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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DO NOME PRÓPRIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA ALFABETIZAÇÃO Andréa Guimarães da Silva dos Santos Rio de janeiro – 2003

A IMPORTÂNCIA DO NOME PRÓPRIO NA EDUCAÇÃO … GUIMARAES DA SILVA DOS SA… · A Deus, pelas bênçãos que ... importância do nome próprio para construção da escrita

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO NOME PRÓPRIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA ALFABETIZAÇÃO

Andréa Guimarães da Silva dos Santos

Rio de janeiro – 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DO NOME PRÓPRIO NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA A ALFABETIZAÇÃO

Monografia apresentada como exigência final do Curso de Pós- Graduação em Supervisão Escolar.

Orientadora: Professora Yasmim Maria

Andréa Guimarães da Silva dos Santos

Rio de Janeiro - 2003

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Ao Lucas, que me trouxe a felicidade de a cada dia poder demonstrar um amor imensurável, o de ser MÃE. “Te amo demais”.

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A Deus, pelas bênçãos que não têm fim. Aos meus pais, Angelo e Libania, por terem me ensinado o caminho em que eu deveria andar, com a sabedoria vinda dos céus. Ao Werlem pelo carinho, compreensão e o incentivo nos momentos difíceis. Aos meus irmãos e Cia pelo apoio e pela família que nós somos. Valeu!!!

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“Através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói o mundo – o que ela gostaria que ela fosse, quais as suas preocupações e que problemas estão assediando. Pela brincadeira, ela expressa o que teria dificuldade de colocar em palavras. Nenhuma criança brinca espontaneamente só para passar o tempo, (...) sua escolha é motivado por processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo que não a entendemos”. (Bruno Bettelheim – Uma Vida para seu Filho. In: Professor da Pré-escola, 1992, p.89 )

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................07

I – A EDUCAÇÃO INFANTIL......................................................................................................10

1.1 A Instituição e a Legislação..........................................................................................10 1.2 O Espaço Infantil: Um ambiente alfabetizador e de prazer......................................15

II – O NOME PRÓPRIO.................................................................................................................19

1.1 Identidade......................................................................................................................19 1.2 A primeira palavra alfabetizadora...............................................................................21

III – CONCLUSÃO..........................................................................................................................23 IV - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................25 ANEXO...............................................................................................................................................27

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INTRODUÇÃO

Antes de ingressarem na escola, as crianças sabem muito sobre a linguagem escrita. Apesar

de não terem aprendido a ler e escrever, elas possuem contato direto com a escrita através do meio

que estão inseridas e tudo que faz parte do seu ambiente familiar. A apreensão e utilização de

recursos comunicativos se inicia muito antes da escolarização propriamente dita.

Entretanto, sabemos que muitas crianças não têm oportunidade de fazer parte de um

ambiente sóciocultural tão rico e variado quanto a língua escrita.

O crescimento intelectual da criança se dá na interação com os adultos e com outras crianças.

O convívio no espaço escolar, na família e no grupo social, faz com que seja maior ou menor a

desenvoltura no domínio da linguagem falada ou escrita.

Frank Smith (1989, p.250), nos afirma que :

“As crianças começam a ler com a primeira palavra escrita que são capazes de reconhecer. A informação não-visual é tão importante que o potencial de leitura é aumentado com cada expansão do conhecimento de uma criança sobre o mundo ou sobre a linguagem falada”.

Ao conviver e interagir com a linguagem escrita em sua vida social, a criança observa, pensa,

faz perguntas, cria hipóteses, experimenta, toma decisões, tira conclusões. Tudo isto sem hora

marcada ou local pré-determinado para acontecer.

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Não existem materiais ou exercícios para ensinar às crianças como é utilizada a linguagem

escrita. Geralmente as crianças aprendem sem que qualquer pessoa perceba que estão aprendendo.

Uma das perguntas importantes que Ferreiro e Teberosky (1985, p. 181) nos colocam é a

seguinte:

“A partir de que momento a criança dá uma interpretação à sua escrita ? A partir de que momento deixa de ser um traçado para se converter num objeto substituto, numa representação simbólica ?

