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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC SETEC INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ - OCTAYDE JORGE DA SILVA DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO VIVIANE FLORES DE ALMEIDA HENNIG A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL E A INFORMÁTICA Cuiabá - MT Outubro 2009

A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

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Page 1: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MEC – SETEC

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO CAMPUS CUIABÁ - OCTAYDE JORGE DA SILVA

DEPARTAMENTO DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

VIVIANE FLORES DE ALMEIDA HENNIG

A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

E A INFORMÁTICA

Cuiabá - MT

Outubro 2009

Page 2: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE

MATO GROSSO

CAMPUS CUIABÁ - OCTAYDE JORGE DA SILVA

ESPECIALIZAÇÃO “LATO SENSU” EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E

TECNOLÓGICA INCLUSIVA

VIVIANE FLORES DE ALMEIDA HENNIG

A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL

E A INFORMÁTICA

Cuiabá - MT

Outubro 2009

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Ficha Catalográfica HENNIG, Viviane Flores de Almeida A Inclusão de Pessoas com Deficiência Visual e a Informática Cuiabá - MT, 2009 Total de 55 folhas do TCC ROSSI, Fabio Diniz Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso Campus Cuiabá – Octayde Jorge da Silva Trabalho de Conclusão Curso de Especialização “Lato Sensu” Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva

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VIVIANE FLORES DE ALMEIDA HENNIG

A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL E A

INFORMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Pesquisa e Pós-Graduação do Curso de Especialização “Lato Sensu” Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, Campus Cuiabá - Octayde Jorge da Silva, como exigência para a obtenção do título de Especialista.

Orientador: Prof. MSc. Fabio Diniz Rossi

Cuiabá - MT

Outubro 2009

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VIVIANE FLORES DE ALMEIDA HENNIG

A INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA VISUAL E A

INFORMÁTICA

Trabalho de Conclusão de Curso em Especialização “Lato Sensu” Educação

Profissional e Tecnológica Inclusiva, submetido à Banca Examinadora composta

pelos Professores do Programa de Pós-Graduação do Instituto Federal de

Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Especialista.

Aprovado em: ____________________

______________________________________________

Prof. MSc. Fabio Diniz Rossi (Orientador)

______________________________________________

Prof. MSc Cristina Bandeira Townsend (Membro da Banca)

_____________________________________________

Prof. Esp. Cármen Maria França da Silva (Membro da Banca)

Cuiabá - MT

Outubro 2009

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que com seu amor e sua bondade, ilumina e conduz meus atos.

Ao meu marido, pelo amor, paciência e companheirismo.

Aos meus pais, pelo apoio e dedicação.

Aos meus irmãos, pela força e carinho.

A meu professor orientador pelo apoio e sabedoria.

Aos colegas, e toda equipe de coordenadores, professores, técnicos e tutores que

promoveram o Curso “Educação Profissional e Tecnológica Inclusiva” e

proporcionaram essa etapa vitoriosa.

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RESUMO

Para que o presente trabalho seja compreendido, primeiramente fez-se a fundamentação teórica que aborda à Evolução História da Educação Especial, o Movimento pela Educação Inclusiva e alguns Fundamentos Legais. Observa-se que um dos grandes desafios para o educador é descobrir como usar as novas tecnologias como ferramenta para potencializar a transformação do aluno em agente do seu próprio desenvolvimento intelectual, afetivo e social. Esse trabalho, portanto, procurou destacar a importância do emprego da informática como apoio à educação inclusiva, apresentando algumas informações sobre os recursos didáticos disponíveis para alunos com necessidades especiais, focalizando os recursos tecnológicos aos deficientes visuais. O estudo busca analisar a acessibilidade de alunos cegos ou com baixa visão em ambientes digitais. Portanto, foi realizado estudo de caso acompanhando um aluno com baixa visão interagindo em ambientes digitais, avaliando as vantagens ou desvantagens da utilização de alguns softwares leitores de tela. Palavras-chave: Educação Inclusiva, Informática na Educação, Tecnologias Assistivas, Deficiência Visual.

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ABSTRACT

To this present work can be understood, firstly was made the theoretical foundation to address the Historical Development of Special Education, the Movement for Inclusive Education's and some Legal Foundations. It is observed that one of the greatest challenge for educators is discover how to use new technologies as tool to potentiate the transformation of students into agent of their own intellectual development, afective and social. This work therefore sought to highlight the importance of use of information technology as support inclusive education, presenting some information about the didatic resources available to student with special needs, focusing the technological resources to the sighted. The study sought to analyze the accessibility of blind students or with low vision in digital environments. Therefore, was performed a case study accompanying one student with low vision interacting in digital environments, assessing the advantages or disadvantages of using some screen-reader softwares. Key-words: Assistive Tecnologies, Computer education, Informatics in Education, Visual Impaired.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Ciclo de Processamento da Informação..................................................29 Figura 02 - Cadeira de Rodas Motorizada e Andador com Freio...............................40 Figura 03 - Bengala Dobrável.....................................................................................41 Figura 04 - Lupa Eletrônica........................................................................................41

Figura 05 - Máquina de Escrever Braille....................................................................41 Figura 06 - Reglete de Mesa......................................................................................42 Figura 07 - Rotuladora Braille.....................................................................................42 Figura 08 - Fita Métrica..............................................................................................42 Figura 09 - Acionadores com Mouse Adaptado.........................................................43 Figura 10 - Ampliador de Tela....................................................................................44 Figura 11 - Dispositivo de Saída Linha Braille............................................................44 Figura 12 - Impressora Braille....................................................................................44 Figura 13 - Software para Controle do Computador com Síntese de Voz.................45

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 11

1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 13

1.1 Evolução Histórica da Educação Especial ................................................... 13

1.2 O Movimento pela Educação Inclusiva ............................................................ 17

1.3 Fundamentos Legais ....................................................................................... 20

1.4 Políticas de Inclusão ........................................................................................ 24

1.5 Ambiente Escolar Inclusivo .............................................................................. 25

2. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ...................................................................... 27

2.1 Informática na Educação Inclusiva .................................................................. 28

2.2 Recursos Didáticos para Aluno PNE ............................................................... 30

2.2.1 Ajudas Técnicas de Acesso Direto ............................................................ 32

2.2.2 Ajudas Técnicas Mediadas ....................................................................... 33

2.2.3 Recursos Tecnológicos ............................................................................. 34

3. DEFICIÊNCIA VISUAL ...................................................................................... 37

3.1 Cegueira .......................................................................................................... 37

3.2 Visão Subnormal ou Baixa Visão ..................................................................... 37

3.3 Patologias que afetam a visão central ............................................................. 38

3.4 Patologias que afetam a visão periférica ......................................................... 38

3.5 Tecnologias Assistivas para Deficiente Visual ................................................. 39

3.6 Softwares de Acessibilidade ao Deficiente Visual ........................................... 45

4. ESTUDO DE CASO ........................................................................................... 46

4.1 Abordagem Metodológica ................................................................................ 46

4.2 O Aluno com Baixa Visão ................................................................................ 46

4.3 Características do Aluno .................................................................................. 47

4.4 Softwares de Acessibilidade Utilizados............................................................ 48

4.5 Análise dos Softwares de Acessibilidade ......................................................... 49

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 52

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 53

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11

INTRODUÇÃO

A inclusão de pessoas com necessidades especiais no sistema regular de

ensino e a utilização da informática na educação são dois grandes desafios que a

sociedade atual impõe aos profissionais da educação. Um dos grandes desafios

para o educador é descobrir como usar as novas tecnologias como ferramenta para

potencializar a transformação do aluno em agente do seu próprio desenvolvimento

intelectual, afetivo e social. Porém utilizar esta ferramenta tecnológica para auxiliar

nas atividades pedagógicas com alunos que possuam necessidades educativas

especiais torna este desafio ainda maior.

É necessário preparar o professor para o uso desta tecnologia que poderá

colaborar para que a educação deixe de ser mera transmissora de informação,

transformando-se em promotora da construção do conhecimento pelo aluno.

Considera-se que o emprego da informática como apoio à educação inclusiva

possa contribuir significativamente no processo de aprendizagem e na qualidade de

ensino, pois, tanto a utilização da informática na educação quanto à inclusão escolar

de alunos com necessidades educacionais especiais nas salas de aula do sistema

regular de ensino são processos resultantes de uma longa caminhada histórica.

A utilização dos meios computacionais, das tecnologias assistivas e ajudas

técnicas, podem auxiliar os alunos com deficiência visual ao acesso as informações

através dos recursos computacionais. Portanto, o presente trabalho se propõe a

estudar os meios computacionais que auxiliam o aluno com deficiência visual ao

acesso as informações. Abordando a utilização de leitores de tela com síntese de

voz1. Para tal optou-se por um estudo de caso na busca por analisar se estes

recursos oportunizam a construção de saberes por alunos cegos ou com baixa

visão.

Portanto, o presente trabalho justifica-se pela importância da utilização dos

meios computacionais nas escolas, fator importante no processo de inclusão de

alunos com deficiência visual, e o ganho que todos têm com a diversidade.

1 Leitores de tela com síntese de voz são concebidos para usuários com deficiência visual, e

possibilita a navegação na internet, o uso do correio eletrônico, o processamento de textos, de

planilhas e uma infinidade de aplicativos operados por meio de comandos de teclado que dispensam

o uso do mouse.

Page 12: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

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O trabalho é composto, além desta introdução, por 05 capítulos. O primeiro

capítulo concentra-se a fundamentação teórica do trabalho que aborda a evolução

histórica da educação especial, o movimento pela educação inclusiva e fundamentos

legais. No segundo capítulo apresentam-se a informática na educação, a aplicação

da informática para a educação inclusiva, esclarecimentos sobre os recursos

didáticos para aluno com necessidades educacionais especiais. O terceiro capítulo

aborda-se a deficiência visual, as patologias que levam a deficiência, e apresentam-

se algumas tecnologias assistivas para pessoas cegas ou com baixa visão. No

capítulo seguinte é realizado o estudo de caso, com aplicação de testes em alguns

softwares leitores de telas. No último capítulo apresentam-se as considerações finais

do trabalho com relação à utilização dos meios computacionais, das tecnologias

assistivas, que auxiliam a pessoa com deficiência visual no processo de inclusão

educacional e social.

Page 13: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

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1. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Neste capítulo apresenta-se a fundamentação teórica do trabalho que aborda:

evolução histórica da educação especial, o movimento pela educação inclusiva e

fundamentos legais.

1.1 Evolução Histórica da Educação Especial

Conhecer a história da educação especial não serve apenas para que o

indivíduo obtenha conhecimentos históricos, mas que possa refletir sobre a

verdadeira inclusão dessas pessoas na sociedade.

