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A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

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EDUARDO TAKAHASHI

A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

APUCARANA 2013

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EDUARDO TAKAHASHI

A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

APUCARANA 2013

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Letras Português/Inglês e Português/Espanhol da Faculdade Apucarana Cidade Educação, como requisito parcial à obtenção do título de Licenciado em Letras Português/Espanhol. Orientadora: Prof.ª Aparecida Cristina Oliveira

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Dedico este trabalho a minha

esposa companheira de todas

as horas e a todos os

professores que me orientaram

durante o período acadêmico.

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AGRADECIMENTOS

A minha esposa por sua paciência e dedicação.

A minha orientadora professora Aparecida Cristina de Oliveira, por toda sua

dedicação e atenção que tornaram possível a conclusão desta monografia.

Ao professor Neemias Dornelo pelas aulas de monografia.

Aos professores que conheci durante todo o curso e que foram tão importantes na

minha vida acadêmica e no desenvolvimento desta monografia.

A Faculdade Apucarana Cidade Educação, pela oportunidade de realizar o curso.

Aos diretores e coordenadores da FACED que se empenharam para o

reconhecimento dos cursos.

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Os professores ideais são os que se fazem

de pontes, que convidam os alunos a

atravessarem, e depois, tendo facilitado a

travessia, desmoronam-se com prazer,

encorajando-os a criarem suas próprias

pontes.

Nikos Kazantzakis

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TAKAHASHI, Eduardo. A influência das redes sociais na sala de aula e na escrita. 2013. 58 pag. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena Do Curso de Letras Portugues/Espanhol) – Faculdade Apucarana Cidade Educação, Apucarana, 2013.

RESUMO

A presente monografia foi pautada em pesquisas bibliográficas e tenta mostrar a influência que os gêneros digitais têm sobre o aprendizado do aluno em sala através das comunidades chamadas redes sociais existentes na atualidade, reconhecendo os benefícios e os malefícios que elas trazem influenciando no aprendizado dos alunos identificando-as como gêneros textuais oriundos da evolução de outros e esclarecer se a linguagem virtual (internetês) tem modificado a escrita dos jovens no textos escolares. O trabalho mostra a importância do seu uso na área educacional mostrando casos reais de professores que tem obtido bons resultados com o uso das redes sociais como ferramentas de auxílio nas suas aulas, mostrando também como que cada escola sendo ela particular ou pública trabalha com o uso das tecnologias no cotidiano escolar, também são contextualizadas as dificuldades em se inseri-las nas salas mostrando problemas que contribuem para seu fracasso.

Palavras chave: Redes Sociais. Internetês. Capacitação. Gêneros Textuais.

Tecnologia.

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TAKAHASHI, Eduardo. La influencia de las redes sociales en la aula y en la escritura. 2013. 58 pag. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena Do Curso de Letras Portugues/Espanhol) – Faculdade Apucarana Cidade Educação, Apucarana, 2013.

RESUMEN

La presente monografia fue basada en la literatura de investigación y trata de mostrar la influencia que los géneros digitales tienen sobre el aprendizaje del estudiante en el aula a través de las comunidades llamadas de redes sociales existentes en la actualidad, el reconocimiento de los beneficios y los perjuicios que ellas traen influenciando en el aprendizaje del estudiante mediante la identificación de ellos como géneros textuales viniendo de la evolución de otros y aclarar si el lenguaje virtual (internetês) ha modificado la redacción de los jóvenes en los textos escolares. El trabajo muestra la importancia de su uso en el ámbito educativo que muestra casos reales de maestros que han obtenido buenos resultados con el uso de las redes sociales como herramientas para ayudar en sus clases, también muestra cómo cada escuela sea ella pública o privada trabaja com el uso de las tecnologías en la vida escolar cotidiana, también se contextualizan las dificultades para su inserción en los salones que muestran los problemas que contribuyen a su fracaso.

Palabras clave: Redes Sociales. Internetês. Capacitación. Géneros Textuales.

Tecnología.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Ilustração 1 – Exemplos emoticons ou smiley..................................................... 20

Ilustração 2 – Amostra dos textos escolar e virtual do Informante 3 (A3)........... 27

Ilustração 3 – Amostra dos textos escolar e virtual do Informante 7 (A7)........... 28

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Comparativo entre a forma escrita em texto virtual (Fotolog) e em

texto escolar..................................................................................... 27

Tabela 2 – Comparativo entre a forma escrita em bate-papo pelo MSN e em

redações feitas em sala pelos mesmos alunos................................ 29

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................... 12

2. HISTÓRIA DAS REDES SOCIAIS........................................................... 15

2.1 ANOS 90: O INÍCIO....................................................................................... 15

2.2 SÉCULO XXI: A EVOLUÇÃO........................................................................... 16

3. INTERNETÊS........................................................................................... 19

4. O INTERNETÊS E SUA PRESENÇA NA SOCIEDADE ATUAL.............. 22

5. A INFLUÊNCIA DO INTERNETÊS NA PRODUÇÃO ESCOLAR............. 25

6. GÊNEROS TEXTUAIS............................................................................. 32

7. AS REDES SOCIAIS E SUA PRESENÇA DA EDUCAÇÃO.................... 35

8. REDES SOCIAIS: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO...... 41

9. METODOLOGIAS PARA O USO DAS REDES SOCIAIS EM SALA....... 46

10. CONCLUSÃO.......................................................................................... 50

REFERÊNCIAS BILIOGRÁFICAS.......................................................... 54

BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS......................................................... 57

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1. INTRODUÇÃO

O parâmetro atual vivido pelas crianças e adolescentes em pleno

século XXI difere muito de outros períodos onde o contato e o calor humano eram

sentidos e experimentados a todo instante, brincadeiras como pega-pega,

amarelinha, pular corda, pescaria e quem diria, o jogo de betis com os amigos e

vizinhos, o jogo de fliperama no bar da esquina, o ato de um menino ao arriscar uma

conversa com uma menina sem mesmo conhecê-la, o coração batendo mais

acelerado ocasionado pela aventura, pelo medo, pela emoção, pelo primeiro beijo

que conseguiria dela, resultado de seu sucesso na abordagem, jogar vídeo game na

casa de um amigo, o futebol de domingo da rapaziada, ou então a reunião das

garotas na casa de uma das colegas para discutir tudo que aconteceu no decorrer

da semana.

São coisas que fazem parte da capacidade do ser humano de se

socializar, mas que deixaram de ter tanta importância na vida desses jovens. Quem

afirmaria que grande parte dessas e outras em um futuro e não tão distante

poderiam ser feitas por eles no conforto dos seus lares e sem se deslocarem para as

outras casas.

Atualmente, pode se jogar com os amigos sem ter que sair de casa

os jogos online como “Dungeons and Dragons”, “Tribal Wars”, “Final Fantasy XI”,

entre outros, há ainda a possibilidade de se conversar horas e horas sem estar

frente a frente com os seus colegas, contar as novidades e tudo mais, mandar uma

cartinha para a menina mais linda da sala sem ter que mandar entregar ou mesmo

sem precisar escrever num pedaço de papel correndo o risco da professora pegar e

ler para toda a sala.

Essa é a realidade dessa nova geração que cada vez mais deixa de

lado a vida real e concreta que é o contato físico para se socializar a longas

distâncias, se comunicar quase que em tempo real e sem mesmo estar em contato

com outras pessoas, mas o que provocou essa mudança tão repentina e estranha?

Será que o indivíduo está deixando de ser “humano”?

O fato é que a sociedade atual difere em muito daquela dos anos 40

a 60, por exemplo, onde tudo era mais lento, transporte, comunicação, notícias do

Brasil e do mundo, acesso as tecnologias modernas existentes na época (telefone,

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televisão, rádio, carros, etc.), o contato físico era inevitável e necessário para a

interação das pessoas.

No período atual, com a globalização aliada a uma maior facilidade

em se adquirir os produtos oferecidos pelas grandes empresas do ramo de

tecnologia a preços acessíveis e com facilidades de pagamento, aproximou a

população dos seus sonhos, levando às massas o mundo moderno e tecnológico,

atualmente, existem carros, trens e aviões mais rápidos, ônibus modernos e também

aparelhos que cada dia estão mais finos ou menores como é o caso do computador

com suas várias categorias, micro, notebook, ultrabook, netbook, tablete ou o

telefone que antes só ficava em casa, agora cabe no bolso, é o chamado aparelho

celular, ultimamente trocado pelo smartphone, uma mistura de celular com

computador e que se movem impulsionados pelo advento da conexão com internet

em banda larga, GSM, e as novas tecnologias 3G e 4G, esta ainda em implantação

no Brasil.

Aos poucos tecnologias e hábitos tradicionais foram substituídos ou

complementados por novos, como exemplo, o hábito de assistir televisão à noite

para se ter acesso à informação, tinha um horário definido, se não o obedecesse

teria que comprar um jornal ou revista para se manter inteirado dos acontecimentos,

atualmente com o avanço da internet pode se ter aquela mesma informação a

qualquer hora e em qualquer lugar sem ter que se preocupar com os horários. Na

escola, o tradicional bilhetinho que corria de mão em mão foi trocado pelo celular

que envia e recebe mensagens com a privacidade que o usuário necessita, a carta

que seguia pelos correios, entregue pelo carteiro e que demorava dias para chegar

ao destino agora chega em questão de minutos através do e-mail, do Facebook, etc.

Tudo isso apresentado até o momento dá a impressão de que o

mundo se tornou um lugar melhor e mais interessante, porém como ressalta Silva1

(2012 apud Natali, 2012, p. 43), “todas essas inovações tecnológicas trazem

benefícios e alguns prejuízos”, pois deixar de andar a pé ou de bicicleta para dirigir

um possante automóvel faz com que o indivíduo deixe de praticar uma atividade

física, tendo que dedicar mais tempo e dinheiro em uma academia, ele deixa de ler

um bom livro para ficar na frente de um computador, atualmente é mais fácil e

prazeroso teclar por horas do que realizar uma boa leitura.

1 Luiz Antonio da Silva, professor de sociolinguística da USP.

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Para Campos (2007, p. 1) “O impacto das tecnologias na sociedade

contemporânea gera uma duplicidade na qual, em muitos momentos, a técnica é

considerada responsável por todos os males da sociedade e, contraditoriamente,

como a solução dos seus problemas” mostrando concordância com o trabalho de

Silva e afirmando ainda que qualquer pensamento ou ação que não faça parte do

contexto tecnológico ficará sem sentido, fazendo com que atividades como

exercícios, leitura, contato físico, afeto pessoal, entre outros fiquem em segundo

plano.

Seguindo essa linha de pensamento chega-se ao objetivo principal

do presente trabalho, mostrar os benefícios e os malefícios que as mídias

tecnológicas no ramo da comunicação têm sobre o aprendizado do aluno em sala,

levando-se em conta a sua utilidade e também a sua influência no que se refere à

escrita, uma vez que a problemática incutida nesse contexto fica por conta dos

meios de comunicação presentes nessas tecnologias como ORKUT, MSN,

FACEBOOK, SKYPE, TORPEDO, SMS, entre outros, que com sua linguagem

própria modificam a escrita em prol de uma comunicação mais rápida.

Deve-se ressaltar que neste trabalho não se mencionam os perigos

da interação nas redes sociais no que se diz respeito aos casos de pedofilia,

assédio, ameaças, bulling e outros, não se trata de negligenciar a importância dos

temas, pois esses assuntos há muito vem sendo discutidos pela sociedade não só

em nível nacional como internacional e aparecem cada vez mais na mídia, uma vez

que esse tipo de comunicação abrange esferas além das paredes das instituições

escolares, contudo o objetivo aqui é contextualizar a sua presença na educação dos

jovens.