Para estas perguntas ainda não se têm respostas, mas uma coisa torna-se clara: a grande

importância do nome próprio para construção da escrita.

Segundo Ferreiro e Teberosky (1985, p.215), “O nome próprio como a primeira forma escrita dotada de estabilidade, como protótipo de toda escrita posterior, em muitos casos, cumpre uma atenção muito especial na psicogênese”.

O nome próprio é uma palavra que apresenta um forte conteúdo significativo e emocional

para todos. É o primeiro sinal de identidade e reconhecimento.

Partindo destes dados importantes, buscarei, na Educação Infantil a identificação e a

construção do nome dotada de forma significativa para a criança. Levando a escrita e a leitura de

outros nomes e até mesmo à sua alfabetização, de maneira lúdica e prazerosa. Considerando o

pensamento e a linguagem da criança.

Colocando a Educação Infantil como um espaço de prazer e de oportunidades para todas as

crianças, ao qual o professor é um importante elo para o processo de desenvolvimento da criança e

até mesmo para o seu sucesso.

“Nas escolas maternais e nos jardins-de-infância, especialmente se os estudos acadêmicos não forem exigidos demasiadamente cedo ou com

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demasiada energia, a criança aprende mais ou menos a brincar com outras crianças e a tornar-se familiarizada com os materiais que a preparam para a aprendizagem formal. Possivelmente, o que mais influencia nessas experiências primordiais na futura carreira acadêmica da criança é o encontro com sua professora. É através dela que a criança se encontra com o sistema educacional. Caso as coisas decorram bem, a criança aprende a defrontar-se adequadamente com as exigências escolares e encontra satisfação com o fato de ser capaz de proceder desta forma. Mas, se as coisas não se desenvolvem a contento, a criança se torna desconfiada com a professora e com os objetivos da professora e do sistema escolar. A criança fecha, então, a sua mente perante os esforços da professora a até mesmo aprende a combater o sistema; isola-se para dentro dela ou torna-se um pequeno rebelde”. (Bettelheim e Zelan, 1981, p.16)

Entretanto, iniciarei fazendo uma abordagem na concepção educacional infantil que era

marcada por características assistencialistas, sem considerar as questões de cidadania ligadas aos

ideais de liberdade e igualdade. E um estudo nas legislações que vigoram em nosso país: a

Constituição Brasileira e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, que estabelecem a

Educação Infantil como a primeira etapa da educação básica e tem como finalidade o

desenvolvimento integral da criança.

Que no seu processo de desenvolvimento Kramer (2000, p.13), nos afirma que:

“...há influências marcantes do seu meio sócio-econômico e cultural, e que podem ser identificadas na medida em que se perceba a diversidade cultural que caracteriza nosso contexto social e, portanto, que existe em nossas escolas”.

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I . A EDUCAÇÃO INFANTIL

1.1 – A Instituição e a Legislação

Muitas famílias brasileiras vivem em total desamparo e pobreza. As crianças têm seu tempo de

infância prejudicado pela pobreza, os caminhos por elas trilhados não são adequados às

necessidades infantis.

Muitos pais não podem cuidar de seus filhos, portanto, eles ficam a mercê da própria sorte,

muitos com a responsabilidade de sustentar a família, outros marginalizados ou explorados pela

sociedade.

A finalidade social da Educação Infantil apresentou durante muitos anos concepções divergentes

quanto ao seu atendimento institucional. As instituições tiveram como principal objetivo atender

necessariamente às crianças de baixa renda, justificando-se para atendimentos de baixo custo, com

aplicações orçamentárias insuficientes dificultando as políticas públicas, a escassez de recursos

materiais, a precariedade de instalações, a formação e a qualificação insuficiente dos profissionais, a

ausência de propostas pedagógicas e alta proporção de crianças por adultos.

O trabalho institucional foi pautado por uma visão que estigmatizava a população de baixa

renda, caracterizando-se pelo assistencialismo, sem levar em consideração as questões de cidadania

ligadas aos ideais de liberdade e igualdade. Sem o compromisso com os direitos e necessidades das

crianças e suas famílias, tornando-se uma instituição com educação “pobre para pobres”.

