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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” MARKETING A IMPORTÂNCIA DA EFICÁCIA NO ATENDIMENTO PARA A BOA IMAGEM DA EMPRESA Carlos Fontes Niterói Janeiro/2005

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

MARKETING

A IMPORTÂNCIA DA EFICÁCIA NO ATENDIMENTO

PARA A BOA IMAGEM DA EMPRESA

Carlos Fontes

Niterói

Janeiro/2005

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CARLOS FONTES

A IMPORTÂNCIA DA EFICÁCIA NO ATENDIMENTO

PARA A BOA IMAGEM DA EMPRESA

Trabalho de monografia apresentado como conclusão

do curso de Pós-Graduação Latu sensu, em Marketing,

da Universidade Cândido Mendes, campus Niterói,

orientado pela professora Alekssandra |

Niterói

Janeiro/2005

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A IMPORTÂNCIA DA EFICÁCIA NO ATENDIMENTO

PARA A BOA IMAGEM DA EMPRESA

Carlos Fontes

Grau: ___________

Orientadora: Professora Alekssandra

Niterói, janeiro de 2005

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Dedico esta monografia a minha esposa Helen, que me

impulsionou a iniciar e concluir esta fase tão importante.

Também a minha filha Thayana que é um verdadeiro

presente de Deus e razão da minha vida. E a minha Mãe

Nena que de forma exemplar me proporcionou base para

seguir crescendo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, em primeiro lugar, a Deus por me iluminar em mais esta jornada me

proporcionando atingir mais um objetivo muito importante na minha vida.

Agradeço também a minha esposa Helen e minha filha Thayana, que cederam

horas preciosas do nosso convívio para que eu pudesse concluir esta fase, sempre com

compreensão e amor.

Agradeço a todo corpo docente da Pós Graduação em Marketing, em especial a

minha professora e orientadora Alekssandra que agregou valor ao meu conhecimento e

não se furtou em compreender as variáveis que apareceram no processo de confecção

deste trabalho.

Agradeço também aos alunos e amigos Renata , Alexis que de forma efetiva

contribuíram para que eu chegasse até aqui e em especial a Vanessa que muito me

ajudou durante todo período e foi ainda mais fundamental agora na conclusão.

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RESUMO

Este trabalho de pesquisa pretende mostrar a importância de um bom

atendimento para solidificação da boa imagem da empresa, e que esta abordagem

demanda cuidado e atenção por parte das corporações , uma vez que a sua imagem é um

patrimônio relevante em sua constituição. E quando esta imagem fica arranhada o

trabalho de recuperação requer grande esforço, sem garantia de sucesso.

Além disso alertar para o efeito negativo que causa um mau atendimento,

Desenvolvendo uma linha de raciocínio que possibilite entender os fatores explorados

nesta pesquisa que visam gerar reflexão sobre o assunto.

Também será objeto desta pesquisa abordar fatores que norteiam as relações

entre empresa e cliente de forma que as duas partes alcancem benefícios, sobretudo, de

forma pendular, o foco no cliente gerando equilíbrio entre resultados efetivos e

satisfação pessoal, contribuindo que a imagem da empresa seja preservada e elevada.

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“Esqueça as pesquisas de mercado e os relatórios dos

analistas. O boca-a-boca provavelmente é a mais poderosa

forma de comunicação no mundo dos negócios. Pode tanto

ferir a reputação de uma companhia...quanto impulsioná-la

no mercado.”

Regis McKenna

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SUMÁRIO

Capítulo 1:

Introdução -------------------------------------------------------------------------p. 9

Capítulo 2 – Cliente: Amigo ou não?----------------------------------------p. 10

2.1 – O risco de um cliente não amigo-----------------------------------------p. 11

2.2 – Percepção de Valor--------------------------------------------------------p. 12

Capítulo 3 – O cliente e sua satisfação---------------------------------------p. 14.

