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Caros Irmãos:
Com vossa licença estamos retornando ao agradável e fraterno convívio
com os Irmãos com mais uma edição de nosso Boletim Chico da Botica.
Importante lembrar a realização do XXIII ENCONTRO DE ESTUDOS E PES-
QUISAS MAÇÔNICAS se realizará nos próximos dias 14 e 15 de outubro, no Ori-
ente de Florianópolis - SC. Organizado pelo Departamento de Membros Corres-
pondentes da Loja Maçônica Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas,
Juiz de Fora – MG, apoiada pelas Lojas Maçônicas de Florianópolis e Região. O
tema desse encontro é "MAÇONARIA NAS REDES SOCIAIS ", tema atual e im-
portante para a Ordem.
Evento também importante o VII SEMINÁRIO NACIONAL DO RITO
SCHRÖDER IR KURT MAX HAUSER, a se realizar nos dias 11 e 12 de novembro,
ao Oriente de Porto Alegre - RS, aberto a Irmãos de todos os Ritos e com a pro-
gramação no Grau de Aprendiz Maçom.
São duas excelentes oportunidades para o estreitamento dos laços frater-
nais e o desenvolvimento da cultura maçônica em programações desenvolvidas
pelas Lojas que dão ênfase a motivação ao estudo e pesquisa. Em cada encon-
tro entre maçons é palpável o ganho de qualidade nos trabalhos apresentados,
onde sempre é muito importante a participação de todos que se dispõe a estu-
dar e pesquisar temas de nossa Ordem.
Também no dia 19 de novembro nossa Loja Chico da Botica completa mais
um ano de profícuas atividades, o 21º, e desde já solicitamos para que os Ir-
mãos disponibilizem essa data, para nos honrar com as vossas visitas.
Assim colocamos a vossa disposição nosso Boletim da Chico de nº 103,
sempre na expectativa de que ele seja útil para os Irmãos e para a divulgação
da cultura maçônica.
Loja Francisco Xavier de Pesquisas Maçônicas - GORGS
Um TFA a todos
EDITORIAL: “Motivação ao Estudo e Pesquisa”
INFORMATIVO CHICO DA BOTICA Registro na ABIM nº. 18-B
AUG :. RESP :. LOJ :. “FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”AO GORGS
Ano 12, Edição nº. 103 Data: 30 de setembro de 2016
Editorial: “Motivação ao
Estudo e Pesquisa ”
“Deus é” e a Consciência
de “SER” - Irmão Alfredo
Luiz Pinheiro - Pág. 2
1
A bóbada Celeste da Loja - Irmão Charles
Evaldo Boller - Pág. 3
2
R EFLEXÕES ACERCA DO CARGO DE SE-
CRETÁRIO—Irmão Danilo Bruno Louro de Oliveira - Pág. 4 e 5
3
I LUMINISMO SEU SUR-GIMENTO - Irmão José
Carlos de Araújo - Pág. 5, 6 e 7
4
G rande Oriente do Rio Grande do Sul
Suas origens e história Fonte: Jornal "O Continen-tino" - Pág 8, 9 e 10
Nesta edição:
À GLÓRIA DO GA DU
Fundada em 19 de novembro de 1995
Especiais: Chico Social Reflexões Conhecimento Notícias Rapidinhas
“ Em política, sempre é preciso deixar um osso para a oposição roer” (Joseph Joubert).
“Assim como uma gota de veneno compromete um balde inteiro, também a mentira, por menor que seja, estraga toda a nossa vida”
(Mahatma Gandhi).
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Informativo
CHICO DA BOTICA
ojá Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
CONHECIMENTO:
Repassando pois gostei do texto:
TÔ OCUPADO Não tenho tempo para odiar quem me odeia, não tenho tempo para brigar com quem não me entende, não tenho tempo para me preocupar com quem não se importa comigo, sabe por que? Por-que eu estou ocupado a-mando quem me ama, falan-do com quem me entende e lutando por aqueles que se importam comigo. A vida é muito curta para ser jogada fora com coisas que não valem a pena!
Um abraço Marco Antonio Perottoni Recebido por E mail.
A Consciência originaria, é gerada na vontade de existir.
Individualiza o “Ser” que se transmuta na individualização do “Eu” corpóreo!
A consciência amplia-se através da percepção de justiça, e através da necessária
decisão em desenvolver e praticar o amor neutro, em nossas ações, decisões e rela-
cionamentos. Obtém-se assim, um sentido mais amplo, despolarizado e despojado,
oriundo da ”consciência Primordial originária”. O universo vibratório/ondulatório é fruto
da vontade do existir manifesta em todas as extensões da natureza visível e invisível.
Seja mineral, vegetal, animal, humano. Este é o processo da ação da consciência na
busca do estado “ser”, para “existir,” e “ter”. Adquirindo desta forma e neste sentido
materialização do estado “ser espiritual”.
Neste processo fecha-se o fim no começo, e o começo em um circulo interminável.
É o principio do tudo e o fim do nada! Ao adquirimos mais consciência através da ob-
servação racional e sensorial, desvendamos lenta e gradualmente a cortina do saber/
consciencial. Neste estágio reduzimos gradualmente a densidade da matéria, fruto da
gravidade do existir no universo “Atômico/Sensível/Racional”.
Estamos embalados e ritmados nas cordas vibratórias, das ondas manifestas: no
sentido de existir corpo/alma. A ideia de “SI” no universo, em relação ao “EU” em mim
mesmo, é fruto da Racionalização da consciência limitada humana, e da própria exis-
tência física em desenvolvimento.
Somos produto natural transmutado do universo, portanto energia condensada que
origina matéria perceptível aos sentidos. Mas Também nas coisas que transcendem a
matéria. Trata-se de cópia inversa, do pendulo que perfaz o equilíbrio dualístico e pola-
rizado, do estado da matéria em seus níveis consensionais. Somos reflexo direto desta
expansão da consciência adquirida, que por sua vez, magnetiza a matéria, e lhe esta-
belece vida na forma que a reconhecemos, e persona a ser moldada a partir da
“vontade” individual, propiciando como ferramenta para tal, o equilíbrio na dualidade e
o livre arbítrio. Somos juízes e algozes de nossas demandas intelectuais, cognitivas, e
sócio/conjunturais.