Cabe fazer um breve histórico da legislação a respeito da Educação Infantil em nosso país,

buscarei através desta a Constituição Brasileira que entrou em vigor no dia 5 de outubro de 1988,

que assegura em seus artigos referentes à educação que: “O dever do Estado com a educação

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efetivar-se-á mediante a garantia de atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos

de idade”.

Essa “Educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.

“Os programas de educação pré escolar serão da competência dos municípios, devendo por eles ser mantidos com a cooperação técnica e financeira da União e do Estado”.

Os municípios infelizmente não têm investido na Educação Infantil. Estão preferindo

investir no Ensino Fundamental, para receberem de volta o montante correspondente a seu

atendimento, ou seja, o FUNDEF (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino

Fundamental e de Valorização do Magistério) que reúne parte das receitas dos estados e municípios,

destinados à manutenção do Ensino fundamental.

Ainda de acordo com a Constituição,

“É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, a saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”.

Para que estes direitos sejam de fato assegurados, o item educação tem importância

fundamental na medida em que uma boa escolaridade pode dar acesso a cultura e à

profissionalização digna.

Reafirmando a Constituição Brasileira à Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, n.º

9394, promulgada em dezembro de 1996, estabelece a Educação Infantil como a primeira etapa de

educação básica.

No título V, capítulo II, seção II, lemos:

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“Art. 29_ A Educação Infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade”.

A vinculação da Educação infantil ao direito da criança, e não somente ao direito as

mães ou famílias, significa um progresso significativo na concepção do que deve ser esse

atendimento, superando a idéia de que creche e a pré-escola têm como finalidade principal vigiar as

crianças durante a jornada de trabalho das mães.

“Art. 30_ A Educação Infantil será oferecida em: I_ creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três de

idade; II _ pré-escolas, para crianças de quatro a seis anos de idade”.

A definição de Educação Infantil envolvendo tanto a creche como a pré- escola, em

condições de igualdade, foi um passo muito grande para legitimidade.

“Art. 31_ Na Educação Infantil a avaliação far-se-á mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”.

A LDB, também, dispõe no título IX, Das Disposições Transitórias, art. 89, que:

“As creches e pré-escolas existentes ou que venham a ser criadas deverão, no prazo de três anos, a contar da publicação desta Lei, integrar-se ao respectivo sistema de ensino”.

No título IV, que trata da organização da Educação Nacional, art. 11, V, considerar-se que:

“Os municípios incumbir-se-ão de: (...) oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino”.

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A inclusão da Educação Infantil como primeira etapa da educação básica significa um grande

avanço, pois reconhece os primeiros anos de vida na formação educacional geral.

No título VI, Dos Profissionais da Educação:

“Art. 62_ A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal”.

Se desejamos educar crianças integras, criativas, inteligentes e solidárias, precisamos de

políticas de formação que busquem o mesmo entre seus educadores. Não há educação de qualidade

sem política de formação de qualidade.

Ainda existe grande distância das leis citadas e a realidade da Educação Infantil. Modificar a

concepção de educação assistencialista significa atentar para vários aspectos que vão muito além dos

aspectos legais. Como, assumir as especificidades da Educação Infantil, que deve promover a

integração entre os aspectos físicos, emocionais, afetivos, cognitivos e sociais. Rever concepções

sobre a infância, as relações entre classes sociais, as responsabilidades da sociedade e o papel do

Estado diante das crianças pequenas.

É ter e manter um espaço infantil onde a criança tenha o prazer de interagir e desenvolver-se

através da participação, da expressão, da comunicação, do pensamento, das suas individualidades e

diferenças, e da sua interação social com o grupo heterogêneo de forma lúdica.