Cada um desses meios de comunicação denominados comunidades

formam a chamada “rede social” que segundo Spyer (2009, p. 25) define: “Rede

social é gente, é interação, é troca social. É um grupo de pessoas, compreendido

através de uma metáfora de estrutura, a estrutura de rede” havendo a possibilidade

de interação com milhares de pessoas ao mesmo tempo não só do próprio país

como de outros também.

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2. HISTÓRIA DAS REDES SOCIAIS2

O trajeto percorrido pelas redes sociais acompanha a Internet desde

a sua idealização quando o Departamento de Defesa dos Estados Unidos resolveu

criar uma rede de computadores que estabeleceriam contato online entre si com o

objetivo de reunir tecnologia militar para superar a União Soviética que estava para

lançar na orbita terrestre o satélite Sputinik em 1957. Em 1969 a Arpanet entrava em

operação reunindo interativamente três universidade norte americanas: a

Universidade da Califórnia em Los Angeles, a Universidade da Califórnia em Santa

Barbara e a Universidade de Utah, aumentando para 15 a partir de 1971, mas para

expandir as redes foi criado em 1978 o protocolo TCP/IP3 (que está em uso até os

dias atuais), somente em 1990 com a Arpanet já obsoleta, os militares começaram a

ceder a tecnologia para a iniciativa privada sendo que a essa altura grande parte dos

computadores do país já podiam entrar em rede e daquela época até a atualidade

vários nomes surgiram, Netscape, Microsoft (Windows), Linux, Macintosh (antiga

Apple de Steven Jobs com o Sistema O.S), Google, entre outros, que deram início

ao que conhecemos da Internet e das redes sociais.

As redes sociais representam mais de 62% do volume de tráfego de

dados na web brasileira atualmente, mas apesar do século XXI ser conhecido como

a explosão das redes sociais tudo começou a se definir ao final do século anterior

onde a maioria da população brasileira nem sequer imaginava que algum dia haveria

quase um computador em cada casa e a interação entre as pessoas pudesse

acontecer de forma simultânea mesmo estando distante uns dos outros.

2.1. ANOS 90: O INÍCIO

ClassMates.com é considerada a primeira rede social, surgiu em

1995 fundada pelo norte-americano Randy Conrads, bacharel em engenharia

industrial, possuía usuários nos Estados Unidos e Canadá e tinha como objetivo

2 Fonte: site techtudo artigos e o livro “Galáxia da Internet: reflexões sobre a Internet, negócios e a

sociedade”. . 3 O TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação entre computadores em rede, se divide em

camadas onde cada uma é responsável por um grupo de tarefas, que trabalham para uma camada superior, é um programa pesado, que exige que o equipamento tenha boa capacidade de memória, mas que possibilita a comunicação com um grande número de computadores.

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possibilitar o reencontro de amigos que estudaram juntos, conhecidos de infância,

militares, era um serviço pago e que fez muito sucesso na época, tanto que continua

online até os dias atuais.

Contudo, o SixDegrees criado por Andrew Weinreich em 1997

retrata o primeiro modelo de rede social com estrutura semelhante às das outras

redes mais atuais, com ela já era possível adicionar amigos, enviar mensagens

privadas, ampliar conexões. Era o primeira rede social que permitia criar perfis e

classificar os tipos de amigos em seis degraus diferentes (por isso se chamava Six

Degrees), chegou a possuir mais de 1 milhão de usuários registrados, mas

permaneceu até meados de 2001, ressurgiu recentemente, mas só admite usuários

que já possuíam cadastro.

O MSN4 surgiu em 1999 através da Microsoft, era uma rede simples

e leve que enviava e recebia mensagens instantâneas, nele se podia criar uma lista,

adicionar ou apagar contatos, definir status do usuário, era como uma conversa a

distância através do teclado do computador, passou por várias modificações desde

transferência de arquivos, bate-papos em viva-voz, busca fácil e exibição de

mensagens por usuário, conversas em vídeo, podendo até ver canais de tv, assistir

trailers de filmes, arquivos de vídeo do MSN junto com outros amigos

simultaneamente.

2.2. SÉCULO XXI: A EVOLUÇÃO

A evolução das redes sociais veio com o Friendster, idealizado por

Jonathan Abrans em 2002, introduziu o modelo atual de redes sociais e tinha como

conceito básico o de formar amigos reais no mundo todo, chegou a possuir cerca de

3 milhões de utilizadores, mas devido a falta de espaço e recursos perdeu mercado

para as concorrentes mais poderosas, contudo ainda possui muitos adeptos na Ásia

que representa 90% do seu tráfego, principalmente no que se diz respeito aos jogos

online.

O My Space criado em 2003, semelhante ao Friendster trazia como

inovação além dos recursos da outra, a possibilidade de se adicionar músicas, fotos

e possuía um blog para a atualização do usuário, ao longo dos anos vem sendo

4 Fonte: site tecmundo.com.br e techtudo artigos.

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reformulado com o intuito de atrair mais usuários, é o espaço preferido para os

artistas em começo de carreira que querem divulgar seu trabalho.

Neste mesmo ano surgia o LinkedIn, cujo objetivo não era somente

de reunir amigos, mas também estabelecer contatos profissionais, é a única rede

social feita para quem busca uma oportunidade de trabalho e por empregadores que

procuram nos perfis dos usuários, candidatos em potencial para cargos em sua

empresa, ele foca o perfil profissional do usuário, o tempo gasto nele é uma espécie

de investimento e não simplesmente para passar as horas de folga.

Em 2004, Orkut Büyükkökten, um engenheiro turco da Google , criou

o Orkut que inicialmente tinha como principal público os Estados Unidos, mais tarde

se tornou popular entre países emergentes como Brasil e Índia, possuía recursos

como álbum de fotos para até 12 imagens e tinha como principal ingrediente

comunidades com usuários que tinham assuntos em comum possibilitando a troca

de ideias, sofreu várias reformulações como: aumento no espaço dos álbuns para

mais imagens, bate-papo, etc.

Contudo, sucumbiu com a chegada do Facebook, criado a princípio

por Mark Zuckerberg e alguns amigos de faculdade, primeiramente limitado a

apenas usuários da Universidade de Harvard, mas aos poucos foi se estendendo a

outras universidades e institutos, e sendo liberado em 2006 para todos que tivessem

mais de 13 anos, seu número de usuários chega a casa de um bilhão de adeptos,

ele agrega além dos recursos das redes sociais anteriores, a possibilidade de

compartilhamento de tudo, informação, notícias, fotos, jogos, aplicativos, entre

outros, está sempre em constante atualização para cativar cada vez mais seus

usuários.

O Twiter criado em 2006, é uma rede social que funciona como um

pequeno blog, onde o usuário pode seguir aquele de sua preferência, é o preferido

entre emissoras de televisão, rádio, programas, artistas, blogueiros, pessoas que

estão na mídia em geral e até mesmo políticos, onde o objetivo da maioria é divulgar

trabalhos, notícias, opiniões, preferências, entre outros. Possui aproximadamente

400 milhões de usuários e o único inconveniente era o de números de caracteres,

apenas 140, obrigando o usuário a utilizar mensagens curtas iguais ao SMS.

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O SMS5 é um método de comunicação simples muito utilizado em

aparelhos celulares e smartphones, criado na década de 80 pelo engenheiro

finlandês Matti Makkonen onde o objetivo era enviar mensagens mesmo se os

aparelhos estivessem desligados ou fora da área de cobertura, funcionou pela

primeira vez em 1992, tem um limite de escrita para 140 caracteres, pode-se mandar

uma mesma mensagem para vários aparelhos, no Brasil foi apelidado de “torpedo”,

popular entre os jovens por causa de seu baixo custo, pois dependendo da

promoção da operadora se pode até enviar vários SMS em um mesmo dia só

pagando por 1 minuto de ligação.

O objetivo de se contextualizar todo esse caminho percorrido pelas

redes sociais durante mais de uma década é demonstrar que em pouco tempo algo

que começou pequeno e delimitado a um país ou esfera social se tornou mundial,

sociedades inteiras de pessoas sejam elas homens, mulheres, adolescentes ou

crianças fazem parte dessa comunidade virtual atualmente, dando ideia da

amplitude alcançada por ela na vida das pessoas.

Como citado anteriormente, o advento dessas tecnologias trazem

tanto benefícios quanto malefícios para o ser humano, portanto as redes sociais

trazem embutidas em si essas características também, porque se há uma

comunicação instantânea e em tempo real por outro lado o ser humano sentiu a

necessidade de se adaptar a língua para que se tornasse viável para uma

comunicação mais rápida e que imitasse a oralidade, tornando o “bate-papo”

divertido, interessante e ágil.

Nestes anos todos de evolução, as redes sociais não se

modernizaram apenas em estrutura e ferramentas, mas houve também a criação de

uma nova linguagem, o chamado “internetês” que, preocupado com a rapidez na

comunicação promoveu mudanças no modo de se escrever, fato que ultimamente

vem despertando muita aflição entre pais e professores que se preocupam com a

educação das crianças e dos jovens em geral sendo alvo de críticas nas instituições

escolares haja vista alguns professores preocupados com a produtividade e a

qualidade de suas aulas utilizam os gêneros digitais em suas no dia a dia.

5 Fonte: mobilepronto.org

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3. INTERNETÊS

Com o avanço do mundo tecnológico e a melhoria no poder

aquisitivo, equipamentos como computadores e modernos celulares (incluem-se os

smartphones) se tornaram rotina na vida das pessoas assim como a sua

participação na rede mundial de computadores (internet) onde são encontradas

comunidades com indivíduos de várias nações e classes sociais que se comunicam

diariamente de forma instantânea através de uma linguagem muito específica, o

internetês, que segundo Komesu e Tenani (2009, p. 624) explica:

O internetês é conhecido como forma grafolinguística que se difundiu em textos como chats, blogs e demais redes sociais. Seria uma prática de escrita caracterizada pelo registro divergente da norma culta padrão [...] razão pela qual seus adeptos são tomados como “assassinos da língua portuguesa”, do ponto de vista dos avessos a essa prática de escrita. A prática de abreviação, o banimento da acentuação gráfica, o acréscimo ou a repetição de vogais, as modificações do registro gráfico padrão, com troca ou com omissão de letras, são alguns dos traços que podem ser observados na ortografia desse texto, os quais serão descritos e discutidos na próxima seção. É esse quadro que, apresentado ao não-iniciado, é quase sempre tomado como “simplificação da escrita”, com consequente “morte da língua”.

Sua escrita possui recursos que vão desde a troca de uma sílaba

inteira por uma letra com som igual, acréscimo de letras em uma palavra para se dar

ênfase na pronúncia, repetição de letras para demonstrar alguma ação ou

comportamento até a supressão de letras de uma palavra. A saber: baun (bom),

Kkkkk...kkk (gargalhada), blz (beleza), fds (final de semana), nela a ortografia

tradicional da escrita do nosso português “brasileiro” perde um pouco da validade

dando a noção de que o “erro” é permitido.

Ele é próprio do mundo virtual, onde as pessoas passam seus

momentos de lazer trocando mensagens (teclando) de forma escrita, se distingue da

escrita tradicional por pequenas mudanças no modo de escrever as palavras onde,

na ânsia de se ter comunicação rápida que se assemelhe a uma comunicação oral

se tenta passar essa oralidade para a escrita, uma vez que graficamente no

português formal não se consegue expressar sentimentos como na vida real, por

exemplo, pode se expressar uma gargalhada simplesmente escrevendo assim:

“Kkkkkkk.... kkkkk”.

