Upload
hoangdan
View
223
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
A Historia do Pensamento Economicocomo Teoria e Retorica
Persio Arida
PET EconomiaUniversidade de Brasılia
28 de Junho de 2011
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Autor
Nasceu em 01 de Marco de 1952, em Sao Paulo.
Graduado pela USP em 1975.
Obtem doutorado no MIT em 1979.
Foi professor da USP de 1980-82 e da PUC-RJ de 1982-84,data em que abandona a Academia.
Em 1986, participa da equipe do Plano Cruzado.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Presidente do BNDES de setembro de 1993 ate o fim de 1994.
Ajuda a criar e implementar o Plano Real no perıodo.
Presidente do Banco Central em 1995.
Membro do Conselho do Banco Opportunity entre 1996 e1999.
Atualmente e Membro do Conselho Administrativo do Itau.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Introducao
Afirma que houve um deslocamento evidente das CienciasJurıdicas, da Psicanalise e da Teoria Literaria em direcao a ummaior uso da retorica e da hermeneutica.
Busca verificar se esse movimento tambem esta ocorrendo nasCiencias Sociais.
O Estudo focara nos “movimentos endogenos da propriateoria economica”.
Reconhece que a Retorica e um tema recorrente na Historiado Pensamento Economico.
Demonstra a necessidade de entendermos os dois modelos deaprendizado e formulacao da Teoria Economica.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Hard ScienceA Fronteira Do ConhecimentoA HPE sob o Modelo Hard ScienceA Crıtica ao Modelo Hard ScienceO Programa Neoclassico e o Modelo Hard Science
Caracterısticas do Modelo Hard Science
A Teoria estaria totalmente assimilada no estagio atual daciencia.
Por isso, os trabalhos recentes e que devem ser estudados.
Criado no seculo XX, apos a Segunda Guerra.
Hegemonico nos grandes centros americanos.
Estabelece a nocao de Fronteira do Conhecimento para aCiencia Economica
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Hard ScienceA Fronteira Do ConhecimentoA HPE sob o Modelo Hard ScienceA Crıtica ao Modelo Hard ScienceO Programa Neoclassico e o Modelo Hard Science
A Fronteira Do Conhecimento
Esta nocao e diretamente influenciada pelas Ciencias Exatas.
Formada basicamente por textos dos ultimos 5 ou 6 anos.Eles resumiriam toda a “verdade” do passado da disciplina.
Excecao: Textos Seminais, pois ajudariam na formulacao deproblemas.
Cria a necessidade do uso de livros didaticos(com atualizacoes contınuas).
Exige do pesquisador trabalho constante e arduo.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Hard ScienceA Fronteira Do ConhecimentoA HPE sob o Modelo Hard ScienceA Crıtica ao Modelo Hard ScienceO Programa Neoclassico e o Modelo Hard Science
A HPE sob o Modelo Hard Science
A Historia do Pensamento Economico seria inutil para oprogresso da Teoria.
A HPE seria entendida como “Erros e Antecipacoes” daTeoria aceita hoje.
Com as mudancas no estado atual da teoria, reescreveria-secontinuamente a HPE.
Problema de se discutir quem foi o precursor da teoria vigente.
A HPE passa a ser entao Historia das Ideias, com visoespresentificadas do passado.
A HPE seria estudada por economistas jovens poucopreparados e por outros em fim de carreira.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Hard ScienceA Fronteira Do ConhecimentoA HPE sob o Modelo Hard ScienceA Crıtica ao Modelo Hard ScienceO Programa Neoclassico e o Modelo Hard Science
A Crıtica Ao Modelo Hard Science
A existencia de uma Fronteira do Conhecimento depende domodo de resolucao das controversias. Se for por “SuperacaoPositiva”, pode-se admitir tal Fronteira.
Mas, historicamente, o numero de controversias solucionadaspor “Superacao Positiva” e muito limitado.