“Isso significa reconhecer que as crianças são diferentes e têm especificidades, não só por pertencerem a classes diversas ou por estarem em momentos diversos em termos do desenvolvimento psicológico. Também os hábitos, costumes e valores presentes na sua família e na localidade mais próxima interferem na sua percepção do mundo e na sua inserção. ...as relações estabelecidas entre os profissionais da escola, desses com as crianças, com as famílias e com a comunidade, precisam ser norteadas por essa visão real da heterogeneidade – rica em contradições... Essa diversidade nos coloca o desafio de buscar as alternativas necessárias para

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atender as crianças - e cada criança - , compreendendo-as a partir das suas experiências concretas de vida". (Kramer, 2000, p.22)

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1.2 – O Espaço Infantil: Um ambiente alfabetizador e de prazer

A instituição infantil é um espaço de aprendizagem e necessita ser fonte contínua de prazer

para despertar situações adequadas para motivar o interesse de aprender através da construção. É a

criança que constrói o seu processo de aprendizagem, o seu desenvolvimento depende da relação

dela com o meio para alcançar o seu conhecimento.

Para Piaget,” o desenvolvimento resulta de combinações entre aquilo que organismo traz e as circunstâncias oferecidas pelo meio: o eixo central, portanto, é a interação organismo/meio”. (Kramer, 2000, p. 29)

A criança desde cedo pode construir idéias de como se lê e de como se escreve, se ela

participa e presencia diversos atos de leitura e escrita. Se em seu cotidiano vivência experiências

prévias com a palavra escrita que são fundamentais para base da sua futura aprendizagem, do seu

sucesso na escola.

Se a criança tem pouco acesso à escrita e se os contatos forem pouco significativos, como

poderá ter a curiosidade despertada para essa conquista?

Através do papel importante da instituição e do professor. Criando um ambiente

alfabetizador. Mostrando o que é a língua escrita e sua importância na sociedade onde vivem,

abrindo os seus horizontes para descoberta do prazer de ler e escrever.

Não se pode confundir um ambiente alfabetizador, com uma sala com paredes cobertas de

textos expostos, móveis e objetos com nomes etiquetados e muitas outras coisas já vistas. Pensando

que assim, seja uma maneira atrativa de expor a escrita e despertar o interesse da criança.

Um ambiente alfabetizador propicia oportunidades reais de leitura e escrita com a

participação da criança, considerando o seu interesse e a sua realidade, trazendo sentido para sua

vida. Principalmente quando ela provem de comunidades pouco letradas.

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“Enquanto as crianças não vêem sentido na palavra impressa, enquanto a consideram arbitrária ou absurda, não encontram razões para atentarem à escrita”. (Smith,1989, p.240)

A riqueza de impressão se encontra no mundo visual, como out-doors, lanchonetes,

supermercados, comerciais de televisão, rótulos de alimentos, de materiais de limpeza, gibis,

panfletos etc. Possuem uma escrita atrativa e significativa, a informação visual está de acordo com o

conteúdo apresentado. As crianças prestam atenção para isso, mesmo não sabendo ler.

A palavra impressa quando tem significado visual para criança, faz com que ela levante

hipóteses, propiciando uma base efetiva de aprendizado.

É o professor que atua como o condutor e mediador. Faz a ligação da criança e o

desconhecido, trazendo objetos de conhecimento para perto, tornando-os observáveis, palpáveis e

familiares. Oferecendo experiências ricas e variadas com a palavra viva. Dando continuidade e

ampliando as experiências vivenciadas antes de ingressarem na instituição.

O professor poderá ter como sua prática constante:

- a leitura diária de histórias, poesias, letras de músicas, notícias de jornais, reportagens de

revistas, instruções de jogos, anúncios, cartazes, encartes, rótulos de embalagens;

- escrever e ler textos criados por ele e pelos alunos, usando-os como material de leitura da

turma;

- registrar (no quadro-de-giz, no blocão) o que as crianças dizem para que possam visualizar a

escrita e compreender que tudo o que falam, pensam e sentem pode ser representado através da

escrita;

- escrever com os alunos e enviar bilhetes para familiares e conhecidos, convites, cartas para

diferentes pessoas ou para outras turmas;

- oferecer livros, jornais, revistas, álbuns ilustrados para que os alunos interajam com materiais

impressos;

- fazer relatórios de trabalhos realizados pelo grupo (dramatizações, pesquisas, passeios,

entrevistas, jogos) desde o planejamento até a avaliação.

