – 50 credenciais disponíveis para os mídia.

4.1.2.3) Prazos de promoção do evento

Após ambas as entidades organizadoras, FAP e U.Porto, terem sido

declaradas vencedoras da candidatura ao evento desportivo, tiveram

subjacentes um conjunto de procedimentos na divulgação, quer para as

possíveis delegações, quer para os potenciais interessados em ser parte ativa

do evento desportivo. Foi fundamental o cumprimento de todas as divulgações,

dados os prazos impostos para as inscrições. Sendo assim, foi necessário:

Divulgar o site oficial, 6 meses após a atribuição oficial dos

CMU;

1 ano antes da abertura oficial, enviar o convite oficial, os

regulamentos técnicos e gerais às delegações;

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2 meses antes da abertura do CMU, enviar o programa de

eventos e o calendário provisório a todas as delegações inscritas;

1 mês antes do CMU, a comissão organizadora tem que publicar

um manual aprovado pelo CTI, com os regulamentos técnicos, o

programa de competições, sessões de formação e especificações

técnicas;

No dia antes do CMU, entrega-se aos países participantes o

boletim de informações necessárias;

Diariamente durante o campeonato, é necessário distribuir toda a

informação importante para o desenrolar da competição e das

outras atividades;

Diariamente, pelas 06h00 são colocados os resultados do dia

anterior e a programação do dia seguinte;

No último dia do evento, são colocados todos os resultados;

No prazo de dois meses após o campeonato, é lançado o livro

oficial com fotos e descrição do evento e ainda o filme oficial;

4.1.2.4) Pagamentos das inscrições

A delegação quando aceita inscrever a sua seleção na competição tem

um conjunto de pagamentos a realizar por cada dia que os seus intervenientes

desportivos permanecem no evento desportivo. Esta é a principal fonte de

receita das entidades organizadoras.

Os pagamentos, cujos serão esclarecidos a seguir, incluem a estadia, a

alimentação, o transporte durante toda a competição (incluindo trajeto entre o

aeroporto oficial e o local de alojamento), o programa social e o acesso à

competição. Assim, a seguinte listagem refere os respetivos pagamentos:

Inscrição geral - 5 meses antes do campeonato, os países

registam a sua equipa com o pagamento de 5.000€;

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Inscrição quantitativa - 3 meses antes do campeonato, com o

número de participantes e oficiais;

Inscrições nominativas e oficiais - 1 mês antes do campeonato,

com lista de participantes e oficiais, sendo pago o valor diário por

cada um.

4.1.2.5) Calendário competitivo

Após esta fase inicial relativamente às normas a ter em conta, fui

responsável por construir um calendário competitivo para ser apresentado à

FISU. As primeiras informações que retive, encontravam-se relacionadas com

o facto de ter sido exigido o desenrolar da competição em apenas 5 dias,

sendo que três destes estavam destinados à fase de grupos e os outros dois

para a atribuição da classificação final. Deparei-me com outra particularidade,

mais especificamente, o facto de a seleção só poder realizar dois jogos no

mesmo dia, apenas uma vez durante a fase de grupos, sendo necessárias 8

horas de descanso entre os dois jogos realizados no mesmo dia.

Inicialmente, 11 seleções masculinas e 8 femininas manifestaram o seu

interesse em participar no 7.ºCMUF, no entanto, só 9 na competição masculina

e 7 na feminina é que oficializaram a sua inscrição.

Após a confirmação destas seleções por parte da FISU, elaborei um

calendário competitivo consoante as normas da FISU. Na competição

masculina, 4 seleções ficaram no grupo A e 5 no grupo B. Por sua vez, na

feminina distribuí 3 seleções no grupo A e 4 no grupo B, como se verifica no

quadro 8. Ficaram menos seleções no grupo A porque estas tinham passagem

direta ao apuramento do campeão mundial universitário. Isto porque, o modelo

competitivo do floorball é muito específico, pois coloca as equipas inscritas em

dois grupos, consoante os resultados que as mesmas tenham tido nos últimos

anos, ou seja, é como se houvesse a 1.ª e 2.ª Divisão. As melhores equipas

ficam no grupo A e as restantes no grupo B. Este modelo pretende equilibrar a

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competição numa primeira fase, evitando que as equipas estreantes joguem

com equipas que já estão na competição há anos.

Quadro 8: Distribuição das seleções pelos grupos do 7.ºCMUF

Quanto aos jogos na fase de grupos, a FISU delineou uma chave de

entrosamento. Deve ser construído um calendário onde se apresenta a data, a

hora, o grupo, a equipa da casa, a equipa de fora e a instalação desportiva,

como é visível no quadro 9.

As dificuldades sentidas nesta atividade dizem respeito à instalação

desportiva a ser utilizada e ao horário que cada equipa deveria jogar. Foi

necessário respeitar o intervalo de horas entre os jogos, estabelecido em 8

horas, bem como permitir que todas as seleções tivessem a oportunidade de

competir nas duas instalações desportivas, não sendo permitido assim que

uma seleção jogasse sempre na mesma instalação desportiva. Em relação ao

horário de cada jogo, devido a não ter qualquer conhecimento prático do tempo

necessário em cada jogo, tive que verificar e analisar os horários das duas

edições anteriores, bem como ter atenção aos horários que foram definidos na

alimentação (pequeno-almoço, almoço e jantar), respeitando 1h30 entre a

alimentação e o jogo.

Competição masculina (M) Competição feminina (F)

Grupo A Grupo B Grupo A Grupo B

A1 B1 A1 B1

A2 B2 A2 B2

A3 B3 A3 B3

A4 B4 B4

B5

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Quadro 9: Calendário competitivo 7.ºCMUF

Data Hora Grupo Seleção da casa Seleção de fora

Instalação desportiva

20-07

09h00 Masculino (B) B1 B2 FADEUP

09h00 Masculino (B) B3 B4 E.U

11h30 Feminino (B) B1 B2 FADEUP

11h30 Feminino (B) B3 B4 E.U

14h00 Masculino (A) A1 A2 FADEUP

14h00 Masculino (A) A3 A4 E.U

16h30 Feminino (A) A1 A2 E.U

19h00 Masculino (B) B5 B1 FADEUP

19h00 Masculino (B) B2 B3 E.U

21-07

09h00 Feminino (B) B1 B3 FADEUP

09h00 Feminino (B) B2 B4 E.U

11h30 Masculino (B) B4 B5 FADEUP

11h30 Masculino (B) B1 B3 E.U

15h30 Feminino (A) A3 A1 FADEUP

15h30 Masculino (A) A1 A3 E.U

18h00 Masculino (A) A2 A4 FADEUP

18h00 Masculino (B) B5 B2 E.U

22-07

09h00 Masculino (B) B4 B1 FADEUP

09h00 Feminino (B) B4 B1 E.U

11h30 Feminino (B) B2 B3 FADEUP

11h30 Masculino (B) B3 B5 E.U

14h00 Feminino (A) A2 A3 FADEUP

14h00 Masculino (A) A4 A1 E.U

16h30 Masculino (A) A2 A3 FADEUP

16h30 Masculino (B) B2 B4 E.U

23-07

09h00 Masculino QF 1 3ºA 2ºB FADEUP

09h00 Masculino QF 2 4ºA 1ºB E.U

11h45 Masculino 7ºClass. 4ºB 5ºB FADEUP

11h45 Feminino 5ºClass. 3ºB 4ºB E.U

14h30 Feminino MF 1 1ºA 1ºB FADEUP

14h30 Feminino MF 2 2ºA 3ºA E.U

17h15 Masculino 7ºClass. 5ºB 3ºB FADEUP

17h15 Feminino 5ºClass. 4ºB 2ºB E.U

20h00 Masculino MF 1 1ºA Vencedor QF2 FADEUP

20h00 Masculino MF 2 2ºA Vencedor QF1 E.U

24-07

09h00 Masculino 7ºClass. 3ºB 4ºB FADEUP

10h00 Feminino 3ºClass Derrotado MF1 Derrotado MF 2 E.U

12h00 Feminino 5ºClass. 2ºB 3ºB FADEUP

13h00 Masculino 3ºClass. Derrotado MF 1 Derrotado MF 2 E.U

15h00 Masculino 5ºClass. Derrotado QF 1 Derrotado QF 2 FADEUP

16h00 Feminino Final Vencedor MF 1 Vencedor MF 2 E.U

19h00 Masculino Final Vencedor MF1 Vencedor MF 2 E.U

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4.1.3) Orçamento do 7.ºCMUF

O orçamento é uma compilação das previsões relativamente aos

recursos materiais e financeiros, necessários para o desenvolvimento de uma

determinada atividade ou evento. Devem ser definidos objetivos no orçamento

consoante os objetivos do planeamento do evento desportivo, ocorrendo um

ciclo administrativo: planeamento, execução e controlo. (Lunkes et al., 2013)

Realmente, é importante criar ferramentas que meça o nosso desempenho

económico, tornando as nossas decisões mais eficazes, permitindo ter o

conhecimento real dos custos, de forma a contribuir nas operacionalizações de

cada organização (Lima et al., 2004).

Para este evento, o orçamento apresentado procurou estar dividido por

áreas facilmente identificáveis, permitindo cruzar valores de rendimento

(receitas) e gastos (despesas). Neste orçamento, os valores da receita foram

calculados num cenário prudencial (receitas por défice) e as despesas por

excesso, permitindo assim ter uma noção dos limites máximos previstos para

cada uma das rúbricas.

Deste modo, o cálculo/discriminação das despesas aparecem no quadro

10, dividido por onze áreas/rúbricas distintas: promoção, recursos humanos,

competição, equipamentos, alimentação, alojamento, primeiros socorros e

seguros, prémios (medalhas e troféus), transportes, Fun Park e outras

despesas.

Na primeira área tivemos a previsão dos gastos com promoção, com um

total de 35.000€, divididos por imagem, divulgação e suportes gráficos. Estes

gastos tiveram início aquando à primeira divulgação do evento desportivo e

terminaram uns dias após o término do mesmo.

A segunda área, que diz respeito aos recursos humanos, estimamos

gastos de cerca de 12.495€. Este valor refere-se ao gasto durante 10 meses

com o Secretário-Geral do evento, da despesa com técnicos de som e imagem

(design) e ainda, aos gastos com as ações de formação e preparação dos

dirigentes e atletas de floorball.

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Posteriormente, temos a orçamentação da despesa a incorrer com os

equipamentos na área da competição, onde previmos uma despesa de cerca

de 37.000€. Nesta área, o maior investimento previsto foi a aquisição de dois

pisos para o recinto da competição. A qualidade do piso da competição era

uma premissa imposta desde sempre quando ocorreu a atribuição da

organização deste evento. Os outros gastos nesta área estão relacionados com

os equipamentos fixos como os ecrãs de streaming do jogo, estruturas de

apoio (zona VIP e material de aquecimento para o jogo), bolas e animação

sonora.

Na rúbrica equipamentos/uniformes, estavam previstas as despesas

incorridas com a aquisição das roupas para todos os recursos humanos no

evento desportivo, sendo a comissão organizadora, a comissão executiva, os

voluntários, a arbitragem, as delegações participantes, as roupas de promoção

e a imagem, perfazendo um total de 4.000€.

Em termos orçamentais, as áreas de alimentação e alojamento foram as

mais significativas, uma vez eu juntas representaram 1/3 dos gastos totais

previstos para o evento (67.000€). São duas áreas muito sensíveis e que,

normalmente, se refletem muito no feedback apresentado pelos participantes,

por isso são igualmente duas áreas essenciais. Na alimentação, os gastos

previstos foram calculados para 300 participantes diários, alcançando um total

de 27.000€, incluindo pequeno-almoço, almoço, jantar e lunch-box. Nesta área,

são ainda contabilizados os gastos a incorrer com a alimentação dos membros

da organização (4.500€), bem como a previsão de 1.500€ ao proporcionar um

jantar oficial a todas as delegações no evento. Por outro lado, na rúbrica do

alojamento, previu-se um gasto total de 34.000€. Foi necessário o montante de

27.000€ para assegurar a estadia mínima de 6 dias aos 300 participantes do

evento com referência ao custo diário do alojamento, definido em 15€. O valor

de 5.500€ surgiu para providenciar um outro alojamento, para elementos extra

das delegações, árbitros, convidados VIP e elementos do comité executivo da

FISU (sendo calculado 2.500€ para 10 árbitros e 3.000€ para 20 elementos ou

convidados FISU). Por fim, esteve aprovisionado um gasto de cerca de 1.500€

no alojamento de voluntários e outros casos excecionais.

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Na sétima área, denominada de primeiros socorros e seguros, estavam

previstos gastos de 2.000€ para recorrer aos serviços de primeiros socorros da

Cruz Vermelha e 2.000€ colmatando a obrigação de submeter 8 atletas a

testes anti-doping. Foi ainda necessário, no âmbito da segurança e legalidade

do evento, subescrever um seguro para todos os recursos humanos envolvidos

na organização de cerca de 1.000€.

Na rúbrica medalhas e troféus orçamentamos 3.000€, consideramos

nós, que seria o custo necessário na aquisição de medalhas e troféus para

premiar os três primeiros classificados de cada género, bem com uma

lembrança alusiva ao evento para cada delegação. A lembrança alusiva ao

evento, foi entregue no jantar oficial de delegações.

Na área dos transportes, foram previstos 6.000€ de gastos a suportar

com alugueres de viaturas, dos transferes entre aeroporto-alojamento-

alimentação-competição e outros trajetos da cidade.

No Fun Park previmos gastos com entretimento dos espetadores da

competição no valor de 6.000€, sendo insufláveis e animação sonora para cada

uma das instalações desportivas.

Nas outras despesas, foram previstas gastos com: policiamento de cada

instalação desportiva no valor de 6.000€; com as deslocações e estadias

relacionadas com as visitas técnicas e supervisão do evento, o valor de 2.000€;

com o funcionamento, consumíveis e comunicações chegou-se ao total de

505€; por último, com o pagamento dos Direitos de Organização à FISU, um

valor total de 11.000€.

Em suma, no orçamento apresentado para as despesas (gastos),

totalizamos o valor final em 193.000€.

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Quadro 10: Orçamento das despesas do 7.ºCMUF

Orçamento da Despesas

1. Promoção

1.1 Imagem 8.000€

1.2 Divulgação interna e externa 12.500€

1.3 Suportes gráficos 15.000€

Parcial 35.500€

2. Recursos Humanos

2.1 Apoio Técnico 7.995€

2.2 Técnicos durante o evento desportivo 1.000€

2.3 Ações de Formação 3.500€

Parcial 12.495€

3. Equipamentos da Área de Competição

3.1 Equipamentos fixos 6.000€

3.2 Estruturas de apoio 2.500€

3.3 Bolas 500€

3.4 Pisos e Ringues 25.000€

3.5 Animação sonora 3.000€

Parcial 37.000€

4. Equipamentos/uniformes

4.1 Uniformes do Staff e roupa promocional 4.000€

Parcial 4.000€

5. Alimentação

5.1 Alimentação durante o evento 27.000€

5.2 Alimentação da entidade organizadora 4.500€

5.3 Jantar oficial das delegações 1.500€

Parcial 33.000€

6. Alojamento

6.1 Delegações 27.000€

6.2 Árbitros 2.500€

6.3 Comité Executivo FISU/VIP 3.000€

6.4 Voluntários/Outros 1.500€

Parcial 34.000€

7. Primeiros Socorros e Seguros

7.1 Cruz Vermelha, tendas de Campanha 2.000€

7.2 Controlo antidoping 2.000€

7.3 Seguros (equipamentos, voluntários…) 1.000€

Parcial 5.000€

8. Medalhas e Troféus

8.1 Medalhas, troféus e lembranças 3.000€

Parcial 3.000€

9. Transportes

9.1 Circuito Urbano, Transfers, aluguer de viaturas 6.000€

Parcial 6.000€

10. FUN Park

10.1 Animação sonora e equipamentos de animação 6.000€

Parcial 6.000€

11. Outras Despesas

11.1 Policiamento 3.000€

11.2 Visitas Técnicas 2.000€

11.3 Despesas de funcionamento, e comunicações 505€

11.4 FISU 11.500€

Parcial 17.005€

Total Despesas 193.000€

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No cumprimento do principio da prudência e de modo a que o impacto

da organização deste evento desportivo não fosse negativo, nas contas das

entidades organizadoras, as receitas (rendimentos) previstas para o 7.ºCMUF,

por défice, foram de 193.000€, valor correspondente às despesas.

De igual modo, o cálculo das receitas esperadas aparece no quadro 11,

dividido por áreas/rúbricas distintas, sendo: taxas de participação, subsídios e

patrocínios.

Na primeira área, intitulada de taxas de participação, referimos que a

previsão calculada é feita através do valor estabelecido pela FISU para as

taxas diárias de cada participante, tendo sido fixada em 70€. Com isto, sendo a

previsão da organização receber 300 participantes durante 6 dias no mínimo,

estimou-se uma receita de 126.000€.

Na rúbrica subsídios do Instituto Português do Desporto e Juventude

(IPDJ), Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) e

Câmara Municipal do Porto (CMP), previmos obter subvenções específicas no

montante de 17.000€.

Por último, dado que cada uma das entidades organizadoras

comprometera-se a disponibilizar 15.000€, para o desenvolvimento do evento e

dado que orçamento deve ser de base zero, ou seja, o valor das despesas

(gastos) é igual ao valor das receitas (rendimentos), havia uma necessidade

final de recorrer a patrocinadores no valor de 20.000€.

Quadro 11: Orçamento das receitas do 7.ºCMUF

Orçamento da Receitas 1. Taxas de Participação

1.1 Diária de 70€ (total de 6 dias) 126.000€

Parcial 126.000€

2. Subsídios

2.1 IPDJ, MCTES, CMP 17.000€

Parcial 17.000€

3. Patrocínios

3.1 Necessidade de patrocinadores 20.000€

Parcial 20.000€

4. Subsídios da Organização

4.1 Federação Académica do Porto 15.000€

4.2 Universidade do Porto 15.000€

Parcial 30.000€

Total Receita 193.000€

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4.2) O evento: 7.º Campeonato Mundial Universitário de Floorball

“Obviamente a competição favorece o alcance de patamares mais altos

em vários domínios. Mas, quando desvirtuada, fecunda igualmente

comportamentos, estados de espírito e medidas que não se compaginam com

o registo humano. A competição, prevalece nos nossos dias, não repara que

torna arrogantes os vencedores e doentes os perdedores, que a felicidade de

uns, pode ocasionar a infelicidade de outros. Faz tábua rasa de que o caminho

para a felicidade passa mais pela cooperação incorporada do que pela

competição desenfreada.” (Bento, 2014)

4.2.1) Gestão dos Recursos Humanos

Os recursos humanos são o cérebro de toda uma organização,

assumindo a responsabilidade de controlar os acontecimentos e de conduzir os

mesmos ao sucesso do evento desportivo. Têm como responsabilidade a

manutenção do que está planeado e têm a imaginação na procura de construir

algo inovador. Na maior parte das vezes o seu trabalho não é visível a quem

participa num evento desportivo, mas há um conjunto de pessoas que são o

verdadeiro pilar de toda a organização. A maior dificuldade não está em expor

o conhecimento e a experiência individual, mas sim em trabalhar em equipa.

Para isso, há que estar preparado não só para colocar em prática o que

sabemos, mas sobretudo saber ouvir a respeitar a opinião do próximo.

Em todas as equipas deve haver líderes, para que haja controlo dos

objetivos e atividades estabelecidas. Conhecemos vários tipos de líderes e

cada pessoa pode apresentar várias lideranças em diferentes contextos. Um

verdadeiro líder primeiro respeita, para depois ser respeitado. A confiança em

si e nos outros é fundamental para isso.

Na organização do 7.ºCMUF, tivemos quatro níveis na hierarquia.

Primeiro o Comité Internacional de Supervisão, Controlo e Arbitragem (CISCA),

depois a comissão organizadora, comissão executiva e por fim os voluntários.

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CISCA

Daniel Vieira Instalações Desportivas

Luís Ferreira (FADEUP)

Ricardo Cardoso (E.U)

Rodrigo Medeiros Competição Sofia Rios

Ana Luísa

Voluntários Carolina Pimentel

Cerimónias Pedro Queiroga

Luís Ferreira

Daniel Freitas Comunicação Catarina Sampaio Pedro Queiroga

Bruno Almeida

Área Médica

Diana Rodrigues

André Carvalho

Centro de Informação

Camilo Rebelo

Acreditação Rui Queirós e

Stephane Azevedo

Miguel Monteiro

Alimentação Joana Ribeiro

Alojamento Ângela Carvalho

Transportes Miguel Moreira Nuno Novais

Comissão Organizadora

Na comissão organizadora e executiva, ficaram recursos humanos com as

áreas apresentadas na figura 10.

Figura 10: Hierarquia dos recursos humanos do 7.ºCMUF.

4.2.1.1) CISCA - Comité Internacional de Supervisão, Controlo e

Arbitragem

Este comité é responsável pela decisão final de todas as questões

políticas ou de conflitos durante o evento desportivo. O seu modo de

funcionamento foi determinado através de uma reunião entre os membros da

CISCA, realizada dois dias antes do arranque oficial do evento desportivo.

Em todas as reuniões da CISCA, esteve um elemento da FISU, sem

direito de voto, a acompanhar a reunião e a atender às necessidades do

evento, podendo responder às questões mais específicas da modalidade. Os

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delegados da FISU são nomeados um ano antes do início do CMU. Após ter

sido entregue a candidatura, a entidade organizadora teve três meses para

nomear o representante da comissão organizadora, a qual fez parte da CISCA.

Todos os elementos da CISCA receberam os documentos produzidos pela

entidade organizadora e a correspondência mais importante. O 7.ºCMUF, teve

os seguintes elementos na CISCA:

Delegado do Comité Executivo da FISU - Presidente da CISCA:

Marian Dymalski;

Delegado da Comissão Internacional de Controlo (CIC) da FISU:

Pauline Harmonic;

Delegado Técnico (TD) de Floorball da FISU: Taneli Tiilikainen;

Delegado da Comissão Médica da FISU: Dr. Carlos Magalhães;

Representante da IFF: John Liljelund;

Representante da Comissão Organizadora: Daniel Freitas.

