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A infinita condescendência de jeová manifestada em habitar na terra john gill

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“Mas, na verdade, habitaria Deus na terra?”

— 1 Reis 8:27 —

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Algumas citações deste Sermão

“Como ele não é limitado pelo tempo, então, nem pelo espaço, e muito menos, diz Salomão, por

esta casa que eu edifiquei. Esta, magnífica como era, e que, embora muito espaçosa e,

provavelmente, mais grandiosa do que qualquer edifício do mundo conhecido, antes ou depois,

mas mesmo essa não poderia conter o Altíssimo, que não habita em templos feitos por mãos, isto

é, em tal sentido como ser circunscrito por eles.”

“Deus é um Ser imenso: ele está em todos os lugares: no céu, terra e inferno. Não há fuga de Sua

presença: deixe uma pessoa estar aonde quiser, em qualquer parte do universo, ele não está fora

do alcance de Deus, ou a uma certa distância dEle. “Se subir ao céu, lá tu estás; se fizer no

inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas

extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra me susterá” (Salmos 139: 8-10).

Deus está em todos os lugares, por Seu poder; defendendo e sustentando as obras das Suas mã-

os. Ele está em todo lugar, por Sua providência, cuidando, e governando todas as Suas criaturas.”

“Ele está em todo lugar, por Sua Onisciência, pois isso atinge a todos os lugares e coisas. Os

olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons e, mais especialmente, os

olhos correm para lá e para cá por toda a terra; as várias partes do globo, onde Seu povo está,

para mostrar-se forte a favor daqueles cujos corações são perfeitos para com Ele. Ele está em

todo lugar, ainda mais especialmente, o céu é o lugar da Sua residência, ou onde Ele demonstra a

Sua glória, e a torna mais evidente, pelo que é chamado de Sua morada, “Atenta desde os céus e

olha a tua santa e gloriosa habitação (Isaías 63:15).”

“É, portanto, maravilhoso que ele devesse habitar na terra, a qual Ele deu aos filhos dos homens,

para ser habitada por eles; e, além disso, uma vez que a terra é o escabelo de Seus pés. O céu é

o Seu trono, no qual ele se senta, e a terra é o Seu escabelo. Não é usual para reis e grandes

príncipes da terra, o sentar-se em cima de Seu escabelo; bem, por isso, a questão pode ser

colocada da maneira que é: De fato, habitará Deus na terra? E, especialmente, sobre a terra, em

Sua situação atual; e como esta tem sido desde a queda de Adão? Pelo pecado a terra está

contaminada e corrompida, está perto da maldição, e Seu fim é ser queimada.”

“Quanto mais surpreendente é, que Deus habitará com os homens, de uma forma e maneira

espiritual! Este Deus, que habita na eternidade, que habita no alto e santo lugar, e cujo nome é

santo; devesse também habitar com tais que têm um espírito contrito e humilde, para vivificar o

espírito dos humildes, e para vivificar o coração dos contritos.”

“À encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo; Sua tabernaculação na natureza humana , sobre

esta nossa terra, a fim de operar a salvação de Seu povo. Este é um exemplo mais surpreendente

de Sua condescendência; e em relação ao qual, palavras como estas podem muito bem ser

usadas. É muito provável, que Salomão teve uma visão disso, uma vez que o templo que ele

construiu foi um tipo da natureza humana de Jesus Cristo.”

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“Essa passagem pode muito bem referir-se à encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo, Sua

habitação na terra entre os homens, a fim operar a Sua salvação: “Na verdade, habitaria Deus na

terra?” Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo é verdadeiramente Deus: Ele teve que habitar, e Ele

habitou na terra, mas é maravilhoso, é surpreendente, de fato! Ele é Deus: mas Ele tabernaculou-

se em nossa natureza. Ele é a Palavra, que estava com Deus, e era Deus. Isso pode referir-se até

àquele evento, quando o Verbo se fez carne e habitou, ou tabernaculou-se entre nós (João 1:14):

em alusão ao tabernáculo de Moisés, que era um tipo de natureza humana de Cristo. Sua

natureza humana é o verdadeiro tabernáculo que o Senhor fundou, e não o homem (Hebreus 8:2).

Assim, o templo de Salomão, construído em alguns aspectos, segundo o modelo do tabernáculo,

era um tipo da natureza humana de Cristo. Destruí (diz o Senhor), este templo (ou seja, o Seu

corpo), e em três dias eu o levantarei. Foi a Palavra de Deus que se encarnou e habitou entre os

homens, no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus (João 1:1);

verdadeira e propriamente Deus.”

“O verdadeiro Deus, pois diz o apóstolo João, sabemos que o Filho de Deus é vindo, ou seja, veio

ao mundo em nossa natureza, e nós deu entendimento sobre Ele, que Ele é o verdadeiro Deus, e,

a vida eterna (1 João 5:20): o autor e doador da vida eterna, tendo-a obtido através de Sua

obediência e morte. Ele é o grande Deus, como Ele necessariamente é, uma vez que Ele obteve

uma eterna redenção. “Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do

grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo”. Ele tem todas as perfeições da Divindade em Si. Tudo

o que o Pai tem, Ele tem, de modo que aquele que vê a um, vê o outro; Cristo sendo a expressa

imagem da Sua Pessoa, não julgou como usurpação o ser igual a ele; a plenitude da Divindade

habita corporalmente nEle. Tudo isso não poderia ter sido dito com qualquer propriedade, se Ele

não tivesse sido verdadeira e propriamente Deus.”

“Agora é incrível, que esta grande, gloriosa, e ilustre Pessoa habitasse na terra. Na verdade,

habitaria Deus na terra? Deus, a Palavra, o Criador de todas as coisas, o qual é sobre todos,

Deus bendito para todo o sempre, que habita no mais alto dos céus, e habitará na terra? Em

verdade, Ele irá, e certamente Ele habitou na terra. Foi proposto a Ele no antigo conselho e pacto

de paz, que Ele deveria assumir a nossa natureza, e habitar na terra com os homens mortais: Ele

concordou com isso, e disse: “Eis aqui venho; no rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em

fazer a tua vontade, ó Deus meu” (Salmos 40:7-8), Eu venho em natureza humana: Eu vim ao

mundo, e entre os homens; Agrada-me fazer a tua vontade; isto é, obter a redenção para os

pecadores perdidos.”

“Ele apareceu no jardim do Éden, imediatamente após a Queda de nossos primeiros pais. “Eles

ouviram a voz do Senhor, Deus”, ou como a antiga paráfrase Judaica a tem, “Eles ouviram a voz

da Palavra do Senhor Seu Deus:” desse Logos eterno, a Palavra que estava no princípio com

Deus, era Deus (João 1:1), e foi habitar com o homem sobre a terra.”

“[...] é certo que no tempo de Jó havia garantias disso. Jó expressa Sua plena certeza disso: Eu

sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará no último dia sobre a terra (Jó 19:25).

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Assim, várias outras profecias indicam o mesmo, e apontam até mesmo para a própria terra em

que o Messias deveria habitar. Certamente que a salvação está perto daqueles que o temem,

para que a glória habite na nossa terra (Salmos 85:9); ou seja, a gloriosa pessoa prometida para

ser o Salvador, que iria operar a salvação de Seu povo, e que é o resplendor da glória do Pai, vem

habitar nesta nossa terra, a terra de Canaã. Porque razão é às vezes chamada de terra de

Emanuel (Isaías 8:8), porque Ele estava para nascer, morar e sofrer naquela terra.”