A educação Especial que nasce sob a bandeira da ampliação de oportunidades educacionais aos que fogem da normalidade, na medida em que não desvela os determinantes sócio-econômico-culturais que subjazem às dificuldades de integração do aluno diferente, na escola e na sociedade, serve de instrumento para a legitimação de sua segregação (BUENO, 1993, pag. 99).

Na Antigüidade, as atividades econômicas que definiam a relação homem

mundo eram representadas pela agricultura, pela pecuária e pelo artesanato. A terra

e o rebanho, embora abundantes, constituíam posse familiar restrita aos membros

da nobreza e a produção encontrava-se a cargo de indivíduos economicamente

dependentes dos donos desses bens. “Homem” era o senhor, segundo os ideais

aristotélicos de eugenia e de perfeição individual, em uma cultura clássica e

classista; os demais indivíduos, não-senhores, eram considerados sub-humanos.

Desta forma, creditavam-se valores apenas aos senhores, pois aos demais, não

cabia, na condição de sub-humanos, atribuição de valor (ARANHA,1979 e

PESSOTI, 1984).

Para os autores, a forma como a sociedade foi encarando as pessoas

deficientes está ligada aos fatores econômicos, sociais e culturais de cada época,

portanto, a deficiência na antiguidade não constituía problema, pois ao detectar que

as crianças nasciam com deficiência, logo eram abandonadas ao relento, até a

morte.

Carmo (2006) descreve que a história começa na Europa, por volta do ano de

1500, quando se iniciaram os primeiros movimentos para ensinar a pessoa

deficiente. Antes disso, os deficientes ficavam nos asilos para que pudessem ser

protegidos, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver, em função da sua

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"anormalidade".

Carmo afirma que: (2006, p. xx) “Na Idade Média, foram consideradas produto

e castigo de transgressões morais, ou como criminosas ou loucas a ser internadas

em hospícios, nos século XVIII e XIX.

É a partir do século XX, que é discutido o diagnóstico exclusivo dos médicos e

psicólogos para o ensino e recuperação dos deficientes, passando assim a se

pensar na educação como forma de mudança e a interação com outros indivíduos

maneira de buscar a normalização. Neste contexto, não mais se considera os

deficientes, indivíduos não produtivos, custosos para a sociedade no que se refere

ao seu sustento e manutenção. (CARMO, 2006)

Muitas discussões foram feitas sobre este assunto e a inserção dos

portadores de necessidades especiais na sociedade produtiva, até que surgissem as

primeiras instituições especializadas em trabalhar com estes indivíduos. Isto está de

acordo com o que foi descrito por Carmo (ano) segundo ela, “na França, no ano de

1760, foi criado o Instituto Nacional de Surdos-Mudos e, em 1784, o Instituto dos

Jovens Cegos”. Marco inicial para estudos referente à educação de surdos e cegos,

pois com a criação desses institutos, a educação destes indivíduos começou a

progredir, cadê vez mais pessoas interessou-se em estudar e se dedicar à temática.

No entanto, bem como destaca a autora o processo foi lento, pois não havia apoio

da sociedade para tal estudo.

Essas escolas ensinavam os surdos e os cegos a fazerem trabalhos manuais e a se comunicarem por gestos, no caso dos surdos, e serviram de modelo para a criação de muitas outras escolas em outros países. O sustento dos surdos e cegos era adquirido através da venda dos trabalhos manuais realizados dentro das instituições. (CARMO, 2006 pagina)

Consoante com o ponto de vista de Carmo, Caboatan (2008, p.18) salienta

que “a partir de 1970 as escolas passaram a receber alunos especiais, formando

classes diferentes dentro das escolas comuns. Esse tipo de visão exigia que os

alunos especiais se adaptassem ao sistema escolar, excluindo os que não

conseguiam”.

Conforme o que foi indicado por Carmo (2006, p.):

O aprendizado da leitura, da escrita, dos cálculos e das artes demorou muito para ser adotado pelos institutos. Um bom exemplo que caracteriza essa situação é a história da criação do sistema Braille, usado até hoje pelos cegos para poderem ler e escrever. Louis Braille, que era cego, conseguiu, aos seus 15 anos, o sistema de escrita e leitura baseado em pontos. Isso se deu no ano de 1824, mas seu método só foi reconhecido e oficializado em 1854. As pessoas com deficiência física só começaram a receber educação em 1832, quando foi criado o primeiro instituto na

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Alemanha. Porém, foi no ano de 1848, nos Estados Unidos, que o atendimento da pessoa com deficiência mental teve seu início oficial: eles passaram a receber treinamento para aprenderem comportamentos sociais básicos em institutos residenciais e, em 1896, começaram a receber

atendimento fora dessas residências.

Em função disso, as instituições especializadas no atendimento das pessoas

deficientes, surgiram e cresceram com mais força e os atendimentos a outros tipos

de deficiências e outros distúrbios, passaram a ampliar-se, principalmente nos

Estados Unidos e no Canadá. Porém foi somente de 1900 que inicio a criação das

primeiras classes, onde as crianças podiam ser atendidas em caráter educacional.

(CARMO, 2006). “O crescimento dos serviços educacionais muito dependeu de

movimentos organizados pelos pais dos deficientes, que desejavam lutar pelos

direitos de seus filhos, já que até então não tinham o direito de opinar”. (CARMO,

2006, p xx).

Desta forma, o problema do estigma e do isolamento dos deficientes tomou

tamanha proporção que levou à reação social. Surgem, então, movimentos de

defesa dos direitos das minorias e dentre eles, o dos deficientes. A ideologia da

Normalização, um dos produtos desse momento histórico, constituía-se nas

necessidades sociais e aspirações de indivíduos diferentes da sociedade, refletidas

em um conjunto de ideais (BRADDOCK, 1977).

No século XXI foram retomadas as concepções de deficiência, ocorreu à

superação do paradigma de Integração Social, onde surgem ações para igualdade,

declaração dos direitos humanos, integração nas escolas, e finalmente, pelo

fortalecimento das noções de Inclusão Social, e Educação inclusiva que se

configuram em um novo paradigma.

Segundo Bueno (1993), a educação especial brasileira, nascida no século

XIX, com a criação de institutos imperiais para meninos surdos e cegos, segue

basicamente a mesma trajetória ocorrida na Europa e nos Estados Unidos.

Carmo (2006) descreve que, assim como na Europa, as primeiras instituições

brasileiras se voltaram para o atendimento das pessoas surdas e cegas. O primeiro

instituto para cegos foi fundado no ano de 1854 e o primeiro instituto para surdos,

em 1857, ambos no Rio de Janeiro, por meio de decreto imperial.

Caboatan (2008, p.19) aponta que no Brasil, em 1978 uma emenda à

Constituição aborda o direito da pessoa deficiente, “é assegurada aos deficientes a

melhoria de sua condição social e econômica, especialmente mediante educação

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especial e gratuita”. Ainda segundo a autora na década de 80 e 90 a ONU

recomenda o ensino de pessoas deficientes no sistema regular e no Brasil o ECA2

apresenta a defesa do atendimento educacional para portadores de deficiência,

preferencialmente na rede pública de ensino.

Diante disso, as mudanças na visão da necessidade de atendimento as

necessidades educacionais de pessoas portadoras de deficiência movimenta o

mundo, em uma Conferência Mundial sobre educação para todos, realizada em

1990, discute que as necessidades educacionais básicas devem ser oferecidas para

todos. Quatro anos depois cerca de 80 países assinam a Declaração de Salamanca,

a qual estabeleceu regras padronizadas para a equalização de oportunidades para

pessoas com deficiência, sendo assegurada pelos estados, que a educação de

pessoas com deficiências seja parte integrante do sistema de ensino.

Logo, após outro avanço neste sentido acontece no Brasil, onde a Lei

9394/96 (Lei de diretrizes e bases da educação), assegura aos portadores de

deficiências o direito de estudar em escolas regulares, além de citar que os

currículos, metodologias, recursos devem ser organizados a fim de atender as

necessidades destas pessoas.

Art. 58 Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. §1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial. §2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns do ensino regular. §3º A oferta da educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil. Art. 59 Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: I – currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para atender às suas necessidades; II – terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados; III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; IV – educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;

2 Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n° 8.069, de julho de 1990.

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V – acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis para o respectivo nível do ensino regular. Art. 60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo Poder público. Parágrafo único. O poder Público adotará como alternativa preferencial, a ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas neste artigo.

A Educação Especial passa a buscar um contexto menos restritivo possível,

invertendo o processo atual, no qual as diferenças têm sido motivo de segregação. A

necessidade de ajuda ou serviços especiais não exclui esses alunos dos recursos

regulares ou comuns (CARVALHO, 2000).

1.2 O Movimento pela Educação Inclusiva

As discussões sobre a educação inclusiva cada vez mais freqüentes não só

no universo educacional, mas também na sociedade, provoca uma redefinição da

política pública para a construção de sistemas educacionais inclusivos que buscam

garantir o acesso pleno, sem nenhum tipo de discriminação em razão de condição

econômica, social, cultural, racial, física, mental, sensorial ou lingüística.

Sabe-se, portanto que o movimento mundial pela inclusão é uma ação

política, cultural social e pedagógica, que busca defender os direitos de todos os

alunos de estarem juntos, na mesma sala de aula, aprendendo e participando,

convivendo sem nenhum tipo de discriminação.

Conceitua-se a inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral no qual as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceria, equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidade para todos (SASSAKI, 1997, p.3).

Neste contexto, de transformação dos sistemas de ensino em relação à

fundamentação, à prática pedagógica e aos aspectos do cotidiano da escola, a

concepção e os princípios da educação inclusiva torna-se um contexto amplo que

diz respeito à estrutura da sociedade em que vivemos associados aos movimentos

que garantam estes direitos. Sendo assim os sistemas de ensino demonstram a

necessidade de confrontar as práticas discriminatórias, buscando assim criar

alternativas para superá-las.

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18

Diante disso, “a educação inclusiva assume espaço central no debate acerca

da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da

exclusão”. (BRASÍLIA, 2008, p.4) Compreende-se, portanto, que para a construção

de sistemas educacionais inclusivos, necessita-se repensar a organização de

escolas e classes especiais, e isso implica em mudanças estruturais e culturais da

escola para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas, além de

investir em formação dos professores, visando prepará-los para a prática inclusiva.

A escola inclusiva remete para o princípio da igualdade de oportunidades

educativas e sociais a que todos os cidadãos, sem exceção, têm garantia,

enfatizando o direito que todos os alunos têm de ser incluídos no mesmo tipo de

ensino. Isto é indicado no plano dos princípios, pois na realidade é necessário que

atenda às diferenças individuais de cada individuo, no sentido de potencializar o

desenvolvimento de acordo com as características de cada aluno, o que sugeri a

flexibilização da organização educacional, das estratégias de ensino, da gestão dos

recursos e dos currículos.

