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Dissertação de mestrado Autora: Rigoleta Dutra Mediano Dias Orientador: Prof. Francisco Viacava Agosto/2004 Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Pós-Graduação em Saúde Pública Mestrado Profissionalizante em Regulação de Saúde Suplementar A informação na regulação da saúde suplementar

A informação na regulação - Principal - ANS - Agência ... · 2 AGRADECIMENTOS Agradeço... ... imensamente ao meu orientador Prof. Francisco Viacava por todo seu carinho, generosidade,

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1.1.1.1.1

Dissertação de mestrado

Autora: Rigoleta Dutra Mediano Dias Orientador: Prof. Francisco Viacava

Agosto/2004

Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Pós-Graduação em Saúde Pública

Mestrado Profissionalizante em Regulação de Saúde Suplementar

A informação

na regulação

da saúde suplementar

2

AGRADECIMENTOS

Agradeço...

... imensamente ao meu orientador Prof. Francisco Viacava por todo seu

carinho, generosidade, dedicação e ensinamentos. Muito, muito obrigada!

... ao Dr. João Barbosa pela confiança no fornecimento dos dados contidos

neste trabalho, e também aos analistas de sistemas Marcelo, Halan, Manoel e Alexandre

que me deram todo o suporte técnico necessário;

... ao Dr. Luiz Arnaldo por ter acreditado na minha capacidade e por ter me

dado a oportunidade de participar desse excelente curso;

... aos meus colegas de turma, inúmeros amigos da ANS e do Casnav pelo

excelente convívio e amizade;

... o carinho e a união dos meus irmãos Célia, Totonho e Paulinho;

... muito à minha mãe e ao meu pai pelo exemplo de amor, família e

companheirismo que sempre nos transmitiram. Papai foi incansável nas leituras e

colaborações dadas à este trabalho!

...ao meu querido marido, eterno amigo e cúmplice, o maior incentivador do

meu crescimento pessoal e profissional.

... à Deus por ter me dado dois filhos maravilhosos: Maurinho e Flavinha!

3

RESUMO

O Sistema de Informação em Saúde Suplementar (SISS) tem sido desenvolvido desde a

criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar, órgão regulador e fiscalizador das

operadoras de planos privados de assistência à saúde suplementar. O SISS é baseado

principalmente nas informações coletadas das operadoras e das produzidas no âmbito da

ANS.

Analisando os indicadores produzidos pelo SISS, reconhece-se que ainda são poucos

aqueles voltados para o monitoramento das condições de saúde, promoção da saúde e

prevenção de doenças dos beneficiários de planos de saúde. Assim, este trabalho analisa o

sistema de informação de uma operadora de autogestão selecionada, a Fio-saúde, no sentido

de verificar a viabilidade de produção de indicadores voltados para tais questões. Como

base para esta análise, foram selecionados indicadores da metodologia HEDIS,

desenvolvida por um comitê técnico altamente especializado, sob coordenação do National

Committee Of Quality Assurance (NCQA), órgão responsável pela acreditação de planos de

saúde nos Estados Unidos.

Alguns indicadores da metodologia HEDIS puderam ser calculados, tais como: screening

para câncer de mama, screening para câncer de colo de útero, screening de clamídia para as

mulheres e consultas preventivas para adultos e para crianças. Acredita-se que a ampliação

do processo de avaliação da qualidade da assistência, voltado para políticas de incentivos

ao monitoramento das condições de saúde dos beneficiários, proporcionará resultados

significativos para os beneficiários da saúde suplementar. Recomenda-se que tais

indicadores sejam produzidos pelas operadoras com o uso da regulação incentivada, aquela

que estabelece planos de metas a serem alcançadas pelos regulados.

Palavras-chave: Sistema de Informação em Saúde Suplementar; indicadores para

monitoramento das condições de saúde dos beneficiários; promoção da saúde; prevenção de

doenças.

4

Summary

The Supplementary Health Information System (SHIS) has been developed since the

creation of the Agency of Supplementary Health (ASH), Ministry of Health, responsible for

the regulating and assisting the private health plans organizations. The SHIS is mainly

based on the data collecting from the health plans organizations and the data produced in

the ASH.

However, it has been observed that the SHIS can produce few indicators for monitoring the

conditions of health, promoting health and preventing illness for people who use health

plans. So this essay’s purpose is to analyze an information system of an organization that

manages its own health plans, named Fio-saúde, to find out the feasibility of producing this

kind of indicators. The HEDIS methodology was selected to support this analysis, as it is a

remarkable tool, used by a great number of the American’s health care organizations and it

has improved the quality of assistance of their beneficiaries. A technical committee,

coordinated by the National Committee of Quality Assurance (NCQA), which is an

organization responsible for the accreditation of health plans, has developed HEDIS

methodology.

Some indicators of the HEDIS methodology could be calculated in the Fio-saúde database,

such as: breast cancer screening, cervical cancer screening, chlamydia screening in women

and preventive-care visits of adults and children. It is recommended that these indicators

should be produced by the health plans organizations using an incentive way of regulation,

which establishes goals to be achieved by the regulators.

5

SUMÁRIO

1 Introdução...................................................................................................................... 8

2 Objetivos....................................................................................................................... 12

2.1 Geral .................................................................................................................... 12

2.2 Estrutura da dissertação.................................................................................... 13

3 A regulação da saúde suplementar no Brasil............................................................. 15

3.1 O tema regulação ................................................................................................ 15

3.2 O atual contexto da saúde suplementar no Brasil ........................................... 22

3.3 Tipologia das operadoras de planos de saúde.................................................. 24

3.4 O mercado das operadoras de planos de saúde ............................................... 26

4 A troca de informações entre as operadoras de planos privados de assistência à

saúde e a ANS ...................................................................................................................... 28

4.1 A ANS e a informação das operadoras............................................................. 30

4.2 O Sistema de Informação em Saúde Suplementar – SISS.............................. 32

5 A promoção da saúde e a prevenção de doenças na medicina suplementar ............. 38

6 O monitoramento da saúde dos beneficiários pelas operadoras de planos privados 43

6.1 Principais características dos indicadores HEDIS .......................................... 46

6.2 Dimensões de avaliação da metodologia HEDIS ............................................. 48

7 Estudo de Caso............................................................................................................. 53

7.1 O sistema de informação da operadora Fio-saúde .......................................... 54

7.2 Exploração do banco de dados da operadora Fio-saúde visando a obtenção

de indicadores de promoção de saúde e prevenção de doenças.................................. 61

7.3 Indicadores relacionados à promoção da saúde e detecção precoce de

doenças, calculados a partir do banco de dados da operadora Fio-saúde ................ 69

8 Conclusões e Recomendações ..................................................................................... 84

9 Referência bibliográfica .............................................................................................. 93

6

ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 – Distribuição dos beneficiários de saúde suplementar, segundo sexo, faixa etária e região ................................................................................................................................ 23 Tabela 2 - Número de operadoras com registro na ANS- janeiro/2004 ............................ 26 Tabela 3 - Quantidade de operadoras registradas na ANS por UF - janeiro/2004 ............ 26 Tabela 4 – Distribuição acumulada de operadoras e beneficiários .................................... 27 Tabela 5 - Indicadores produzidos a partir do SIP.............................................................. 35 Tabela 6 – Definição dos indicadores de saúde do SIP....................................................... 36 Tabela 7 – História natural e níveis de prevenção de doenças ........................................... 39 Tabela 8 – Conceitos para diferenciar promoção da saúde e prevenção de doenças......... 41 Tabela 9 - Distribuição dos beneficiários da operadora Fio-Saúde segundo tipo de plano e vínculo dos beneficiários ...................................................................................................... 61 Tabela 10 - Distribuição dos beneficiários da operadora Fio-Saúde segundo tipo de plano, faixa etária e sexo................................................................................................................. 62 Tabela 11 - Distribuição percentual dos beneficiários da operadora Fio-saúde por faixa etária, tipo de plano e sexo................................................................................................... 62 Tabela 12 - Médias de idade segundo tipo de plano e sexo dos beneficiários..................... 63 Tabela 13 – Razão entre os dependentes e agregados em relação aos titulares por tipo de plano ..................................................................................................................................... 63 Tabela 14 – Taxas de utilização de serviços de saúde segundo tipo de plano e sexo.......... 65 Tabela 15 – Análise dos indicadores HEDIS no banco de dados da operadora Fio-saúde 68 Tabela 16 – Porcentagem de mulheres de 50-69 anos que realizaram pelo menos uma mamografia no período de 2001-2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano ..................................................................................................................................... 71 Tabela 17 – Taxas de “screening de câncer de mama”, segundo tipo de plano, nos Estados Unidos, 1996 a 2002............................................................................................................. 72 Tabela 18 – Porcentagem de mulheres de 18-64 anos que realizaram pelo menos um exame de Papanicolau no período de 2000-2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano ................................................................................................................................ 74 Tabela 19 - Taxa de “screening para câncer colo de útero”, segundo tipo de plano, nos Estados Unidos, 1999 a 2002............................................................................................... 75 Tabela 20 - Porcentagem de mulheres de 16-26 anos que realizaram pelo um exame para pesquisa de clamídia no ano de2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano ..................................................................................................................................... 76 Tabela 21 – Taxa de “screening de clamídia”, segundo tipo de plano, nos Estados Unidos, 1999 a 2002 .......................................................................................................................... 77 Tabela 22 – Consultas de adultos ao clínico geral no ano de 2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano ........................................................................................ 79 Tabela 23 – Consultas de homens entre 50-70 anos ao urologista no ano de 2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano.................................................................. 81 Tabela 24 – Consultas pediátricas no ano de 2002, segundo tipo de plano, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano....................................................................... 83

7

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - O Sistema de Informação da ANS em janeiro/2000 ........................................... 31 Figura 2 – Fluxo das informações das operadoras para a ANS – março/2004 .................. 33 Figura 3 – Estrutura do SISS - fevereiro/2004 .................................................................... 33 Figura 4 - Diagrama de contexto do Sistema de Assistência Médica (SAM – Fio-Sáude).. 55 Figura 5– Módulos do Sistema de Assistência Médica (SAM - Fio-saúde)........................ 57 Figura 6 - Diagrama das macro-entidades do Banco de Dados da operadora Fio-saúde . 60 Figura 7 – Ficha do indicador “Screening para câncer de mama”.................................... 71 Figura 8 - Ficha do indicador “Screening para câncer colo de útero”.............................. 73 Figura 9 - Ficha do indicador “Screening de clamídia para as mulheres”........................ 76 Figura 10 - Ficha do indicador “Consultas de adultos ao clínico geral” .......................... 78 Figura 11 - Ficha do indicador “Consultas de homens entre 50-70 anos ao urologista”.. 80 Figura 12 - Ficha do indicador “Consultas pediátricas” ................................................... 82

ANEXOS

Anexo A – Indicadores da metodologia HEDIS Anexo B – Procedimentos realizados no banco de dados da operadora Fio-saúde Anexo C – Cálculo dos indicadores do SIP

8

1 Introdução

Os mecanismos regulatórios introduzidos no Brasil na década de noventa basearam-se no

Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado (Câmara da Reforma do Estado, 1995),

aprovado pelo então Presidente da República. Neste documento é definido que “a reforma

do Estado é um projeto amplo que diz respeito às várias áreas do governo e, ainda, ao

conjunto da sociedade brasileira, enquanto que a reforma do aparelho do Estado tem um

escopo mais restrito: está orientada a tornar a administração pública mais eficiente e mais

voltada para a cidadania”.

Nesse sentido, o documento destaca a redefinição do papel do Estado, restringindo suas

atividades enquanto produtor de bens e serviços e fortalecendo sua função de agente

indutor e regulador do desenvolvimento.

O documento ainda esclarece que: “Reformar o aparelho do Estado significa garantir a esse

aparelho maior eficiência e eficácia, ou seja, maior capacidade de governar e maior

condição de implementar as leis e políticas públicas. Significa tornar muito mais eficientes

as atividades exclusivas1 de Estado, através da transformação das autarquias em " agências

autônomas ", e tornar também muito mais eficientes os serviços sociais competitivos ao

transformá-los em organizações públicas não-estatais de um tipo especial, as " organizações

sociais". (Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado - capítulo 6 - 1995).

No conjunto dessa reestruturação foram idealizadas as agências reguladoras, subordinadas

ao poder Executivo, as quais teriam como propósito o exercício de atividades exclusivas

do Estado, de forma autônoma, com ênfase na modernização da gestão. Essas agências

vinculadas aos Ministérios, de acordo com os respectivos segmentos de atuação, seriam

1 Atividades exclusivas: É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. São serviços em que se exerce o poder extroverso ( monopolista ) do Estado - o poder de regulamentar, fiscalizar e fomentar, tais como, a cobrança e fiscalização dos impostos, a polícia, a previdência social básica, as relações do trabalho, a fiscalização do cumprimento de normas sanitárias, o serviço de trânsito, a compra de serviços de saúde pelo Estado, o controle do meio ambiente, o subsídio à educação básica, o serviço de emissão de passaportes entre outros (Plano Diretor da Reforma do Aparelho de Estado – 1995).

9

avaliadas sistematicamente para o cumprimento de atividades regulatórias e de fiscalização,

tendo como base a definição de indicadores de desempenho. Além disso, deveriam ser

administradas por dirigentes nomeados pelo Poder Executivo, após apreciação do

Congresso Nacional, com mandatos que ultrapassariam os períodos de cada governo eleito.

Diversas agências reguladoras foram criadas, entre elas a Agência Nacional de Energia

Elétrica (ANEEL)2; Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL)3; Agência

Nacional de Petróleo (ANP)4; Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)5; e a

Agência Nacional de Saúde (ANS).