3.1 – O atendimento como base para a satisfação do cliente----------------p. 16

3.2 – Entendendo o cliente para gerar satisfação-----------------------------p. 17

3.3 – Relacionamento ------------------------------------------------------------p. 19

Capítulo 4 – A retenção do cliente--------------------------------------------p. 21

4.1 – Posição concreta ao lado do cliente---------------------------------------p. 22

Conclusão --------------------------------------------------------------------------p.24

Bibliografia ------------------------------------------------------------------------p. 26

Anexos:

Anexo 1 - Determinantes do valor entregue ao consumidor-----------------p. 28

Anexo 2 - Ações sociais que afetam os relacionamentos

entre compradores e vendedores--------------------------------------------------p. 29

Anexo 3 – CRM – Publicação da entrevista com Martha Rogers,

Especialista em Marketing no site Intermanagers------------------------------p. 30

Anexo 4 – Artigo : “De acordo com a vontade do cliente”.

Foco no gerenciamento das relações com os clientes--------------------------p. 31

Anexo 5 – Defesa do Consumidor – As 10 empresas mais reclamadas

Do RJ – Procon RJ------------------------------------------------------------------p. 32

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1. Introdução

Bom atendimento significa ter atenção, e não se estabelece relacionamento

duradouro sem considerar o outro. Nesta linha de análise é possível verificar a dinâmica

entre empresa e cliente, que praticam constantemente ações de relacionamento, onde a

empresa oferece algo na expectativa que o cliente tenha a necessidade ou vontade de

obter.

Ao estabelecer esta equação cria-se a necessidade de satisfação das

expectativas, e sobretudo a manutenção das mesmas. Fato que se concretiza quando há

atenção ao desejo do cliente. Infelizmente, a prática de encantamento dá-se na fase

inicial quando a empresa atende às expectativas do cliente, não havendo portanto a

continuidade desta atitude.

Ao perceber esta falta de atenção o cliente se incomoda e traduz este

sentimento em reclamação, propagando de forma voraz o seu descontentamento que

alcança outros consumidores, o que desencadeia uma projeção negativa para imagem da

empresa.

Diante disso, é preciso atentar para o bom atendimento como instrumento de

base para criação e manutenção da boa imagem da empresa, bem como a geração de

negócio.

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2 . Cliente: Amigo ou não?

O cliente pode assumir um papel muito importante e fundamental de grande

aliado da empresa, contribuindo efetivamente para manutenção da sua boa imagem e

geração de negócio, ou, em via contrária, pode se tornar um inimigo determinado e com

grande poder para ferir a imagem da empresa.

Esta definição de papel se dará na verdade pela forma com que a empresa

conduzirá o relacionamento estabelecido. Sendo o consumidor apenas levado a assumir

a armadura de inimigo, pois sua vocação é para um grande amigo. Desta forma cabe a

empresa ter atenção, provocar e cultivar esta amizade.

O cliente é formado por conceitos ideológicos, práticas cotidianas que

contribuem para formação de sua personalidade, história de vida que define sua posição

na sociedade, desejos, sentimentos, diversos fatores que passam portanto a nortear suas

atitudes.

Este conjunto define a individualidade, que embora a convivência se estabeleça

em sociedade com a visão do comum, é natural que prevaleça a vontade própria que

invariavelmente precisa ser respeitada. É exatamente isso que o consumidor espera: Ser

respeitado.

A empresa que tem esta visão e põe em prática no seu atendimento, conquista

um universo de consumidor amigo, que de forma veemente defende, elogia e propaga a

boa imagem da empresa.

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2.1– O risco de um cliente não amigo

O risco de não transformar o cliente em amigo devido a falta de atendimento

eficaz e agradável, alcança proporção de catástrofe para imagem da empresa.

Para cada três pessoas desejosas de contar uma história positiva a respeito de

uma experiência enquanto cliente, há 33 outras que contarão uma história frustrante.

Esta relação se dá pelo fato do cliente sentir sua individualidade e direito ferido, e em

muitas vezes isso passa apenas pela falta de sorriso de um atendente, pelo atraso no

prazo de entrega de um determinado produto, por um produto que foi entregue

danificado, por uma quebra de acordo em valores ou forma de pagamento, pelas

sublinhas não explícitas adequadamente para entendimento do cliente, pelo descaso em

realizar uma troca ou o reparo necessário mesmo em prazo de garantia.