Percebe-se claramente a permanencia de doutrinas opostaspor longos perıodos de tempo.
Dessa Forma, o estagio atual da ciencia nao assimilaria porcompleto o desenvolvimento da Teoria.
Retira importancia da Historia do Pensamento Economico.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Hard ScienceA Fronteira Do ConhecimentoA HPE sob o Modelo Hard ScienceA Crıtica ao Modelo Hard ScienceO Programa Neoclassico e o Modelo Hard Science
O Programa Neoclassico e o Modelo Hard Science
Foi o programa Neoclassico de pesquisa que possibilitou aformacao do modelo Hard Science na Ciencia Economica.
Isso e consequencia da capacidade do programa Neoclassicode definir agendas de pesquisa.
Essas agendas se devem a existencia de pressupostospre-definidos (Indivıduos maximizadores de utilidade) e deuma linguagem comum (formalizacao matematica).
Crıtica de Horkheimer: O programa Neoclassico seriaideologico pois so admite como verdade aquilo que econcebido pela sua Teoria (Falsa Consciencia).
O sucesso do programa Neoclassico e um fenomeno muitomais Retorico do que propriamente Empırico.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Soft ScienceA HPE sob o modelo Soft ScienceA Crıtica ao Modelo Soft Science
Caracterısticas do Modelo Soft Science
A Teoria Economica esta diluıda nos textos dos ultimos 250anos.
Admite que existam diferentes “matrizes basicas” (Ricardiana,Walrasiana, Keynesiana, Marxista...) que constituiriamdiferentes visoes de mundo. A comparacao entre elas e inocua.
Defende que a leitura dos originais e insubstituıvel(pouca aptidao ao livro didatico).
A Teoria e formulada a partir do resgate de trabalhospassados.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Soft ScienceA HPE sob o modelo Soft ScienceA Crıtica ao Modelo Soft Science
A HPE sob o Modelo Soft Science
Estudar a Historia do Pensamento Economico se confundiriacom o estudo da propria Teoria Economica.
O interesse na HPE seria pratico.
Ela nortearia a Teoria Economica e ate as polıticaseconomicas.
Trata os classicos da HPE como atemporais e auto-inteligıveis.
Isso descaracteriza a propria nocao de Historia doPensamento, pois descontextualiza as obras.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Caracterısticas do Modelo Soft ScienceA HPE sob o modelo Soft ScienceA Crıtica ao Modelo Soft Science
A Crıtica ao Modelo Soft Science
Admitir que a Teoria Economica so e formulada a partir detextos passados implica ignorar a producao recente.
Isso fundamentaria-se na nocao de “Superacao Negativa” dascontroversias, ou seja, apenas as inverdades e erros estariampresentes no estagio atual da teoria.
Mas, a “Superacao Negativa” nao e verificada.
Desvaloriza a producao atual. Isso criaria grandesdesincentivos aos pesquisadores e estudantes.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Retorica na Economia
Afirma que as Controversias nao se resolvem Empiricamente,mas sim Retoricamente. Vence quem consegue convencermelhor, criar consenso.
A Econometria seria incapaz de falsificar outra teoria.
“E a aderencia as regras de retorica que confere caratercientıfico a Economia”.
E a Retorica que permite a homogeneidade do discurso econsequentemente a evolucao da Ciencia Economica.
As regras de Retorica mudam com o passar do tempo.
Apesar disso, haveriam regras permanentes. Seudescumprimento “excluiria o indivıduo do cırculo dospraticantes da ciencia”.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Regra 1 - Simplicidade
Influenciada pelas Ciencias Exatas.
“Fenomenos Puros sao analiticamente formulaveis comsimplicidade”.
Explicacoes simples sao mais inteligıveis.
Seriam melhores ate para analisar objetos mais complexos.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Regra 2 - Coerencia
Evitar contradicoes.
Muito prezada dentro dos programas de pesquisa.