A ANS foi criada pela Lei nº 9.961 de 28 de janeiro de 2000 com a finalidade institucional

de promover a defesa do interesse público na assistência suplementar à saúde, regular as

operadoras setoriais - inclusive quanto às suas relações com prestadores e consumidores - e

contribuir para o desenvolvimento das ações de saúde no país. Conforme o artigo 1º

daquele diploma legal: “É criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS,

autarquia sob o regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na

cidade do Rio de Janeiro - RJ, prazo de duração indeterminado e atuação em todo o

território nacional, como órgão de regulação, normatização, controle e fiscalização das

atividades que garantam a assistência suplementar à saúde”. Na realidade, o início do

marco regulatório da saúde suplementar no Brasil ocorreu quando da publicação da Lei nº

9.656 em 03 de junho de 1998 que dispõe sobre os planos e seguros privados de assistência

à saúde. A partir daí questões como barreiras de entrada e saída do mercado, limites de

atendimento para o beneficiário e regulação de preços de comercialização de planos de

saúde passaram a ser regulados e fiscalizados com mais rigor no país.

Algumas agências, tais como a ANEEL e ANATEL, foram criadas com extenso acervo

histórico de indicadores e outras práticas de regulação e normatização. A ANS se

diferenciou justamente por não ter extenso conhecimento documentado das práticas de

fiscalização e regulação dos mercados de saúde suplementar. Foi criada para cuidar de um

setor sobre o qual o Estado quase não dispunha de acervo de informações.

2 A ANEEL foi criada pela Lei nº 9.427 de 26 de dezembro de 1996. 3 A ANATEL foi criada pela Lei nº 9.472 de 16 de julho de 1997. 4 A ANP foi criada pela Lei nº 9.478, de 06 de agosto de 1997. 5 A ANVISA foi criada pela Lei nº 9.782 de 26 de janeiro de 1999.

10

Considerando o pouco conhecimento do mercado de saúde suplementar, a ANS priorizou,

desde seu início de suas atividades, a pesquisa, a análise e a compreensão das diversas

modalidades de operadoras de planos privados de assistência à saúde suplementar,

(seguradoras especializadas em saúde, autogestões, cooperativas médicas, medicinas de

grupo, filantropias, cooperativas odontológicas, entre outras), cujos níveis de gestão são

bastante heterogêneos, e também dos diversos produtos (planos de saúde) ofertados no

mercado.

A ANS vem construindo uma metodologia de captação de dados das operadoras que tem

contribuído de forma bastante significativa para maior conhecimento do mercado. As

informações obrigatoriamente enviadas pelas operadoras têm sido de conteúdo bastante

variado, desde a situação econômico-financeira aos dados atuariais dos produtos, além de

detalhes das carteiras de beneficiários e até mesmo da sistemática de avaliação da

assistência à saúde dos beneficiários.

Segundo Bane (1997), “o regulador é um potencial gerente de informação do mercado

regulado”. Assim sendo, a coleta de dados das operadoras e o gerenciamento e a produção

de informações têm sido um dos principais desafios e uma das ferramentas imprescindíveis

para a tomada de decisões que afetam operadores e beneficiários dos planos de saúde.

Com a experiência adquirida, seja pelo contato mais direto com as operadoras através, por

exemplo, de consultas públicas ou de ações de fiscalização, ou seja, pelo processamento das

informações recebidas, ao longo desses quatro anos de existência, observou-se que a grande

maioria das operadoras tem se preocupado fundamentalmente com sua viabilidade

financeira e maximização de lucros, fatores esses que são fortemente afetados pela

tendência observada em todo o mundo, relacionada aos custos, seja pela incorporação de

novas tecnologias no setor saúde, ou no preparo e treinamento dos recursos humanos..

Observa-se que poucas operadoras enfatizam as atividades relativas ao monitoramento das

condições de saúde e da qualidade de vida dos seus beneficiários.

Esse trabalho se propõe a levantar as atuais informações coletadas pela ANS e a analisar o

potencial das informações administrativas utilizadas no banco de dados de uma operadora,

11

quanto à possibilidade de incorporar o monitoramento das condições de saúde, detecção

precoce de algumas doenças e da qualidade de vida de seus beneficiários.

A análise das informações partirá de um conjunto de indicadores sugeridos pela

metodologia desenvolvida pelo National Committee on Quality Assurance (NCQA) que é

um dos órgãos responsáveis pelo processo de acreditação das operadoras de planos de

saúde comercializados nos Estados Unidos da América. Essa metodologia, denominada

HEDIS (Health Plan Employer Data and Information Set), é amplamente utilizada pelas

operadoras de planos de saúde naquele país. Contempla um conjunto de indicadores a

serem produzidos a partir de informações armazenadas nos bancos de dados

administrativos e nos registros médicos, complementadas com dados fornecidos pelos

beneficiários, voltados principalmente para o monitoramento e acompanhamento das

condições de saúde dos beneficiários. Mais do que um conjunto de indicadores, essa

metodologia faz parte de um sistema integrado para estabelecer qualidade na gestão da

saúde, incluindo revisões on-site por auditores do NCQA e uma pesquisa padronizada de

satisfação dos beneficiários em relação à utilização dos serviços de saúde.

Um conjunto de parâmetros e indicadores voltados para o monitoramento e

acompanhamento das condições de saúde, promoção da saúde e também para a detecção

precoce de algumas doenças, pode orientar as operadoras no estabelecimento de metas de

avaliação da qualidade de sua assistência, contribuindo significativamente para o aumento

da higidez e do bem estar físico e mental da população coberta pelas organizações de saúde

suplementar, atualmente em torno de 38 milhões de beneficiários.

12

2 Objetivos 2.1 Geral

O objetivo geral deste trabalho é analisar a natureza, a estrutura e a qualidade das

informações administrativas utilizadas pelas operadoras de planos privados de assistência à

saúde, tendo em vista o monitoramento das condições de saúde, a detecção precoce de

algumas doenças e a promoção da saúde dos beneficiários dos planos, o que certamente

contribuirá para melhoria da qualidade dos serviços oferecidos pelas empresas de saúde

suplementar no Brasil.

Dentro desse objetivo geral, são detalhados os objetivos específicos:

• Identificar e analisar quais são as informações requeridas pela ANS e

prestadas pelas operadoras de planos privados de assistência à saúde;

• Identificar as informações administrativas armazenadas no âmbito das

operadoras de planos privados de assistência à saúde que possam ser

consideradas de interesse na produção de indicadores de monitoramento das

condições de saúde dos seus beneficiários;

• Analisar as possibilidades de gerar um conjunto de indicadores voltados ao

monitoramento das condições de saúde dos beneficiários que possam ser

obtidos através das informações administrativas armazenadas no banco de

dados das operadoras;

• Discutir as conseqüências na avaliação das condições de saúde que poderiam

advir da produção dos indicadores, baseando-se nas informações

armazenadas pelas operadoras de planos de saúde.

.

13

2.2 Estrutura da dissertação

O trabalho será dividido em capítulos onde serão descritos os propósitos a serem

alcançados.

No capítulo 3 será feita uma breve explanação sobre a teoria econômica da regulação,

princípios e formas de regulação, o desenvolvimento da medicina privada no Brasil e um

breve relato da estrutura organizacional da ANS, sua missão e principais atividades. A

partir daí é apresentado um panorama da regulação da saúde suplementar contemplando o

perfil das operadoras de planos privados de assistência à saúde suplementar, suas

modalidades, características e portes.

Aspectos sobre os mecanismos de troca de informações entre um órgão regulador e as

empresas reguladas, mas especificamente entre a ANS e as operadoras de planos privados

de assistência à saúde, serão detalhadas no capítulo 4.

O capítulo 5 apresenta conceitos sobre promoção da saúde e prevenção de doenças,

apontando para o papel da ANS no fomento dessas atividades junto ao mercado de saúde

suplementar.

O capítulo 6 apresenta considerações sobre o monitoramento da saúde dos beneficiários

pelas operadoras, as características e descrição dos grupos de indicadores da metodologia

HEDIS, desenvolvida pelo NCQA.

O capítulo 7 apresenta um estudo de caso através da análise das informações de uma

operadora de planos privados de assistência à saúde suplementar selecionada, a Fio-saúde,

de modalidade autogestão que atende aos profissionais da Fiocruz (Fundação Oswaldo

Cruz), analisando a adequação e a exeqüibilidade de aplicação dos indicadores da

metodologia HEDIS neste caso específico.

14

O capítulo 8 apresenta o conteúdo conclusivo da análise das informações e recomendações

de estudos e pesquisas para a ANS para aperfeiçoamento das atividades de regulação das

empresas dedicadas à prestação de planos de saúde suplementar.

15

3 A regulação da saúde suplementar no Brasil

Para melhor compreensão sobre a regulação da saúde suplementar serão descritos de forma

sucinta alguns conceitos gerais sobre os aspectos teóricos da regulação e um breve histórico

da regulação da saúde suplementar no país. Em seguida será relatada a atual estrutura do

mercado de operadoras de planos privados de assistência à saúde existentes no território

nacional.

3.1 O tema regulação

O assunto regulação tem sido profundamente discutido nas sociedades modernas. A

necessidade de regular/interferir decorre da dificuldade de formação e funcionamento de

um mercado economicamente perfeito. A formulação de políticas que incentivem a

competitividade e não se restrinjam à simples competição de preços, mas também de

qualidade da diversidade e das inovações, deve fazer parte de sociedades modernas. Países

como os Estados Unidos, Alemanha e Reino Unido utilizam políticas regulatórias há mais

de cem anos. Evidentemente estas interferências ocorrem de modos distintos em cada país,

face aos tipos de mercados, diferentes políticas econômicas e ainda as diversidades

culturais de cada um.

A necessidade de incentivar a competição é um mecanismo importante para balancear a lei

da oferta e da procura. Do lado da oferta, cada empresa tenta maximizar o lucro realizado,

com incremento de produtividade e redução de custos, enfrentando a concorrência, sem

qualquer preocupação com benefício social. Do lado da demanda, os consumidores buscam

maximizar a sua relação custo-benefício com comportamentos individuais e particulares.

Esta é a base do funcionamento da economia de mercado.

De uma forma abrangente, Ortiz (1993) define regulação como “atividade normativa pela

qual o governo condiciona, corrige e altera os parâmetros naturais e espontâneos do

mercado, impondo determinadas exigências ou requisitos à atuação dos agentes

econômicos”.

16

Os princípios da regulação

Os princípios da regulação são importantes principalmente porque os investidores estão

sempre atentos quanto ao grau de independência e da abrangência da política na regulação.

Segundo o Fórum de Reguladores de Serviços na Austrália (1999), nove princípios de

“boas práticas” na regulação devem ser considerados:

1 – comunicação/informação de forma acessível para os atores envolvidos;

2 – participação de todos os atores através de encontros/consultas públicas;

3 - consistência entre todos participantes do mercado;

4 – previsibilidade das ações, auxiliando no planejamento de todos os envolvidos;

5 – flexibilidade, utilizando instrumentos apropriados em resposta às mudanças de

condições;

6 – independência/ autonomia, redução ao mínimo das influências políticas;

7 - efetividade e eficiência: custo-efetividade baseado na coleta de dados e nas

políticas;

8 - confiabilidade : processos bem definidos possibilitando a tomada de decisão e;

9 – transparência, abertura de todos os processos que envolvem a regulação.

Segundo Berg (1997), os princípios da regulação devem se basear nos seguintes aspectos:

• profundo conhecimento por parte do regulador do sistema operacional e

administrativo do regulado;

• habilidade do regulador para monitorar o regulado;

• preocupação permanente quanto à minimização dos custos administrativos

introduzidos pela regulação;

• motivação do regulado;

• credibilidade dos agentes regulados de que o processo será conduzido com

enfoque técnico, sem condução política ou ideológica;

• estrutura do mercado deve ser permanentemente levada em consideração pelo

regulador.

As formas de regulação e a regulação incentivada

17

Ortiz (1993) distingue duas formas de regulação: “polícia econômica” e “regulação

econômica”. A primeira é a regulação externa, que se refere às condições de segurança,

salubridade, proteção ao meio ambiente e localização física em que se desenvolve a

atividade econômica. Já a regulação econômica diz respeito a setores submetidos à

intervenção, “centrando-se fundamentalmente na entrada e saída da atividade e afetando as

condições econômicas em que a atividade se desenvolve, ou seja, o quantum de produção,

as zonas ou mercados em que atua cada empresa, os preços ou retribuições que percebem

em decorrência da atividade e o negócio mesmo em que consiste a atividade”.

Berg (1997) define outras formas de regulação: por comando e controle (ou tradicional) e

por incentivos. Na regulação por comando e controle o regulador estabelece as instruções

detalhadas das tarefas das empresas, enquanto que na regulação por incentivos o regulador,

juntamente com as empresas reguladas, estabelece metas de desempenho a serem

alcançadas. O autor ressalta que todos os tipos de regulação, por custo de serviço, por taxa

de retorno, por preços dos produtos e por medidas de desempenho, promovem incentivos e

vai mais além citando que a regulação por incentivos pode colaborar com os problemas de

informação entre o regulador e as empresas. A qualidade dos serviços levados aos clientes é

uma responsabilidade do regulador e o objetivo da regulação não é que o órgão regulador

tenha sucesso e sim que se tenha um setor com bom desempenho.

Para regular de forma incentivada, segundo Sappington (1994), é necessário que se elabore

um plano de regulação mediante incentivos e que o melhor plano, em qualquer contexto,

varia de acordo com as metas regulatórias, com os fatores institucionais e tecnológicos,

com a natureza da assimetria de informação entre o agente regulador e a firma e com as

habilidades do regulador com os compromissos assumidos.

Segundo Lewis e Garmon (1997), “a regulação incentivada é a resposta a um problema de

escassez de informação por parte do regulador”. Para esses autores, uma regulação

incentivada auxilia o órgão regulador a monitorar o desempenho dos regulados, mediante

objetivos específicos de desempenho. E para que se definam os objetivos específicos, os

autores esclarecem a importância de que o regulador conheça as operações das empresas e

18

os custos administrativos da regulação além de ter habilidade para monitorar o desempenho

das empresas.

Malaman (1997) destaca algumas considerações para a regulação voltada para a qualidade

dos serviços: priorização de ações que sejam importantes para o consumidor, que sejam

controláveis pela empresa e possíveis de serem medidas pelo regulador; fixação de padrões

possíveis de serem alcançados ainda que a médio/longo prazo; a revisão de preços e de

padrões de qualidade ocorrendo simultaneamente; estabelecimento de incentivos para

motivar melhoras de desempenho no setor, especialmente quando a qualidade é deficiente.