4.2.1.2) Comissão Organizadora

Esta comissão é responsável pelas decisões de todo o evento

desportivo, onde se planifica as ações que serão necessárias. O principal

trabalho está no pré-evento, onde é definido o plano de ação, estruturando o

seu planeamento, financiamento e supervisão. Durante o evento, têm as suas

áreas e os responsáveis da comissão executiva para liderar. O 7.ºCMUF, teve

a seguinte comissão organizadora:

Presidente: Daniel Freitas – Direção Geral, Relações

Institucionais e Comunicação;

Vice-Presidente: Ana Luísa – Gestão de Recursos Financeiros,

Atividades Sociais e Culturais, Cerimónias e Voluntários;

Vice-Presidente: Bruno Almeida – Relações Internacionais,

Protocolo, Centro de Informação e Área Médica;

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Vice-Presidente: Miguel Monteiro – Alimentação, Alojamento e

Transportes;

Vice-Presidente: Rodrigo Medeiros – Competição e Área Técnica;

Vice-Presidente: Nuno Novais – Representante da FADU;

Secretário-Geral: Daniel Vieira – Coordenação Geral, Imagem,

Promoção e Instalações.

Na comissão organizadora, cada membro era responsável por gerir cada

uma das suas áreas, sendo estas distribuídas numa reunião com todos os

membros presentes. Eu assumi um papel de elevada responsabilidade, onde

me foi possível acompanhar de perto todos os procedimentos que decorreram

no pré-evento. A minha função mais geral, era decidir e planear todos os

procedimentos com os vários recursos humanos desta comissão. O método de

trabalho foi definido em reunião, onde cada membro ficou a supervisionar uma

ou várias áreas, como elencadas anteriormente, juntamente com os membros

da comissão executiva. Foram assim, convocadas diversas reuniões para ser

discutido o ponto de situação de cada área, a fim de melhorar ou corrigir o que

estava pendente.

Como funções mais específicas, estando com a responsabilidade da

área técnica e da competição, onde elaborei a visita técnica, colmatei as

exigências que a IFF e a FISU informaram na mesma, estabeleci o calendário

competitivo, verifiquei os pagamentos de cada seleção consoante os prazos

obrigatórios e recolhi, organizei e distribui todos os materiais necessários em

cada instalação desportiva para os dias de treinos e competição.

Durante o evento, essencialmente geri os recursos humanos e cumpri

com as normas que foram estabelecidas pela IFF e FISU para a competição.

Foi estabelecido contacto direto e permanente com os técnicos da IFF que se

encontravam nas instalações desportivas, na procura de melhorar os

pormenores da competição, subindo o nível de trabalho e exigência na

organização, mas aumentando também o feedback positivo de quem estava a

participar no evento desportivo.

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Uma experiência significativa onde, pela primeira vez, o grau de

responsabilidade esteve ao mais alto nível. Mas, sem dúvida que a experiência

alcançada recolherá os seus frutos no futuro.

4.2.1.3) Comissão Executiva

Se na comissão organizadora estiveram presentes os líderes, na

comissão executiva tivemos os liderados. A primeira comissão referida,

estabelece o plano de ação, sendo a segunda responsável pela sua execução.

Têm ao seu dispor um conjunto de voluntários corajosos e preparados a

cumprir o que está estabelecido na teoria.

A comissão executiva foi a ponte de contacto entre a comissão

organizadora e os voluntários, fundamentais para liderar e executar em

simultâneo. O 7.ºCMUF, teve a seguinte comissão executiva:

Cerimónias: Pedro Queiroga e Luís Ferreira;

Competição: Sofia Rios;

Área Médica: Diana Rodrigues e André Carvalho;

Instalações: Luís Ferreira e Ricardo Cardoso;

Acreditação: Rui Queirós e Stephane Azevedo;

Comunicação: Catarina Sampaio e Pedro Queiroga;

Centro de Informações: Camilo Rebelo;

Alimentação: Joana Ribeiro;

Alojamento: Ângela Carvalho;

Transportes: Miguel Moreira;

Protocolo: Catarina Sampaio;

Voluntários: Carolina Pimentel.

Nas comissões e nos voluntários, fora fundamental a entreajuda e a

recetividade, por forma a contribuir positivamente para o evento desportivo.

Souberam trabalhar todos em equipa e remar em conjunto para um mesmo

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objetivo. Não existiram diferenças entre cargos e responsabilidades assumidas,

pois sempre que o imprevisto surgia o mais importante seria a sua resolução,

independentemente da área que esse recurso humano assumia como

responsabilidade.

4.2.1.4) Voluntários

Os voluntários são fundamentais no trabalho necessário no desporto,

essencialmente nas universidades, sendo importante perceber os fatores que

os motivam a fazer voluntariado (Hamidreza & Azadeh, 2012). Eles são uma

mais-valia, contribuindo para a eficiência organizacional e económica,

contribuindo com inovação e ideais para o evento desportivo e,

essencialmente, colaboram diretamente para a redução dos custos (Simunks et

al., 2014).

A organização de um evento desportivo depende muito da dedicação e

motivação de cada um dos seus responsáveis e aqueles que têm menos

responsabilidades, tornam-se a base de toda uma organização, sendo estes

denominados voluntários. Cada um deles foi agraciado com um certificado de

participação, como voluntário do evento desportivo, mas no fundo é na

experiência adquirida e nas aprendizagens enriquecedoras que terão ganhos

para o futuro. O papel interventivo de cada um, contribuiu para o

desenvolvimento e desenrolar das atividades necessárias ao longo da

competição. Enquanto a comissão organizadora e a comissão executiva

tiveram decisões e atividades sobretudo no pré-evento, foram os voluntários a

executar os objetivos de dia para dia.

A sua intenção de participação, começou por uma candidatura a uma

das suas áreas de interesse. Estes podiam concorrer a guias das seleções,

cerimónias e protocolo, competição, instalações desportivas, área médica,

acreditação, transportes, comunicação, centro de informação, alimentação e

alojamento.

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Tivemos 88 voluntários finalistas que ficaram distribuídos pelas

diferentes áreas, 1 voluntária do programa de voluntariado da FISU vinda da

Polónia e 11 voluntários espanhóis para árbitros de mesa nos jogos, devido às

especificidades do programa estatístico de floorball da IFF.

Consoante a área em que se encontravam, ficaram à responsabilidade

do superior da comissão executiva, que por sua vez cumpria as ordens do

elemento da comissão organizadora. Em cada área houve uma ou várias

reuniões para explicar as obrigações e as funções necessárias. Nessas

mesmas reuniões foram definidas estratégias de trabalho, discutidas

disponibilidades e assumidas responsabilidades a cumprir durante o evento.

Tivemos áreas que se fundiram, ou por semelhança de funções, como é

o caso da competição e instalações desportivas, ou pela dispersão de tempo

em cada função, como foi o caso da alimentação e alojamento, dado que o

último tinha encargos na chegada e partida das seleções.

4.2.2) Comunicação

A comunicação é o cartão de visita de qualquer evento desportivo,

responsável por passar a boa imagem que se sente antes, durante e após os

dias de competição. O trabalho começa muito antes do evento, visto que é

preciso chegar a informação às potenciais delegações, aos estudantes e a

quem possa ser o público-alvo.

A comunicação surge associada à promoção do evento, sendo

necessário estabelecer os locais de interessente (eram definidos consoante o

alcance que atingiríamos) e perceber que público-alvo estaria presente. Aqui,

pensou-se também sobre que materiais poderiam ser utilizados e em que

situações se justificavam. Estabeleceu-se também uma relação próxima com

os meios da comunicação, passando a mensagem da primeira competição

oficial da modalidade de floorball em Portugal.

A comunicação do floorball foi planeada de forma crescente, isto é,

foram lançadas inicialmente pequenas informações com a intenção de

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despertar a curiosidade e posteriormente, mais próximo da data do evento,

foram apresentadas e divulgadas informações mais concretas.

Neste 7.ºCMUF, a comunicação teve como objetivos envolver a cidade

do Porto e a Academia do Porto no evento desportivo, promover o floorball em

Portugal, tendo em conta que este não é um desporto comum e reconhecido no

nosso país, e alcançar a nível nacional e internacional o reconhecimento da

Académia do Porto, das IES, do desporto, dos parceiros, da cidade e do país.

Como público-alvo, a nível interno, pretendeu-se comunicar com a

comunidade académica, envolvendo e associando a FAP e U.Porto. Ao nível

externo, chegou-se a atletas, população do Porto, estudantes-atletas

participantes dos eventos desportivos universitários nacionais e internacionais.

Em relação às entidades externas, estabeleceu-se o contato com as IES

Nacionais, com as federações filiadas na FISU e com os patrocinadores.

Os principais suportes da comunicação foram t-shirts, muppies, roll-ups,

flyers, vídeos promocionais e carros. Foi adquirido o serviço clipping, que

diariamente filtrava os artigos da modalidade e aqueles que abordavam o

7.ºCMUF do Porto. Numa fase inicial, a estratégia passou pelo uso de um

simples stick em eventos que marcamos presença para a promoção do

7.ºCMUF, por forma a cativar as pessoas a tirar fotos. O stick apenas tinha

escrito “7th World University Championship”, as estrelas oficiais da FISU e

“LIKE Floorball 2016”, com o símbolo do 7.ºCMUF. Neste stick, estava escrito o

link oficial do referido evento denominado de “WUC Floorball 2016”. Assim, o

principal objetivo seria expandir a visualização e o conhecimento do evento no

Facebook alargando o seu público.

As redes sociais também foram fundamentais para comunicar e

alavancar o evento. Foi criado o site oficial, como é exigido pela FISU e

juntamente com o Facebook, foram as duas principais fontes de comunicação

digital. Destas fontes, surgiram também os sites oficiais das duas instituições

organizadoras, “noticias.up.pt” (U.Porto) e “fap.pt” (FAP).

Os responsáveis pela comunicação estiveram sempre presentes nos

vários momentos de promoção, aproveitando para fazer um acompanhamento

fotográfico e uma divulgação rápida e momentânea. Produziram várias notícias

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e foram responsáveis pela ligação entre a entidade organizadora e os parceiros

mídia.

A entidade organizadora teve que submeter o planeamento da

comunicação à FISU, definindo os critérios e quem teria direito a fazer

transmissão do evento desportivo. Depois de ser selecionada a empresa que

faria a cobertura do evento, a mesma teve que fornecer artigos do 7.ºCMUF ao

departamento da FISU, bem como notícias diárias com o resumo do evento

desportivo, acompanhada por fotos de cada dia e resultados dos jogos, com

textos escritos em inglês.

Diariamente, foi concretizada uma newsletter com notícias, curiosidades,

entrevistas e fotos da competição, sendo publicada em papel e disponibilizada

de forma gratuita a todos os participantes. Tendo sido também enviada para a

FISU e colocada no site oficial. A entidade organizadora garantiu um fotógrafo

permitindo recordar em imagens a competição, as cerimónias e momentos que

ocorreram durante o evento, como o staff em trabalho, momentos de

descontração dos atletas, a arbitragem, os veículos oficiais, a publicidade na

cidade, o alojamento e muito mais. Permitiu também, a credenciação de

fotógrafos das delegações ou outros que pretendessem fazer a cobertura do

evento desportivo.

As cerimónias de abertura e encerramento tiveram obrigatoriamente que

ser gravadas desde o início até ao fim, para posteriormente ter sido

apresentado um vídeo resumo das mesmas. Durante os jogos, existiu

streaming em direto dos ecrãs em cada instalação desportiva, transmitindo em

simultâneo os jogos no site oficial do evento, estando o jogo posteriormente

disponível no Youtube, para consulta das delegações e de todos aqueles que

pretendessem rever o jogo.

4.2.3) Competição

Todas as atividades e necessidades da competição ficaram à minha

responsabilidade, sendo membro da comissão organizadora, em conjunto com

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a Sofia Rios, responsável da competição por parte da comissão executiva.

Como tal, esta parte tem maior aprofundamento e foi um princípio nosso,

assumir esta área, dado o interesse por implementar esta modalidade em

Portugal e sermos ambos da área da gestão desportiva, aproveitando o desafio

como uma excelente oportunidade de aprendizagem e conhecimento. A

primeira função passou por conhecer as especificidades da modalidade, onde

assistimos a competições e treinos ao vivo, a vídeos de diferentes

competições, analisando desde a entrada dos jogadores em campo até às

entrevistas no final de cada jogo. Foi necessária também, uma leitura extensiva

de regulamentos e regras próprias da mesma, recorrendo às regras oficiais da

IFF e ao documento de iniciação da modalidade.

Após a referida leitura, a nossa primeira atividade surgiu antes do início

da competição, onde foi enviado a todas as delegações o programa geral do

evento, para que todos se preparassem para o mesmo. O programa consistiu

no que está visível no quadro 12. Reunimos ainda, com os vários voluntários

da competição, realizando formações teóricas para ensinar as regras e os

procedimentos a realizar em cada jogo, bem como formações práticas,

vivenciado um jogo com todos os voluntários das outras áreas, permitindo aos

voluntários da competição executarem as suas atividades, de forma a estarem

preparados para as exigências.

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Quadro 12: Cronograma do 7.ºCMUF

Julho - Dia

Programa 18 19 20 21 22 23 24 25

Chegada das equipas

Acreditação

Treinos

Reunião técnica

Cerimónia de abertura

Competição (fase de grupos)

Programa social

Jantar dos Chefes de Delegação

Competição (fases finais)

Cerimónia de encerramento

Partida das equipas

4.2.3.1) Cerimónia protocolar

O floorball é conhecido pelo espetáculo que é produzido antes do início

do próprio jogo. Seja com um jogo de luzes ou de fumos, é feito um espetáculo

para apresentar as equipas que vão entrar em campo. Há uma liberdade para

criar este momento, onde a imaginação é o único limite, estando sempre

associada ao fator tempo.

Esta foi uma outra atividade “estudada” por nós, dado que há uma

cerimónia protocolar exigida pela IFF e pela FISU, como se observa no quadro

13. A organização, juntamente com a arbitragem do jogo foi responsável pelo

cumprimento ao minuto e ao segundo desta cerimónia. O tempo de

aquecimento no campo principal foi o único que pôde ser alterado, dado estar

dependente do término do jogo anterior.

Decidimos assim simplificar a cerimónia, alinhando os jogadores na zona

dos balneários e colocando uma música quando os jogadores entravam em

campo. Nos jogos das finais, optámos por colocar luzes e fumo na zona de

entrada dos jogadores. Esta opção simplificada surgiu tendo em conta a

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limitação financeira que tínhamos no evento para esta particularidade e devido

à ausência da audiência dos hinos de cada país em jogo.

Quadro 13: Cerimónia protocolar antes de qualquer jogo

Tempo antes

do jogo Tarefa a ser feita

30 minutos As seleções entram no campo principal para fazer o seu aquecimento

8 minutos Termina o aquecimento, dado por um sinal sonoro. As seleções saem do

campo e o speaker anuncia todos os jogadores de ambas as seleções

5 minutos

As seleções colocam-se prontas a entrar em campo. Os árbitros seguem na

frente, depois vem o capitão e os restantes jogadores organizam-se por

ordem crescente dos números

4 minutos

Entram todos em campo pela ordem que estavam. Dirigem-se para o meio-

campo e viram-se para o local da câmara enquanto o speaker dá umas

palavras de boas-vindas

3 minutos Os jogadores fazem um último aquecimento e dão o grito de equipa antes de

se dirigirem aos bancos

2 minutos

A linha inicial é anunciada pelo speaker. À medida que o jogador é chamado,

este entra em campo. É chamado o guarda-redes, depois os defesas, o médio

e por fim os avançados

0 minutos Começo do jogo

No final de cada jogo, houve sempre uma outra cerimónia protocolar a

fim de eleger o melhor jogador em campo de cada uma das seleções (quadro

14). A entidade organizadora decidiu atribuir como prémio ao melhor jogador

de cada equipa, em cada jogo, uma mini garrafa de Vinho do Porto, dado o

simbolismo que a mesma tem para a cidade do Porto. Foi entregue também um

diploma, com o nome do que foi eleito o melhor jogador em campo e em que

jogo em que ocorrera. O prémio era entregue por um elemento da comissão

organizadora, comissão executiva ou pela IFF.

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Quadro 14: Cerimónia protocolar depois de qualquer jogo

4.2.3.2) Reunião técnica

Antes do apito inicial para o primeiro jogo oficial do 7.ºCMUF em

Portugal, foi necessário reunir os chefes das delegações para apresentação

dos moldes da competição e de toda a logística do evento desportivo, dando

espaço para esclarecimento de dúvidas.

A reunião realizou-se numa das salas da FADEUP, no dia 19 de julho

pelas 14h00, e teve a presença de todos os chefes de delegação das seleções

e alguns treinadores. Inicialmente foram dadas as boas-vindas por parte do

Presidente da comissão organizadora, Daniel Freitas. Posteriormente a palavra

foi dada ao Vice-Presidente Bruno Almeida para presidir a reunião. Este,

informou a todos os procedimentos que iam ser tomados, explicou o horário

dos transportes para os jogos e o funcionamento do autocarro shuttle, mostrou

o protocolo das cerimónias antes e após os jogos, referiu como seriam

entregues as águas para os jogos e treinos, o significado e a diferença entre as

cores dos recursos humanos da organização, a presença de imprensa nos

jogos e outros pormenores do evento desportivo.

Concluída a sua intervenção, a palavra foi dada ao delegado técnico da

IFF, Taneli Tiilikainen, para que explicasse a distribuição dos grupos e como

seria feita a qualificação para a fase seguinte. Depois, foram atribuídas as

Tempo após o

fim do jogo Tarefa a ser feita

1 minuto As seleções colocam-se frente a frente, em cada metade do campo, ao

longo da linha central

2 minutos

O speaker anuncia o melhor jogador de cada seleção e este dirige-se a um

membro da organização posicionado no centro para receber um prémio e

tirar uma foto.

3 minutos

As seleções fazem uma saudação geral e depois cumprimentam todos os

intervenientes desportivos. Dá-se por terminada a cerimónia após os

cumprimentos

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cores dos equipamentos que as equipas tinham que utilizar em cada jogo e

caso houvesse equipas com a mesma cor, era a equipa da casa que decidia se

utilizaria o equipamento principal ou alternativo, tendo a equipa adversária que

trocar o seu, caso usasse a mesma cor.

Por último, o responsável do apoio médico por parte da CISCA, Dr.

Carlos Magalhães referiu esperar que não houvesse lesões graves. Contudo,

detinha uma equipa bem preparada e qualificada para intervir desde os casos

mais simples aos mais graves. Por outro lado, os hospitais foram avisados para

a receção de eventuais casos considerados muito graves.

Terminada a reunião técnica com as delegações, decorreu uma reunião

entre todos os árbitros, sendo definida a distribuição dos jogos por cada dupla

de arbitragem e sendo discutidos alguns critérios de arbitragem e questões

específicas deste 7.ºCMUF.

4.2.3.3) Os números das seleções

Foram 10 países, distribuídos por 16 seleções que marcaram presença

na competição do 7.ºCMUF. Nos dois géneros estavam seleções da República

Checa (Rep. Checa), Suécia, Finlândia, Suíça, Japão e Espanha.

Representada só em feminino estava a Polónia e apenas com representação

de seleções masculinas do seu país surgiram a Eslováquia, República da

Coreia (Rep. da Coreia) e a seleção anfitriã, Portugal.

Na competição feminina tivemos 7 seleções, maior número registado em

competições universitárias de floorball até o momento. A grande favorita desta

edição foi a Suécia, dado que venceu as quatro edições anteriores. Como

estreantes na competição surgiu a Espanha. Esta competição apresentava,

pela Suécia, a melhor jogadora do mundo, Anna Wijk, distinguida no último

Campeonato do Mundo de Floorball (seleções federadas). É uma jogadora que

atua como médio, tem 25 anos e já conta com várias participações em eventos

internacionais, onde no desporto universitário participou no anterior CMU de

Floorball em 2014, Singapura.

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Quanto à competição masculina, houve uma disputa entre 9 seleções,

sendo menos uma quando comparado à edição de 2014. Espanha e Portugal

estrearam-se, contudo, o favoritismo para o vencedor era repartido pela Suécia

e pela Finlândia. Quase todos os estudantes-atletas das seleções da Suécia,

Finlândia, Suíça e República Checa, eram jogadores federados a praticar

floorball nos seus países. Isto, demonstra a diferença que surgiria em campo

caso estas equipas enfrentassem as outras seleções no campeonato. São

jogadores que apresentam no seu currículo desportivo diversas participações

em campeonatos mundiais e europeus. O equilíbrio em cada jogo era o que se

perspetivada, onde a incerteza do resultado era a palavra final que resumia

estas equipas na competição.

4.2.3.4) Os jogos e a classificação final

A competição começou pela disputa de dois grupos em cada um dos

géneros, tendo a duração de três dias. No grupo A masculino estavam

Finlândia, Suécia, Suíça e República Checa. O grupo B era constituído por

Eslováquia, Espanha, Japão, República da Coreia e Portugal. Os dois

primeiros classificados do grupo A passaram diretamente para as meias-finais,

sendo Suécia (1.º classificado) e Suíça (2.º classificado). Os outros dois do

grupo A, Finlândia (3.º classificado) e República Checa (4.º classificado)

disputaram os quartos-finais com os dois primeiros classificados do grupo B,

sendo Eslováquia (1.º classificado) e Espanha (2.º classificado). Cruzaram

assim Finlândia e Espanha, República Checa e Eslováquia, onde os

vencedores foram a Finlândia e República Checa que cruzaram, nas meias-

finais com Suíça e Suécia, respetivamente. Espanha e Eslováquia disputaram

o 5.º lugar, sendo vencedora deste jogo a Eslováquia. A Suíça ficou em terceiro

lugar ao vencer a República Checa.

As outras seleções do grupo B, Japão (3.º classificado), Portugal (4.º

classificado) e República da Coreia (5.º classificado) competiram num grupo

com três pelo 7.º lugar. Foi Portugal que conquistou este lugar, sendo vencedor

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nos dois jogos que disputou com estas seleções. Em 8.º lugar ficou o Japão

por ter vencido a República da Coreia, que terminara assim em 9.º lugar.

Na tão desejada final da competição masculina, no fim do tempo

regulamentar registava-se um empate a 4 golos entre a Finlândia e a Suécia,

sendo levada a decisão para golo de ouro. Neste, a Finlândia foi mais eficaz e

fez o quinto golo, “golo de ouro” que lhe deu o título mundial universitário.