O autor deve seguir a linha de pensamento do programa depesquisa que ele faz parte.
Quanto maior o grau de coerencia, maior sera aauto-indentificacao com certo programa de pesquisa.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Regra 3 - Abrangencia
Capacidade de explicar toda a evidencia empırica.
Isso daria mais plausibilidade ao argumento.
Incute aos adeptos de determinado programa de pesquisa aexplicar as evidencias e paradoxos de sua teoria.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Regra 4 - Generalidade
Explicar as teorias rivais usando a linguagem de sua teoria.
Exemplo: Modelo Keynesiano que explica o Equilıbrio dePleno-emprego, mas coloca-o como quase impossıvel.
“Generalizar consiste em circunscrever as teses adversarias aum caso particular no mesmo movimento em que demonstra airrelevancia desse caso particular”
Isso legitimiraria sua teoria frente as rivais.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Regra 5 - Reducao de Metaforas
Metaforas sao instrumentos do pensamento, e nao recursos deexposicao.
Elas devem ser utilizadas no inıcio dos debates cientıficos ouna apresentacao de proposicoes originais.
Durante o Debate ou a Controversia, deve-se reduzir autilizacao de metaforas.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Regra 6 - Formalizacao
“O argumento que puder ser formalizado tem maior poder deconvencimento do que aquele apresentado literalmente”.
So se deve formalizar quando se supoe que os leitoresentenderao a matematica ali presente.
A Formalizacao deve ajudar na elucidacao do texto, naoatrapalhar.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
Regra 1 - SimplicidadeRegra 2 - CoerenciaRegra 3 - AbrangenciaRegra 4 - GeneralidadeRegra 5 - Reducao de MetaforasRegra 6 - FormalizacaoRegra 7 - Reinventar a Tradicao
Regra 7 - Reinventar a Tradicao
Tentativa de se assumir como seguidor de uma certa tradicaoantes vigente.
Tambem tenta-se “isolar o oponente”, afirmando que suateoria e um desvio da tradicao correta.
Comum nas ciencias e nas artes.
Exemplo: Robert Lucas retomou a tradicao austrıaca de trataros ciclos economicos como fenomenos de equilıbrio, renegandoKeynes a um desvio.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
ConjecturasConclusoes
Conjecturas
Todo procedimento retorico e hermeneutico, pois persuadirpresupoe interpretar bem.
As Regras listadas sao preliminares.
Existiria uma 8a Regra: Ignorar Interesses Praticos Especıficos.
Ela consistiria em ignorar os interesses praticos na formulacaode teorias.
Em tese, tal regra retiraria o vies ideologico da CienciaEconomica.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
ConjecturasConclusoes
Conclusoes
1
“A pratica economica nao se conforma a preceitos inspirados nasCiencias Naturais”.
2
“Por que nao empreender a auto-reflexao[...], alcancando umapercepcao mais aguda dos procedimentos em pratica?”.
3
“Os economistas praticam a retorica sem o saber e, o que e pior,dela desconfiando”
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica
AutorIntroducao
O Modelo Hard ScienceO Modelo Soft Science
RetoricaConjecturas e Conclusoes
ConjecturasConclusoes
4
“Prescrever ao mesmo tempo o estudo da historia do pensamentoe da ciencia atual equivale a prescrever erudicao e cultura, de umlado, e capacidade analıtica e formal, de outro”.
5
“Mas do ponto de vista do aprendizado e desenvolvimentosatisfatorio da teoria, o caminho a ser seguido esta distantedaqueles prescritos pelos modelos Hard e Soft Science. O bomdesenvolvimento da teoria economica deve ser feitosimultaneamente nas duas frentes, familiarizando-se tanto com oestudo atual da ciencia quanto com os classicos do passado etecendo, a partir destes dois saberes, a trama da verdade”.
Luıs Cristovao Ferreira Lima A Historia do Pensamento Economico como Teoria e Retorica