Nesse sentido consegue se expressar uma ação ou sentimento com

algumas letras ou sílabas, contudo, o internetês não se limita apenas a isso, é

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costume abreviar palavras com a supressão de letras como no pronome de

tratamento “você” que no mundo virtual se escreve vc, ce ou c, ou mudanças

radicais na escrita como em “não” no qual geralmente se usa naum, ñ ou num, ou o

próprio pronome de tratamento “vocês” que se escreve voceis. Há também a

mistura de símbolos gráficos com palavras para demonstrar aborrecimento

“#chatiado”, uso apenas de letras para dar ideia de surpresa “OMG (oh my god)”.

Outro elemento muito comum também são os grafismos que

demonstram sentimentos, estados ou ações: “:-) ou :) Sorriso”; “} {s Beijos”; “8-)

“Virando os olhos”, eles são chamados “emoticons ou smiley”6 são bastante

utilizados para demonstrar as mesmas coisas que os grafismos, são símbolos com

diversas formas diferentes, principalmente as famosas carinhas redondas em geral

de cor amarela, verde ou vermelha que imitam expressões faciais de um rosto

humano.

ILUSTRAÇÃO 1 Exemplos emoticons ou smiley

Fonte: http://www.bate-papo.com/emoticons.htm

6 Forma de comunicação paralinguística, um emoticon, palavra derivada da junção dos seguintes

termos em inglês: emotion (emoção) + icon (ícone).

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São variados os recursos utilizados no “internetês” e que tornam o

dia a dia do internauta mais dinâmico, sendo que, o domínio sobre essas técnicas de

escrita imputam em aceitação por determinada comunidade, o lado positivo se deve

ao fato que a apropriação desses recursos mostra que a capacidade deles em

apreender uma nova variedade linguística é notável tendo em vista que os jovens

ultimamente tem sido taxados de desinteressados, entretanto, na realidade eles têm

interesse em algo que é aceito pelo grupo ou comunidade, o que torna realmente

necessário levar todo esse interesse e energia gastos na internet para a sala de

aula.

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4. O INTERNETÊS E SUA PRESENÇA NA SOCIEDADE ATUAL

Não se tem conhecimento de quando, como e quem deu início a

esse tipo de linguagem, a única certeza é de que se espalhou rapidamente pelas

redes sociais afora sendo vista com estranheza pela sociedade que ainda se

encontra regida pela dureza da língua portuguesa tradicional e pelas culturas

dominantes, fato esse que lembra um pouco da época em que as HQs

(popularmente conhecidas por gibis) ocupavam o lugar de vilão na aprendizagem

das crianças e dos jovens em geral, pois os educadores achavam que a linguagem

muito singela, com poucas palavras e o excesso de imagens presentes nas histórias

em quadrinhos influenciava negativamente no desenvolvimento cognitivo dos alunos

conforme afirma Silva et. al (2012, p. 28):

Durante um bom tempo, a escola e outros setores da sociedade não reconheciam as HQs como uma leitura válida. Alguns chegaram a combatê-la sistematicamente por considerarem sua linguagem simples e concisa demais, além de estar apoiada na linguagem não verbal dos desenhos. A leitura em quadrinhos, assim, prejudicaria o desenvolvimento de capacidade de leitura e escrita da criança e do jovem em formação.

Atualmente, as tirinhas das HQs estão presentes na maioria dos

livros didáticos, pois, não há comprovação dessa má influencia na educação, em

contrário, sabe-se que elas ajudam a desenvolver a subjetividade dos educandos

quando expostos a quadrinhos com ótima qualidade onde a leitura complexa

dependerá do que o jovem será capaz de retirar daquilo que está vendo assim como

Silva et. al (2012, p. 28-29) em letramentos no Ensino Médio (2012) argumentam:

Hoje já se sabe que muitos quadrinhos são de leitura extremamente complexa, pois exigem que o leitor recupere informações que não estão explícitas [...] Também já existe uma produção de quadrinhos de ficção com reconhecida qualidade literária. Ao mesmo tempo nunca ficou comprovado que ler gibis influencia negativamente o processo de formação do leitor, iniciante ou não.

Outro “inimigo” da educação brasileira é a televisão que devido à

ausência dos pais durante o dia, pois necessitam trabalhar para ganhar o sustento

da sua família entregam suas crianças para a mídia que trata de educa-los através

de sua programação feita para cativar um público que anseia por atenção que em

geral não tem das pessoas a quem ele mais confiava, os pequenos encontram a

afetividade de um produto que dá diversão, algo que os adultos deveriam lhes dar,

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mas ainda não conseguiu a total aprovação dos educadores, como foi o caso das

HQs.

Na sociedade atual segundo Silva et. al (2012, p. 29) o computador

com suas ferramentas até pouco tempo também eram tidos como os “inimigos” da

educação por parte de alguns professores e pelos pais, pois as crianças e

adolescentes passam horas teclando em vez de praticar atividades físicas, ler um

livro ou mesmo estudar, aliado a isso, em nome da comunicação mais ágil e

instantânea presente nas redes sociais os indivíduos tentam passar para a tela do

computador a mesma fala informal da conversa real acabando por fazer mudanças

na escrita, fato esse que para os educadores é motivo de preocupação, uma vez

que em sala as crianças tendem a repetir a mesma escrita utilizada nas redes

sociais em textos escolares.

Concomitante a isso, há também o medo de extinção da língua

portuguesa como a conhecemos hoje devido ao fato de que na história da língua

portuguesa o uso ou não de determinadas palavras e termos, determinou o

nascimento ou a morte de alguns verbetes da nossa língua, cita-se o caso de “vossa

mercê” que virou “vosmecê” que atualmente é “você”, mas que os internautas

alteraram para “vc” ou no plural “voceis”, ou então, o uso dos verbos em segunda

pessoa na fala cotidiana (tú, vós) que são utilizados em apenas algumas regiões do

país, fato comprovado por Reis e Luiz (2006, p. 06) afirmando que:

A forma de escrita dos internautas tem preocupado educadores e estudiosos da língua, no sentido de que a escrita estaria sendo deturpada/corrompida pelos integrantes de comunidades virtuais e a língua estaria sob ameaça, como consequência de tal prática discursiva.

Contudo, apesar das alterações que estão sendo feitas na escrita

pelos usuários das redes sociais, esse indivíduo sabe separar o mundo real do

virtual, pois a sua consciência o leva a decidir onde e quando utilizar certo tipo de

linguagem que os identifica em sua comunidade virtual específica, uma vez que as

esferas de utilizações de cada linguagem são distintas e representam o papel que o

ser humano tem naquele determinado meio conforme afirma Reis e Luiz (2006, p.

07):

Nesses termos, consideramos que a geração net está reinventando a forma de escrita e, ao que tudo indica não há porque os linguistas e educadores terem preocupação quanto a isso. As pesquisas revelam que a escrita cifrada dos internautas não passa de uma certa diversão, de registro social

Page 26: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

24

de comunidades virtuais que estabelecem contato no ambiente de blogs ou fotologs, salas de bate-papo, Orkut etc., e se reúnem em torno de diferentes temas, para discussão online via digitação, utilizando formas de escrita que os identificam, sem que isto possa representar uma real ameaça à língua.

O “internetês” e as redes sociais são capazes de romper barreiras,

igualar os seres que se encontram separados por questões etárias, sociais, políticas,

etc. Há possibilidade de um jovem conversar com alguém mais velho, o patrão

dialogar com os seus funcionários e porque não, alunos trocando argumentos,

dúvidas e experiências com seus professores.

Page 27: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

25

5. A INFLUÊNCIA DO INTERNETÊS NA PRODUÇÃO ESCOLAR

Se a grande preocupação dos professores é a influência que o

“internetês” exerce sobre os alunos, então por que as DCOE7 PARANÁ (2008, p. 69)

dizem que é importante trabalhar com os gêneros digitais em sala, principalmente se

há a desconfiança de que está havendo uma deturpação da língua portuguesa?

A resposta embora tão antiga quanto à própria Internet valida toda e

qualquer dúvida acerca da questão levantada, uma vez que, na Declaração

Universal dos Direitos Humanos (1948) em seu artigo II diz que:

Toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição.

A democracia é a explicação mais justa para uma pergunta que se

pauta em um ensino tradicional e altamente ditatorial, onde a linguagem normativa

dominou a educação por anos e que até os tempos atuais resiste tentando manter a

sua hegemonia, proporcionar aos alunos das instituições escolares, principalmente

as públicas direito ao conhecimento que lhes proporcionem direito à cidadania,

trabalho e uma vida digna, são as premissas básicas que a DCOE PARANÁ (2008,

p. 38) afirmam ao dizer que:

É nos processos educativos, e notadamente nas aulas de Língua Materna,

que o estudante brasileiro tem a oportunidade de aprimoramento de sua

competência linguística, de forma a garantir uma inserção ativa e crítica na

sociedade. É na escola que o aluno, e mais especificamente o da escola

pública, deveria encontrar o espaço para as práticas de linguagem que lhe

possibilitem interagir na sociedade, nas mais diferentes circunstâncias de

uso da língua, em instâncias públicas e privadas. Nesse ambiente escolar, o

estudante aprende a ter voz e fazer uso da palavra, numa sociedade

democrática, mas plena de conflitos e tensões [...] dar acesso ao

conhecimento, para que todos, especialmente os alunos das classes menos

favorecidas, possam ter um projeto de futuro que vislumbre trabalho,

cidadania e uma vida digna.

A verdade é que a língua escrita formal foi colocada por muitos anos

em um patamar muito acima da oral dando a impressão de que uma se sobressaía

sobre a outra, contudo, segundo Marcuschi (2007 apud Storto e Galembeck, 2009,

7 DCOE (Diretriz Curricular Orientadora do Estado) em substituição à antiga nomenclatura

DCE(Diretriz Curricular do Estado).

Page 28: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

26

p. 1590) “a língua falada e a escrita não são modalidades estanques, tão pouco uma

se sobressai sobre a outra, pois ambas são formas por nós utilizadas para interagir

nos mais diversificados contextos de comunicação”, o que se deve observar é que

seus usuários devem saber que cada uma tem sua utilização de acordo com a

situação em que estão inseridas.

Uma pesquisa realizada por Reis e Luiz (2006, p. 2) buscava

investigar até que ponto a escrita com “códigos cifrados (Internetês)” estaria

influenciando a produção de textos escolares de alunos da 7ª série com idade entre

12 e 14 anos de uma escola particular de Criciúma (SC) com o pressuposto de

provar que eles sabem reconhecer as variantes da língua em seus ambientes

específicos tanto no escolar como no ambiente virtual e se o internetês estaria

influenciando a escrita escolar.

Foram escolhidos oito alunos, sendo que um era do sexo masculino

e sete do sexo feminino, a pesquisa consistia na escrita de textos em duas

modalidades diferentes, um texto escolar argumentativo com um tema determinado

pelo professor e outro um comentário de uma foto postada por eles em seus

fotologs8.

O resultado da pesquisa evidenciou que em apenas um dos textos

(A3) analisado havia a presença da linguagem virtual, mas com uma ocorrência de

um total de 27 palavras enquanto nos textos do fotolog a presença da grafia cifrada

em todos com porcentagem na faixa de 4,1% a 56,2% das palavras.

Fica então evidenciado que “nossos alunos reconhecem o ambiente

discursivo de uma e de outra comunidade linguística, demonstrando cuidado no

momento em que estão redigindo seus textos escolares, no sentido do não uso do

internetês em atividades formais de língua portuguesa” (Reis e Luiz, 2006, p. 7).

Contudo as autoras reconhecem que os dados apresentados não são

suficientes para se definir a influência dessa linguagem nos textos escolares dos

alunos, sendo assim, se faz necessário levantar dados em maior quantidade para se

chegar a uma conclusão palpável e que sirva de parâmetro para futuras

intervenções nas aulas de produção textual.