Evitar este risco é perfeitamente viável e possível, e com uma ação que se resume em

uma simples frase: Bom Atendimento.

Esta ação é a vacina, que de forma preventiva prepara o cliente para pequenas

falhas inevitáveis e o antídoto para solução, desde que seja de forma definitiva para as

falhas ocasionadas por um mau atendimento.

Por fim, a conclusão é que de maneira simples o cliente pode se transformar em amigo

da empresa. O que ele espera é apenas atenção e respeito e que a consideração pelos

seus desejos seja sincera e clara.

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2.2– Percepção de Valor

O cliente pode se tornar um forte aliado da empresa e verdadeiramente se

posicionar como um amigo fiel. Para isso, há uma linha muito tênue que precisa ser

observada e entendida em sua essência, que é a capacidade de agregar valor às

expectativas do cliente.

A empresa fideliza o cliente a partir do momento em que o desempenho de sua

oferta em relação às expectativas, transmitam percepção de superação, pois o

sentimento de prazer ou de desapontamento da comparação do desempenho esperado

em relação às expectativas será o resultado da satisfação do cliente. Diante disso, a

satisfação do cliente se dá na função do desempenho percebido e das expectativas. Se o

desempenho ficar longe das expectativas, o consumidor estará insatisfeito. Se o

desempenho atender às expectativas, o consumidor estará satisfeito e se excedê-las

estará altamente satisfeito ou encantado.

Para alcançar a excelência é fundamental focar o encantamento do cliente, pois

esta é a base para consolidação do relacionamento duradouro, o que irá proporcionar

vantagem competitiva e condições ainda melhores de oferecer superação de

expectativas, ao invés de atendimento das mesmas, ou ainda pior, de ineficiência em

atendê-las. Um cliente encantado além de realizar recompra, o que garante o ciclo

produtivo da empresa, retribuirá a percepção de valor encontrada através de comentários

positivos sobre a empresa, contribuindo para expansão da boa imagem e também a

geração de novas oportunidades para empresa.

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O consumidor forma sua expectativa pelo seu desejo ou necessidade, bem

como pelas influências de experiência anterior de compra, recomendação de amigo e

informações e promessas das empresas e dos concorrentes. Se as empresas criarem

expectativas muito altas, é provável que o consumidor fique desapontado. Como

exemplo, o Holiday Inn fez há alguns anos uma campanha chamada “Sem surpresas”.

Mas os hóspedes da rede de hotéis encontraram ainda uma série de problemas,

obrigando o Holiday Inn a retirar sua campanha da mídia. Contudo, se a empresa criar

expectativas muito baixas não atrairá consumidores suficientes.

Algumas das empresas mais bem-sucedidas de hoje estão aumentando as

expectativas dos consumidores e melhorando suas condições de atendimento. Essas

empresas são orientadas pela STC – satisfação total do consumidor. Por exemplo, a

Xerox garante “satisfação total” e a substituição de qualquer equipamento comprado se

o consumidor ficar insatisfeito, por um período de três pós-compra. A Cigna anuncia:

“Nunca estaremos 100% satisfeitos se você também não estiver”.

Estas práticas mostram a necessidade do equilíbrio necessário entre as

expectativas e promessas feitas pelas empresas, com a capacidade de entrega e de

efetivamente proporcionar um bom atendimento. É nocivo para imagem da empresa

estabelecer uma situação de desequilíbrio, sobretudo com pêndulo baixo para a

satisfação do consumidor.

__________________

KOTLER, Philip. “Administração de Marketing”. São Paulo. Ed. Atlas, 1998

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3 .O cliente e sua satisfação

A satisfação do cliente é o resultado de equilíbrio e desempenho da empresa

em relação às expectativas do consumidor. Advém da realização do que era esperado e

desejado quando teve início o relacionamento de negócio.

Esta satisfação define o valor que o cliente pode agregar à empresa. Quanto

maior for a expectativa do cliente e em proporção um pouco maior for a capacidade da

empresa em superar esta expectativa, a conquista do cliente será baseada em laços fortes

e duradouros.