Deus (Consciência plena) é movimento eterno na vontade de existir. O personaliza-
mos e lhe damos conotações da percepção humana, já no estado primitivo da existên-
cia física. Na condição de corpos anímicos, estamos encapsulados no tempo/espaço
do mundo físico, e prisioneiros da Vontade/ação/força/atração gravitacional, geradora
de vida, solidificando a matéria que enrijece até consciências. Portanto não temos vi-
da. A vida que nos tem!
“Somos “SER” inconsciente da própria imanência, no akástico universo matemático
perfeito, na Trina vontade da consciência Originária”, Que diante da necessária vonta-
de do existir, nos lança neste fenômeno existencial, que denominamos vida.
Aqui chegamos como Um “SER” sem saber que “É”; mesmo observando-se existir
em “SI Mesmo”, pois está assentado e chancelado no DNA e na transmissão quântica
da consciência Plena originária do “SER”, a busca pela perfeição, através de “SI” por
“SI” e em “SI” mesmo. A qual se convencionou chamar de: A busca da Verdade! So-
mos um processo de auto criação, ou apenas a serpente comendo o próprio rabo? -
Fica a pergunta a mim mesmo diante do exposto: Será que Também sou “É”?
Irmão Alfredo Luiz Pinheiro – 28 de agosto de 2016.
Loja Cônego Antônio Das Mercês - Membro Efetivo da Loja Francisco Xavier Fer-
reira de Pesquisas Maçônicas
“Deus é” e a Consciência de “SER”
Aniversariantes de outubro
Irmãos efetivos e correspondentes
04 - ALBERTO VARRIALE
04 - PAULO ASSIS VALDUGA
09 - AMARIO LÓPES RICO
12 - ANDRÉ TRAICHEL
25 - CARLOS MAGNO ADÃES
DE ARAÚJO
25 - FRANCISCO FEITOSA DA
FONSECA
30 - EDGAR DE FREITAS
NUNES
Aos aniversariantes!
Nossas
Felicitações!!!
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
O Ritual do Grau de aprendiz maçom da Muito Respei-
tável Grande loja do Paraná verte que "o teto do templo,
de forma abobadada, é pintado e representa o firmamento,
cuja tonalidade, azul-clara no oriente, vai gradativamente
escurecendo em direção ao ocidente, entremeado de nu-
vens. O Sol, com raios dourados, aparece um pouco à
frente do trono.
Sobre o altar do primeiro vigilante, encontra-se a Lua
prateada, em quarto crescente, sobre o altar do segundo
vigilante uma estrela branca de cinco pontas". Fornece
detalhes de cada constelação e estrelas num total de trinta
e cinco figuras. Cada elemento deste céu tem seu signifi-
cado particular e é exaustivamente tratado em livros e ritu-
ais do Rito Escocês Antigo e Aceito.
Inicialmente utilizado para demonstrar o interesse pela
astronomia dos maçons antigos; para o maçom moderno
seu simbolismo ficou restrito à definição do tamanho do
templo espiritual que é erigido por ocasião da abertura dos
trabalhos, mesmo que cada elemento tenha explicada sua
presença de diversas formas.
Referindo-se a tamanho físico do templo e conforme o
Ritual acima citado, "... Seu comprimento é do oriente ao
ocidente; sua largura, do norte ao sul, sua profundidade,
da superfície ao centro da Terra, e sua altura, da Terra ao
céu". E continua: "A loja é representada deste modo, numa
vasta extensão para simbolizar a universalidade da institui-
ção e para mostrar que a Caridade do maçom não tem
limites, a não ser os ditados pela prudência".
A abobada decorada com corpos celestes simboliza a
abertura que a consciência do espírito do homem deve
tomar para alcançar o absoluto de suas aspirações trans-
cendentais.
O céu decorado não está limitado ao circunscrito pelos
astros ali representados, mas tende a um finito plausível,
limitado apenas pelo alcance da imaginação de cada um.
Para o maçom em sua busca pela plenitude do espírito,
este céu é como se fosse a união do espírito mundial que
eleva a mente dele em sua crença num Ser Supremo, o
conceito de um Grande Arquiteto do Universo.
O maçom não discute este Ser Supremo porque é a-
quilo que a nenhum ser vivente e mortal é possível definir;
se existem tentativas, estas são vãs e conduzem apenas
a discussões vazias e especulações infindas que só con-
duzem a disputas e separações.
Este céu é símbolo da transcendência de cada um a
sua maneira e daquilo que lhe é sagrado e poderoso. A
transcendência é colocada acima, para o alto, porque é
onde normalmente o homem, desde os primórdios de sua
história, dirige-se em busca de sua espiritualidade, entre-
tanto, ao longo do tempo, e do crescimento do maçom, ele
descobre que aquele céu sobre sua cabeça tem um equi-
valente em seu interior; é o reconhecimento de um Univer-
so interior, o macrocosmo, de que é composto o seu corpo
físico à semelhança do Universo representado pelos dese-
nhos; ao contemplar o céu pela ilustração da abóbada
pintada no teto do templo, em verdade o maçom está o-
lhando para dentro de si próprio.
Esta abobada celeste atende às necessidades básicas
de introspecção; sejam deístas ou teístas, até o ateísta a
usa em seu materialismo para reconhecer sua insignifi-
cância frente ao Universo; a absoluta maioria dos maçons
tem nesta representação a dimensão do transcendental,
de como ela é finita, e por isso não a consideram a repre-
sentação total do homem, mas uma parte importante, sem
a qual o homem é um ser incompleto.
É dada para cada um a possibilidade de imaginar o
cosmos, cujo significado original é colocar ordem em algo,
de colocar beleza naquilo que cada um considera impor-
tante para a sua construção interna e transcendental.