“Na plenitude dos tempos, de acordo com todos esses avisos e predições, Ele veio a este mundo;

se fez carne, e habitou entre nós. Ele veio, não por qualquer mudança de lugar, pois isso é

impossível, mas, tomando à Sua Pessoa Divina, a natureza humana. Porque nós não devemos

entreter tais sentimentos grosseiros sobre Ele, como se, quando Ele se tornou encarnado, mudou-

se de lugar para lugar, do céu para a terra, porque, mesmo quando Ele assumiu a nossa natureza

e habitou entre nós, Ele estava no seio do Pai: o Filho unigênito, que está (não é dito, que estava

no seio do Pai, e agora está vindo de lá, mas o que está) no seio do Pai, esse o revelou (João

1:18). Agora isto foi, que Ele tabernaculou-se em carne, como antes observado.”

“E, principalmente entre os homens pecadores Ele habitou, quando [esteve] aqui na terra; o que

provocou ressentimento aos escribas e fariseus, aqueles judiciais independentes, que não

poderiam tolerar aquele que se estabeleceu por um profeta, e parecia ser um homem santo,

tivesse conversação com os pecadores profanos. Diz-se dEle, por meio de censura, este recebe

pecadores, e come com eles (Lucas 15:2). Daí a objeção feita pelos escribas e fariseus: Por que

come vosso mestre com os publicanos e pecadores? (Mateus 9:11), o que sendo relatado a Ele,

fez esta réplica: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes (Mateus 9:12).

Significando que aqueles fariseus orgulhosos estavam sãos, em Sua própria estima, e assim

permaneceram em nenhuma necessidade dEle como um médico. Mas havia outros que estavam

doentes; pessoas em dificuldades, que foram trazidas a uma sensibilidade de si mesmas. Para

eles, Ele era um médico, e, assim, Ele vindica Sua característica. Como se Ele dissesse, eu sou

um médico, e eu ajo neste atributo. Eu não tenho nada a ver com aqueles que estão sãos: o meu

negócio repousa sobre aqueles que estão afetados com enfermidades da alma, e são sensíveis a

elas. Para quem eu seria, como um médico, senão para eles?”

“Quando havia feito o trabalho para o qual Ele veio, que era a salvação do Seu povo, então a Sua

vida foi tirada, e Ele foi recebido no céu, por Seu Pai Divino, à vista de seus apóstolos. Ali Estevão

O viu sentado (permanecendo) à mão direita de Deus (Atos 7:5), e cada crente, pela fé, O

contempla coroado de honra e glória, à mão direita da Majestade nas alturas. Ali, Ele deve estar

até o momento da restauração de todas as coisas, e então Ele voltará, segundo a Sua promessa.

Esperamos nosso Salvador Jesus do céu, e Ele certamente virá. Aparecerá segunda vez, sem

pecado, aos que o esperam para salvação (Hebreus 9:28). Quando esta terra for refinada e

purificada pelo fogo, Ele descerá, e o tabernáculo de Deus estará com os homens, e Ele habitará

no meio deles.”

“Ele se assenta sobre o círculo da terra, e todos os moradores dela são como gafanhotos diante

dEle, ainda assim como tem sido a Sua condescendência e bondade ao habitar com os homens

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na terra. Ele, que é o grande Deus foi manifestado em carne. Ele que é o Deus Forte, Pai da

Eternidade e Príncipe da Paz, foi a criança que nasceu e o Filho dado (Isaías 9:6). Aquele que

não pensou em ter por usurpação ser igual a Deus, foi achado na forma de homem, e na forma de

um servo, andando para cima e para baixo sobre a nossa terra. Quão assombroso é isso! Será

verdade, habitaria Deus na terra? Assim deve ser, assim foi. E a maravilha é a maior, quando

consideramos o que foi que Ele veio fazer neste mundo!”

“Ele andou por toda a Judéia, Galiléia, pregando o Evangelho de Deus, mas isso estava longe de

ser a principal coisa para a qual Ele veio habitar em nossa terra: foi para operar a salvação de Seu

povo. Ele veio, como Ele mesmo diz, para buscar e salvar o que estava perdido (Lucas 19:10): os

homens perdidos, perdidos em Adão: tão perdidos que eles nunca conseguiriam encontrar o

caminho para o céu. Ele veio para salvar os pecadores, mesmo o pior e principal dos pecadores.

Esta é a glória do Evangelho, a plenitude, a medula dele: Esta é uma palavra fiel, e digna de toda

a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o

principal (2 Tim 1: 15).”

“Ele se tornou nosso Deus, nosso parente próximo, e habitou entre nós, para nos redimir do

pecado, de Satanás, e da maldição da Lei: esta foi a Sua missão no mundo. Para isso, Ele gastou

Sua vida, participou com a maior pobreza e inferioridade, dificuldades e sofrimentos, o que

resultou na própria morte. Ele passou a vida na terra em grande pobreza e inferioridade, tendo

nascido de pais pobres, educados de uma forma mediana: quando chegou à condição de homem,

e ingressou em Seu ministério público, Ele não tinha onde reclinar a cabeça, como Ele mesmo o

expressa (Mateus 8:20).”

“Ele foi, de certa forma, dependente de outros, por Seu apoio, embora Senhor de todos. Quão

surpreendente é isso! Ainda assim foi: por que Ele não veio para ser ministrado, na condição de

ser servido, como os príncipes são; mas para ser um servo para os outros. Ele passou a vida na

terra, na presença não apenas da maldade, mas com grande aflição, pois Ele era um homem de

dores, de Seu nascimento até a Sua cruz. Muitas foram as dificuldades que encontrou, da parte

de tentações de Satanás, da parte de seus próprios discípulos, e ainda mais dos Judeus: de

acordo com essa previsão, quem contará a Sua geração? (Isaías 53:8), ou dos homens daquela

geração em que viveu; Seu tratamento bárbaro e maléfico para como o Messias, o que culminou

na morte vergonhosa e dolorosa da cruz. Tudo isso Ele passou para efetuar a nossa salvação.

Quão impressionante é isso! Será que Deus, em verdade, o Deus do céu e da terra, Deus sobre

todos, bendito para sempre, habitaria na terra? e para tal finalidade?”

“Nosso Senhor Jesus Cristo diz, daqueles que o amam e guardam os seus mandamentos (pelo

que mostram que o amam), que o Seu Pai os amará, assim como a Ele, e acrescenta, viremos

para eles, e nós faremos neles a nossa morada (João 14:23). Mais de uma Pessoa Divina deve

ser aqui intencionada; pois o nosso Senhor diz: Nós faremos a nossa morada neles. O Pai vem e

faz a Sua morada com Seu povo, no sentido espiritual, como Ele promete: “Neles habitarei e entre

eles andarei” (2 Coríntios 6:16). Quem diz isso? Deus: aquele que diz, Ele será o Seu Pai, e eles

serão seus filhos e filhas.”

