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A IMPORTÂNCIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E AMBIENTAL PATRIMÔNIO CULTURAL Patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo. O patrimônio é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações futuras. Do patrimônio cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis, incluem-se por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes. O Patrimônio é importante para a humanidade, já que ele é a nossa Identidade, nossa história. PATRIMÔNIO HISTÓRICO Patrimônio histórico refere-se a um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico. CARTAS PATRIMONIAIS Desde há muito tempo, medidas administrativas foram adotadas em antigos impérios e reinos para a proteção de edificações importantes para a suas sociedades. A partir do século XIX, um pensamento mais estruturado sobre a proteção do patrimônio cultural começa a ser organizado. Mas somente no início do século XX que posturas, legislações e atitudes mais abrangentes e concretas são postas em prática. Em 1931, surge a Carta de Atenas, que discute a racionalização de procedimentos em arquitetura e propõe normas e condutas em relação à preservação e conservação de

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A IMPORTÂNCIA DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E AMBIENTAL

PATRIMÔNIO CULTURAL

Patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio, devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo. O patrimônio é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações futuras. Do patrimônio cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a ciência em geral. Nos bens móveis, incluem-se por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes. O Patrimônio é importante para a humanidade, já que ele é a nossa Identidade, nossa história.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO

Patrimônio histórico refere-se a um bem móvel, imóvel ou natural, que possua valor significativo para uma sociedade, podendo ser estético, artístico, documental, científico, social, espiritual ou ecológico.

CARTAS PATRIMONIAIS

Desde há muito tempo, medidas administrativas foram adotadas em antigos impérios e reinos para a proteção de edificações importantes para a suas sociedades.

A partir do século XIX, um pensamento mais estruturado sobre a proteção do patrimônio cultural começa a ser organizado. Mas somente no início do século XX que posturas, legislações e atitudes mais abrangentes e concretas são postas em prática.

Em 1931, surge a Carta de Atenas, que discute a racionalização de procedimentos em arquitetura e propõe normas e condutas em relação à preservação e conservação de edificações, para terem caráter internacionais e para garantirem a perpetuação das características históricas e culturais nos monumentos a serem preservados.

As técnicas e as teorias dominantes a cada momento da evolução do pensamento preservacionista, muitas vezes possibilitaram a descaracterização de prédios de valor histórico, ao permitirem certas adaptações de técnicas construtivas ou ao consentirem na modernização de instalações para readequação dos espaços às demandas da vida moderna.

Os documentos gerados inicialmente, em geral, não têm maior grau de observância com a explicação de detalhes para o restauro ou para intervenções nos monumentos de patrimônio histórico.

Assim, com a evolução do pensamento e frente a avaliações de casos ocorridos, outras regulamentações e orientações foram sendo editadas, no esforço

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de controle das modernizações que eram introduzidas pelas intervenções, e para o equacionamento de diretrizes de resgate da memória e da cultura na conservação do patrimônio edificado.

Uma maior e mais criteriosa abordagem sobre restauro aconteceu em 1964 com a elaboração da CARTA DE VENEZA – Carta Internacional do Restauro.

As carta ao longo do tempo, permanecem atuais e são complementadas por novas e recomendações que nos descortinam novos ou mais amplos procedimentos na preservação do patrimônio cultural. Muitas Cartas, Recomendações e Leis propõem tipos de atitudes em relação aos bens patrimoniais, que é necessário analisar os conceitos nelas contidos para uma atitude consciente na adoção de políticas preservacionistas do patrimônio.

RELAÇÃO DAS CARTAS PATRIMONIAIS E SEUS OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Carta de Atenas – sociedade das Nações – outubro de 1931Carta de Atenas – CIAM – novembro de 1933Recomendação de Nova DélhiRecomendação de Paris 1962Carta de VenezaRecomendação Paris 1964Normas de QuitoRecomendação Paris 1968Compromisso Brasília 1970Compromisso SalvadorCarta do RestauroDeclaração de EstocolmoRecomendação Paris 1972Resolução de São DomingosDeclaração de AmsterdãManifesto de AmsterdãCarta do Turismo CulturalRecomendações de NairóbiCarta de Machu PichuCarta de BurraCarta de FlorençaDeclaração de NairóbiDeclaração TlaxcalaDeclaração do MéxicoCarta de Washington 1986Carta PetrópolisCarta de Washington 1987Carta de Cabo FrioDeclaração de São PauloRecomendação de Paris 1989Carta de LausanneCarta do RioConferência de Nara

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Carta de Brasília 1995Recomendação Europa de 1995Declaração de SofiaDeclaração de São Paulo IICarta de FortalezaCarta de Mar del PlataCartagenas de Índias – ColômbiaRecomendação Paris 2003

PATRIMÔNIO IMATERIAL

O debate sobre a conservação do patrimônio imaterial mostra que os processos de produção cultural são tão importantes como o patrimônio material, pois este torna-se uma categoria social quase vazia quando é extirpada de seus valores imateriais.