Diversas empresas mostram preocupação em superar as expectativas dos

consumidores, parte delas alcançam esta excelência ou se aproximam dela, como é o

caso da Uniys.

Esta empresa de gerenciamento de informações, introduziu a expressão

“customerização” em seus anúncios, definindo-a como o seguinte: “Tornar a empresa

mais responsiva a seus consumidores e melhor habilitada para atrair outros novos”. A

Unisys vê a “customerização” como uma forma de ampliar a capacidade de estender o

sistema de informações ao trabalho de campo e a outros pontos de contato e suporte ao

cliente . Mas esta ação exige da empresa mais do que o fornecimento de boas

informações e contato com o consumidor. Enfim, pode exigir a vinculação do

pagamento dos funcionários com a satisfação do consumidor. Estes devem ser

“convertidos” a praticar forte orientação para o consumidor.

A ação praticada por esta empresa traduz a necessidade de haver equilíbrio,

entre a vontade da empresa em prestar um serviço de excelência e ter as pessoas certas e

qualificadas para prestarem o melhor atendimento e fazer valer a estratégia e proposta

de superar a expectativa do consumidor.

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Como é possível perceber empresas com a vocação e preocupação em superar a

expectativa do consumidor, o contrário também é percebido. Há empresas que focam

excessivamente o negócio e resultado, por sentir uma garantia ou supremacia no

mercado e negligencia o bom atendimento, deixando a satisfação do consumidor em

segundo plano como o caso da Telemar, que figura de forma expressiva no ranking de

reclamações do código de defesa do consumidor. Órgão que expressa e catalisa o

movimento feito pelo consumidor que percebe o seu desejo ou direito desprezado.

O consumidor se arma e vai em campo quando não percebe um bom

atendimento, ele sabe a força que tem e exige que o relacionamento seja harmônico e

não pendular com altura para empresa e declínio para sua satisfação.

Este é o ponto, equilíbrio, a empresa tem interesse em entregar algo e o consumidor em

adquirir, desta forma a importância nesta relação tem o mesmo peso e com um pequeno

detalhe, porém primordial, que é a pessoa com sentimentos, desejos, idiossincrasias, que

espera atenção à sua individualidade.

E quando se percebe atendido, o consumidor também reconhece e utiliza mecanismos

para dizer que uma empresa ou seu atendimento é de excelência, como é possível

observar no SAC ( serviço de atendimento ao cliente ) do banco Central do Brasil, onde

houve registro de uma cliente idosa de um grande banco privado, que ligou e fez

questão de reconhecer publicamente que foi muito bem atendida elevando a qualidade

de um funcionário e contribuindo para o fortalecimento da boa imagem da empresa.

__________________

KOTLER, Philip. “Administração de Marketing”. São Paulo. Ed. Atlas, 1998

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3.1 – O atendimento como base para a satisfação do cliente

O atendimento e a prestação de serviços são partes de um conjunto de ações de

marketing, os quais têm alcance pouco mensurável numa análise simples e sem

embasamento técnico. Porém essas duas ações são suficientes para mostrar erros e

falhas nesse processo e caminhos onde se busca obter o máximo resultado para a

empresa e, principalmente, para as pessoas envolvidas.

Para melhor entendimento desta questão diversos casos serviriam de exemplo,

mas o atendimento em clínicas médicas e hospitais será a base para definição. Há um

certo descaso, ou talvez uma falta de visão mercadológica por parte dos administradores

dessas instituições, que acabam prejudicando o cliente, onde por sua vez dão outro

significado ao termo paciente, normalmente utilizado como bordão da medicina. Tem

que ter muita paciência mesmo, não só para esperar pelo atendimento, como para

aguentar o mau humor constante dos atendentes.

É fácil ver como o tipo de atendimento prestado se modifica de acordo com a

condição financeira do cliente. Se é particular dão-lhes “os céus”, inclusive com direito

à quebra de respeito por quem está esperando há horas. Se o cliente possui um plano de

saúde, a análise passa por qual e pelo tipo do plano. Se é paciente do SUS, este está

literalmente condenado a esperar pela boa vontade de quem vai atendê-lo, como se as

doenças e os males característicos do corpo humano escolhessem para atacar os

cidadãos classificados de acordo com a condição financeira ou porte do plano de saúde.