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“O Espírito do Senhor habita nos santos na terra: Vós sois o templo de Deus, diz o apóstolo (1

Coríntios 3:16), E o Espírito de Deus habita em vós. Isso distingue o regenerado do homem não

regenerado: vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita

em vós (Romanos 8:9).”

“O Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, habita nos santos, nos seus corações, pela fé

(Efésios 3:17). Quem crê em Cristo, come Sua carne, e bebe [seu] sangue; habita em Cristo, e

Cristo nele (João 6:56). Ele habita em todas as suas igrejas, como em Sua própria casa, de

acordo com isso dizendo, a qual casa somos nós, se tão somente conservarmos firme a confiança

e a glória da esperança até ao fim (Hebreus 3:6). Ele habita entre eles como a Sua família, e

providencia-lhes comida, roupa, e cada coisa que eles necessitam; ou que é para o Seu prazer e

deleite espiritual. Ele habita no meio deles, como em Seu palácio; sendo eles a cidade do grande

rei. Ele habita entre eles como em Seu reino: pois um estado da igreja evangélica é chamado o

reino dos céus (Mateus 25:1), onde Cristo é reconhecido como rei pelos seus santos; e onde Ele

reina como rei, e o Seu domínio, por todo o sempre. Ali Ele habita, e ali Ele habitará para sempre;

pois Ele prometeu estar com suas igrejas e ministros até o fim do mundo.”

“Mas, particularmente, Ele habita nos corações dos verdadeiros crentes; habita com eles na terra:

não de uma forma tão geral quanto Ele possa ser dito habitar com todos os homens, na medida

em que todos vivemos, nos movemos e existimos nEle: nem em um sentido tão especial, como o

Logos Divino, ou Palavra, habita hipostaticamente na natureza humana: nem mesmo em tão

sublime sentido, como Ele está no Pai, e o Pai nEle, mas Ele vive neles, como o autor da vida, e

Ele habita neles, a fim de reanimá-los, para vivificar o espírito dos humildes. Ele habita em seus

corações, não apenas em suas cabeças, como em alguns: não habita em suas línguas, como

naqueles que professam conhecê-lo, e não o conhecem experimentalmente; mas Ele habita em

seus corações, esses portais eternos sendo abertos por Sua Graça: ali, Ele assenta o Seu trono e

reina pela justiça para a vida eterna. Ele habita (e ó, quão surpreendente isto é!), onde o pecado

habita, porque o pecado habita nos santos. Cristo habita onde nenhuma coisa boa habita, senão

Ele mesmo; pois, em nós, isto é, na nossa carne, não habita bem algum (Romanos 7:18).”

“Qualquer bem houver em Seu povo, é colocado ali por Ele mesmo. Ele habita (e quão

assombroso isto é!) onde ele é muitas vezes menosprezado; como ele foi pela igreja quando

estava em Sua porta e bateu; e desejou que ela abrisse a Ele, quando ela disse: Já despi a minha

roupa; como a tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei a sujar? (Cânticos 5:3).

Ele habita, digo eu, onde Ele é muitas vezes desprezado, onde Ele é provocado, onde o Espírito

Santo se entristece, onde ele é rebeldemente contrariado; o que, por vezes, faz que Ele retire a

Sua aconchegante presença.”

“Isto é expressivo sobre a união entre Ele e Seu povo, que são membros do Seu corpo, e um só

espírito com ele. Também é expressivo sobre a comunhão com Ele, a comunhão com o Pai e com

Seu Filho Jesus Cristo. E esta comunhão eles podem esperar experimentar no uso dos meios;

pois onde os pastores montam as suas tendas, ou onde a palavra é pregada, e as ordenanças

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administradas, ali Ele está. Ele é mantido nestas galerias, e ali os crentes o contemplam em Sua

formosura. Onde Ele grava o Seu nome, Ele vem e abençoa, e onde dois ou três estão reunidos

em Seu nome, ali Ele está no meio deles.”

“Ele habita com o Seu povo para todo o sempre; pois embora eles possam estar em uma perda de

Sua presença sensível, às vezes, e perguntam onde Ele está, ainda assim Ele não se retira deles,

de fato. Ele habita com eles ainda; como com Maria, quando ela disse, levaram o meu Senhor e

não sei onde o puseram (João 20:13). Cristo estava naquele momento apenas a Seu lado, mas

ela não o conheceu. Cristo nunca deixa nem abandona o Seu povo: Ele habita neles e eles nele.”

“Porém, agora, chegarei à conclusão. Quão surpreendentes, então, são a Graça e condescendên-

cia de nosso Senhor Jesus Cristo, habitando entre os homens na terra! Vocês que conhecem a

Cristo, e creem nele, sabem que isto é verdade. Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus

Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela Sua pobreza enriquecêsseis

(2 Coríntios 8:9).”

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A Infinita Condescendência de Jeová

Manifestada em Habitar na Terra

John Gill

“Mas, na verdade, habitaria Deus na terra?” (1 Reis 8:27).

Salomão, tendo terminado a construção do templo, e colocado todos os seus utensílios

em Sua apropriada posição, o Senhor tomou a Sua residência ali; o que foi representado

pela nuvem enchendo o templo, um símbolo da presença gloriosa de Deus; e Salomão

observa acima disso, o Senhor disse, que ele habitaria nas trevas espessas.

Salomão e o povo de Israel, estando reunidos para a dedicação da Casa do Senhor, ele

começa com a bênção do povo, felicitando-os em relação à construção do Templo;

desejando-lhes toda a felicidade em tal deleite, e orando por eles, para que pudessem ter

a presença de Deus ali. Ele os informa que Davi, Seu pai, tinha primeiro isso em Seu

coração: construir esta Casa, que era aceitável para o Senhor; mas por algum motivo, ele

não foi levado a fazê-lo. Foi do agrado de Deus, que ele, Salomão, Seu filho, devesse

fazê-lo, o que foi, por consequência, realizado.

Então ele estendeu as mãos em oração a Deus, e dirigiu-se a ele como o Único Deus

vivo, e disse: “Ó Senhor Deus de Israel, não há Deus como tu, em cima nos céus nem em

baixo na terra; que guardas a Aliança e a beneficência a Teus servos que andam com

todo o Seu coração diante de Ti” (1 Reis 8:23). Ele se dirigiu a ele como o único Deus vivo

e verdadeiro, nenhum como Ele, ou além dEle. Nenhum ser comparado a Ele por Sua

natureza, e às perfeições dEle: pelas obras das suas mãos, e as bênçãos de Sua

bondade. Ele se dirige a ele como um Deus que guarda a Aliança, e como um Deus

misericordioso, como Ele mesmo havia proclamado muito antes. Ele toma conhecimento

das promessas que havia feito; as quais Ele já tinha cumprido, quanto à construção do

Templo; e Ele faz menção de uma outra, relativa a uma sucessão de reis de Israel da

casa de Davi, e não duvidava do cumprimento da mesma, uma vez que Deus foi fiel no

que havia prometido.

