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A ilusão do fausto Na Manaus do periodo analisado (1890-1920), os trabalhadores nao tinham acesso ao servico basico: agua potavel, rede de esgoto, higiene, educacao, saude. Ontem, como hoje, a modernizacao foi pensada para um determinado setor social. Reside ai a falha de um projeto de cidadania, e, numa perspectiva politica mais ampla, de democracia. (milton Hatoum, p.5) Na Manaus do inicio do seculo, a imensa maioria da populacao de 50 ou 60 mil habitantes era mal remunerada, desempregada ou subempregada. O espaco urbano, segregado, reflete essa desigualdade e torna-se palco de tensoes sociais. Nao por acaso surgem os codigos de posturas, com suas restricoes e proibicoes. E que a cidade higienizada e policiada, enfim, civilizada nao pode atender a todos, dai as leis restritivas para os mendigos, ambulantes, boleeiros, cocheiros, etc. (Milton Hatoum, p.5) A escolha do periodo 1890/1920 nao e aleatoria, uma vez que foi visto neste espaco de tempo que Manaus sofreu seu primeiro grande surto de urbanizacao,gracas aos investimentos propiciados pela acumulacao de capital, via economia do latex. Embelezar e modernizar Manaus foi o grande objetivo dos administradores dessa epoca. Era necessario que a cidade se apresentasse moderna, limpa e atraente, para a imigracao, o capital e o consumo. (p.9) O governo priorizou, do ponto de vista dos investimentos, o aterro dos igarapes, abertura de ruas, construcao de predios publicos, construcao de pontes, saneamento, iluminacao, construcao de escolas, limpeza, etc. Neste periodo, Manaus passou por

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A ilusão do fausto

NaManaus do periodo analisado (1890-1920), os trabalhadores nao tinham acesso aoservico basico: agua potavel, rede de esgoto, higiene, educacao, saude. Ontem, comohoje, a modernizacao foi pensada para um determinado setor social. Reside ai a falha deum projeto de cidadania, e, numa perspectiva politica mais ampla, de democracia. (milton Hatoum, p.5)

Na Manaus do inicio do seculo, a imensa maioria da populacao de 50 ou60 mil habitantes era mal remunerada, desempregada ou subempregada. O espacourbano, segregado, reflete essa desigualdade e torna-se palco de tensoes sociais. Naopor acaso surgem os codigos de posturas, com suas restricoes e proibicoes. E que acidade higienizada e policiada, enfim, civilizada nao pode atender a todos, dai as leisrestritivas para os mendigos, ambulantes, boleeiros, cocheiros, etc. (Milton Hatoum, p.5)

A escolha do periodo 1890/1920 nao e aleatoria, uma vez que foi visto neste espaco de tempo que Manaus sofreu seu primeiro grande surto de urbanizacao,gracas aos investimentos propiciados pela acumulacao de capital, via economia do latex. Embelezar e modernizar Manaus foi o grande objetivo dos administradores dessa epoca. Era necessario que a cidade se apresentasse moderna, limpa e atraente, para a imigracao, o capital e o consumo. (p.9)

O governo priorizou, do ponto de vista dos investimentos, o aterro dosigarapes, abertura de ruas, construcao de predios publicos, construcao de pontes, saneamento, iluminacao, construcao de escolas, limpeza, etc. Neste periodo, Manaus passou por expressivo processo de transformacao, que se estabeleceu tambem com as novas relacoes sociais implantadas. (p.10)A modernidade em Manaus nao so substitui a madeira pelo ferro, o barropela alvenaria, a palha pela telha, o igarape pela avenida, a carroca pelos bondes eletricos, a iluminacao a gas pela luz eletrica, mas tambem transforma a paisagem natural, destroi antigos costumes e tradicoes, civiliza indios transformando-os em trabalhadores urbanos, dinamiza o comercio, expande a navegacao, desenvolve a imigracao. E a modernidade que chega ao porto de lenha, com sua visão