Estaremos fadados a propor políticas e programas de desenvolvimento que serão de grande importância para a conservação da “cal e da pedra” mas de pouca importância para o engrandecimento humano de homens e mulheres que habitam as nossas cidades.

Os aspectos imateriais da cultura são decisivos para a manutenção da identidade dos povos frente às rápidas mudanças impostas pelo mundo.

No dia 7 de agosto de 2000, foi publicado o decreto instituindo o Registro de Bens Culturais de Natureza Imaterial que constituem o patrimônio cultural brasileiro. O texto da constituição federal de 1988, em seu artigo 216, já reconhecia a dupla natureza material e imaterial dos bens culturais, estabelecendo tanto o tombamento quanto o registro. Como o tombamento pode ser considerado um processo inadequado para a preservação de práticas culturais intangíveis e dinâmicas, necessita-se de instrumentos de identificação, valorização e apoio que favoreçam a sua permanência.

É de fundamental importância que comecemos a explorar, no meio acadêmico e técnico, uma estrutura pública de cuidado com esses bens culturais, que possam organizar:

1- Inventário, pesquisa, registro e difusão do patrimônio imaterial;2- Publicação de obras de referência sobre o patrimônio imaterial brasileiro; 3- Projetos educacionais que contribuam para a transmissão dos conhecimentos

tradicionais e para preservação dos aspectos físicos que dão suporte à existência de manifestações do patrimônio imaterial.

PATRIMÔNIO MATERIAL

A questão do patrimônio histórico perpassa diversos setores da sociedade, trazendo ao debate seu papel no contemporaneidade. O conjunto do patrimônio histórico engloba debate de seu papel na contemporaneidade. O conjunto do patrimônio histórico engloba todos os bens culturais que possuem representatividade para a história e a identidade da sociedade, que seja por sua exemplaridade, que por sua singularidade.

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O conceito de patrimônio histórico tem evoluído ao longo do tempo e a busca de identidade do homem urbano em meio à avalanche de informações dos mais variados setores e dos mais variados matizes – decorrentes do processo de mundialização da cultura e “facilitadas” pelo avanço da tecnologia, que proporciona o acesso à informação em tempo real, pela difusão quase que simultânea à ocorrência dos fatos – tem tirado do homem moderno o sentido de pertencimento.

Na busca de sua identidade o homem recorre, inicialmente, ao patrimônio material no qual se inserem os bens edificados e os objetos que tiveram significado na formação de nossa identidade cultural. Num segundo momento, busca-se o resgate do intangível, o patrimônio imaterial, no qual se inserem as festas, as celerações, os lugares e os saberes que fazem parte de nossa formação cultural e que, de alguma forma, encontram-se latentes no inconsciente coletivo. Pois bem, o resgate dessa história é fundamental, não só sob o aspecto cultura como por sua função social.

As construções históricas que, no passado, tiveram momentos de glória na vida das cidades e hoje se encontram abandonadas e em avançado processo de deterioração precisam ser recuperadas, não só como resgate da cultura e preservando traços de uma época, mas permitindo, também, a possibilidade do estabelecimento de novos usos, sejam eles comerciais ou residenciais.

Antigos prédios comerciais que, no passado, abrigaram lojas e escritórios, hoje podem ser utilizados como residências para a população de baixa renda cumprindo, assim, uma importante função social e contribuindo para a redução do déficit habitacional. A existência de infra-estrutura urbana no entorno desses imóveis torna sua recuperação e utilização muito menos onerosas para a sociedade que a construção de novas moradias. O Projeto Tiradentes, no Rio de Janeiro é um ensaio desse processo de revitalização urbana e contou com aporte de recursos da Caixa Econômica Federal (CEF) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O projeto de revitalização do antigo “Bairro do Recife” tenta unir o resgate histórico cultural com a sustentabilidade do patrimônio, pela criação de pólos de empresas de tecnologia de informação e exportadoras.

Já a utilização de imóveis de valor histórico para fins culturais tem sido lugar-comum nas grandes cidade, como é o caso dos Centros Culturais do Banco do Brasil, no Rio de Janeiro e em São Paulo, e mais recentemente, do Santander Cultural, em Porto Alegre.