Berg (1997) sugere que é importante levar em consideração três elementos básicos para a

regulação incentivada:

• o uso de prêmios e penalidades induzem o regulado à melhoria do seu desempenho;

• a necessidade de participação do regulado na fixação das metas que serão

estabelecidas, ou seja, as metas não definidas conjuntamente e não unilateralmente

ditadas pelo regulador;

• a decisão de como atingir as metas é tomada pelo regulado. As ações específicas

não são ditadas pelo regulador, o que permite ao regulado utilizar suas informações

internas e a experiência dos seus administradores e de seu corpo técnico de modo a

estabelecer procedimentos apropriados que conduzam à melhora do seu

desempenho.

Conclui-se assim que a regulação incentivada, dado um modelo bem desenhado, pode

promover a qualidade dos serviços, e a melhora de desempenho pelas empresas reguladas e

também diminuir o custo de supervisão extensa por parte do regulador.

A regulação da saúde suplementar no Brasil

“A assistência médica suplementar hoje constitui parte significativa do mercado de

serviços privados de saúde. Na última década apresentou crescimento expressivo, pari

passu à implantação do Sistema Único de Saúde e à intensificação dos conflitos entre os

19

diversos atores que participam dessa arena setorial, incluindo os usuários dos planos de

saúde, acelerando-se o processo de regulação específica” (Almeida, 1998).

Para melhor compreensão sobre a necessidade de regular o mercado de saúde suplementar,

faz-se fundamental citar alguns conceitos básicos de economia. Almeida (1998:40) aponta

que as dificuldades dos mercados de segurados de planos de saúde são bem conhecidas e

discutidas, decorrendo determinados comportamentos, tanto dos segurados (risco moral e

seleção adversa) quanto das seguradoras (seleção de risco). O risco moral refere-se à

mudança de comportamento do segurado acarretando em aumento de utilização de serviços

a partir do momento da adesão. A seleção adversa é a tendência do sistema de seguros no

sentido de ser procurado por indivíduos de maior fator de risco, isto é, aqueles cujas

despesas serão maiores. No caso em que a seguradora aplica um único preço para todo o

grupo segurado, o sistema de seguros promove transferência entre indivíduos com distintos

graus de risco. Existe então a tendência daqueles indivíduos com menor risco abandonarem

o sistema ou não aderirem ao plano. A seleção de risco se refere no caso das seguradoras se

protegerem contra a combinação de baixos prêmios e alto potencial de custo através de

cream-skimming, isto é, criam barreiras à entrada dos segurados no sistema, dificultando o

acesso daqueles de alto risco (tais como idosos ou portadores de certas doenças, como

câncer, AIDS, etc.).

Problemas adicionais relacionados com essas falhas do mercado dizem respeito à

informação incompleta e à assimetria de informação, tanto no que se refere aos

consumidores quanto às seguradoras e aos prestadores de serviços. No entanto, essas

dificuldades não são resolvidas apenas com o fornecimento de mais informações para os

atores envolvidos. Como conseqüência das falhas mencionadas o mercado torna-se

desregulado, com falhas na competição e com custos administrativos elevados que são

repassados para os consumidores, o que torna necessária a intervenção do Estado.

Vale analisar a expansão da medicina privada sob a ótica de Almeida (1998) e Bahia

(1999). Segundo Almeida (1998:10): “tem sido apontada na literatura setorial...grande

expansão do número de consumidores de planos e seguros privados de saúde, sobretudo a

partir do final da década de 80”. As razões destacadas pela autora são a queda no nível da

qualidade dos serviços públicos de saúde; a expansão de fatores como a consolidação do

20

capital financeiro (1960), que “teria criado as bases estruturais para sua inserção no

mercado de proteção social”; “a heterogeneidade estrutural própria dos modelos de

reparação à saúde adotada para os trabalhadores desde os anos 30”; e a expansão da classe

média (década de 70) que, “com a perda do poder aquisitivo, seria compelida a lançar mão

de planos de saúde diante dos altos preços da assistência médica”.

Segundo Bahia (1999:14):

“Concretamente, pode-se afirmar que, com a universalização da assistência

institucionalizada com a criação do SUS, numa conjuntura de restrições

financeiras impostas pela política macroeconômica e de difusão de paradigmas

de reforma setorial francamente antiestatizantes, amplificaram-se as condições

para a segmentação de clientelas e a extensão da cobertura pelos planos

privados, seja pelas flutuações orçamentárias que condicionam a parcela que

cabe ao setor saúde no Orçamento da Seguridade Social, seja pelo conseqüente

subfinanciamento da assistência médica e precarização do atendimento público,

ou ainda pela dinâmica extra-setorial do mercado de trabalho”.

Pode ser observado que ambas autoras concordam que o crescimento do mercado de saúde

suplementar se deu por diversos fatores, entre os quais, pela deterioração da rede pública,

pela falta de investimentos públicos em saúde e pelos gastos crescentes com a assistência à

saúde, em função da incorporação de tecnologias, por exemplo. Almeida ressalta que este

último foi também uma das causas de mais e mais brasileiros passaram a incluir em suas

preocupações a aquisição de plano de saúde. Assim sendo, esse crescimento sem o devido

controle fez com que os conflitos entre os atores envolvidos (operadoras, beneficiários e

prestadores de serviço) aumentassem, dando origem a uma aspiração de que o poder

público deveria tomar iniciativas para mediar tais conflitos, dando início ao processo de

regulação.

Bahia (1999:13) considera que:

“no processo de sucessivas reformas da assistência médica, implementadas nas

três últimas décadas, o Estado primeiro desencadeou e estimulou, por meio de

21

políticas explícitas, as parcerias com o setor privado, numa perspectiva

privatizadora e, posteriormente, abdicou das funções mediadora e reguladora,

principalmente pela não-decisão, permitindo que as relações implícitas entre o

público e o privado vigorassem sem intervenção e perdendo, assim, a

capacidade de regulá-las. Essa ausência de regras claras para o funcionamento

do mercado e de mecanismos para fiscalizá-lo tensiona as relações entre os

diversos atores do setor e distingue o Brasil de outros países em que o setor

privado é dominante, como, por exemplo, os EUA (caso paradigmático), mas as

regulações são explícitas, principalmente no que concerne à seletividade do

sistema e aos direitos dos consumidores”.

Segundo Bahia (1998): “duas ordens de motivos estavam relacionadas às primeiras

demandas por uma intervenção governamental específica. A perspectiva de privatização da

Previdência Social e necessidade de regular a competição entre as empresas, ou seja, uma

normatização para corrigir as distorções geradas pelas regras de um mercado imperfeito”.

Segundo Almeida (1998:38) a regulação pública do seguro privado tem três (3) objetivos:

1 – a manutenção da estabilidade do mercado segurador: definição de padrões

financeiros e éticos que regulem a entrada e saída das operadoras (capital financeiro

mínimo inicial, capacidade de poupança);

2 – controle da assimetria de informação: refere-se à assimetria entre operadoras e

beneficiários e de profissionais de saúde e pacientes, regulando as cláusulas contratuais e

marketing dos planos. Também trata da regulação entre prestadores de serviços e

operadoras; e

3 – maximização da participação do consumidor no mercado privado de saúde:

garantir o acesso aos serviços proibindo restrições de exclusões ou restrições dada às

condições de saúde, idade, sexo, etc.

Nesse contexto a ANS foi criada para ser o órgão responsável pela regulação da saúde

suplementar no Brasil. Ela tem desenvolvido mecanismos tanto para as formulações de

políticas públicas de saúde, quanto para a busca de melhor atendimento do beneficiário,

com o intuito de procurar melhor balanceamento entre os procedimentos de mercado das

operadoras e os direitos da sociedade de receber melhor qualidade na assistência à saúde.

22

Além disso, tem proporcionado maior estruturação por parte das operadoras de planos de

saúde e maior explicitação dos direitos e deveres de todos os agentes: prestadores de

serviço, beneficiários e das próprias operadoras.

3.2 O atual contexto da saúde suplementar no Brasil

Na década de 90 se caracterizou por ter sido um período de intensos debates quanto à

regulação da saúde suplementar: “as divergências e as composições entre os elementos que

integram o mercado de planos e seguros ficaram mais nítidas durante o processo de

regulamentação das empresas de assistência médica suplementar”( Bahia, 1999)”.

Com a aprovação pelo Congresso da Lei nº 9.656 em 1998 que define as regras

operacionais de planos privados de assistência à saúde, e da Lei nº 9.961 em 2000 de

criação da ANS, iniciou-se o mapeamento do comportamento operacional e técnico das

empresas privadas que atuam no segmento de assistência à saúde privada.

Para cumprir a missão recebida e sentindo a necessidade de um conhecimento mais amplo

do mercado de saúde suplementar, a ANS precisou divulgar diversas normas reguladoras,

tais como: condições de ingresso; operação e saídas das operadoras; plano de contas

padrão; uniformização da contabilidade; informações econômico-financeiras prestadas

pelas operadoras (Sistema de Documento de Informações Periódicas de Operadoras de

Planos de Assistência à Saúde - DIOPS); formação de garantias e provisões técnicas;

exigências para administradores; envio de informações e emissão de relatório gerencial de

acompanhamento da prestação de serviços aos beneficiários (Sistema de Informações de

Produtos - SIP); normas para reajustes de preços; cobrança do Ressarcimento ao SUS; e o

Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) que permitiu a montagem do cadastro dos

beneficiários de todos os planos de saúde na ANS. Entre essas normas, algumas exigem o

envio de informações com a utilização de sistemas de informação desenvolvidos pela

própria ANS e disponibilizados para as operadoras.

Segundo os dados da PNAD, 1998, 24,5% da população brasileira tem planos privados de

saúde, ver Tabela 1.

23

Tabela 1 – Distribuição dos beneficiários de saúde suplementar, segundo sexo, faixa

etária e região

Sexo Faixa Etária Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste Brasil

0-4 anos 15,4 11,7 29,0 24,6 18,0 19,8 5-9 anos 18,6 13,2 29,0 23,9 22,4 21,0 10-14 anos 17,2 13,8 27,9 24,8 21,1 20,7 15-24 anos 17,9 15,9 29,1 27,7 22,1 22,7 25-49 anos 24,7 21,5 36,7 33,9 28,3 29,9 50-64 anos 26,3 21,9 38,1 31,9 31,9 30,8 65 - mais 20,9 18,6 37,4 30,3 27,9 28,6

Mulheres

Total 20,6 17,5 33,4 29,8 25,0 25,8 0-4 anos 16,2 12,7 29,1 24,6 19,6 20,5 5-9 anos 16,7 12,8 28,7 25,4 20,5 20,7 10-14 anos 14,3 13,6 28,2 25,1 21,6 20,8 15-24 anos 14,6 12,8 27,1 25,0 19,1 20,1 25-49 anos 20,4 18,5 32,1 29,3 23,6 25,9 50-64 anos 22,3 18,0 33,9 28,5 28,2 27,1 65 - mais 13,9 14,6 32,7 24,3 22,7 23,5

Homens

Total 17,3 15,2 30,4 26,9 22,1 23,1 0-4 anos 15,8 12,2 29,0 24,6 18,8 20,1 5-9 anos 17,7 13,0 28,8 24,7 21,4 20,9 10-14 anos 15,7 13,7 28,1 24,9 21,4 20,8 15-24 anos 16,3 14,4 28,1 26,4 20,6 21,4 25-49 anos 22,6 20,1 34,5 31,7 26,0 28,0 50-64 anos 24,4 20,2 36,1 30,3 30,1 29,1 65 - mais 17,8 16,8 35,4 27,8 25,4 26,4

Total

Total 19,0 16,4 31,9 28,4 23,6 24,5 Fonte: IBGE, PNAD - 1998

O maior percentual da população brasileira coberta por planos de saúde pode ser observado,

conforme Tabela 1, na região Sudeste (31,9%), seguido da região Sul (28,4%), Centro-

oeste (23,6%), Norte (19,0%) e Nordeste (16,4%). A maior concentração de beneficiários

de planos de saúde no Brasil ocorre na faixa etária entre 50 e 64 anos (29,1%), o mesmo

ocorrendo quando se analisa por sexo: as mulheres correspondem a 30,8% e homens

27,1%, na mesma faixa etária.

24

Essa concentração ocorre para todas as regiões, com exceção da região Sul, conforme a

Tabela 1, aonde a maior concentração de beneficiários de planos de saúde ocorre na faixa

etária entre 25 e 49 anos (31,7%), seguido da faixa etária entre 50 e 64 anos (30,3%).

3.3 Tipologia das operadoras de planos de saúde

O mercado de saúde suplementar se caracteriza pela pouca uniformidade dos modelos de

administração das empresas atuantes principalmente no que se refere ao processo de

informatização dos sistemas de informações. A captação estruturada de informações do

mercado de saúde suplementar vem induzindo as operadoras a aprimorarem sua estrutura

de coleta de dados e seus sistemas de informação, contribuindo significativamente para que

a ANS adquira maior conhecimento do segmento, possibilitando melhor fiscalização,

melhor elaboração de políticas, melhor avaliação da qualidade dos serviços ofertados,

proporcionando assim melhorias nos atendimentos para os beneficiários.

Com a experiência vivida pela a ANS desde seus primórdios, observou-se que a introdução

de normas de regulação no setor de saúde suplementar produziu forte impacto nas

operadoras de pequeno e médio porte, que não possuíam uma estrutura organizacional e

métodos de gestão modernos e atualizados. A introdução de normas reguladoras de

funcionamento e da obrigatoriedade de envio de informações estruturadas pela ANS

contribuiu deste modo para promoção da melhoria na gestão das operadoras e induziu

mudanças na estruturação no setor, sendo atualmente possível aprimorar análises

comparativas entre as empresas.