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transformadora, arrasando com o atrasado e feio e construindo o moderno e belo. (p.16)

A borracha propiciou a Manaus o alargamento de seu espaco e aredefinicao de sua organizacao. Pela cidade transitavam milhares de toneladas doproduto para exportacao, vindas dos mais remotos seringais da regiao Amazonica ecirculavam variados tipos de mercadorias e pessoas. A capital do latex adquire novafisionomia, corrige-se acidentes de terrenos, organiza-se o diagrama de nivelamento afim de estabelecer novos projetos de construcao, aterra-se igarapes, estes muitas vezesusados como via de comunicacao, fonte de abastecimento d’agua e local de lazer.(p.20)

As funcoes do espaco foram redefinidas. Para cada igarape aterrado,surge uma avenida ou é alargada uma antiga viela. Uma forma de arruamentoharmonico e uso do espaco e imposta nos planos de embelezamento de Manaus. Otecido urbano passa a configurar um novo formato de cidade, contando com outrosgrupos sociais em sua mais diferentes relacoes, situacoes e conflitos. (p.21)

[...] O centro urbano se constitui como polo de atracao de gente das maisdiversas nacionalidades: ingleses, alemaes, portugueses, espanhois, italianos, franceses,deslocam-se para ca, como tambem migrantes de varios estados do pais. (p.21)

No decorrer do seculo XIX, a borracha do Amazonas desponta nocomercio internacional, passando a constituir, no decenio de 1901/1910, como osegundo produto de exportacao na balanca comercial do Brasil ao lado do cafe. Aborracha cria a sua civilizacao – diz Leandro Tocantins. (p.23)

Expressando a funcao mercantil que Manaus passa a desenvolver,estabelece-se na cidade um numero grande de casas comerciais, exploradas por pessoasdas mais diferentes nacionalidades, sem falar das casas aviadoras, que tiveram suasfuncoes ampliadas para outras atividades comerciais,26 como o transporte atraves danavegacao. A borracha da a Manaus um grande dinamismo, a medida que lhe atribui o

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papel de centro de intermediacao entre as riquezas extrativas. Borracha em suasdiferentes modalidades (fina, sernambi, caucho, etc.), castanha, guarana, oleo decopaiba, tabaco, couro, manteiga de tartaruga, leite de sorva, mixira, piacava e outrosprodutos naturais e os produtos importados dos mais diferentes pontos da Europa: aguamineral, azeite doce, bacalhau, batata, biscoito, tecidos, conservas, doces, feijao,aguardente, material eletrico, calcados, automoveis, moveis, carruagens, amendoas,bordados, cal, cerveja, caviar, champanhes, ferro, licor, pregos, sardinhas, sal, sabao,telhas de barro, vinho, vermute, cafe, farinha-d’agua, milho, fosforo, redes, charques,carvao, paralelepipedos. (p.25)

Com o aumento da populacao e a politica economica desenvolvida,Manaus tinha que importar quase tudo que consumia. O papel do comercianteimportador-exportador para o desenvolvimento da cidade e visto pelos administradorescomo de grande importancia, considerando como “membro de grande utilidade asociedade em qualquer parte do mundo civilizado, a palavra do comerciante em Manausdeve ter a forca de uma obrigacao escrita... e jamais lhe faltarao a consideracao e aestima publicas”. (p.25)

Entravam por longo curso, no Porto de Manaus, produtos de todaespecie. Vinham da Inglaterra, Alemanha, Franca, Portugal, Estados Unidos, assimcomo davam entrada mercadorias por cabotagem provenientes de varios estados doBrasil, como: Para, Maranhao, Pernambuco, Rio de Janeiro, Ceara, Bahia, Sao Paulo,etc. A importancia do porto importador ganhava destaque, na medida em que sua funcaocomo porto exportador crescia. (p.26)

