A importancia dos_jogos_e_atividades_em_sala_de_aula

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  • 1. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007 DISCUTINDO A IMPORTNCIA DOS JOGOS E ATIVIDADES EM SALA DE AULA (2007)Josiane Patrcia Tessaro Pedagoga formada pela UNESCOrientadora:Ana Paula Martinez Jordo Professora de Psicologia da UNESC. Mestre Educao Especial pela UESCAR Email: [email protected] RESUMOO artigo pretende ressaltar o significado do ldico, a sua importncia no desenvolvimento do ensino-aprendizagem das crianas, bem como a diversidade das brincadeiras que o professor pode utilizar para auxiliar no desenvolvimento das habilidades motoras da criana. Palavras-chave: Ldico, educao infantil, jogos, ensino-aprendizagem, brincadeiraBrinquedos e brincadeiras aparecem com significaes opostas e contraditrias: a brincadeira vista ora como ao livre, ora como atividade supervisionada pelo adulto. O brinquedo expressa qualquer objeto que serve de suporte para brincadeira livre ou fica atrelado ao ensino de contedos escolares. A contraposio entre a liberdade e a orientao das brincadeiras, entre a ao ldica concebida com fim em si mesma, ou com fins para aquisio de contedos especficos, mostra a divergncia de significaes. (Santos, 2004) Vrios autores tm caracterizado a brincadeira como a atividade ou ao prpria da criana, voluntria, espontnea, delimitada no tempo e no espao, prazerosa, constituda por reforadores positivos intrnsecos, com um fim em si mesma e tendo uma relao ntima com a criana (Bomtempo, 1987; Brougre, 1997; De Rose e Gil, 1998; Kishimoto, 1997; Piaget, 1978; Santos, 1998; Wajskop, 1995) Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo 1

2. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007 A partir destas informaes, importante ressaltar que o brincar faz parte da infncia, porm, em vrias ocasies, os adultos (pais ou professores) propem determinadas atividades para as crianas que parecem no cumprir os critrios acima discutidos, mas que so chamadas de brincadeiras pelos prprios adultos. Ateno! Se a atividade imposta ou se parece desagradvel para a criana, tudo indica que no se trata de uma brincadeira, mas de qualquer outra atividade. Retomando o que foi discutido no incio do artigo, uma mesma atividade pode ser considerada uma brincadeira para uma criana, mas no para outra, o que torna o trabalho do educador ainda mais complexo.Conforme Robles (2007) que discute o que brincadeira? Definir a brincadeira no tarefa fcil. De acordo com Kishimoto (1997), uma criana atirando com um arco e flecha pode ser uma brincadeira ou pode ser uma criana que est se preparando para a arte da caa (como pode ocorrer num contexto indgena). Como diferenciar? Toda atividade com brinquedos pode trazer aprendizagem a criana, mesmo que ela seja realizada independente do acompanhamento de um adulto, sozinha a criana pode descobrir e inventar novas maneiras de brincar com determinado brinquedo, apesar de que desta maneira a criana poder levar mais tempo para se relacionar nas brincadeiras de grupos, ou que ela seja realizada de forma direcionada, intencional pelo adulto que vai lhe conduzir para adquirir determinadas habilidades. Mas a melhor maneira de a criana aprender a brincar respeitando seu prprio ritmo, ajud-la e encoraj-la, se necessrio.No processo da educao infantil o papel do professor essencialmente importante, pois ele quem cria os espaos, disponibiliza materiais, participa das brincadeiras, ou seja, faz a mediao da construo do conhecimento. (Martinez, 2002, 2003, 2006)Nos ltimos anos, com a ampla divulgao das idias e prticas construtivistas, esse recurso pedaggico vem ganhando espao crescente nas escolas, mas a quantidade no garante a qualidade. (Cunha, 2001, p.13)O bom uso de jogos em aula requer que tenhamos uma noo clara do que queremos explorar ali e de como faz-lo. importante direcionar para quem, onde e para qual realidade vamos aplicar os jogos. O ato de brincar proporciona a construo do conhecimento de forma natural e agradvel; um grande agente de socializao; cria e desenvolve a autonomia. (Cunha, 2001, p.14)Conforme o autor Kishimoto, (1999) a formao ldica possibilita ao educador conhecer- se como pessoa, saber de suas possibilidades, desbloquearem resistncias e ter uma viso clara sobre a importncia do jogo e do brinquedo para a vida da criana, do jovem e do adulto. nesse sentido que devemos observar com mais ateno o que ns educadores pretendemos ensinar aos nossos alunos, que tipo de cidados pretendemos formar, por que atravs de jogos e brincadeiras que cada um se desenvolve e vai forma a sua identidade. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo 2 3. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007 preciso que os profissionais de educao infantil tenham acesso ao conhecimento produzido na rea da educao infantil e da cultura em geral, para repensarem sua prtica, se reconstrurem enquanto cidados e atuarem enquanto sujeitos da produo de conhecimento. E para que possam mais do que "implantar" currculos ou "aplicar" propostas realidade da creche/pr-escola em que atuam efetivamente participar da sua concepo, construo e consolidao. (Kramer apud MEC/SEF/COEDI, 1996, p.19) Com relao ao jogo, Piaget (1998) acredita que ele essencial na vida da criana. De incio tem-se o jogo de exerccio que aquele em que a criana repete uma determinada situao por puro prazer, por ter apreciado seus efeitos. Em torno dos 2-3 e 5-6 anos nota-se a ocorrncia dos jogos simblicos, que satisfazem necessidade da criana de no somente relembrar mentalmente o acontecido, mas de executar a representao. Em perodo posterior surgem os jogos de regras, que so transmitidos socialmente de criana para criana e por conseqncia vo aumentando de importncia de acordo com o progresso de seu desenvolvimento social. Para Piaget, o jogo constitui-se em expresso e condio para o desenvolvimento infantil, j que as crianas quando jogam assimilam e podem transformar a realidade.Segundo Robles (2007) diferentes abordagens pedaggicas baseadas no brincar bem como os estudos de psicologia infantil direcionados ao ldico, permitiram a constituio da criana como um ser brincante (Wajskop, 1995) e a brincadeira deveria ser utilizada como uma atividade essencial e significativa para a educao infantil. Ainda segundo a autora foi necessrio um longo perodo at se chegar nestas concluses e a brincadeira ser levada como algo srio. Hoje, esta importncia e seriedade em relao ao tema podem ser expressas atravs do advento das brinquedotecas, dos congressos cujo tema central a brincadeira infantil, do crescente nmero de artigos e trabalhos cientficos com base no estudo das brincadeiras etc. Na educao, no podemos deixar de nos referir ao Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil (1998) que ressalta a importncia da brincadeira quando afirma que educar significa propiciar situaes de cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas. (p.23)Para Vygotsky (1998), o desenvolvimento ocorre ao longo da vida e as funes psicolgicas superiores so construdas ao longo dela. Ele no estabelece fases para explicar o desenvolvimento como Piaget e para ele o sujeito no ativo nem passivo: interativo. Ainda segundo Vygotsky (1998) a criana usa as interaes sociais como formas privilegiadas de acesso a informaes: aprendem regra do jogo, por exemplo, atravs dos outros e no como o resultado de um engajamento individual na soluo de problemas. Desta maneira, aprende a regular seu comportamento pelas reaes, quer elas paream agradveis ou no. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo 3 4. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007Segundo Loureno (2004) o brincar caminho natural do desenvolvimento humano, competente nos seus efeitos e oferece a quem dele faz uso, a construo de uma base slida para toda a vida, pois capaz de atuar no desenvolvimento cognitivo e emocional de forma natural e harmnica. O brincar desenvolve as habilidades da criana de forma natural, pois brincando aprende a socializar-se com outras crianas, desenvolve a motricidade, a mente, a criatividade, sem cobrana ou medo, mas sim com prazer. (Cunha, 2001, p.24) Conforme Cunha (2001, p.28) brinquedos muitas vezes ajudam no desenvolvimento da vida social da criana, especialmente aqueles usados em jogos cooperativos. Eles so de vital importncia ao desenvolvimento e educao da criana em crescimento, por estimular sua imaginao, sua capacidade de raciocnio e sua auto-estima. So parceiros silenciosos que desafiam a criana, possibilitando descobertas e estimulando a auto-expresso. A criana deve explorar livremente o brinquedo, mesmo que no seja da maneira que espervamos. No podemos interromper o pensamento da criana ou atrapalhar a simbolizao que est realizando. Devemos nos limitar a sugerir, a estimular, a explicar, sem impor nossa forma de agir, para que a criana aprenda descobrindo e compreendendo, e no por simples imitao. A participao do adulto deve ser em ouvir, motiv-la a falar, pensar e inventar. O brinquedo