A Resolução da Diretoria Colegiada - RDC nº 39, publicada pela ANS em 30 de outubro de

2000, define as regras de atuação das operadoras de planos de saúde. As operadoras foram

classificadas nas seguintes modalidades: administradoras;

cooperativas médicas; cooperativas odontológicas; autogestão; medicina de grupo;

odontologia de grupo, filantrópicas e seguradoras especializadas em saúde.

25

Conforme o artigo 3º da referida resolução, as operadoras prestam dois tipos de serviços de

assistência à saúde:

médico-hospitalar : são aqueles oferecidos por entidades ou empresas que operam

planos médico-hospitalares ou médico-hospitalares e odontológicos, podendo oferecer,

adicionalmente, prestação de serviços médico-hospitalares ou odontológicos a terceiros

não contratantes do plano; ou

odontológicos: são os oferecidos por entidades ou empresas que operam exclusivamente

planos odontológicos, podendo oferecer, adicionalmente, prestação de serviços o

odontológicos a terceiros não contratantes do plano.

Segundo a ANS elas são classificadas segundo o percentual de atendimento em serviços

próprios tanto no segmento médico hospitalar quanto no odontológico. A disciplina desse

artigo exclui as autogestões e as administradoras. As empresas de autogestão segmentam-se

em:

- patrocinadas: entidade de autogestão ou empresa que, por intermédio de seu

departamento de recursos humanos ou órgão assemelhado, responsabiliza-se pelo

Plano Privado de Assistência à Saúde destinado, exclusivamente, a oferecer

cobertura aos empregados ativos, aposentados, pensionistas ou ex-empregados,

bem como a seus respectivos grupos familiares definidos, limitado ao terceiro

grau de parentesco consangüíneo ou afim, de uma ou mais empresas, e que

possuam gestão própria;

- não patrocinadas: são as entidades de autogestão que não se classificam como

patrocinada.

A autogestão patrocinada poderá ser singular cujo sistema de autogestão vinculado apenas a

um patrocinador; ou multipatrocinada cujo sistema de autogestão congrega mais de um

patrocinador. As autogestões deverão operar por meio de rede de profissionais e

instituições diretamente credenciadas, só podendo contratar rede de prestação de serviços

de assistência à saúde de outra operadora mediante convênios de reciprocidade com

entidades congêneres e em regiões com dificuldade de contratação direta.

26

3.4 O mercado das operadoras de planos de saúde

De acordo com informação colhida na página da internet da ANS (www.ans.gov.br), até

janeiro de 2004, estavam registradas 2.266 operadoras na ANS. A maior concentração

(59%) da sede das operadoras situa-se na região Sudeste do Brasil com um total de 1.345

(Tabela 2).

Tabela 2 - Número de operadoras com registro na ANS- janeiro/2004

Região Quantidade % Sudeste 1345 59%

Sul 391 17% Nordeste 315 14%

Centro-Oeste 150 7% Norte 65 3% Brasil 2266 100%

Fonte: Cadastro de Operadoras ANS/MS/2004

É relevante destacar (ver Tabela 3) que, embora grande uma parte significativa das

operadoras atuem em diversos estados da federação, é no Estado de São Paulo que se

encontra a maior proporção de sedes das operadoras registradas (34%), seguido pelos

Estados de Minas Gerais (12%) e Rio de Janeiro (11,5%).

Tabela 3 - Quantidade de operadoras registradas na ANS por UF - janeiro/2004

UF Qtde % UF Qtde % SP 770 33,98% RN 25 1,10% MG 273 12,05% AL 23 1,02% RJ 260 11,47% MT 23 1,02% RS 169 7,46% MA 21 0,93% PR 152 6,71% MS 20 0,88% BA 82 3,62% AM 15 0,66% SC 70 3,09% SE 12 0,53% CE 56 2,47% RO 11 0,49% GO 54 2,38% PI 10 0,44% PE 49 2,16% TO 5 0,22% DF 48 2,12% AC 2 0,09% ES 42 1,85% AP 2 0,09% PB 37 1,63% RR 2 0,09% PA 33 1,46% Total 2.266 100%

Fonte: Cadastro de Operadoras ANS/MS/2004

Uma outra característica do setor de saúde suplementar é a alta concentração da maior parte

dos beneficiários em um número restrito de operadoras, um verdadeiro oligopólio, quando

se constata que 10% dos beneficiários se concentram em apenas 2 operadoras registradas.

27

Na Tabela 4 pode-se observar que, apesar das ressalvas feitas quanto a acurácia dessas

informações, cerca de 50% dos beneficiários estão concentrados em 51 operadoras

registradas na ANS.

Tabela 4 – Distribuição acumulada de operadoras e beneficiários

Qtde de Operadoras

Qtde Beneficiários

% acumulada

2 4.040.928 10,5% 7 8.309.113 21,5% 14 11.649.801 30,2% 27 16.267.404 40,4% 51 19.387.261 50,2% 94 23.191.884 60,1%

159 27.067.465 70,1% 273 30.898.978 80,0% 514 34.898.080 90,4%

1.782 38.604.356 100% Fonte: Cadastro de Beneficiários/ANS/MS - 01/2004 Cadastro de Operadoras/ANS/MS - 10/03/2004

28

4 A troca de informações entre as operadoras de planos privados de assistência à saúde e a ANS

Segundo Berg (1999), o regulador lida com três problemas centrais na questão da

informação captada do mercado regulado: o método de obtenção, o gerenciamento e

compreensão da informação recebida e o modelo de disseminação da informação. Os

mecanismos, a quantidade e a seleção das informações solicitadas por um órgão regulador

devem ser cuidadosamente estudados e discutidos pelo seu corpo técnico, levando em conta

os custos envolvidos, amplitude, adequabilidade e viabilidade da disponibilização da

informação por parte das empresas reguladas. Para esse autor, as melhores decisões são

aquelas que se baseiam na realidade e a decisão do regulador baseada em informação

parcial é muito diferente daquela baseada na informação completa.

Segundo Bane (1997)6, o órgão regulador é um potencial gerente das informações captadas

do mercado regulado. É preciso que o regulador elabore uma metodologia sistemática de

forma a gerenciar o fluxo da informação, para evitar três problemas:

1- Excesso de requisição de grandes volumes de dados: existe o risco de

requisitar um grande volume de dados e de elaborar inúmeros relatórios sem

que a informação seja considerada relevante. Os reguladores devem ter cautela

quanto à excessiva requisição de informação, pois essa pode absorver recursos,

mesmo que formatos padronizados sejam estabelecidos;

2- Escalonamento complexo dos períodos de requisição da informação: a

requisição das informações deve ser escalonada e os prazos devem ser

respeitados por ambas as partes envolvidas, tanto pelo regulador quanto pelas

empresas reguladas. O regulador deve estabelecer um cronograma viável a ser

seguido pelas empresas, de preferência após consultas prévias. Qualquer quebra

na sistemática pode afetar as empresas;

6 Diretora-executivo da Comissão de Serviços Públicos da Flórida, Estados Unidos.

29

3- Falta de participação dos stakeholders7: os vários grupos de stakeholders

devem ter participação nas decisões referentes à requisição das informações

proporcionando assim maior transparência para todo o mercado.

Pode-se observar que o sistema de informação em uma agência reguladora, baseado nas

informações captadas do mercado, deve ser coeso, consistente, escalonado e abrangente o

suficiente. Isto é importante para que a agência transmita sua imagem como transparente,

organizada e não arbitrária.

Bane (1997) ainda enumera alguns fatores importantes para o gerenciamento da informação

por parte do regulador:

1- Os requerimentos de informação devem estar claramente descritos, inclusive

com a definição das tarefas das equipes envolvidas e das responsabilidades, e os

stakeholders devem ser bem informados;

2- O escalonamento, ou melhor, o cronograma da captação da informação deve ser

claro e padronizado;

3- O sistema de consolidação e análise da informação deve ser definido de forma

objetiva;

4- O mecanismo de disseminação para os stakeholders e todos os interessados

deve ser planejado; e

5- O registro histórico das decisões regulatórias deve ser armazenado

possibilitando aprimorar e dar continuidade às decisões.

O regulador deve ser preocupar constantemente com o fato de que nem sempre muitos

dados resultam em muitas informações. Por outro lado, poucos dados podem resultar em

muita informação.

Analisar os dados utilizados dentro do âmbito de uma operadora pode de muito contribuir

para o amadurecimento da questão de requisição de informação por parte da ANS. É

fundamental conhecer detalhadamente os mecanismos de estruturação dos sistemas de

7 Os stakeholders são os consumidores, as empresas (operadoras), o governo, o órgão regulador, os entes financeiros e todos aqueles relacionados com as funções das empresas.

30

informação das operadoras, para que se possam avaliar as possibilidades de se captar dados

consistentes. No caso da necessidade da implantação de monitoramento das condições de

saúde dos beneficiários, faz-se essencial um cronograma para as possíveis adaptações nos

processos internos e informatizados das operadoras.

É necessário sempre ter em mente que nem sempre muita informação é sinônimo de

produtividade ou proficiência. Em outras palavras, um órgão regulador deve ter cautela

para não pedir informação que não tenha capacidade de analisá-la, arquivando-a sem a

menor utilização.

4.1 A ANS e a informação das operadoras

Sob o entendimento de que a informação é a base do processo de regulação, a ANS tem

realizado investimentos para desenvolvimento e a implantação de sistema de informação

em saúde suplementar, incluindo-o entre os instrumentos e processos que oferecem a base

técnico-operacional para a formulação de políticas setoriais e para a implementação,

acompanhamento e avaliação de programas e ações (Montone, 2003).

A construção do Sistema de Informação em Saúde Suplementar (SISS) teve início em

janeiro do ano de 2000, com aquisição e instalação da necessária infra-estrutura de

informática: computadores, servidores, instalação da rede corporativa e formação de uma

equipe profissionalizada e conhecedora dos problemas que seriam enfrentados.

Um obstáculo ponderável era a inexistência de bases de dados. Alguns dados foram

originados nos órgãos de algum modo envolvidos, até o surgimento da ANS, com a saúde

suplementar, tais como a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) – Ministério da

Fazenda, o Departamento de Assistência à Saúde Suplementar (DESAS) - Ministério da

Saúde e o Departamento de Informática do SUS (Datasus) – Ministério da Saúde.

Até a criação da ANS, a SUSEP era responsável pelo registro das operadoras, enquanto que

o DESAS se responsabilizava pelo registro de produtos e o Datasus pelo recebimento do

Cadastro de Beneficiários, base relevante para o cruzamento com as AIHs (Autorização de

31

Internação Hospitalar) que permitissem o ressarcimento ao SUS dos atendimentos

referentes às pessoas cobertas por planos privados de saúde. Essas bases de dados não

integradas, que utilizavam tecnologias distintas, e que passaram a compor o Sistema de

Informações da ANS, no seu início, são ilustradas na Figura 1.

Figura 1 - O Sistema de Informação da ANS em janeiro/2000

SUSEP Ministério da Saúde/DESAS

Registro de Operadoras Registro e Reajuste de produtos, processos de beneficiários

Access Paradox

Número do RegistroRazão SocialEndereçoTelefone

Número do RegistroRazão SocialEndereçoNúmero do ProdutoAbrangência (Local,Estadual,Nacional)Segmentação (Ambulatorial, Hospitalar, Obstetrícia, Odontológico)Tipo de contratação(individualcoletivo)

DATASUS

Ressarcimento ao SUS

Oracle

AIHs x Cadastro de BeneficiáriosAviso de BeneficiárioIdentificado

TECNOLOGIA

Logo após a implantação da infra-estrutura de informática, os cadastros da SUSEP e do

DESAS, que utilizavam os sistemas computacionais denominados Cadastro de Operadoras

(CADOP) e Sistema de Registro de Produtos (RPS), foram imediatamente incorporados a

um gerenciador de banco de dados mais robusto, sendo este o primeiro passo em direção à

integração do banco de dados da ANS.

É importante destacar que os planos registrados junto ao DESAS se limitavam aos “planos

novos”, cujas regras são baseadas na Lei 9.656, enquanto que os demais planos já

comercializados, conhecidos como “planos antigos”, se mantêm no mercado devido à

possibilidade de adesões de beneficiários (dependentes, por exemplo).

32

4.2 O Sistema de Informação em Saúde Suplementar – SISS

Com o desenvolvimento da regulação do setor de saúde suplementar, a ANS começou a

publicar normas para requerimento de informação. Nesse ambiente, o SISS passou a se

constituir em duas partes:

Sistema de Informação em Saúde Suplementar da Operadora (SISS-Oper); e

Sistema de Informação em Saúde Suplementar da ANS (SISS-ANS).

O SISS-Oper, composto de quatro bancos de dados separados que utilizam a mesma

tecnologia (Access) e um que ainda utiliza tecnologia distinta (Paradox), representa os

sistemas de informação referentes às requisições da ANS para as operadoras. A ANS

disponibiliza, para cada requisição, um sistema informatizado possibilitando o

preenchimento e envio através de tecnologia internet. Vale ressaltar que o SISS-Oper é

ainda dividido em diversos módulos sendo necessário que a ANS realize estudos técnicos

para a unificação do sistema, facilitando consideravelemente tanto o preenchimento pelas

operadora quanto o envio para a ANS. O SISS-ANS é o sistema interno da ANS o qual é

alimentado pelos dados recebidos das operadoras e pelos dados internos produzidos pela

própria Agência.

As informações oriundas das operadoras são recebidas pela ANS e repassadas para o Banco

de Dados Corporativo da ANS (BDC-ANS), conforme diagrama da Figura 2. As

informações são recebidas em três formas distintas: via aplicativo disponibilizado, via

internet interativamente e via papel/planilha. A Figura 3 permite visualizar a estrutura

operacional do SISS.