No feminino, o grupo A tinha Suécia, Finlândia e Suíça e o grupo B

Polónia, República Checa, Japão e Espanha. Todas as seleções do grupo A

passaram diretamente para as meias-finais, juntando-se a estas a primeira

classificada do grupo B, nomeadamente a República Checa. O lugar na final foi

discutido num jogo por Suécia (1.º classificado A) e República Checa (1.º

classificado B) e no outro jogo, por Suíça (3.ª classificado A) e Finlândia (2.º

classificado A). A Suécia e a Finlândia foram à final e as outras disputaram o

terceiro lugar, onde a República Checa levou a melhor. As outras três seleções

do grupo B competiram pelo quinto lugar, conquistado pela Polónia através de

duas vitórias. O Japão ficou em sexto, deixando o último lugar para a Espanha.

Por sua vez, na final da competição feminina a história não foi diferente

da masculina, apenas se decidiu no último desempate possível, através das

grandes penalidades. O jogo entre Suécia e Finlândia terminou com o resultado

empatado a 2 golos, seguindo-se com o prolongamento através do golo de

ouro, mas não foi marcado qualquer golo. Assim, através das grandes

penalidades, a Finlândia converteu 3 contra 1 da Suécia e conquistou o título

mundial universitário, tão desejado, pela primeira vez.

Na final da edição de 2016 foi a Finlândia que surpreendeu e levou a

melhor nas duas competições. Ficou então distribuída a classificação

consoante o quadro 15.

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Quadro 15: Classificação final do 7.ºCMUF

Class. Seleção Masculina Class. Seleção Feminina

1º Finlândia 1º Finlândia

2º Suécia 2º Suécia

3º Suíça 3º República Checa

4º República Checa 4º Suíça

5º Eslováquia 5º Polónia

6º Espanha 6º Japão

7º Portugal 7º Espanha

8º Japão

9º República da Coreia

4.2.4) Instalações Desportivas

Nos CMU são exigidos dois campos oficiais para a competição e dois

espaços desportivos para o aquecimento antes do jogo. Dadas as exigências,

foram escolhidos para a competição o polivalente da FADEUP e o pavilhão A

(principal) do Estádio Universitário da U.Porto. Para o aquecimento, na primeira

instalação tinham ao seu dispor o pavilhão de voleibol da FADEUP e na

segunda, tinham o pavilhão B do Estádio Universitário. Este tornou-se uma

escolha limitada, porque na zona do Porto, poucos espaços correspondiam a

estas exigências, seja pelos espaços desportivos que possuem, seja pelos

horários limitados que tinham nas datas da competição.

Uma das exigências apresentadas na visita técnica, dizia respeito aos

pisos das instalações desportivas, sendo obrigatório utilizar pisos iguais em

cada uma. Esta foi a grande dificuldade, porque tivemos que investir na

colocação dos mesmos, reduzindo e limitando o nosso orçamento. Outra

dificuldade viria no material de competição, nomeadamente nas 4 balizas, 2

ringues e 500 bolas, mas a dificuldade foi facilmente ultrapassada pelo apoio

da IFF, sendo entregue todo este material, juntamente com sticks.

Outra exigência, diz respeito às bandeiras dos países, sendo

organizadas pela ordem oficial da FISU. No meio, foram colocadas a bandeira

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da FISU e a do país anfitrião, neste caso Portugal. Não há qualquer exigência

no tamanho oficial da mesma, somente numa questão de imagem, as

bandeiras devem ter um tamanho semelhante entre si. Da esquerda para a

direita as bandeiras ficaram com a seguinte ordem:

República Checa;

Finlândia;

Japão;

Polónia;

República da Coreia;

FISU;

Portugal;

Eslováquia;

Espanha;

Suécia;

Suíça.

Relativamente aos espaços desportivos utilizados, o polivalente da

FADEUP, apresentava um piso que cumpria as exigências da FISU e IFF, mas

como era necessário que os pisos fossem iguais entre as duas instalações, foi

colocado um piso temporário nesta instalação. Em relação à montagem do

material para a competição, a mesa de jogo e os bancos de suplentes, foram

montados no lado oposto da entrada das seleções no pavilhão, entre o ringue e

a estrutura publicitária. A mesa da comunicação ficou junto à entrada e saída

do pavilhão, dando oportunidade para a realização de entrevistas aos

jogadores, quando estes saíam do terreno de jogo no final do seu jogo. Foram

disponibilizados quatro balneários para as equipas e dois para os árbitros. No

parque de estacionamento da FADEUP, foi montado o Fun Park com vários

insufláveis, atraindo as crianças para os mesmos, permitindo convidá-los a

entrar na FADEUP para assistir aos jogos.

Na outra instalação desportiva, assistimos a um novo pavilhão dentro do

estádio universitário, tendo sido feitas alterações ao longo do referido ano, eis

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que nasceu uma nova instalação desportiva para todos os estudantes, os

atletas da cidade do Porto e não só. Foram notórias as alterações da sua

estruturação, como se pode observar nas figuras 10 e 11. Um novo piso, um

novo teto, materiais desportivos reaproveitados, bancadas e paredes pintadas,

hall de entrada modificado e pura magia aconteceu nos olhos de quem viu o

antes e o depois. Apesar de o lugar não ter mudado, o sonho realizado

transformou esse mesmo lugar. Era um espaço que se encontrava em

degradação, mas através deste evento desportivo foi encontrado um novo

futuro para o mesmo. Esta é uma das oportunidades fantásticas que um evento

desportivo pode trazer à cidade, sendo feitos investimentos essenciais para a

melhoria e bem-estar de cada estudante que pretende praticar desporto.

No estádio universitário, a mesa de jogo e os bancos dos suplentes

ficaram do lado oposto da bancada do público, sendo do lado de entrada dos

atletas. Cada equipa teve ao seu dispor dois balneários para o jogo, devido à

dimensão de cada um, tendo a instalação desportiva seis balneários

destinados a atletas e dois para os árbitros. As entrevistas, foram realizadas no

espaço entre os dois pavilhões e o Fun Park ficou no caminho de acesso à

entrada do pavilhão principal. Neste, além de insufláveis, foi montado um

campo reduzido para jogo de futebol com 3 jogadores em cada equipa, com o

objetivo de promover o CEU de futebol 2017, que se viria a realizar no Porto.

Nesta instalação desportiva, foi também montada uma zona VIP.

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Figura 11: Pavilhão do Estádio Universitário até 2015

Figura 12: Pavilhão do Estádio Universitário depois das alterações devido ao 7.ºCMUF

4.2.5) Alimentação

Na alimentação procuramos cantinas que ficassem perto do local de

competição. Dado a proximidade e relação interna entre o CDUP-UP e o

SASUP, a escolha final destinou-se às unidades alimentares deste serviço.

Foram escolhidas então, a cantina da Faculdade de Letras da U.Porto, para

almoço das seleções que jogam no Estádio Universitário e para o jantar de

todas as seleções. Para aquelas que jogaram na FADEUP, a cantina escolhida

foi a da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, dado que a

cantina da FADEUP não faz as refeições deste serviço na sua cozinha.

A FISU não apresenta muitas obrigações nesta área, apenas solicita que

os horários de funcionamento das refeições sejam pensados consoante o

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horário da competição e dos treinos. Foi necessário garantir a qualidade,

quantidade e diversidade dos alimentos e das bebidas nas cantinas e lunch-

box disponíveis para alimentação fora do seu local. Assim, estabeleci o horário

necessário para o pequeno-almoço, almoço e jantar:

Pequeno-almoço: 07h00 – 10h00;

Almoço: 11h30 – 14h30;

Jantar: 18h30 – 21h00.

A grande preocupação nesta área esteve na sua ementa (anexo 2), que

tem que ser apresentada e aprovada pelo CTI. A sugestão da ementa foi

apresentada pelos SASUP, onde posteriormente foi pensada e discutida entre

os SASUP e a comissão organizadora, com a devida antecedência, visto ter

existido a necessidade de a apresentar antes da competição às delegações

participantes. A sua composição teria que ter em conta a absorção de calorias

necessárias para atletas de alta competição, independentemente da cultura

destes. A preocupação não surge tanto de eventuais trocas que possam ser

feitas pelo desagrado das mesmas, mas sim dos atletas que são alérgicos a

determinados alimentos. A informação dada com antecedência, permitiu

encontrar uma nova solução e uma alternativa para estes casos. Além disso,

foi definida uma lunch-box que era entregue nas instalações desportivas, para

os atletas ou membros da organização que não pudessem sair dos seus postos

ou que não tivessem tempo de se deslocar às cantinas.

Chegada a competição, hora de colocar a preparação em prática, onde é

uma área que está muito dependente do desenrolar dos jogos e sujeita-se a

vários imprevistos. Foram diversos os imprevistos ao longo da competição,

mas sempre com as seleções que jogavam à hora de almoço. Havia seleções

que preferiam ir a uma cantina próxima do jogo da tarde, outros queriam

almoçar na cantina mais próxima do jogo da manhã e outros preferiam utilizar

as lunch-box. Tudo isto era fácil de coordenar com a devida antecedência, mas

muitas vezes as seleções avisavam no próprio dia e alterava as contas e a

coordenação entre os SASUP e a comissão organizadora.

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4.2.6) Alojamento

Disponibilizar um bom alojamento torna-se essencial para a competição

num evento desportivo, dado que os atletas procuram descansar e recuperar

após os jogos. Existem algumas orientações por parte da FISU sobre o

alojamento num CMU. Nomeadamente, não devem estar mais que duas

pessoas por quarto; tem que ter armários e roupeiros; persianas ou cortinas na

janela e a cama tem que ter pelo menos dois metros de comprimento. Em

relação à higiene, as toalhas e a roupa da cama teria que ser trocadas no

máximo em cada dois dias, existindo uma limpeza diária no quarto (lixo e pó) e

tendo acesso à lavandaria de forma gratuita.

Com as orientações da FISU e dado os locais do evento, decidimos

alojar as seleções perto do estádio universitário, procurando o conforto e

proximidade entre as seleções, resultando numa troca de experiências, dada

as diferenças entre as culturas presentes no evento.

Um dos alojamentos escolhidos para as seleções foi a Residência

Campo Alegre - Ruca I, situada no pólo do Campo Alegre, nomeadamente na

rua do Campo Alegre, nº 1395. Esta dispõe de 156 camas, distribuídas por

doze apartamentos com 11 quartos individuais e um com 13 quartos. Como

área comum, têm o WC, a cozinha e a sala. O outro alojamento, foi a

Residência Novais Barbosa, junto à Faculdade de Letras da Universidade do

Porto. É composta por 22 apartamentos com 6 a 14 quartos individuais, tendo

um total de 308 camas.

Consoante a disponibilidade e distribuição de quartos por pisos na

Residência Novais Barbosa e Ruca I, estabeleci um mapa com as seleções

que seriam alojadas em cada uma das residências. Na Residência Ruca I

ficaram as seleções da República da Coreia, Japão, Eslováquia e Suíça. Na

outra Residência foram alojadas as comitivas de Portugal, Espanha, Polónia,

Suécia, Finlândia e República Checa.

Os árbitros e os convidados VIP ficaram no Hotel Porto Palácio dada a

localização das instalações desportivas, do alojamento e alimentação das

delegações.

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Como principal atividade nesta área, fiquei responsável por fazer a

distribuição dos participantes por cada quarto, através de um mapa

disponibilizado pelos SASUP. A grande dificuldade surge pelo WC ser

partilhado por todos os elementos do mesmo piso sendo, portanto, fundamental

ter no piso apenas elementos do mesmo género. Esta dificuldade sentiu-se por

alguns dirigentes serem homens e responsáveis pelas seleções femininas ou

vice-versa, bem como pelo facto de alguns pisos terem ligação entre os blocos

de apartamento. Com isto, foi necessária uma atenção especial em cada

quarto que era distribuído. Outra dificuldade surgiu porque nem todos os pisos

tinham o mesmo número de quartos, não sendo assim uniforme o número de

participantes por cada piso. Outro fator que foi necessário ter em causa, foi a

proximidade entre países rivais, como por exemplo, a Suécia e a Finlândia, não

sendo aconselhável que ficassem em pisos próximos ou de acesso fácil entre

os participantes de cada país. Por último, a maior dificuldade diz respeito à

correspondência entre o número de quartos disponíveis e o número de

participantes, sendo que apenas sobravam 7 quartos, limitando assim a

distribuição dos participantes por cada piso. No entanto, estes 7 quartos

serviram para colocar alguns membros da organização.

4.2.7) Transportes

A área dos transportes iniciou-se quando chegou a primeira pessoa ou a

primeira seleção a Portugal e terminou quando o último interveniente

desportivo saiu de Portugal. Este recurso, foi utilizado entre o aeroporto, os

alojamentos, a alimentação e as instalações desportivas.

Consoante os horários dos treinos, jogos e horas destinadas às

refeições, realizou-se um plano de transporte para entregar às seleções (anexo

3) e aos motoristas dos autocarros (anexo 4). Tivemos duas carrinhas de 9

lugares e dois carros de 4 lugares a transportar os árbitros, árbitros de mesa,

os convidados e os membros da organização. Para as equipas, foram

necessários 3 autocarros para assegurar as exigências da competição. Havia

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dois autocarros destinados ao transporte das duas equipas adversárias para a

respetiva instalação desportiva e outro autocarro a fazer serviço shuttle, para

transportar todos os interessados a assistir aos jogos e a passear pela cidade

do Porto, dado que fazia o seguinte percurso:

Residência Novais Barbosa > Estádio Universitário > Palácio de

Cristal > Cordoaria > Aliados > FADEUP > Residência Ruca I >

Estádio Universitário > Residência Novais Barbosa.

Outra grande responsabilidade da área dos transportes, foi o programa

social. A tarefa neste dia foi bastante condicionada, dado o programa social ser

na Ribeira do Porto e o percurso desde as instalações desportivas ou do

alojamento até o seu destino, era num tempo não programado inicialmente,

devido ao trânsito e à hora do seu percurso.

Apesar dos horários estruturados num plano tendo sido entregue a

todos, esta área está exposta a várias condicionantes externas que dificultam o

desenrolar dos acontecimentos como estavam planeados. Seja o trânsito, o

atraso dos jogos ou o atraso de um atleta, são tudo fatores que condicionem o

plano, sendo assim uma área que exige uma atenção diária e permanente

atualização dos horários com os motoristas e os participantes.

4.2.8) Acreditação e Centro de Informação

O trabalho da acreditação iniciou-se quando a primeira seleção entregou

a sua inscrição oficial no 7.ºCMUF e terminou quando a última seleção recebeu

as credenciais do evento desportivo. É uma função simples, mas fundamental

para toda a logística do evento desportivo, onde os prazos devem ser todos

cumpridos.

A acreditação deve ser instalada numa sala ou num espaço de acesso à

chegada das delegações. Deve ter computadores, impressoras, máquinas de

laminação e internet. Os elementos da acreditação são responsáveis pela

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verificação dos dados dos intervenientes desportivos, tais como nome

completo, data de nascimento, morada, cartão de cidadão ou passaporte,

universidade e curso de estudo. Têm que fazer a credencial no sistema de

creditação online da FISU, colocando o nome, a função, a seleção e a

fotografia, bem como os acessos que essa pessoa tem direito. Cada delegação

recebe o acesso a este sistema, colocando os dados dos participantes no

evento e disponibilizando os mesmos à entidade organizadora.

Na acreditação são feitos os pagamentos da inscrição da delegação

(taxa), feita pelo chefe de delegação, que corresponde ao valor diário de 70€.

Esta taxa passou a ser o valor máximo a partir de 2016, definido pela FISU, de

cada um dos intervenientes durante a sua estadia no alojamento do 7.ºCMUF.

Após os pagamentos e a confirmação de dados, a acreditação entrega

tudo ao técnico da FISU para este analisar e assinar a credencial confirmando

se tudo está correto. Este técnico analisa a idade, a nacionalidade e o estatuto

de estudante-atleta, através do documento de elegibilidade e passaporte,

entregues pelo chefe de delegação. Após a confirmação, são pagos 20€

diretamente à FISU, por cada membro da delegação inscrita. Qualquer

incorreção que seja necessária ser corrigida é feita neste técnico da FISU.

Caso não possa ser corrigida, o interveniente desportivo não recebe credencial

para participar no evento desportivo.

O Centro de Informação, é o que chamamos de Centro de Crise, é

responsável por dar resposta a todas as adversidades que surgem e por

passar informação dos acontecimentos ou de eventuais alterações ao

programado. Estão em contacto permanente com todas as áreas e têm sempre

todas as informações atualizadas. Numa fase inicial, trabalharam junto da

acreditação, a fim de estar em contacto com os responsáveis das equipas para

que lhes pudessem dar informações como horas de treino disponíveis, horários

dos transportes, do shuttle e das refeições e dar as novidades aos guias.

Depois, a sua área de serviço mudou-se para o Estádio Universitário,

dado a proximidade de uma das instalações da competição e do alojamento.

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4.2.9) Hospitalidade

O sucesso de um evento desportivo depende muito da forma como as

pessoas são recebidas e atendidas. Podemos ter as melhores instalações, o

melhor equipamento, o melhor alojamento e muito mais, mas se as pessoas

não se sentirem bem, não vão gostar do evento desportivo. As pessoas devem

sentir-se em casa, seguras, confortáveis e acima de tudo devem estar felizes

com a experiência. As grandes recordações serão os momentos partilhados e

nesses deve ser o conforto de um sorriso que deve estar bem presente.

A educação é mesmo uma das palavras-chave naquilo que chamamos

de hospitalidade. Posso não ser o melhor do mundo nem a pessoa mais

simpática, mas vou fazer o melhor de mim e o meu esforço será

recompensado. Neste pensamento, qualquer pessoa consegue alcançar os

objetivos, cumprir as atividades e passar a imagem de uma boa organização.

Felizmente, na cultura que vivemos a socialização é um dos fatores

fortes e o responder às adversidades é o melhor que fazemos. Somos um povo

preparado para os imprevistos e prontos a dar a melhor solução no momento.

Outra palavra-chave é a confiança, nomeadamente no que estamos a

fazer e naquilo que podemos contribuir a quem está mais próximo de nós.

Transmitir confiança a quem nos visita, é fundamental para que possam seguir

as instruções que pretendemos.

O cuidado de todos os recursos humanos neste evento consistiu no

encontro das necessidades das pessoas e contribuiu para o alcance das

mesmas. Desde a receção no aeroporto até a ida para o aeroporto, foram dias

de partilhas de experiências e conhecimentos significativos para o futuro de

todos.

4.2.10) Apoio médico

A presença de apoio médico é fundamental na competição, pela rápida

atuação em caso de uma lesão de algum interveniente desportivo. Apesar de

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cada seleção ser obrigada a trazer o seu fisioterapeuta/médico/enfermeiro, a

comissão organizadora tem que ter presente apoio médico durante o evento.

A FISU estabelece que a entidade organizadora tem que disponibilizar

uma sala privada para tratamentos, cadeiras, mesa de massagem (maca),

frigorífico com gelo para fornecer às delegações, medicação, cabides de roupa

e uma limpeza diária na sala, principalmente do lixo. Foram assim montadas

duas salas para apoio médico, uma em cada instalação desportiva e duas

salas de massagens, uma em cada residência. Em todas elas, estavam

disponíveis macas e gelo e tinham os membros do apoio médico da

organização e de cada uma das seleções, utilizando as mesas para dar auxílio

aos atletas.

Por parte da entidade organizadora, foi contratada a cruz vermelha, que

colocou três enfermeiros e uma ambulância em cada instalação desportiva. Em

cada jogo, havia ainda dois voluntários da área médica, sendo estudantes de

medicina, enfermagem ou fisioterapia. Havia ainda, um médico por parte da

CISCA e um médico disponibilizado pela comissão organizadora.

4.2.10.1) Controlo Anti-doping

Nos CMU é obrigatório realizar testes anti-doping em qualquer momento

da competição. Os atletas têm que estar preparados para a qualquer momento

serem selecionados para estes. A FISU tem um conjunto de obrigações e

consistem no seguinte:

Um diretor Anti-doping tem que ser escolhido três meses antes

da competição;

Todos os testes de doping são realizados de acordo com os

regulamentos da FISU e regras da WADA (World Anti-doping

Agency) ou por entrada direta da ADAMS (Anti-Doping

Administration and Management System);

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Os testes podem ser feitos em qualquer momento da

competição;

As análises das amostras são analisadas em laboratório

certificado pela WADA;

Todos os custos que envolvem estes testes são suportados pela

entidade organizadora;

O número mínimo de atletas submetidos a testes é de 8 e têm

que incluir atletas que venceram a medalha de ouro na

competição.

Neste 7.ºCMUF, a entidade organizadora decidiu fazer os testes nos

jogos das finais da competição. Foi no último dia de competição, que se

submeteram aos testes 2 atletas de cada seleção representada na final, quer a

masculina, quer a feminina.

4.2.11) Segurança

Em toda a competição, foram vários os adeptos que passaram pelas

bancadas. Desde crianças a adultos, o desporto despertou interesse a todos.

Apesar de não se ter registado quaisquer confrontos, é fundamental no

desporto que envolva público, ter segurança na instalação desportiva.

Foi contratada uma empresa que colocou dois seguranças entre as

08h30 e meia hora após o término dos jogos em cada uma das instalações

desportivas. Um dos seguranças controlava o público e o outro controlava o

acesso ao recinto desportivo e aos balneários através dos acessos que os

intervenientes desportivos tinham nas suas credenciais.

Outra das funções dos seguranças foi nas cerimónias. Na cerimónia de

abertura ficaram responsáveis por garantir o perímetro de segurança na zona,

onde iria ser lançado o fogo, bem como convidar a sair alguém que não tivesse

em condições de estar na cerimónia, dado ter sido pública podiam surgir

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imprevistos menos agradáveis. Assumiram responsabilidades ainda, na festa

de encerramento ao controlar as entradas no espaço destinado à mesma.

No que respeita à envolvência dos participantes e membros da

organização, foi necessário realizar um seguro da responsabilidade civil e outro

de acidentes pessoais, tendo por objetivo proteger todos aqueles que

participaram no evento, onde em caso de acidente, teríamos as questões

burocrática atualizadas, a fim de ativar o seguro. No que diz respeito a

acidentes na competição, tivemos a presença permanente da Cruz Vermelha,

de forma a atuar no imediato do acidente provocado no terreno de jogo ou no

seu exterior.

Por último, em relação à instalação desportiva, todo o material colocado

em torno do ringue, teve por base o respeito em deixar uma margem de

segurança entre o terreno de jogo e a colocação desse mesmo material.