Não é preciso apenas um ambiente físico agradável, bem iluminado e com

belas poltronas. Mais importante é garantir a referência do serviço que se presta. O

cliente que ir, gostar, ser bem atendido e difundir o seu sentimento. Assim, se garante

um posicionamento e consolidação da imagem institucional da empresa .

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3.2 – Entendendo o cliente para gerar satisfação

Cliente satisfeito é desejo e meta de qualquer empresa nos tempos atuais.

Entender quem é o cliente é um passo fundamental para alcançar mais rapidamente os

resultados planejados e manter uma boa imagem institucional. E é importante esclarecer

que o conceito de cliente não se restringe somente à pessoa que compra e consome

produtos. Não se pode ter uma visão simplista do significado dessa peça primordial no

processo econômico do capitalismo moderno.

Cliente é todo aquele a quem se direciona algo no desenvolvimento dos

negócios. As empresas precisam entender e conhecer bem todos os seus clientes e

consequentemente aplicar ações que atinjam a satisfação dos mesmos. Pode-se

classificar os clientes em três categorias: interno, intermediário e externo. Nenhuma

empresa pode desconhecer as relações que os envolvem.

O cliente interno compõe as equipes funcionais que movimentam as empresas.

É importante ressaltar que antes de máquinas, equipamentos e estrutura física, as

corporações são formadas por pessoas. Essas são peças-chave para o sucesso

empresarial e construção da boa imagem. Elas precisam estar integradas e conscientes

do seu papel em todo o processo da empresa.

Os empresários devem ter como meta a busca incessante da satisfação de suas equipes.

Funcionário maltratado pelos chefes e não reconhecidos pela empresa acaba se tornando

improdutivo, além de um imenso problema e risco para imagem institucional. Tratar

bem, antes de qualquer coisa, é educação. A insegurança, normalmente presente em

quem ocupa cargo de chefia, muitas vezes é a grande responsável pelo fracasso de uma

estratégia ou pelo comprometimento de toda empresa.

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O cliente intermediário, no caso os fornecedores, distribuidores, revendedores e

todos que estruturam o ciclo do produto – da expedição ao consumidor final – também

precisa estar em plena sintonia com a empresa. Não se pode entender essas pessoas

como meros repassadores de produtos. Eles são prioritários para o sucesso da

organização. Muitas vezes, uma pessoa dessas pode esconder o produto do consumidor

final, por não receber a atenção que desejava do fornecedor. Nunca é tarde lembrar que

negócios, antes de serem negócios no sentido lato da palavra, são relações entre pessoas,

e essas são suscetíveis às inconstâncias da vida. Tentar entendê-las como humanos é

importante. Algumas vezes pessoas são conquistadas com muita facilidade e

simplicidade, somente porque percebeu atenção da outra parte e exatamente atendendo

uma necessidade do momento, como por exemplo um tratamento carinhoso, num

instante de fragilidade emocional.

O terceiro cliente nesta escala é o objetivo fim de qualquer produto ou

empresa. Esse e o grande balizador dos resultados no final de cada mês. Para se chegar

até ele existe uma cadeia extensa de acontecimentos e situações que não podem, sob

qualquer hipótese, ser dispensados ou deixados de lado pelas empresas. Não se encanta

apenas com grandes campanhas publicitárias e estratégias de mídia bem delineadas. De

nada adianta altos investimentos em mídia e promoções se não há preocupação com as

relações humana e interpessoais.

É cada vez mais evidente que a grande revolução que ditará os caminhos no terceiro

milênio será o relacionamento, apesar das atuais transformações tecnológicas e das que

ainda serão anunciadas. Entender o cliente é antes de mais nada dar um passo definitivo

para construção e manutenção da boa imagem da empresa.