Para os administradores locais, sendo Manaus o coracao do Amazonas,tudo devera ser feito no sentido de sanea-la, embeleza-la, moderniza-la, ou seja,transforma-la na Paris dos Tropicos. A cidade teve sua fisionomia tao alterada a partirdos projetos das primeiras grandes reformas urbanas empreendidas, “que um morador

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da cidade do ano de 1870 tera muita dificuldade em reconhece-la na primeira decada doseculo XX”. (p.27)

Trabalhadores como estivadores, caixeiros, cocheiros, ambulantes,funileiros, sapateiros, barbeiros, boleeiros, eram paraenses, maranhenses, cearenses,pernambucanos, paraibanos, portugueses, espanhois, que foram atraido pelo grande“fausto”, esperando uma oportunidade pra melhorar de vida. Isto significa que muitodeles ja trazem uma tradicao de vida urbana anterior, passando a integrar-se a umapopulacao ja presente na cidade, que se dedica as mais diferentes atividades de trabalho,como tambem a um contingente muito grande de miseraveis excluidos do processo detrabalho, que circulam pela cidade, objeto de preocupacao por parte do setor publico eprivado, ja que passam a incomodar com suas presencas e ate mesmo a ameacar apolitica de idealizacao de uma cidade de progresso e sem problemas. (p.29)

O capital ingles torna-se o maior responsavel pela execucao dos grandesprojetos de reforma da cidade. Sao inglesas as firmas que vao atuar nos mais diversossetores de servicos urbanos. Em termos da defesa dos interesses da burguesiaextrativista na imagem da cidade, os ingleses souberam como transformar a aldeia emuma capital moderna. Para se ter ideia da influencia da presenca dos britanicos emManaus, e comum ouvir alguem dizer ainda hoje; a Manaus dos ingleses ou na epocados ingleses, referindo-se a Manaus daquele momento. (p.30)

Em mensagem apresentada ao Conselho Municipal de Manaus a 15 defevereiro de 1909, o Superintendente, justificando a falta de limpeza das ruas e daspracas, que estavam tomadas pelo mato, diz que isto nao foi feito por falta de rendasmunicipais nos ultimos meses, em razao dos compromissos que a Intendencia tinha como London and Brazilian Bank. (p.32)

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Em 1900, e assinado o contrato para instalacao da rede de esgotos, naosignificando que este tivesse sido o unico contrato. A partir dai outros projetos e novoscontratos vao surgindo. Somente em abril de 1906, com o assentamento da pedrafundamental do primeiro flushing-tank na Rua Jose Clemente, foi dado inicio aconstrucao da rede de esgotos de Manaus. Esse servico, que e apresentado como umadas prioridades basicas nas propostas politicas de saneamento, alem de nao atender apopulacao dos bairros afastados, leva anos para ser implantada, abrangendo apenasparte do centro da cidade, mas obedecendo as ultimas exigencias da modernaengenharia sanitaria. E interessante observar que as justificativas para a implantacao darede de materiais fecais e aguas servidas, coloca-se como uma preocupacao com ahigiene privada, a saude publica e a civilizacao. (p.47)

A educacao assume importancia no processo de representacao dacidade que se organiza.17 O Estado, o Municipio e particulares sao os responsaveis pelaabertura de inumeras escolas publicas e privadas em Manaus, dedicadas aos cursosprimarios e secundarios. Algumas delas voltadas para o ensino profissional. Esta e umaproposta muito defendida, visto que “a educacao publica e particular e colocada como ounico impulso do espirito humano, o elemento principal da seguranca para a sociedade”.Nesta medida, o sentido de educacao nao vai estar ligado a melhoria do carater, mastambem a toda uma preocupacao com uma educacao profissionalizante, que visa aulaspraticas, como forma de preparacao para o mercado de trabalho urbano. O trabalhoneste caso e visto como um fator de seguranca para a sociedade extrativista. Atraves doensino, rapazes sem ocupacao, analfabetos, ociosos, seriam uteis a sociedade,integrando-se as atividades produtivas; a vadiagem de menores, a mendicancia, o jogo,a embriaguez, reduziram na medida em que as escolas de artes e oficios ou os colegiosdirigidos pelas religiosas funcionassem como forma de integrar os individuos asociedade atraves do trabalho. (p.55)