4.2.12) Sessões protocolares e Cerimónias

Todas as sessões protocolares e cerimónias são previamente

estruturadas entre a comissão organizadora, nomeadamente através do

Secretário-Geral e o Delegado do comité executivo da FISU. São várias as

regras e protocolos a seguir, havendo depois espaço para os desejos da

entidade organizadora. Há liberdade total para a escolha do local e das

festividades a fazer, mas o horário e a ordem do protocolo são definidos pela

FISU. Os principais protolocos dizem respeito à cerimónia de abertura, de

encerramento e entrega de medalhas.

Quando pensamos em cerimónias nestes eventos desportivos, surgem

sentimentos bem distintos a quem vai participar no evento desportivo. Na

cerimónia de abertura é a expetativa do que vão encontrar, o entusiasmo por

começar a competir e a esperança de alcançar os melhores resultados. Por

outro lado, na cerimónia de encerramento é a saudade que fica, a nostalgia de

recordar os momentos passados que agora terminam e um olhar para o futuro

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com vontade de repetir os resultados inéditos ou melhorar o que se consegui

menos bem. Mas não são apenas estas que encontramos num CMU.

4.2.12.1) Apresentação pública

Decorreu no dia 1 de julho de 2016 a apresentação pública do 7.ºCMUF,

onde se apresentou o evento e as entidades responsáveis pelo mesmo.

Realizou-se no Salão Nobre da Reitoria da U.Porto, situado na Praça Gomes

Teixeira, na cidade do Porto.

Como intervenientes desta sessão, partilhando algumas palavras,

comunicaram o Presidente da comissão organizadora, Daniel Freitas, o

Presidente da FADU, Daniel Monteiro, o Pró-Reitor da U.Porto, Fernando

Remião e o Administrador da Porto Lazer, Luís Alves.

Foram comunicados os objetivos do evento, o impacto na cidade do

Porto e a importância de envolver os estudantes. Foi um momento que permitiu

apresentar as cores dos recursos humanos envolvidos no 7.ºCMUF, estando o

vermelho destinado à comissão organizadora, comissão executiva e

voluntários. O amarelo para o apoio médico e o cinzento para a arbitragem,

enquanto o verde ficou reservado para a t-shirt de recordação do evento.

Através da comunicação social, esta apresentação serviu para passar a

mensagem das datas do evento e da importância que teve para a cidade e

para os seus estudantes. Alargou-se os horizontes e chegou-se a potenciais

interessados em conhecer um pouco mais da modalidade.

4.2.12.2) Cerimónia de abertura

A cerimónia de abertura realizou-se no centro da cidade do Porto no dia

19 de julho. Como personalidades em destaque, tivemos a Vice-Presidente da

Câmara Municipal do Porto, Professora Guilhermina Rego, o Vice-Presidente

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da FISU, Mr. Dymalski e o Reitor da U.Porto, Professor Sebastião Feyo de

Azevedo.

Em relação á cerimónia, as delegações foram transportadas para a

Reitoria da U.Porto, onde puderam dar um passeio nos arredores da mesma.

Depois organizaram-se pela ordem oficial da FISU e receberam balões com as

cores da bandeira do seu país. Nomearam um porta-estandarte que levou a

bandeira do seu país na frente da delegação, juntamente com o guia que

continha a placa com o nome do respetivo país.

De seguida, deram início ao cortejo, escoltados pela Polícia de

Segurança Pública (PSP), saindo da praça dos leões, passando ao lado da

reitoria, em frente aos Clérigos, desceram a rua dos Clérigos e subiram a

avenida dos Aliados até á frente da Câmara Municipal do Porto onde decorreu

o seguinte protocolo:

1. Boas-vindas a todos os convidados e participantes;

2. Desfile de todas as delegações pelo palco;

3. Hino Nacional e hasteou-se a bandeira nacional;

4. Discurso de boas-vindas do Presidente da Comissão

Organizadora;

5. Discurso do representante da FISU;

6. O Presidente da Câmara Municipal do Porto declara o

Campeonato Mundial Universitário de floorball aberto;

7. Entrada da bandeira da FISU, toca o hino da FISU e é hasteada a

bandeira da FISU;

8. Um atleta e um árbitro fazem o juramento de cumprir as regras e

os regulamentos da competição;

9. Programa cultural, através de uma dança dos voluntários.

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4.2.12.3) Programa social

O programa social estava programado para o último dia de jogos na fase

de grupos, ou seja, no dia 22 de julho de 2016. Pretendia dar um momento de

descontração e convívio entre todos os participantes do 7.ºCMUF, mostrando

em simultâneo alguns locais da cidade do Porto.

Após o término dos jogos, as seleções foram transportadas em

autocarros até ao Palácio da Bolsa, onde receberam uma t-shirt verde de

recordação. Depois seguiram para a Ribeira do Porto e convidados a entrar

num cruzeiro passando por 6 pontes do rio Douro. Por fim, passearam no

centro do Porto, tendo por limite a hora marcada de regresso para o

alojamento.

As seleções foram divididas em três grupos, participando em primeiro

lugar as seleções que jogaram às 09h00 e 11h30, depois as do jogo das 14h00

e por último, as últimas a entrar em ação na fase de grupo, nomeadamente às

16h00.

A escolha do dia do programa social foi a componente mais complicada,

dado que este programa ao se realizar no fim da fase de grupos, remeteu-nos

para uma sexta-feira, estando o trânsito muito condicionado neste dia,

atrasando a programação dos horários previstos. Outra complicação foi o

tempo curto para a dinamização do mesmo.

4.2.12.4) Jantar oficial das delegações

É um protocolo obrigatório e essencial, pois proporciona um momento de

descontração aos que têm maiores responsabilidades no evento, seja pelo lado

organizativo, seja pelo participativo. A entidade organizadora organizou este

jantar convidando dois elementos de cada seleção, representando assim cada

país participante do 7.ºCMUF. Estiveram presentes também, os elementos da

comissão organizadora e da CISCA. No jantar, houve um momento de

reconhecimento à dedicação das delegações pelo desporto universitário, tendo

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sido entregue a cada delegação as três medalhas do 7.ºCMUF (1.º, 2.º e 3.º

classificado).

4.2.12.5) Cerimónia de entrega de prémios

Antes da cerimónia de encerramento decorreu a cerimónia de entrega

de prémios aos três primeiros classificados em cada competição. Foi entregue

um troféu em loiça com um monumento da cidade do Porto desenhado,

nomeadamente a ponte Luís I, tendo a Ribeira como seu fundo. Em relação às

medalhas, numa das faces continha o logo oficial da FISU e na outra a

descrição em inglês do 7.ºCMUF.

Relativamente à cerimónia propriamente dita, as seleções foram

ordenadas na linha final do ringue enquanto foi montado o pódio no centro do

campo e colocados os mastros para as bandeiras dos países. O pódio continha

o logo da FISU, bem como o painel atrás do pódio. Não pode ser colocada

nenhuma publicidade no pódio. Em relação aos mastros têm que ter alturas

diferentes, permitindo identificar o primeiro, segundo e terceiro classificado. O

palco pode ser decorado e deve ser reservada uma zona frontal ao pódio para

a comunicação social, num local onde não incomodem o desenrolar da

cerimónia.

Foram convidadas duas pessoas a entregar os prémios, sempre que

entrava uma seleção para o pódio. Quando os convidados entravam e a

seleção encontra-se no seu lugar de pódio, surgiam três voluntárias, onde uma

tinha as medalhas, outra as flores e a última o troféu coletivo para a delegação.

Após o pódio estar completo com as três delegações, tocou o hino do país da

seleção vencedora e subiram as três bandeiras dos países nos respetivos

mastros, ficando mais alta aquela que fora do país vencedor. No fim, era tirada

uma foto conjunta para posterior recordação e publicação.

Todas as delegações receberam um diploma de honra pela sua

participação no evento desportivo e assistiram à cerimónia na zona lateral do

pódio.

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4.2.12.6) Cerimónia de encerramento

A cerimónia de encerramento realizou-se no dia 24 de julho, após o jogo

da final masculina entre Suécia e Finlândia e cerimónia de entrega de prémios,

sendo então no Estádio Universitário.

Os convidados tomaram os seus lugares nas cadeiras que lhes estavam

destinados e a apresentadora deu início ao discurso de encerramento,

apresentando depois a pessoa que cantou o hino nacional.

Após o término do hino nacional, convidou-se os árbitros, os árbitros de

mesa, os voluntários e os membros da comissão executiva a entrar em campo.

Estes, desfilaram e colocaram-se ao longo da lateral do ringue, de frente para o

palco principal. Seguidamente, pela ordem oficial, entrou o guia do país na

frente com a bandeira e com a sua delegação atrás, desfilando pelo terreno de

jogo. O Guia parou na linha final oposta ao inicio e a sua delegação continuou

e passou em frente a todos os outros, cumprimentando-os.

O Presidente da comissão organizadora proferiu o discurso de

agradecimento e reflexão do 7.ºCMUF e declarou o mesmo encerrado. Depois

foi convidado a subir ao palco o próximo organizador do CMU, para se fazer a

passagem da bandeira oficial da FISU entre Portugal, FISU e Polónia. Por fim,

o responsável pelo 8º CMU de floorball, que será na Polónia, apresentou esse

mesmo Campeonato e deu-se por terminada esta cerimónia com um convite da

apresentadora ao programa social de encerramento do 7.ºCMUF.

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4.3) Formações de Floorball

Vista o cumprimento de todos os aspetos do evento, pré-evento e pós-

evento desportivo, passo agora a referenciar uma outra vertente deste relatório,

onde diz respeito aos outros objetivos definidos, estando neste caso,

relacionado com a formação geral do floorball.

As formações de floorball são uma excelente oportunidade de

aprendizagem, dada esta ser uma nova modalidade em Portugal, facilitando

com isto, a sua implementação por onde nos encontramos. Em relação ao

objetivo da formação em floorball, o mesmo surgiu pela necessidade de dar a

conhecer, promover e implementar a modalidade em Portugal. Este objetivo, foi

definido pelas entidades envolvidas na organização, onde sentiram que era

importante fazer chegar a modalidade a vários locais do país.

Assim, nesta modalidade procurou-se a sua expansão por todo o país,

visto que apenas tem sido aplicada nas escolas como uma modalidade

alternativa ou então no contexto do desporto escolar, mas não com os

conhecimentos e regras do floorball. Pretendeu-se assim demonstrar as

potencialidades que esta modalidade pode ter na nossa sociedade, sendo

dividida em duas fases, cada uma com um público-alvo específico. O primeiro

correspondeu ao do ensino superior e o segundo ao das escolas de ensino

secundário e básico, ou até mesmo primário com uma dinâmica diferente.

Na primeira fase, realizaram-se formações nas Universidades, com o

intuito de detetar e encontrar potenciais jogadores para representar a Seleção

Nacional Universitária Masculina. A segunda fase, relacionada com a

promoção e divulgação, fora feita em clubes e nas escolas. Paralelamente a

estas duas fases, ocorreu a promoção de rua, em grandes eventos da cidade

do Porto, dando continuidade ao conhecimento e à aplicação da modalidade.

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4.3.1) Formação Madrid

Para atingir a primeira fase, foi necessário em primeiro lugar, ter uma

formação geral para permitir dar formação ao público-alvo em questão. Em

Portugal não consegui encontrar o que pretendia e como o orçamento estava

contado ao cêntimo, foi necessário procurar uma solução num país que ficasse

perto. Felizmente, através da IFF, foi-nos sugerido realizar uma formação em

Madrid, sendo que estaria presente, na mesma, um delegado da IFF que

poderia ajudar-nos na implementação do evento desportivo em Portugal. Fiquei

responsável por procurar as datas e os conteúdos da formação, onde teria que

perceber se a mesma iria ao encontro das nossas expetativas e necessidades.

Entrei em contacto com os responsáveis da “Asociación Espanola de

Unihockey-floorball”, a fim de me informarem sobre o curso “clinic de floorball”,

porque o mesmo apresentava conteúdos que abordavam a iniciação do

floorball.

Após a resposta positiva em contribuir no que necessitávamos, surgiu

então a procura do saber com a deslocação até Madrid, cidade onde o floorball

se encontra implementado há 15 anos e local mais próximo da cidade do Porto.

Na formação de Madrid participaram representantes da U.Porto, com o

propósito dos mesmos darem formações em Portugal. Estas podiam ser

sessões entre um a três dias, consoante a necessidade e disponibilidade de

cada Universidade, como será explicado posteriormente.

Realizou-se assim, nos dias 2, 3 e 4 de outubro de 2015 uma formação

em Madrid, equivalente ao curso de nível I de Monitor de Floorball (anexo 5). A

U.Porto, representada pelo CDUP-UP, marcou presença nesta formação, com

quatro futuros intervenientes do 7.ºCMUF. A formação durou 20 horas e para

ser finalizada, cada elemento teve de organizar um torneio de floorball.

Foi uma formação caraterizada por uma abordagem prática, sendo que

anteriormente fora apresentado alguns conteúdos teóricos. Nestes últimos,

foram abordados assuntos como a história e a evolução ao longo dos anos

desta modalidade, o equipamento de jogo e as instalações necessárias, as

regras e regulamentos do jogo, os sistemas de jogo consoante os diferentes

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públicos-alvo (crianças, jovens, adultos, estudantes ou alunos e atletas

federados ou profissionais).

A nível prático, aplicamos quase todos os conteúdos teóricos e ainda

aprendemos a jogar. Em relação ao jogo, a maior parte da formação foi

dedicada à aprendizagem técnica da modalidade, saber jogar e ensinar.

Tivemos, também, a oportunidade de ter na formação a Seleção Espanhola de

Floorball, o que proporcionou um aumento das exigências de jogo e da

qualidade da formação.

Em suma, é deveras importante e deverá fazer-se formações, relativas a

esta modalidade, para jogadores, treinadores e árbitros em Portugal. Para

colmatar essa questão, foi agendada uma formação para os dias 5 e 6 de

dezembro de 2015, na FADEUP, onde estiveram presentes formadores e

delegados da IFF. Esta, caracterizou-se por ser uma formação aberta e gratuita

a toda a comunidade, onde os formandos ganharam competências para

expandir a modalidade e contribuírem diretamente na organização do mundial

realizado em julho.

Esta janela de oportunidade em ser formador e responsável pela

implementação de uma nova modalidade em Portugal, foi algo que vi como

fundamental para o meu currículo desportivo, bem como algo que testaria a

minha capacidade de inovar, estruturar e definir os vários parâmetros

necessários. A oportunidade de formação é algo gratificante, por terem

confiando em mim para ter uma formação em Espanha, a fim de formar

pessoas interessadas pela modalidade em Portugal. Isto, foi um verdadeiro

desafio, essencialmente quando não existia material da modalidade em

Portugal, e quando não há nenhuma associação promotora de desporto ou

uma federação desportiva em Portugal responsável pela modalidade, sendo

poucas as pessoas que reconhecem a modalidade. Com isto, as várias

formações decorreram com sucesso, mas abaixo das expetativas em relação

ao número de participantes, nomeadamente, na formação de Aveiro e Braga.

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4.3.2) Formação FADEUP

Após a formação em Madrid, foi solicitado que trouxesse para Portugal,

uma formação semelhante à que tínhamos presenciado. Esta, seria a primeira

formação de floorball realizada em Portugal. O objetivo passou assim por trazer

oradores de Espanha e realizá-la de forma gratuita aos participantes para que

atraísse mais pessoas.

Pensei então trazer os mesmos oradores que deram a formação em

Madrid. Foi feito o convite ao Carlos Lopez, ao Miguel Prieto e ao Magnus

Olson. O Carlos é atualmente GR de uma equipa em Espanha, delegado na

IFF e dirigente na Associação Espanhola de Unihockey. O Miguel Prieto é

treinador e dirigente na mesma Associação que Carlos. Por fim, o Magnus é

considerado o melhor jogador de floorball a jogar em Espanha, sendo este de

nacionalidade sueca. Visto ser uma modalidade que é pouco conhecida e

quase sem prática nenhuma, a formação consistia na aprendizagem das

componentes: jogar, treinar e arbitrar; permitindo aos participantes, ampliar o

conhecimento de jogador/GR, treinador e árbitro.

A data escolhida para a formação, foi 5 e 6 de dezembro de 2015, data

que ficou definida em Madrid, pois dependia da disponibilidade dos nossos

oradores. A tarefa mais difícil foi trazer os mesmos para Portugal. Inicialmente

o transporte era assegurado pelo carro do Magnus, onde a nossa preocupação

passaria por arranjar um alojamento próximo da FADEUP. No entanto, surgiu

um imprevisto a uma semana da formação, visto que o Magnus teve uma lesão

que o impediu de conduzir e fazer assim a viagem para o Porto. Além de

passarmos a ter dois oradores em vez dos três, ficamos sem o meio de

transporte, dentro do orçamento definido. Dado o orçamento reduzido para as

formações e visto que o transporte seria de carro, ao optarmos por trazê-los de

avião foi um processo mais complicado.

Quanto à preparação da formação, as inscrições foram comunicadas

através de cartazes (anexo 6) e num evento no Facebook, em que bastaria

enviar um e-mail com o nome completo, o contacto telefónico e o e-mail em

que pretendiam receber as informações.

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Para os dias das formações, foi necessário reservar uma sala de aula,

bem como o pavilhão polidesportivo e o pavilhão de voleibol; preparar 5 kits,

cada um com 12 sticks e 15 bolas e arranjar quatro balizas. Foram ainda

elaborados, kits de participantes, onde cada um continha a credencial com o

nome e a instituição que frequentavam, uma fita, uma caneta, um saco e um

dossier com as explicações necessárias à formação, nomeadamente o

programa e as regras do floorball.

A formação decorreu consoante o programa (anexo 7), ocorrendo alguns

ajustes no horário consoante as necessidades dos participantes. Conseguimos

um total de 39 participantes, destacando 12 da equipa dos Loulé Linces, sendo

os únicos com prática regular de floorball em Portugal. A formação decorreu

conforme as expetativas esperadas sendo que feedback final dos participantes

fora muito positivo, onde questionaram quando seria a próxima formação, bem

como se haveria algum torneio e ainda, como poderiam dar o seu contributo no

7.ºCMUF.

O maior destaque nesta formação, adveio da quantidade de dúvidas que

os participantes tinham. Não só na regulamentação, dado esta ser uma

modalidade com especialidades muito próprias, como também nas formas de

jogo, relativamente a aspetos técnicos ou táticos. Esta falta de conhecimento,

notou-se muito na prática. Houve uma dificuldade inicial em controlar a bola,

mas facilmente ultrapassaram esse obstáculo. Assim, esta rapidez de

adaptação vai de encontro à facilidade em dominar a modalidade explicando o

facto referido anteriormente relacionado com o ensino desta mesma a crianças.

4.3.3) Formações em Portugal

Braga, Aveiro e Lisboa também receberam a formação, mas num molde

diferente à anterior. Eram assim dadas três opções de formações por parte dos

formadores. Ou seja, a primeira tinha a duração de três dias, sendo dois para a

formação e um para o torneio. A segunda opção eram dois dias, um para

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formação e outro para torneio. E por último, a terceira opção era composta

apenas pela formação (anexo 8)

Na formação foram abordados conteúdos teóricos, entre eles, a história

e evolução da modalidade, o equipamento de jogo e as regras básicas de jogo.

Foram também, dados conteúdos práticos sempre em três fases. A primeira foi

a fase inicial, onde aprenderam a manusear o stick e a controlar a bola. A

segunda, a fase fundamental, abordou-se não só os aspetos técnicos e como a

aprendizagem de aspetos relativos à arbitragem dos jogos. Por fim, na fase

final, realizaram jogos, oficiais (6x6 com GR) ou reduzidos (3x3 sem GR), tendo

em conta com as regras oficiais. No torneio, exigiu-se no mínimo a participação

de 4 equipas, onde cada uma devia ter pelo menos 6 atletas.

As formações tiveram dois objetivos: expandir a modalidade por locais

de referência no país, despertando o interesse dos participantes por uma

modalidade nova; e detetar talentos, encontrando jogadores que poderiam

integrar a seleção nacional universitária de floorball. O primeiro objetivo foi

cumprido e mantido ao longo do tempo, dado que cada instituição que recebeu

a formação, ficou com material de floorball (12 sticks e 15 bolas), para dar

continuidade à implementação desta modalidade, através de treinos e torneios

internos. Por outro lado, para concretizar o segundo objetivo foi estabelecido

um acordo entre a comissão organizadora e o responsável do departamento

desportivo da instituição (anexo 9), para que os estudantes-atletas

continuassem a praticar a modalidade até ao estágio em julho.

O primeiro público-alvo ao ser detetado e já possuí material para continuar a

desenvolver a modalidade e está convidado a participar em torneios a nível

nacional e internacional. No entanto, é necessário iniciar a segunda fase,

chegando às escolas e introduzir a modalidade, visto que é uma modalidade

simples de aprender e dinamizar, sendo muito competitiva e divertida em

simultâneo.

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4.4) Atividades CDUP-UP

Estando o foco novamente nos outros objetivos estabelecidos no início do

estágio profissionalizante, realizei três atividades do CDUP-UP, sendo as

mesmas relacionadas com o evento desportivo que estava inserido, mas não

sendo de execução obrigatória para a implementação do evento. Porém,

devido à modalidade em causa, decidimos inserir o floorball nos Campos de

Férias Desportivas da Universidade do Porto, realizar um Torneio Nacional

Universitário de Floorball e um estágio com a Seleção Universitária Nacional de

Floorball.

4.4.1) Torneio Nacional Universitário de Floorball

Tendo em vista a preparação do 7.ºCMUF, a FAP e a U.Porto, sob tutela

da FADU, organizaram em conjunto o TNU de Floorball. Salienta-se que foi o

registo da primeira competição formal de floorball em solo nacional. Organizar

um TNU não exige grandes processos logísticos nem administrativos, mas é

essencial para melhorar as nossas capacidades, conhecimentos e funções.

Foram convidados os vários recursos humanos envolvidos (voluntários,

comissão executiva e comissão organizadora) em algumas das áreas do

7.ºCMUF, nomeadamente, competição, instalações desportivas, comunicação,

acreditação e área médica. Isto permitiu que os mesmos colocassem dúvidas e

críticas ao TNU, a fim de melhorar a organização do 7.ºCMUF, visto que o

mesmo se realizava num dos locais do 7.ºCMUF.