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E o prazer de brincar, também contribuiu para o desenvolvimento e o aprendizado da criança?

Sim. A instituição infantil tem que garantir como atividade principal da criança a brincadeira.

“Chamamos atividade principal aquela em conexão com a qual ocorrem as mais importantes mudanças no desenvolvimento psíquico da criança e dentro da qual se desenvolvem processos psíquicos que preparam o caminho da transição da criança para um novo e mais elevado nível de desenvolvimento”. (A. N. Leontiev - Os Princípios Psicológicos da Brincadeira Pré-escolar. O professor da Pré-escola - vol. I – MEC)

A brincadeira é um espaço de aprendizagem onde a criança age além do seu comportamento

cotidiano e do das crianças de sua idade, a criança cria situações imaginárias em que se comporta

como se fosse maior do que é na realidade, realizando simbolicamente o que mais tarde realizará na

vida real.

A diferenciação de papéis se faz presente sobretudo no faz-de-conta, funções sociais

generalizadas a partir da observação do mundo dos adultos. A criança pode expressar, de modo

simbólico, suas fantasias, seus desejos, medos, sentimentos agressivos e os conhecimentos que vai

construindo a partir das experiências que vive. Imitando e recriando personagens, objetos, animais

observados ou imaginados na sua vivência.

A fantasia e a imaginação faz com que a criança aprenda mais sobre a relação entre as

pessoas, sobre o eu e sobre o outro. Sendo fundamental para o desenvolvimento da identidade,

socialização e autonomia.

O espaço da instituição deve propiciar, condições para que as crianças possam usufruí-lo em

benefício do seu desenvolvimento e aprendizagem. Para tanto, é preciso que o espaço seja versátil,

permeável a sua ação, sujeito as modificações propostas pelas crianças e pelos professores em

função das ações desenvolvidas.

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Na área externa, há que se criar espaços lúdicos que sejam alternativos e permitam que as

crianças corram, balancem, subam, desçam, escalem ambientes diferenciados, pendurem-se,

escorreguem, rolem, joguem bola, brinquem com água e areia, escondam-se etc.

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II . O NOME PRÓPRIO

1.1 – A Identidade

A oportunidade de interagir com outros crianças seja em qualquer grupo (escola, família etc),

dá uma contribuição inestimável ao processo de construção da identidade.

O processo de desenvolvimento de uma criança é um longo caminho que vai da dependência

mais absoluta à vivência independente e autônoma da própria identidade individual social: ela

caminha da indiferenciação e confusão entre ela e os outros para a consciência de sua existência

singular como um indivíduo entre outros indivíduos cujos os pontos de vista é necessário

considerar. Construindo o seu conhecimento do mundo e de sua própria identidade.

A identidade é um conceito do qual faz parte a idéia de distinção, de uma marca de diferença

entre as pessoas, a começar pelo nome, o nome é único (mesmo existindo várias pessoas com

nomes iguais), seguido de características físicas, de modos de agir, de pensar e da história

pessoal.

A fonte original da identidade está naquele círculo de pessoas com quem a criança interage

no início da vida. Em geral é a família a primeira matriz de socialização. Mas a criança vivencia,

também, outros espaços sociais, como festas, igreja, clube, feiras, o que resulta em uma

diversidade étnica e cultural.

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O ingresso na instituição de Educação Infantil pode aumentar o universo inicial da criança,

pois o convívio com outras crianças e com adultos de hábitos culturais e costumes diferentes e

diversos, fará com que ela adquira conhecimentos sobre realidades distantes. Valorizando

características étnicas e culturais.

É muito importante para a criança a maneira como é vista pelos outros, para que veja a si

própria. O modo e os traços particulares de cada criança são recebidos pelo professor e pelo

grupo em que se insere, tendo um grande impacto na formação de sua personalidade e de sua

auto-estima, já que sua identidade está em construção.

Enfocarei neste caso o primeiro sinal da identidade, o nome.