8 Fotolog é uma espécie de diário fotográfico hospedado na Internet. Com ele você pode compartilhar

fotos da galera, da escola, de suas viagens ou trabalho com qualquer pessoa no mundo que tenha

acesso a Web. Fonte: duvidas.terra.com.br/duvidas/1019/o-que-e-um-fotolog.

Page 29: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

27

TABELA 1

A tabela abaixo mostra um comparativo entre a forma escrita em texto virtual

(Fotolog) e em texto escolar.

Texto virtual - FOTOLOG Texto escolar

Amostra alunos

Total de palavras

Número de palavras em ‘internetês’

% Total de palavras

Número de palavras em ‘internetês’

%

A1 12 4 33,3 33 0 0 A2 22 1 4,5 73 0 0 A3 16 9 56,2 27 1 3,7 A4 34 5 14,7 35 0 0 A5 25 6 24,0 41 0 0 A6 28 6 21,4 49 0 0 A7 24 1 4,1 36 0 0 A8 33 8 24,2 38 0 0

Fonte: Reis e Luiz (2006) Revista Educação em Rede v.1 n.1 nov. 2006

A amostra abaixo contém os textos de dois informantes (A3 e A7),

um teve mais incidências do internetês e o outro menos na escrita virtual sendo que

A3 foi o único que utilizou a linguagem virtual no texto escolar.

ILUSTRAÇÃO 2 Amostra dos textos escolar e virtual do Informante 3 (A3).

TEXTO ESCOLAR

Amizade é um termo essencial para a vida das pessoas, porque elas q não têm amigos com certeza não são felizes. Na verdade ter amigos é bom.

Palavras em internetês: q

Total de palavras: 27 Total de internetês: 1 Percentual de internetês: 3,7 %

TEXTO VIRTUAL

sei la9 andu meio tixt =* (... hahaha elis mi fizeru ri mto ogi né auhauhauaha

Palavras em internetês: andu, tixt, hahaha, Elis, mi, fizeru, mto, ogi, auhauhauaha

Total de palavras: 16 Total de internetês: 9 Percentual de internetês: 56,2 % Fonte: Reis e Luiz (2006) Revista Educação em Rede v.1 n.1 nov. 2006

Page 30: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

28

ILUSTRAÇÃO 3 Amostra dos textos escolar e virtual do Informante 7 (A7)

TEXTO ESCOLAR

Ser amigo de alguém é muito importante, ajudá-los quando necessário, nos deixa felizes de saber que existem amigos de nos dão confiança. E também nada melhor do que ter aquela amiga ou amigo para te aconselhar.

Palavras em internetês: 0

Total de palavras: 36 Total de internetês: 0 Percentual de internetês: 0%

TEXTO VIRTUAL

Beijos pra todo mundo e um especial pro meu amor (RAFINHA), que já estamos completando 2 anos.... Felicidades a nós, porque nós merecemos!!!! Huahauhua. . .

Palavras em internetês: huahauhua

Total de palavras: 24 Total de internetês: 1 Percentual de internetês: 4,1% Fonte: Reis e Luiz (2006) Revista Educação em Rede v.1 n.1 nov. 2006

Outro estudo realizado por Reis e Schuelter (2008) tenta comprovar

se a escrita escolar estaria sendo prejudicada com o advento da linguagem utilizada

nos gêneros digitais envolvendo 15 redações escolares escolhidas aleatoriamente

de um total de 270 em salas das salas de turmas de primeiras e segundas séries,

esses textos poderiam ser de qualquer gênero textual com base em uma matéria

vinculada na revista Veja, devendo ser entregue à professora de redação.

Após isso, esses mesmos 15 alunos deveriam fornecer trechos de

mensagens cotidianas provenientes da comunicação no ambiente virtual

(Messenger), com o objetivo de se constatar ou não a influência da escrita do

“internetês” na escrita do aluno na escola.

Conforme Reis e Schuelter (2008) puderam comprovar o resultado

final da pesquisa comprovou que, na escrita escolar a influência da escrita digital foi

quase nula, tendo maior relevância somente nos indivíduos A5 (3,2%), A9 (6,5%) e

A12 (29,8%), este último apesar da grande incidência de uso da linguagem virtual se

justifica segundo os autores porque o informante simulou textualmente uma

conversa virtual com outro colega, uma vez que o gênero textual era de livre escolha

do aluno, também foi detectado além do internetês um vocabulário típico de um

grupo social, o juvenil, com termos como: “legal neh?”, “Tah ligado”, “na parada”, “os

preço”, “das cerva”, etc., sendo assim concluiu-se que este tem conhecimento sobre

Page 31: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

29

o uso adequado das variantes linguísticas utilizadas em situações textuais

específicas, contudo deve-se ressaltar que o grande erro dessa pesquisa foi a de

deixar a escolha do gênero livre, pois o objetivo era constatar se o estudante tinha

conhecimento da linguagem a ser utilizada em situações comunicativas específicas.

Quanto ao texto virtual, eles utilizaram mais frequentemente a

escrita das redes sociais com variações de textos entre 20% a 70%, mas apesar

desses dados serem tranquilizadores os autores afirmam que: “Convém, no entanto,

continuar acompanhando a utilização da escrita no ambiente virtual, pois não se

pode afirmar com segurança, pelos dados apresentados, que o uso prolongado e

contínuo de tal escrita não sofrerá influência mais acentuada na língua com o passar

do tempo”, pois na época da pesquisa o fenômeno digital ainda era considerado

como algo novo e havia necessidade de acompanhamento e mais estudos para

verificar se estes dados se manteriam estáveis.

TABELA 2 A tabela abaixo mostra um comparativo entre a forma escrita em bate-papo pelo MSN e em redações feitas em sala pelos mesmos alunos.

Texto virtual - FOTOLOG Texto escolar

Amostra alunos

Total de palavras

Número de palavras em ‘internetês’

% Total de palavras

Número de palavras em ‘internetês’

%

A1 15 6 40,0 80 0 0

A2 11 5 45,5 81 0 0

A3 53 36 67,9 98 0 0

A4 60 29 48,3 133 0 0

A5 51 22 43,1 157 5 3,2

A6 13 6 46,2 132 0 0

A7 17 5 29,4 101 0 0

A8 35 7 20,0 188 0 0

A9 68 23 33,8 137 9 6,5

A10 36 21 58,3 144 0 0

A11 44 17 38,6 98 0 0

A12 20 12 60,0 84 25 29,8

A13 30 21 70,0 180 0 0

A14 44 20 45,5 122 0 0 Fonte: http://www.unigran.br/interletras/ed_anteriores/n6_n7/textos/internetes.pdf

Page 32: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

30

Seguindo essa mesma linha de estudo, Alves e Oliveira (2010) em

“O ‘INTERNETÊS’ NA SALA DE AULA” citam uma pesquisa realizada em 2009 com

70 alunos de duas turmas do colégio Opet, uma instituição de ensino particular

localizada na capital Curitiba no bairro do Bom Retiro, sendo que as turmas eram

compostas por jovens de 7ª e 8ª série, oriundos da classe média, com pais possuem

um alto nível de escolar.

Com o mesmo objetivo de Reis e Luiz (2006) e Reis e Schuelter

(2008), os alunos, além de responder a um questionário, também deveriam produzir

um texto sobre o uso da Internet onde os temas seriam: “Os usos da Internet” para a

7ª série e “Internet e profissões” para a 8ª.

Como resultado do questionário foi constatado que todos têm

acesso à Internet (em casa, colégio, na casa de amigos e parentes, ou em lan

houses), 67% navegam todos os dias sendo que, 51% ficam conectados mais de 3

horas. Dos 70 alunos 20% a utilizam para conversar, 19% para ver vídeos e o

restante para acessar e-mails, baixar música e pesquisar. Dos programas mais

utilizados o Youtube foi citado em 18% dos entrevistados, o MSN com 17%, o Orkut

com 16% e ver e-mail, site do colégio, site de jornais e revistas, portais como Terra,

Globo.com e UOL, Twitter e Facebook9 também foram mencionados, porém com

menos frequência.

Na última questão 96% responderam que se utilizam de recursos e

emoticons para teclar na Internet, mostrando nesta primeira fase da pesquisa que,

conversar com os amigos nas redes sociais é a atividade preferida dos jovens sendo

que sua maioria se utiliza dos recursos do “internetês” para se comunicar.

Na análise das redações foram constatadas que: na turma da 8ª

série o “internetês” aparece em 6 dos 35 textos escritos apresentando as seguintes

ocorrências: a abreviação net (internet); uso de reticências (...) no lugar do ponto

final para finalizar o parágrafo; troca do fonema /e/ por /i/ nas palavras dependi

(depende) e simplismente (simplesmente); a abreviação da preposição pra (para).

Na turma da 7ª série a linguagem virtual apareceu em 9 das 35

redações com o uso de mais recursos como: ditongação da conjunção mas (mais);

as variações click (clique) e clicko (clico); abreviações como net, vc (você), pc

(computador) e a preposição pra (para); ausência da letra “u” no ditongo /ou/ em vo

9 O Facebook foi somente liberado ao público em 2006 e o Twiter criado em 2006, daí a sua pouca

preferência no ano de 2009, mas nos parâmetros atuais passaram o Orkut em número de usuários.

Page 33: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

31

(vou), acabo (acabou) e estoro (estouro); houve a troca do ponto final na

finalização de frases, a reticências (...) e pelas carinhas (emoticons); a palavra

nasalizada naum (não).

Pela análise das redações apresentadas no trabalho de Alves e

Oliveira (2010), se pôde perceber que o “internetês” interfere mais na 7ª serie,

contudo o que mais se predomina são os desvios ortográficos (erros) de ortografia e

gramática em relação a linguagem da Internet ou da oralidade na escrita dos

pesquisados.

Há de se reconhecer que apesar de serem poucas as pesquisas

quantitativas acerca da influência da linguagem utilizada nos gêneros digitais no

cotidiano escolar, o comparativo entre o estudo realizado por Reis e Schuelter

(2005) e o do ano de 2009 que consta no trabalho de Alves e Oliveira (2010) não se

consegue perceber um aumento significativo da influência do ‘internetês” nas

produções escolares, por outro lado mesmo se chegando a essa conclusão não se

permite chegar a uma verdade absoluta sobre o uso dessa variação da escrita na

escrita do aluno.

Não se trata de justificar a aceitação ou não acerca dessa

linguagem, mas sim de compreendê-la enquanto texto, pois é um gênero novo que

nasceu em uma esfera nova e moderna e que bem ou mal faz parte da vida da

maioria da população não só do Brasil como do mundo inteiro, por isso, há

necessidade de se situá-la nos conceitos pertinentes aos gêneros textuais, uma vez

que segundo a DCOE PARANÁ (2008, p. 26) “o conhecimento que identifica uma

ciência e uma disciplina escolar é histórico, não é estanque, nem está cristalizado, o

que caracteriza a natureza dinâmica e processual de todo e qualquer currículo”

sendo que, a língua materna desde o descobrimento do Brasil no ano de 1500 vem

sofrendo alterações, portanto, alguns termos caíram em desuso e algumas palavras

tiveram sua escrita alterada ou adaptada.

Page 34: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

32

6. GÊNEROS TEXTUAIS

Para se chegar ao conceito de gênero textual há de se esclarecer a

distinção entre as “tipologias” e os “gêneros”, uma vez que a tipologia textual se

refere a um texto de característica limitada, possui uma estrutura definida e

cristalizada que segundo Marcuschi (2002, p.22) é “uma espécie de construção

teórica definida pela natureza linguística de sua composição (aspectos lexicais,

sintáticos, tempos verbais, relações lógicas)”, sendo que, os tipos textuais em geral

podem se classificar separadamente em: narrativos, argumentativos, expositivos,

descritivos e injuntivos.