Pudemos assim, pensar em termos práticos o que observávamos e

pretendíamos refletir daquele momento. Notámos que era importante reservar

o acesso à instalação desportiva somente aos participantes do jogo, permitindo

que os mesmos se concentrassem somente no jogo e fazendo com que a

organização detetasse quem iria para o jogo. Percebemos que é fundamental

ter 1 pessoa em cada um dos cantos do ringue, responsáveis por endireitar o

mesmo, permitindo que o jogo prossiga sem paragem. Ficou claro também que

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a mesa de jogo e os bancos de suplentes deveriam ficar do lado da parede, de

forma a ter o outro lado (lado de acesso à instalação desportiva) livre e com

uma zona para entrevistas e para tirar fotografias. Permitiu ainda detetar a

necessidade de colocar algo que impedisse a passagem das bolas, atrás da

rede que fica junto ao colchão do salto em comprimento, facilitando o regresso

das bolas para o espaço entre o ringue e a rede.

Em relação ao TNU propriamente dito, realizou-se no dia 6 de junho

2016, nas instalações desportivas da FADEUP, e contou com 3 equipas

inscritas e uma convidada. Inscritas estavam a U.Porto, Universidade do Minho

e a Universidade NOVA de Lisboa, tendo ainda uma equipa convidada, onde

era composta essencialmente por estudantes universitários do Instituto

Português de Administração e Marketing (IPAM).

Na instalação desportiva, foi montado o ringue, duas balizas e

assinaladas as linhas das áreas e de face-off. Colocaram-se os bancos de

suplentes e uma mesa com uma cadeira juntamente com o marcador do

resultado. Como promoção, foram dispostas bandeiras e lonas do 7.ºCMUF, da

FAP, da U.Porto e da FADU. Os dois árbitros escolhidos, fizeram a formação

de floorball em Madrid, sendo que vieram a ser, no 7.ºCMUF, o treinador

principal e o treinador adjunto/preparador físico da seleção nacional

universitária.

Além da promoção e preparação do 7.ºCMUF, o TNU serviu para detetar

os talentos universitários que poderiam integrar a seleção nacional

universitária. À exceção da equipa convidada, todos os outros atletas

apresentavam as condições para integrar a mesma. As condições consistiam

nas seguintes:

Idade compreendida entre os 17 e os 28 anos;

Ser estudantes oficialmente inscritos no sentido de obter um grau

ou diploma numa instituição de ensino superior, cujo estatuto é

reconhecido pela autoridade académica nacional competente do

seu país;

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Ex-estudantes que tenham obtido o seu grau académico ou

diploma no ano antes da CMU;

Ter cidadania e passaporte do país que representam.

Sendo responsável pela competição, elaborei o programa competitivo

disponível no quadro 16, bem como o horário da acreditação e da formação,

sendo também usado para a exposição dos resultados dos jogos. Faço a nota,

que os jogos com a equipa convidada não apresentaram o seu resultado, dado

que a mesma não contabilizou para a classificação final. Fiquei ainda

responsável pela colocação do material de promoção e pela explicação da

montagem do ringue, visto que já tinha aprendido em Madrid.

Quadro 16: Calendário competitivo e resultados do TNU de floorball

Torneio Nacional Universitário de Floorball

Horário Atividade

09h45 Acreditações

10h15 Formação teórica/prática sobre o floorball

1ª Jornada

Hora Equipa A Equipa B Resultado

11h00 Universidade do Porto Convidada -

11h45 Universidade do Minho Universidade NOVA 2 – 1

2ª Jornada

Hora Equipa A Equipa B Resultado

14h00 Universidade do Minho Convidada -

14h45 Universidade NOVA Universidade do Porto 1 – 0

3ª Jornada

Hora Equipa A Equipa B Resultado

15h30 Convidada Universidade NOVA -

16h15 Universidade do Porto Universidade do Minho 1 – 1

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Terminado o TNU de floorball, deu-se início à cerimónia de entrega de

prémios, sendo medalhas para os participantes e o troféu com a classificação

para a IES. Os prémios foram entregues por dirigentes da FAP e da FADU,

onde obteve-se a classificação final patente no quadro 17.

Quadro 17: Classificação final do TNU de floorball

Este torneio foi fundamental para perceber as lacunas que eram

necessárias preencher a fim de corrigir as preocupações no 7.ºCMUF, visto

que a organização aproveitou para testar algumas das funções que iriam ser

necessárias e verificar se em termos logísticos estavam preparados para

corresponder às exigências. Em suma, o balanço dos participantes e da

organização torna-se positivo quando corresponde às expectativas de todos e

ainda surpreende quem por vezes duvida do interesse e impacto que a

modalidade pode ter.

Neste torneio já tive a minha primeira experiência como jogador e

organização, pois quer os participantes, quer a FADU autorizaram a minha

participação como jogador no TNU, visto que possuía conhecimentos da

modalidade que viriam trazer benefícios à qualidade da prática em cada um

dos jogos. Foi uma honra ter tido esta oportunidade, porque possibilitou

posteriormente a minha convocatória para a seleção universitária nacional de

floorball.

Class. Equipa Vitórias Empates Derrotas Golos

Marcados

Golos

Sofridos Pontos

1º Universidade

Minho 1 1 0 3 2 3

2º Universidade

NOVA 1 0 1 2 2 2

3º Universidade

Porto 0 1 1 1 2 1

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4.4.2) Estágios da Seleção Universitária Nacional de Floorball

Todas as seleções que marcaram presença no CMU de floorball, já

vinham praticando a modalidade no seu país há mais de 10 anos, o que lhes

proporcionava um avanço na prática da mesma quando comparados com todos

aqueles que vieram integrar a seleção nacional universitária.

Tornou-se assim essencial realizar um estágio da seleção universitária

nacional de floorball, onde fiquei responsável por colaborar na execução de um

programa de treinos e por reservar as instalações desportivas e o alojamento

para cada atleta. No programa de treinos era importante ter treinos bi-diários,

com o objetivo de os atletas melhorarem o seu domínio técnico, bem como a

sua capacidade cardiorrespiratória. Em relação às reservas, foi necessária uma

relação com os SASUP (alojamento) e CDUP-UP (instalação desportiva). Já

tinha alguma experiência em vivenciar estágios (futebol) e isso foi importante

para detetar necessidades a ter em conta, como por exemplo, as águas

durante os treinos, ter que estabelecer os horários para cada compromisso e

responsabilizar cada atleta pela importância que aqueles dias iriam ter para o

evento desportivo.

Após as formações e o TNU de floorball, foram convocados 23

estudantes-atletas para um primeiro estágio da seleção nacional universitária,

sendo eu um dos convocados. O primeiro decorreu no Porto, nos dias 2 e 3 de

julho de 2016, no estádio universitário da U.Porto. Foram realizados 4 treinos,

dois por dia, no total deste estágio, onde além de ter sido o primeiro contacto

entre os atletas enquanto seleção nacional, serviu essencialmente para definir

os selecionados que iram representar Portugal no 7.ºCMUF.

Através do primeiro estágio, ficaram escolhidos 19 jogadores, dado que

o vigésimo jogador viria ainda da Suíça, sendo um GR federado tendo esta

mais experiência, essencialmente para ensinar as regras. Os 20 jogadores

foram selecionados e convocados para o segundo estágio que decorreu entre

os dias 12 e 16 de julho de 2016, no estádio universitário da U.Porto e na

FADEUP. No entanto, a lista ficou reduzida a 18 jogadores, porque um

lesionou-se e outro integrou a seleção nacional de hóquei em patins.

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A seleção nacional universitária de floorball ficou então com 15

jogadores de campo e 3 GR. Composta por 6 estudantes da Universidade do

Minho, 8 da Universidade NOVA de Lisboa, 2 da U.Porto (sendo eu um

destes), 1 do IPAM e 1 da Universidade Berufsmaturitätsschule Winterthur, da

Suíça. Apenas um desses jogadores, mais precisamente o da Universidade da

Suíça, é que jogava atualmente floorball. Em relação aos restantes jogadores

da equipa, 1 jogava hóquei em campo, 2 praticavam futebol e 14 eram atletas

de hóquei em patins.

Neste segundo estágio totalizaram-se 12 treinos e 2 jogos amigáveis,

consoante o programa disponibilizado aos atletas (anexo 10). Desses 12

treinos, 4 foram específicos para os GR e 8 foram treinos gerais com toda a

seleção. Quando os GR estavam em treino específico, os jogadores tinham

uma preparação teórica através da visualização de vídeos das outras seleções

e com possíveis jogadas a aplicar em jogo. Os dois jogos de treino foram

contra antigos jogadores de hóquei em patins do Futebol Clube do Porto, dado

que estes se juntam com regularidade, uma vez por semana, para praticar

floorball. Os estudantes-atletas realizaram sempre treinos bi-diários ao longo

dos 5 dias de estágio, à exceção do dia de jogo, em que faziam um treino geral

e um jogo ao final da tarde.

Apesar do pouco tempo de preparação para um evento desportivo tão

importante como o 7.ºCMUF, a motivação, a dedicação e a importância de

deixar uma boa imagem por serem a primeira seleção nacional de floorball

foram as palavras-chave no trabalho diário dos 18 jogadores e dos 6 elementos

da equipa técnica. A evolução de treino para treino foi visível e significante,

deixando os atletas entusiasmados para uma boa prestação.

Encontrava-me num misto de responsabilidades, porque sendo atleta da

equipa era também elemento da comissão organizadora. Por um lado, facilitava

a comunicação entre o sentimento que um atleta poderia ter em relação ao

momento que estava a vivenciar, tornando mais rápida e eficaz a resposta da

organização a eventuais problemas, mas por outro lado, era fundamental saber

distinguir quando assumia o papel de organização ou o de jogador. Numa fase

inicial, os outros atletas da seleção viam isso como uma vantagem e sentiam a

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liberdade para pedir ou realizar algo, mas rapidamente perceberam que

quando me encontrava com eles estava como jogador e seria tratado como

jogador, não tendo quaisquer benefícios por ser membro da organização,

sendo respeitados como todos os participantes no evento desportivo.

Em relação à experiência que adquiri desta vivência, recordo com

emoção cada momento passado por se tratar de uma novidade em cada dia

que passava, por cada aprendizagem na troca de experiências e

conhecimentos com outros atletas que já dominam a modalidade há vários

anos e por sentir que estava a contribuir diretamente para mais um grande

evento na cidade do Porto.

Quanto à prática, quer em mim quer nos meus colegas, senti que houve

uma evolução no domínio técnico e tático de treino para treino, os quais vieram

a refletir-se posteriormente nos jogos, visto que começamos com três derrotas

seguidas, mas depois conquistamos três vitórias nos jogos seguintes.

4.4.3) Campo de Férias Desportivas da U.Porto

As crianças são a principal motivação para dar continuidade a qualquer

desporto. Sem o interesse delas, por mais que um desporto esteja integrado na

sociedade, poderá desaparecer anos mais tarde. Não há uma linha que defina

esta relação entre a juventude e o futuro, mas reconhecemos as várias

transformações ao longo do tempo e não há melhor forma do que cativar o

interesse, sorriso e paixão de uma criança pelo desporto.

Neste sentido, a U.Porto, através do CDUP-UP decidiu ocupar os

tempos de férias das crianças, entre os 6 e os 14 anos, através de atividades

desportivas, tendo novamente organizado três campos de férias desportivas

(CFD):

Natal: 16, 21, 22 e 23 de dezembro de 2015;

Páscoa: 21 a 24 de março; 29 de março a 1 de abril de 2016;

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Verão: 13 a 17 de junho; 20 a 23 de junho; 27 de junho a 1 de

julho; 4 a 7 de julho de 2016.

Estes campos de férias desportivas inserem-se no objetivo das

atividades do CDUP-UP, onde um dos desportos realizados foi o floorball,

tendo por base o 7.ºCMUF e a implementação da modalidade. Para concretizar

esta última, fiquei responsável por planear e executar um conjunto de aulas de

floorball para os participantes deste campo de férias, percebendo na prática a

facilidade de aprendizagem que os participantes tinham quando executavam o

que lhes era pedido.

Posto isto, o ensino desta modalidade, praticada por muitos pela

primeira vez, ficou à minha responsabilidade. Toda a aula foi dinamizada

através de jogos de relação entre o jogador, o stick e a bola, contribuindo para

a evolução da técnica. Nestas idades não é o “saber jogar” que se procura,

mas sim a motivação para voltar a praticar a modalidade numa próxima

oportunidade. Com isto realizei um plano de aula como é demonstrado no

quadro 18. Algumas aulas foram realizadas na FADEUP e outras no estádio

universitário, dois palcos do 7.ºCMUF.

Tinha um total de 90 minutos com cada turma, mas apesar de dar um

determinado tempo aos exercícios, a sua duração efetiva dependia muito da

evolução e rapidez na aprendizagem das habilidades por parte dos alunos. Os

dois recursos humanos foram necessários na montagem dos exercícios

quando explicava o próximo exercício, bem como no diálogo com os alunos

citando feedbacks importantes permitindo que estes melhorassem as

habilidades solicitadas.

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Quadro 18: Planeamento da aula de floorball no CFD

Nome da atividade Iniciação ao Floorball

Responsável Rodrigo Medeiros

Apoio necessário Dois recursos humanos

Material necessário 6 balizas, sinalizadores e kit de floorball

(30 bolas e 30 sticks)

Nº Descrição do exercício Tempo

1 Controlo e pega do stick: cada um tem um stick e correm com o stick para a

frente, à retaguarda, de lado. 15’

2 Controlo de bola: cada um tem uma bola e um stick e fazem jogos de imitação

do professor e depois imitam o colega 10’

3 Drible da bola: passar com a bola entre os sinalizadores e depois entre as

pernas dos colegas 10’

4 Remate e Passe: Fazer passe para o colega e depois rematam para a baliza 10’

5 Jogos 1 vs 1

Num campo de 3x5m com duas balizas de 1m 15’

6 Jogos 3 vs 3

Num campo de 6x10m com balizas de 1m 15’

7 Torneio 4 vs 4

Num campo de 12x20m com balizas de 1m 15’

4.5) Associação ou Federação de Floorball

Há uma necessidade clara, para que o próximo passo seja a criação de

uma Associação ou uma Federação de Floorball. Os clubes do Norte de

Portugal, têm margem para surgir e crescer, dado o impacto que o 7.ºCMUF

teve no Porto e pelo material que ficou disponível depois da sua realização.

Torna-se essencial criar um organismo responsável por liderar e gerir uma

competição formal e promover a promoção da modalidade. A discussão passa

por Federação ou Associação, qual a melhor? Nas distinções apresentadas no

quadro 19, a solução deve passar pela Federação, dado que a mesma vai

defender e representar os interesses dos intervenientes da modalidade. Esta,

também permite assegurar a presença da seleção nacional em competições

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internacionais, podendo crescer e evoluir, trazendo conhecimentos para

Portugal advindos da experiência adquirida.

Quadro 19: Diferenças ente a Federação Desportiva e a Associação promotora de desporto

Federação Desportiva Associação promotora de desporto

Requisitos

Promover, regulamentar e dirigir a

modalidade desportiva;

Representar os interesses dos seus

afiliados na Administração Pública;

Representar a modalidade nas

organizações desportivas

internacionais e assegurar a

competição da seleção nacional.

Promover e organizar atividades

físicas e desportivas com finalidade

lúdica, formativa ou social;

Dispor de incrementação local através

da filiação de praticantes;

Capacidade para assegurar o

desenvolvimento das atividades

promovidas.

Natureza

Pessoa coletiva de direito privado, sem fins lucrativos.

Numa fase inicial, existe muito trabalho a desenvolver, mas dada a

velocidade de crescimento que a modalidade atinge, o investimento terá o

retorno esperado. Nesta fase, nunca se deve esquecer o público-alvo,

especificamente, as crianças. As equipas seniores são sempre referência para

aqueles que pretendem dar os primeiros passos, mas dada a dificuldade de ter

uma boa qualidade competitiva em Portugal, devemos procurar incentivar as

crianças através de jogos lúdicos e de uma competição sem obrigação de

vencer. Motivar cada criança para continuar a praticar a modalidade, é um dos

meios para alcançar o sucesso pretendido.

A formação de treinadores, jogadores e árbitros tem que abranger a

mais locais e Portugal já está preparado para isso, sendo assim necessário,

encontrar quem está interessado em aprender algo novo. A arbitragem é um

pouco mais complexa, pois ter árbitros qualificados é algo que Portugal ainda

não pode oferecer a quem o pretende. Essa formação terá de ser feita fora de

Portugal, nomeadamente em Espanha. Em Madrid existem assim, formações e

cursos para jogador, treinador/dirigente ou árbitro. É um país mais

desenvolvido no floorball, oferecendo mais recursos formativos neste âmbito.

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Outra dificuldade passaria pela disponibilidade dos recursos materiais,

contudo, com a realização do 7.ºCMUF no Porto, a IFF facultou muito material

para a cidade, nomeadamente: dois ringues, quatro balizas e vários sticks e

bolas. Logo, existe material para possibilitar a iniciação da modalidade assim

como a sua competição. No entanto, se se pretende que esta modalidade

evolua, a aquisição de novo material não poderá ainda passar pelo nosso país.

Em suma, independentemente do papel que a modalidade possa

assumir no nosso país é de denotar a importância do esforço realizado na

implementação de uma nova modalidade.

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5) Reflexão crítica e principais conclusões

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O percurso de um estagiário é marcado pela liberdade de pensamento,

cultivado na aprendizagem do mestrado, mas balizado pelo respeito por um

compromisso estabelecido com a instituição acolhedora de estágio. Dia após

dia, os conhecimentos e as competências aumentam, a autonomia cresce e a

responsabilidade mantém-se e desenvolve-se. Os recursos humanos são a estrutura da entidade e quem influencia a

sua metodologia de trabalho, sendo também os colegas e aqueles que têm um

papel preponderante nas atividades a superar. Um trabalho de equipa depende

muito dos recursos que a envolvem, da capacidade para dar resposta aos

imprevistos e da superação dos obstáculos que surgem.

As adversidades devem ser vistas como um objetivo mais complicado a

ser superado, com um maior grau de exigência, mas são as que mais pontos

dão na conquista dos objetivos. Ter a tarefa facilitada, como pedir algo e obter,

poupa-nos tempo e trabalho, mas que pouca experiência nos dá. Há que

procurar evoluir e não apenas acomodar, há que deixar a marca na entidade e

não apenas ser mais um.

Ser estagiário é ser entendido como um complemento à base, como um

contributo, como um recurso de mais-valia. A confiança é determinante, não só

para recolher trabalho, mas como também para orientar-me num caminho,

tendo como finalidade chegar ao objetivo comum, onde é preciso reconhecer

os pontos fracos e fortes.

O conhecimento da área de trabalho pode ser um diferenciador entre os

vários recursos. Torna o recurso humano mais apto para responder às dúvidas

existenciais e acelera o processo de adaptação a uma determinada realidade.

O caminho a seguir, não deve ser a especialidade numa área, mas a

abrangência de muitas outras. Apesar da especialidade nos tornar melhores

naquela área, pode retira-nos a oportunidade de vivenciar outras realidades,

por falta de conhecimento.

Os objetivos cumpridos são um poço de motivação. Por vezes, é

preferível começar por metas simples, mas atingíveis, motivando uma equipa,

do que ter metas ambiciosas, desmotivando quem não as conquistas. A vida

ensina-nos a crescer e a aproveitar cada dia e o trabalho procura dar o mesmo.

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Com isto, começar do simples, passar pela aventura e originalidade e terminar

no que é complexo, pode ser reconhecido como um percurso de mérito. Estas

palavras refletem o sentimento de um estagiário neste preciso momento,

momento de reflexão do que foi e do que poderá vir a ser feito.

Ao final de um ano de estágio é fácil fazer uma reflexão de tudo o que

passou. Pois, passado um ano ainda há muitas coisas que nos conseguimos

lembrar com alguma facilidade. No entanto, o verdadeiro significado de chegar

ao momento que nos encontramos é perceber o que superámos e

ultrapassamos para aqui chegar.

A saudade será uma palavra que marca mais esta etapa na minha vida.

Saudade de poder contribuir por uma instituição melhor, sem ter a preocupação

de manter o meu trabalho ou de estar a ter uma oportunidade para singrar na

vida. Saudade por querer deixar mais marcas, contudo o tempo não me

permitiu cumprir tal desejo, tal compromisso, tal objetivo.

Sentimento de dever cumprido, mas acima de tudo, sentimento por ter

feito a diferença, devido a uma dedicação diária na implementação de uma

nova modalidade, manifestando o interesse em aprender mais e ao ensinar a

quem por algum motivo quis aprender. Sem dúvida, que ao ser uma

modalidade desconhecida para muita gente em Portugal, tornou este

campeonato ainda mais memorável.

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5.1) Os objetivos do EP

No início do estágio foram estabelecidos quatro objetivos destintos,

sendo a organização de eventos e a promoção do evento os objetivos

principais. A formação de floorball e as atividades do CDUP-UP ficaram

estabelecidos como objetivos como objetivos secundários. Todos estes

objetivos estão inseridos no objetivo geral, sendo o mesmo: planear, estruturar

e intervir diretamente na gestão do 7.ºCMUF e paralelamente, acompanhar e

intervir nas ações de promoção e formação do Floorball em Portugal.

Qualquer um dos objetivos que foram estabelecidos, resumem-se

através da palavra “cumprido”, mas foi instituído um percurso com diversas

dificuldades ao longo deste estágio. Refiro ainda, que a denominação dos

objetivos os tornam um pouco gerais, mas no fundo estavam diversas

atividades associadas e definidas em cada um deles.

5.1.1) Organização de eventos

Na organização de eventos, estava o foco principal deste EP, dado que

correspondia ao que sempre pretendera a partir do dia que entrei no

secundário e segui o domínio do desporto. Esta oportunidade de colocar em

prática todo o conhecimento teórico aprendido, tinha que ser apreendida com

todas as minhas capacidades, competências e experiências.

Olhando para trás, é um sentimento de orgulho e o realizar de um sonho

que me deparo no fim de mais um desafio superado. Realmente, quem procura

alcança mesmo que só haja um pouco de esperança. Foi sem dúvida uma

aprendizagem única e excelente a que vivencia no objetivo da organização de

eventos, porque tive a oportunidade de acompanhar todo um processo

necessário à realização do evento desportivo.

Inicialmente, o desconhecimento da modalidade em causa poderia ser

uma contrapartida por não estar familiarizado com a mesma, mas não foi isso

que me intimidou, pois ocorreu exatamente o oposto. Ter um desconhecimento

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total da mesma, proporcionou-me uma maior dedicação na procura das suas

especificidades, bem como me motivou a ensinar a quem manifestava

interesse em saber mais sobre a mesma.

