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ARGUMENTAÇÃO - QUESTÕES A argumentação….em que consiste? A lógica formal não é suficiente para estudar a totalidade do fenómeno da argumentação. Assim, a partir da segunda metade do século XX, surge um novo desenvolvimento da lógica: a lógica informal. Esta alarga a investigação do discurso aos aspetos da argumentação que não dependem exclusivamente da sua estrutura formal. Inclui, entre outros interesses, os seguintes: - a avaliação dos argumentos a partir da relação entre orador e auditório -a explicação de técnicas de persuasão e de manipulação -a análise de falácias não formais Argumentar é fornecer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada tese ou conclusão, tendo por finalidade provocar a adesão das pessoas a essa tese. DEMONSTRAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO Página 65 à 69 ( e folha anexa) Qual a importância da argumentação? 1

A IMPORTÂNCIA DA ARGUMENTAÇÃO

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ARGUMENTAÇÃO - QUESTÕES

A argumentação….em que consiste?

A lógica formal não é suficiente para estudar a totalidade do fenómeno da argumentação. Assim, a partir da segunda metade do século XX, surge um novo desenvolvimento da lógica: a lógica informal. Esta alarga a investigação do discurso aos aspetos da argumentação que não dependem exclusivamente da sua estrutura formal. Inclui, entre outros interesses, os seguintes:

- a avaliação dos argumentos a partir da relação entre orador e auditório

-a explicação de técnicas de persuasão e de manipulação

-a análise de falácias não formais

Argumentar é fornecer argumentos, ou seja, razões a favor ou contra uma determinada tese ou conclusão, tendo por finalidade provocar a adesão das pessoas a essa tese.

DEMONSTRAÇÃO E ARGUMENTAÇÃO

Página 65 à 69 ( e folha anexa)

Qual a importância da argumentação?

“Saber argumentar não é um luxo mas uma necessidade” ver texto pág.65

Não saber argumentar, face a outros que o sabem fazer, coloca os sujeitos numa situação desigual. Isto porque não saber argumentar é não saber lutar pelas suas convicções e pelos seus direitos, agravando-se assim as desigualdades culturais, sociais e económicas. Aquele que sabe argumentar encontra-se, à partida, em melhores condições de lutar pelos seus direitos o que significa que o uso adequado da palavra é uma forma de poder. Se a democracia é o poder do povo, este não será realmente detentor do poder se não souber expressar com eficácia os seus pontos de vista, os seus valores, as

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suas preferências, os seus ideais. Saber argumentar é uma necessidade no processo de realização do indivíduo enquanto membro cooperante na sociedade em que se insere, contribuindo para a concretização do verdadeiro sentido da cidadania.

Quais os elementos a considerar na argumentação?

Um orador que, dispondo de uma opinião/tese/ideia, a partilha com um auditório. O que o orador defende e partilha pertence ao domínio do verosímil (aceitável, plausível) e deve ser sustentado (apoiado) com argumentos. O objectivo do orador é levar o auditório a aderir à opinião/tese/ideia que defende.

O argumento defendido pelo orador é o conjunto de instrumentos usados para suportar uma tese determinada e para alcançar a adesão do auditório.

O auditório que o orador quer convencer a aderir à opinião que defende (esse auditório pode ser individual, particular ou universal).

O contexto de recepção, ou seja, o conjunto de opiniões, valores ou juízos que um dado auditório partilha e que são muito importantes no que se refere ao grau de adesão do auditório.

Qual o objectivo da argumentação?

Obter a adesão do auditório a uma determinada tese. O orador, para além de pretender a adesão do auditório à sua tese, pretende também que esse mesmo auditório aja em função da tese a que aderiu.

A boa argumentação implica sempre adesão. A eficácia argumentativa varia consoante o grau de adesão de um auditório. Um dos aspetos essenciais do processo argumentativo é a relação entre o orador e o auditório.

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Segundo Aristóteles, quais as três formas (ou técnicas ) de argumentação?

As três formas de argumentação são as seguintes:

A argumentação baseada no carácter (ethos) do orador, a argumentação baseada no estado emocional (pathos) do auditório e a argumentação baseada no argumento (logos) propriamente dito.

O ETHOS refere-se ao carácter do orador que, se for considerado como pessoa íntegra, honesta e responsável , conquista mais facilmente a confiança do auditório. No entanto, Aristóteles não fala do carácter real do orador mas de uma técnica retórica que tem de cultivar para dar a impressão de possuir tais características.

O PATHOS é uma palavra grega que significa paixão, sofrimento, ser afectado. Na retórica, PATHOS refere-se às emoções despertadas no auditório , que constituem um elemento determinante na recepção da mensagem. O orador deve desenvolver a técnica de despertar sentimentos para conseguir o seu objectivo- a adesão do auditório às suas teses, opiniões ou perspectivas.

O LOGOS é um termo que em grego significa palavra, pensamento, discurso. Neste contexto, LOGOS refere-se àquilo que é dito , ao discurso argumentativo , aos argumentos que o orador utiliza na defesa das suas opiniões.

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O que se entende por opinião pública?

A mensagem do orador dirige-se a um auditório, a um conjunto mais ou menos amplo de pessoas. Esse auditório pode ser individual, particular ou universal.

No âmbito da comunicação social , o conjunto de pessoas a que a mensagem se destina designa-se por público .

A opinião pública é a tendência geral de uma população para partilhar as mesmas ideias acerca de um problema específico ou de um conjunto de problemas. Entre as pessoas há uma espécie de teia que as une e que é constituída pelo modo comum de pensar, sentir e agir. Corresponde a uma determinada forma de ver e de sentir os acontecimentos.