É o local das coisas elevadas, aquilo que o iniciado
busca em lugares baixos para que lhe seja possível en-
contrar coisas insignificantes em lugares altos.
Abóbada Celeste da Loja *Irmão Charles Evaldo Boller
Sinopse: Curta interpretação dos elementos deco-
rativos da abóboda celeste representada no teto de
uma loja maçônica simbólica do Rito Escocês Antigo
e Aceito da Grande Loja do Paraná.
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
ojá Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
cessidade de ajuda (nem que seja atenção às leituras fei-
tas) por parte dos obreiros.
Tomando por base a Lua, o Secretário deverá esforçar
-se para refletir o que ocorre em loja de maneira imparcial,
sem rechear o balaústre e as pranchas de elogios ou críti-
cas. A Joia do Secretário é composta por Duas Penas
Cruzadas, pois a pena era (é?) um instrumento de escrita
e o cruzamento das duas assegura a necessária ligação
do passado com o presente, a tradição que registra o
quanto acontece em loja para a posteridade, cabendo ao
Secretário bastante atenção na feitura das atas para que
a história da Loja seja contada de maneira correta.
A primeira reação é a de temeridade, pois contando
com pouco mais de três anos de iniciado e com vinte e
oito de nascido, fatalmente nossa vivência é mínima em
comparação com Irmãos mais preparados e abnegados a
ponto de exercem com dedicação e fervor o cargo de Se-
cretário no transcorrer de vários veneralatos.
Mas, despido de vaidade e munido da mais sincera e
abnegada vontade de ajudar, aqui estou no exercício do
temido cargo.
Acredito que alguns dias livres serão doados à organi-
zação da secretaria, algumas horas diárias tem que ser
reservadas para feitura de balaústres, comunicação da
Loja e processos de iniciação e aumento de salário, mas
nada que nos prive do convívio familiar e afete o trabalho
profano, basta boa vontade e ajuda dos obreiros do qua-
dro para tais atividades não serem martírios ou olimpía-
das, mas bom combate.
Esse trabalho não deve buscar holofotes, fama e/ou
reconhecimento, ainda que estes, eventualmente, possam
vir em decorrência de um trabalho feito de maneira contí-
nua e desinteressada.
Os que exaltam e divulgam suas conquistas e méritos
recebem suas recompensas, porém estas estão restritas à
matéria, enquanto quem constrói seu templo interior e
partilha seus trabalhos e conhecimentos com os Irmãos
de forma humilde e desinteressada, tem a recompensa
muito mais doce, pois esta perpassará a matéria e contri-
buirá para nosso desenvolvimento espiritual.
Quem constrói seu trabalho baseado na discrição, no
labor desinteressado e no firme e sincero propósito de
ajudar e desenvolver a Maçonaria e, consequentemente,
a sociedade na qual estamos inseridos, contribui para o
desenvolvimento individual, coletivo e universal, buscando
de forma eficaz e constante a missão da Maçonaria: Tor-
nar feliz a humanidade.
Em meus estudos maçônicos sempre está em destaque
o caráter coletivo da construção maçônica, ou seja, ne-
nhum obreiro, por mais dotado de espiritualidade, inteligên-
cia e organização conseguiria, sozinho, manter um bom
andamento sequer em uma pequena Loja Maçônica, sendo
imperiosa a cooperação para um pleno e sustentável de-
senvolvimento, tanto profano quanto maçônico.
Também sempre é ressaltado que, respeitando e apro-
veitando nossa diversidade, cada Obreiro tem uma caracte-
rística mais forte para doar a Ordem, alguns possuem mais
recursos materiais, outros tempo livre, há os que tem facili-
dade em escrever, em discursar, ou seja, a nenhum obreiro
é dado furtar-se a colocação de sua pedra cúbica na cons-
trução do templo individual e coletivo pois todos nós possu-
ímos características mais desenvolvidas provenientes do
estudo e aperfeiçoamento e, dependendo da crença do Ir-
mão, de um dom do Grande Arquiteto do Universo ou de-
senvolvidas em vidas passadas.
Com essas ideias interiorizadas, a realidade sempre me
desafiava quando ocorria eleição de Venerável Mestre. Isto
porque o cargo de Secretário (na Grande Loja Maçônica do
Estado da Bahia são eleitos o Venerável Mestre, 1º e 2º
Vigilante, todos os outros são indicados pelo primeiro) era
motivo de grande disputa... para ver quem ficava de fora.
Muitas eram as razões: excesso de trabalho, falta de
tempo, falta de habilidade na escrita, desconhecimento dos
trâmites para solenidade como iniciação, exaltação...
Tal fato relembrou-me o quanto ensinado de forma vee-
mente em Loja de Perfeição: A Maçonaria “exige” do obrei-
ro muito pouco, contabilizando-se as horas necessárias por
semana para um bom desempenho do cargo, a quantia de
metais dispensada, o trabalho físico e/ou intelectual, perce-
bemos que são mínimos em relação ao que dispensamos
com outras atividades importantes ou nem tanto, afirmação
comprovada por simples empirismo.
Com esses ensinamentos questionei a alguns Irmãos,
da minha Loja e de outros Orientes, o porquê deste receio
de tão importante e vital cargo para o bom funcionamento
de qualquer Loja, sendo considerado por alguns o “braço
direito” do Venerável Mestre. Até porque se não consegui-
mos fazer feliz nossa Loja, como poderemos fazer feliz a
humanidade?
Assim, nessa jornada de perguntas e mais diferentes e
criativas resposta não demorou a vir minha indicação para
o cargo de Secretário. É importante destacar que, em Loja,
o Secretário é representado pela Lua pois esse astro não
emana Luz, mas reflete a que recebe, simbolizando a ne-
REFLEXÕES ACERCA DO CARGO DE SECRETÁRIO *Irmão Danilo Bruno Louro de Oliveira
açônica
A Holanda surgiu como estado autônomo a partir da
unificação de sete províncias que se rebelaram contra o
poder espanhol no século XVI. Diante disso essas provín-
cias, passaram a integrar uma federação independente,
no ano de 1588.