Quando se fala em “gêneros textuais” pode-se dizer que os textos

vão muito além de apenas classificações de tipologias textuais, pois em um mesmo

gênero podem conter partes da descrição, da narração, da argumentação, entre

outros, e que estão sujeitos a mudanças, pois fazem parte de atividades

comunicativas realizadas no cotidiano do ser humano e surgem de acordo com as

suas necessidades acompanhando as mudanças que acontecem no meio social, tal

como os avanços tecnológicos, fato comprovado por Marcuschi (2002, p.19) em

Gêneros textuais: definição e funcionalidade:

[...] os gêneros não são instrumentos estanques e enrijecedores da ação criativa. Caracterizam-se como eventos textuais altamente maleáveis, dinâmicos e plásticos. Surgem emparelhados a necessidades e atividades sócio-culturais, bem como na relação com inovações tecnológicas, o que é facilmente perceptível ao se considerar a quantidades de gêneros textuais hoje existentes em relação a sociedades anteriores a comunicação escrita.

Segundo Bakhtin (1997, p. 280) “Qualquer enunciado considerado

isoladamente é, claro, individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora

seus tipos relativamente estáveis de enunciados, sendo isso que denominamos

gêneros do discurso”, e quando se fala em “relativamente estáveis” que dizer que

um gênero está sujeito a mudanças, pois a língua sofre interferências internas e

externas que fazem com que ela sofra mutações, questões como o tempo, a

mudança no modo de pensar do homem fazem surgir novos gêneros textuais

originados de outros.

O “internetês” com sua linguagem curta lembra um pouco o

telegrama que suprimia ao máximo o número de palavras para tornar a mensagem

mais sucinta sem que seu contexto fosse violado, já foi mencionada anteriormente a

Page 35: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

33

“cartinha” que circulava dentro da sala de aula que foi substituída pelo “torpedo”, ou

seja um gênero semelhante originado de outro, por serem “relativamente estáveis”.

Vale ressaltar que, apesar de não obedecer a uma estrutura e forma

fixa no que se refere à normatividade, os gêneros textuais não o desprezam, são

simplesmente mais maleáveis e adaptáveis para exercer uma função social no

ambiente no qual o indivíduo está inserido, são textos que fazem parte do cotidiano

do ser humano assim como o: telefonema, bula de remédio, receita culinária, lista de

compras, cardápio de restaurante, manual de instruções, piada, artigo de jornal,

notícias, chats, bate-papo na internet, vídeo conferência, email, entre outros,

portanto são tão infinitos os gêneros que se torna difícil mencioná-los todos no

trabalho.

A possibilidade de se trabalhar textos na concepção de gêneros

textuais possibilita ao aluno além de aperfeiçoar a sua da escrita, o domínio de

práticas sociais fundamentais na vida cotidiana do ser humano em todas as áreas da

sociedade, segundo afirmam a DCOE PARANÁ (2008 p. 69) quando mencionam

que “as propostas de produção textual precisam corresponder àquilo que, na

verdade, se escreve fora da escola – e, assim, sejam textos de gêneros que têm

uma função social determinada, conforme as práticas vigentes na sociedade’”.

A DCOE PARANÁ (2008, p. 69) destacam também a importância de

se trabalhar com os gêneros digitais para que o educando se aproprie do modo de

escrita dos e-mails, blogs, chats, incluindo também todas as redes sociais

existentes, pois fazem parte do dia a dia da maioria da população não interessando

a que classe social pertença, que idade tenha, nem sexo ou opção sexual e nem a

que profissão trabalhe.

Em uma situação hipotética, mas possível onde um jovem que

ingressa no seu primeiro emprego sem conhecimento nenhum sobre os gêneros

digitais tendo como primeira tarefa enviar um e-mail para um determinado cliente

para confirmar um pedido, ou mesmo acessar o twiter ou facebook de um fornecedor

para se inteirar dos novos produtos lançados, não teria muita chance nessa

empresa, por outro lado o conhecimento sobre eles ampliaria seu horizonte

profissional.

Quando se fala em “dominar um gênero”, significa apreender esse

conhecimento para utilizá-lo na vida real, portanto dominá-lo significa romper as

diferenças existentes entre as pessoas de todas as classes e esferas sociais, igualar

Page 36: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

34

os indivíduos, pois dinheiro ou posses não podem e não devem caracterizar o ser

humano, mas sim suas atitudes, seu conhecimento e a pessoa que ele representa

na sociedade.

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35

7. AS REDES SOCIAIS E SUA PRESENÇA NA EDUCAÇÃO10

O acesso à Internet proporcionado pela presença da tecnologia

possibilitou a comunicação entre as pessoas não importando o quão distantes

estejam, interagir está cada vez mais fácil, rápido e prazeroso graças à criação das

redes sociais, porém, como se pode usufruir dessa novidade em prol do aprendizado

dos alunos na escola?

Tendo em vista o acesso mais fácil aos modernos recursos

tecnológicos, atualmente, se tornou inevitável a existência das redes sociais no

universo escolar, crianças e adolescentes vão para a escola com seus aparelhos

celulares e smartphones, sejam eles nacionais ou importados (made in China, mais

baratos), aliados às promoções e pacotes de dados que economizam créditos, os

alunos recebem e enviam ilimitadamente torpedos (SMS) o dia inteiro, os mais

moderninhos conversam pelo “Face” , acessam o Twiter e se conectam dentro e

fora dos limites da escola.

A sua presença na educação dos jovens traz a tona discussões

entre o ensino tradicional e o contemporâneo proposto pela DCOE’s e PCN’s, pois

os docentes mais tradicionalistas não acreditam em um sistema de ensino que não

seja o praticado por eles há décadas, para estes, essa pedagogia ainda funciona, ou

deveria funcionar, portanto a culpa recairia nos jovens aprendizes que insistem em

não querer aprender, há ainda uma parcela que após anos de docência não se

sentem predispostos às mudanças, mesmo que achem a necessidade em se fazer,

isso ficaria para os novos profissionais.

A grande verdade é que escola e governo não tem acompanhado a

evolução da sociedade, uma vez que as crianças são produtos dessa mesma

sociedade “moderna” e necessitam de uma atualização na educação para se

sentirem mais propensos a aprender e mais que isso acompanhar a realidade fora

dos muros escolares.

As entidades escolares carregam uma herança pedagógica antiga

no que diz respeito às aulas de língua portuguesa e que persiste até a atualidade,

uma vez que segundo Possenti (2002, p.17) “o objetivo da escola é ensinar o

10 Fonte: Diário Catarinense – versão online. As Redes Sociais como um recurso para a Aprendizagem - Pedagoga Naiana Kubota comenta os desafios da internet em sala de aula. Topict Learning News. Como usar as redes sociais na sala de aula.

Page 38: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

36

português padrão, ou, talvez exatamente, o de criar condições para que ele seja

aprendido. Qualquer outra hipótese é um equívoco político e pedagógico”, não se

trata de dar autoridade para a norma padrão e desvirtuar a variedade linguística,

mas sim de assumir posturas inovadoras para que não seja necessário decorar

regras que mais tarde os alunos esquecerão, sendo assim subentende-se que as

formas de ensinar devem ser diferentes, contextualizar as regras com situações

cotidianas dos jovens para que eles aprendam em vez de simplesmente decorar.

O verdadeiro papel da escola “não é o de ensinar uma variedade no

lugar da outra, mas de criar condições para que os alunos aprendam também as

variedades que não conhecem” (Possenti, 2002, p. 83), pois a gramática normativa é

um bem social e é de direito do aluno aprendê-la, ou seja não se deixa a língua de

lado, mas fazer com que eles saibam que existe o diferente e não o errado.

Na verdade o que Possenti (2002, p. 94) defende não é a instituição

da norma padrão como verdade absoluta e nem a existência de “textos errados e

textos corretos (pelo menos, nem sempre), mas, fundamentalmente, textos mais ou

menos adequados, ou mesmo inadequados a determinadas situações” fazendo-se

compreender que os gêneros digitais têm seu lugar de uso próprio da educação dos

alunos.

A grande preocupação dos professores se encontra em fazer com

que o aluno não misture o bate-papo cotidiano com as atividades escolares, há

necessidade de se fazer com que os jovens percebam que as plataformas digitais

podem ser utilizadas de modo mais produtivo e que além de facilitar a comunicação

geram conhecimentos com essa interação, ao mesmo tempo o professor deve

compreender que as redes sociais não são suas inimigas, mas aliadas fortes para

cativar os alunos, torná-los mais participativos e produtivos.

Segundo Souza e Deps [20...?] “A escola não deve se abster do seu

papel de ensinar a língua padrão, mas é preciso reconhecer a importância das

demais variedades”, essa concordância com Possenti (2002) se dá, pois, o problema

não está em ensinar a norma padrão da língua, mas sim nas pedagogias aplicadas

que são ultrapassadas, quanto à importância do reconhecimento das variações

linguísticas, esses estudiosos reconhecem que o mundo e as pessoas estão

passando por transformações e se tornou cada vez mais importante construir

relações sociais visando a produção de conhecimento.

Page 39: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

37

Faz-se então, necessário utilizar todas as formas possíveis de

interação existentes na Internet, pois atualmente professores, estudiosos,

estudantes, pais e demais usuários das redes sociais estão cada vez mais

conectados aprendendo interativamente, assim como afirma Queiroz (2011, p.

11235) acerca das redes sociais:

Dentro deste contexto de trabalho cooperativo possibilitado pela internet, encontra-se a utilização das redes sociais, e que está crescendo e tomando seu espaço rapidamente no mundo e, principalmente, no Brasil. As redes sociais, Orkut, Twitter, Facebook, entre outras, possibilitaram a criação de uma sociedade virtual, nas quais o individualismo deu origem à comunidades ou seguidores, as quais se constituem pelo compartilhamento de interesses, de crenças, de desejos, etc.

Contudo, não se deve priorizar o seu uso nas escolas a exemplo do

ensino normatizado e descontextualizado da língua portuguesa que perdurou por

anos, a balança da educação tem que se manter nivelada, sendo que cada

componente seu, tem o seu valor e utilização no ensino, sendo assim, o dever das

redes sociais é auxiliar no aprendizado estimulando os jovens a aprender juntos e de

forma mais ativa.

As crianças de hoje, chamadas por Queiroz (2011 p. 11232) de

“nativos digitais” nascem inseridas em torno dessas mudanças tecnológicas,

familiarizados com a internet e seus recursos, elas já entram na escola conhecendo

não apenas um gênero, mas sim o meio de comunicação mais moderno e rápido

disponível na sociedade, isso tem que ser aproveitado pelo professor, pois é algo

que os novos educandos apreciam muito e não precisa ser ensinado a eles, pelo

menos para a maioria.

A primeira coisa que se passa na mente de quem está querendo

começar a utilizar as redes sociais na educação seria a de passar conteúdos via e-

mail, chat, blog, etc., contudo, segundo Mercado (1999 apud Queiroz, 2011, p.

11234) não se pode simplesmente trocar a sala de aula pelo ambiente virtual, o

quadro negro pela tela do computador, smartphone ou tablet, pois assim se está

alimentando ainda mais um modelo de ensino tradicional arcaico, fato esse

confirmado por Valente (1993 apud Queiroz, 2011, p. 11234) dizendo que:

O uso do computador com viés instrucionista, não deixa de ser uma máquina de ensinar e seu uso na educação, apenas, consiste na transposição de métodos de ensino tradicionais para o ambiente informatizado. Isto que o autor nos coloca, apenas, faz com que se

Page 40: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

38

solidifiquem as velhas práticas pedagógicas com os novos meios digitais, ou seja, tanto o professor quanto o aluno continuam desempenhando papel secundário no processo educativo.