33

Figura 2 – Fluxo das informações das operadoras para a ANS – março/2004

Figura 3 – Estrutura do SISS - fevereiro/2004

Oracle

SISS-Operadora SISS-ANS

Diops(plano de contas)

SIP(produtos)

SIB(beneficiários)

RPC(comunicado de

reajuste coletivo)

Indicadores DIOPSIndicadores

SIP

intervenções

RPS(registro de

produtos)

indicadores

Internet:Taxa e parcelamento

Access

Access

Paradox

Access

Access

Coordenador MédicoPedidos de reajustes

Fonte: DIDES - GGSIS - GEPIN - março/2004

Operadoras

Registro de Produtos - RPS

* Taxas de Saúde Suplementar - Boletos (taxas e multas)

@ Pedidos de Reajustes - Contratos

Reajuste de Planos Coletivos - RPC

* Programa de incentivo à adaptação de contratos

Informações dos Produtos - SIP

Cadastro de Beneficiários - SIB

@ Planilhas de Notas Técnicas Atuariais@ Impugnações do Ressarcimento ao SUS

@ Coordenador Médico

* Pedido de Parcelamento

Sistemas * Internet @ Papel/Planilha

Documentos de Informações Periódicas – DIOPS & FIP

ANS

34

Com as informações recebidas, a ANS tem a possibilidade de analisar o mercado de saúde

suplementar, elaborando indicadores e modelos de acompanhamento. Atualmente o modelo

de acompanhamento econômico-financeiro é amplamente.

O sistema denominado DIOPS (Documento de Informações Periódicas das Operadoras de

Planos de Saúde versão 2, RN nº 29, de 1 de abril de 2003) está implantado desde julho de

2001 e diversos indicadores para análise da saúde financeira da operadora podem ser

produzidos com os dados deste sistema, tais como: índice de liquidez corrente,

endividamento, percentual de gastos com despesas administrativas e de despesas com a

comercialização, entre outros.

O SIP (Sistema de Informação de Produtos, RDC nº 85, de 21 de setembro de 2001,

alterada pela RN nº 61, de 19 de dezembro de 2003) produz indicadores com ênfase na

assistência dos planos das operadoras. As operadoras enviam informações por tipo de plano

(individual, coletivo com patrocínio e coletivo sem patrocínio). As informações são

recebidas trimestralmente, desde o primeiro trimestre de 2002. Os indicadores do SIP

podem ser vistos na Tabela 5 e são divididos em cinco grupos: indicadores de despesa,

indicadores de saúde, indicadores de prestação de serviços, indicadores odontológicos de

prestadores de serviço e indicadores de incremento. As formas de cálculo dos indicadores

do SIP encontram-se no anexo C.

35

Tabela 5 - Indicadores produzidos a partir do SIP

Família de indicadores

Indicadores

Indicadores de despesa - Valor médio de despesa por evento - Despesa assistencial líquida por exposto - Taxa de recuperação de indenização de despesa assistencial - Taxa de participação dos beneficiários em eventos indenizáveis (co-

participação) - Taxa de recuperação de eventos indenizáveis (seguros)

Indicadores de saúde - Coeficiente de mortalidade materna - Coeficiente de nascidos vivos - Coeficiente de natalidade - Coeficiente de natimortalidade - Taxa de mortalidade materna - Taxa de prematuridade

Indicadores de prestação de serviços

- Freqüência de utilização - Índice de exames por consulta - Índice de exames – grupo 1 por consulta8 - Índice de exames – grupo 2 por consulta9 - Índice de terapias por consulta - Índice de terapias – grupo 1 por consulta10 - Índice de terapias – grupo 2 por consulta11 - Média de permanência de internação - Taxa de diárias de UTI e unidade semi-intensiva - Taxa de utilização de UTI e CTI neonatal - Taxa de atendimento ao RN na sala de parto - Taxa de internações de gravidez terminada em aborto - Índice de internações por transtornos maternos na gravidez - Índice de internações por complicações no período de puerpério - Taxa de parto normal - Taxa de parto cesárea

Indicadores odontológicos de prestadores de serviço

- Freqüência de utilização - Índice de exames odontológicos por consulta - Taxa de procedimentos odontológicos preventivos - Taxa de procedimentos de periodontia

8 Índice de exames grupo 1 - Atendimentos/despesas com os exames complementares: tomografia computadorizada, ressonância magnética, hemodinâmica e angiografia realizados em regime ambulatorial, incluindo materiais, medicamentos, honorários médicos e taxas relacionadas à execução dos exames. 9 Índice de exames grupo 2 - Atendimentos/despesas com exames complementares não incluídos no item de despesa exames complementares – grupo 1, realizados em regime ambulatorial, incluindo materiais, medicamentos, honorários médicos e taxas relacionadas à execução dos exames 10 Índice de terapia – grupo 1 - Atendimentos/despesas com terapia renal substitutiva,radioterapia, quimioterapia do câncer, radiologia intervencionista, litotripsia e hemoterapia, realizadas em regime ambulatorial incluindo materiais, medicamentos, honorários médicos e taxas relacionadas à execução dos procedimentos 11 Índice de terapia – grupo 2 - Atendimentos/despesas com as demais terapias não incluídas no item de despesa terapias – grupo 1, realizadas em regime ambulatorial, incluindo materiais, medicamentos, honorários médicos e taxas relacionadas à execução dos procedimentos

36

- Taxa de procedimentos de dentística - Taxa de procedimentos de cirurgia odontológica ambulatorial - Taxa de procedimentos de endodontia - Taxa de procedimentos do rol odontológico no total de procedimentos

odontológicos Indicadores de incremento - Taxa de incremento acumulado no ano

- Taxa de incremento no período

Uma rápida apreciação da Tabela 5 mostra que ainda são poucos os indicadores voltados ao

monitoramento das condições de saúde dos beneficiários, e que ainda não foram coletados

indicadores direcionados para a promoção da saúde e a detecção precoce de algumas

doenças. Por outro lado, os poucos indicadores de saúde concentram-se nas taxas de

mortalidade materna e infantil. A definição dos indicadores de saúde utilizados no sistema

SIP pode ser visualizada na Tabela 6. Os dados necessários para o cálculo dos indicadores

são enviados a ANS pelas operadoras e os indicadores podem ser obtidos por operadora, ou

para o conjunto da população coberta pela saúde suplementar.

Tabela 6 – Definição dos indicadores de saúde do SIP

Indicador de saúde do SIP

Definição

Coeficiente de mortalidade materna

Nº de óbitos por causas maternas, em determinado local e ano x 100.000 Nº de nascidos vivos no mesmo local e ano

Coeficiente de nascidos vivos

Nº de nascido a termo + nº de nascido vivo prematuro X 1.000 Nº partos normais + nº de partos cesáreas

Coeficiente de natalidade Nº de nascido a termo + nº de nascido vivo prematuro X 1.000 Total de beneficiários

Coeficiente de natimortalidade

Nº de nascidos mortos X 1.000 Nº de partos normais + nº de partos cesáreas

Taxa de mortalidade materna

Nº de óbitos por causas maternas em determinado local e ano x 100.000 Nº de mulheres de 15 a 49 anos no mesmo local e ano

Taxa de prematuridade Nº de nascidos vivos prematuros X 100 Nº de partos normais + nº de partos cesáreas

Fonte de dados: Resolução Normativa nº 61

Alguns indicadores do SIP ainda não foram divulgados porque a ANS considera que o

sistema ainda se encontra em implantação. Espera-se que a divulgação das informações seja

feita em curto prazo, já que a ANS vem se empenhando em aprimorar os dados em

conjunto com as operadoras.

37

A ANS tem procurado elaborar os sistemas de captação, simples e eficientes,

disponibilizando-os para preenchimento e posterior remessa pelas operadoras. É muito

importante que as informações captadas pela ANS sejam analisadas e revertidas para os

consumidores e as operadoras, o que contribuirá para o desenvolvimento e aprimoramento

dos procedimentos operacionais e profissionais das empresas. Desse modo, a ANS vem

mantendo entendimentos para que as operadoras estruturem suas bases de dados de forma a

atender, com mais facilidade e menores custos, às solicitações de envio de informações

constantes em diversas normas/resoluções publicadas. Entretanto, a regulação do mercado

ainda se encontra limitada pela carência de informações, já que grande parte das operadoras

tem estrutura e capacidade limitadas para fornecê-las.

De fato, a ANS reconhece que existem limitações na coleta de informações de saúde junto

às operadoras, tanto no detalhamento dos dados (mortalidade por unidade da federação,

região, etc) quanto até em outros indicadores. Mas, vale lembrar que em um mercado que

teve início quase sem normas e fiscalização, a entrada de uma agência reguladora no

cenário certamente contrariou interesses e práticas entre as quais a forte resistência das

operadoras no que se refere ao envio de informações para a ANS.

Estudos sobre as informações disponíveis nos bancos de dados das operadoras podem

contribuir significativamente para avaliar a possibilidade de geração de indicadores

voltados para o monitoramento da saúde dos seus beneficiários, incluindo a promoção e a

detecção precoce e doenças, a qualidade dos seus produtos e o melhoramento de sua gestão.

Tais estudos podem proporcionar a ANS, além de um maior conhecimento operacional das

atividades dos seus regulados, a ampliação mais sólida de sua metodologia de captação de

dados, sem que ocorra um excesso de solicitações relativamente complexas para as

operadoras, e até mesmo contribuir para o planejamento quanto ao escalonamento do envio

das informações.

38

5 A promoção da saúde e a prevenção de doenças na medicina suplementar

O documento elaborado pela Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) “Promoción de la

salud y la salud pública” (Buss et al, 2000) apresenta a evolução do conceito de promoção

da saúde e da prevenção de doenças de forma bastante didática. Entre as diversas questões

relacionadas a estes temas o documento analisa as recentes práticas e métodos

desenvolvidos e debates relativos à inserção da promoção da saúde e da prevenção de

doenças no contexto do sistema de saúde, procurando diferenciar os dois conceitos.

Apresenta-se, a seguir, uma breve síntese deste documento procurando formular algumas

sugestões de como as operadoras de planos privados de assistência à saúde poderiam

exercer práticas dirigidas ao monitoramento das condições de saúde de seus beneficiários,

incluindo a promoção da saúde e a prevenção de algumas doenças.

Sigerist (1946) foi um dos primeiros autores a se referir ao termo “promoção da saúde”

quando definiu quatro áreas essenciais da medicina: promoção da saúde, prevenção de

doenças, recuperação dos doentes e reabilitação. Ainda antes dele, o conceito de promoção

da saúde foi definido por Winslow (1920), tratando a saúde pública como: “a ciência de

evitar doenças, prolongando a vida e desenvolvendo a saúde física e mental e a eficiência

através de esforços organizados da comunidade para o saneamento do meio ambiente e

controle das infecções, organização de serviços médicos e paramédicos para o diagnóstico

precoce e o tratamento preventivo das doenças”. Winslow destacou a importância sobre a

prevenção de doenças e fixação de normas e padrões quando se propõe a estabelecer uma

política de saúde de amplo atendimento para a sociedade.

Leavell e Clark (1976), desde meados da década de 60, propuseram um modelo que

considera três níveis de prevenção (primária, secundária e terciária) sendo que a promoção

da saúde estaria incluída na prevenção primária juntamente com a proteção específica (ver

Tabela 7). A promoção da saúde incluiria medidas gerais como moradia adequada, escola,

áreas de lazer, alimentação adequada e educação em todos os níveis enquanto que a

39

proteção específica diria respeito a ações de saúde como imunização, saúde ocupacional,

higiene, aconselhamento genético e controle de vetores (Rouquayrol e Goldbaum ,1999).

Tabela 7 – História natural e níveis de prevenção de doenças

História natural e prevenção de doenças

Inter-relação entre

AGENTE, SUSCETÍVEL e

AMBIENTE que produzem

ESTÍMULO à doença

Período de Pré-patogênese Período de Patogênese

Promoção de saúde

Proteção específica

Diagnóstico precoce e tratamento imediato

Limitação de incapacidade

Reabilitação

Prevenção primária Prevenção secundária Prevenção terciária

Níveis de aplicação das medidas preventivas

Fonte: Rouquayrol e Goldbaum, 1999, p.27.

Segundo Buss et al. (2000), o conceito sobre a promoção da saúde vem sofrendo evolução,

conforme pode-se verificar no documento “A New Perspective on the Health of

Canadians” divulgado em maio de 1974, que ficou mais conhecido como Informe Lalonde,

nome do então Ministro da Saúde do Canadá. Este documento ampliou o conceito de

promoção da saúde para um contexto mais estratégico, utilizando o conceito de

“determinantes da saúde”, quais sejam: biologia humana (herança genética, processo de

amadurecimento e envelhecimento), ambiente (fatores externos ao corpo humano sobre os

quais o indivíduo tem pouco ou nenhum controle), estilo de vida (conjunto de decisões

individuais das pessoas) e organização da atenção da saúde (relação entre o universo a ser

atendido e os recursos disponibilizados). O documento ainda propõe cinco pilares para a

morte defeito, invalidez

alteração de tecidos

alteração de tecidos

INTERAÇÃO

HORIZONTE CLÍNICO

SUSCETÍVEL-ESTÍMULO REAÇÃO

Recuperação

40

abordagem do problema no campo da saúde: promoção, regulação, eficiência da atenção

sanitária, investigação de problemas e estabelecimento de objetivos.

Atualmente, a conquista dos objetivos de promoção da saúde está associada ao

reconhecimento ao direito de um conjunto de valores: vida, saúde, equidade, democracia,

cidadania, desenvolvimento, participação e cooperação. Para atingir este propósito deve ser

estabelecido um conjunto de estratégias, envolvendo desde a atuação do Estado,

desenvolvimento e execução de políticas públicas para a saúde, as atividades das

comunidades (reforço de ações comunitárias), participação individual através de educação e

criação de hábitos saudáveis, monitoramento e aprimoramento dos sistemas de saúde e de

cooperação intersetorial, isto é, interação entre setores de governo e organizações não-

governamentais (ONGs) para que o objetivo comum, que é a ampliação das condições

sanitárias e de higidez da população, seja atingido.