entendido como objeto, suporte da brincadeira, supe relao intima com a criana, seu nvel de desenvolvimento indeterminao quanto ao uso, ou seja, a ausncia de um sistema de regras que organize sua utilizao. (Kishimoto, 1997, p. 23) Brincando, a criana desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando com amigos, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprender regras e conseguir uma participao satisfatria nas brincadeiras. No jogo, ela aprende a aceitar regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustraes e elevar o nvel de motivao. Nas dramatizaes, a criana vive personagens diferentes, ampliando sua compreenso sobre os diferentes papis e relacionamentos humanos. (Cunha, 2001, p.14)Ainda conforme Cunha o ato de brincar em si, geralmente exige um brinquedo, que pode ser um objeto tangvel ou intangvel. A criana brinca com brinquedos gradualmente cada vez mais sofisticados, medida em que a criana cresce.Segundo Oliveira (2002, p.160) ao brincar, afeto, motricidade, linguagem, percepo, representao, memria e outras funes cognitivas esto profundamente interligadas.Quando a criana interage com os objetos e com outras pessoas, constri relaes e conhecimentos a respeito do mundo em que vive. Aos poucos, a escola, a famlia em conjunto, devem favorecer o ato de liberdade para a criana, uma sociabilizao que se dar gradativamente, atravs das relaes que ela ir estabelecer com seus colegas, professores e outras pessoas. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo 4 5. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007Mas, para que isso acontea, a criana no deve ser impedida, nem oprimida em seus sentimentos e desejos. Suas diferenas e experincias individuais devem, principalmente na escola, ter um espao relevante sendo respeitadas entre a criana, o adulto e outras crianas. Brincando em grupo as crianas envolvem-se em uma situao imaginria onde cada um poder exercer papis diversos aos de sua realidade, alm de que, estaro submetidas a regras de comportamento e atitude. Uma das tarefas centrais do desenvolvimento nos primeiros anos de vida a construo dos sistemas de representao, tendo papel-chave neste processo a capacidade de jogar com a realidade. neste sentido que podemos dizer que o jogo simblico constitui a gnese da metfora, possibilitando a prpria construo do pensamento e a aquisio do conhecimento. (Kishimoto, 2003, p. 46, 47)As atividades ldicas possuem objetivos pedaggicos especficos, para o desenvolvimento do raciocnio e aprendizado do aluno, em qualquer fase. Mas na educao infantil elas so, necessrias para que a criana possa aprender brincando, desenvolvendo sua coordenao motora em todos os aspectos, tornando a aula mais prazerosa, j que o aluno precisa comear a ter noo de tempo, espao, aprender a dividir, trabalhar em grupo e individualmente. As atividades ldicas possibilitam ao aluno ainda, vivenciar diferentes sentimentos como alegria, cime, inveja e experincias de trabalhar em equipe, possibilitam a interao, a competio e o estmulo astcia. Os jogos proporcionam tambm a interdisciplinaridade, e o entrosamento no s entre os alunos, mas todo o corpo docente que de alguma forma se envolve para a realizao dos eventos. (Martinez, 2005, 2006) Conforme Robles (2007), a brincadeira pode e deve ser privilegiada no contexto educacional (no apenas na Educao Infantil, mas no Ensino Fundamental tambm). A escola, atenta aos inmeros benefcios que a brincadeira traz, bem como nas possibilidades que elas criam de se trabalhar diferentes contedos em forma ldica, deve lutar sempre pra que tais atividades sejam privilegiadas e bem aceitas pelas crianas e pelos adultos responsveis.Robles ressalta ainda lembrar que no so necessrios espaos muito estruturados ou objetos complexos para que ocorra uma brincadeira. Espaos simples, com objetos fceis de serem encontrados e manipulados podem se transformar em grandes aliados do educador. Pense um instante: o que as brincadeiras como esconde-esconde, pega-pega, passa-anel, bingo, boliche, morto - vivo; queimada, pular corda, corre cutia favorecem? Vrias habilidades e conhecimentos, no mesmo? Todas elas propiciam cooperao, estabelecimento e cumprimento de regras, aprendizagem de se colocar no lugar do outro etc. necessrio mostrar ao professor que atravs do seu papel pode-se garantir o enriquecimento da brincadeira como atividade social da infncia. Levando em considerao que a brincadeira deva ocupar o espao central na educao, e que o professor figura fundamental para que isso acontea, criando os espaos, oferecendo material e estabelecendo as brincadeiras. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo5 6. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007Para (Martinez, 2005, 2007) no possvel construir um conhecimento pedaggico para alm dos professores, isto , que ignore as dimenses pessoais e profissionais do trabalho docente. No se quer dizer, com isso, que o professor seja o nico responsvel pelo sucesso ou insucesso do processo educativo. No entanto, de suma importncia sua ao como pessoa e como profissional, vai depender de sua criatividade. A interveno intencional baseada na observao das brincadeiras das crianas, oferecendo- lhes material adequado, assim como um espao estruturado para brincar permite o enriquecimento das competncias imaginativas, criativas e organizacionais infantis, (...) pois assim quem brinca elabora de forma pessoal e independente suas emoes, sentimentos, conhecimentos e regras sociais. (Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil, 1998, p.29) Algumas importncias do ldico no ensino-aprendizagem so: facilitar a aprendizagem ajuda no desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa sade mental, prepara para um estado interior frtil, facilita o processo de socializao, comunicao, construo do conhecimento, propicia uma aprendizagem espontnea e natural, estimula a critica e a criatividade. Para Amarilha o ldico no est apenas no ato de brincar, tambm faz parte da leitura, no apropriar-se da leitura como forma natural de descobrimento e compreenso do mundo. A ludicidade depende diretamente da compreenso do texto, sendo que ambas podem ser ensinadas. As figuras do livro como brinquedo, contribuem na formao de um futuro leitor afirma que o objeto, sons, movimentos, cores, figuras, pessoas, tudo pode virar brinquedo atravs de um processo de interao em que funcionam como alimentos que nutrem a atividade ldica, enriquecendo. Todos devem estar abertos absoro do ldico, para reconhecer a sua importncia enquanto fator de desenvolvimento da criana. aconselhvel e importante que todas as salas de aulas tivessem um cantinho com brinquedos e materiais para brincadeiras. As crianas podem tambm aprender a produzir seus brinquedos. O que ocorre geralmente nas escolas que o trabalho de construir brinquedos com sucatas fica restrito s aulas de arte, enquanto professores poderiam desenvolver tambm este trabalho nas reas de teatro, msica, cincias etc., integrando aos conhecimentos que so ministrados. A sucata um recurso, se mostra como um lixo real e depois de transformada em algo passamos a dar origem a objetos construtivos e expressivos.Haja vista que ainda existe o mito em que muitas pessoas acreditam que os jogos e brincadeiras, o ldico de maneira geral, devem ser realizados apenas nas aulas de educao fsica, deixando de lado todo encanto e magia do ato de aprender brincando. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo6 7. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007Ao tratar do tema jogos em sala de aula, deve-se levar em considerao muitos aspectos, a idade dos alunos, seus gostos e preferncias, o material disponibilizado, a metodologia de ensino adotada pelo professor e muitas outras caractersticas que iro influenciar nos resultados das atividades desenvolvidas. Conforme Martinez (2005, 2006, 2007) conhece-se muito pouco de comportamentos de crianas em situao de escolha livre, muito embora, estas situaes sejam muito freqentes no cotidiano das creches, uma vez que as educadoras disponibilizam brinquedos e sucatas e deixam as crianas brincarem livremente nas situaes no estruturadas. Neste contexto, ressalta-se a importncia do adulto na pr-escola e no ensino fundamental como o responsvel pela escolha dos materiais escolares e atividades que sero desenvolvidas em sala de aula e como o responsvel em gerar condies para que a criana possa escolher as atividades e materiais preferidos. Citado por Martinez (Oliveira, 1990, Fonseca, 2003, Pontes, 2003; Machado, 2003; Abramovics e Kramer, 1991; Silveira e Abramovics, 2002; Martinez e Gil, 2002) Realizou-se uma pesquisa de campo com nove professoras de escolas estaduais do municpio de Cacoal, na oportunidade foram aplicados 30 questionrios com oito questes abertas. Apenas nove professores devolveram o questionrio respondido. A referida pesquisa objetivou possibilitar o esclarecimento a respeito importncia dos jogos em sala de aula atravs de pesquisas realizadas em materiais didticos disponveis, vindo a contribuir