Nesta perspectiva, a escola inclusiva pretende ainda assinalar as mudanças

do modelo tradicional de educação, em que havia turmas específicas do ensino

especial, centrado no professor de educação especial, para um novo modelo

educacional, onde os alunos com necessidades educativas especiais são incluídos

nas turmas ditas "normais". Porém esta inclusão deve ocorrer, não apenas nas

atividades curriculares, mas também em todas as outras atividades extracurriculares

desenvolvidas na escola, procurando excluir as diferenças, aceitá-las e respeitá-las,

o que é fundamental, inclusivamente em termos de cultura escolar.

Uma das principais alterações sócio-educativas ocorridas nas últimas décadas foi à tentativa de democratizar o ensino, de permitir o acesso à escolaridade a todas as crianças e jovens. Assim, o ensino elitista, só acessível a quem tinha condições econômicas para freqüentar, deu lugar a um sistema de ensino acessível a todos, sendo inclusivamente obrigatória à freqüência nos primeiros anos de escolaridade. A escola inclusiva integra-se nesta perspectiva de escola aberta a todos, sendo fator de integração e inclusão dos alunos, inclusivamente sociocultural, e de professores que devem possuir competências que ultrapassam o mero domínio dos conhecimentos da sua área de saber a transmitir aos alunos (JESUS, 1998).

A partir disto, o objetivo da educação inclusiva é que sejam reconhecidos os

mesmos direitos de todos os indivíduos e que sejam dadas às mesmas

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19

oportunidades a todos, incluindo-se aí as pessoas com necessidades educacionais

especiais (PNE’s) 3, pois:

O ensino regular tem excluído, sistematicamente, larga parcela da população escolar sob a justificativa de que ela não reúne condições para usufruir do processo de escolarização por apresentar problemas pessoais das mais diversas origens. Este segmento é, via de regra, enviado á Educação Especial, onde são mantidos anos a fio sem que consigam obter resultado significativo. Boa parcela das dificuldades apresentadas por estas pessoas também ocorre com as chamadas normais e que, não raro, residem em processos pedagógicos inadequados ou, pelo menos, não-compatíveis com esta clientela específica. (NOGUEIRA, 2002, p.3).

É interessante observar que nem todos os indivíduos que têm necessidades

especiais possuem necessidades educacionais especiais e, do mesmo modo,

aqueles considerados “normais”, podem, em algum momento de sua vida escolar,

ter alguma necessidade educacional especial. Pela legislação em vigor, tanto um

quanto o outro tem direito a um atendimento especial que os possibilite vencer as

dificuldades e desenvolver seu potencial cognitivo. Portanto, cabe à escola a tarefa

de criar condições para incluir todos os indivíduos no processo educacional,

possibilitando educar com êxito todos os estudantes.

A educação inclusiva vem desencadeando no mundo todo, uma mudança de

paradigmas na educação, transformando a visão do portador de deficiência. A

Educação Inclusiva privilegia o caráter plástico da capacidade de aprendizagem dos

seres humanos e revela que todos podem aprender, desde que sob condições

necessárias (CARVALHO, 2000).

Cabe ao professor promover mudanças nas formas de sentir e de pensar,

preparando-se em dupla vertente, a da informação e a da formação, para atuação

significativa junto aos alunos (BRASIL, 1999).

Fruto da chamada Sociedade da Globalização e da Informação, a educação

inclusiva responde a uma nova forma de olhar os seres humanos e o seu processo

de ensino-aprendizagem (CARVALHO, 2000).

Poter (1994) apud Jesus e Martin (2009) afirma que:

A escola inclusiva é um sistema de educação e ensino onde os alunos com necessidades educativas especiais, incluindo os alunos com deficiência, são educados na escola do bairro, em ambientes de salas de aula regulares, apropriadas para a sua idade (cronológica), com colegas que não

3 PNE - Pessoas com Necessidades educacionais Especiais: Pessoas com dificuldades acentuadas

de aprendizagem ou limitações no processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades curriculares: aquelas não vinculadas a uma causa orgânica específica e aquelas relacionadas a condições, disfunções, limitações ou deficiências. Incluem-se nessa categoria, também, as altas habilidades/superdotados, que também pressupõem condições especiais.

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20

têm deficiências e onde lhes são oferecidos ensino e apoio de acordo com as suas capacidades e necessidades individuais.

O modelo atual de inclusão concebe a ação de uma parcela significativa da

população mundial pelo respeito aos direitos básicos de cidadania e igualdade de

oportunidades, estabelecendo-se, portanto uma trajetória longa e relevante.

Vygotsky (1987) destaca que é importante, para o desenvolvimento humano,

o processo de apropriação, por parte do indivíduo, das experiências presentes em

sua cultura. O autor enfatiza a ação, da linguagem e dos processos interativos, na

construção das estruturas mentais superiores. Ou seja, segundo Vygotsky (1987), a

aprendizagem não se restringe ao ato de receber informações, mas sim em um ato

de aprender, de tornar essas informações pra si.

Vygotsky apud Oliveira (1999) explica ainda que o desenvolvimento cognitivo

como um processo colaborativo surge das interações sociais com os adultos ou

crianças mais velhas.

Portanto, o acesso aos recursos oferecidos pela sociedade, pela cultura,

escola, tecnologias, etc., influenciam determinantemente nos processos de

aprendizagem da pessoa. Observa-se que a inclusão surgiu como oposição ao

movimento de integração, dentro do debate sobre o acesso de alunos com

deficiência às escolas regulares.

Para o movimento de integração, os alunos com deficiência deveriam ter

atendimento educacional segregado dos demais, contudo, para a inclusão, este

atendimento educacional deveria ser realizado incondicionalmente nas escolas

regulares, sem segregações ou exceções de qualquer natureza.

O principal objetivo da educação inclusiva deve ser não deixar ninguém de

fora da escola, em todos os níveis da classe de ensino regular, e para tanto propõe

uma organização escolar e pedagógica que considera todos os alunos em função de

suas necessidades.

1.3 Fundamentos Legais

Sabe-se que é a partir da década de 1990 que as ações e movimentos

internacionais contra a discriminação em prol da diversidade humana numa

perspectiva inclusiva tomam força e se aceleram. Um marco importante destas

ações acontece em 14 de Dezembro do mesmo ano, onde a Assembléia Geral da

Organização das Nações Unidas-ONU propõem uma nova visão ao programa da

Page 21: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

21

mesma sobre deficiência, estendendo-se “da conscientização para a ação com o

propósito de se concluir com êxito uma sociedade para todos por volta do ano 2010”.

(Resolução 45/91).

Em Assembléia Geral, no ano de 1993, a ONU divulgou um documento

intitulado Normas sobre a Equiparação de Oportunidades para Pessoas com

deficiência (Resolução 48/96). Nessas normas são apresentados avanços na

“promoção de igualdade de oportunidades na educação e garantias de condições de

acessibilidade e serviços de apoio em ambientes integrados”. (PUPO, CARVALHO E

OLIVEIRA, 2007)

A ONU promoveu ainda no ano de 1994, uma Conferência Mundial sobre

Necessidades Educacionais Específicas: Acesso e Qualidade em Salamanca,

Espanha. A Declaração de Salamanca propõem que se busquem alternativas para

cumprir as propostas de ensino de qualidade para todos, modificando a educação

brasileira básica, ocorrendo a partir daí inúmeras discussões e reformas no sentido

de adequar-se às novas demandas.

Desta forma, de acordo com Pupo, Carvalho e Oliveira (2007, p. 3) outros

documentos internacionais foram produzidos com a participação do Brasil,

considerando-se as seguintes:

A Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de Deficiência, celebrada em 1999 na Guatemala (que, em 2001, consolidou-se no Brasil, através do decreto 198); a Declaração de Caracas, em 2002, que reafirma o compromisso internacional com a intensificação dos esforços pela eliminação da discriminação e o comprometimento com a construção de contextos sociais inclusivos; e a recente Declaração de Santo Domingo, em junho de 2006, que trata da sociedade do conhecimento e sua relação com as novas tecnologias e a inclusão digital.

Neste sentido, percebe-se que para as pessoas com deficiência, um dos

principais resultados da legislação manifestando-se em ações voltadas à vida

independente e autonomia a partir do final do século passado, destacando-se: a

implementação de projetos de equiparação de oportunidades; implantação de redes

locais de informação, conectadas a redes regionais e internacionais e

implementação gradual das leis de cotas na contratação de pessoas com

deficiência.

Vale ressaltar que os avanços em Ciência e Tecnologia e o desenvolvimento

de novas tecnologias da informação e comunicação colaboraram expressivamente,

Page 22: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

22

ampliando as possibilidades de acesso de pessoas com deficiência à internet e,

conseqüentemente, ao conhecimento.

Ainda que muitas dessas ações apresentem características de integração

(quando as pessoas com deficiência têm que se adaptar aos modelos existentes na

sociedade), fortuitamente fazem parte do caminho a percorrer visando à inclusão, no

qual o maior impacto é a abolição incondicional da segregação, buscando a

adaptação da sociedade no que diz respeito ao atendimento das necessidades de

todas as pessoas.

No Brasil, a constituição Federal de 1988 aborda a educação para os alunos

com necessidades educacionais especiais:

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: I – igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; Art. 208. O dever do Estado com a Educação será efetivado mediante a garantia de: III - atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; IV - atendimento em creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade. Art. 213. Os recursos públicos serão destinados às escolas, podendo ser dirigidos a escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, definidas em lei, que: I – comprovem finalidade não lucrativa e apliquem seus excedentes financeiros em educação.

Logo, o decreto 3298, de 20 de Dezembro de 1999, que dispõe sobre a

Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida

as normas de proteção que compreende o conjunto de orientações normativas que

objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas

portadoras de deficiência.

O Decreto n° 6.571, de 17 de setembro de 2008, prevê, dentre outras

questões, que o atendimento educacional especializado integre a proposta

pedagógica das escolas, envolvendo a participação da família em articulação com

as demais políticas públicas para a área.

Page 23: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

23

A Declaração de Salamanca4 fortalece as justificativas para o movimento de

inclusão no Brasil, pois conforme as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial

na Educação

Básica:

O Brasil fez opção pela construção de um sistema educacional inclusivo ao concordar com a Declaração Mundial de Educação para Todos, firmada em Jomtien, na Tailândia, em 1990, e ao mostrar consonância com os postulados produzidos em Salamanca (Espanha, 1994) na Conferência Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade (BRASIL, 2001a, p. 14).