A federação passou a se chamar Holanda, nome que
passou a designar o conjunto das Províncias Unidas dos
Países Baixos. Essas províncias, em contraposição ao
sistema econômico feudal que prevalecia na Europa e as
formas de governos baseadas na monarquia absolutista,
adotaram a República como a melhor forma de governo.
Na Holanda não existia a intolerância religiosa presen-
te no restante do continente europeu. Lá prevalecia, so-
bretudo, a liberdade de crença. Assim, a Holanda se tor-
nou símbolo da liberdade religiosa. É importante ressaltar
que nessa época, na Europa, a intolerância religiosa entre
Católicos e Protestantes provocavam grandes conflitos,
em razão da reforma Protestante e da contrarreforma Ca-
tólica do século XVI.
Dessa maneira, podemos compreender os motivos que
diversos filósofos, poetas, artistas e intelectuais europeus
se refugiarem na Holanda, pais que garantiam a liberdade
de expressão e a pratica de racionalidade cientifica e que,
assim, ajudou a difundir, principalmente naquele momen-
to, as origens do pensamento iluminista na Europa.
Os principais filósofos, cientistas e intelectuais iluminis-
tas que se refugiaram na Holanda, em virtudes de perse-
guição religiosas, e que naquele país desenvolveram suas
teorias e pensamentos, foram os ingleses John Lochk,
Isaac Newton e o francês René Descartes, considerados
os precursores do iluminismo europeu do século XVII. E-
les possibilitaram que Montesquieu, Diderot, Voltaire, en-
tre outros, desenvolvesse o ápice do pensamento iluminis-
ta do século XVIII.
O Iluminismo foi um processo desenvolvido para corri-
gir as desigualdades da sociedade e garantir os direitos
naturais do indivíduo, como a liberdade e a livre posse de
bens. Os iluministas acreditavam que Deus esta-
va presente na natureza e também no próprio indivíduo,
sendo possível descobri-lo por meio da razão.
Iluminismo é o nome que se dá à ideologia que foi sen-
do desenvolvida e incorporada pela burguesia da Europa,
a partir das lutas revolucionárias do final do século XVIII.
Apesar disso, o iluminismo não foi apenas um movimento
ideológico, mas também político, potenciado pela Revolu-
ção Francesa.
ILUMINISMO SEU SURGIMENTO *Irmão José Carlos de Araújo
Página 5
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
ojá Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Tal pensamento não está restrito à Secretaria, pois
todos os cargos em Loja são imprescindíveis para uma
boa administração, tanto os que necessitam um completo
conhecimento ritualístico para uma boa sessão quanto o
necessário para manutenção da Loja, salientando que
restringi este trabalho ao cargo de Secretário por ser obje-
to de nosso estudo nesse trabalho.
Portanto queridos Secretários, exerçamos com dedica-
ção e compromisso tão importante cargo que nos foi confi-
ado, façamos como Salomão e roguemos ao Grande Ar-
quiteto do Universo sabedoria para refletir o quanto ocorre
em Loja de maneira justa e perfeita, evitando que os nos-
sos balaústres sejam afetados por nossas considerações
pessoais e não espelhem exatamente o quanto aconteci-
do em Loja, salientando que esta conduta viciará a história
da Loja, por não retratar exatamente o ocorrido.
Tenhamos o discernimento para aplicar o simbolismo
da Régua de 24 polegadas de maneira eficaz em nossa
rotina para que pranchas, correspondências, balaústres,
enfim, toda a documentação sob a nossa guarda seja tra-
tada com o respeito necessário e nossa Secretaria seja
uma aconchegante biblioteca, não um tenebroso depósito
de poeira e insetos.
E importantíssimo: Façamos como a Lua que não pro-
duz Luz, mas a reverbera de maneira tão bonita que é
cantada e decantada a gerações.
*Irmão Danilo Bruno Louro de Oliveira, 22º, MRA
ARLS União e Justiça 27, Poções/BA – Grande Loja ma-
çônica do Estado da Bahia - [email protected]
Cont. REFLEXÕES ACERCA DO CARGO DE S..
COLUNA CHICO DA BOTICA - Para relembrar
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Iluminismo também é considerado uma doutrina filosófi-
ca e religiosa preconizada no século XVIII, baseada na e-
xistência de uma inspiração sobrenatural.
O Iluminismo surgiu na França do século XVII e propu-
nha o domínio do pensamento racional sobre o teocentris-
mo (Deus no centro de todas as explicações) que predomi-
nava na Europa desde a época Medieval. De acordo com
os filósofos iluministas, esta forma de pensamento tinha o
propósito de jogar luzes nas trevas em que se encontrava
grande parte da humanidade. Fizeram também uma forte
crítica ao absolutismo ao defenderem a liberdade econômi-
ca, política e social.
Os Principais filósofos iluministas
- John Loche (1632-1704), ele acreditava que o homem
adquiria conhecimento com o passar do tempo através
do empirismo; Empirismo é uma doutrina filosófica que de-
fende a ideia de que somente as experiências são capazes
de gerar ideias e conhecimentos.
De acordo com o empirismo, as teorias das ciências
devem ser formuladas e explicadas a partir da observação
do mundo e da prática de experiências científicas. Portanto,
este sistema filosófico descarta outras formas não científi-
cas (fé, intuição, lendas, senso comum) como forma de
geração de conhecimentos.
- Voltaire (1694-1778), ele defendia a liberdade de pen-
samento e não poupava crítica à intolerância religio-
sa; Voltaire era o pseudônimo (apelido) de François-Marie
Arouet. Foi um importante ensaísta, escritor e filósofo ilumi-
nista francês. Nasceu na cidade de Paris, em 21 de novem-
bro de 1694 e morreu, na mesma cidade, em 30 de maio
de 1778 (aos 83 anos). Durante sua vida escreveu diversos
ensaios, romances, poemas e até peças de teatro.