A linha divisória entre a promoção da saúde e a prevenção de doenças é sempre um motivo

de debate (Buss et al.2000:99). A promoção da saúde é um conceito mais amplo e

abrangente que busca identificar e enfrentar as variáveis macro-determinantes do processo

saúde-doença. Procura também modificar as condições sócio-econômicas da população

para que esta tenha uma vida que seja mais digna, mais saudável e mais plena de

realizações além de procurar transformar os processos individuais de decisões da população

para que sejam predominantemente favoráveis à melhoria da qualidade de vida. Já o

conceito de prevenção de doenças tem o propósito de que os indivíduos fiquem isentos de

patologias, através da detecção e controle dos fatores de risco genéticos, do meio ambiente,

das condições sanitárias e de contágio de uma doença específica. Em outras palavras, o

propósito da prevenção é evitar a doença. A promoção da saúde tem o objetivo de buscar

um nível ótimo de condições de vida e de saúde.

Ainda segundo o mesmo documento, boa parte do debate entre promoção e prevenção

provém do fato de que uma grande ênfase é colocada em modificação de comportamento

individual e na concentração quase exclusiva da redução dos fatores de risco para

determinadas doenças, muitas vezes em programas considerados de promoção da saúde.

Esse foco sobre o indivíduo e seu comportamento tem origem na tradicional intervenção

clínica e no paradigma biomédico. Nesse caso, o locus de responsabilidade e a unidade de

41

análise são o indivíduo, que é visto como o último responsável (senão único) pelo seu

estado de saúde”. A promoção da saúde combina uma estratégia de interação entre as

pessoas e o meio-ambiente, harmonizando o comportamento individual com a

responsabilidade social necessária para a promoção de bem-estar.

Nesse sentido, as estratégias de promoção da saúde são mais integradas e intersetoriais,

partindo do pressuposto da necessidade de uma efetiva participação da população a partir

de uma adequada formulação até que as intenções venham a se transformar em prática.

Stachchenko e Jenicek (1990) criaram um esquema bem objetivo (Tabela 8) que apresenta

uma combinação didática dos conceitos para diferenciar a promoção da saúde e a

prevenção de doenças:

Tabela 8 – Conceitos para diferenciar promoção da saúde e prevenção de doenças

Categorias Promoção da saúde Prevenção de doenças Conceito de saúde Positivo e multidimensional Ausência da doença

Modelo de intervenção Participativo Médico

Objetivo Toda a população em todos os

ambientes

Principalmente no grupo de

população de alto risco

Incumbência Temas da saúde Patologia específica

Estratégias Diversas e complementares Geralmente única

Enfoques Facilitação e capacitação Diretivos e persuasivos

Destino das medidas Oferecidas a população Impostos aos grupos

Objetivos dos programas Interação dos indivíduos nos seus

ambientes

Concentração principalmente nos

indivíduos e grupos de pessoas

Executores dos programas Organizações não-governamentais

e privadas, movimentos sociais,

governos locais, municipais,

regionais e nacionais.

Profissionais da saúde

Fonte: Buss et al.2000. p.102.

É necessário e importante levar em consideração que, por ser um setor de conhecimento e

de práticas mais recentes, os métodos de promoção da saúde estão menos desenvolvidos

42

que os métodos epidemiológicos de planejamento, aplicação e avaliação dos programas de

prevenção de doenças.

No próximo capítulo serão discutidas as possibilidades e dificuldades da geração de

indicadores de monitoramento da situação de saúde dos seus beneficiários a partir da

incorporação dos conceitos de promoção e prevenção por parte das operadoras de planos

privados de assistência à saúde.

43

6 O monitoramento da saúde dos beneficiários pelas operadoras de planos privados

No caso específico das operadoras setoriais de comercialização de planos de saúde no país

observa-se que a ANS não tem o conhecimento, por meio de fluxo de informações

recebidas, sobre indicadores voltados para o monitoramento das condições de saúde dos

beneficiários e a prevenção de doenças. Estima-se que poucas operadoras estejam

envolvidas com o planejamento e execução de projetos que enfatizem a promoção da saúde

e a prevenção precoce de doenças de seus beneficiários. Segundo Bahia (1999): “o

custeio/acesso para o consumo de um cardápio de provedores de serviços a ser utilizado

através da demanda espontânea dos clientes é o núcleo comum de todas as modalidades

empresariais, que assim se isentam das responsabilidades de prevenção e preservação da

saúde que são vistas como atribuições do Estado”.

Segundo Gama (2003), a proposta inicial do governo para a regulamentação estava restrita

aos aspectos econômicos e financeiros, sendo que posteriormente a agenda passou a ser

mais ampla, incorporando os aspectos assistenciais. Vale mencionar que Almeida (1998)

sugere que a regulamentação brasileira deve estar em sintonia com os desenvolvimentos

internacionais. Nesse sentido, devemos nos aprofundar nos novos paradigmas, formulados

nos EUA, que se fundamentam, pelo menos em tese, “na ênfase da medicina preventiva, na

provisão integrada de serviços e na descentralização”.

As operadoras de modalidade autogestão de certa forma são as que mais se preocupam com

as atividades de monitoramento das condições de saúde e de prevenção de doenças, através

de implantação de programas especialmente dirigidos aos seus empregados e dependentes.

Contudo programas voltados para a medicina preventiva podem também ser desenvolvidos

pelas outras modalidades, pelo menos nos casos das operadoras que comercializam planos

coletivos.

Esforços podem ser feitos por parte das operadoras para que haja algum tipo de

acompanhamento em relação à promoção da saúde e prevenção de doenças nas seguintes

44

situações: doenças causadas pelo consumo do cigarro; detecção precoce de câncer do colo

uterino; detecção precoce do câncer de mama; a detecção precoce do câncer de próstata;

prevenção de obesidade em adultos; orientação sobre a importância da atividade física;

detecção sistemática da obesidade em crianças; orientação nutricional para adultos e

crianças; detecção sistemática de diabetes em adultos; controle da hipertensão, entre outros.

Os esforços voltados para a prevenção de doenças seriam mais factíveis de serem

realizados pelas operadoras, já que a promoção da saúde envolveria um “conjunto integrado

de programas, políticas e serviços nos níveis individual, comunitário e social mais amplo...

caracterizando-se pela intersetorialidade” (Buss et al.2000:103).

A questão a ser enfrentada é como a ANS poderia fomentar ações junto às operadoras e

quais os incentivos e mecanismos necessários deveriam ser implementados para que o

mercado de saúde suplementar incorpore as dimensões de promoção da saúde e prevenção

de doenças no monitoramento das condições de saúde dos beneficiários

Partindo dessa idéia, procurou-se analisar neste trabalho como a questão é tratada sob a

ótica da metodologia Health Plan Employer Data and Information Set (HEDIS),

desenvolvida pelo National Committee for Quality Assurance (NCQA) americano para a

acreditação de planos de saúde12.

A metodologia HEDIS é amplamente reconhecida nos Estados Unidos como um

mecanismo objetivo de padronização, de melhoria na qualidade do atendimento e de

comparação dos planos de saúde. É utilizada por mais de 90% dos planos de saúde dos

EUA, medindo o desempenho do cuidado com a saúde e também a qualidade dos serviços

prestados.

Os indicadores da metodologia HEDIS, formulados desde 1999, são utilizados no

mecanismo de pontuação dos planos de saúde no processo de acreditação conduzido pelo

NCQA. Os indicadores são avaliados anualmente por um comitê conhecido como

12 O NCQA avalia os planos de saúde de três maneiras: pela acreditação dos planos de saúde (uma revisão “on site” de processos administrativos e clínicos), pela implantação da metodologia HEDIS e por realização de pesquisa de satisfação junto aos beneficiários. Para aferir a satisfação e a experiência dos usuários utiliza-se a metodologia denominada Consumer Assessment Of Health Plans Study (CAHPS). Os indicadores HEDIS correspondem a 16% da pontuação da acreditação e a pesquisa de satisfação dos beneficiários (CAHPS) corresponde a 14%.

45

Committee on Performance Measurement (CPM), formado por representantes das empresas

que adquirem planos de saúde, beneficiários, organizações de gerenciamento de planos de

saúde, em inglês Managed Care Organizations (MCOs)13, prestadores de serviço e

especialistas na área de saúde.

O NCQA utiliza as informações da metodologia HEDIS para estabelecer especificações

padronizadas, implementar normas e diretrizes relativas ao desempenho clínico, utilização

de procedimentos e das experiências, e principalmente a satisfação dos pacientes com a

assistência.

As organizações que utilizam a metodologia HEDIS e que são acreditadas pelo NCQA são:

os programas federais Medicare14 e Medicaid15; e as organizações privadas (managed

cared16). As organizações privadas são conhecidas como HMOs (Health Maintenance

Organization) e PPOs (Preferred Provider Organization). As finalidades básicas das

HMOs, além do controle financeiro, são organizar o acesso e garantir qualidade e cuidado

apropriado para com seus beneficiários, através de uma rede de médicos credenciados

concedendo reembolsos pré-estabelecidos. Segundo Andrade e Lisboa (1998:29) a HMO é

uma organização que provê cuidado à saúde através de contratação de provedores afiliados,

que podem ser contratados individualmente ou através de organizações independentes de

médicos e hospitais. A PPO se diferencia das HMOs por permitir a utilização de serviços

fora da rede de convênios, ainda que imponha divisão de custos mais onerosa para o

paciente (Andrade e Lisboa, 1998:29).

Os planos de saúde utilizam um sistema informatizado disponibilizado pelo NCQA, para

voluntariamente submeter informações, obedecendo as normas da metodologia HEDIS.

Estas informações passam a compor o banco de dados do NCQA. Aproximadamente 20%

13 Managed Care Organizations são contratos estabelecidos que compreendem as organizações que gerenciam a utilização e financiamento dos planos de saúde e provedores de serviços de saúde (Andrade e Lisboa, 1998:29). 14 O Medicare, foi criado em 1965 com objetivo de atender as necessidades médicas da população com mais de 65 anos, sendo estendido em 1973 para os beneficiários do sistema de seguridade social e para pacientes em tratamento de diálise (Andrade e Lisboa, 1998:29). 15 O Medicaid é um programa de saúde de abrangência federal e estadual dos EUA que financia assistência médica a famílias de baixa renda, iniciado em 1.965 (Andrade e Lisboa, 1998:29). 16 Managed Care: Sob o ponto de vista da população deve significar a disponibilidade de cuidados primários, a continuidade e a coordenação da atenção à saúde bem como mel horar os níveis de prevenção e saúde. Sob uma ótica gerencial as características econômicas adquirem primazia, incluindo os arranjos contratuais com os provedores de serviços para a oferta de cuidados abrangentes (freqüentemente baseados na capitação), a aceitação do controle de qualidade e utilização de serviços pelos provedores e os incentivos financeiros para clientes e provedores utilizarem os serviços apropriadamente (Bahia, 1999).

46

dos planos utilizam auditorias externas para verificar a acurácia e veracidade de suas

informações. Em geral, as medidas da ferramenta HEDIS se aplicam a pessoas que foram

assistidas por um período mínimo de um ano pelo plano de saúde, tendo atendimento e

cobertura completa.

Para coleta de dados o HEDIS utiliza dois métodos: administrativo e híbrido. Entende-se

por método administrativo o cálculo dos indicadores que aplicam o uso de dados

transacionais (armazenados no banco de dados da operadora) tanto no numerador quanto no

denominador. O método híbrido aplica dados transacionais no denominador, e o numerador

é calculado tanto por dados transacionais quanto por registros médicos. De forma geral, o

denominador consiste da coleta de dados da população elegível.

Os resultados dos indicadores são divulgados separadamente para cada linha de produto de

cada tipo de MCO (Medicare, Medicaid e planos comerciais). Uma das mais importantes

divulgações dos indicadores é o Quality Compass, um banco de dados produzido

anualmente pelo NCQA desde 1997. Os indicadores produzidos pelas operadoras são

consolidados e disponibilizados para o público em CD-ROM. Estes dados oferecem

oportunidades para examinar e comparar o desempenho das indústrias de organizações

americanas de gerenciamento da saúde com foco na qualidade da assistência da saúde, no

acesso aos serviços e satisfação do consumidor com seu plano e com o atendimento dos

médicos.

6.1 Principais características dos indicadores HEDIS

A ferramenta HEDIS consiste de um conjunto de indicadores de desempenho que

demonstra o comportamento dos planos de saúde em áreas chaves: qualidade da saúde,

acesso aos serviços e satisfação do consumidor com seu plano e com o atendimento dos

médicos. A padronização na coleta de dados é um requisito básico na elaboração da

metodologia.

Os indicadores da metodologia HEDIS são baseados em três grandes atributos classificados

como desejáveis definidos pelo NCQA: relevância, validade científica e viabilidade.

47

O atributo “relevância” significa que os indicadores devam ser relevantes para facilitar aos

consumidores na escolha dos planos de saúde ou para estimular as operadoras na melhoria

da qualidade do cuidado com a saúde. Ainda mais especificamenteeste atributo abrange as

seguintes características:

significativo: no mínimo para o consumidor individual, consumidor coletivo ou

sistemas de saúde. Ou seja, o tomador de decisão deve ser capaz de

compreender o significado clínico ou econômico;

importante para a saúde: essa característica define o tipo de indicador (de

processo ou resultado), a prevalência das condições médicas para as quais se

aplicam os indicadores e a seriedade dos resultados afetados na saúde;

importante financeiramente: o indicador deve ser relacionado às atividades

que têm forte impacto financeiro;

custo-efetividade: o indicador deve incentivar o uso de atividades como custo-

efetividade ou desencorajar o uso de atividades que têm baixo custo-efetividade;

importância estratégica: o indicador deve encorajar atividades que usam

recursos de forma mais eficiente para maximizar a saúde;

controle: os sistemas de saúde devem ser capazes de aprimorar seu

desempenho;

variância entre os sistemas: devem existir potencialmente grandes variações

entre os sistemas que se relacionam com o indicador;

potencialidade para aprimoramento: deve ser um indicador com potencial

para aprimorar o desempenho dos planos de saúde.