É nele que a criança se reconhece e é reconhecida. Trazer para a instituição infantil os nomes

dos alunos é trazer algo que lhes é caro, que lhes dá importância, que os faz diferentes dos

demais. Haverá melhor começo para uma aprendizagem?

Nada mais significativo do que incluir no seu processo de alfabetização a palavra que lhes

está mais próxima, que é parte de sua pessoa, o nome.

“Se quisermos induzir as crianças a se tornarem leitores nossos métodos de ensino devem estar em concordância com a riqueza do vocabulário falado pela criança, em concordância com a sua inteligência, com a sua curiosidade natural, sua ânsia de aprender novas coisas, seu desejo de desenvolver a sua mente e sua compreensão do mundo, e seu desejo ávido que se estimule a sua imaginação”. (Bettelheim, 1981, P.35)

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1.2 - A primeira palavra alfabetizadora

Através da história o desenvolvimento das escritas teve um papel muito importante através

dos nomes próprios . Gelb (1976, In: Psicogênese da Língua Escrita, 1985, p.216)) que estudou

os começos da escrita sumeriana, relata:

“Os sinais na escrita Uruk mais antiga são claramente sinais verbais limitados à expressão de numerais, objetos e nomes de pessoas. Está é a etapa da escrita que denominaremos logografia ou escrita léxica.

Nas fases mais primitivas da logografia tornar-se fácil expressar palavras concretas, como uma ovelha por um desenho de uma ovelha(...) inconvenientes por sua incapacidade para expressar muitas partes da língua e das formas gramaticais. (...) Muito mais sérias são as limitações do sistema quanto à escrita dos nomes próprios. Estas observações levam Gelb à conclusão seguinte: A necessidade de uma representação adequada para nomes próprios levou finalmente ao desenvolvimento da fonetização. Isto se acha confirmado pelas escritas asteca e maia, que utilizam só raramente princípio fonético e em tais casos , quase que exclusivamente para expressar nomes próprios”. (Ferreiro e Teberosky,1985, p.216)

É importante dizer que a representação de novas palavras, surgiu a partir da necessidade de

representação dos nomes próprios, seguindo-se pela fonetização. O nome próprio, parece funcionar

como a primeira forma estável dotada de significado.

As crianças que frequentam a instituição infantil desde cedo passam a vivenciar a escrita de

seus nomes através dos uniformes, materiais de uso pessoal e reproduções gráficas. Cabe ao

professor, oferecer condições para a criança experimentar e descobrir a base alfabética da escrita

com compreensão e significado. Nesse sentido, desde o primeiro dia de aula, crachás de

identificação, contendo o nome de cada aluno e também do professor devem passar a fazer parte dos

recursos didáticos da turma.

Este primeiro material escrito (somente o primeiro nome da criança, sem o sobrenome),

servirá como fonte de informação, de consulta e de conflitos. Pois quando a criança entra em contato

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com a forma gráfica do seu nome, não lhe fica indiferente: observa, compara, confronta e tira

conclusões importantes a respeito do universo letrado. Nos nomes próprios dos alunos encontram-

se todas as letras e fonemas cujas as combinações serão utilizadas em suas escritas futuras.

É importante ter um espaço de produção espontânea para que a criança revele as diferentes

etapas que está passando em seu processo de construção da língua escrita.

Através de atividades propostas pelo professor (como apresentada em anexo), cada aluno

aprenderá a reconhecer o seu nome e os nomes dos colegas ainda antes de saber ler. Esta forma de

pré-leitura incentiva o aprendizado de novas palavras.

Uma outra vantagem é que o nome próprio pode servir como fonte de desequilíbrio para

alguns conceitos, formulados pelas crianças. Algumas passam por uma fase em que acreditam que

pessoas grandes possuem nomes grandes e vice-versa. Ao observarem o nome de um colega que

tem menos letras com sua altura, que poderá ser o mais alto da turma, esta informação gerará um

conflito que conduzirá a uma reformulação de sua maneira de pensar.