Os princípios fundamentais do documento produzido em Salamanca:

Democratização do acesso à educação;

Reconhecimento das diferenças;

Atendimento aos interesses e necessidades do indivíduo;

Priorização do atendimento dos PNEE no ensino regular;

Promoção de adaptações curriculares no sistema de ensino;

Restrição do atendimento em escolas ou classes especiais a casos

excepcionais;

Extensão da política inclusiva aos jovens e adultos PNEE no ensino

médio e superior;

Formação inicial e continuada de professores;

Sensibilização dos futuros professores da educação básica para a

adoção de uma postura positiva em relação ao deficiente;

Flexibilidade da gestão escolar;

Responsabilização coletiva pelo atendimento aos PNEE.

Os princípios das Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na

Educação Básica fundamentam-se nestes dispositivos da Declaração de

Salamanca.

A legislação brasileira é bem estruturada e avançada, mas na prática há

várias dificuldades a serem transpostas. As barreiras de atitudes e a necessidade de

conscientização da sociedade, entre tantos obstáculos, acabam desembocando na

questão orçamentária das instituições que se propõem a ser acessíveis e inclusivas.

4 Declaração de Salamanca: Documento firmado ao final da Conferência Mundial sobre Necessidades

Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade, realizada em 1994, na cidade de Salamanca, na Espanha, que apresenta postulados sobre a Educação Inclusiva adotados como fundamentos nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica.

Page 24: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

24

Portanto, é necessário e importante que todos os envolvidos com a educação

conheçam a legislação brasileira para conhecer os direitos dos cidadãos com

necessidades especiais. A legislação é clara, mas a teoria, na maioria das vezes é

diferente da prática.

1.4 Políticas de Inclusão

Nas políticas de inclusão aplicadas no passado, à educação especial

caracterizava-se em um modelo de ensino, em que pessoas com necessidades

especiais deveriam receber cuidados especiais em uma escola especial, assim,

afastava os alunos com necessidades educacionais especiais da escola, esse

processo excluía as pessoas do convívio social, gerava preconceito e discriminação.

Porém a nova LDB define a educação especial como uma modalidade de

educação escolar, direcionada para a formação do indivíduo, com o objetivo de

exercício da cidadania.

As propostas de Educação para Todos que surgiram na década de 90, com

destaque à Declaração de Salamanca, foram extremamente significativas, pois

garantiu espaço para uma ampla discussão sobre a necessidade de os governos

contemplarem propostas que reconhecessem a diversidade dos alunos e os meios e

modos para garanti-las, o que resultou em um compromisso da maioria deles para

trabalhar pela inclusão educacional.

O Governo Federal, através do Decreto Nº. 3.956, de oito de outubro de 2001,

onde o Presidente da República promulga a Convenção Interamericana para a

Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de

Deficiência, busca a consolidação da tão cultuada sociedade para todos.

A tendência aponta caminhos para que a inclusão seja possível, que ocorra

aproximação dos ensinos, regular e especial, até que o sistema seja único, e para

todos.

Todo esse processo é desafiador, pois procedimentos diferentes devem ser

tomados, novas metodologias devem ser buscadas, parcerias com os pais e a

comunidade (pois estes são essências na inclusão dos alunos na escola), para que

os objetivos traçados pelo governo sejam alcançados, ou seja, diminuir o número de

alunos nas escolas especializadas, e; aumentar o número de alunos com

necessidades educacionais especiais nas escolas regulares, respeitando suas

Page 25: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

25

limitações, permitindo as pessoas com necessidades especiais a aprender e ter

reconhecidos e valorizados os conhecimentos que são capazes de produzir,

conforme seu ritmo e sua aprendizagem.

A Política Nacional de Inclusão está atuando através de ações, visando

garantir as PNE’s o direito a educação (Constituição Federal de 1988, Art. 208 – III,

Lei n° 8.069 de 13 de julho de 1990, Cap. IV –III), a empregabilidade (Lei 8.213, de

24 de julho de 1991; Art. 93), a acessibilidade (ABNT- NBR 9050, Lei n° 10.098 de

19 de dezembro de 2000, Cap. I, art. 1°) e ainda investimentos em Tecnologia

Assistiva5, formada por conjunto de técnicas, aparelhos, instrumentos, produtos e

procedimentos que visam auxiliar a mobilidade, percepção e utilização do meio

ambiente e dos elementos por pessoas com deficiência.

1.5 Ambiente Escolar Inclusivo

Buscando realizar ações de inclusão, o MEC – SETEC desenvolveu o

Programa TEC NEP, esta ação visa à inserção das Instituições Federais de

Educação Tecnológica no atendimento ás pessoas com necessidades educacionais

especiais nos cursos de nível básico, técnico e tecnológico, em parceria com os

sistemas estaduais e municipais, busca também parcerias com a comunidade.

Assim, foi criado nas Instituições Federais um setor para desenvolver ações e

implantação do Programa TEC NEP, o NAPNE6 (Núcleo de Apoio aos Alunos com

Necessidades Educacionais Especiais) com a participação da comunidade escolar,

pais, e sociedade.

Com a implantação dos NAPNE’s dentro das escolas, barreiras estão sendo

quebradas (embora a passos lentos) e discussões estão surgindo a respeito de uma

nova escola, a escola para Todos. A criação dos NAPNE’s dentro das escolas é

fundamental, pois esses núcleos visam à inclusão social de pessoas com

necessidades educacionais especiais através da tecnologia, educação e

5 Tecnologia Assistiva é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba

produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (Comitê de Ajudas Técnicas, CORDE/SEDH/PR, 2007). 6 Núcleo de Apoio às pessoas com necessidades educacionais especiais – NAPNE: é o setor da

Instituição Federal de Educação Tecnológica que articula pessoas, organizações sociais, instituições e outros interessados, desenvolvendo o Programa TEC NEP no âmbito interno. Tem como objetivo principal criar na instituição a cultura da “educação para a convivência”, aceitação da diversidade e principalmente, buscar a quebra de barreiras arquitetônicas, educacionais, atitudinais e de comunicação.

Page 26: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

26

profissionalização, também promovem o diálogo entre escolas e a comunidade

objetivando a diminuição do preconceito.

A implantação dos NAPNE’s nas escolas tecnológicas federais, diante do

objetivo principal, que é promover a cultura da educação para a convivência, visa

não somente a aceitação da diversidade, mas, principalmente buscar a quebra de

barreiras arquitetônicas, educacionais e atitudinais na instituição, de forma a

promover inclusão de todos na educação.

Realização de atendimento educacional com alunos que possuem

necessidades educacionais especiais em ambientes informatizados, além de

enriquecer o processo pedagógico, colabora na perspectiva da inclusão. Este

processo promove um envolvimento mútuo entre educando e educador, pois ambos

passam a viver experiências onde são estimulados a vencerem suas dificuldades,

possibilitando a superação de seus limites e a construção de novos conhecimentos.

Portanto, observa-se a importância da necessidade de se concretizar esse

novo modelo de educação onde os processos de aprendizagem sejam trabalhados a

partir de uma metodologia que permita a produção do conhecimento de forma mais

efetiva e dinâmica, através da utilização de tecnologias computacionais.

Assim, ressalta-se a importância que a utilização da informática como

ferramenta no processo de inclusão de alunos com necessidades educacionais

especiais apresenta para concretização de uma educação onde os alunos,

independentemente de suas características físicas, sensoriais e cognitivas, tenham

acesso a um ensino de qualidade, que se utilize de métodos e instrumentos

diversificados e que favoreça a verdadeira construção do conhecimento.

Efetivamente, o computador só funciona como instrumento no processo de

ensino-aprendizagem, se for inserido num contexto de atividades desafiadoras, que

promovam o crescimento e participação ativa do aluno.

Page 27: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

27

2. INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

A informática faz parte da vida cotidiana, ou seja, está presente em várias

áreas da atividade humana e pode ser utilizado para diversas finalidades.

As novas Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) estão criando um

impacto significativo na área de educação. Em virtude disso, os professores devem

estar preparados para enfrentar as novas gerações de alunos atualizados e

informados. O papel da Informática na Educação é cada vez mais relevante, pois é

um instrumento no processo de ensino-aprendizagem. Valente (2000) define o termo

“Informática na Educação” como:

A inserção do computador no processo de aprendizagem dos conteúdos curriculares de todos os níveis e modalidades de educação. Para tanto, o professor da disciplina curricular deve ter conhecimento sobre os potenciais educacionais do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador (VALENTE, 2000).

Ha algum tempo, o computador era considerado um equipamento muito

sofisticado e caro. Atualmente, ele faz parte da vida cotidiana, ou seja, está presente

em varias áreas da atividade humana e pode ser utilizado para diversas finalidades.

Ha quase uma década que embora o computador fizesse parte do dia-a-dia dos

afazeres dos cidadãos, ainda era vista com receio e fascínio, porque é uma maquina

que estimula o processo de pensar e usa linguagens cada vez mais próximas da

linguagem humana.

Atualmente, a informática está mais acessível, mas essa mistificação ainda

existe. E para que isso mude, as pessoas devem adotar um posicionamento crítico

face a qualquer inovação tecnológica, o que inclui o computador. O primeiro passo é

desmistificá-lo.

As Tecnologias Educacionais (TE), dentro da visão tecnicista, denota a

ênfase aos meios na educação sem discutir suas finalidades. Somente a partir da

década de 80, com o crescimento de um pensamento educacional mais crítico, a TE

passou a ser compreendida como uma opção de se fazer educação contextualizada

com as questões sociais e suas contradições, visando o desenvolvimento integral do

homem e sua inserção crítica no mundo em que vive.

Muitas vezes, quando se fala o termo tecnologia educacional, as pessoas se

assustam pensando que é algo ligado ao futuro, que não tem acesso. Mas essa

Page 28: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

28

tecnologia está associada diretamente aos instrumentos utilizados no processo

ensino-aprendizagem. O giz, a lousa, o retroprojetor, o vídeo, a televisão, o jornal

impresso, o livro, o computador, são todos elementos da tecnologia educacional.

Mas o porquê de tantas atenções voltadas ao computador? O ganho do

computador aos demais recursos tecnológicos, no âmbito educacional, está

diretamente relacionado à sua característica de interatividade. Na verdade, o

computador funciona como um grande aglutinador das varias tecnologias existentes.

Existem dois focos de abordagem da informática na educação: pedagógico e

social. Na abordagem pedagógica, a escola utiliza o computador como ferramenta

associando o seu uso a complementos disciplinares ou projetos educacionais. Na

abordagem social, a escola preocupa-se repassar para os alunos algum conteúdo

tecnológico.

Compete analisar que as escolas que apenas utilizam a informática na

abordagem pedagógica têm alunos inseguros no manuseio do computador e as que

utilizam na abordagem social, os alunos não conseguem relacionar as ferramentas

aprendidas com suas atividades cotidianas.

Então, a prática mais sugerida é a conciliação dos enfoques pedagógico e

social, onde a escola deverá repassar às orientações tecnológicas básicas as

orientações pedagógicas.