Quais as formas que mais influenciam na constituição da opinião pública?

Factores individuais – De uma maneira geral, as pessoas procuram seguir os valores e os pontos de vista predominantes da comunidade em que vivem. A partilha de opiniões, crenças e valores é um factor essencial de adaptação e de integração dos indivíduos no grupo em que estão inseridos.

Factores sociais – A sociedade em que se vive e o grupo social a que se pertence contribuem para a formação da opinião pública.

Emoções colectivas – As pessoas são mais influenciáveis quando estão misturadas na multidão. Em situações colectivas (ex: multidão), cria-se um clima emocional e uma atmosfera de empatia, isto é, de aproximação entre as pessoas que facilita a propagação de ideias. Ex: nos comícios políticos gera-se um ambiente propício ao controlo e à manipulação da opinião pública. É o pathos em ação.

Líderes e guias de opinião – Os líderes de opinião (pertencentes ao campo da política, da religião, da economia ou do desporto) têm, por vezes, um efeito quase hipnótico sobre as pessoas. Ex: Marcelo Rebelo de Sousa ou Medina Carreira.

Meios de comunicação social - Os meios de comunicação social (principalmente quando pertencem a grupos poderosos) difundem certos valores, ideias e crenças de forma a influenciarem, a mudarem ou a formarem a opinião pública.

O público é uma forma particular de auditório que não pode ser ignorada pelo orador dada a sua extrema importância.

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Qual a principal diferença entre argumentos dedutivos e argumentos não dedutivos?

A principal diferença é esta: num argumento dedutivo válido é impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa, enquanto que num argumento não dedutivo é muito improvável, mas não logicamente impossível que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa. Os principais tipos de argumentos não dedutivos são três: as induções, os argumentos por analogia e os argumentos de autoridade.

O que são induções ?

Induções são argumentos não dedutivos em que, a partir de alguns casos se infere uma conclusão que se pretende ser verdadeira para caso(s) do mesmo género. As induções são de dois tipos: a generalização e a previsão.

O que distingue a generalização da previsão?

O que as distingue é o seguinte: na generalização, parte-se do que é verdadeiro para um conjunto de casos particulares e conclui-se que também o é para todos os casos em geral (Ex: Todos os corvos observados até hoje são pretos; logo todos os corvos são pretos); na previsão, parte-se de um conjunto de casos ocorridos no passado e conclui-se que o mesmo se verificará no futuro, em relação a um determinado caso particular ( Ex: No passado, o Sol nasceu todos os dias; portanto, o sol vai nascer amanhã).

Como se avaliam as generalizações e as previsões?

Há duas regras fundamentais a que a generalização e a previsão têm que obedecer:

1. O número de casos em que baseiam tem de ser representativo;2. Não pode haver contra-exemplos.

Quando generalizamos a partir de um número não representativo de casos incorremos na falácia da generalização precipitada (consultar documento de apoio fornecido pela prof. sobre as falácias informais).

Quanto às previsões, a “prova dos nove” é a confrontação com a realidade.

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O que é um argumento por analogia?

Nos argumentos por analogia raciocina-se da seguinte do seguinte modo:

Se o que que estamos a comparar é semelhante em alguns aspectos, também o será noutros. Por exemplo: “Na Natureza tudo funciona de maneira organizada, como uma máquina. Todas as máquinas foram criadas por alguém. Logo, a Natureza foi criada por alguém.”

Como se avalia um argumento por analogia?

Ao avaliarmos um argumento por analogia, deveremos perguntar três coisas:

1) As semelhanças apontadas são relevantes para a conclusão?2) A comparação tem por base um número razoável de semelhanças?3) Apesar das semelhanças não haverá diferenças fundamentais entre o que

está a ser comparado?

No exemplo dado, embora possamos aceitar que são cumpridos os critérios 1) e 2), verificamos que o mesmo não acontece com o critério 3), já que há uma diferença fundamental que é a seguinte: enquanto que uma máquina é um ser artificial (e, portanto, teve de ser criado por alguém), a Natureza é algo de natural, pelo que é muito discutível concluir-se que teve de ser criada por alguém.

O que é um argumento de autoridade?

O argumento de autoridade é um argumento em que a conclusão se apoia no depoimento/testemunho de alguém tido como autoridade no assunto. Por exemplo: “ Kant defende que devemos agir sempre por dever. Logo, devemos agir sempre por dever.”

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Como se avalia um argumento de autoridade?

Um bom argumento de autoridade deve obedecer aos seguintes critérios:

1) O especialista invocado deve ser reconhecido como um especialista/perito/autoridade na matéria ou no tema em questão;

2) Não pode existir controvérsia ou divergência significativa entre os especialistas do tema em questão;

3) O especialista invocado não pode ter interesses pessoais no tema em causa:4) O argumento apresentado pelo especialista no tema em questão não pode

ser mais fraco do que outro argumento contrário.

O exemplo apresentado respeita o critério 1) , mas não o critério 2). Tal sucede quase sempre em filosofia: uma vez que os especialistas raramente estão de acordo, os argumentos de autoridade em Filosofia são, em princípio, maus argumentos. Nestes casos, estamos na presença do apelo falacioso à autoridade.

IMPORTANTE: DEVE CONSULTAR O COMPÊNDIO E OS RESTANTES DOCUMENTOS DE APOIO ENVIADOS PELA PROFESSORA ( Ex: documento sobre as Falácias Informais).

BOM TRABALHO

A professora: Leonídia Marinho

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