Então, nas palavras que eu li, expressa Sua admiração, que Deus habite sobre a terra:

Habitaria Deus na terra? É verdade? Será que Ele verdadeira e realmente habita sobre a

terra? Não há nenhuma dúvida de que isso seja feito? Pode isso ser creditado? Não é

uma coisa quase inacreditável? No mínimo, quão maravilhoso e surpreendente é que, Ele

pudesse habitar na terra! Pois nós não devemos entender estas palavras como expressão

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de qualquer desconfiança, hesitação ou dúvida em Salomão em relação a isso, mas como

expressão de admiração; Será verdade, habitaria Deus na terra! Será que Ele, que habita

no alto, e quem se inclina para olhar as coisas nos céus e sobre a terra; será que Ele se

dignou habitar com os homens na terra! É incrível que Ele deveria, considerando a Sua

imensidão, pois ele acrescenta: “Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam

conter”. Ele é este Deus, que enche o céu e a terra com a Sua presença, e não está

circunscrito no lugar, ou por um espaço: não, Ele é o imenso e infinito Ser.

Como ele não é limitado pelo tempo, então, nem pelo espaço, e muito menos, diz

Salomão, por esta casa que eu edifiquei. Esta, magnífica como era, e que, embora muito

espaçosa e, provavelmente, mais grandiosa do que qualquer edifício do mundo conheci-

do, antes ou depois, mas mesmo essa não poderia conter o Altíssimo, que não habita em

templos feitos por mãos, isto é, em tal sentido como ser circunscrito por eles.

Deus é um Ser imenso: ele está em todos os lugares: no céu, terra e inferno. Não há fuga

de Sua presença: deixe uma pessoa estar aonde quiser, em qualquer parte do universo,

ele não está fora do alcance de Deus, ou a uma certa distância dEle. “Se subir ao céu, lá

tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que tu ali estás também. Se tomar as asas

da alva, se habitar nas extremidades do mar, Até ali a tua mão me guiará e a tua destra

me susterá” (Salmos 139: 8-10). Deus está em todos os lugares, por Seu poder;

defendendo e sustentando as obras das Suas mãos. Ele está em todo lugar, por Sua

providência, cuidando, e governando todas as Suas criaturas.

Ele está em todo lugar, por Sua Onisciência, pois isso atinge a todos os lugares e coisas.

Os olhos do Senhor estão em todo lugar, contemplando os maus e os bons e, mais

especialmente, os olhos correm para lá e para cá por toda a terra; as várias partes do

globo, onde Seu povo está, para mostrar-se forte a favor daqueles cujos corações são

perfeitos para com Ele. Ele está em todo lugar, ainda mais especialmente, o céu é o lugar

da Sua residência, ou onde Ele demonstra a Sua glória, e a torna mais evidente, pelo que

é chamado de Sua morada, “Atenta desde os céus e olha a tua santa e gloriosa habitação

(Isaías 63:15).

O Senhor habita em Seu Templo, e o Seu trono está nos céus: sim, o próprio céu é o Seu

trono, no qual ele se assenta. Ali é o Seu palácio, ali Ele mantém Sua corte; ali há os

Seus assistentes, Seus servos ministradores esperam por Ele: os seus anjos estão ao

Seu redor; eles contemplam a Face de nosso Pai que está no céu, e, portanto, são

denominados os anjos de céu. É, portanto, surpreendente, que esse Deus, que é imenso

e cuja presença gloriosa está mais especialmente no céu, deve habitar na terra. Será que

Deus realmente habitará sobre a terra? Ele tem formado a terra para ser habitada (Isaías

45:18), mas por quem? não apenas pelas feras do campo, mas, sobretudo, pelo homem,

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o chefe da criação inferior, ainda assim, certamente, não para si mesmo. Ele fez tanto os

céus e a terra, mas antes Ele tem mantido a Sua própria habitação, e esta última Ele tem

alocado para os filhos dos homens. “Os céus são os céus do Senhor; mas a terra a deu

aos filhos dos homens” (Salmos 115: 16).

É, portanto, maravilhoso que ele devesse habitar na terra, a qual Ele deu aos filhos dos

homens, para ser habitada por eles; e, além disso, uma vez que a terra é o escabelo de

Seus pés. O céu é o Seu trono, no qual ele se senta, e a terra é o Seu escabelo. Não é

usual para reis e grandes príncipes da terra, o sentar-se em cima de Seu escabelo; bem,

por isso, a questão pode ser colocada da maneira que é: De fato, habitará Deus na terra?

E, especialmente, sobre a terra, em Sua situação atual; e como esta tem sido desde a

queda de Adão? Pelo pecado a terra está contaminada e corrompida, está perto da

maldição, e Seu fim é ser queimada.

Será que Deus, de fato, habitará em tal terra como esta? Ela foi contaminada pelo pecado

do homem; foi amaldiçoada por causa dele; Maldita é a terra por tua causa (diz o Senhor

a Adão); espinhos e cardos também produzirá (Gênesis 3:17, 18). Ela foi cada vez mais

contaminada e corrompida pelos pecados dos homens em tempos posteriores, como por

aqueles dos homens do velho mundo. Toda a terra foi corrompida e cheia de violência,

pois todos os homens haviam corrompido o Seu caminho nos tempos de Noé; razão pela

qual um diluvio foi trazido sobre a terra. Em tempos depois, a corrupção aumentou, e de

fato, em todos os períodos de tempo, tem havido abundâncias do pecado, pelo que a

terra se lamenta, por causa da maldição, jurando, mentindo, derramando sangue, e assim

por diante. A terra, portanto, está reservada ao fogo, para o dia do juízo, e perdição dos

homens ímpios (2 Pedro 3:7). Será que Deus realmente habitará sobre tal terra como

esta? Que maravilhoso isto é!

Será que Ele morará com os habitantes de tal terra como esta? Isto era Seu deleite, e tem

sido a Sua condescendência em um período de tempo, e outro, olhar para baixo sobre a

terra, para ver se havia alguém que entendia o que era bom, se havia alguém que lhe

seguia: e o resultado de tal busca tem sido esta: não há quem entenda, não há quem

busque a Deus, não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. Agora não é

surpreendente que um Deus de pureza deve viver na Terra com pessoas como essas? É

maravilhosa condescendência nele o olhar para as coisas no céu e na terra. Ele é um

maravilhoso exemplo de Sua bondade, de que Ele devesse considerar o homem pecador

de forma providencial: Que é o homem, para que te lembres dele? E o filho do homem,

para que o visites? (Salmos 8:4).

O visites de uma forma providencial. Quanto mais surpreendente é, que Deus habitará

com os homens, de uma forma e maneira espiritual! Este Deus, que habita na eternidade,

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que habita no alto e santo lugar, e cujo nome é santo; devesse também habitar com tais

que têm um espírito contrito e humilde, para vivificar o espírito dos humildes, e para

vivificar o coração dos contritos. Estas palavras podem ser referidas, também:

I. À encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo; Sua tabernaculação na natureza humana,

sobre esta nossa terra, a fim de operar a salvação de Seu povo. Este é um exemplo mais

surpreendente de Sua condescendência; e em relação ao qual, palavras como estas

podem muito bem ser usadas. É muito provável, que Salomão teve uma visão disso, uma

vez que o templo que ele construiu foi um tipo da natureza humana de Jesus Cristo.

II. Elas podem referir-se também à habitação de Deus entre o Seu povo, ou a Sua

presença divina nas igrejas de Cristo, o que também é uma instância de maravilhosa

Graça, e em relação ao qual, podem muito bem ser usadas essas palavras, Será verdade,

na verdade, habitaria Deus na terra?