As instituições de ensino não tem uma pedagogia que leve a

conclusão de como as redes sociais vão auxiliar no ensino dos alunos, a única

certeza é de que o professor deve utilizá-la para incentivar a interação e a

aprendizagem coletiva e ressalta importância avaliar a sua participação na

sociedade acompanhando as mudanças que acontecem ao seu redor, pois as

comunidades virtuais são a realidade dos alunos, uma vez que, “não existe uma

fórmula pronta para se trabalhar o conceito de redes sociais em sala de aula. [...]

não há fórmula pronta. A rede é um espaço social e, como todo o espaço social, é

também um espaço de educação e aprendizado” (Recuero, 2009 apud Queiroz

2011, p. 11235).

Ultimamente, os professores também tem se beneficiado das redes

digitais, eles tem amigos, seguidores, possuem blogs, abrem discussões em chats e

interagem com os seus alunos, passar conteúdos para auxiliar o seu educando está

virando prática na vida profissional de alguns docentes, que passam algumas horas

de folga no auxílio aos seus pupilos.

A interação tecnológica entre mestre e aprendiz traz junto com o

aprendizado, a afetividade, algo raro de se encontrar em uma sala de aula, na

comunicação virtual existe com mais frequência fazendo com que o aluno se

aproxime mais do professor e se interesse mais sobre determinado assunto, fato

esse comprovado por Staa (199?)11:

O que surpreende, no entanto, é que, quando levantamos dados de como os alunos interagem com os professores por meio da tecnologia, o que vemos são estudantes interessados, que querem se aproximar dos professores e gostam de trocar palavras carinhosas com eles. [...] Encontramos também cobranças de materiais a serem postados como a publicação de gabaritos, o que significa que os alunos não andam tão desinteressados assim.

Ao que parece, a resolução desses entre tantos problemas

existentes na educação está na criatividade e vontade do professor, pois não há

teorias prontas para o uso de tais tecnologias na escola, existem somente relatos de

experiência de alguns docentes com seus alunos, que fazem das redes sociais uma

11

Betina von Staa é coordenadora de pesquisa em tecnologia educacional e articulista da divisão de portais da Positivo Informática. Autora e docente de cursos on-line para a COGEAE, a Fundação Vanzolini e o UnicenP, é doutora em Lingüística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC-SP.

Page 41: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

39

extensão da sala de aula onde esse espaço social além de facilitar a interação entre

os usuários ajuda na educação e no aprendizado.

Silva (2010, p.40) encontra na teoria sócio construtivista de Vygotsky

autoridade para afirmar que:

[...] os processos psicológicos superiores ocorrem primeiro nas relações sociais, processos intermentais ou processos interpsicológicos, sendo regulados e controlados pela interação, que no caso das redes sociais digitais são as interações entre os alunos, professores e os recursos tecnológicos.

Em uma aula tradicional, o professor, detentor do conhecimento

explica a matéria, os alunos assistem a aula, mas dificilmente anotam algo da

explicação, alguns ainda conseguem acumular algum conhecimento, é claro, isso

dependerá muito da disposição e do grau de estímulo do aluno e também, poucos

se arriscam a perguntar e tampouco argumentar, nestes termos fica difícil formar um

educando “participativo” e crítico, pois o conhecimento é construído com o

envolvimento de todos os presentes na sala e fora dela, o aluno tem que deixar de

ser simplesmente um ouvinte e se tornar participante ativo do seu processo

educacional.

Para João Mattar12, pedagogicamente, o que justifica o uso das

Redes Sociais na educação é o fato delas serem “Habitat dos nossos alunos”, eles

conhecem seus recursos e não precisam ser ensinados para utilizá-las, facilitando

seu uso na escola, aliado a isso são geradoras de interação e capazes de formar o

cidadão crítico, objetivo da escola pois, segundo a DCOE (2008, p. 48):

É tarefa da escola possibilitar que seus alunos participem de diferentes práticas sociais

13 que utilizem a leitura, a escrita e a oralidade, com a

finalidade de inseri-los nas diversas esferas de interação. Se a escola desconsiderar esse papel, o sujeito ficará à margem dos novos letramentos, não conseguindo se constituir no âmbito de uma sociedade letrada.

12 Fonte: Instituto Airton Senna- ver em “O USO DAS REDES SOCIAIS NA EDUCAÇÃO”.

João Mattar é professor da Universidade Anhembi Morumbi e pesquisador e orientador de Doutorado no TIDD - Programa de Pós-Graduação em Tecnologias da Inteligência e Design Digital (PUC-SP), Fez Mestrado em Tecnologia Educacional (Boise State University), Doutorado em Letras (USP) e Pós-Doutorado (Stanford University), onde foi visiting scholar (1998-1999). 13

Prática(s) social(is) entendida, nestas Diretrizes, como toda atividade humana exercida com e na linguagem.

Page 42: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

40

Contudo, Mattar ainda afirma que seu uso ou não nas instituições

educacionais, principalmente as públicas, dependem de muitos fatores, além da

aceitação por parte das escolas, há também problemas de base estrutural, como as

redes de banda larga que não suportam o tráfego ocasionado pelo uso simultâneo

de vários computadores, também, há o limite de idade para o acesso às redes

sociais, apesar de se saber que elas acessam fora da escola, mas se deve fazer

cumprir a lei, pelo menos dentro dela. Outro fator é o despreparo por parte dos

professores para se trabalhar essa tecnologia em sala, alguns nem acessam as

redes ainda e tampouco conhecem os seus recursos.

Ele ainda ressalta que para os docentes falta uma formação

continuada, que deve abranger além do uso das ferramentas, noções de como se

trabalhar atividades de forma presencial e à distância, contudo, não se pode exigir

que eles as realizem nas suas horas de descanso, pois seria injusto, uma vez que

não recebem para cumprir turnos fora de seu horário de trabalho, mesmo que os

professores devam praticar a docência com amor e dedicação, os professores tem a

sua vida própria fora das instituições escolares, pois possuem deveres e obrigações

na sua vida cotidiana, além disso há escassez de pesquisas acadêmicas acerca do

tema na qual não dificulta a prática, mas não traz credibilidade para o uso das redes

sociais na formação dos educandos.

Page 43: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

41

8. REDES SOCIAIS: RELATOS DE EXPERIÊNCIAS NA EDUCAÇÃO

Segundo o Instituto Paramitas14 (2012), tecnologia é “tudo aquilo que

o ser humano inventa para tornar sua vida mais fácil e agradável”, portanto, na sala

de aula “agradável” é a palavra chave para justificar o uso dos meios tecnológicos

na educação dos jovens, principalmente numa época em que o ensino tradicional,

ditatorial e imposto já não surte tanto efeito quanto antigamente, é um desafio

ganhar a atenção dos novos educandos, a escola não é e nunca foi atrativa para

eles, contudo há algo que atualmente em sala tem a capacidade de cativá-los e

ainda fazer com que se desenvolvam melhor, faz com que eles queiram estender a

aprendizagem além dos muros da escola, os gêneros digitais15.

Paulo Cesar Campos16 é professor de artes e orientador do Projeto

Aluno Monitor na Escola Municipal de Ensino Fundamental Ângela Cury Zakia da

cidade de Campinas, orienta um projeto onde se capacitam estudantes para atuar

nas escolas como monitores nas salas de informática com a função de auxiliar os

professores e os seus próprios colegas, eles também organizam publicações em

blogs e no Youtube, o professor Campos também procura tirar as dúvidas de seus

alunos de 6º ao 9º ano e vistoria os trabalhos através das redes sociais, ele sempre

faz uso dos meios tecnológicos para ministrar suas aulas, podendo os alunos assim,

acessar vídeos sobre um assunto em discussão, pesquisar sites, blogs, fóruns, etc.

Junto com a professora Elaine Lucy Marcelino, alfabetizadora, ele

realiza atividades com alunos do 4º ano onde, as crianças fazem pesquisas em sites

sobre diversos assuntos, e em seguida gravam vídeos, dando a eles a noção de que

a internet e a informática possuem diversos recursos que podem ser utilizados para

eles se expressarem.

Alexandre Le Voci Sayad17 jornalista e educador, há mais de dez

anos deu início ao curso extraclasse chamado “Idade Mídia”, no Colégio

Bandeirantes para os alunos do 2º ano do Ensino Médio, uma espécie de interação

entre a educação e a comunicação, onde o mais interessante fica por conta do uso

das redes sociais para que os alunos realizem atividades extra curriculares como

cobertura de eventos esportivos através do Twiter e do Facebook e projetos

14

Ver referências em “Tecnologias, Redes Sociais e Educação”. 15

Blog, e-mail, redes sociais, etc. 16

Fonte: noticias.terra.com.br - Professores usam redes sociais para atrair participação dos alunos 17

Fonte: noticias.terra.com.br - Professores usam redes sociais para atrair participação dos alunos

Page 44: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

42

(produção de revistas, documentários, etc.) que ficam a critério dos próprios

estudantes, ele também transmite aulas pela twitcam através do microblog18.

O projeto do professor passa por mudanças conforme ocorrem os

avanços da tecnologia e se utiliza dos blogs e das mais recentes redes sociais,

atualmente, outros professores também aderiam à ideia e já fazem uso da

tecnologia criando os seus próprios blogs. Sayad ressalta em seu livro intitulado

“Idade Mídia” sobre a importância do curso, pois servirá de inspiração para a criação

de mais cursos.

A importância do uso da rede social na vida das crianças dessa

escola fica por conta da oportunidade de se trabalhar gêneros textuais que

normalmente não se tem tempo para realizar em sala, os alunos fazem edição de

vídeos, produção de revistas, documentários e pequenos jornais o qual lhes

proporciona um aprendizado real e produtivo dando eles sentem prazer, pois

ultrapassa os limites da sala de aula, não existe mais só aquela velha aula em que

se passava 4 horas ouvindo e realizando atividades, através das redes, isso tudo

ficou mais prazeroso, aliado a isso, o simples fato de se poder mostrar uma

produção textual ou mesmo tirar uma dúvida em um ambiente (Facebook) ao qual

está familiarizado é para o aluno mais fácil, uma vez que isso faz parte do seu dia a

dia.

Facebook, Orkut, Twiter, etc. são as realidades sociais da maioria

das escolas particulares e públicas, porém, nem todos os pais concordam que seus

filhos acessem as redes sociais existentes no cotidiano, baseado nisso uma escola

particular localizada no Rio de Janeiro com unidades na Barra e na Gávea chamada

Escola Parque19 tomou por iniciativa criar a sua própria rede chamada EP220, ela é

acessível somente para membros e estudantes a partir dos 10 anos que fazem parte

do colégio, conta com algo em torno de 700 usuários e é necessário ter uma senha

individual para acessá-la.

Segundo Giocondo Magalhães, coordenador do Ensino

Fundamental, ela tem as mesmas características e funcionalidades de qualquer

18

Ferramenta do Twiter onde o usuário pode fazer uma postagem curta com menos de 200 caracteres, podendo inserir fotos, vídeos, links. Pode se microblogar de um computador ou celular. 19

O nome foi inspirado na Escola Parque criada por Anísio Teixeira na década de 40, só que esta se situava em Salvador e era voltada para o Ensino Integral e público tendo como público alvo as crianças pobres da região, mas segue as mesmas filosofias de Anísio. 20

Fonte: noticias.terra.com.br – Escolas criam redes sociais próprias para interagir com alunos.

Page 45: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

43

outra rede social, nela se pode criar um perfil, participar de fóruns de discussão,

bate-papo, etc., porém, antes de liberar o seu uso foi necessário realizar palestras

aos alunos sobre privacidade e comportamento perante as redes sociais além de

ensinar a utilizar a ferramenta.