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), ele defendia a
ideia de um estado democrático que garanta igualdade pa-
ra todos; Rousseau foi um importante filósofo, teórico políti-
co e escritor suíço. Nasceu em 28 de junho de 1712 na ci-
dade de Genebra (Suíça) e morreu em 2 de julho de 1778
em Ermenoville (França). É considerado um dos principais
filósofos do iluminismo, sendo que suas ideias influencia-
ram a Revolução Francesa (1789).
- Montesquieu (1689-1755), Charles-Louis de Secon-
dat, Barão de La Brède e de Montesquieu, foi um famoso
jurista e filósofo francês, o qual se destacou nas áreas da
filosofia da história e do direito constitucional, ao empreen-
der uma crítica sistemática ao autoritarismo político bem
como as tradições das instituições europeias, especialmen-
te da monarquia inglesa, na obra “O Espírito das Leis”, on-
de defende a separação dos três poderes do Estado em
Legislativo, Executivo e Judiciário enquanto uma maneira
de manter os direitos individuais.
Sua obra foi inspiração da "Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão" (1789), além da Revolução Fran-
cesa, e a Constituição dos Estados Unidos (1787). Por
fim, devemos lembrar que foi um dos criadores da filosofia
da história.
- Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond
d´Alembert (1717-1783), filósofo francês responsável por
elaborar, em parceria com D'Alembert, a famosa
"Enciclopédia” ou “Dicionário racional das ciências, das
artes e dos ofícios", composta por 33 volumes, que reú-
nem os principais conhecimentos acumulados pela huma-
nidade naquela época. Foi editada pela primeira vez na
França (1751 e 1772), donde se difundiu para se tornar a
principal propaganda iluminista. Por este motivo os ilumi-
nistas são conhecidos como "enciclopedistas". Notamos
neste pensador, por fim, a criação racionalista e materia-
lista, da qual propunha a separação da Igreja do Estado.
- Bento de Espinosa (1632–1672) - defendeu princi-
palmente a ética e o pensamento lógico;
- David Hume (1711-1776) - foi um importante historia-
dor e filósofo iluminista escocês. Refutou o princípio da
casualidade e defendeu o livre-arbítrio e o ceticismo radi-
cal.
- Adam Smith (1723-1790) - economista e filósofo in-
glês. Grande defensor do liberalismo econômico. Adam
Smith é considerado um dos principais teóricos do movi-
mento, foi economista e filósofo escocês, e afirmava que
somente com o fim dos monopólios e da política mercanti-
lista o Estado iria prosperar de fato, posto que a riqueza
das nações advinha do esforço individual (self-interest),
que por sua vez fomenta o crescimento econômico e a
inovação tecnológica. Assim, o empreendimento privado
deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma interven-
ção governamental, o que permitiu que seu pensamento
influenciasse intensamente a burguesia, desejosa em aca-
bar com os privilégios feudais e com o mercantilismo.
- Gotthold Ephraim Lessing (1729-1781) - filósofo e
dramaturgo alemão. Defendeu a liberdade de pensamento
entre os cristãos.
- Immanuel Kant (1724-1804) - importante filósofo
alemão, desenvolveu seus pensamentos nas áreas da
epistemologia, ética e Metafísica. Metafísica é uma área
do conhecimento que faz parte da Filosofia. A metafísica
estuda os princípios da realidade para além das ciências
Continuação. ILUMINISMO SEU SURGIMENTO
açônica Página 7
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
tradicionais (Física, Química, Biologia, Psicologia, etc).
A metafísica busca também dar explicações sobre a
essência dos seres e as razões de estarmos no mundo.
Outro campo de análise da Metafísica são as relações e
interações dos seres humanos com o Universo. Embora
alguns dos iluministas pregasse o ateísmo, em sua maioria
pregava a existência de um ser Superior, principio admitido
pela Maçonaria que foi muito influenciada pelos iluministas.
A Religião poderia ser pregada por cada um, e assim
sendo aceita, a vida espiritual nasce após a morte. E foi
nesse panorama de sabedoria que começou a nascer a
Franco-Maçonaria no início do século XVII, cujos maçons
vieram das alas do iluminismo trazendo os pensamentos
doutrinários daquela época histórica para oxigenar a Maço-
naria Simbólica.
Implantou-se assim, no Século XVIII (1717-1724), a
Franco Maçonaria composta de homens livres e de bons
costumes, que não faziam parte da Instituição Operativa,
porém eram dotados de requisitos morais, intelectuais e
econômicos, sendo aceitos pelos irmãos operativos que
simbolizavam os idos maçônicos.
Daí o surgimento dos “aceitos”, que mais além o REAA
acolheu essa nomenclatura. Desse modo foi implantado o
departamento especulativo ao lado do outro operativo. Mas
a unidade da Ordem foi preservada em todos os sentidos.
O ingresso desses Irmãos “aceitos”, vindo em grande
parte do iluminismo, a influência era mesmo de esperar na
Instituição, especialmente no âmbito especulativo, geomati-
co ou ainda teórico.
A influência do Iluminismo na Maçonaria é evidente,
principalmente, quando examinarmos os artigos 6º ao 8º,
que versam sobre as prerrogativas do Grão-Mestrado. É
uma matéria pertinente a Administração da Entidade que,
em caso excepcional, pode o Grão Mestrado autorizar a
proposta e recepção do candidato ali mencionado.
Essa prerrogativa emana da experiência dos políticos
de iluminismo que ingressaram na Ordem, em tempos con-
turbados, que a direção tenha instrumentos eficazes para
debelar, ou pelo menos, minimizar as dificuldades momen-
tâneas. O princípio da Separação dos Poderes na Institui-
ção Maçônica é cópia do modelo de Montesquieu, renoma-
do iluminista. “Esprit des Lois”. Criou esse sistema de Po-
deres do Estado, em Legislativo, Executivo e Judiciário –
arts. 35,70 e 97 – da Constituição do Grande Oriente do
Brasil, dentre outros diplomas das várias Potencias, cada
um com atribuições prevista na lei.