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Os jornais locais recebem os mais diferentes tipos de reclamacoes edenuncias de moradores que nao sao atendidos pelo servico de abastecimento de agua,pelo servico de remocao de lixo, pelos servicos de transportes. Denuncia contra os altosprecos dos produtos de primeira necessidade expostos a venda no mercado municipal oupela falta dos mesmos. Solicitam atraves da imprensa a extensao dos servicos deiluminacao, de calcamento, limpeza de ruas, etc. (p.67)

As propostas de composicao do urbano sao elaboradas. A presenca dosbecos, vielas e casebres, acompanhados de cemiterios e hospitais, perturbaria aharmonia do espaco. “Sendo os cemiterios lugares de acumulos e amontoamentos detudo que, no espaco urbano, pode provocar doencas, lugares de formacao e difusao defenomenos epidemicos ou endemicos”,5 e solicitado o arrasamento do cemiterio daPraca da Saudade, uma vez que sua presenca no centro representava atestado demorbidez e desigualdade. O antigo Hospital da Caridade, localizado na area central,deveria tambem ser substituido por outro, em local mais afastado. Para a construcao dohospicio, a sugestao de localizacao era a mais distante possivel, nos arrabaldes dacidade. Um hospital colonia era proposto para a reclusao dos hansenianos. Nele, osleprosos gozariam de certo conforto por nao ficarem submetidos ao fechamento emquatro paredes; ali teriam condicoes de exercer uma atividade produtiva, como tambemnao estariam expondo suas feridas, despertando repulsa ao circular no centro da cidade,lugar de grande movimento. (p.68)

Os bairros de Sao Raimundo, Constantinopolis (Educandos), Colonia Oliveira Machado, Cachoeirinha, Moco e Tocos, este o mais proximo da cidade, mas nem por isso isento de problemas, foram as alternativas da populacao pobre, os novos bairros que surgem diferenciam-se do ‘fausto’ da cidade, nao so pelo aspecto do terreno, pela forma de arruamento, fachadas das casas, pela distancia em relacao ao Porto, as grandes casas comerciais (importadoras-exportadoras), ao mercado, aos hospitais, aos bancos, aos teatros, cinemas etc., mas tambem pela distribuicao desigual dos servicos urbanos. Este era o lugar dos trabalhadores na nova cidade. Um espaço onde a convivencia entre ricos e pobres torna-se impossivel. (p.70)

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Os temas tidos como ameacadores da nova ordem so comecam a aparecera nivel do urbano no momento em que a cidade passa a ser invadida por uma intensacorrente imigratoria. O aparecimento de alguns tipos de doencas que nao eram comunsna cidade passa a ser explicado tambem pela presenca dos imigrantes. E muito comum,nesta epoca, atribuir aos cearenses a responsabilidade pela transmissao de doencasepidemicas, como tambem de outros males. O Ceara foi um dos estados que maisconcorreu para o aumento da populacao do Amazonas. A chegada dos cearenses naregiao e anterior ao projeto de transformacao do espaco publico. As colonias e nucleosagricolas colocam-se como alternativas para os nordestinos: Colonia Maracaju, SantaIsabel, nucleo de Moura, Carvoeiro, Moreira, Thomas, Silves e Manaus, receberamcontingente significativo de cearenses. Enquanto esperavam o deslocamento para ointerior, muito deles trabalhavam nos servicos de melhoramento das pracas e ruas. (p.74)