O atributo “validade científica” para um indicador éimportante, pois se tratando de cuidado

com a saúde, são necessárias evidências científicas. Para melhor entendimento vale

ressaltar que validade científica abrange:

evidência clínica: deve existir documentação científica que venha a integrar os

processos clínicos com os resultados;

capacidade de reprodução: deve produzir os mesmos resultados quando

repetido para a mesma população com características similares;

48

validade: deve fazer sentido lógica e clinicamente. Deve ser correlato com

outros indicadores de mesmo aspecto do cuidado e capturar aspectos

significativos do cuidado com a saúde;

precisão: deve medir precisamente o que de fato esteja ocorrendo;

ajustado com o risco: não deve ser afetado por outra variável do sistema de

controle, ou melhor, todas variáveis devem ser conhecidas e mensuradas;

comparabilidade com fontes de dados: a precisão, a capacidade de reprodução

e a validade do indicador não devem ser afetadas caso diferentes sistemas sejam

necessárias para calcular o indicador.

O atributo “viabilidade” para construção de um indicador não significa que se deva calcular

indicadores que sejam viáveis, mas sim que o processo de produção dos indicadores possa

ser viável. Alguns aspectos importantes estão relacionados com a viabilidade do indicador:

especificação precisa: o indicador deve descrever as especificações detalhadas

das fontes dos dados e dos métodos para coletá-los;

custo razoável: o indicador não pode impor requisitos complexos aos sistemas

de informação;

confidencialidade: a coleta dos dados para a geração do indicador não deve

violar os padrões de confidencialidade;

viabilidade logística: os dados utilizados para a produção do indicador devem

estar disponíveis (caso contrário deverá existir um planejamento para

disponibilização);

“auditabilidade”: o indicador não deve ser suscetível à manipulação que

poderia dificultar o trabalho de auditorias.

6.2 Dimensões de avaliação da metodologia HEDIS

Os indicadores da metodologia HEDIS contemplam 8 dimensões.

A dimensão I - Efetividade do cuidado com a saúde contém indicadores que avaliam a

qualidade clínica do cuidado com a saúde em uma operadora. Um considerável número de

indicadores avalia como a operadora acompanha os serviços preventivos e como mantém a

49

saúde dos seus beneficiários. Outros indicadores avaliam se tratamentos atualizados estão

sendo utilizados para tratar episódios agudos de doenças e auxiliar o melhoramento da

saúde de seus beneficiários. Um terceiro objetivo deste grupo é avaliar o cuidado oferecido

às pessoas com doenças crônicas e como esses beneficiários estão lidando com a doença.

Alguns exemplos de indicadores dessa dimensão são: imunização na infância; imunização

na adolescência; screening para câncer de mama; screening para câncer colo de útero;

screening de clamídia nas mulheres; controle de pacientes hipertensos; uso de medicamento

beta-bloqueador após alta de paciente que sofreu infarto agudo do miocárdio;

acompanhamento da taxa de colesterol depois de eventos agudos cardiovasculares;

cuidados abrangentes com diabéticos; uso de medicamento apropriado para pacientes com

asma; acompanhamento após internação por doença mental; gerenciamento de

medicamento antidepressivo; assistência médica com pacientes fumantes para pararem de

fumar; vacinação contra gripe para adultos com idade entre 50 e 64 anos; vacinação contra

gripe para idosos; e controle de vacinação de pneumonia para idosos.

A dimensão II – Acesso e Disponibilidade do cuidado da saúde avalia o nível de acesso

dos beneficiários aos serviços. Os indicadores são: acesso de adultos para serviços

preventivos e/ou ambulatoriais, acesso das crianças aos médicos de atenção básica, cuidado

pré-natal e pós parto, visita anual ao dentista e disponibilidade de serviços de intérpretes.

A dimensão III– Satisfação com a experiência de cuidados com a saúde abrange as

pesquisas de satisfação que são feitas com os beneficiários, tanto com informações

padronizadas sobre a experiência com o atendimento pelas operadoras, como sobre a

experiência dos pais com os cuidados com os filhos. Produz resultados padronizados,

devendo abranger cerca de 50% dos beneficiários das operadoras.

A dimensão IV - Estabilidade do plano de saúde avalia a estabilidade do plano de saúde

procurando informar ao beneficiário sobre a estrutura da operadora. Os indicadores são:

substituições dos médicos e anos no negócio/total de beneficiários.

A dimensão V - Uso dos serviços de saúde avalia quais serviços são fornecidos para os

beneficiários (hospitalares e ambulatoriais). Existem dois tipos de medidas: taxas de uso de

serviços, freqüentemente por 1.000 beneficiários/ano ou mês e porcentagem de

50

beneficiários que receberam determinados serviços. Alguns indicadores são: freqüência de

cuidados pré natal, consulta de crianças saudáveis nos primeiros 15 meses de vida, consulta

de crianças saudáveis nos 3o, 4º, 5º e 6º ano de vida, consulta de adolescentes saudáveis,

freqüência de procedimentos selecionados, serviços ambulatoriais, altas hospitalares/média

de permanência na maternidade, taxa de cesáreas, taxa de nascimento por parto normal

depois de cesária, nascimentos e média de permanência, altas hospitalares/média de

permanência psiquiátricas, porcentagem de beneficiários internados por psiquiatria

atendidos em ambulatórios e hospital/dia, altas hospitalares/média de permanência por

dependência química.

A dimensão VI - Custo do cuidado da saúde não contém nenhum indicador no HEDIS

2003. Os que tinham foram retirados devido aos questionamentos quanto à metodologia

empregada e as mudanças ocorridas no mercado de saúde americano. O NCQA está

estudando propostas de novos indicadores.

A dimensão VII - Seleção informada sobre opções de tratamento avalia como os

beneficiários participam das decisões sobre as opções de tratamentos fornecidos. Contém

apenas um único indicador: gerenciamento da menopausa.

A dimensão VIII - Informação descritiva do plano de saúde possibilita que os

beneficiários tenham informação sobre a estrutura, a adesão e os prestadores de serviços

dos planos de saúde. Alguns exemplos de indicadores são: capacitação dos profissionais,

convênios com organizações de saúde pública, educacionais e de serviços sociais, total de

adesões por porcentagem, adesões por linha de produtos, total de beneficiários não

duplicados do programa Medicaid, diversidade dos membros de Medicaid e semanas de

gravidez quando da adesão ao plano.

Na metodologia HEDIS podem ser identificados diversos indicadores dirigidos para a

prevenção de doenças e monitoramento da saúde dos beneficiários e uma carência grande

de indicadores dirigidos para a promoção da saúde. A maior parte dos indicadores voltados

para a prevenção de doenças está concentrada nas dimensões I – Efetividade com o

cuidado com a saúde, II – Acesso e Disponibilidade do cuidado da saúde e V – Uso de

serviços de saúde. É importante destacar que esses indicadores foram formulados e estão

51

em permanente processo de revisão por representantes de empresas, beneficiários,

operadoras, prestadores de serviço e especialistas na área de saúde, levando em conta a

relevância, evidência científica e viabilidade. Para maiores detalhes sobre os indicadores

HEDIS, consultar o anexo A.

Entretanto, para sugerir que a ANS adote algum desses indicadores, seria necessário

analisar o sistema de informação de uma operadora para verificar o grau de viabilidade de

sua obtenção na realidade brasileira. Para tanto, optou-se por analisar uma operadora de

autogestão por considerar que esta modalidade de empresa é mais favorável à preocupação

de monitoramento da saúde dos seus beneficiários e à adesão aos conceitos de promoção da

saúde e prevenção de doenças.

Vale ressaltar que as operadoras de modalidade autogestão seguem o princípio de que a

organização se encarrega da administração do programa da assistência à saúde dos seus

empregados e dependentes. Um dos seus principais objetivos é proteger e promover a saúde

dos beneficiários. Tanto as patrocinadas quanto as não patrocinadas dispensam a

contratação das empresas de medicina de grupo, cooperativas médicas, seguradoras, entre

outras, reduzindo os custos com o processo de intermediação.

Segundo a União Nacional das Instituições das Autogestões em Saúde (Unidas, 2003), o

mercado das autogestões se diferencia das seguradoras, cooperativas médicas, medicina de

grupo, apresentando as seguintes vantagens em relação às demais modalidades de

operadoras de planos privados de assistência à saúde:

Sem finalidade lucrativa: o que seria lucro é revertido em maiores benefícios

para os usuários;

Singularidade: o programa de saúde é concebido de acordo com as

características e necessidades da organização;

Qualidade: permite interferência direta na administração do programa, seja na

escolha dos credenciados ou na prestação e utilização de serviços, preservando a

qualidade da assistência;

Articularidade: possibilita o desenvolvimento de programas de promoção e

prevenção à saúde e de incentivo à qualidade de vida.

52

Existiam registradas na ANS, em março de 2004, 334 operadoras de autogestão, que

detinham cerca de 14% dos beneficiários. Segundo os dados do Sistema de Informações de

Beneficiários da ANS, em janeiro de 2004, um total de 283 operadoras envia seus cadastros

de beneficiários regularmente das quais apenas uma reduzida parcela, em torno de 3%, têm

mais de 100.000 beneficiários. O restante das operadoras está dividido nas seguintes faixas

de beneficiários: cerca de 80% tem menos de 15.000 beneficiários; um total de 12 % está

na faixa entre 15 a 50 mil beneficiários e 5% na faixa entre 50 a 100 mil beneficiários.

Quanto à distribuição das operadoras de autogestões por região, segundo fontes de dados da

ANS (Cadastro de Operadoras-março-2003), 55% estão localizadas na região sudeste,

17,5% na região sul, 13% na região centro-oeste, 10,5% na região nordeste e as demais na

região norte (4%). Em torno de 40% das operadoras de autogestão são de segmentação

patrocinada singular/RH e a mesma porcentagem são autogestão não-patrocinada. O

restante fica distribuído de maneira uniforme, cerca de 11%, entre a segmentação

patrocinada singular e multipatrocinada.

Gama (2003) destaca que o marketing e as bases de acesso a rede de serviços no

setor de saúde de saúde suplementar estão calçados na atenção secundária e terciária,

diferentemente do SUS que incorporou os princípios de prevenção e promoção da saúde e

do acesso pela hierarquização da rede de serviços. A autora ainda ressalta que é um grande

desafio a integração dos conceitos do SUS ao setor de saúde suplementar.

53

7 Estudo de Caso

A operadora de modalidade autogestão patrocinada singular/RH selecionada para o estudo

de caso foi a Fio-saúde, com registro ANS nº 337404 a partir do Instituto Oswaldo Cruz de

Seguridade Social - Fioprev, entidade fechada de previdência privada criada em 1985 para

atender aos servidores da Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz. Segundo Gama (2003), o

Fioprev foi criado em 1985 com o objetivo de suprir a perda de renda decorrente da

aposentadoria, já que os funcionários da Fiocruz seguiam o regime de trabalho regido pela

CLT. Com a mudança do regime de trabalho dos funcionários da Fiocruz de CLT para o

Regime Jurídico Único- RJU, a ”finalidade previdenciária da Fioprev” ficou reduzida, e

então é criada a Fio-saúde em janeiro de 1991. O processo de criação da Fio-saúde, ainda

segundo Gama (2003), teve a reivindicação dos funcionários da Fiocruz visto que

escolheram em pesquisa realizada em 1990 o quesito saúde em “primeiro lugar na escala

de suas prioridades”.

A Fio-saúde atende atualmente a cerca de 15 mil beneficiários, podendo mencionar que

esta operadora é representativa entre as demais operadoras dessa mesma modalidade, visto

que cerca de 92% contém menos que 50 mil beneficiários. Para sua gerência e

administração, a Fio-saúde utiliza um sistema de informação desenvolvido por uma equipe

interna. Dispõe de três tipos de planos: básico, superior e executivo. Seus beneficiados

utilizam a rede credenciada no Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte e Recife, a rede

credenciada da BRB Saúde17 em Brasília e a rede Unimed, que atende aos usuários de todas

as outras cidades do país.

O Plano Básico abrange consultas, exames, cirurgias e internações em clínicas e hospitais

conveniados, com acomodação em enfermaria, não provendo reembolso de despesas

realizadas, com exceções dos anestésicos e aquelas ocorridas fora da cidade onde o Fio-

Saúde mantiver rede credenciada. O Plano Superior e o Plano Executivo abrangem

consultas, exames, cirurgias e internações em clínicas e hospitais conveniados ou não, com

17 A BRB-Saúde é uma operadora de autogestão, com registro ANS nº 414310 e razão social BRB Saúde- Caixa de Assistência.

54

acomodação em quarto individual com banheiro privativo. A diferença do Plano Superior

para o Plano Executivo é no valor do reembolso sendo o primeiro em até duas vezes a

quantidade de CH`s (Coeficiente Honorários) constante na tabela de procedimentos da

Associação Médica Brasileira (AMB), no caso de consultas, exames, tratamentos e

honorários médicos, enquanto no segundo o reembolso é até em quatro vezes.

Poderão ingressar no Fio-saúde na qualidade de usuário Titular: para os inscritos até 31 de

dezembro de 1995, todos os servidores ativos, aposentados e pensionistas da Fundação

Oswaldo Cruz – Fiocruz, bem como aqueles aposentados pela Fundação antes da vigência

do Regime Jurídico Único e, ainda, todos os empregados do FioPrev.

O usuário Titular poderá manter inscritos como Dependentes seu cônjuge ou companheiro

legalmente reconhecido, filhos(as) e tutelados(as) solteiros(as) menores de 21 anos, filhos

(as) e tutelados(as) solteiros(as), de qualquer idade, quando acometidos de invalidez

permanente ou filhos(as) e tutelados(as) solteiros(as) maiores de 21 anos e menores de 24

anos, desde que cursando o 3° grau em estabelecimento de ensino superior público ou

privado. O Titular poderá inscrever como Agregado filhos(as) e tutelados(as) solteiros(as)

que tenham perdido ou não satisfaçam todas as condições de dependência estabelecidas

anteriormente, enteado de qualquer condição, desde que solteiros e com até 21 anos na data

da inscrição, netos(as), irmãos(ãs), sobrinhos(as) e menores sob guarda do Titular ou do seu

cônjuge desde que solteiros e com até 21 anos na data da inscrição, mãe e pai do Titular e

ex-cônjuge, quando a vinculação se der por força de sentença judicial.