2.1 Informática na Educação Inclusiva

A Informática vem transformando o mundo numa aldeia global e mudando o

próprio conceito de sociedade. Todo esse movimento cria perspectivas positivas

para as pessoas com necessidades educacionais especiais, pois todo esse potencial

dos ambientes computacionais possibilita romper com o isolamento desses

indivíduos que, por barreiras arquitetônicas e sociais ou por impossibilidade motora,

são obrigados a interromper sua formação escolar ou ter acesso à informação de

forma interativa. Investigações vêm revelando a importância e o potencial que a

informática assume na educação inclusiva.

Ao falar em necessidades educacionais especiais, deve-se deixar de focar as

dificuldades específicas dos alunos e se pensar em como a escola pode dar

respostas a essas necessidades, de modo geral, há os que apresentam

necessidades específicas muito diferentes dos demais.

Page 29: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

29

Diante disso, os alunos, de um modo geral, são considerados susceptíveis,

mesmo que temporariamente, a atenção específica, onde requerem um tratamento

diversificado dentro do mesmo currículo. E não se pode negar que este tratamento

pode gerar discriminação, preconceito e efeitos adversos que podem decorrer dessa

atenção especial. Em ocasiões extremas, a diferença pode conduzir a exclusão. Em

virtude da culpa da diversidade ou da dificuldade que as pessoas têm em lidar com

ela?

Nesta conjuntura, o auxílio pedagógico e os trabalhos educacionais, mesmo

os especializados quando necessários não devem restringir ou prejudicar as tarefas

que os alunos com necessidades especiais compartilham na sala de aula com os

demais colegas. Respeitar a atenção a diversidade e manter a ação pedagógica

”normal” parecem ser um desafio permanente na integração dos alunos com

dificuldades de aprendizagem, sejam elas de maior ou menor intensidade.

Para isso, a informática na educação inclusiva se utiliza dos princípios da

Interação Humano-Computador (IHC), que tem como proposta o desenvolvimento

de sistemas que satisfaçam a usabilidade, aplicabilidade e comunicabilidade dos

usuários.

Podemos notar na Figura 1 vários elementos, tais como:

Figura 1. Ciclo de Processamento da Informação. Fonte: Hogetop e Santarosa, 2006.

Page 30: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

30

Neste sentido, conforme Souza (1999, p 227), apud Hogetop e Santarosa

(2006, p.3), estudos que buscam a melhoria dos processos de interação usuário-

sistema, enfocando os seguintes aspectos:

• Design e desenvolvimento do hardware e software: estudo de tecnologias que envolvem dispositivos de entrada e saída bem como de tecnologias de software, como ambientes gráficos e virtuais, entre outros; • Focalizando a capacidade e limitação física e cognitiva dos usuários: estudos de ergonomia para avaliar limites de esforço físico do usuário e estudos de psicologia e ciência cognitiva sobre a capacidade humana de memorização, raciocínio e aprendizagem. • Instrumentação teórica e prática para o design e desenvolvimento de sistemas interativos: estuda a respeito dos fenômenos abrangentes; modelos para o processo de desenvolvimento que descrevam as etapas necessárias e como devem ser conduzidas; • Modelos de interfaces e do processo de interação usuário-sistema: estudos com vistas a desenvolver modelos abstratos do processo de interação compatíveis com as capacidades e limitações físicas e cognitivas dos usuários • Análise do domínio e de aspectos sociais e organizacionais: estudos com a finalidade de avaliar o impacto que o contexto onde está inserido o usuário exerce sobre seus conhecimentos, sua linguagem e suas necessidades. Para definir os recursos tecnológicos que as pessoas com necessidades educativas especiais necessitam para uma maior independência, qualidade de vida e inclusão na vida social, chama-se de ajuda técnica.

Para isso, Koon e Vega (2000) apud Hogetop e Santarosa (2006, p.5)

agrupam basicamente em cinco as ajudas técnicas disponibilizadas às PNE's:

• Os sistemas alternativos e aumentativos de acesso a informação: São ajudas para pessoas com deficiência visual ou auditiva e constituem as Tecnologias da Fala, os Sistemas multimídia interativos, os sistemas de comunicação avançada e os de reabilitação cognitiva; • Os sistemas de acesso: São as interfaces adaptadas que permitem ás pessoas com deficiência física ou sensorial usar os computadores; • Sistemas alternativos e aumentativos de comunicação: São aqueles desenvolvidos para pessoas que não tem acesso ao código de comunicação oral-verbal; • Sistemas de mobilidade: Relacionam-se a mobilidade e deslocamento da pessoa e as barreiras arquitetônicas; • Sistemas de controle do ambiente: Permitem a manipulação de dispositivos que auxiliam no controle do ambiente do indivíduo.

2.2 Recursos Didáticos para Aluno PNE

Os recursos destinados aos alunos com necessidades educacionais especiais

devem ser inseridos em situações e experiência do cotidiano, que estimulem a

exploração e o desenvolvimento pleno dos outros sentidos. A variedade, a

adequação e a qualidade dos recursos disponíveis possibilitam o acesso ao

conhecimento, à comunicação e à aprendizagem significativa.

Page 31: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

31

Os softwares para usuários que necessitem de recursos especiais de

aprendizagem devem utilizar recursos de multimídia, hipertexto para estimular a

curiosidade, permitir apresentação de informações na forma não seqüencial e

propiciar uma maior interação.

As principais características dos softwares educacionais são:

• Tutoriais: tem como objetivo levar o computador a instruir o aluno em uma

determinada área do conhecimento, inspirando-se na forma como um tutor o faria

em um contato individualizado com o aluno;

• Exercitação: possibilitam uma interatividade por meio de respostas as

questões apresentadas. Os professores primeiramente apresentam conceitos a

serem trabalhados no ambiente de sala de aula, de acordo com a disciplina

ministrada e, por fim, efetuam exercitações sobre tais conceitos;

• Jogos: são softwares de entretenimento. Sendo recomendados ao lazer e a

diversão. Apresentando uma grande interatividade e recursos de programação

sofisticados;

• Simulação: neste grupo têm os simuladores de vôo, gerenciadores de

cidades, de hospitais e de safáris;

• Investigação: neste grupo, encontram-se as enciclopédias e a internet em

que várias informações podem ser encontradas;

• Abertos: são os de livres produções, o que será elaborado dependerá muito

da criatividade do usuário. Oferecem várias ferramentas, as quais podem ser

relacionadas conforme o objetivo a ser atingido;

• Softwares de Autoria: este software é um dos mais gratificantes para

professores e alunos. Estes softwares funcionam como um aglutinador de produções

elaboradas em outros softwares;

• Softwares de apresentação: estes softwares são utilizados com muita

freqüência para apresentações de palestras e aulas. Estes recursos possuem

recursos de visualização de telas, bem como, permitem produções de slides e

transparências;

• Softwares de Programação: são aqueles que possibilitam a criação de

outros programas, ou seja, programas executáveis. Estes programas são ótimos

para estimular o raciocínio lógico, entretanto, as suas produções geralmente são

mais demoradas que as dos softwares anteriormente citados e requerem um bom

preparo do professor quando ao domínio dos comandos do software de

Page 32: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

32

programação, bem como, uma visão bastante sistemática das rotinas de

programação;

• Sistema Tutor Inteligente: O objetivo é considerar o conhecimento e

habilidades prévias dos alunos para propor estratégias de ensino aprendizagem

mais apropriadas para cada um dos alunos. Existem duas formas de acesso das

entradas das informações para o computador: o acesso direto e o mediado. O

acesso direto acontece da comunicação do usuário com o computador por meio de

diversos dispositivos e o acesso mediado por meio de comutadores/interruptores.

2.2.1 Ajudas Técnicas de Acesso Direto

• Teclados ergonômicos: são teclados modificados, desenhados com o

desígnio de diminuir a tensão e sobrecarga dos dedos, mãos ou punho, permitindo

várias possibilidades de ajuste para o alcance da postura mais adequada e cômoda

para o usuário;

• Miniteclados: mais reduzidos, promove o uso às pessoas com controle

limitado dos braços e mãos;

• Expandidos: há maior espaçamento entre as teclas possibilitando desta

forma, que o usuário apóie sua mão sem tocar nas demais teclas;

• Teclado Braile: no seu uso pressiona-se uma combinação de teclas que

produzem o Braille computadorizado de oito pontos ou o Braille integral que utiliza

um transcritor Braille de seis pontos;

• Teclado de Conceitos: é um recurso que apresenta finalidades

primordialmente educativas e de comunicação. Consiste em um teclado composto

por células sensíveis ao tato (de 16, 128 ou 256 células) e programáveis, isto é,

constitui-se em um dispositivo aberto podendo-se configurar as células em função

das características do software a ser usado;

• Tela sensível ao toque: A tela sensível ao toque é mais uma possibilidade de

acesso direto ao computador, como se usássemos o teclado ou o mouse;

• Reconhecimento de Voz permite ao aluno introduzir informações e

comandos ao computador dando apenas ordens verbais (letras, palavras ou frases);

• Joystick: é bastante conhecido por ser muito utilizado em jogos de vídeo

game. Pode ser controlado através de uma barra de direção e botões de ”acertar”;

Page 33: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

33

• Scanner: tem-se a possibilidade de introduzir desenhos e fotografias no

computador, as quais poderão ter infinitas aplicações educacionais ou laborais para

o usuário.

2.2.2 Ajudas Técnicas Mediadas

• Sistema de varredura: é usado quando o usuário possui apenas a

capacidade de dar respostas através de movimentos amplos, pois este sistema

requer somente a ativação ou desativação de um ou vários acionadores;

• Sistema de código: Utiliza um ou vários acionadores como no sistema

anterior, porém é mais rápido. A entrada ao computador dá-se através de código,

normalmente o código Morse; Dispositivos de Saída;

• Monitor: constitui-se no meio de saída visual da informação de atuação mais

marcante sobre o indivíduo, pois sabemos que o olho humano capta dados contidos

em um gráfico muito mais rapidamente que na forma textual ou através de números;

• Impressora: Dentre os diferentes tipos de impressoras a tinta como as

matriciais, a jato de tinta ou laser, encontram-se as impressoras Braille, que

transcodificam os caracteres convencionais ao sistema de seis pontos do Braille;

• O Sintetizador de Voz: converte qualquer texto escrito que se apresente na

tela do monitor, em texto sonoro. É muito utilizado para surdos e para cegos, pois

todos os programas utilizados pela população ouvinte tornam-se também acessíveis

a estes, através do sintetizador de voz;

• Digitalizador de voz: segundo algumas referências, cartão sonoro. Permite

que sons previamente gravados possam ser reproduzidos incorporando-os a

programas e jogos educativos. Softwares utilizados para deficiência motora;

• SASE: Faz a varredura de softwares padrões, através da criação de

máscaras e varreduras sobre o mesmo, também sob controle de um acionador;

• Handikeys, StickeyKeys, Access-DOS, Filch, Help-U-Type: Permitem

acesso/controle do teclado convencional;

• MouseKeys: Permitem acesso/controle do mouse;

• Simulador de Teclado: Faz, na tela do computador, emulação do teclado,

permitindo a conexão de um acionador para controlar a varredura das opções

disponíveis;

Page 34: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

34

• ERA - Emulador de Ratón: Faz, na tela do computador, emulação do mouse,

permitindo a conexão de um acionador para controlar a varredura das opções

disponíveis;

• KENIX: Faz a emulação do teclado e mouse, permitindo a conexão com todo

tipo de acionador, teclado de conceitos, etc., para o controle do sistema de

varredura.