A ameaca da convivencia com o contingente desprotegido da fortuna,prostitutas, menores abandonados, mendigos, bebados, jogadores, apavora o segmentorico da populacao. As propostas pensadas pelo poder para dar conta destes indiciosinquietantes de miseria, traduzem tambem uma preocupacao em criar mecanismos decontrole e punicao, ja que na representacao da elite de cidade ideal, a ordem e aseguranca estavam sendo ameacadas. Os corretivos eram muitas vezes pensados antesde quaisquer providencias. Recorda-se que os discursos oficiais sobre esses problemasvinham sempre acompanhados da apologia ao trabalho e dos valores morais que umasociedade civilizada deve preservar. Separar o trabalhador do nao-trabalhador e apreocupacao das propostas apresentadas nos relatorios, regulamentos, etc... (p.78)

Com relacao a mendicidade, as preocupacoes e propostas expressas nosdocumentos ou na imprensa, refletem o medo da ameaca da presenca dos mendigos

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circulando pela cidade; a presenca desses infelizes destoava no espaco ocupado pelasgrandes e luxuosas casas comerciais, ao mesmo tempo que contradiz a representacao deuma cidade limpa, harmoniosa e crista. Nas cidades modernas, um dos deveres do poderpublico e evitar, o mais possivel, o triste espetaculo de mendicancia, que tao maimpressao causa. (p.82)

As doencas como febre amarela, o impaludismo, o beriberi, etc., saovistas como empecilho para o desenvolvimento e progresso da cidade, prejudicando osinteresses da elite. A policia sanitaria impoe-se para defender e salvaguardar essesinteresses, executando um politica autoritaria de intervencao na vida da populacao, aomesmo tempo que poe em pratica medidas de grande controle sobre a vida do cidadao. (p.83)

Ao contrario do que relata a historiografia ufanista do apogeu daborracha, houve em Manaus uma concentracao muito grande de trabalhadores malpagos, explorados nos mais diferentes tipos de servicos, que sofreram com o aumentodo custo de vida pelos altos precos dos produtos importados e pela carencia dos generosde primeira necessidade, o que contribuia para as pessimas condicoes de vida destestrabalhadores. A tudo isso, somam-se as exigencias e controles desenvolvidos atravesdos regulamentos em relacao ao exercicio das diversas atividades e profissoes,acrescentando mais dificuldades a sobrevivencia daqueles que sonham com melhoresdias, como de muitos que veem o dia-a-dia da cidade alterando-se de uma formaviolenta. Sao os antigos trabalhadores que se juntam aos novos para protestar, reivindicardas mais diferentes formas contra as cobrancas advindas do controle rigoroso sobre ouso do espaco fisico, as novas medidas para o exercicio do trabalho, a escassez dosprodutos de primeira necessidade e as imposicoes de novos habitos. Sem falar dosconflitos contra o atraso do pagamento e horario de trabalho. (p.86)

Os cocheiros, sujeitos a uma regulamentacao semelhante foram uma das

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primeiras categorias a rebelar-se contra as imposicoes da Intendencia, sem falar doscarroceiros, que fazem sua primeira paralisacao em 1887. Em janeiro de 1905, comoprotesto pelas leis arbitrarias estabelecidas pela Intendencia, os cocheiros paralisam osservicos, recolhendo os carros as cocheiras. A explicacao da greve, dada pela categoria,era o grande controle exercido pelas autoridades de Seguranca quanto ao cumprimentodas leis e regulamentos a que estavam sujeitos seus servicos, e que, de acordo com aleitura do encarregado do setor de seguranca, eles nao queriam respeitar. Dai ser dificilo entendimento entre os grevistas e as autoridades. (p.88)

O primeiro grande surto urbano, forjado pela economia da borracha,impos sua arquitetura, seus simbolos, suas representacoes historicas que ate hojeresistem, passando a impressao a homogeneidade de seu tempo historico. A ideia queeste legado urbano deixa como formadora da memoria e a existencia de um equilibrioharmonioso entre natureza e cultura, entre projeto urbano e espaco fisico, entre cidademoderna e expectativa social. (p.97)