I. Essa passagem pode muito bem referir-se à encarnação de nosso Senhor Jesus Cristo,

Sua habitação na terra entre os homens, a fim operar a Sua salvação: “Na verdade,

habitaria Deus na terra?” Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo é verdadeiramente Deus: Ele

teve que habitar, e Ele habitou na terra, mas é maravilhoso, é surpreendente, de fato!

1. Ele é Deus: mas Ele tabernaculou-se em nossa natureza. Ele é a Palavra, que estava

com Deus, e era Deus. Isso pode referir-se até àquele evento, quando o Verbo se fez

carne e habitou, ou tabernaculou-se entre nós (João 1:14): em alusão ao tabernáculo de

Moisés, que era um tipo de natureza humana de Cristo. Sua natureza humana é o

verdadeiro tabernáculo que o Senhor fundou, e não o homem (Hebreus 8:2). Assim, o

templo de Salomão, construído em alguns aspectos, segundo o modelo do tabernáculo,

era um tipo da natureza humana de Cristo. Destruí (diz o Senhor), este templo (ou seja, o

Seu corpo), e em três dias eu o levantarei. Foi a Palavra de Deus que se encarnou e

habitou entre os homens, no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo

era Deus (João 1:1); verdadeira e propriamente Deus.

O verdadeiro Deus, pois diz o apóstolo João, sabemos que o Filho de Deus é vindo, ou

seja, veio ao mundo em nossa natureza, e nós deu entendimento sobre Ele, que Ele é o

verdadeiro Deus, e, a vida eterna (1 João 5:20): o autor e doador da vida eterna, tendo-a

obtido através de Sua obediência e morte. Ele é o grande Deus, como Ele

necessariamente é, uma vez que Ele obteve uma eterna redenção. “Aguardando a bem-

aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus

Cristo”. Ele tem todas as perfeições da Divindade em Si. Tudo o que o Pai tem, Ele tem,

de modo que aquele que vê a um, vê o outro; Cristo sendo a expressa imagem da Sua

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Pessoa, não julgou como usurpação o ser igual a ele; a plenitude da Divindade habita

corporalmente nEle. Tudo isso não poderia ter sido dito com qualquer propriedade, se Ele

não tivesse sido verdadeira e propriamente Deus.

Ele é o Criador de todas as coisas. Pela Palavra que se fez carne, todas as coisas foram

feitas, e sem Ele nada do que foi feito se fez (João 1:1-3). Todas as coisas foram criadas

por Ele, seja visível ou invisível, tronos, domínios, principados e potestades. Ele

estabeleceu os fundamentos da terra, e os céus são obra das Suas mãos. Ele é sobre

todos, Deus bendito para todo o sempre (Romanos 9:5). Ele está acima de todas as

nações, e grande acima de todas as criaturas: Ele obteve mais excelente nome do que

eles, sendo de mais excelente natureza: pois, de que anjos disse Ele alguma vez Ele

disse: “Tu és meu Filho, hoje tem Eu gerei?” Todos os Anjos de Deus são chamados a

adorá-lo (Hebreus 1:6), e por uma razão muito boa, porque são todos as suas criaturas.

Todos os homens, homens bons e maus, estão sujeitos a ele: Ele habita, e sempre

habitou, no mais alto dos céus. No sexagésimo oitavo Salmo, que é um Salmo sobre

Cristo, é dito dele, que vai montado sobre os céus, pois o Seu nome é Senhor; por isso

Ele é chamado o Senhor do céu. É dito dEle que desceu do céu, para fazer a vontade de

Seu Pai, e é dito estar céu, enquanto Ele estava aqui na terra (João 3:13).

Agora é incrível, que esta grande, gloriosa, e ilustre Pessoa habitasse na terra. Na

verdade, habitaria Deus na terra? Deus, a Palavra, o Criador de todas as coisas, o qual é

sobre todos, Deus bendito para todo o sempre, que habita no mais alto dos céus, e habi-

tará na terra? Em verdade, Ele irá, e certamente Ele habitou na terra. Foi proposto a Ele

no antigo conselho e pacto de paz, que Ele deveria assumir a nossa natureza, e habitar

na terra com os homens mortais: Ele concordou com isso, e disse: “Eis aqui venho; no

rolo do livro de mim está escrito. Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu”

(Salmos 40:7-8), Eu venho em natureza humana: Eu vim ao mundo, e entre os homens;

Agrada-me fazer a tua vontade; isto é, obter a redenção para os pecadores perdidos.

Isso foi proposto, e com isso Ele concordou; daí em diante, Ele é representado como se

regozijando nas partes habitáveis desta terra; nesta parte do mundo, onde Ele mesmo

havia concordado em habitar, e sobre esses lugares de chão, onde Ele sabia que aquelas

pessoas habitariam, por quem Ele se tornou um fiador e, um Salvador. Suas delícias

foram com os filhos dos homens, e temos vários exemplos de Sua aparição na terra,

muito antes que Ele habitasse nela. Ele apareceu no jardim do Éden, imediatamente após

a Queda de nossos primeiros pais. “Eles ouviram a voz do Senhor, Deus”, ou como a

antiga paráfrase Judaica a tem, “Eles ouviram a voz da Palavra do Senhor Seu Deus:”

desse Logos eterno, a Palavra que estava no princípio com Deus, era Deus (João 1:1), e

foi habitar com o homem sobre a terra.

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Ele apareceu a Abraão nas planícies de Manre, e deu-lhe, não somente uma garantia de

que Ele teria um filho nascido dEle em tal tempo, mas previu a destruição imediata de

Sodoma e Gomorra. Ele apareceu na forma de um homem a Jacó, lutando com Ele até o

raiar do dia. Sob o emblema da chama de fogo, Ele apareceu a Moisés na sarça, e

enviou-o para ser o libertador de Israel. Ele apareceu a Manoá e à Sua esposa,

declarando o Seu nome para ser secreto, ou maravilhoso, e assim a muitos outros. Agora,

essas aparições dEle, foram presságios de que Ele habitaria sobre a terra: eram

promessas e garantias, assegurando aos santos, que assim seria, pois eles pareciam

indicar uma espécie de deleite e prazer que o Filho de Deus teve nisto, como que

estavam desejosos pelo momento em que Ele deveria tabernacular-se entre os homens.

Além dessas aparições, o que deu dicas do que ocorreria, havia certas profecias a

respeito disto. A primeira profecia e promessa era que a semente da mulher esmagaria a

cabeça da serpente (Gênesis 3:15). Eva, talvez, fez referência a isto, quando ela disse,

após o nascimento de Seu primeiro filho, Alcancei do SENHOR um homem (Gênesis 4:1):

ou, como Ele pode ser entendido, eu alcancei o homem do SENHOR: o que muitos

intérpretes Judeus entendem por Messias; imaginando (embora ela estivesse enganada),

que ela havia conseguido o homem, o Senhor Messias. No entanto, é certo que no tempo

de Jó havia garantias disso. Jó expressa Sua plena certeza disso: Eu sei que o meu

Redentor vive, e que por fim se levantará no último dia sobre a terra (Jó 19:25). Assim,

várias outras profecias indicam o mesmo, e apontam até mesmo para a própria terra em

que o Messias deveria habitar. Certamente que a salvação está perto daqueles que o

temem, para que a glória habite na nossa terra (Salmos 85:9); ou seja, a gloriosa pessoa

prometida para ser o Salvador, que iria operar a salvação de Seu povo, e que é o

resplendor da glória do Pai, vem habitar nesta nossa terra, a terra de Canaã. Porque

razão é às vezes chamada de terra de Emanuel (Isaías 8:8), porque Ele estava para

nascer, morar e sofrer naquela terra.