__________________

MEDEIROS, João Maria. “E tudo isso é Marketing”. Rio Grande do Norte. Ed. UnP, 1997

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3.3 – Relacionamento

O relacionamento é uma arma muito poderosa na formação de base para

fidelização e retenção do cliente , e através desta ação é possível construir uma

harmonia entre o desejo do cliente e a capacidade de entrega da empresa.

Existe a linha de atuação do Marketing de Relacionamento que é um conjunto de

estratégias que visam ao entendimento e a gestão do relacionamento entre uma empresa

e seus clientes, atuais e potenciais, com o objetivo de aumentar a percepção de valor da

marca e a rentabilidade da empresa ao longo do tempo.

Quando falamos em gestão do relacionamento, isso significa ter a capacidade

de acompanhar e influenciar o comportamento de clientes e prospects ao longo do

tempo, em qualquer canal de contato, respeitando o histórico de transações estabelecido

com a empresa. Trata-se de transformar não-cliente em cliente, de aumentar ticket

médio, de aumentar freqüência de compra, de reduzir cancelamento, enfim, de fazer

mais clientes serem mais rentáveis e por mais tempo.

Tudo começa quando se entende que relacionamento é algo que se estabelece

entre marcas e pessoas. Não por acaso, quando alguém expressa seu sentimento com

relação a uma empresa, diz coisas como: “Eu amo esta marca” ou “Eu não conheço esta

marca” ou ainda “Esta marca é perfeita para mim”.

Este fator é fruto de uma série de ações que se definem em resultado como uma boa ou

uma má imagem da empresa, para atender bem é preciso conhecer o interlocutor e para

obter este conhecimento o relacionamento é a chave.

Uma vez que se saiba, de um lado, qual é a identidade da marca e, de outro, o perfil do

consumidor — bem como suas crenças e valores — cabe ao Marketing de

Relacionamento garantir a conexão entre ambos num processo contínuo de ação e

reação.

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Quanto mais o cliente percebe que a empresa sabe reconhecer suas

necessidades e entregar produtos e serviços compatíveis com as suas características,

mais dá informações a seu respeito. Quanto mais informações a empresa tem, maior a

capacidade de reconhecer e privilegiar os clientes lucrativos.

Num mundo marcado pelo excesso de similaridade entre empresas e produtos, a grande

vantagem do Marketing de Relacionamento é a capacidade de ser algo a mais onde todo

o resto é igual. De trazer para o consumidor um motivo concreto para escolher a sua

marca em detrimento das outras. Tudo isso com a vantagem de se poder monitorar o

resultado financeiro de todo o esforço feito.

Em resumo, independente do nome que receba, fazer Marketing de

Relacionamento é saber que o poder está nas mãos do consumidor e perceber que, ou a

esta força é reconhecida e dá para ele o que ele quer, ou se tem poucas chances de

vencer os desafios impostos pelo mercado no novo milênio.

___________________

Por Patrícia Marinho . Vice-Presidente de Planejamento da Datamidia,FCBi, em publicação

Intermanagers.com.br

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4. A retenção do cliente

Reter o consumidor significa estreitar laços e fortalecer relação, é uma

ferramenta eficaz para aprimoramento e qualificação do atendimento, pois o

consumidor passa a ser fiel e possibilita entendê-lo cada vez melhor, bem como ter

subsídios para conquistar outros novos consumidores de forma baseada em excelência.

Este movimento torna-se um ciclo virtuoso, satisfaz o consumidor, dedica-se a retê-lo,

ganha a possibilidade de conhecê-lo melhor, o que produz um melhor atendimento,

superando ainda mais suas expectativas e finaliza com a solidificação do

relacionamento tornando-o um amigo.

Perder um consumidor tem um custo muito alto para os negócios e um risco

enorme para imagem da empresa, pois como já observado, um consumidor mau

atendido propaga sua insatisfação em velocidade muito maior que informa as boas

práticas.

Diante disso, é consenso nas empresas a busca pela retenção dos clientes,

porém parte delas ainda não equilibra a ação de conquista com a necessidade de reter.

Estima-se que o custo de atrair novos consumidores é cinco vezes maior que

mantê-los satisfeitos. É necessário esforço enorme para reconquistá-los e quase sempre

em vão.