Neste objetivo, passei por dois cargos diferentes que tornaram ainda

mais completa a minha aprendizagem na gestão do evento desportivo. A

gestão e organização do evento desportivo é algo que requer algum

conhecimento das atividades a executar e dentro deste objetivo, vivenciei as

áreas da comissão executiva e da comissão organizadora.

Primeiro fiz parte da comissão executiva, porque ser estagiário e por

estar a trabalhar no CDUP-UP diretamente com o Secretário-Geral do

7.ºCMUF. Esta ligação direta, permitiu que o mesmo indicasse atividades para

serem cumpridas e realizadas por mim. A minha primeira atividade foi

pesquisar e estudar a modalidade do floorball porque fiquei responsável por

apresentar as características da mesma a todos aqueles que iam juntar-se ao

7.ºCMUF. Foi nesta primeira atividade que surgiu a paixão de acompanhar e

perceber muito mais sobre a nova modalidade porque realmente era algo

intenso, competitivo e com muita prática nos países da Suécia e Finlândia. É

através desta atividade que surgiu o interesse em realizar a formação na

modalidade e começar a envolver mais pessoas a praticar a modalidade em

Portugal. A grande dificuldade nos primeiros momentos foi perceber a dinâmica

do jogo, porque dado a inexistência da modalidade em Portugal, tive que

visualizar vídeos dos jogos disponíveis na internet. Estes vídeos eram resumos

dos jogos e dado o desconhecimento das regras, senti alguma dificuldade em

acompanhar as situações mais específicas do jogo. Posto isto, comecei a

pesquisar as regras da modalidade e descobri que a IFF tinha disponível, em

formato digital, um livro com as regras principais, informações técnicas e táticas

para quem pretendia começar a modalidade. Este foi o livro que mais utilizei ao

longo do meu estágio, sendo fundamental para o desenvolvimento da prática

da modalidade.

Em seguida, tive atividades como o programa da visita técnica, escrever

as exigências da IFF, os prazos dos pagamentos das inscrições, o plano e os

prazos de promoção do evento desportivo e a realização do calendário

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competitivo. As principais dificuldades estavam relacionadas com o inglês, pois

desconhecia algumas das palavras, sendo necessário pedir colaboração a

alguém ou confirmar no tradutor. Mas foi nesta dificuldade que tive um dos

meus principais crescimentos a nível pessoal e profissional, sendo que me

senti mais capaz e preparado para comunicar em inglês. Esta sempre foi uma

das minhas principais barreiras no dia-a-dia e é algo que tenho procurado

investir mais num futuro próximo, porque percebo a importância que isto tem na

vida de um gestor desportivo que está relacionado com atividades

internacionais.

As áreas diretamente trabalhadas na comissão executiva (alimentação,

alojamento, competição e instalações desportivas), foram áreas de muito

trabalho, mas essenciais para ganhar maturidade e experiência em lidar com

as dificuldades de gestão que as mesmas apresentam. Em relação a essas

dificuldades sentidas, na alimentação tornou-se complicado definir as equipas

que iriam às cantinas e as que iriam receber as lunch-box, porque as mesmas

só indicavam esse desejo no próprio dia do jogo. No alojamento, foi a questão

de ter dirigentes da equipa técnica de sexo diferente em relação à equipa que

estavam inseridos, tendo os mesmo que ficar alojados em pisos de outras

equipas. Na competição e instalações, a maior dificuldade esteve relacionada

em cumprir os horários dos jogos, porque alguns jogos demoraram mais que o

normal, reduzindo o tempo de aquecimento no campo principal das equipas

que jogavam a seguir.

Por sua vez, na comissão organizadora estive mais relacionado com a

área técnica. Aqui foram desenvolvidas todas as atividades relacionadas com a

competição e instalações desportivas, estando sempre em contato com todas

as outras áreas, pois estavam sempre dependentes das áreas que estavam à

minha responsabilidade, sendo a principal motivação e preocupação a meu ver.

Motivação por saber que o trabalho que estava a desenvolver era fundamental

para um o desenvolvimento do evento e por saber a confiança que os outros

tinham no meu papel. Preocupação porque a responsabilidade era grande e o

medo em errar estava sempre presente, pois apesar dos vários anos de

experiência, as coisas parecem surgir sempre como uma novidade. No entanto,

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o desconforto e as dúvidas que podiam surgir eram sempre colmatadas por

uma equipa de trabalho motivada e preparada a executar todas as atividades e

objetivos que nos propusemos a cumprir, aquando foi feita a entrega da

candidatura a este 7.º CMUF.

Este foi o objetivo que mais contribuiu para o meu crescimento pessoal e

profissional, sendo um verdadeiro trampolim para voos mais altos, onde a

reflexão e correção das dificuldades sentidas será o verdadeiro colchão para

aterrar em eventos futuros. Neste crescimento foi necessário aprender, onde

coincidiram num mesmo campo psicológico, a experiência adquirida em anos

anteriores, através de outros eventos desportivos ou de formações e os erros

superados no dia-a-dia, sendo preenchidas lacunas das dificuldades já

sentidas. Hoje, recordo os momentos passados e vejo-me com maior

capacidade em superar qualquer desafio que venha a ser colocado, porque ser

pró-ativo e não ter receio de enfrentar a verdadeira dificuldade, passam a ser

as palavras mais atuais quando penso em envolver-me num novo projeto.

Em suma, o objetivo da organização de eventos foi cumprido consoante

as funções em cada uma das duas comissões. Percebi que as ideias e o

planeamento inicial surgem sobretudo do Secretário-Geral, mas que depois

cada membro tem autonomia para desenvolver a sua área, desde que

corresponda ao discutido e planeado em reunião. Qualquer imprevisto, tinha

que ser comunicado ao Secretário-Geral.

5.1.2) Promoção do evento

No objetivo da promoção do evento estava uma dificuldade à partida,

porque tratava-se de uma área que não domino nem que lido no meu dia-a-dia.

No entanto, um gestor desportivo deve estar preparado para novos desafios e

ser multifacetado, sendo assim um objetivo que decidi encarar como um

verdadeiro desafio, mas com vontade em aprender sobre como se

desenvolvem os planos de comunicação e promoção.

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As atividades desenvolvidas neste objetivo foram cumpridas com a

colaboração de recursos humanos da área da comunicação, onde os mesmos

referiram algumas indicações a seguir. As atividades resumiram-se em definir o

público-alvo, os locais de atuação e as datas a realizar a promoção presencial

com material alusivo ao 7.ºCMUF.

Era fulcral cumprir este objetivo, porque através da imagem era

necessário passar uma mensagem, transmitindo informações sobre a

modalidade. Assim, em cada promoção feita, através de imagens, notícias ou

vídeos, era transmitido a página no Facebook, a fim de convidar o público-alvo

a visitar a mesma, dado que nesta estava descrito no que consistia o floorball.

Em relação às ações presenciais, como por exemplo, a Mostra da U.Porto e a

Queima das Fitas do Porto, estiveram sempre presentes recursos humanos

que dominavam as especificidades da modalidade, tendo como função explicar

a mesma. As datas estabelecidas, foram definidas consoante os grandes

eventos na cidade do Porto e relacionadas com a proximidade da abertura

oficial do 7.ºCMUF, sendo que entre maio e julho, a comunicação foi mais

intensificada, com publicações quase diárias.

Realmente, a promoção do floorball foi algo diferente e que envolveu

mais trabalho e explicação/enquadramento da modalidade, porque promover o

floorball não é o mesmo que promover o futebol em Portugal. Era sempre

necessário colocar imagens ou vídeos alusivos à modalidade, bem como uma

pequena introdução geral do conceito da modalidade quando pretendíamos

promover o evento desportivo. Este desconhecimento geral sentiu-se na

promoção presencial, momento em que expliquei a várias pessoas em que

consistia a modalidade do floorball. De facto, o desconhecimento

proporcionava um maior desinteresse no público-alvo, sendo que foi

fundamental investir financeiramente na comunicação e promoção, sendo

mesmo um investimento significativo como se pude verificar no orçamento.

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5.1.3) Formação em Floorball

A formação em floorball foi o objetivo que decidi alcançar com maior

sucesso porque percebi a necessidade de formar pessoas em Portugal com

esta modalidade a fim de obter melhores resultados na organização e na

prática do floorball durante o 7.ºCMUF. Realmente, estava em causa organizar

um evento desportivo e ter presente uma equipa na competição do

Campeonato Mundial Universitário, onde ter uma prestação digna era o que

mais se procurava naquele momento de aprendizagem.

Esta era uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos e desde o

primeiro passo tive a confiança e a oportunidade de investir na minha

formação, por parte de todos os recursos humanos envolvidos na organização.

Senti-me orgulhoso pela confiança que depositaram em mim em ser um dos

escolhidos a fazer a formação em Madrid, a fim de vir ensinar em Portugal todo

o conhecimento que adquiri.

A formação de Madrid, foi o ponto alto no meu conhecimento da

modalidade porque aprendi conteúdos técnicos, táticos e teóricos (história da

modalidade e regras) fundamentais para os meus primeiros passos na

modalidade. Depois, pela presença de jogadores da seleção espanhola de

floorball, conseguimos aplicar na prática os conteúdos teóricos abordados,

facilitando a minha aprendizagem. Lembro-me perfeitamente que os formandos

portugueses e espanhóis ficaram realizados e surpreendidos com os

conhecimentos uns dos outros, porque enquanto eles ensinavam-nos as

técnicas e táticas do floorball, nós ensinávamos as atividades e as

necessidades básicas em implementar um evento desportivo bem como aplicar

o conteúdo de treino às diferentes idades dos nossos alunos. Uma outra

curiosidade vai para a aula que tivemos que dar aos alunos do curso, onde

cada um deu a mesma na sua língua materna e mesmo assim conseguimos

entender os conteúdos abordados, demonstrando assim uma das riquezas que

o desporto traz, bem como demonstrou a importância em exemplificar através

de gestos a quem está à nossa frente na procura de aprender mais.

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Posteriormente, foi tempo de abordar em Portugal os conteúdos

interiorizados em Madrid, sendo que primeiro começamos no nosso conforto,

no Porto, e com formadores que deram o curso em Madrid. A formação da

FADEUP serviu para formar mais recursos humanos em Portugal, mas também

para aplicarmos os nossos conhecimentos sob supervisão dos formadores de

Madrid, a fim de corrigir alguma lacuna ou incoerência no que estávamos a

abordar e a ensinar.

Depois, nas formações pelo país, a responsabilidade estava totalmente

sobre os formadores, neste caso nós, porque tudo o que iriamos dizer tinha

que corresponder ao correto, porque era impossível haver troca de ideias nos

conteúdos abordados, dado que os formandos estavam a recolher informação

pela primeira vez. Recordo-me perfeitamente de fazer algumas perguntas e

curiosidades sobre a modalidade e de todos olharem expectados uns para os

outros porque não conseguiam chegar perto ao valor da resposta pretendida.

Uma das perguntas que fiz sempre foi, “qual a velocidade que uma bola de

floorball pode atingir num remate?”, onde ninguém imaginava que a resposta

fosse 180km/h. Outra pergunta feita era em relação ao tempo de jogo e o

número de partes que o mesmo se dividia, sendo que ninguém adivinhava as

três partes. Estes são alguns dos exemplos que demonstram a necessidade de

formar recursos humanos na modalidade em Portugal, sendo necessário

cativar e incentivar para a prática os formandos que recolhiam a informação

pela primeira vez, pois este era um dos propósitos da formação. Outro

propósito da formação foi detetar jogadores na abordagem prática a fim de

convidá-los a fazer um estágio na preparação da seleção universitária de

floorball. Realmente estas formações, em conjunto com o TNU, foram os

principais campos de intervenção para serem escolhidos os jogadores da

seleção universitária nacional de floorball.

Posso referir ainda que a formação em floorball trouxe-me a

oportunidade de abrir novos horizontes e fez-me perceber que é necessário

sair mais vezes da minha zona de conforto, não tendo qualquer medo em

arriscar, porque o verdadeiro sucesso pode surgir de iniciativas como estas.

Não sei que futuro terá a minha formação em floorball, mas sei que adquiri uma

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nova experiência onde pouca gente em Portugal se interessou em obtê-la e

que esta será sempre uma formação que irá estar presente no currículo, onde

não fica apenas a aprendizagem das especificidades da modalidade, mas tudo

aquilo que a mesma proporciona.

Realmente, ao longo destes anos já arrisquei em vários desafios e esta

formação será mais um deles. Serei sempre visto para algumas pessoas como

o “guru do floorball” e isso só demonstra a importância que dão no

conhecimento que fui à procura de adquirir e desenvolver, crescendo em vários

parâmetros com ele.

5.1.4) Atividades CDUP-UP

Estando a estagiar numa entidade que se dedica diariamente aos

estudantes e ao desporto universitário, facilmente poderia estar envolvido em

algumas das suas atividades ao longo do ano. No entanto, deram-me a

responsabilidade de estar relacionado com atividades relacionadas com o

7.ºCMUF, sendo o TNU de floorball, os estágios da seleção universitária

nacional de floorball e os campos de férias desportivas da U.Porto.

Iniciando pelos campos de férias desportivas da U.Porto, relaciono os

mesmos com o meu estágio no secundário, onde era professor estagiário de

educação física num colégio com crianças com idades entre os 2 e 5 anos.

Realmente nestas idades o que importa é a atividade física e promover a

brincadeira, implementando hábitos desportivos e despertando o interesse pela

atividade física, cativando-os para não se tornarem sedentários no futuro. Eles

devem sair felizes das aulas e contar aos pais o quanto gostaram da aula,

atribuindo assim importância à educação física, como um momento de lazer e

diversão.

Em relação à experiência vivenciada nestes campos, refiro que serviram

para experimentar na prática o que referiam na formação de Madrid, onde

estavam sempre a dizer que a modalidade de floorball é muito fácil de ser

ensinada, sendo apropriada para crianças, envolvendo num mesmo jogo

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crianças dos dois sexos. Realmente, consegui verificar isso, após uma

dificuldade inicial em controlar o stick e a bola, passado uns minutos de aulas,

já assistia a passes e a golos por parte das crianças, mostrando a riqueza que

o desporto pode ter nos mais novos, tendo uma taxa alta de sucesso na

aprendizagem e na satisfação em obter bons resultados.

No campo de férias desportivas do natal foi onde senti-me mais nervoso,

porque tinha algum receio em utilizar alguns termos verbais que as crianças

não entendessem e por isso optei sempre por juntar a exemplificação dos

gestos, ao mesmo tempo que falava com as crianças. Um outro receio estava

na aula que tinha pensado, porque não queria tornar a mesma monótona e

sem diversão, mas os sorrisos e a satisfação no final de cada aula, fizeram

perceber que não havia motivos para aquele receio inicial e que podia

continuar no caminho que tinha idealizado inicialmente.

No campo de férias desportivas da páscoa a dificuldade esteve em ter

mais crianças do que material desportivo, onde tive que improvisar alguns dos

exercícios que estavam planeados. Esta capacidade de improviso foi mais uma

das capacidades que melhorei ao longo do estágio, onde não se deve rejeitar e

fugir aos problemas, mas sim encará-los e resolvê-los no momento. Por

exemplo, no exercício em cada um devia estar com stick, coloquei as crianças

sem stick a fugir de quem tinha a bola e o stick e no exercício do passe,

coloquei as crianças sem stick a passar pelo meio da zona de passe entre as

crianças, onde caso a bola lhes tocasse, eles trocavam com quem estava a

fazer o passe.

No último campo de férias desportivas, no verão, verifiquei uma melhoria

exponencial nas crianças que já tinham estando nos outros campos de férias,

tendo um domínio técnico muito mais controlado, fazendo a diferença em

relação às crianças que estavam a praticar pela primeira vez. Destas

diferenças, posso equiparar ao que sentimos em cada jogo que disputámos

nos 7.ºCMUF, onde eramos realmente inferiores a nível técnico e os outros

jogadores sentiam-se muito mais à vontade dentro do campo e realizam as

coisas de uma forma natural e automática. No entanto, apesar destas

diferenças, o vencedor do jogo não está encontrado antes do jogo ser

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disputado, porque mesmo com inferioridades técnicas e táticas podemos ser os

vencedores e isso verificou-se na prestação de Portugal no 7.ºCMUF. Com

isto, as crianças que estavam a praticar pela primeira vez, também se sentiram

satisfeitas com a sua prestação nas aulas que lhe foram dadas, adquirindo um

novo desporto no seu currículo desportivo.

Abordando o TNU de Floorball, eis que o mesmo serviu para adquirir

experiência em organizar um evento desportivo, no entanto, com a

particularidade de ser organização e jogador. Facilmente se pode dizer que

possuir estas duas funções, retira a dignidade ao evento porque a equipa que

estava inserido iria ser beneficiada, mas isso não aconteceu de todo. Em

primeiro lugar, assumi o papel de organização somente no pré-evento,

realizando o calendário competitivo, mas sem colocar as equipas e executando

todas as necessidades para a realização do torneio. Quando o TNU se iniciou,

assumi apenas o papel de jogador, entregando a responsabilidade da

organização aos outros recursos humanos presentes.

Infelizmente o TNU foi realizado com o número mínimo de equipas, dado

a ausência da inscrição da equipa da Universidade de Aveiro e a inscrição

tardia da equipa do IPAM. No entanto, ficou o registo da primeira competição

oficial de floorball em Portugal.

Por último, tive os estágios da seleção universitária nacional de floorball.

Neste objetivo coloquei em prática os contatos criados na cidade do Porto para

tratar do alojamento, alimentação e instalação desportiva a fim de servir as

melhores condições a todos os estudantes-atletas que viriam a integrar a

seleção. Foi necessária também a minha experiência em estágios para

construir um planeamento de treinos com as horas de descanso e treinos

necessários para uma boa prestação da equipa no campeonato mundial

universitários.

As maiores dificuldades ocorreram na semana anterior à competição,

porque o piso oficial de jogo teve que ser colocado no estádio universitário,

impossibilitando assim os nossos treinos. Isto obrigou-nos a arranjar

transportes para todos os atletas e equipa técnica, bem como fazer marcações

das refeições num novo espaço. Outra dificuldade sentida durante os estágios

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deveu-se ao mau estado do piso do pavilhão do estádio universitário,

atrasando a evolução técnica dos jogadores, pois a bola ressaltava no piso.

No entanto, este foi mais um estágio que vivenciei e mais uma vez

parece que estava num estágio pela primeira vez, onde tinha receio de errar,

onde queria fazer amizade com toda a gente e sentir-me mais uma valia no

grupo e onde tinha receio de falar incorretamente com alguém. Porém, esse

receio inicial foi desaparecendo, onde a responsabilidade aliada à experiência

começou a surgir e comecei a ser uma referência, um exemplo a seguir e atingi

um nível de confiança perante todos os meus colegas. Foi com orgulho que

senti isso, porque desde miúdo fui capitão das equipas que estava inserido,

sendo visto como um líder, habituando-me então em liderar os meus colegas,

dando conselhos e contribuindo através de palavras na sua motivação em cada

jogo. É com nostalgia e saudade que recordo esses momentos, mas felizmente

têm servido de base para aplicar no dia-a-dia, onde o presente está quase

sempre ligado a momentos do passado.

5.2) Pré-evento desportivo

O tempo parece ser longo, ainda faltam muitos dias para o evento,

temos tempo, podemos fazer as coisas com calma, podemos negociar e fazer

várias contrapropostas, temos quase tudo tratado… São frases que se ouvem

várias vezes quando estamos a meses da abertura oficial do evento, mas no

entanto… Já só temos um mês, ainda falta decidir quem faz os transportes,

quem fica nos alojamentos, reunir com os voluntários, encomendar a roupa

para os participantes e organização, temos que acelerar os processos.

Realmente são exemplos de frases que já ouvi e já disse em vários

eventos desportivos quando nos encontramos na preparação da realização do

mesmo. Porque o tempo parece ser longo quando estamos a meses do evento

desportivo, mas rapidamente isso transforma-se em ficar sem tempo para fazer

tudo se não pensarmos e prepararmos as coisas com a devida antecedência.

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Felizmente no 7.ºCMUF as coisas foram devidamente preparadas com a

sua antecedência e muito se deveu por realizarmos um evento internacional de

floorball pela primeira vez em Portugal, o que nos requereu estudar

previamente todas as necessidades que este evento requer. Foram

convocadas reuniões semanais, sejam só entre a comissão organizadora, com

a comissão organizadora e comissão executiva e até mesmo envolvendo os

voluntários com as duas comissões, o importante é que foram definidos

métodos de trabalho, atividades a executar antes e durante o evento e foram

dadas as devidas explicações em cada uma das áreas. Nas reuniões

definiram-se claramente as estratégias, a envolvência e o impacto que

pretendíamos com este evento na cidade do Porto e em Portugal.

Em cada reunião realizada, em que foram muitas, decidiram-se

protocolos, cerimónias de abertura e encerramento, programa social, local e dia

da apresentação pública, número de recursos humanos em cada área, locais

de promoção e ativação do evento desportivo, patrocinadores que poderiam

estar interessados e essencialmente decisões ligadas à competição, como

utilização de marcadores eletrónicos, material a colocar em cada instalação

desportiva, equipamento da seleção portuguesa, dia para realizar o anti-doping,

apoio médico necessário em cada instalação desportiva, definir os dados que

seriam colocados no programa de estatística e outros pormenores essenciais

ao evento desportivo.

Facilmente é percetível que um evento desta dimensão envolve muito

trabalho e dedicação, onde o que move as pessoas é a paixão pelo desporto e

por organizar um evento desportivo, visto que apenas o Secretário-Geral,

porque assume a responsabilidade em todas as áreas, é que é remunerado.

Podemos dizer que o trabalho dos voluntários é fundamental durante o evento,

mas não podemos esquecer que os recursos humanos da comissão

organizadora e comissão executiva também são voluntários e fundamentais ao

pré-evento, evento e pós-evento.

Posso considerar a fase do pré-evento desportivo, a fase que conduzirá

ao sucesso do evento desportivo, porque todo o planeamento e construção do

que pretendemos é pensada bem antes do acontecimento. Qualquer decisão

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aqui é tomada com tempo e refletida, advindo das experiências e

conhecimentos adquiridos anteriormente. É uma fase de cálculo de risco e de

previsões, onde devemos construis o nosso planeamento ideal, mas também

pensar e escrever alternativas para eventuais imprevistos que possam ocorrer

durante o evento em si. Esta é sem dúvida a fase fundamental.