Às vezes, partes específicas desta terra, são apontadas, como a Galiléia e as partes

adjacentes (Isaías 9:1): sim, o Monte das Oliveiras é dito ser um lugar em que seus pés

deveriam estar (Zacarias 14:4), e é bem conhecido, a partir da história evangélica, que

Ele estava frequentemente sobre aquele monte em oração, e foi a partir desse monte que

Ele ascendeu ao céu.

Na plenitude dos tempos, de acordo com todos esses avisos e predições, Ele veio a este

mundo; se fez carne, e habitou entre nós. Ele veio, não por qualquer mudança de lugar,

pois isso é impossível, mas, tomando à Sua Pessoa Divina, a natureza humana. Porque

nós não devemos entreter tais sentimentos grosseiros sobre Ele, como se, quando Ele se

tornou encarnado, mudou-se de lugar para lugar, do céu para a terra, porque, mesmo

quando Ele assumiu a nossa natureza e habitou entre nós, Ele estava no seio do Pai: o

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Filho unigênito, que está (não é dito, que estava no seio do Pai, e agora está vindo de lá,

mas o que está) no seio do Pai, esse o revelou (João 1:18). Agora isto foi, que Ele

tabernaculou-se em carne, como antes observado.

E, principalmente entre os homens pecadores Ele habitou, quando [esteve] aqui na terra;

o que provocou ressentimento aos escribas e fariseus, aqueles judiciais independentes,

que não poderiam tolerar aquele que se estabeleceu por um profeta, e parecia ser um

homem santo, tivesse conversação com os pecadores profanos. Diz-se dEle, por meio de

censura, este recebe pecadores, e come com eles (Lucas 15:2). Daí a objeção feita pelos

escribas e fariseus: Por que come vosso mestre com os publicanos e pecadores? (Mateus

9:11), o que sendo relatado a Ele, fez esta réplica: Não necessitam de médico os sãos,

mas, sim, os doentes (Mateus 9:12). Significando que aqueles fariseus orgulhosos

estavam sãos, em Sua própria estima, e assim permaneceram em nenhuma necessidade

dEle como um médico. Mas havia outros que estavam doentes; pessoas em dificuldades,

que foram trazidas a uma sensibilidade de si mesmas. Para eles, Ele era um médico, e,

assim, Ele vindica Sua característica. Como se Ele dissesse, eu sou um médico, e eu ajo

neste atributo. Eu não tenho nada a ver com aqueles que estão sãos: o meu negócio

repousa sobre aqueles que estão afetados com enfermidades da alma, e são sensíveis a

elas. Para quem eu seria, como um médico, senão para eles? Mas, depois de tudo, Ele

não pôde abrigar-se da Sua língua infamante, chamando-o de amigo de publicanos e

pecadores.

As pessoas com quem Ele conversou na terra eram homens pecadores. Na terra Ele

esteve por algum tempo. Ele não esteve (como em suas aparições anteriores, sob a

dispensação do Antigo Testamento) aqui por alguns minutos, ou horas no máximo, mas

Ele habitou entre os homens. Ele não era como um homem viajante, que permanece

apenas por uma noite, mas habitou muitos anos entre os homens na terra. Lemos sobre

Ele em diferentes períodos de Sua vida. Quando tinha cerca de dois anos, como podemos

supor, que massacre chocante foi efetuado por Herodes, de crianças de dois anos de

idade ou menos. Supondo que Ele estivesse com essa idade, ordenou que os bebês

dessa idade fossem mortos. Ouvimos dele aos doze anos de idade, quando Ele foi com

seus pais para Jerusalém para celebrar a Páscoa, e foi encontrado entre os doutores no

Templo. Ouvimos falar dele outra vez quando tinha cerca de trinta anos de idade, quando

Ele veio da Galiléia até João, para ser batizado por ele.

Quanto tempo Ele viveu depois não pode ser dito com qualquer exatidão, mas pelo

menos Ele teve que permanecer sobre a terra por mais quatro ou cinco anos, uma vez

que lemos que quatro Páscoas passaram entre o momento do Seu batismo e Sua morte.

Quando havia feito o trabalho para o qual Ele veio, que era a salvação do Seu povo,

então a Sua vida foi tirada, e Ele foi recebido no céu, por Seu Pai Divino, à vista de seus

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apóstolos. Ali Estevão O viu sentado (permanecendo) à mão direita de Deus (Atos 7:5), e

cada crente, pela fé, O contempla coroado de honra e glória, à mão direita da Majestade

nas alturas. Ali, Ele deve estar até o momento da restauração de todas as coisas, e então

Ele voltará, segundo a Sua promessa. Esperamos nosso Salvador Jesus do céu, e Ele

certamente virá. Aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação

(Hebreus 9:28). Quando esta terra for refinada e purificada pelo fogo, Ele descerá, e o

tabernáculo de Deus estará com os homens, e Ele habitará no meio deles.

Mas não é surpreendente que o Filho de Deus, a Palavra de Deus, aquele que é

verdadeiramente Deus, habitasse sobre a terra, como fez em Sua primeira vinda? A que

esta passagem se refere, principalmente; que deveria habitar sobre a terra, que diz:

“Desde a eternidade fui ungida, desde o princípio, antes do começo da terra. Quando

ainda não havia abismos, fui gerada, quando ainda não havia fontes carregadas de

águas. Antes que os montes se houvessem assentado, antes dos outeiros, eu fui gerada”

(Provérbios 8:23-25).

Que aquele que era antes da existência da Terra, devesse habitar sobre a terra, quão

surpreendente! Ele deve ter um lugar de moradia antes, e onde Ele estava? Isto pode ser

respondido, Ele estava com Deus. “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus

(João 1:1): com o Pai divino, no Seu seio, como é dito em outro lugar (João 1:18). No

entanto, na plenitude do tempo, Ele veio do Pai, e veio a este mundo. Não é

surpreendente que Ele deveria habitar na terra, por meio de quem o mundo foi feito? Ele

estava no mundo, e o mundo foi feito por Ele, e o mundo não o conheceu (João 1:10);

mesmo a própria pessoa gloriosa que se fez carne e habitou entre nós, com quem, e em

comparação de quem, toda a terra, e todos os seus habitantes, são como nada, menos do

que nada, e vaidade.

Ele se assenta sobre o círculo da terra, e todos os moradores dela são como gafanhotos

diante dEle, ainda assim como tem sido a Sua condescendência e bondade ao habitar

com os homens na terra. Ele, que é o grande Deus foi manifestado em carne. Ele que é o

Deus Forte, Pai da Eternidade e Príncipe da Paz, foi a criança que nasceu e o Filho dado

(Isaías 9:6). Aquele que não pensou em ter por usurpação ser igual a Deus, foi achado na

forma de homem, e na forma de um servo, andando para cima e para baixo sobre a nossa

terra. Quão assombroso é isso! Será verdade, habitaria Deus na terra? Assim deve ser,

assim foi. E a maravilha é a maior, quando consideramos o que foi que Ele veio fazer

neste mundo! Foi, não meramente para instruir os homens em coisas divinas e espirituais.