O ideal é mantê-los e conquistar sua satisfação, pois induzir um consumidor

satisfeito a abandonar a empresa com quem mantém relacionamento exige muito

esforço do concorrente.

Lamentavelmente a retenção ainda está mais demonstrada na teoria que na

prática das empresas. Grande parte do esforço está direcionado para conquista de novos

consumidores em detrimento de ações para retê-los. Por tradição o foco é vender e não

desenvolver relacionamento.

O bom atendimento alinhado a ferramentas estratégicas formam a base para fortalecer o

relacionamento e efetivamente cativar o cliente.

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4.1 – Posição concreta ao lado do cliente

Um dos grandes dilemas das empresas que buscam um posicionamento

concreto junto aos clientes e mercado, é descobrir os melhores meios de estar presente

na memória dos cliente. A preocupação deve ir além das estratégias de crescimento e

manutenção do negócio num mercado estabilizado, mas ainda com muita dificuldade

em captar recursos.

A imagem é algo prioritário hoje para quem busca referências e,

principalmente, para quem sabe que manter a fidelidade do cliente não é tarefa apenas

dos estrategistas de marketing.

A preocupação com a forma como somos vistos requer uma ação contínua e

planejada, para conquistar a efetiva participação de todos os envolvidos no processo

empresarial. A imagem de uma empresa é o maior bem patrimonial que ela possui.

Construir uma imagem talvez seja um dos mais importantes desafios. Imagem, vale

ressaltar, não é somente a apresentação estética de uma empresa, sua logomarca e sua

comunicação visual. Estamos falando de conceito, ou seja, o que representa para as

pessoas aquela empresa.

A preocupação com a imagem é algo que vem sendo discutido com mais

frequencia por empresários, comunicadores e especialistas em marketing. Muito mais

do que vender bem ou posicionar adequadamente seus produtos no mercado, uma

corporação necessita ter laços de afinidade com a comunidade onde ela está presente. É

preciso direcionar estratégias para buscar a cumplicidade dos vizinhos, estar na boca do

povo e ser sinônimo de partícipe permanente da vida da comunidade.

O discurso usado por empresários, de que são geradores de empregos, e que

contribuem para o desenvolvimento social e econômico de um Estado e de sua

população, ficou pequeno nesses tempos de atuação empresarial, centrada em política

de mercado. É preciso, além de tudo isso, ações que realmente possibilitem a

construção de uma imagem viva junto ao mercado de uma maneira geral.

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Empresas consideradas triunfantes e de sucesso têm uma imagem institucional

muito forte no mercado em que elas atuam. Imagem é patrimônio. Não importa o

tamanho da empresa. Se ela dispõe de um planejamento que tem no marketing e nas

suas relações periféricas o principal alvo do seu crescimento, ficará mais fácil

conquistar a adesão de todos os envolvidos no processo. Para construir uma boa

imagem não é preciso somente uma boa campanha de mídia. Não adianta uma loja

investir altas somas em mídia se sua equipe de vendedores, por exemplo, não recebem

treinamento adequado para prestar o atendimento adequado aos clientes. Ter a visão

global de todos é situação normal nas empresas, o segredo é enxergar o foco e meios

para crescer, construir institucionalmente uma boa imagem através de práticas que

reflitam na satisfação dos clientes.

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5 – Conclusão

Este trabalho de monografia teve como objetivo central apresentar a

importância do bom atendimento para construção e preservação da boa imagem da

empresa, principalmente fomentar pensamento sobre a grande contribuição que as

empresas ganham ao conquistarem de forma efetiva seus clientes, bem como alertar

para os riscos e o problemas em potencial que geram um atendimento ineficaz.

O relacionamento como base de conhecimento do cliente também é

demonstrado com destaque, pois somente utilizando esta chave é que se abre a porta das

informações para conhecer o cliente alvo, de forma que construa uma linha estruturada

de suas necessidades, desejos, suscetibilidade, realizando assim um sistema organizado

e eficaz para identificar a forma correta de proceder a entrega demandada pelo cliente e

provocar oportunidades de descobrir outras necessidades desenvolvendo maiores e

melhores negócios.