Mas em todas as influencias iluministas na Ordem
Maçônica, a que mais se destaca é seu Departamento
Especulativo. Introduziu-se o estudo profundo filosófico,
simbólico, esotérico, metafísico, espiritual e histórico, a-
lém de outros ramos de conhecimento humano. Os limi-
tes do Iluminismo encontram-se na questão do “de onde”
do ideal de liberdade. Não foi formulada diretamente ne-
nhuma ideia social positivamente vinculante, ela estava
atuante de maneira tácita e interna nos pensadores de tal
movimento.
Porém, os efeitos positivos do Iluminismo, tais como,
a já referida secularização do Estado, a defesa da liber-
dade, a separação de funções do poder estatal (o que
acabou por minar o antigo regime), o direito ao sufrágio e
a busca constante pela razão.
Tais efeitos tiveram a participação da Maçonaria, que
ao mesmo tempo que influenciou o movimento, também
recebeu suas influências, haja vista que grande parte dos
pensadores iluministas foram abrigados pela ordem ma-
çônica.
Assim sendo, pode-se afirmar que a Maçonaria e o
Iluminismo caminharam juntos e que cabe aos irmãos
prosseguir na busca da razão e dos ideais de igualdade,
liberdade e fraternidade.
José Carlos de Araújo - CIM 40195
Lojas Renovação Londrinense 141/Pesquisa Brasil 45
- Londrina - Paraná.
Bibliografia:
Neto, José Cardoso de Azevedo, Loja Colunas da Real
Fraternidade 682-GLESP-SP:
Morel, Marco e Souza, Françoise Jean de Oliveira. O Po-
der da Maçonaria.
Habermas, J. The Transformation of the Public Sphre: An
Inquiry into a Category of Bourgeois Society, Cambridge,
MA: MIT Press, 1989.
Jacob, M. C. The Radical Enlightenment: Pantheists, Fre-
masons and Republicans. Cornerstone Book Publishers,
Lafayette, Lousiana. 2006.
Elliott, P, & Daniels, S The "school of true, useful and uni-
versal science" Freemaçonry, natural phlilosophy and
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Weisberger, R. W. Speculative Freemasonry and the Enli-
ghtnment. a Study of the Craft in London, Paris, Prague,
and Viena. New York: Columbia University Press, 1993.
Continuação. ILUMINISMO SEU SURGIMENTO
açônica Página 8
Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Antes de se tornarem visíveis no Rio Grande do Sul, os
indícios da existência da maçonaria no Brasil surgem, pri-
mordialmente, em outros Estados, em outras Províncias,
como se dizia então. É no Nordeste que vamos encontrar,
embora muito envolvidas com patriotismo, ou seja, com a
causa da independência do País, as primeiras marcas da
atividade maçônica.
O ambiente de então não apresentava as condições
que modernamente se vêem e que permitem o funciona-
mento de Lojas regulares sem serem molestadas, quer
seja pelos poderes públicos, quer seja pelo clero intoleran-
te de sempre.
Os movimentos maçônicos iam surgindo, tendo desde
logo enfoque político, já que a independência do Brasil era
um objetivo perseguido pelos homens mais evoluídos da
época, sempre vivamente influenciados pelos relatos dos
viajantes e estudantes que regressavam da Europa, conti-
nente em que as lutas libertárias estavam já em pleno an-
damento ou em preparação. Constata-se assim o surgi-
mento, na Bahia, em 1759, da Academia dos Renascidos
e 1798 da Conjuração dos Alfaiates, além de várias ou-
tras. Mas em outros Estados os movimentos também sur-
giam. Em Pernambuco, na atual cidade de També, em
1776, o médico e botânico Manuel de Arruda Câmara, ao
regressar de viagem de estudos na Europa, fundou o fa-
moso Areópago de Itaimbé, uma sociedade secreta, com
filosofia maçônica e que visava a mobilização dos brasilei-
ros contra a tirania dos reis. Enquanto isto, no Rio, em
1772 é fundada a "Scientífica do Rio de Janeiro", com ca-
racterísticas e finalidades semelhantes.
Esses movimentos iam se fazendo sentir nos mais di-
versos lugares do País. Inspiravam-se preferentemente
nos ideais republicanos, desfraldados vitoriosamente na
França. Embora muitos deles tenham sido dissolvidos,
inclusive com uso de violência, a semente que representa-
ram, plantada em condições altamente desfavoráveis, ger-
minou, dando frutos no século seguinte, quando a inde-
pendência e a democracia foram conquistadas.
Podemos falar de uma maçonaria regular no Brasil so-
mente no ano de 1800, quando cinco maçons iniciados na
Europa e que andavam dispersos se agruparam e funda-
ram uma Loja, a que deram o nome de União. Isto aconte-
ceu no Rio de Janeiro, neste ano. De lá para cá, a Ordem
foi crescendo, muito embora lhe fossem impostas grandes
adversidades. As condições ideais para um desenvolvi-
mento pleno ainda estavam longe.
Exemplo bastante expressivo de percalços sofridos
constitue a estada em nossas terras de Dom João VI. Este
Rei português aqui aportou fugindo do avanço Napoleôni-
co. Eis que, entre a nobreza que o acompanhava, havia
considerável número de maçons. Isto, à primeira vista,
parecia que seria altamente benéfico para a causa. No
entanto o Monarca, um verdadeiro déspota, passou de
imediato a suma severa perseguição, que durou todo tem-
po em que aqui esteve.
Com seu retorno, o crescimento das Lojas tomou novo
impulso, a ponto de seus Obreiros influirem decisivamente
nos grandes acontecimentos de 1822, quando a indepen-
dência foi finalmente proclamada.