Ele foi realmente um mestre enviado de Deus, como Nicodemos justamente observa

(João 3:2). Ele ensinou o caminho de Deus em verdade, clara e perfeitamente. Jamais

alguém falou como ele. Ele falava como quem tinha autoridade e não como os escribas e

fariseus. Ele foi enviado para pregar o Evangelho para várias cidades, para o que Ele foi

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abundantemente qualificado, sendo ungido com o Espírito de Deus, sem medida, para

pregar boas novas aos mansos.

Ele andou por toda a Judéia, Galiléia, pregando o Evangelho de Deus, mas isso estava

longe de ser a principal coisa para a qual Ele veio habitar em nossa terra: foi para operar

a salvação de Seu povo. Ele veio, como Ele mesmo diz, para buscar e salvar o que

estava perdido (Lucas 19:10): os homens perdidos, perdidos em Adão: tão perdidos que

eles nunca conseguiriam encontrar o caminho para o céu. Ele veio para salvar os

pecadores, mesmo o pior e principal dos pecadores. Esta é a glória do Evangelho, a

plenitude, a medula dele: Esta é uma palavra fiel, e digna de toda a aceitação, que Cristo

Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal (2 Tim 1: 15).

Ele se tornou nosso Deus, nosso parente próximo, e habitou entre nós, para nos redimir

do pecado, de Satanás, e da maldição da Lei: esta foi a Sua missão no mundo. Para isso,

Ele gastou Sua vida, participou com a maior pobreza e inferioridade, dificuldades e

sofrimentos, o que resultou na própria morte. Ele passou a vida na terra em grande

pobreza e inferioridade, tendo nascido de pais pobres, educados de uma forma mediana:

quando chegou à condição de homem, e ingressou em Seu ministério público, Ele não

tinha onde reclinar a cabeça, como Ele mesmo o expressa (Mateus 8:20).

Ele foi, de certa forma, dependente de outros, por Seu apoio, embora Senhor de todos.

Quão surpreendente é isso! Ainda assim foi: por que Ele não veio para ser ministrado, na

condição de ser servido, como os príncipes são; mas para ser um servo para os outros.

Ele passou a vida na terra, na presença não apenas da maldade, mas com grande aflição,

pois Ele era um homem de dores, de Seu nascimento até a Sua cruz. Muitas foram as

dificuldades que encontrou, da parte de tentações de Satanás, da parte de seus próprios

discípulos, e ainda mais dos Judeus: de acordo com essa previsão, quem contará a Sua

geração? (Isaías 53:8), ou dos homens daquela geração em que viveu; Seu tratamento

bárbaro e maléfico para como o Messias, o que culminou na morte vergonhosa e dolorosa

da cruz. Tudo isso Ele passou para efetuar a nossa salvação. Quão impressionante é

isso! Será que Deus, em verdade, o Deus do céu e da terra, Deus sobre todos, bendito

para sempre, habitaria na terra? e para tal finalidade?

II. Isso também pode referir-se à habitação de Deus entre o Seu povo, ou a Sua presença

divina nas igrejas de Cristo.

Nosso Senhor Jesus Cristo diz, daqueles que o amam e guardam os seus mandamentos

(pelo que mostram que o amam), que o Seu Pai os amará, assim como a Ele, e

acrescenta, viremos para eles, e nós faremos neles a nossa morada (João 14:23). Mais

de uma Pessoa Divina deve ser aqui intencionada; pois o nosso Senhor diz: Nós faremos

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a nossa morada neles. O Pai vem e faz a Sua morada com Seu povo, no sentido

espiritual, como Ele promete: “Neles habitarei e entre eles andarei” (2 Coríntios 6:16).

Quem diz isso? Deus: aquele que diz, Ele será o Seu Pai, e eles serão seus filhos e filhas.

O Espírito do Senhor habita nos santos na terra: Vós sois o templo de Deus, diz o

apóstolo (1 Coríntios 3:16), E o Espírito de Deus habita em vós. Isso distingue o

regenerado do homem não regenerado: vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito,

se é que o Espírito de Deus habita em vós (Romanos 8:9).

O Filho de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, habita nos santos, nos seus corações, pela

fé (Efésios 3:17). Quem crê em Cristo, come Sua carne, e bebe [seu] sangue; habita em

Cristo, e Cristo nele (João 6:56). Ele habita em todas as suas igrejas, como em Sua

própria casa, de acordo com isso dizendo, a qual casa somos nós, se tão somente

conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim (Hebreus 3:6). Ele

habita entre eles como a Sua família, e providencia-lhes comida, roupa, e cada coisa que

eles necessitam; ou que é para o Seu prazer e deleite espiritual. Ele habita no meio deles,

como em Seu palácio; sendo eles a cidade do grande rei. Ele habita entre eles como em

Seu reino: pois um estado da igreja evangélica é chamado o reino dos céus (Mateus

25:1), onde Cristo é reconhecido como rei pelos seus santos; e onde Ele reina como rei, e

o Seu domínio, por todo o sempre. Ali Ele habita, e ali Ele habitará para sempre; pois Ele

prometeu estar com suas igrejas e ministros até o fim do mundo.

Mas, particularmente, Ele habita nos corações dos verdadeiros crentes; habita com eles

na terra: não de uma forma tão geral quanto Ele possa ser dito habitar com todos os

homens, na medida em que todos vivemos, nos movemos e existimos nEle: nem em um

sentido tão especial, como o Logos Divino, ou Palavra, habita hipostaticamente na

natureza humana: nem mesmo em tão sublime sentido, como Ele está no Pai, e o Pai

nEle, mas Ele vive neles, como o autor da vida, e Ele habita neles, a fim de reanimá-los,

para vivificar o espírito dos humildes. Ele habita em seus corações, não apenas em suas

cabeças, como em alguns: não habita em suas línguas, como naqueles que professam

conhecê-lo, e não o conhecem experimentalmente; mas Ele habita em seus corações,

esses portais eternos sendo abertos por Sua Graça: ali, Ele assenta o Seu trono e reina

pela justiça para a vida eterna. Ele habita (e ó, quão surpreendente isto é!), onde o

pecado habita, porque o pecado habita nos santos. Cristo habita onde nenhuma coisa boa

habita, senão Ele mesmo; pois, em nós, isto é, na nossa carne, não habita bem algum

(Romanos 7:18).

Qualquer bem houver em Seu povo, é colocado ali por Ele mesmo. Ele habita (e quão

assombroso isto é!) onde ele é muitas vezes menosprezado; como ele foi pela igreja

quando estava em Sua porta e bateu; e desejou que ela abrisse a Ele, quando ela disse:

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Já despi a minha roupa; como a tornarei a vestir? Já lavei os meus pés; como os tornarei

a sujar? (Cânticos 5:3). Ele habita, digo eu, onde Ele é muitas vezes desprezado, onde

Ele é provocado, onde o Espírito Santo se entristece, onde ele é rebeldemente

contrariado; o que, por vezes, faz que Ele retire a Sua aconchegante presença.