2.2.3 Recursos Tecnológicos

Os meios informáticos promovem as atividades de educadores e educandos

porque permitem a comunicação, a pesquisa e o acesso ao conhecimento.

2.2.3.1Softwares Utilizados para Deficiência Motora e de Fala

• FALAS - Ferramenta Alternativa de Aquisição Simbólica: é um destes

sistemas comunicadores com a ressalva que, além de recursos de multimídia,

também utiliza técnicas de inteligência artificial sendo possível, neste caso, o

sistema se adaptar automaticamente as preferências do usuário no que diz respeito

à disposição dos símbolos segundo sua freqüência de utilização, velocidade de

varredura das opções na tela, ajuda no aprendizado dos símbolos, etc., que são

feitos com o auxílio do histórico pessoal que é gerado pelo sistema durante sua

utilização;

• Anagrama-Comp: Permite a composição, impressão e sonorização de

quaisquer palavras e sentenças da língua portuguesa;

• Bliss-Comp: Utiliza o sistema gráfico de comunicação chamado Bliss

reunindo os 1600 símbolos originais do sistema. O usuário, através do mouse ou

tela sensível ao toque, pode se comunicar através de um símbolo ou formar frases;

• ImagoVox: É um sistema que utiliza recursos de multimídia como voz

digitalizada, filmes e fotos permitindo uma comunicação icônico-vocálicas de

pessoas com perda ou retardo no desenvolvimento da linguagem. É acessado

através do mouse ou tela sensível ao toque;

• PCS-Comp: Este sistema, ao invés de utilizar sistema Bliss, faz uso do

sistema PCS que, segundo Capovilla, é menos abstrato e mais representacional;

• PIC-Comp: Este, por sua vez utiliza o sistema PIC e foi desenvolvido para

autistas, deficientes mentais e paralíticos cerebrais não-falantes. É composto por

400 pictogramas arranjados em 25 categorias semânticas;

Page 35: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

35

• NoteVox: Permitem deficientes da fala com bom nível intelectual comporem

parágrafos com até 720 caracteres a partir da seleção de palavras e/ou sílabas de

um banco de dados, via toque de apenas um dedo ou digitação no teclado. Também

utiliza voz digitalizada.

2.2.3.2 Softwares Utilizados para Deficiência Visual

• BIBLIVOX: Sistema de controle, cadastro e consulta bibliográfica vocal para

deficientes visuais: tem como objetivo servir como ferramenta de apoio e estímulo ao

processo de pesquisa e consulta bibliográfica e da administração do sistema por

deficientes visuais, com o auxílio de voz sintetizada, permitindo assim que se possa

realizar consultas ou manutenção do sistema;

• DOSVOX: É um sistema operacional que permite que pessoas cegas

utilizem um computador comum para desempenhar uma série de tarefas adquirindo

assim, um nível alto de independência no estudo e no trabalho. Este sistema

interage com o usuário através de voz sintetizada, em português e sem sotaque;

• Canta Letras: É um sistema multimídia para apoio ao processo de leitura e

escrita onde, através de uma interface auditiva, impressão Braille e características

interativas têm por objetivo facilitar a aprendizagem da leitura e da escrita para

cegos;

• SONIX: É um software para familiarização do usuário cego com o uso do

computador possibilitando que este ganhe independência no manejo do

equipamento;

• Virtual Vision: Um leitor de tela, é um programa que, interagindo com o

Sistema Operacional do Computador, captura toda e qualquer informação

apresentada na forma de texto e a transforma em uma resposta falada utilizando um

sintetizador de voz.

2.2.3.3 Softwares Utilizados para Deficiência Auditiva

• Construção de materiais de apoio pedagógico á comunicação / interação de

deficientes auditivos com o microcomputador e a linguagem LOGO: Este projeto

propõe uma compreensão e construção de códigos não-verbais de sinalização que

possui o mesmo significado semântico dos comandos LOGO;

• SELOS: Um sistema para ensino da língua oral e de sinais para crianças

surdas que se encontram no primeiro nível escolar;

Page 36: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

36

• Treinamento computadorizado para elocução de vogais para deficientes

auditivos: Este trabalho apresenta o algoritmo de extração das freqüências

formantes e sua utilização ao em uma representação gráfica para treinamento das

vogais;

• Sign Talk: Um bate-papo entre surdos e ouvintes: é uma ferramenta que

possibilita a comunicação à distância entre surdos e ouvintes, surdos e surdos,

ouvintes e ouvintes. A maioria dos softwares utilizados em pessoas com deficiência

mental é software abertos. Poucos são os softwares voltados especificamente para

estes usuários uma vez que qualquer software que estimule a percepção auditiva e

perceptiva, o desenvolvimento psicomotor, pode ser utilizado.

Page 37: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

37

3. DEFICIÊNCIA VISUAL

A deficiência visual pode ser considerada como a perda ou redução de

capacidade visual em ambos os olhos em caráter definitivo, que não possa ser

aprimorada ou corrigida com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Sabe-

se da existência também de pessoas com visão subnormal ou baixa visão, cujos

limites podem variar de acordo com fatores como: fusão, visão cromática, adaptação

ao claro e escuro, sensibilidades a contrastes, etc. Também se defini deficiência

visual como a redução ou perda total da capacidade de ver com o melhor olho e

após a melhor correção ótica.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, cerca de1% da população

mundial apresenta algum grau de deficiência visual. Mais de 90% encontram-se nos

países em desenvolvimento.

3.1 Cegueira

Sá, Campos e Silva (2008) ressaltam que a cegueira pode ser compreendida

como uma alteração grave ou total de uma ou mais das funções elementares da

visão que afeta de modo irremediável a capacidade de “perceber cor, tamanho,

distância, forma, posição ou movimento em um campo mais ou menos abrangente”.

Pode ocorrer desde o nascimento (cegueira congênita), ou posteriormente (cegueira adventícia, usualmente conhecida como adquirida) em decorrência de causas orgânicas ou acidentais. Em alguns casos, a cegueira pode associar-se à perda da audição (surdocegueira) ou a outras deficiências (Sá, Campos, Silva 2008, p.15).

Logo, a cegueira é a perda da visão, em ambos os olhos, de menos de 0,1 no

melhor olho após correção, ou um campo visual não excedente a 20 graus, no maior

meridiano do melhor olho, mesmo com o uso de lentes de correção. Sob o enfoque

educacional, a cegueira representa a perda total ou o resíduo mínimo da visão que

leva o indivíduo a necessitar do método Braille como meio de leitura e escrita, além

de outros recursos didáticos e equipamentos especiais para a sua educação.

3.2 Visão Subnormal ou Baixa Visão

Visão reduzida/Baixa visão: acuidade visual dentre 6/20 e 6/60, no melhor

olho, após correção máxima, uma pessoa considerada com visão normal possui

capacidade de visão de 20/20. Sob o enfoque educacional, trata-se de resíduo visual

Page 38: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

38

que permite ao educando ler impressos a tinta, desde que se empreguem recursos

didáticos e equipamentos especiais.

3.3 Patologias que afetam a visão central

Degeneração macular: anomalia de desenvolvimento e processo

degenerativo que afeta a mácula. Visão central reduzida; retina periférica normal;

dificuldade para discriminar cores e ausência de percepção de detalhes a distância.

Mácula: membrana amarela com extensão vascular de um a dois

milímetros de diâmetro.

Doença de Stargardt: anomalia de visão central, não acometendo a

visão periférica.

Distrofia de Cones: (acromatopsia): anomalia congênita que se

caracteriza pela cegueira total ou parcial às cores devida à ausência ou anomalia

dos cones. Fotofobia que diminui com a idade; nistagmo; capacidade visual

prejudicada pela iluminação intensa; incapacidade de discriminar cores.

Albinismo: íris translúcida por diminuição ou ausência de pigmentação.

Fotofobia variável; nistagmo; acuidade visual diminuída por hipoplasia macular;

anomalias de refração (astigmatismo e miopia, preferencialmente); pele pálida,

cabelo embranquecido, loiro ou castanho claro, da mesma forma que sobrancelhas

e cílios, em decorrência da hipopigmentação.

Coriorretinite macular: inflamação da coróide e retina atingindo a

mácula, geralmente causada por toxoplasmose; de origem congênita ou adquirida.

Diminuição variável da acuidade visual; anomalias na visão periférica de diferentes

tipos; alterações na forma (metamorfopsias) de ver os objetos (micropsia, menores;

macropsia, maiores); diminuição do senso de luminosidade; fotofobia.

3.4 Patologias que afetam a visão periférica

Glaucoma: pressão intra-ocular elevada, associada à alteração da visão

periférica e do nervo óptico. Fotofobia; lacrimejamento; nebulosidade corneana;

aumento do diâmetro corneano; diminuição geral da capacidade visual. O campo

visual central não é afetado até um estágio avançado; dificuldade para leitura, para

ver objetos de grande tamanhos e no deslocamento. Acuidade visual mantida, se

não existirem outras anomalias; visão noturna diminuída.

Page 39: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

39

Nervo ótico: transporta os impulsos elétricos do olho para o centro de

processamento do cérebro, para a devida interpretação.

Retinose pigmentar: degeneração progressiva do neuroepitério retiniano,

acometendo primariamente os bastonetes e secundariamente os cones, seguindo-se

atrofia geral de toda a retina. Cegueira noturna; retração concêntrica crescente do

campo visual; visão central conservada que se empobrece progressivamente com a

idade; discriminação defeituosa das cores.

Bastonetes: responsáveis pela adaptação luminosa de claro-escuro, de

movimentos: é uma visão incomparavelmente mais pobre, qualitativamente inferior

(visão periférica).

Cones: responsáveis pela visão de “forma” e de “cores”, isto é, a visão

mais refinada, qualitativamente superior (acuidade visual central).

3.5 Tecnologias Assistivas para Deficiente Visual

As Tecnologias assistivas podem ser compreendidas como recursos e

serviços que objetivam facilitar o desenvolvimento de atividades da vida diária por

pessoas com deficiência. Procuram aumentar capacidades funcionais e assim

promover à autonomia e a independência de quem as utiliza.