Desse significativo crescimento resultou a necessidade
de fundação de Grande Oriente, com a finalidade de con-
gregar as Lojas já existentes. Entre várias tentativas que
foram feitas, surgiu em 24/06/1831, o Grande Oriente do
Passeio, este de particular importância para as atividades
no Rio Grande do Sul, já que, junto com ele, no mesmo
ano, surgiu também a Maçonaria Riograndense, com a
fundação da Loja Philantropia e Liberdade, em Porto Ale-
gre. Mas em 1883, depois de muitas marchas e contra-
marchas, o Grande Oriente do Brasil ficou como única
Potência Maçônica no Brasil e a ele, praticamente todas
as Lojas do Rio Grande do Sul se filiaram.
Sediado no Rio de Janeiro, o Grande Oriente do Brasil
desde logo se viu a braços com queixas por mau atendi-
mento, de parte das Lojas pelo Brasil afora, seja em con-
sequência da dificuldade existente nas comunicações,
dadas as distâncias, ou mesmo de desinteresse.
Era uma crise que se abria e que viria a ter profundas
consequências, inclusive no Rio Grande do Sul. No auge
da insatisfação, em 1893 os Obreiros de São Paulo decla-
raram a Independência da Maçonaria naquele Estado.
Deste importante acontecimento foi dado conhecimen-
to, via telegrama, ao Ir. Múcio Teixeira em Porto Alegre, o
que logo se entusiasmou pela idéia de procedimento idên-
tico no Rio Grande do Sul, onde as queixas generalizadas
contra o Grande Oriente do Brasil não eram menores que
em São Paulo. Obtendo desde logo o apoio dos IIr. Luiz
Afonso de Azambuja e Maciel Sobrinho, juntamente com
eles redigiu um manifesto, com data de 05/06/1893, para
ser lido e debatido nas Lojas e no qual se defendia a inde-
pendência da Maçonaria Gaúcha.
Grande Oriente do Rio Grande do Sul Suas origens e história
Fonte: Jornal "O Continentino" Edição História
Homenagem da Chico da Botica - 123 anos
14/10/1893 -14/10/2016 -
(extraído do site do GORGS) leia mais...
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
ojA Francisco Xavier Ferreira de Pesquisas Maçônicas
Este manifesto foi o ponto de partida para a criação do
Grande Oriente do Rio Grande do Sul. Foi amplamente
divulgado e debatido. Condenada por uns e apoiada por
outros, a idéia separatista que pregava ia tendo cada vez
mais adeptos. O movimento evoluiu até que foi possível,
depois de muita atividade, realizar a histórica sessão de
14 de junho de 1893, na qual três Lojas da Capital se de-
clararam formalmente favorável à emancipação, e que
eram as seguintes, com suas respectivas diretorias:
Luz e Ordem: Ven. Luis Afonso de Azambuja; 1° Vig.
Dr. João Plínio de Castro Menezes; Orador Dr. João Pe-
reira Maciel Sobrinho e Múcio Acévola Lopes Teixeira.
Progresso da Humanidade: Ven. João Damasceno
Ferreira; 1° Vig. Balduino Röhrig; 2° Vig. João Batista de
Sampáio; Orador Fred. Augusto Gomes da Silva; Secret.
Zeferino de Oliveira Viana.
Luz e Progresso: Ven. João Batista de Sampáio; 1°
Vig. Balduino Röhrig; 2° Vig. Affonso Herbert; Orador Dr.
Timóteo Pereira da Rosa; Secret. Prof. Henrique Emílio
Mayer.
Não há dúvida de que havia Obreiros que eram contrá-
rios à separação. As Lojas do interior do Estado a idéia
não era muito simpática. Esta circunstância exigiu muito
esforço de parte da Grande Comissão Central para final-
mente obter o apoio de sete Lojas, número mínimo exigido
para a fundação de um Grande Oriente.
Obtido este apoio, marcou-se de imediato a realização
de 02 (duas) reuniões: uma preparatória para o dia 10 de
outubro de 1893 e a outra, já com a finalidade de instala-
ção do Soberano Grande Oriente do Rio Grande do Sul,
para o dia 14 daquele mês.
Estabelecidas estas datas, a Grande Comissão Central
se auto-dissolveu, entendendo que sua tarefa estava con-
cluída, conforme se deduz da leitura de sua prancha-
circular que a seguir transcrevemos na integra. Seu conte-
údo nos parece de alto valor para a compreensão da épo-
ca e dos motivos do movimento:
Termina aí a série de trabalhos da Comissão Central
que entendeu levar a efeito a separação da Maçonaria Rio
Grandense do Grande Oriente do Rio de Janeiro, obede-
cendo a todos os preceitos da lei, afim de que a anarquia
jamais pudesse se implantar no seio de uma Sublime Or-
dem. Temos a maior satisfação de afirmar que foi sempre
calma, correta, firme e digna a atitude mantida por aque-
les Irmãos que mais diretamente se salientaram no decur-
so da atual revolução Maçônica. São suficientemente co-
nhecidos entre nós todos esses RResp. IIr., para que não
nos dispensemos da enumeração de seus nomes, mesmo
porque o involuntário esquecimento de alguém poderia ser
interpretado de modo inconveniente.
Agora que se vai instalar o Grande Oriente do Rio
Grande do Sul, convém que os esforços de todos os OO-
br. convirjam para a definitiva consolidação de uma obra
tão gloriosamente levada a cabo e que se acha sem dúvi-
da alguma destinada a produzir os mais salutares efeitos.
Principalmente da Resp. e Pod. Ass. constituída pelas
GGr. DDig. da Ord. e RResp. de todas as corporações
Maçônicas dependem da vida, o futuro e a tranquilidade
da família Maçônica Rio-Grandense, portanto é ela a com-
petente para nos dotar com uma Const. própria e fechar o
ciclo revolucionário tão eficazmente percorrido. Parece ser
essa a preocupação primordial de uma corporação que
traz consigo o caráter nato de uma verdadeira assembléia
constituinte. Por essas palavras ficam consignados o nos-
so pensamento as nossas esperanças com relação ao
primeiro passo que certamente terá que dar o Grande Ori-
ente Rio-Grandense.