Os professores dão a sua contribuição postando vídeos para

trabalhos em sala, recomendam livros e sites para complementar o aprendizado do

aluno, em contrapartida foi observado por Magalhães, que os alunos organizam

trabalhos em grupo na EP2, participam de fóruns de discussão na rede e os faltosos

se atualizam com os colegas sobre o conteúdo perdido para não atrasar a entrega

das tarefas, isso faz com que os alunos sejam estimulados a cooperarem entre si.

A vantagem desse sistema utilizado pela Escola Parque é que além

de ter mais controle sobre acessos já que só participam membros e alunos da

escola, inibe interferências externas, evitando assim contato das crianças com

pessoas de perfis duvidosos, contudo não abre uma brecha para que os pais

participem da vida do aluno na escola, pelos menos é o que foi percebido na matéria

do site Terra, mas a iniciativa pode ser considerada louvável e correta o suficiente

para proteger as crianças e deixar os pais mais tranquilos.

Outro bom exemplo21 do uso das redes sociais em sala vem do

professor Mario Galvão22, professor da ETEP Faculdades e do Colégio Embraer23,

que tem como aliado importante há mais de dois anos, a rede social, em especial o

Facebook, Twiter e Linkedin, ele acredita que o uso dos aparelhos celulares e das

redes na instituição é inevitável, sendo assim o docente acredita que se se for

utilizá-los então que faça para melhorar o aprendizado, Galvão criou a “tuíted-aula” e

através dos hashtags24 deixa dicas em seu perfil do Twiter para que os seus alunos

saibam onde procurar o assunto que desejam, aliado a isso os estudantes podem

postar trabalhos para que sejam propostas melhoras antecipadamente, para serem

avaliados e também para que todos possam ver e opinar.

21

Fonte: site do Olhar Digital 22

Professor da ETEP Faculdades e do Colégio Embraer, Veris Faculdades, gerente de Marketing do Jornal O Vale “Vale Paraibano” e proprietário da Galvão Consultoria, formado pela Universidade de Taubaté na área de publicidade e propaganda (1989-1993) e pós graduado em Marketing e Competências Gerenciais e graduado Escola Superior de Propaganda e Marketing (1996-1997). 23

Instituição de Ensino Médio de caráter Integral e gratuito, mantido pelo Instituto Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) no qual o egresso é realizado através de concurso realizado pelo mesmo, a relação candidato vaga é de quatro mil candidatos para 200 vagas, dados do ano de 2011. 24

São palavras-chave (que tenham relevância) ou termos antecedidos por “#” e são utilizadas como hiperlinks, pois quando se clica na hashtag acontece uma busca ou acesso acerca daquela palavra ou termo.

Page 46: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

44

O objetivo do professor Galvão é de fugir da aula tradicional,

proporcionar aos alunos algo que os motive, divirta e que tenha mais a ver com o dia

a dia deles, isso aumenta a afetividade e a confiança tornando as aulas menos

autoritárias e mais democráticas.

Vale ressaltar que o sucesso dessas iniciativas depende muito da

iniciativa do professor para realizar essa interação entre aula e redes sociais, da

equipe pedagógica da instituição em realizar o projeto e a qualidade da estrutura

física oferecida na escola, vantagem essa que não é encontrada na maioria das

escolas públicas, pois grande parte delas não possui nem rede Wi-fi25 disponível, o

que dificulta a realização de ações como essa, aliado a isso há uma falta de acesso

por parte dos alunos das escolas públicas às mídias digitais sendo que, boa parte

deles ainda não possuem internet em seus domicílios, os das particulares

normalmente provêm das classes média, média alta e alta, sendo assim, possuem

acesso mais fácil às tecnologias e muitas dessas instituições contam com pedagogia

e estrutura superior ao das públicas.

Estrutura é o que falta para as instituições públicas, principalmente

no que se diz respeito ao sinal Wi-fi que não é de boa qualidade, um bom exemplo

disso são as escolas municipais da cidade de Paranavaí no Paraná que em

reportagem do Paraná TV 1ª edição da RPC publicada em 02 de setembro de 2013

trazia na matéria a entrega de tablets aos alunos do 5º série (antiga 4ª série) para

uso em aula, alguns estão tendo contato com a Internet pela primeira vez e aos

poucos vão aprendendo a utilizar o aparelho.

A professora de uma dessas escolas municipais, Adriane Souza

Carlos, procura trabalhar os Gêneros Textuais, fábulas, interpretação de imagens e

pesquisas, facilitando o ensino, é lógico que os docentes ainda estão passando por

adaptações, mas a vinda desses aparelhos para as crianças além de tornar as aulas

diferentes trouxe mais prazer aos alunos em aprender, contudo, a conexão com a

rede tem problemas de velocidade e sinal, o que faz as consultas ficarem mais

demoradas, não há em salas interação via redes sociais, o que empobrece um

pouco o projeto, não houve um planejamento como, por exemplo, construir uma rede

social da escola para uso somente dos alunos e professores para a prática

interativa.

25

Wi-fi é uma tecnologia popular que permite que dispositivos eletrônicos troquem dados ou se conectem a Internet sem fios, através de ondas de rádio.

Page 47: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

45

É correto que o primeiro passo já foi dado, mas além das melhorias

na estrutura tecnológica da escola, há também a necessidade de expandir o uso dos

tablets para os alunos do Ensino Fundamental II e principalmente para alunos do

ensino médio que estão se preparando para o ENEM ou qualquer outro vestibular do

país, pois há a questão da redação nos concursos sendo que, com uso das redes

sociais e fóruns de discussão eles podem trabalhar mais a questão dos artigos de

opinião, muito requisitados nas provas de redação, além de poder mandar e receber

os trabalhos corrigidos com mais rapidez.

Em contrapartida, na rede pública de ensino de Pernambuco26 desde

o ano de 2012 distribuiu para mais de mil escolas, tablets modernos que tem a forma

de um netbook aos alunos de 2º e 3º anos, são muito utilizados como apoio ao

material didático impresso, pois o equipamento já vem acompanhado com conteúdo

referente à matéria facilitando o aprendizado, as anotações são feitas nos “notes”,

as aulas se tornaram mais atraentes, os alunos estão mais interessados e faltam

menos às aulas, porém, o uso das redes sociais ainda é encarado pelas escolas

como distração para os alunos nas horas vagas ou após as aulas, os educadores

ainda não se inteiraram dos benefícios que o seu uso pode trazer e também ainda

há falta de planejamento para o uso dessa tecnologia, aliado a isso, se tem a falta

de capacitação para os professores que tentam se adaptar a nova ferramenta.

26

Escolas usam tablets, mas falta capacitação de professores. Fonte: http://mais.uol.com.br

Page 48: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

46

9. METODOLOGIAS PARA O USO DAS REDES SOCIAIS EM SALA

Há muitos anos atrás quando educação escolar era coisa para

poucos, os conhecimentos eram transmitidos de pessoa para pessoa, essa

interação serviu para que crenças e costumes antigos continuassem vivos até a

época atual, porém muito ainda se perdeu pela falta de transmissão de

conhecimentos, daí surgiram os escritos que preservariam toda essa bagagem

cultural através dos tempos, o professor aos poucos foi começando a fazer o papel

de transmissor de informações onde ele falava e o aluno acumularia tudo e nada

mais se perderia no tempo e no espaço, iniciava-se a educação escolar tradicional.

Todo esse caminho percorrido pela educação através dos tempos

mostra como evoluiu a transmissão de conhecimentos, atualmente o professor

perdeu um pouco da sua hegemonia para a tecnologia, os PCNs e as DCOEs não

permitem que o docente se limite apenas à transmissão, mas sim que seja um

mediador que conduza o aluno pela estrada da aprendizagem, diante disso, o

educando deve procurar aquilo que precisa orientado pelo mestre.

As redes sociais além da internet estão entrando nas salas com o

intuito de auxiliar professor e aluno para que juntos consigam alcançar um

aprendizado melhor e mais democrático, formar um cidadão crítico tem sido a razão

de todo o esforço dos mestres da língua portuguesa, mas como utilizar as redes a

favor da educação sem que elas se tornem um veneno para ela própria?

Não existem métodos prontos para se utilizar as redes sociais nas

aulas de língua portuguesa, o que há são experiências e sugestões para que o

educador possa traçar estratégias de ensino e aprendizagem, atualmente vem

aumentando o número de professores, não só os novos como os mais experientes

participam das redes como o Twiter, Linkedin, Orkut e Facebook, tornando os

trabalhos com elas mais fácil, alguns possuem até Blogs que auxiliam os alunos em

pesquisas, contudo há alguns que não fazem uso dessa tecnologia, tornando-se

necessário passar por capacitação para tornar a proposta viável.

A princípio antes de se aplicar a metodologia nova há necessidade

de planejamento uma vez que em geral, as redes sociais na sociedade

contemporânea tem a função de distrair o seu usuário, nunca se pensou em utilizá-

las para fins educacionais, até agora, sendo assim Seabra (2010) recomenda que “O

uso das redes sociais no processo educativo deve ser feita de maneira bem

Page 49: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

47

pensada, pois corre-se o risco de ser apenas uma distração, gerando mais ruído do

que ajudando no processo de ensino e aprendizagem”, nesse caso deve haver um

processo de conscientização por parte do aluno, para que ele não use como

desculpa para teclar indiscriminadamente.

Porém, os métodos querendo ou não, ficam sempre a cargo do

professor regente, pois somente ele vai poder perceber a necessidade da sua turma,

conforme Seabra (2010, p. 20) sugere que:

Uma boa opção para você iniciar as redes sociais com seus alunos é simplesmente acompanhá-los, perceber a linguagem utilizada, os valores envolvidos, a forma com que as questões significativas se encaixam em suas vidas, como subsídio para seu conhecimento sobre cada um, identificando melhores conteúdos cognitivos a serem trabalhados.

O regente vai trabalhar com a turma conforme as necessidades e

dificuldades que encontrar na sua observação, a intervenção virá a partir disso, mas

vale ressaltar que não se devem tratar as variações na escrita como erros, são

desvios ortográficos, principalmente no que se diz respeito ao Internetês, pois ele faz

parte da comunidade a qual eles estão inseridos, lembrando que Reis e Schuelter

(2006) e Alves e Oliveira (2010) concordam que essa linguagem exerce pouca

influência na escrita escolar.

Os gêneros digitais são ótimas ferramentas para se trabalhar a

capacidade argumentativa do aluno, conforme a DCOE PARANÁ (2008, p. 50)

definem que “O professor de Língua Portuguesa precisa, então, propiciar ao

educando a prática, a discussão, a leitura de textos das diferentes esferas sociais

(jornalística, literária, publicitária, digital, etc.)”, sendo que nas redes sociais há a

possibilidade de se lançar um tema qualquer oriundo de um texto que

preferencialmente gere polêmica e que faça parte do cotidiano dos jovens, que seja

de conhecimento deles.

Seabra (2010, p. 20) cita o Twiter e o SMS (torpedo), pois são

ótimas ferramentas para isso, por terem um limite de 140 caracteres, o aluno

exercita sua capacidade de transmitir uma ideia ou um conceito de forma

sintetizada, além de poder ler o que os outros estão escrevendo, é o que se chama

“seguir”, ele pode também receber as mensagens que os outros estão tuitando27.

27

Neologismo que significa postar uma mensagem no Twitter.

Page 50: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

48

Desse modo, os alunos estarão interagindo entre si mediante a

exposição de pontos de vistas diferentes ou mesmo semelhantes, esse tipo de

interação seria impossível em uma sala de aula diante de um debate oral porque

nem sempre todos os alunos participam desse tipo de atividade, os empecilhos são

vários, dentre eles se podem destacar a timidez, o medo, o desinteresse pela aula,

falta de estímulo, contudo, nas redes sociais estão em um ambiente familiar, pelo

menos para os estudantes, a aula se torna mais interessante, a vergonha e o medo

praticamente desaparecem.