para a melhoria das atividades ldicas aplicadas pelos professores em sala de aula.Muitas crianas hoje convivem alm dos limites com videogames, televiso e computador, deixando de lado o prazer de criar brinquedos com caixinhas, latas e madeirinhas, nem mesmo com jogos de montar, quebra-cabea, encaixe e muitos outros.Na pressa do dia-a-dia, os pais e professores tentam simplificar suas rotinas e tarefas, oferecem brinquedos prontos e que no requerem montagem, para no fazerem sujeira ou baguna. Algumas so tratadas como adultos em miniatura onde o que mais importante estudar, aprender, adquirir conhecimentos, desenvolver habilidades, estimular as inteligncias, visando aos objetivos alheios aos seus interesses. A brincadeira no um passatempo, ela ajuda no desenvolvimento, promovendo processos de socializao e descoberta do mundo. Verificou-se nas verbalizaes dos professores que os mesmos conhecem as regras de aplicao dos jogos que usam em sala de aula, mas desconhecem os conhecimentos da rea de psicomotricidade e desenvolvimento que so necessrios para a escolha adequada do material.Muitas vezes os aplicam sem fazer um prvio planejamento, onde deveria estar analisando e levando em considerao a idade dos alunos, pois este o principal aspecto que deve ser observado antes de aplicar os jogos, pois cada jogo tem uma funo que vai desenvolver em cada idade da criana um conhecimento especfico. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo7 8. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007 Tabela 1 - Descrio da opinio dos participantes sobre a utilizao dos jogos em sala de aula. Descrio dos 1. Qual a sua opinio sobre os jogos em sala de aula? participantes Professora A.Acho muito importante para desenvolver a aprendizagem. Professora B.So constritivos, educativos e ajudam a desenvolver o raciocnio. Professora C.So recursos que ajudam muito na assimilao e compreenso dos contedos. Professora D.Os jogos so estmulos para o interesse do aluno, alm de aumentar a criatividade. Professora E.So timos recursos nas atividades pedaggicas.Ajudam no rendimento escolar e desperta o interesse e a curiosidade e isso faz com que Professora F.eles aprendam.Os jogos vo estimular o aluno, desenvolver a coordenao motora, o raciocnio lgico, Professora G.espao, tempo, ajuda tambm a socializao do grupo. Professora H.Importante para a integrao social da criana e seu desenvolvimento cognitivo.So importantes para que o aluno desenvolva suas habilidades motoras, sensoriais e para Professora I.ajudar o entrosamento entre o grupo. Professora J.Os jogos estimulam e desenvolvem o raciocnio lgico do aluno. Verifica-se nas verbalizaes apresentadas na Tabela 1 que praticamente todas as professoras descrevem os jogos como cruciais para o desenvolvimento da criana e importantes para estimular o raciocnio. Tabela 2 - Descrio da opinio dos participantes sobre a utilizao dos jogos em sala de aula. Descrio dos2. Voc costuma utilizar jogos? E os resultados tm sido satisfatrio? participantes Professora A. Freqentemente. Bem satisfatrios. Professora B. Sim. Muito bons. Professora C. Sempre. Bem positivos. Sempre. muito satisfatrio, porque a criana vai relaxar, aprender, se interessar e ter Professora D. mais vontade e disposio. Professora E. Sim. Os alunos sentem-se mais interessados. Professora F. Utilizo. Desde que aderi esta prtica notei um melhor desempenho escolar. Professora G. Sim. muito satisfatrio porque a criana brincando vai aprender. Professora H. Sim. Os resultados so timos. Professora I. Sim. As atividades ldicas estimulam e contribuem para o desenvolvimento da criana. Professora J. Sim. Pois desperta o esprito de competio, e os leva a pensar. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo 8 9. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007Verifica-se nas verbalizaes apresentadas na Tabela 2 que h um consenso entre as professoras sobre o emprego dos jogos como um instrumento funcional para o desenvolvimento da criana, a professora F verbalizou que verificou melhora no desempenho dos alunos, a professora J ressaltou as condies para a competio em sala de aula.Tabela 3 - Descrio da opinio dos participantes sobre a utilizao dos jogos em sala de aula.Descrio dos3. Quais os jogos e brincadeiras que voc trabalha com seus alunos?participantesProfessora A. Quebra-cabea, domin, alfabeto mvel.Professora B. Trilha, dama, dado, jogo da memria.Professora C. Sempre que h necessidade uso jogo da memria, quebra-cabea.Professora D. Fao competies, uso