5.3) Evento desportivo

Se no pré-evento desportivo pensamos no plano a executar, eis que aqui

chegou o momento de realmente executar aquilo que um dia sonhamos, que

no outro colocamos em papel e ao terceiro dia já estudávamos as várias

hipóteses. É neste momento que testamos o nosso planeamento e que

corrigimos o que não está a dar certo bem como acrescentamos as atividades

que nos tinham passado despercebido.

Em relação às funções de comissão executiva e da comissão

organizadora durante o evento desportivo, dadas as suas distinções, consegui

compreender internamente o que cada uma poderá exigir num futuro próximo.

Na comissão executiva é preciso ser pró-ativo e há que estar preparado para

todas as adversidades. Apesar de ser estabelecido um guião com o

planeamento do que é necessário realizar, no momento de executar nem tudo

corresponde ao que estava planeado. Com isto, a equipa da comissão

executiva, juntamente com os seus voluntários soube corresponder aos

imprevistos através de alternativas bem eficazes. Surgiram imprevistos como,

no horário dos transportes devido ao trânsito, no horário de término de almoço

na cantina, onde nem todos os participantes tinham almoçado e no conflito

entra Suécia e Finlândia, dado que se recusaram a seguir viagem no mesmo

autocarro. No entanto, a comissão executiva entrou em ação e resolveu

através de um ajuste nos horários de saída para os jogos, marcando a hora de

saída meia hora antes do horário que estava previsto, aumentando assim o

horário de almoço na cantina e colocando um autocarro para cada a Suécia e

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outro para a Finlândia. Isto são exemplos daquilo que se sucedeu no evento,

onde a comissão executiva teve que responder de imediato.

Este evento desportivo foi uma oportunidade gratificante para exprimir e

aumentar o meu sonho em trabalhar na organização de eventos desportivos.

Desde cedo, o desporto fascinou-me e através de uma observação mais atenta

sob os seus intervenientes, os sentimentos e emoções que advêm disso,

singraram a vontade de organizar um evento memorável e único. As memórias

que temos de um evento facilmente são associadas ao resultado desportivo e

prestação de uma equipa, mas se nos centrarmos em tudo aquilo que um

simples jogo pode envolver ao seu redor, chegaremos a acontecimentos que

podem marcar a diferença.

Um jogo em si já é imprevisível no seu resultado, mas podemos dizer

que um Sporting vs Benfica é sempre um derby, são as mesmas equipas em

campo, até a arbitragem poderá ser a mesma. No entanto, o que difere são os

jogadores, o apoio do público, o local do jogo, as condições climatéricas e o

espetáculo em si. Realmente, o espetáculo desportivo produzido em torno de

um simples jogo pode tornar-se mais memorável que o jogo que estamos a

assistir. O futebol é um dos desportos que envolve muito as pessoas

emocionalmente, mas quando esquecemos os clubismos, o espetáculo pode

ser o mais interessante quando se assiste a um jogo.

Este espetáculo desportivo é algo que marca o floorball em si. Um jogo à

noite poderá ser utilizado um efeito com as luzes, e durante o dia pode ser

usado fogo ou fumo. Contudo, seja qual for o espetáculo que se produza, isto

permite aumentar a adrenalina do jogador e fazê-lo sentir-se especial, bem

como permitir ao seu público vibrar pelo jogo que está prestes a iniciar,

possibilitando que este seja muitas vezes envolvido no próprio espetáculo.

Realmente são os pormenores que tornam o desporto especial, é o

cuidado e dedicação que podemos dar a cada etapa para fazer um simples

jogo acontecer. Jogar com o misto de emoções que o desporto permite,

reconhecer que há várias culturas envolvidas num mesmo espaço e com isto,

organizar um evento desportivo em prol de uma oportunidade de sentimentos

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diferentes para cada pessoa, é o que proporciona a procura do crescimento e a

vontade de evoluir de dia para dia.

Sem dúvida que a experiência adquirida em cada uma das atividades

impostas, desde a mais simples à mais complexa, contribuirá para um futuro

que sonho estar envolvido. Conhecer, explorar e desenvolver cada desafio e

cada área, tornou-me multifacetado e preparou-me para várias exigências que

um evento desportivo envolve. O envolvimento na organização, as

responsabilidades assumidas, os desafios superados numa modalidade

desconhecida, só aumentou a minha vontade de singrar como gestor

desportivo.

5.4) Pós-evento desportivo

Qual será o futuro da modalidade em Portugal? Esta é a pergunta

fundamental que é necessária ser feita, após encerrarmos mais um evento

desportivo universitário na cidade do Porto. Modalidades como o Voleibol Praia

e o Futebol, são fáceis de reconhecer a sua importância e têm continuidade

garantida, dado que têm uma prática constante em Portugal, mas e o Floorball?

É fundamental, criar uma federação se não se pretende que o esforço

pela modalidade tenha sido em vão. Há muito material e dois campos oficiais

no Porto, portanto há condições para manter a mesma no ativo. A sua

implementação já decorreu dentro dos parâmetros estabelecidos e seu

crescimento expandiu-se do Porto para Braga, Aveiro, Lisboa e Algarve. É

certo que o Algarve tem uma prática regular, tendo três a quatro treinos

semanais, mas outras cidades necessitam de fazer o mesmo. Em breve haverá

o primeiro CNU e é preciso ter mais atletas e mais equipas a participar no

mesmo. Será mesmo importante chegar às escolas e ter ações de formação

nas mesmas, dado que as crianças passaram a ser o principal foco de

interessente.

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Com isto, o futuro da modalidade pode ser jubiloso, mas se não houver

nenhum recurso humano ou entidade a geri-la, será uma modalidade que irá

desaparecer em breve.

5.5) Principais conclusões

No pré-evento, o envolvimento em cada uma das áreas permitiu detetar

as dificuldades e potencialidades que o Porto tem ao receber um evento

desportivo universitário. As exigências que a IFF impunha, permitiu aumentar a

capacidade de procura de soluções, em vez de recorrer ao caminho mais

simples e apresentar a ideia mais óbvia, permitindo também desenvolver a

imaginação. Ter que preparar um calendário competitivo e ter que pensar

enquanto jogador e enquanto organização, fez perceber que o foco está nos

atletas, mesmo que torne logisticamente mais difícil a vida à organização,

porque estes são os principais artistas do espetáculo e nunca podem ser

prejudicados, porque o evento é para ser recordado por eles mais tarde.

Em relação ao evento a entreajuda entre todos foi a palavra-chave,

porque em termos competitivos poucos recursos humanos percebiam a

modalidade, mas foram aprendendo ao longo dos jogos. Porém, a nível de

logística e organização, decorreu consoante o planeado e ficou patente mais

uma excelente relação entre as entidades organizadoras, FAP e U.Porto.

O balanço final do estágio é muito positivo por todo o conhecimento e

aprendizagem adquirida, sempre com o sentimento que os objetivos estão

cumpridos e que o futuro tem que ser risonho, mesmo consciente das

dificuldades que possam surgir. Este foi um evento desportivo marcado

inicialmente pela introdução de uma nova modalidade em Portugal, mas no fim

o balanço focou-se nos recursos humanos envolvidos, que mesmo

desconhecendo as especificidades da modalidade, arriscaram organizar um

evento desportivo. A excelente relação entre todos e a não diferenciação de

cargos, tornou o mesmo mais gratificante para todos. Saliento que do esprito

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de equipa exposto, surge um agradecimento geral a todos aqueles que

tornaram tudo isto possível.

Em relação ao meu futuro pessoal e profissional, espero que todo o

esforço e dedicação na procura de organizar um excelente evento desportivo,

possa surgir resultados num futuro próximo. O esforço nunca é em vão quando

no fim surge a recompensa ou o conquistar de um sonho tão desejado. Ficarei

eternamente agradecido por todas as aprendizagens vividas ao longo dos

últimos anos e feliz pela troca de conhecimentos com todos os recursos

humanos que encontrei ao longo do caminho. Um capítulo fechou-se agora,

mas chegou o momento de tentar abrir as várias portas que terei ao longo do

caminho, sempre com o pensamento da gestão desportiva.

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6) Síntese final

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A case of 7th World University Floorball Championship. Portugal, 20165

Rodrigo Medeiros1; Maria José

Carvalho

2

1 Master student of sport management, Univesity of Porto, Faculty of Sport, Portugal

2 Lecturer at University of Porto, Faculty of Sport, Portugal. Sport Management Department.

Introduction

In the last years, Portugal has been responsible for organizing several International

sports events and Porto has been actively contributing for that. Since 2010, this city has

received four university international sports events and in 2016 Porto organized the 7th

World

University Floorball Championship. Floorball is not usually practiced in our country, for that

reason it was considered a new sport for Portugal and for those who would become involved in

this sport event.

Fortunately, the international sports events in Portugal has been a success. In 2014, as

proof of this success, Porto received an award where the World University Beach Volleyball

Championship was considered the best championship of all the championships of that year. In

the organization of this championship were involved three Porto's entities: Academic Federation

of Porto (FAP), University of Porto (UP) and Polytechnic Institute of Porto (IPP); and a national

entity the National University Sports Federation (FADU). This award really reflects the daily

dedication and the importance of Porto's entities give in any sports event.

However, in 2016 a new challenge was expected in Porto, providing a moment of

learning for all. Floorball is practice in several countries as Sweden and Finland, but in Portugal,

this sport was unknown for most people. Porto has many experiences in sports events

organization and that was the main factor to accept and develop this event.

Porto received the 7th World University Floorball Championship, between 18

and 25 of

July of 2016. Nine males and seven females teams, from ten countries (Portugal, Spain,

Switzerland, Finland, Sweden, Czech Republic, Republic of Korea, Japan, Slovakia and

Poland) participated in this championship. The competition was performed in two indoor fields:

one in the Faculty of Sport and the other in the University Stadium, both belonging to the

University of Porto.

The organization was the responsibility of the Academic Federation of Porto (FAP) and

the University of Porto (UP), with the National University Sports Federation (FADU) as a

supervisor. On the University Championship's organization were present thereabout 350

5 Published in Newsletter of FISU (december)

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participants and 130 human resources belonging to the organization's team. During this event,

42 games for five days were played, where Finland was University World Champion in both men

and women.

Framework

Floorball is an unknown sport for most of Portuguese people, so it is important to

explain and understand what does this sport consist. For well understand, floorball is a team

sport similar to roller, field and ice hockey, that has their own characteristics and rules. This is

practice in indoor fields and their floors can consist of various materials like wood or plastic

matting surfaces. The game is disputed with one goal of each field side and with a rink around

the field. Each player, besides de goalkeeper, has one stick, and the main goal is to put a small

plastic ball inside the goal. The player movements on the field are made like field hockey, so in

sneakers and running. Floorball is known for your easy initiation for players, thus it becomes

easier to teach children as well to all those who wish to start this sport.

Floorball began to be introduced in Portugal through the organizations that would

organize the 7th World University Floorball Championship in the country, the Academic

Federation of Porto (FAP) and the University of Porto (UP).

First of all, FAP is an entity composed exclusively of students from Porto higher

education. Each student is responsible for several areas and one of them is Sport. In this area,

they have the department that intervened directly in the international sports event organization.

Daily, this entity is responsible for organizing the Porto Academic Championships, CAP Cup

and CAP Super cup (regional competitions of Porto) and for participating or organizing the

National University Championships in Portugal. In the other hand, the University of Porto is

recognized for their investment in education and research and is also responsible for receiving

about 30,000 university students each year, guaranteeing their opportunities and learning

conditions. In addition, it is among the top 150 universities European countries. Focus on the

sport, the University of Porto attributes its responsibility and management to the Sports Center

of the University of Porto (CDUP), where it organizes and participates in formal and informal

sports events at regional, national and international level. Both entities, FAP and UP have a

long expertise in the organization of international sports, so they decided together to organize

the 7th World University Floorball Championships in Porto. The human resources of both entities

were daily dedicated and worked, as well as they involved several volunteers in the organization

of this event. Despite the differences in roles and responsibilities, only the Secretary General of

the event was remunerated, and the others work with pleasure and dedication for the sport, not

receiving any monetary value for their involvement. However, they acquired knowledge,

learning and enhancement some experiences, which allowed developing their personal and

professional curriculum.

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7th

World University Floorball Championships in Porto

The competition of the international sport event was performed for 5 days, three of

those were dedicated to the group stage and the remaining two days was to decide the final

classification of each participated country. There was no stopping time throughout the

competition, where games were realized every day, only the last day was reserved to knowing

the final classification. Some of these countries that participated in this event already had

attended in other World University Floorball Championships, highlighting Sweden and Finland,

which participated in 6 World Men Floorball Championships and in 4 World Women Floorball

Championships. The awareness and the interest in this sport in these countries are very

different when it compares with Portugal.

In Portugal, the lack of knowledge about floorball was evident, so it was necessary to

invest in the formation and in the development of capacities of Portuguese human resources.

Therefore, were made courses for players, officials and floorball referees and it was performed

in Portugal. This was a course for initiation of the sport, where the participants ended up

acquiring a deeper knowledge in floorball. This investment in floorball courses was fundamental

in Portugal to bring greater effectiveness and efficiency to the organization of the sport event.

On the other hand, the main audience target was the university students, in order to find young

talents of floorball, with the purpose of representing the university national team of floorball.

Among the other aspects highlighted in this event, we can mention that it was

necessary a communication and promotion much more active and presented in several places

of Porto city. Several internships were realized, allowing to create a national team more

prepared for the challenge. Children were involved in the sport practice, in which they

experienced and acquired a passion for a new sport, and also had contact with several

federated players of the sport during the event. A fun park was also created outside the sports

hall, drawing attention, for people who came and watch the games. Also, before the world

championship, the National University Floorball Tournament was held, being the first official

competition of the sport in Portugal.

Concerning to the event, the organization was divided into ten areas: sports facilities,

technical area and competition, ceremonies, communication, medical area, information center,

accreditation, accommodation, alimentation and transport. In terms of organization, in the top of

the pyramid, it was present the CISCA (International Committee of Supervision, Control and

Arbitration), composed by six elements. Subsequently, we had the Organizing Committee, with

seven elements, and the President of the Organizing Committee is also counted in CISCA. The

Executive Committee with twelve elements and lastly the volunteers, in which one hundred

were present.

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Regarding ceremonies, the official event open took place with the opening ceremony at

Avenida dos Aliados, preceded by a parade of all participants, starting at the Rectory, going the

Clérigos Tower and finish at Avenida dos Aliados. In this ceremony were present several

representatives of the most important entities of Porto. In the end of the third competition day,

teams had a leisure time, called a social program, where they could take a boat trip along the

Douro River, passing under some of the bridges that form part of the river. In the same evening,

it was made an official delegation dinner at the Port Wine Museum and a souvenir of the event

was given to each country.

On the last competition day, at the University Stadium of the University of Porto, was

performed the awards ceremony (medals and trophies). Awards were delivered to the first three

classifieds on both genders, followed by the closing ceremony with the parade of all

participants, some speeches and the passage of the official flag to the next organizing country,

in this case, Poland.

The accommodation and alimentation were in own spaces of the University of Porto,

highlighting the importance that they have in the life of Porto's University Students. Two

residences and a canteen of the University of Porto were used, thus concentrating the

participants in Campo Alegre area. Transportation was also guaranteed for all participants since

their arrival to departure from Porto airport. Thus, allowing the interested ones to know the city

and its characteristics, it was allowed transport to the center of Porto.

All the conditions were guaranteed to create a memorable and different sport event, to all

those who expressed their interest in being an active part of the various events, whether in the

pre-event, event or post-event. Indeed, Portugal has demonstrated once again that it is

prepared to accept challenges, for more complex and different that they can be. Over the years,

Portugal has demonstrated improvements in its technical and specific requirements, becoming

an important country in the implementation and organization of international sports events.

Reflection, analysis and perspectives for the future

This event brought liveliness to Porto city, involved the city on the event, as well as the

event involved with the city. Indeed, Porto city and its people, are accustomed to welcome their

foreigners, treating the issues like the hospitality with the greatest rigor and care. In this

particular case, this issue was very important because they were university students and the

opportunity for met other students and enjoy visiting other cities, getting to know other realities

and acquire new learning is increasingly evident. Porto has received university students from all

over the world and the International sports events are recognized as a window of presentation

for the students who participate in them.

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In any sports events, it is important to study the necessary investment to realize, having

a clear perception of the risks that we could find. Only after a careful and an intensive analysis

of all papers that we can find and decide what to apply for a sport event. After confirming the

intention, it is important to analyze the impact that we intend to have on the event organization,

even in a small or large scale. Sometimes investing more does not mean having a bigger

impact event, because the secret lies in knowing how to invest in the necessary. This was one

of the secrets of the 7th World University Floorball Championship because it was necessary to

invest in floorball sports equipment. However, the important thing was understanding what to do

with this material in the post-sport event. Therefore, instead of the financially investing, the

sponsors and the key supporters in this particular situation were sought, with positive support

for this demand.

The pre-event was marked by the diversity of communication and promotion forms, by

the courses in the floorball and by the demand of the expansion of this sport in Portugal. The

impact of this sport in Portugal is not so easy, due to this is not a sport like a football, which in

itself already moves several people around the same goal. However, being aware of clearly and

defining the target thinking which public we wanted to reach, we managed to bring positive

contributions to Porto city and its students. Improvements were made in one of the

championship facilities, allowing us to have another place for sports activities. Also, some

courses were organized enriching the curriculum of university students and we introduced a

new sport in Portuguese Faculty of Sport.

However, after one year of the World University Floorball Championship, we have not

been able to fully reach the second phase of our audience target. So, the involvement of

schools in this sport did not occur, we can’t put floorball as one of the alternative sports. This is

the path we intend to follow and we will continue to insist because the material for the practice is

already acquired and we already have qualified human resources for the activation of this sport

in several cities of Portugal. Therefore, it is essential to find a Sports Federation that oversees

the floorball in Portugal, so that they can reflect the places and phases of implementation of this

sport.

Before the World University Floorball Championships, we organized the National

University Championship of Floorball, but we still intend to involve more teams and more

university students, to enhance other cities in our country and not only to the Porto, Minho and

Lisbon. Indeed, University sport allows us to quickly identify an audience target interested in

participating, however, we have a big limitation because we just can include university students.

For that reason, it is important to move towards and create a Sports Federation for allowing to

cover any person interested in the modality.

Regarding the prospects for the future, we can say that they are very dependent on the

dedication that is intended to give by the entities to this sport. Indeed, all the conditions are

created for an excellent floorball implementation and growth, but it is needed to raise the

number of interested participants. However, it will take a few years for this sport to become

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156

popular in Portugal, but if there is not any interested in taking advantage of it, we will end up

extinguishing the floorball in a short time.

Conclusion

Portugal has built a good history when we compared with other countries that have

received one or several international sports events in last years. The Portugal development in

this area, highlighting clearly the university students and the Porto city. University sport is

important in Portugal and requires a daily and careful dedication over the years, as it allows to

involve Federated Students of Sport, former federated players and students who intend to take

their first steps in Floorball.

Portugal need to still able to receive international sports events, putting the country on

the route and map of the main university events, allowing students to visit the country and gain

interest in studying for several months in Portugal, or even, Portugal as a place to live or visit

frequently on holidays. There are several positive factors that we can take in organizing the

international sports event, but we must never forget that it is necessary to study the investment

needed to make, reflecting on the revenues and expenses that the event will have.

The real challenge is to accept what may be unknown and a proof of this was to receive

a new sport in Portugal and organize it with participants who have been practicing for many

years. However, when we perceive the needs and particularities, we find several positive points

in receiving and accepting the most difficult challenges. Today, Porto is ready to host university

sports events with a much higher difficulty scale.