Sabe-se de muitas crianças que chegam ao final de um ano letivo com pouco ou nenhum

conhecimento a respeito da forma escrita de seu próprio nome, dos nomes dos colegas e do

professor. Desperdiça-se, um recurso que é tão valioso na aquisição da língua escrita quanto para

favorecer as relações interpessoais, necessárias à formação de um grupo social, no caso, a turma.

“Não se pode negar que algumas crianças que parecem “normais” e mesmo brilhantes em outros aspectos podem deixar de aprender a ler. Mas podem existir outras razões para este fracasso, que não pressupõem qualquer disfunção orgânica por parte da criança. As crianças não aprendem a ler quando não o desejam, quando não vêem por que fazê-lo, quando são hostis ao professor ou à escola (...) As crianças das quais se espera um fracasso, não conseguem aprender a ler. Aquelas que acreditam que tal aprendizado lhes será muito penoso, ou cuja a imagem preferida de si mesmas, seja por que razões forem, é de não leitores, também não aprenderão. As crianças não aprendem a ler se possuem uma idéia errada sobre a natureza da leitura, se aprenderam – ou foram ensinadas – que a leitura não tem qualquer sentido”. (Smith, 1989, p.252)

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CONCLUSÃO

Temos muito que aprender sobre o processo de aquisição da leitura e da escrita. Vejo na

Educação Infantil um instrumento que promove a exploração ativa da língua escrita e significativa

através de atividades lúdicas e prazerosas.

O espaço de Educação Infantil através da instituição deverá considerar o pensamento e as

diferentes linguagens da criança, conhecendo e valorizando suas características individuais e

potencialidades, priorizando os processos de construção de identidade, autonomia e socialização,

por meio de sua participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação

em hipótese alguma.

Buscar proporcionar vivências em que a leitura e a escrita desempenhem um papel social.

Trazendo à leitura significativa e interessante, para que tenhamos bons leitores.

Estimular e ampliar a construção da aprendizagem e do conhecimento, através de

experiências e do coletivo, que se dá pela interação com o grupo.

Através dos teóricos pode-se confirmar que a criança constrói o seu próprio conhecimento

interagindo com o meio, ou seja, com objeto. Para tanto, é necessário que ela tenha oportunidades

para que este processo seja realizado e tenha o professor como mediador.

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O professor é o principal responsável pelo sucesso da criança, pois através dele é que ela terá

acesso a muitos conhecimentos e o prazer ao sistema escolar, deve ser assegurado a ele avanço na

escolaridade, progressão na carreira. E assumido pelos órgãos competentes um papel mais efetivo

na formação dos profissionais, inclusive daqueles que já atuam na área, mas não tem escolaridade

compatível com que a lei define.

Confirma-se também a importância do mundo visual, a linguagem falada e escrita para o

desenvolvimento intelectual da criança, cabendo a instituição dar acesso às crianças que em seu

meio não possuem contato direto com este mundo letrado e ampliar das crianças que já trazem para

instituição esta bagagem.

O espaço institucional deverá ser, portanto, signficativo, estimulante e interessante.

O nome próprio como a primeira palavra alfabetizadora e dotada de estabilidade, o primeiro

sinal de identidade e de escrita significativa, tendo grande influência na alfabetização.

Reconhecendo que as crianças são diferentes, possuem características próprias decorrentes

de suas costumes, realidades e valores, que seu ingresso na instituição criar-se-á uma diversidade,

tendo esta a responsabilidade de atender a cada criança compreendendo-a e valorizando as suas

experiências.

Mas, para tanto, é necessário que muitas coisas saiam do papel, do oficial, da legalidade,

para o concreto. Para a realidade do nosso povo, que anseia e necessita tanto desse espaço

educacional, para que a vida lhe seja apresentada com mais oportunidades, porque isto não é um

sonho, é sim um espaço de difícil acesso para as classes populares.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOCUMENTOS OFICIAIS:

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n.º 9.394/96, de 20 de

dezembro de1996.

________. Constituição da República Federativa do Brasil. São Paulo: Imprensa Oficial do

Estado,1988.