A constatação acima corrobora com as idéias de Neto e Rollemberg (2005) ao

definirem as Tecnologias Assistivas, também denominada de Adaptativa ou Ajuda

Técnica, como toda aquela tecnologia desenvolvida para permitir o aumento da

autonomia e independência de idosos e de pessoas portadoras de deficiência em

suas atividades domésticas ou ocupacionais de vida diária.

Ainda de acordo com Neto e Rollemberg (2005), a aplicação de Tecnologia

Assistiva abarca uma série de possibilidades do desempenho humano, desde

tarefas básicas de autocuidado (mobilidade, comunicação, manutenção do lar,

preparo de alimentos, tarefas ocupacionais), até atividades de lazer e de trabalho.

Portanto, consoante com o ponto de vista de Hogetop e Santarosa (2002),

nem todas as pessoas têm possibilidade de acessar os recursos de hardware ou

software que o mundo digital oferece, devido a limitações, que podem ser motoras,

visuais, auditivas, físicas, entre outras.

Para compensá-las, existem sistemas/dispositivos que apresentam soluções,

próteses chamadas de Tecnologia Assistiva/Adaptativa ou Auto-ajudas/ Ajudas

Técnicas, dependendo da influência norte-americana ou européia, respectivamente.

Page 40: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

40

Há ainda, tecnologias assistivas para facilitar a locomoção, o ingresso à

informação e na comunicação, o domínio do ambiente e em diversas atividades do

cotidiano como o estudo, o trabalho e o lazer. Cadeiras de rodas, bengalas,

próteses, lupas, aparelhos auditivos e os controles remotos são apenas alguns

exemplos de tecnologias assistivas.

São considerados recursos de Tecnologia Assistiva, portanto, desde artefatos

simples, como uma colher adaptada, uma bengala ou um lápis com uma

empunhadura mais grossa para facilitar a preensão, até sofisticados sistemas

computadorizados, utilizados com a finalidade de proporcionar uma maior

independência e autonomia à pessoa com deficiência (GALVÃO FILHO e

DAMASCENO, 2006).

As tecnologias assistivas podem ser utilizadas na realização de atividades do

cotidiano, como:

Equipamentos de auxílio à mobilidade: cadeiras de rodas e

equipamentos;

Figura 2 - Cadeira de Rodas Motorizada e Andador com Freio

Bengalas: Auxiliam a localização de obstáculos e desníveis no piso

durante o caminhar da pessoa cega ou com visão reduzida, podendo ser inteiriças

ou dobráveis;

Page 41: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

41

Figura 3 - Bengala Dobrável

Lupas eletrônicas: desenvolvidas para auxiliar pessoas com baixa visão, que

necessitam grande ampliação de textos e imagens, na leitura e na escrita;

Figura 4 - Lupa Eletrônica

Máquina Perkins: máquina de datilografia utilizada na produção de

textos em Braille;

Figura 5 - Máquina de Escrever Braille

Reglete: com o auxílio de um instrumento denominado punção, a reglete

auxilia na escrita em grafia Braille. Com este instrumento o texto em Braille é

produzido no sentido oposto ao da leitura;

Page 42: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

42

Figura 6 - Reglete de Mesa

Rotuladora Braille: máquina mecânica para rotular em Braille;

Figura 7 - Rotuladora Braille

Trenas com marcação em alto relevo: fitas métricas que oferecem pistas

táteis para auxiliar pessoas com deficiência visual na medição de áreas.

Figura 8 - Fita Métrica

As tecnologias assistivas também podem ser utilizadas para auxiliar no uso

do computador, como:

Dispositivos apontadores alternativos: alternativas ao mouse que

viabilizam o acionamento de elementos de uma interface gráfica e a seleção de seu

conteúdo;

Page 43: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

43

Figura 9 - Acionadores com Mouse Adaptado

Teclados alternativos: dispositivos físicos ou programas de computador

que oferecem uma alternativa para o acionamento de teclas, simulando o

funcionamento do teclado convencional. Exemplos deste tipo de dispositivos são os

teclados com espaçamento menor ou maior entre as teclas; os protetores de teclas,

que possibilitam o acionamento de uma única tecla por vez;

Ponteiras de cabeça: ferramentas que podem ser acopladas à cabeça

para auxiliar, por exemplo, o uso do teclado por pessoas que tenham dificuldades

em usá-lo da forma convencional;

Sistemas para entrada de voz: viabilizam o uso do computador por

comando de voz e assim podem ser utilizados por pessoas que estejam com a

mobilidade dos membros superiores comprometida. Em geral, aplicação que podem

ser utilizadas amplamente via teclado também podem ser acionadas por comando

de voz. Exemplos desses sistemas são os IBM Via Voice e o Motrix do Núcleo de

Computação Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro-NCE/UFRJ. Para

o uso desse tipo de tecnologia é necessário, além do programa de reconhecimento

de voz, a configuração adequada do sistema multimídia para apoiar a interação

entre o usuário e o computador;

Ampliadores de tela: são aplicativos que ampliam parte do conteúdo

apresentado na tela do computador e assim podem facilitar seu uso por pessoas

com baixa visão, capazes de enxergar os elementos gráficos e textuais

apresentados no tamanho exibido por esses aplicativos. Na medida em que ampliam

parte do conteúdo apresentado, também reduzem a área efetiva que pode ser

visualizada na tela do computador, removendo informações de contexto;

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44

Figura 10 - Ampliador de Tela

Linhas Braille: dispositivos de saída compostos por fileira(s) de células Braille

eletrônicas, que reproduzem informações codificadas em texto para o sistema Braille

e assim podem ser utilizadas como alternativa aos leitores de tela por usuários que

saibam interpretar informações codificadas nesse sistema (ex. pessoas cegas,

pessoas com baixa visão);

Figura 11 - Dispositivo de Saída Linha Braille

Impressoras Braille: imprimem em papel informações codificadas em texto

para o sistema Braille (ex. textos, partituras, equações matemáticas, gráficos, etc.).

Existem impressoras Braille que utilizam um sistema denominado interpontos,

viabilizando a impressão nos dois lados do papel;

Figura 12 - Impressora Braille

Page 45: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

45

Leitores de tela com síntese de voz: são aplicativos que viabilizam a leitura de

informações textuais via sintetizador de voz e assim pode ser utilizada por pessoas

com deficiência visual, por pessoas que estejam com a visão direcionada a outra

atividade, ou até mesmo por aquelas que tenham dificuldade para ler. São exemplos

de leitores de telas: o Jaws for Windows Freedom da Scientific, o Virtual Vision e o

Delta Talk da Micro Power e o Monitivox do NCE/UFRJ.

Figura 13 - Software para Controle do Computador com Síntese de Voz

3.6 Softwares de Acessibilidade ao Deficiente Visual

Manzaneda Gonzáles e Mendoza Janco (2003) consideram que as

necessidades mais urgentes do grupo das pessoas com deficiência visual, além da

sensibilização da sociedade, diz respeito à necessidade de que elas tenham acesso

a recursos tecnológicos.

Diante disso, esses autores opinam também que, ao contrário do que muitos

pensam, essas deficiências, ao invés de isolar essas pessoas, as impulsionam a

consumir o maior volume de informações que possam adquirir para o seu

desenvolvimento.

Assim, os leitores de Tela são programas que interagem com o Sistema

Operacional, reproduzindo, de forma sonora, os eventos ocorridos no computador.

Essas interfaces lêem para o usuário as informações, botões, enfim, todos os

eventos que se apresentam em forma de texto ou equivalente (imagens etiquetadas)

na tela do computador. Virtual Vision e Jaws são os leitores de tela mais utilizados

no Brasil.

Page 46: A inclusão de pessoas com deficiência visual e a informática

46

4. ESTUDO DE CASO

Esta pesquisa, em sua primeira fase constituiu-se de uma pesquisa

bibliográfica referente ao Movimento pela Educação Inclusiva e Fundamentos

Legais. Após procedeu-se a revisão de literatura sobre a Deficiência Visual.

Em segundo momento, foi realizado um estudo de caso que oferecerá a esta

pesquisa elementos para conhecer e melhor compreender a educação inclusiva e os

recursos informacionais que podem ser usados para auxiliar a construção de

saberes por pessoas com necessidades especiais, principalmente pessoas cegas ou

com baixa visão, pois consoante com o ponto de vista de Lüdke e André (1986, p.

18), o conhecimento não é algo acabado, mas uma construção que se faz e refaz

constantemente.

4.1 Abordagem Metodológica

O estudo de caso realizou-se pela aplicação de testes em alguns softwares

leitores de telas em um aluno com baixa visão, do Instituto Federal Farroupilha, do

Campus Alegrete. Após os testes, realizou-se uma avaliação dos softwares leitores

de tela com o aluno.

4.2 O Aluno com Baixa Visão

Segundo Gil (2005) cerca de 9,5% da população brasileira possui algum tipo

de deficiência visual, conforme os dados apresentados pelo Censo 2000 do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (2005). Entre estas, muitas são pessoas que

possuem baixa visão e, em termos quantitativos, sabe-se que a maioria das pessoas

com deficiência visual possui algum grau residual de visão: poucas são totalmente

cegas.

Observa-se que a definição de baixa visão (ambliopia, visão subnormal ou

visão residual) devido à abundância e à acuidade de comprometimentos das

funções visuais torna-se difícil, pois essas funções englobam desde a simples

percepção de luz até a redução da acuidade e do campo visual que interferem ou

limitam a execução de tarefas e o desempenho geral.

Por conseguinte, uma pessoa com baixa visão demonstra grande oscilação

de sua condição visual em virtude do seu estado emocional, as circunstâncias e a

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47

posição em que se encontra, dependendo das condições de iluminação natural ou

artificial. Trata-se, portanto, de uma circunstância angustiante para o indivíduo e

para quem lida com ele tal é a complexidade dos fatores e contingências que

influenciam nessa condição sensorial.

Desta forma, as quantificações das dificuldades visuais demonstram ser

insuficientes por si só e insatisfatórias. É, pois, muito imprescindível constituir uma

relação entre a mensuração e o uso prático da visão, uma vez que mais de 70% das

crianças identificadas como legalmente cegas possuem alguma visão útil.

Percebe-se então que a baixa visão traduz numa redução do rol de

informações que o indivíduo recebe do ambiente, abreviando a grande quantidade

de dados que este apresenta e que são essenciais para a construção do

conhecimento sobre o mundo exterior. Em outras palavras, o indivíduo pode ter um

conhecimento restrito do que o rodeia.

Assim, as aprendizagens visuais provem não apenas do olho, mas também

da capacidade do cérebro de cumprir as suas funções, de capturar, codificar,

escolher e organizar imagens fotografadas pelos olhos. Essas imagens são

relacionadas com outras mensagens sensoriais e armazenadas na memória para

serem lembradas mais tarde.