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157

Referências Bibliográficas

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e

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CLXIII

Anexos

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CLXIV

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CLXV

Anexo 1

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CLXVI

Anexo 2

MENU (18 to 21 july 2017)

18-07-2017

Lunch Dinner

Soup Vegetable cream Savoy cabbage soup

Meat Roast chicken w/ baked potato and rice Braised veal w/ mashed potatoes

Fish Russian salad w/ tuna Hake fillets w/ rice

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other sweet

19-07-2017

Lunch Dinner

Soup Spinach soup Cream of carrot soup

Meat Pasta carbonara Turkey steaks w/ mushrooms and peas

rice

Fish Codfish balls w/ spaghetti Grilled flounder w/ baked potatoes

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other sweet

20-07-2017

Lunch Dinner

Soup Portuguese green soup Cream of broccoli and cauliflower

Meat Pork loin roast w/ baked potato and rice Meat pie

Fish Tuna pie Redfish roast w/ baked potato and rice

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other sweet

21-07-2017

Lunch Dinner

Soup Vegetables soup Pumpkin cream w/ turnip greens

Meat Grilled pork steak w/ carrot rice Turkey steaks breaded w/ fusilli

Fish Creamy cod Pesto roasted fish w/ baked potato and

rice

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other sweet

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CLXVII

MENU (22 to 25 july 2017)

22-07-2017

Lunch Dinner

Soup Creamy leek soup Spinach soup and white beans

Meat Spaghetti Bolognese Turkey stroganoff w/ sautéed vegetables

and rice

Fish Pasta w/ tomato sauce, tuna and basil Grilled squid w/ baked potatoes

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other sweet

23-07-2017

Lunch Dinner

Soup Cream of carrot soup Vegetables soup

Meat Duck rice Pork chops breaded w/ dry rice of red

beans

Fish Tipical Portuguese codfish Shrimp patties w/ spaghetti

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other sweet

24-07-2017

Lunch Dinner

Soup Savoy cabbage soup Cream of broccoli and cauliflower

Meat Meatballs stuffed w/ mashed potatoes Chicken and turkey burguer w/ sautéed

vegetables and rice

Fish Golden hake fillets w/ peas rice Stewed squid w/ mashed potatoes and

salad

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other sweet

25-07-2017

Lunch Dinner

Soup Spinach and beans

Meat

“Rojões” (tipical Portuguese meat) w/ roasted potatoes

Fish Grilled Mackerel w/ tomato rice

Dessert Seasonal fruit and/ or gelatin or other

sweet

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CLXVIII

Anexo 3

Men – Slovakia

Date Sport Facility Time Opponent’s

Team Departure time Arrival time

20-07 FADEUP 09h00 Japan

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

19h00 Portugal 17h15

(accommodation) 21h00

(sport facility)

21-07 E.U 11h30 Korea 09h45

(accommodation) 13h30

(sport facility)

22-07 FADEUP 09h00 Spain

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

Social Program 14h30

(accommodation) 16h00

(Ribeira)

23-07 E.U 09h00 Czech

Republic 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

24-07 FADEUP 15h00 Spain 13h15

(canteen) 17h00

(sport facility)

Page 189: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXIX

Men – Japan

Date Sport Facility Time Opponent’s

Team Departure time Arrival time

20-07 FADEUP 09h00 Slovakia

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

E.U 19h00 Korea 17h15

(accommodation) 21h00

(sport facility)

21-07 E.U 18h00 Portugal 16h15

(accommodation) 20h00

(sport facility)

22-07 E.U 16h30 Spain

14h45 (canteen)

Social Program

Social Program 18h30

(sport facility) 20h00

(Ribeira)

23-07 FADEUP 17h15 Korea 15h30

(accommodation) 19h15

(sport facility)

24-07 FADEUP 09h00 Portugal 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

Page 190: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXX

Men – Spain

Date Sport Facility Time Opponent’s

Team Departure time Arrival time

20-07 E.U 09h00 Korea 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

21-07 FADEUP 11h30 Portugal 09h45

(accommodation) 13h30

(sport facility)

22-07

FADEUP 09h00 Slovakia 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

E.U 16h30 Japan 14h45

(canteen) Social

Program

Social Program 18h30

(sport facility) 20h00

(Ribeira)

23-07 FADEUP 09h00 Finland 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

24-07 FADEUP 15h00 Slovakia 13h15

(canteen) 17h00

(sport facility)

Page 191: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXI

Men – Portugal

Date Sport Facility Time Opponent’s

Team Departure time Arrival time

20-07 FADEUP 19h00 Slovakia 17h15

(accommodation) 21h00

(sport facility)

21-07 FADEUP 11h30 Spain

09h45 (accommodation)

13h30 (sport facility)

E.U 18h00 Japan 16h15

(accommodation) 20h00

(sport facility)

22-07 E.U 11h30 Korea

09h45 (accommodation)

13h30 (sport facility)

Social Program 14h30

(canteen) 16h00

(Ribeira)

23-07 FADEUP 11h45 Korea 10h00

(accommodation) 13h45

(sport facility)

24-07 FADEUP 09h00 Japan 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

Page 192: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXII

Men – Koreia

Date Sport Facility Time Opponent’s

Team Departure time Arrival time

20-07 E.U 09h00 Spain

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

19h00 Japan 17h15

(accommodation) 21h00

(sport facility)

21-07 E.U 11h30 Slovakia 09h45

(accommodation) 13h30

(sport facility)

22-07 E.U 11h30 Portugal

09h45 (accommodation)

13h30 (sport facility)

Social Program 14h30

(canteen) 16h00

(Ribeira)

23-07 FADEUP 11h45 Portugal 10h00

(accommodation) 13h45

(sport facility)

23-07 FADEUP 17h15 Japan 15h30

(accommodation) 19h15

(sport facility)

Page 193: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXIII

Men – Sweden

Date Sport Facility Time Opponent’s

Team Departure time Arrival time

20-07 FADEUP 14h00 Finland 12h15

(canteen) 16h00

(sport facility)

21-07 E.U 15h30 Switzerland 13h45

(canteen) 17h30

(sport facility)

22-07 E.U 14h00

Czech Republic

12h15 (canteen)

Social Program

Residência Social Program 16h00

(sport facility) 17h30

(Ribeira)

23-07 FADEUP 20h00 Czech

Republic 18h15

(accommodation) 22h00

(sport facility)

24-07 E.U 19h00 Finland 17h00

(accommodation) -

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CLXXIV

Men – Finland

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 FADEUP 14h00 Sweden 12h15

(canteen) 16h00

(sport facility)

21-07 FADEUP 18h00 Czech Republic 16h15

(accommodation) 20h00

(sport facility)

22-07 FADEUP 16h30 Switzerland

14h45 (canteen)

Social Program

Social Program 18h30

(sport facility) 20h00

(Ribeira)

23-07 FADEUP 09h00 Spain

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

E.U 20h00 Switzerland 18h15

(accommodation) 22h00

(sport facility)

24-07 E.U 19h00 Sweden 17h00

(accommodation) -

Page 195: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXV

Men – Switzerland

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 E.U 14h00 Czech

Republic 12h15

(canteen) 16h00

(sport facility)

21-07 FADEUP 15h30 Sweden 13h45

(canteen) 17h30

(sport facility)

22-07 FADEUP 16h30 Finland

14h45 (canteen)

Social Program

Residência Social Program 18h30

(sport facility) 20h00

(Ribeira)

23-07 E.U 20h00 Finland 18h15

(accommodation) 22h00

(sport facility)

24-07 E.U 13h00 Czech

Republic 11h15

(accommodation) 15h00

(sport facility)

Page 196: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXVI

Men - Czech Republic

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 E.U 14h00 Switzerland 12h15

(canteen) 16h00

(sport facility)

21-07 FADEUP 18h00 Finland 16h15

(accommodation) 20h00

(sport facility)

22-07 E.U 14h00 Sweden

12h15 (canteen)

Social Program

Social Program 16h00

(sport facility) 17h30

(Ribeira)

23-07 E.U 09h00 Slovakia

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

20h00 Sweden 18h15

(accommodation) 22h00

(sport facility)

24-07 E.U 13h00 Switzerland 11h15

(accommodation) 15h00

(sport facility)

Page 197: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXVII

Women – Sweden

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 E.U 16h30 Finland 14h45

(canteen) 18h30

(sport facility)

21-07 FADEUP 15h30 Switzerland 13h45

(canteen) 17h30

(sport facility)

22-07 Social Program 14h30

(canteen) 16h00

(Ribeira)

23-07 FADEUP 14h30 Czech

Republic 12h45

(canteen) 16h30

(sport facility)

24-07 E.U 16h00 Finland 14h00

(canteen) -

Page 198: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXVIII

Women – Finland

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 E.U 16h30 Sweden 14h45

(canteen) 18h30

(sport facility)

21-07 Free Day

22-07 FADEUP 14h00 Switzerland

12h15 (canteen)

Social Program

Social Program 16h00

(sport facility) 17h30

(Ribeira)

23-07 E.U 14h30 Switzerland 12h45

(canteen) 16h30

(sport facility)

24-07 E.U 16h00 Sweden 14h00

(canteen) -

Page 199: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXIX

Women – Switzerland

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 Free Day

21-07 FADEUP 15h30 Sweden 13h45

(canteen) 17h30

(sport facility)

22-07 FADEUP 14h00 Finland

12h15 (canteen)

Social Program

Social Program 16h00

(sport facility) 17h30

(Ribeira)

23-07 E.U 14h30 Finland 12h45

(canteen) 16h30

(sport facility)

24-07 E.U 10h00 Czech

Republic 08h25

(accommodation) 12h00

(sport facility)

Page 200: A Gestão do Campeonato Mundial Universitário de · por quem está pronto para ajudar, para dar conselhos e para nos fazer crescer. Não devemos ser egoístas e assumir que já temos

CLXXX

Women - Czech Republic

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 FADEUP 11h30 Japan 09h45

(accommodation) 13h30

(sport facility)

21-07 FADEUP 09h00 Poland 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

22-07 E.U 09h00 Spain

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

Social Program 14h30

(canteen) 16h00

(Ribeira)

23-07 FADEUP 14h30 Sweden 12h45

(accommodation) 16h30

(sport facility)

24-07 E.U 10h00 Switzerland 08h25

(accommodation) 12h00

(sport facility)

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CLXXXI

Women – Japan

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 FADEUP 11h30 Czech

Republic 09h45

(accommodation) 13h30

(sport facility)

21-07 E.U 09h00 Spain 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

22-07 FADEUP 11h30 Poland

09h45 (accommodation)

13h30 (sport facility)

Social Program 14h30

(canteen) 16h00

(Ribeira)

23-07 E.U 11h45 Spain 10h00

(accommodation) 13h45

(sport facility)

24-07 FADEUP 12h00 Poland 10h15

(accommodation) 14h00

(sport facility)

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CLXXXII

Women – Poland

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 E.U 11h30 Spain 09h45

(accommodation) 13h30

(sport facility)

21-07 FADEUP 09h00 Czech

Republic 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

22-07 FADEUP 11h30 Japan

09h45 (accommodation)

13h30 (sport facility)

Social Program 14h30

(canteen) 16h00

(Ribeira)

23-07 E.U 17h15 Spain 15h30

(accommodation) 19h15

(sport facility)

24-07 FADEUP 12h00 Japan 10h15

(accommodation) 14h00

(sport facility)

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CLXXXIII

Women – Spain

Date Sport

Facility Time

Opponent’s Team

Departure time Arrival time

20-07 E.U 11h30 Poland 09h45

(accommodation) 13h30

(sport facility)

21-07 E.U 09h00 Japan 07h25

(accommodation) 11h00

(sport facility)

22-07 E.U 09h00

Czech Republic

07h25 (accommodation)

11h00 (sport facility)

Social Program 14h30

(canteen) 16h00

(Ribeira)

23-07 E.U 11h45 Japan

10h00 (accommodation)

13h45 (sport facility)

17h15 Poland 15h30

(accommodation) 19h15

(sport facility)

24-07 Free Day

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CLXXXIV

Anexo 4

Data Hora de

jogo Grupo Equipa A Equipa B Ida Regresso

Instalação desportiva

Autocarro

20-07

09h00 Mas. B Eslováquia Japão 07h25 11h00

FADEUP 1 11h30 Fem. B

República Checa

Japão 09h45 13h30

14h00 Mas. A Suécia Finlândia 12h15 16h00

19h00 Mas. B Portugal Eslováquia 17h15 21h00

09h00 Mas. B República da

Coreia Espanha 07h25 11h00

E.U 2

11h30 Fem. B Polónia Espanha 09h45 13h30

14h00 Mas. A Suiça República

Checa 12h15 16h00

16h30 Fem. A Suécia Finlândia 14h45 18h30

19h00 Mas. B Japão República da

Coreia 17h15 21h00

21-07

09h00 Fem. B República

Checa Polónia 07h25 11h00

FADEUP 1 11h30 Mas. B Espanha Portugal 09h45 13h30

15h30 Fem. A Suiça Suécia 13h45 17h30

18h00 Mas. A Finlândia República

Checa 16h15 20h00

09h00 Fem. B Japão Espanha 07h25 11h00

E.U 2 11h30 Mas. B Eslováquia

República da Coreia

09h45 13h30

15h30 Mas. A Suécia Suiça 13h45 17h30

18h00 Mas. B Portugal Japão 16h15 20h00

22-07

09h00 Mas. B Espanha Eslováquia 07h25 11h00

FADEUP 1 11h30 Fem. B Japão Polónia 09h45 13h30

14h00 Fem. A Finlândia Suiça 12h15 16h00

16h30 Mas. A Finlândia Suiça 14h45 18h30

09h00 Fem. B Espanha República

Checa 07h25 11h00

E.U 2 11h30 Mas. B

República da Coreia

Portugal 09h45 13h30

14h00 Mas. A República

Checa Suécia 12h15 16h00

16h30 Mas. B Japão Espanha 14h45 18h30

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CLXXXV

Data Hora de

jogo Grupo Equipa A Equipa B Ida Regresso

Instalação desportiva

Autocarro

23-07

09h00 Mas. QF1 Finlândia Espanha 07h25 11h00

FADEUP 1

11h45 Mas. 7.º Portugal República da

Coreia 10h00 13h45

14h30 Fem. MF1 Suécia República

Checa 12h45 16h30

17h15 Mas. 7.º República da Coreia

Japão 15h30 19h15

20h00 Mas. MF1 Suécia República

Checa 18h15 22h00

09h00 Mas. QF2 República

Checa Eslováquia 07h25 11h00

E.U 2 11h45 Fem. 5.º Japão Espanha 10h00 13h45

14h30 Fem. MF2 Finlândia Suiça 12h45 16h30

17h15 Fem. 5.º Espanha Polónia 15h30 19h15

20h00 Mas. MF2 Suiça Finlândia 18h15 22h00

24-07

09h00 Mas. 7.º Japão Portugal 07h25 11h00

FADEUP 1 12h00 Fem. 5.º Polónia Japão 10h15 14h00

15h00 Mas. 5.º Espanha Eslováquia 13h15 17h00

10h00 Fem. 3.º República

Checa Suiça 08h25 12h00

E.U 2

13h00 Mas. 3.º República

Checa Suiça 11h15 15h00

16h00 Fem. Final

Suécia Finlândia 14h00 -

19h00 Mas. Final

Suécia Finlândia 17h00 -

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CLXXXVI

Anexo 5

PROGRAM:

Friday, October 2nd

16h00 to 17h00 Course presentation and organization. Objectives and methodology

Maca and Miguel Prieto

17h00 to 18h30 Floorball Overview: Fundamentals, rules and material, dynamics of the

game. Interruptions of the game Kent

18h45 to 21h00 Floorball basic technique through games

Kent, Victor and Magnus

Saturday, October 3rd

9h00 to 10h30 Floorball in PE Victor and Miguel

10h45 to 12h30 Design and practice of floorball sessions Kent and Magnus

12h30 to 14h00 Floorball training for young people.

Objectives and content development stages

Kent

14h00 to 15h30 Break / lunch -

15h30 to 17h00 The basic tactic. The organization of the team in attacking and defense.

Playing systems Kent

17h00 to 18h30 Rules in practice Miguel and

Magnus

18h30 to 20h30 Floorball training in top level

competition (theory / practice) Kent

Sunday, October 4th

9h00 to 11h00 Development in technic and tactics.

Spanish and Swedish examples Kent, Miguel and

Magnus

11h00 to 13h00 Final Practice -

13h00 to 14h00 Evaluation -

15h15 Spanish National League Match -

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CLXXXVII

Anexo 6

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CLXXXVIII

Anexo 7

Formação “Iniciação ao Floorball”

2015

5 de dezembro

08h30 – 09h15: Confirmação da inscrição no secretariado;

09h15 – 10h00: O Floorball: conceitos gerais, regras de jogo e

equipamento necessário;

10h00 – 10h45: Técnica individual: como jogar;

10h45 – 11h30: Regras de jogo e arbitragem;

11:30 – 13h00: Componente prática (Pavilhão de voleibol);

13h00 – 14h00: Pausa para almoço;

14h00 – 14h45: Técnica individual e táticas básicas para o

treinador e jogador;

14h45 – 15h30: Conhecimento e interpretação das regras

(arbitragem);

15h30 – 18h00: Componente prática (Pavilhão de voleibol).

18h00: Fim do 1º dia de Formação

6 de dezembro

09h00 – 09h45: Confirmação da inscrição no secretariado;

09h45 – 10h45: Conceitos avançados de técnica e tática para

treinadores e jogadores;

10h45 – 13h00: Componente prática (Pavilhão polidesportivo);

13h00 – 14h30: Pausa para almoço;

14h30 – 17h30: Torneio de Floorball entre os participantes

(prática).

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CLXXXIX

Anexo 8

Formação 2 dias + 1 dia de Torneio (8Horas)

1º Dia: Manhã - Conteúdo teórico (1Hora)

- Apresentação da modalidade (história e evolução);

- Equipamento de jogo;

- Regras básicas e formas de jogo.

1º Dia: Tarde - Conteúdo prático (2h30)

Iniciação ao Floorball

(conteúdo abordado em escolas e em jovens)

Fase inicial:

- Controlo e pega do stick;

- Jogos com stick e bola;

Fase fundamental:

- Técnica (Passe, condução/drible e remate);

Fase Final:

- Jogos reduzidos.

2º Dia: Manhã ou tarde – Conteúdo prático (2h30)

Desenvolvimento do Floorball

(conteúdo abordado nos clubes)

Fase inicial:

- Jogos de passe e remate;

Fase fundamental:

- Técnica (Passe, condução/drible e remate);

- A arbitragem em contexto de jogo;

Fase Final:

- Jogo oficial.

3º Dia: Uma semana depois (2h)

Torneio com quatro equipas no mínimo.

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CXC

Formação 1 dia + 1 dia de Torneio (6Horas)

1º Dia: Manhã - Conteúdo teórico (1Hora)

- Apresentação da modalidade (história e evolução);

- Equipamento de jogo;

- Regras básicas e formas de jogo.

1º Dia: Tarde - Conteúdo prático (3Horas)

Iniciação ao Floorball

(conteúdo abordado em escolas, jovens e em clubes)

Fase inicial:

- Controlo e pega do stick;

- Jogos com stick e bola;

Fase fundamental:

- Técnica (Passe, condução e remate);

- A arbitragem do Floorball;

Fase Final:

- Jogos reduzidos;

- Jogo Oficial.

2º Dia: Uma semana depois (2Horas)

Torneio com quatro equipas no mínimo.

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CXCI

Formação 1 Dia (3Horas)

1º Dia: Manhã - Conteúdo teórico (1Hora)

- Apresentação da modalidade (história e evolução);

- Equipamento de jogo;

- Regras básicas e formas de jogo.

1º Dia: Tarde - Conteúdo prático (2Horas)

Iniciação ao Floorball

(conteúdo abordado em escolas, jovens e em clubes)

Fase inicial:

- Controlo e pega do stick;

Fase fundamental:

- Técnica (Passe, condução e remate);

- A arbitragem em contexto de jogo;

Fase Final:

- Jogo Oficial.

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CXCII

Anexo 9

Protocolo de cedência de material

Protocolo celebrado entre,

Primeiro outorgante: Comissão Organizadora do Campeonato

Mundial Universitário de Floorball 2016, pessoa coletiva nº 502

371 625 com sede na Rua do Campo Alegre, 627, 4150-179

Porto, representado neste ato pelo seu presidente Daniel Freitas.

.

Segundo outorgante: ____________________________, pessoa

coletiva ___________________________, com sede

________________________________________________,

representado neste ato pelo _________________________.

Considerando que:

1. O 1º outorgante é coorganizador do 7º Campeonato

Mundial Universitário de Floorball (CMU Floorball 2016)

que se realiza no Porto entre 19 e 24 de Julho de 2016;

2. A Federação Internacional de Floorball no âmbito da

promoção e formação desta modalidade apoia a realização

do CMU Floorball 2016 a nível técnico, formativo e

material;

3. O 2º outorgante não possui material de Floorball para

iniciação da modalidade na sua Instituição de Ensino

Superior;

4. O 1º outorgante é o legítimo dono do material desportivo

objeto do presente protocolo;

5. É do interesse de ambos os outorgantes a celebração do

presente protocolo.

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CXCIII

Posto isto,

É celebrado o presente protocolo de cedência de material

desportivo que se regerá pelas cláusulas e condições constantes

dos artigos seguintes e que as outorgantes, entre si, livremente e

de boa fé estipulam e reciprocamente aceitam:

Cláusula 1ª

O 1º Outorgante cede gratuitamente ao 2º outorgante material

para a prática de Floorball, nas seguintes quantidades: 12 sticks,

15 bolas e 1 saco de transporte.

Cláusula 2ª

O material cedido na cláusula anterior servirá única e

exclusivamente para a prática do Floorball e destina-se à

promoção da modalidade através de treinos, formações e

competições, para a sua comunidade (estudantes, funcionários e

professores).

Cláusula 3ª

A gestão do material cedido é da inteira responsabilidade do 2º

outorgante e que deverá zelar pela sua boa utilização e

conservação.

Cláusula 4ª

O 2º outorgante tem como obrigações:

1. Participar na formação geral, “Iniciação ao Floorball”, que

realiza em 5 e 6 de Dezembro de 2015, na Faculdade de

Desporto da Universidade do Porto;

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CXCIV

2. Organizar uma ação de formação teórico-prática de

Floorball, com a duração mínima de 1 dia, com o apoio do 1º

outorgante;

3. Organizar um torneio de Floorball para os estudantes da

sua Universidade, com pelo menos quatro equipas;

4. Participar no Torneio Nacional Universitário 2015/16

organizado pelo 1º outorgante com uma equipa;

Cláusula 5ª

O 2º outorgante não pode, em nenhum momento, ceder o material

desportivo objeto deste protocolo a outra entidade.

Cláusula 6ª

O incumprimento de qualquer um dos pontos da cláusula 3ª dá o

direito ao 1º outorgante de reaver todo o material cedido.

Cláusula 7ª

O presente Protocolo vigorará até ao dia 30 de Julho de 2016,

sendo renovado por períodos de um ano, podendo no entanto ser

revisto ou denunciado por iniciativa de uma das partes, mediante

carta registada com aviso de receção, a enviar com 30 dias de

antecedência.

Pelo 1º Outorgante:

_____________________________________________________

Pelo 2º Outorgante

_____________________________________________________

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CXCV

Anexo 10

Planeamento de Treinos

Hora Descrição Local

12 de julho (terça-feira)

10h30 – 12h00 Treino Equipa Estádio Universitário

13h00 – 14h00 Almoço Cantina FLUP

15h00 – 16h00 Treino Específico GR

Estádio Universitário Vídeo/Táctica

16h00 – 17h30 Treino Equipa

13 de julho (quarta-feira)

09h00 – 10h00 Pequeno-almoço Cantina FLUP

11h00 – 12h00 Passeio matinal Centro do Porto

12h00 – 13h00 Almoço Cantina FLUP

14h30 – 16h00 Treino Equipa

Estádio Universitário 17h00 – 18h00 Treino Específico GR

Vídeo/Táctica

18h30 – 20h00 Jogo-Treino

14 de julho (quinta-feira)

08h30 – 09h30 Pequeno-almoço Cantina FLUP

10h30 – 12h30 Treino Equipa FADEUP

13h30 – 14h30 Almoço Cantina FEP

16h00 – 17h00 Treino Específico GR

FADEUP Vídeo/Táctica

17h00 – 18h30 Treino Equipa

15 de julho (sexta-feira)

09h00 – 10h00 Pequeno-almoço Cantina FLUP

11h00 – 12h00 Passeio matinal Centro do Porto

12h00 – 13h00 Almoço Cantina FLUP

14h30 – 16h00 Treino Equipa FADEUP

18h30 – 20h00 Jogo-Treino

16 de julho (sábado)

08h30 – 09h30 Pequeno-almoço Cantina FLUP

10h30 – 12h30 Treino Equipa Estádio Universitário

13h30 – 14h30 Almoço Cantina FLUP

16h00 – 17h00 Treino Específico GR

Estádio Universitário Vídeo/Táctica

17h00 – 18h30 Treino Equipa

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CXCVI