Isto é expressivo sobre a união entre Ele e Seu povo, que são membros do Seu corpo, e

um só espírito com ele. Também é expressivo sobre a comunhão com Ele, a comunhão

com o Pai e com Seu Filho Jesus Cristo. E esta comunhão eles podem esperar

experimentar no uso dos meios; pois onde os pastores montam as suas tendas, ou onde

a palavra é pregada, e as ordenanças administradas, ali Ele está. Ele é mantido nestas

galerias, e ali os crentes o contemplam em Sua formosura. Onde Ele grava o Seu nome,

Ele vem e abençoa, e onde dois ou três estão reunidos em Seu nome, ali Ele está no

meio deles.

Ele habita com o Seu povo para todo o sempre; pois embora eles possam estar em uma

perda de Sua presença sensível, às vezes, e perguntam onde Ele está, ainda assim Ele

não se retira deles, de fato. Ele habita com eles ainda; como com Maria, quando ela

disse, levaram o meu Senhor e não sei onde o puseram (João 20:13). Cristo estava

naquele momento apenas a Seu lado, mas ela não o conheceu. Cristo nunca deixa nem

abandona o Seu povo: Ele habita neles e eles nele.

Porém, agora, chegarei à conclusão. Quão surpreendentes, então, são a Graça e

condescendência de nosso Senhor Jesus Cristo, habitando entre os homens na terra!

Vocês que conhecem a Cristo, e creem nele, sabem que isto é verdade. Porque já sabeis

a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre;

para que pela Sua pobreza enriquecêsseis (2 Coríntios 8:9).

Se vocês fruem de comunhão espiritual com Ele, e conhecem a habitação sensível dEle

em seus corações pela fé, façam uso desses meios que Ele ordenou, zelem por Sua

Palavra e ordenanças: pois o nosso Senhor assegura àqueles que o amam e guardam os

Seus mandamentos, ou seja, observam a Sua palavra e ordenanças, a partir de um

princípio de amor a Ele, que Ele virá para eles, e fará a Sua morada com eles.

Sola Scriptura!

Sola Gratia!

Sola Fide!

Solus Christus!

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Fonte: PBMinistries.org │ Título Original: The Infinite Condescension Of Jehovah, Manifested In

Dwelling On The Earth

As citações bíblicas desta tradução foram retiradas da versão ACF (Almeida Corrigida Fiel)

Tradução e Capa por Camila Rebeca Almeida │ Revisão por William Teixeira

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Uma Biografia de John Gill

John Gill (1697- 1771)

John Gill nasceu em 23 de novembro de 1697 e faleceu em 14 de outubro de 1771. Seus pais,

Edward e Elisabeth Gill, eram cristãos piedosos, membros de uma Igreja Batista Particular

[Calvinista]. Ele provou ser um estudante extremamente capaz, superando até seu tutor.

Na sua juventude estudou no Kettering Grammar School, onde alcançou o grau de mestre em

latim clássico, aprendendo o grego aos onze anos de idade. O jovem aluno continuou se

autoinstruindo no campo da língua hebraica. Seu amor pelo hebraico seguiria por toda a sua vida.

Aos 12 anos de idade, Gill ouviu um sermão de seu pastor, William Wallis, sobre a passagem de

Gênesis 3:9 (E chamou o SENHOR Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás?). A mensagem

marcou Gill e eventualmente levou a sua conversão, mas somente sete anos depois, quando fez

uma pública profissão de fé aos dezenove anos de idade.

Quando contava aproximadamente com 20 anos, ele já era conhecedor de latim e grego e estava

iniciando o estudo do hebraico. Foi um estudioso de tremenda capacidade, mas recebeu pouca

educação formal, parcialmente porque nem ele e nem seus pais podiam submeter-se aos

programas religiosos dos estabelecimentos educacionais controlados pela Igreja Anglicana.

Seu primeiro trabalho pastoral foi como assistente de John Davis em Higham Ferrers em 1718

quando tinha vinte e um anos. Logo depois foi chamado para pastorear a Strict Baptist Church em

Goat Yard Chapel em Horsleydown, Southwark em 1719. Em 1757, sua congregação precisou

mudar para Carter Lane, St. Olave’s Street, também em Southwark. Seu pastorado durou 51

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anos. Sua igreja batista viria mais tarde a se tornar o Metropolitan Tabernacle, pastoreado por

Charles Spurgeon.

Em 1748, Gill recebeu o grau honorífico de doutor em divindade pela universidade de Aberdeen.

Sobre este título do qual nunca se gabou, ele disse: “Não o procurei, não pensei sobre ele e nem

o comprei”. Muito da controvérsia em torno de Gill se deve ao fato de que por ter raízes entre os

batistas particulares ingleses era tachado de hiper-calvinista, porém, durante o seu ministério, a

sua igreja apoiou fortemente a pregação de George Whitefield, um dos maiores, senão o maior

dos evangelistas de sua época. A verdade é que Gill em toda a sua vida procurou combater os

males provindos do Arminianismo e do Unitarianismo. Essa combatividade muitas vezes o levou a

entrar em sérias controvérsias com seus opositores tais como John Wesley e Andrew Fuller. Ele

foi reconhecidamente um estudioso meticuloso e um prolífico escritor.

Dr. Gill leu muito e foi, provavelmente, o hebraísta mais aclamado que já adornou o cenário

cristão. Contudo, era um homem pacífico e recatado. Apesar disso, entraria numa controvérsia

quando “A causa de Deus e a verdade” fossem atacadas e, de fato, escreveu um livro magnífico

com esse mesmo título. Sua melhor obra talvez seja a “Exposição de Cantares de Salomão”.

Entretanto, sua maior contribuição é a exposição monumental do Antigo e Novo Testamento na

qual comenta cada palavra da Bíblia. Nenhum outro escritor cristão foi bem-sucedido nessa tarefa,

nem Calvino, nem [Matthew] Henry — ninguém antes e ninguém depois.

O último grande escrito desse venerável estudioso foi A body of Divinity [Teologia sis-temática; lit.,

“Um corpo de teologia”], publicado em 1769, apenas dois anos antes de sua morte. É provável

que essa seja a teologia sistemática mais completa já escrita; apinhada de doutrina não-maculada

com filosofia. A lista dos escritos e realizações do dr. Gill é muito longa para figurar neste breve

resumo. Além dos encontros regulares com muitos cristãos e das diversas pregações proferidas a

cada semana, ele escreveu aproximadamente dez milhões de palavras com uma simples caneta,

e foi seu próprio revisor.

Augustus Toplady escreveu: “Caso se pense que algum ser humano tenha trilhado todo o círculo

do aprendizado humano, esse homem é o dr. Gill? Seria necessário, talvez, metade dos

acadêmicos da Inglaterra apenas para ler, com cuidado e atenção, tudo o que Gill escreveu”.

Faleceu em 14 de outubro de 1771.

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Esta biografia é baseada nas seguintes fontes:

♦ GREEN, JAY. John Gill (1697–1771). Tradução: Felipe Sabino de Araújo Neto. Revisão: Rogério Portella,

2005. Disponível no Site Monergismo.Com. Acessado em 25 de Março de 2014.

♦ Site: DiscernimentoBíblico.Net. Tradução: Edimilson de Deus Teixeira, a partir de The Baptist Page.