domin, folha de sulfite, bola, joguinhos.Professora E. Bingo pedaggico, jogo da velha, trilha, produo de texto coletivo.Professora F. Dama, jogo da memria, quebra-cabea e pintura.Professora G. Quebra-cabea, bola, roda, brinquedos pedaggicos, domin.Professora H. Tabuada de palavras, bingo de matemtica, domin, quebra-cabeas.Professora I. Stop, jogo da velha, amarelinha, jogo dos erros, domin com sinnimos e antnimos.Professora J. Domin, stop, dama, forca, futebol, vlei.Observa-se na tabela 3 que as professoras utilizam os jogos em sala sem fazer um planejamento, por serem atividades simples, que dispensam materiais diferenciados. Tabela 4 - Descrio da opinio dos participantes sobre a utilizao dos jogos em sala de aula. Descrio dos 4. Em quais disciplinas voc utiliza os jogos? participantes Professora A. Em matemtica. Professora B. Interdisciplinar. Professora C. Sempre que h necessidade, em todas as disciplinas. Professora D. Dependendo da atividade do dia utilizo jogos em todas as disciplinas. Professora E. Lngua portuguesa e redao. Professora F. Em todas, mas especialmente em matemtica, porque eles tm mais dificuldades. Professora G. Em todas. Professora H. Os jogos so interdisciplinares, desde que atenda a faixa etria e a necessidade do aluno. Em todos os momentos, a educao infantil precisa ser estimulada, e ter um dia-a-dia Professora I. sem rotina. Professora J. Interdisciplinar. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo9 10. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007 Na tabela 4 pode-se notar que as professoras utilizam na sua maioria os jogos em atividades interdisciplinares ou na matemtica. A contribuio deste trabalho demonstrou os resultados diante das pesquisas realizadas em materiais didticos confrontados com o conhecimento adquirido ao longo do curso, nos permite observar a grande diferena que faz ao aprendizado do aluno ter o ldico como seu parceiro em sala de aula, e pode-se notar tambm que os professores sabem da importncia do ldico no desenvolvimento do ensino-aprendizagem do aluno, mas as brincadeiras ainda so feitas de maneira improvisada, sem planejamento, ento na maioria das vezes ineficazes. Verifica-se que a brincadeira alguma forma de divertimento tpico da infncia, isto , uma atividade natural da criana, que no implica em compromisso, planejamento ou seriedade e que envolve comportamentos espontneos e geradores de prazer.Conhece-se tambm melhor o que realmente um brinquedo e a sua funo, ou seja, um brinquedo um objeto ou uma atividade ldica, voltada nica e especialmente para o lazer. Na pedagogia, um brinquedo qualquer objeto que a criana possa usar no ato de brincar. No se pode deixar de lembrar que toda atividade pedaggica deve ser estimulada e sempre receber o apoio dos pais, colegas e professores, para que se alcance o objetivo esperado.O aluno tem a necessidade de receber todo o apoio significativo que venha a melhorar seu desempenho escolar e tambm a desenvolver suas habilidades e conhecimentos. O trabalho com material de jogos em sala de aula dever ser empregado para levantar dados para perceber a qualidade e o grau de conhecimento do aluno, dando oportunidade para que o aluno possa escolher ele mesmo o seu caminho. Cabe a escola trabalhar da melhor forma qual com os alunos e levar em considerao as diferenas de cada um e trabalhar o respeito entre si e isso tudo pode ser percebido e desenvolvido com a ajuda de jogos, brincadeiras e dinmicas na prpria sala de aula. Josiane Patrcia Tessaro, Ana Paula Martinez Jordo 10 11. www.psicologia.com.ptDocumento produzido em 02-08-2007 REFERNCIAS BIBLIOGRFICASABRAMOWICS, A; KRAMER, S. (1991) O rei esta n; um debate sobre a pr-escola. Em; Caderno Cedes, n 9, Campinas. SP. Papirus, p 27-35BOMTEMPO, E. Aprendizagem e brinquedo. In: G.P.Witter e J.F.B. Lomnaco (orgs). Psicologia da Aprendizagem. So Paulo: EPU, 1987.BRASIL. Ministrio da Educao e do Desporto. Secretaria de Educao Fundamental, Referencial Curricular Nacional para a Educao Infantil. Vol.1 Braslia: MEC/SEF, 1998. BROUGRE, G. Brinquedo e cultura. So Paulo: Cortez Editora, 1997.CUNHA. N. H. S., Brinquedoteca: um mergulho no brincar. 3. Ed. So Paulo: Vetor, 2001. DE ROSE, J. C. C.; GIL, M. S. C. A. Toward a functional analysis of playing and its educational significance. IV International Congress on Behaviorism and the Sciences of Behavior. Sevilha, Espanha, 1998. FONSECA, M. L. S. (2003) Adaptao Escolar; Como viver este momento. UEI, UFCG. 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