4.3 Características do Aluno

O estudo de caso realizou-se no Instituto Federal Farroupilha, no Campus de

Alegrete, com um aluno com baixa visão.

O aluno perdeu a visão gradualmente a partir dos 13 anos. Hoje, aos 29 anos,

ele percebe luminosidade, vultos e diferencia cores claras de cores escuras.

Seu problema de visão não foi diagnosticado, não foi encontrado nenhum

problema físico nem neurológico (foram realizadas duas tomografias).

O aluno utiliza diariamente leitores de tela, tanto em casa quanto nas

atividades escolares. Durante as aulas, teve a possibilidade avaliar as vantagens e

desvantagens de cada software, analisando seu funcionamento. As análises a seguir

foram realizadas na disciplina de programação, que faz parte do currículo do Curso

Técnico o qual o aluno cursa.

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48

4.4 Softwares de Acessibilidade Utilizados

Leitores de tela com síntese de voz são concebidos para usuários cegos ou

com baixa visão, e possibilita a navegação na internet, o uso do correio eletrônico, o

processamento de textos, de planilhas e uma infinidade de aplicativos operados por

meio de comandos de teclado que dispensam o uso do mouse.

Entre os programas que testamos em nosso ambiente computacional,

destacamos:

DOSVOX: Sistema operacional desenvolvido pelo Núcleo de Computação

Eletrônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Possui um conjunto de

ferramentas e aplicativos próprios além de agenda, chat e jogos interativos. Pode

ser obtido gratuitamente por meio de download a partir do site do projeto

Virtual Vision: Software brasileiro desenvolvido pela Micropower, em São

Paulo, concebido para operar com os utilitários e as ferramentas do ambiente

Windows. É distribuído gratuitamente pela Fundação Bradesco e Banco Real para

usuários cegos.

Jaws: Software desenvolvido nos Estados Unidos e mundialmente conhecido

como o leitor de tela mais completo e avançado. Possui uma ampla gama de

recursos e ferramentas com tradução para diversos idiomas, inclusive para o

português. No Brasil, não há alternativa de subvenção ou distribuição gratuita do

Jaws, que é o mais caro entre os leitores de tela existentes no momento.

NVDA: O NVDA (NonVisual Desktop Access) é um leitor de tela livre para o

sistema operacional Microsoft Windows. É licenciado pela GPL (General Public

License) o que permite novos estudos e aumenta conseqüentemente o

desenvolvimento de novas funcionalidades nesta área. Apesar de ainda não

fornecer um acesso tão satisfatório as aplicações como os leitores de tela comerciais

o fazem, permite inclusão a custo zero.

Orca: O Orca é o único leitor de tela desenvolvido para o sistema operacional

Linux, dando autonomia para que o deficiente visual utilize todos os aplicativos deste

sistema operacional. É um leitor de tela que acompanha o ambiente gráfico KDE,

presente em algumas distribuições do sistema operacional Linux.

O aluno testou todos os softwares anteriormente citados, e agora

apresentamos a sua avaliação.

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49

4.5 Análise dos Softwares de Acessibilidade

Após utilizar todos os softwares disponíveis pela instituição de ensino,

observou-se a preferência do aluno pelo leitor de tela Virtual Vision. Porem, o aluno

afirma que é fundamental para o deficiente visual conhecer e utilizar todos os outros

softwares leitores de tela, fato que se deve ao constante desenvolvimento das

tecnologias assistivas que estão constantemente em atualização. Apresentamos

agora os seguintes resultados:

• DOSVOX: fora utilizado, inicialmente, para possibilitar uma maior integração

com o ambiente digital em geral, por se tratar de um sistema voltado diretamente

para deficientes visuais, mostrou-se de grande valia para a construção de conceitos

básicos acerca de sistemas informatizados. Seu leitor de tela simplificado

desenvolvido para ambiente Windows, não forneceu condição satisfatória ao

desenvolvimento de atividades relacionadas à programação, tendo em vista que seu

publico alvo, costumeiramente, não desempenha tal atividade;

• Virtual Vision: dentre os softwares analisados, o virtual vision foi o que

apresentou melhores resultados. Caracteriza-se principalmente por sua

dinamicidade e flexibilidade, o que torna possível sua utilização em um grande

número de aplicações com desempenho relativamente satisfatório. Seu ótimo

desempenho em ambiente multi-janela culminou em sua escolha para o uso efetivo

no processo de aprendizagem da linguagem Pascal, considerando que o compilador

é estruturado desta forma;

• Jaws: bastante semelhante ao virtual vision, o Jaws possui uma interface de

configuração completa e simplificada, que possibilita a personalização do software

de acordo com as mais variadas necessidades do usuário. Quando utilizado para a

leitura do compilador, não foram obtidos resultados favoráveis. Observaram-se

várias dificuldades quanto ao acesso a menus, deficiências na leitura de campos de

edição e em caixas de configuração. Todos estes fatores tornaram impossível o uso

de tal leitor de tela para o desenvolvimento de algoritmos em Pascal com o

compilador utilizado;

• NVDA: seu sintetizador de voz disponível para o Português do Brasil não

traz condição para qualquer atividade que fuja do trivial. Entende-se por trivial as

atividades básicas desenvolvidas em um sistema operacional, tais como leitura e

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50

impressão de textos, uso de ferramentas simples como calculadoras e

processadores de texto diversos;

• Orca: para este leitor, fora utilizado o compilador em conjunto com o Wine

(software que realiza a execução e a conversação de aplicações desenvolvida em

plataforma Windows em ambiente Unix), tornando o resultado tal qual seria se a

aplicação fosse executada em plataforma Windows. Nesta conjuntura, o Orca

retornou resultados satisfatórios em sua execução, propiciando ao usuário uma

experiência produtiva na linguagem. O fato de ser um projeto Open Source torna

ainda mais interessante à utilização deste software, não só pela gratuidade, mas

também pelas constantes atualizações realizadas e pelos patchs específicos

disponibilizados.

Através da utilização de softwares leitores de tela, o aluno com baixa visão

avaliou as vantagens e desvantagens dos diferentes softwares testados. O aluno

concluiu com o seguinte comentário: “o melhor software é aquele em que o aluno se

sente mais a vontade, é mais uma questão de adaptação que utilização”.

Ressalta ainda, que a informática tem possibilitado uma revolução no acesso

das pessoas com deficiência visual às informações. Mas não apenas o acesso,

como também as mudanças na disponibilização dessas informações tem se

adaptado às ferramentas disponíveis.

A internet é o melhor exemplo, pois sítios estão se tornando cada vez mais

acessíveis aos leitores de tela e ferramentas computacionais de acessibilidade,

baseando-se em modelos internacionais de desenvolvimento como o W3C (World

Wide Web Consortium), que regulamenta os padrões de páginas da internet

(WINCKLER, 2002).

Ainda estamos longe de uma acessibilidade total das informações

disponíveis, mas existem iniciativas como a Web 2.0 que serve para descrever uma

segunda geração da internet, pois incorpora vários recursos e padrões como

XHTML, Ajax, JavaScript, CSS, acesso à banco de dados etc, possibilitando uma

maior interação com o usuário.

Essa nova geração de recursos de internet possibilita que seu conteúdo

possa ser acessado e lido por ferramentas de acessibilidade de forma mais clara e

simples, pois essas tecnologias conseguem filtrar o conteúdo para exibir apenas o

que seja relevante aos recursos computacionais.

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O aluno deste estudo acessa a internet normalmente utilizando o software

Virtual Vision, porém afirma que a maioria dos sítios de internet não estão ainda

totalmente adaptados aos leitores de tela. Mesmo alguns sítios governamentais ou

educacionais que tem o selo de aprovação da W3C, em determinados eventos se

tornam inacessíveis.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No contexto onde a educação inclusiva tenta romper com modelos de

educação que restringem e desestimulam a criatividade e a diversidade, a

informática é de fato uma ferramenta de estimulo para a inclusão de alunos com

deficiência no ambiente escolar, e pode ser também uma ferramenta para a ruptura

de preconceitos e tabus na sociedade. Podemos salientar que a informática

educativa, entre tantos outros recursos, pode auxiliar a escola a promover a inclusão

educacional e social.

A utilização dos meios computacionais, das tecnologias assistivas e ajudas

técnicas, podem auxiliar os alunos com deficiência visual ao acesso as informações

através dos recursos computacionais.

Observa-se que alguns softwares, mesmo com algumas limitações,

possibilitam a pessoa com deficiência visual o acesso ao computador, a navegar na

internet, fato esse que promove autonomia e independência. Esses resultados são

significativos e importantes no processo de inclusão.

O deficiente visual pode ter acesso a todas as ferramentas que o computador

pode oferecer, o único requisito é que o computador tenha todos os softwares

necessários para o seu uso adaptado às suas necessidades.

Cabe destacar, que a utilização de softwares como DOSVOX, Virtual Vision,

Jaws, NVDA, são fundamentais na vida do aluno cego ou com baixa visão, porém, é

importante ressaltar que as decisões sobre os quais recursos ou softwares que

serão utilizados com os alunos, têm que partir de um estudo minucioso e individual,

com cada aluno. É necessário realizar uma análise detalhada e escuta aprofundada

de suas necessidades, para chegar à escolha pelos recursos que melhor respondem

as necessidades do aluno.

Portanto, os laboratórios de informática, os telecentros e os programas de

inclusão digital devem contar com meios informáticos acessíveis para pessoas

cegas e com baixa visão. O uso de computadores e de outros recursos tecnológicos

por meio de uma atividade pedagógica mostra-se como um recurso potencial que

deve ser colocado em prática na educação, pois garante melhoras no processo de

ensino-aprendizagem, contribuindo fortemente para propiciar o desenvolvimento

cognitivo e sócio-afetivo das pessoas com deficiência visual.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, LDB 9394, de 20 de dezembro de 2006. BRASIL, Ministério da Educação. Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva. Brasília, 2008. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto N° 3.298, de 20 de dezembro de 1999. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Secretaria de Educação Especial – MEC/SEESP, 2001. BRASIL, Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Decreto Nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. BRASIL. Congresso Nacional. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional n° 9.394 de 20/12/1996, 1996. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Imprensa Oficial, 1988. BRASIL. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994. BRASIL. Declaração Mundial sobre Educação para Todos: plano de ação para satisfazer as necessidades básicas de aprendizagem. UNESCO, Jomtiem/Tailândia, 1990. BRASIL. Decreto N° 3.956, de 8 de outubro de 2001. Promulgada a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência. Guatemala: 2001. BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente no Brasil. Lei n. 8.069, de 13 de julho de 1990. BRASIL. MCT. Tecnologias Assistivas e a Promoção da Inclusão Social. Brasília, 2005. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Lei Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. BRASÍLIA. Política Nacional de Educação Especial na perspectiva da Educação BUENO, José Geraldo Silveira. Educação Especial Brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993.

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