________.Governo do Estado do Rio de Janeiro. Carta ao Professor. Rio de Janeiro, 1992.

________. Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Referencial

Curricular Nacional para Educação Infantil. Brasília. MEC/SEF, 1998.

________. Ministério da Educação, Secretaria Nacional de Educação Básica. Professor da Pré-

escola. v.I. Brasília. 1992.

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OBRAS:

BETTELHEIM, Bruno. Psicanálise da Alfabetização. Um estudo psicanalítico do ler e do aprender.

Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.

FERREIRO, Emília. Psicogênese da Língua Escrita. Porto Alegre: Artes Médicas,1985.

KRAMER, Sônia. Com a Pré- escola nas mãos. 14ª ed. São Paulo: Ed. Ática,2000.

SMITH, Frank. Compreendendo a Leitura: uma análise psicolinguística da leitura e do aprender a

ler. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989.

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ANEXO

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JOGOS, BRINCADEIRAS E ATIVIDADES

1. Entregar a todos os crachás de identificação. Cada um lê seu nome (inclusive o professor)

e mostra para os outros.

2. Estando as crianças sentadas em círculo, misturar todos os crachás no meio da roda e

cada um deve encontrar o seu.

3. Ainda em círculo, entregar a cada criança um crachá com o lado do nome para baixo.

Cantar a música, “Escravos de Jó”, enquanto os crachás vão passando de mão em mão.

Ao término da música, cada um irá virar o crachá que tem nas mãos e lê o nome escrito.

O professor então pergunta:

_ “Quem ficou com o próprio nome?”

_ “Quem ficou com o nome do colega?”

_ “Quantos alunos ficaram com o próprio nome?”

_ “ Quem ficou com o nome de menina?”

_ “E de menino?”

4. Procurar entre os colegas, formando grupos, os nomes que:

_ Comecem com letras iguais

_ Têm muitas letras

_ Têm poucas letras

_ Comecem pelo mesmo som etc.

5. Todos os dias, na chegada dos alunos, pode-se propor uma maneira diferente de

organizar os grupos:

_ os alunos apanham seus crachás no quadro-de-pregas

e agrupam-se, à vontade, de acordo com sua preferência;

_ um aluno distribui os crachás para os colegas;

_ o professor distribui os crachás pelas mesas, com

nomes para baixo, e os alunos vão chegando e

procurando o seu lugar, desvirando a cartela;

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_ o professor organiza os grupos, seguindo critérios

variados, e os alunos devem descobrir o segredo de

cada um.

Exemplo: Todos os nomes começam com M.

Todos têm a letra I.

Todos terminam com A.

Todos têm dois nomes.

6. Bingo de letras _ Usando o crachá como cartela, os alunos vão marcando as letras (com

pedrinhas, gravetos, palitos de fósforo) que são retirados de um saco e “cantados” pelo

professor de diferentes modos: em voz alta, só mostrando a letra, escrevendo no quadro-

de-giz.

7. Bingo de nomes _ Os alunos, individualmente, dobram uma folha de papel, dividindo-a

em duas partes. Dobrar, novamente, obtendo quatro partes. Conversar sobre o que vai

acontecer com o papel após cada dobra. Cobrir as marcas das dobras com lápis de cor.

No primeiro pedaço à esquerda, cada um escreve o seu nome e nas outras partes os

nomes dos colegas, podendo incluir o do professor. Aproveitar para trabalhar as relações

acima, abaixo, ao lado. A cartela ficará assim:

LUCAS

BEATRIZ

PAULA

VINICIUS

Com todos os crachás dentro de um saco, o professor vai tirando, um a um, “cantando” os

nomes. Os alunos vão marcando e, à medida que preenchem a cartela, vão anotando seus nomes no

quadro-de-giz, em colunas que indica quem terminou em primeiro lugar, em segundo, em terceiro...

Prosseguindo o jogo, de acordo com o interesse demonstrado pelo grupo, as cartelas serão

trocadas entre os alunos para que eles se familiarizem, cada vez mais, com os nomes dos colegas.

(Extraído do livro Carta ao Professor. Rio de Janeiro, 1992)

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