Aliado a isso, se pode contar com o auxílio da Internet na qual o

professor previamente escolhe o gênero que quer trabalhar, o tema e os alunos

podem fazer o acesso on-line, também há a possibilidade de se escolher que

intervenção gramatical fazer dentro do texto que foi posto para os alunos,

sugestionar links para pesquisas, enviar atividades e trabalhos via e-mail para que

os alunos resolvam e devolvam depois para correção.

Para as aulas de literatura existe a twiteratura28, é um projeto criado

pelo professor Roberto Carlos de Souza que leciona literatura na Escola Crescer

PHD, de Vitória no Espirito Santo, é um concurso no qual os alunos publicam

pequenos contos no Twiter com no máximo 140 caracteres (limite do Twiter), mas

antes foi preciso ministrar duas aulas sobre as redes sociais, e conscientizar o aluno

a respeito do Internetês e da linguagem formal utilizada na sala de aula.

Os professores dessa escola são treinados para utilizar o Twiter e o

Facebook como ferramentas para interagir com os alunos tanto dentro como fora do

ambiente escolar, eles têm a filosofia de estar sempre prontos para ajudar os alunos

em suas dúvidas, portanto esse exemplo da Escola PHD amplia os horizontes para

se trabalhar com as redes sociais em sala, pois além de formar o leitor crítico como

já foi visto antes, também serve como extensão da sala de aula onde o jovem pode

sanar as dúvidas que ficaram pendentes durante a aula, isso serve bem para aquele

aluno tímido que tem receio ou medo de fazer perguntas para o professor, além

deste ter a chance de criar vínculos com os estudantes, pois a partir do momento em

que as barreiras são derrubadas, educador e educando sentem mais confiança entre

si.

28

Fonte: site noticias.terra.com.br “Redes sociais e twiteratura aproximam o aluno do professor.”

Page 51: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

49

As escolas públicas em geral possuem alunos que não tem contato

com as redes sociais por não ter disponível Internet em suas casas, portanto, faz-se

necessário realizar esse tipo de metodologia nos laboratórios de informática da

própria instituição, pois um dos objetivos é incluir esses estudantes nas

comunidades virtuais.

Contudo, o professor deve tomar certos cuidados ao se aliar às

redes sociais29, pois ele estará se expondo em público, sendo assim, deve continuar

sendo um bom exemplo para os alunos a fim de que sua imagem perante seu aluno

não seja anulada por atitudes inapropriadas como utilizar um padrão de escrita fora

das normas ortográficas ou postar fotos comprometedoras nos álbuns das redes.

29 Fonte: revista on-line Nova Escola - Como usar as redes sociais a favor da aprendizagem

Page 52: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

50

CONCLUSÃO

Diante do que foi exposto durante todo o desenvolvimento deste

trabalho e apesar da monografia ter sido pautada somente em pesquisas

bibliográficas e estar carente de pesquisas de campo, quanto à influência da

linguagem virtual pode-se concluir que o Internetês interfere pouco ou quase nada

nas produções textuais dos alunos e se verificou que eles têm noção da esfera de

utilização dessa linguagem, mesmo que em alguns momentos cometam alguns

desvios, mas nada que comprometa o ensino como um todo, como já foi dito

anteriormente há necessidade de se acompanhar frequentemente as mudanças na

escrita dos educandos uma vez que a língua é um bem social em constante

evolução e sujeito a interferências de todos os tipos, ademais cabe ao professor

conscientizar o aluno das esferas de utilização de cada variedade linguística.

Outra conclusão a que se chegou foi de que as redes sociais têm

boa aplicabilidade e aceitabilidade na sala de aula, verificou-se que as aulas tendem

a render mais quando se utiliza essa ferramenta, pois ela faz parte da do cotidiano

social da maioria dos brasileiros, é um bem social que bem aproveitado ajuda no

aprendizado dos alunos, uma vez que se está utilizando algo que para estes é de

fácil manuseio e não necessita ser ensinado, pelo menos para a maioria.

Deve-se reconhecer que a implantação na maioria das escolas está

a passos lentos, principalmente nas instituições públicas, sendo assim, a sua

concretização pode demorar mais que o desejado, citando o exemplo do Estado do

Paraná que neste ano de 2013, forneceu tablets somente para os professores sem

lhes dar qualquer tipo de capacitação para utilização da tecnologia em sala, outro

fator negativo é a falta de estrutura não só do Paraná, mas na maioria dos estados

do Brasil para a implantação dessa tecnologia.

Foi constatado durante as pesquisas bibliográficas que nas escolas

privadas, as redes sociais tiveram boa aceitação tanto pelos alunos como pelos

próprios professores que as têm como uma importante ferramenta de ensino e

trouxe mais motivação por parte dos jovens que se divertem estudando, é uma

realidade diferente, pois na particular os discentes são oriundos das classes média,

média alta e alta, sendo que a maioria possui notebooks, smartphones, tablets e

outros, as escolas são bem estruturadas e não dependem de autorização do

Page 53: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

51

governo para que sejam tomadas decisões, tornando as ações e as mudanças mais

rápidas.

As instituições de ensino públicas dependem de licitação para

aquisição de produtos e serviços, esse processo é quase sempre trabalhoso e lento,

dependem da vontade dos órgãos públicos em idealizar os projetos e principalmente

precisa ter o aval do governo, fora isso na maioria das vezes o primeiro passo tem

que ser dado com um projeto de ensino bem estruturado e claro com argumentos

fortes para aquisição da verba, porém, isso não significa que tal projeto irá se

concretizar.

Contudo, mesmo nas escolas particulares a implantação das redes

sociais em sala são oriundas de iniciativas isoladas de alguns professores que

“curtem” as redes e que perceberam o seu potencial no ensino, porém com o tempo

atraíram mais docentes interessados em cativar o aluno nas aulas. Utilizar a

imaginação é imprescindível para tornar a aula interessante, a capacidade do

regente em organizar atividades que realmente tragam produtividade principalmente

nas aulas de língua portuguesa é de suma importância.

Também há necessidade de se situar o aluno acerca do uso da

linguagem virtual, pois ele deve estar consciente de que o internetês é oriundo de

uma comunidade social especifica típica de seus usuários e que existe uma

linguagem adequada para cada esfera de utilização, esse é um requisito muito

importante para quem espera trabalhar com as redes sociais com seus alunos.

Quanto à parte prática vai depender do conhecimento e da

criatividade de cada professor, uma vez que o sucesso desse tipo de pedagogia é

uma combinação de saberes já existente que é de propriedade de cada um aliado a

inclusão da informática e dos gêneros digitais, portanto quem conseguir conciliar

pelo menos esses conhecimentos tem chance de começar a trabalhar com as redes

sociais em sala.

Outro fator que infelizmente não é de agrado da maioria dos

docentes é o uso das horas livres para auxiliar seus alunos nas suas dúvidas e para

enviar materiais e dicas para pesquisas, abrir grupos de discussão online para

treinar a prática da argumentação, esta pode ser feita na escola se houver

computadores suficientes disponíveis, pois é uma atividade que explora a principal

característica das redes sociais e todos devem participar, contudo fica a critério do

Page 54: A INFLUÊNCIA DAS REDES SOCIAIS NA SALA DE AULA E NA ESCRITA

52

professor se ele vai ou não sacrificar algumas horas de seu descanso na semana ou

fim de semana.

O exemplo dado pela Escola Parque do Rio de Janeiro mostra com

a criação da sua própria rede social, a EP2, que apesar da inserção das redes

sociais (Twiter, Facebook, etc.) nas aulas ter sido bem aceita pela comunidade

escolar, deixa claro que há necessidade de se ter controle sobre o seu uso, fazer

uso indiscriminado dessa tecnologia além de não agradar aos pais pode não trazer

benefícios para o aprendizado, além do mais deve se proteger os alunos dos perigos

do mundo virtual, pois se o objetivo é utilizar de forma produtiva, devem-se impor

regras aos alunos.

O ideal é que as escolas tenham sua rede social própria para

utilização na instituição e que seja permitido o acesso somente para os alunos,

professores e se possível abrir espaço para os pais opinarem ou até mesmo

organizar reuniões virtuais semanais para acompanhamento dos seus filhos na

escola, pois nota-se nos estágios obrigatórios nas escolas, principalmente no ensino

fundamental que os professores ainda utilizam a velha cartinha com avisos para os

pais, é logico que nem todos possuem acesso à Internet em suas residências, mas a

maioria possui celular e os torpedos ainda são muito utilizados pelas pessoas e

alguns celulares já têm acesso ao Facebook.

Como já foi dito anteriormente não há um método próprio para a

utilização das novas tecnologias, haja vista que é um assunto relativamente novo e

por enquanto cabe aos professores ditarem suas próprias regras e métodos de

ensino, mas as instituições de ensino superior já deveriam contar com o ensino de

abordagens nas aulas de metodologia que situem os futuros docentes para o uso

das redes sociais em sala, porém o que se vê na realidade é que são ensinadas e

discutidas muitas teorias para os acadêmicos de Letras sem que lhes sejam

esclarecidas as formas de utilização dessas mesmas teorias na prática e nem a

inserção de novas e práticas pedagogias educacionais.

Há de se concordar que quem faz a faculdade não é a instituição e

nem o professor, mas sim o aluno, no entanto não é justo jogá-lo no mundo real com

muitas teorias para que ele aprenda na prática e encontre um método de ensino que

levaria anos para se construir e aliado a isso, não se encontra durante o curso de

Letras formas de tornar as aulas mais prazerosas e que contemplem a criança da

era digital.

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53

Atualmente, o professor tem que direcionar sua matéria de forma

que o aluno sinta prazer em assisti-la, do contrário a aula não terá rendimento,

muitos docentes, principalmente os mais experientes e tradicionalistas acham isso

errado, pois o aluno vem para a escola aprender e não brincar, mas os parâmetros

mudaram e as crianças desse mundo moderno não são mais as mesmas de anos

atrás, nem as pedagogias permaneceram iguais, a escola é obrigada a acompanhar

os avanços da sociedade, portanto se deve aproveitar tudo de bom que a

modernidade tem proporcionado na vida das pessoas.

A conclusão final que se chega é de que há espaço para a inclusão

das redes sociais nas aulas, principalmente de Língua Portuguesa, porém com

ressalvas, a primeira é que não se pode esquecer que o aluno ainda deve praticar a

escrita cursiva tendo em vista que os concursos e vestibulares nas provas de

redação ainda a utilizam assim como na vida cotidiana na qual seu uso ainda é

muito solicitado.

Em segundo, devem se resolver os problemas estruturais das

escolas em relação às tecnologias de informática como, computadores mais

atualizados e suficientes para uma grande quantidade de usuários, rede de internet

que comporte um tráfego mais pesado e a criação de uma rede social própria para

uso na instituição para maior segurança dos alunos.

O terceiro ponto fica por conta da capacitação para os professores

para que eles saibam como utilizar a tecnologia ao seu favor e quando se diz

“tecnologia” menciona-se desde a elaboração de uma aula com slides, edição de

vídeos até a construção de blogs e utilização das comunidades digitais nas suas

aulas levando se em conta que a escola deve acompanhar a evolução tecnológica,

que faz parte da vida dos estudantes.

Há muito mais que se poderia nomear nesta monografia, mas que

requer mais pesquisas de campo, coleta de experiências e aplicação em sala,

entretanto essa complementação ficaria para um próximo trabalho talvez até de

outro autor e que contemple mais aspectos práticos e menos teorias a fim de que

sirva de base para uso em projetos pedagógicos e nas aulas, mas sempre

lembrando que a tecnologia caminha a passos largos e não espera por um upgrade

escolar.

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