Baseado nisso constam anexos que permitem conhecer ferramentas que

auxiliam esta prática, formas organizadas de se relacionar e obter informações como o

CRM, que possibilitam de maneira técnica uma capacidade de organização para

empresa proporcionar o melhor atendimento.

É destacado também a força que tem a propaganda feita “boca a boca”, onde

em forma expressiva um fato negativo é propagado e a imagem da empresa

comprometida, e ao contrário, caminhando em velocidade menor as informações

positivas são divulgadas, fato que remete a um grande esforço para se atingir a

impressão positiva de forma imediata, mas que sem dúvida para reverter o processo

inverso o esforço é ainda maior e mais desgastante, além de não ter garantia de sucesso

e a marca negativa ser associada a imagem da empresa.

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Diante disso cria-se a necessidade de atender bem da primeira vez, atuando de

forma proativa, com percepção aguçada e em sintonia com o cliente, buscando

incansavelmente obter sua satisfação em relação a entrega realizada do que era o seu

desejo. Respeitando portanto, sua individualidade e entendo a pessoa que está por trás

do cliente alvo.

A retenção do cliente só possível no momento em que a empresa consegue

atender, ou melhor, superar suas expectativas gerando com isso uma satisfação perene.

Contudo, é também uma base importantíssima para dar condições à empresa de

conhecer e surpreender seu cliente, pois com a fidelização a empresa ganha um aliado

importantíssimo que é a condição de observar seu cliente de forma privilegiada em

plena movimentação, captando assim as informações necessárias para se antecipar às

“vontades” dos clientes. E ao conseguir isso, a empresa inicia um ciclo prodigioso que

resultará em cliente satisfeito, fiel, amigo e propagador das boas práticas da empresa

contribuindo de forma efetiva para boa imagem institucional.

26

26

Bibliografia

AMBRÓSIO, Vicente. Plano de Marketing Passo a Passo. Rio de Janeiro. Editora

Reichmann & Affonso, 1999

HUTCHINS, David. Sucesso Através da Qualidade Total. Rio de Janeiro. Editora

Imagem, 1992

KOTLER, Philip. Administração de Marketing – Análise, Planejamento,

Implementação e Controle. São Paulo, Editora Atlas, 1998

Larosa, Marco Antônio. Como produzir uma monografia passo a passo. Rio de

Janeiro, Editora WAK, 2003

MEDEIROS, João Maria. E tudo isso é Marketing. Rio Grande do Norte, Editora Unp,

1997

SENGE, Peter. A Quinta Disciplina – Arte e Prática da Organização que Aprende.

São Paulo, Editora Nova Cultura, 2002

STONE, Bob. Telemarketing. São Paulo. Editora Nobel, 1992

WILSON, Jerry. Marketing Boca a Boca – Faça seus clientes venderem por você.

Rio de Janeiro, 1996

27

27

Outras fontes:

Revistas e Jornais

Você S/A – Editora Abril

Jornal O Globo

Sites:

Intermanagers: WWW.intermanagers.com.br

Biblioteca Nacional: WWW.bn.gov.br

Procon RJ www.consumidor.rj.gov.br

Banco Central do Brasil www.bcb.gov.br

28

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ANEXO 1: DETERMINANTES DO VALOR ENTREGUE AO

CONSUMIDOR

29

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ANEXO 2: AÇÕES SOCIAIS QUE AFETAM OS

RELACIONAMENTOS ENTRE COMPRADORES E

VENDEDORES

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30

ANEXO 3: CRM – PUBLICAÇÃO DE ENTREVISTA COM

MARTHA ROGERS ESPECIALISTA EM MARKETING

31

31

ANEXO 4: ARTIGO INTERMANAGERS: “DE ACORDO COM A VONTADE DO CLIENTE” – FOCO NO GERENCIAMENTO DAS

RELAÇÕES COM OS CLIENTES

32

32

ANEXO 5: DEFESA DO CONSUMIDOR – AS 10 EMPRESAS MAIS

RECLAMADAS DO RJ – PROCON RJ