Seja-nos permitido ainda, para finalizar a presente ex-
posição, declinar nos traços gerais uma preocupação não
menos importante do que a primeira e que tem a necessi-
dade de inspirar e absorver grande parte da inteligência,
sentimento e atividades dos PPod. SSup. que ora se
constituem.
Queremos refletir ao estado aflitivo em que se debate a
pátria brasileira e com especialidade o Estado do Rio
Grande do Sul. De há muito que temos diante dos olhos o
quadro sombrio da revolução Rio-Grandense.
Divididos por opiniões e por solicitações pessoais, que
neste momento não nos compete julgar, os individuos de-
gladiam-se no solo da pátria como se fossem completa-
mente estranhos uns aos outros, como se sangue inteira-
mente diferente circulasse em suas veias. A guerra civil
por certo que é sempre a mesma por toda a parte, apre-
sentado sempre os mesmos caracteres em todas as épo-
cas históricas, a mesma perturbação profunda no íntimo
consenso que distingue o organismo social. Propriedade,
família, governo, instituições e costumes que representam
a principal condição de existência da sociedades, isto é, a
ordem, tudo se subverte, tudo sofre pela influência nefasta
dessas discordias civis, freqüentes na vida das grandes
nacionalidades como para recordar o fundo batalhador da
nossa natureza; e os instintos pessoais do egoísmo, que a
civilização ainda não conseguiu banir do coração humano.
Pois bem, a Maçonaria Rio-Grandense, quando resolveu
proclamar a sua independência, teve muito em vista,
Cont. Grande Oriente do Rio Grande do Sul - Suas origens
açônica
Templo : Leonello Paulo Paludo
Centro Templário - 3º andar
Rua Aureliano de Figueiredo Pinto, 945
Dia da Oficina: 3º Sábado de cada mês Hora: 10:00 h
AUG :. RESP :. LOJ :.
“FRANCISCO XAVIER FERREIRA
DE PESQUISAS MAÇÔNICAS”
JURISDICIONADA AO GORGS
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Informativo CHICO DA BOTICA
- Ano 12 Edição 103 - 30 Set 2016 -
Informativo Virtual Destaca:
NOTÍCIAS RAPIDINHAS DA CHICO
mês de outubro 14 = 123 anos do GORGS
Organização
COLUNA CHICO DA BOTICA - Divulgação -
Convite
como um dos poderosos motivos que a solicitavam, a
falta de um manifesto intento da humanidade e patriótica
intervenção põe parte de uma instituição, como nenhuma
outra, profundamente humana, amiga da ordem, da paz e
do trabalho.
Agora que atingimos o nosso supremo objetivo, é oca-
sião de sanar aquela falta, pondo em campo todos os
recursos compatíveis com a natureza da instituição, afim
de consigo sempre trazer as impiedosas lutas instesti-
nais. Um templo Maçônico é o local de paz e de amor,
onde só tem lugar as preocupações altruísticas, que é
preciso cada vez mais excitar no coração do homem mo-
derno. É portanto, sob o céu constelado que lhe decora o
teto, em face dos símbolos do trabalho pacífico, que tanto
enobrece a nossa existência, que todos devem se empe-
nhar em minorar a profunda dor com que a grande alma
Rio-Grandense contempla as suas ridentes campinas
manchadas com o precioso sangue de seus filhos.
Terminando, temos a súbita honra de depositar nas
mãos do Sap. Gr. Or. do Rio Grande do Sul, com a cons-
ciência tranqüila de quem cumpriu o seu dever, os pode-
res de que achamos revestidos por delegação do Povo
Maçônico de Porto Alegre.
Traçado aos 14 dias do 8° mês do ano de 5893 da
V.L. ao Val. de Porto Alegre.
Ass. Domingos José Ferreira Bastos, Gr. 33.; João
Pereira Maciel Sobrinho, Gr. 33.; Affonso Herbert, Gr. 33.;
Balduino Röhring, Gr. 33.; Múcio Teixeira, Gr. 33.; Joa-
quim Marques da Cunha, Gr. 33.
A sessão de 14 de outubro de 1893 realizou-se con-
forme estava programado. Dela resultou a primeira admi-
nistração do Grande Oriente do Rio Grande do Sul, com a
seguinte nominata: Desembargador Antônio Antunes Ri-
bas, Gr. 33.; Marechal Augusto Cezar da Silva, Gr. 33.;
José Soares Júnior, Gr. 30.; Dr. José Carrilho de Revore-
do Barros, Gr. 30.; Dr. Pedro Gonçalves Moacyr, Gr. 30.;
Frederico Augusto Gomes da Silva, Gr. 30.; João Octávio
Ferreira da Silva, Gr. 30.; Dr. Raymundo Caetano da Cu-
nha, Gr. 30.; Evaristo Carvalho Júnior, Gr. 30.; Dr. João
Pinto de Castro Menezes, Gr. 30; Joaquim José da Silva
Filho, Gr. 30.; Antônio Pinto Gomes, Gr. 30.; Francisco
Antônio Vieira Caldas Júnior, Gr. 30.; João de Oliveira
Viana, Gr. 30..... Para ler mais... site GORGS
Cont. Grande Oriente do Rio Grande do Sul - Suas...
1. REUNIÃO DA CHICO DA BOTICA
No mês de setembro, os Irmãos se reuniram para tratar
das providências para as atividades em homenagens de
aniversário da Loja em novembro. Um dos pontos discuti-
dos foi a possibilidade da palestra ser transmitida pela
internet online, em princípio no próprio Templo da Loja,
ou em local a ser ainda definido.
2. PUBLICAÇÕES CHICO DA BOTICA
- Contatar:
- Marco Antonio Perottoni - e-mail:
- Artêmio Gelci Hoffmann - e-mail:
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responsabilidade dos seus autores