7.1 O sistema de informação da operadora Fio-saúde

O atual sistema de informação da operadora Fio-saúde, Sistema de Assistência Médica

(SAM), foi implantado em outubro de 2002, tendo se baseado em um sistema desenvolvido

em 1993. O SAM foi desenvolvido por uma equipe terceirizada que trabalha internamente

na operadora. A tecnologia empregada foi o banco de dados relacional Oracle, tendo como

front-end o Oracle-Forms. O Sistema de Assistência Médica se relaciona basicamente com

as seguintes entidades externas (Figura 4): Prestadores de Serviços, Beneficiários, ANS e

55

SIAPE (Sistema Integrado de Administração de Pessoal, sistema computacional de âmbito

federal utilizado para controle de folha de pagamento para os servidores públicos).

Figura 4 - Diagrama de contexto do Sistema de Assistência Médica (SAM – Fio-Sáude)

Sistema deAssistênciaMédica

BeneficiárioSenha de autorização

Guia de reembolso

Prestadoresde serviço

ANS

Cobrança e reembolso

Guia de consulta

Guia de internação

Guia de exame

Pagamentos e glosas

Informações para oSIP ( Sistema deInformações deProdutos)

Geração do arquivopara o SIB ( Sistemade Informações deBeneficiários)

Mensalidade e co-participação

Sistema deControle de Boletos/SIAPE

CredenciamentoCadastramento

Guia de honorários

56

O Sistema de Assistência Médica da operadora Fio-saúde é dividido em cinco módulos

(Figura 5):

Módulo de Cadastro: trata basicamente do cadastro dos beneficiários dos planos,

ou seja, dos titulares, dependentes e agregados;

Módulo de Credenciamento de Prestadores: realiza a manutenção dos

prestadores de serviço, reativando, controlando depósitos e recolhimento de

INSS. Emite relatórios tais como: credenciados por UF, extrato de

credenciamento, livro de credenciados, distribuição geográfica dos beneficiários

x prestadores e cadastro dos prestadores;

Módulo de Atendimento: controla a autorização, através de senhas, dos

atendimentos realizados para os beneficiários, englobando os exames, consultas

e internações/prorrogações;

Módulo de Faturamento: permite o cadastramento das guias (consulta, exame,

honorários clínicos e cirúrgicos, internações e remoções), o faturamento

eletrônico das guias da Unimed, notas fiscais e controle de pagamentos. Esse

módulo faz todo o controle das glosas, possibilitando a consolidação das receitas

totais versus as despesas. Pode-se citar que esse módulo é o mais relevante;

Módulo de Reembolso: trata do controle de reembolsos de serviços médicos

para os usuários.

57

Figura 5– Módulos do Sistema de Assistência Médica (SAM - Fio-saúde)

O Sistema de Assistência Médica emite 3 grupos de relatórios gerenciais: faturamento,

credenciados e usuários/beneficiários. Pode-se citar como exemplo alguns relatórios mais

utilizados.

No grupo de faturamento os seguintes relatórios podem ser emitidos:

“Faturamento de usuários”;

“Maiores despesas no período” cujo período pode ser de livre escolha do usuário

do sistema e apresenta os cinqüenta primeiros beneficiários com maior gasto

(nome do beneficiário, tipo, plano, idade, status e valor).

Pode-se também emitir o relatório de indicadores de desempenho da:

modalidade ambulatorial: consulta/usuário/ano, exame/consulta/ano,

exame/usuário/ano, total de procedimentos/usuário/ano;

modalidade internação: internações/usuário/ano, diárias/usuário/ano, diária

uti/usuário/ano, diárias por internação, diárias por internado, nº de exames (SADT)

internado, gasoterapia por internação, honorários por internação, honorários por

diária, taxas por internação e taxas por diária. Nesse grupo também é possível emitir

relatório sobre a evolução das despesas médicas e freqüência de consultas por idade e

tipo de usuário.

Cadastro AtendimentoCredencia-

mento Faturamento Reembolso

58

Quanto ao grupo de credenciados, o sistema emite o relatório de:

“Credenciados mais utilizados”;

“Distribuição geográfica de usuários x prestadores” que apresenta o número de

prestadores por tipo e por bairro do Rio de Janeiro.

O grupo de usuários emite o relatório sobre o “Censo de usuário” o qual apresenta o

quantitativo de usuários por faixa etária a escolher.

Pode- observar que os relatórios emitidos pelo sistema não tratam de monitoramento da

saúde dos seus beneficiários. O enfoque é totalmente para questões financeiras e

administrativas.

7.1.1 A estrutura lógica do banco de dados do Sistema de Assistência Médica

O banco de dados do Sistema de Assistência Médica foi projetado com base no modelo

relacional e utiliza o gerenciador de banco de dados Oracle para o armazenamento. Esse

gerenciador é amplamente conhecido e utilizado no mercado de informática como um

banco de dados robusto, seguro e apropriado para manipular grandes massas de dados. O

Sistema de Assistência Médica utiliza os recursos do gerenciador Oracle tanto para

questões de segurança e acesso dos usuários quanto para a implantação de constraints

(restrições) que asseguram a integridade dos dados.

O banco de dados da operadora Fio-saúde tem como principais entidades:

Usuário: entende-se como usuário a pessoa que adquire um plano de saúde

na operadora Fio-saúde;

Prestador: entende-se como prestador, entidade ou pessoa física que presta

serviços de saúde ao Fio-saúde;

Guia (Consulta, Exame, Internação, Honorário e Reembolso): entende-se

como guia o formulário preenchido pelos prestadores de serviços de saúde

ou aqueles preenchidos pelos beneficiários para solicitação de reembolso;

59

Especialidade: entende-se como especialidade os procedimentos da tabela da

AMB (Associação Médica Brasileira);

Pagamento: controla os pagamentos das guias;

Plano: é o serviço de saúde adquirido pelo usuário.

A entidade Usuário armazena os dados pessoais do usuário como, por exemplo, matrícula,

nome, nome da mãe, endereço, data de nascimento, sexo, cpf, identidade, estado civil e

parentesco. Quando da adesão ao plano este usuário é incluído na tabela Inscrição-Fio-

saúde que contém basicamente o código do plano, o tipo de usuário

(titular/dependente/agregado) e a data de adesão.

A entidade Prestador de Serviços armazena dados como CPF/CNPJ, tipo do prestador,

nome e nome fantasia.

A entidade Guias se subdivide em Guias de Consulta, Guia de Internação, Guia de Exame,

Guia de Honorários e Guia de Reembolso, armazenando dados como número da guia, valor

cobrado, data do pagamento, especialidade (guia de consulta), tipo de tratamento (guia de

internação), código do médico e a matrícula do usuário.

Existe uma tabela extremamente relevante no banco de dados, que armazena historicamente

os registros das guias, chamada de tabela “Usuário participação”. Essa tabela é carregada a

partir da digitação das guias e contém diversas colunas, destacando-se: matrícula do

usuário, número da guia, itens da guia, data do evento, situação da guia (paga ou não), valor

da guia, valor da participação e CPF (Cadastro de Pessoa Física) ou CNPJ (Cadastro

Nacional de Pessoa Jurídica) do prestador.

A Figura 6 apresenta as macro-entidades do banco de dados da operadora Fio-saúde.

60

Figura 6 - Diagrama das macro-entidades do Banco de Dados da operadora Fio-saúde

Usuários Plano

Prestadores

Reembolso Senha

Guias

Glosas

Grupo deguias

Pagamentos

Usuários Plano

Prestadores

Reembolso Senha

Guias

Glosas

Grupo deguias

Pagamentos

61

7.2 Exploração do banco de dados da operadora Fio-saúde visando a

obtenção de indicadores de promoção de saúde e prevenção de

doenças

A partir da análise do sistema de informação da operadora Fio-saúde foi possível detectar a

existência de duas entidades básicas para a obtenção de indicadores voltados para o

desempenho da operadora no que se refere à saúde dos beneficiários e mais

especificamente a prevenção de doenças, quais sejam: Usuários e Guias.

7.2.1 Usuários

De acordo com análises realizadas no banco de dados de assistência médica, o Fio-saúde

contém 14.928 beneficiários inscritos até 31 de dezembro de 2002, distribuídos conforme

Tabela 9. Considerando o número total de beneficiários observa-se uma proporção

semelhante nos planos básico e superior (43,8% e 44,6% respectivamente) e apenas 11,6%

dos beneficiários fazem parte do plano executivo.

Tabela 9 - Distribuição dos beneficiários da operadora Fio-Saúde segundo tipo de plano e vínculo dos beneficiários

Tipo de Plano Vínculo do beneficiário

Titular Dependente Agregado Total %

Plano Básico 1822 2797 1914 6533 43,8

Plano Superior 2037 3125 1498 6660 44,6

Plano Executivo 584 763 388 1735 11,6

Total 4443 6685 3800 14928 100,0 Fonte: Sistema de Assistência Médica da operadora Fio-saúde, inscritos até 31 de dezembro de 2002

As Tabelas 10 e 11 apresentam a distribuição dos beneficiários da operadora Fio-saúde

segundo faixa etária, tipo de plano e sexo. Observa-se que para os três planos existe uma

semelhança nas distribuições etárias em cada sexo com uma predominância dos homens até

a faixa etária 15 a 24 anos e uma tendência oposta, ou seja, predomínio das mulheres a

partir dos 25 anos. A mediana da idade (Tabela 12) dos homens e das mulheres são

62

semelhantes no caso dos planos básico e superior, em torno de 36 e 40 anos

respectivamente. No plano executivo a mediana é 6 anos mais elevada nos dois sexos.

Tabela 10 - Distribuição dos beneficiários da operadora Fio-Saúde segundo tipo de plano, faixa etária e sexo

Tipo de Plano Plano Básico Plano Superior Plano Executivo Total Faixa

Etária Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Geral

0 - 4 anos 157 148 201 167 23 27 385 338 723 5 - 9 anos 215 224 253 246 45 46 514 515 1029

10 - 14 anos 258 294 281 283 54 53 592 631 1223 15 - 24 anos 530 544 478 470 129 132 1140 1143 2283 25 - 49 anos 920 1285 1053 1380 333 219 2192 2998 5190 50 - 64 anos 431 587 417 567 179 151 999 1333 2332 65 em diante 335 605 316 548 224 120 771 1377 2148

Totais 2846 3687 2999 3661 987 748 6593 8335 14928 Fonte: Sistema de Assistência Médica da operadora Fio-saúde, inscritos até 31 de dezembro de 2002.

Tabela 11 - Distribuição percentual dos beneficiários da operadora Fio-saúde por faixa etária, tipo de plano e sexo

Plano Básico Plano Superior Plano Executivo Total Faixa Etária

Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

0 - 4 anos 5,5% 4,0% 6,7% 4,6% 3,6% 2,3% 5,8% 4,1% 5 - 9 anos 7,6% 6,1% 8,4% 6,7% 6,1% 4,6% 7,8% 6,2%

10 - 14 anos 9,1% 8,0% 9,4% 7,7% 7,1% 5,5% 9,0% 7,6% 15 - 24 anos 18,6% 14,8% 15,9% 12,8% 17,6% 13,1% 17,3% 13,7% 25 - 49 anos 32,3% 34,9% 35,1% 37,7% 29,3% 33,7% 33,2% 36,0% 50 - 64 anos 15,1% 15,9% 13,9% 15,5% 20,2% 18,1% 15,2% 16,0% 65 em diante 11,8% 16,4% 10,5% 15,0% 16,0% 22,7% 11,7% 16,5%

Totais 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% Fonte: Sistema de Assistência Médica da operadora Fio-saúde

63

Tabela 12 - Médias de idade segundo tipo de plano e sexo dos beneficiários

Idade Tipo de Plano Sexo

Média Mediana

Mulheres 38,8 40 Plano Básico Homens 35 36

Mulheres 38,3 39 Plano Superior Homens 34,2 36

Mulheres 43,8 46 Plano Executivo Homens 39,6 42

Mulheres 39,1 41 Homens 35,1 36 Total

Geral 37,4 38 Fonte: Sistema de Assistência Médica da operadora Fio-saúde

A Tabela 13 apresenta a razão entre os dependentes e agregados por titulares que no final

de 2002 estava em torno de 2,4. A maior razão foi observada no plano básico (2,6

dependentes e agregados por titular) e a menor no plano executivo (2,0 dependentes e

agregados por titular).

Tabela 13 – Razão entre os dependentes e agregados em relação aos titulares por tipo de plano

Tipo de Plano Vínculo Razão

Titular

T Dependente

D Agregado

A (D+A)/

T Plano Básico 1822 2797 1914 2,6 Plano Superior 2037 3125 1498 2,3 Plano Executivo 584 763 388 2,0 Total 4443 6685 3800 2,4

Fonte: Sistema de Assistência Médica da operadora Fio-saúde – beneficiários inscritos até 31 de dezembro de 2003

7.2.2 Guias

As guias são os documentos preenchidos pelos prestadores de serviços para efeitos de

pagamento (guias de consulta, de exame, de internação, de serviços médicos-honorários e

de remoção) e também preenchidas pelo beneficiário (guia de reembolso) para solicitação

de reembolso, sendo todas digitadas no sistema (SAM).

64

Todas as guias preenchidas pelos prestadores de serviços contêm o nome e cnpj do

prestador, data do evento e identificação do usuário. A guia de consulta contém

informações sobre a especialidade e valor da consulta. A guia de exame contém

informações sobre a valores e quantidade de medicamentos, material e gases utilizados,

código AMB do exame e o CID (Código Internacional de Doenças) do paciente. A guia de

internação contém informações dos procedimentos, dos valores dos medicamentos, diárias,

material, taxas e gases, tipo de ocorrência (eletiva ou urgência) e tipo de internação (clínica

ou cirúrgica), data da alta e o CID do paciente. A guia de serviços médicos-honorários

contém o tipo de ocorrência (eletiva ou emergência), nome e CPF dos médicos envolvidos

e código AMB do procedimento principal. A guia de reembolso contém informações

referentes às solicitações de reembolso: identificação do usuário, tipo de atendimento e

valor solicitado.

No que se refere ao número de consultas por beneficiário, observa-se na Tabela 14 que ao

longo do ano de 2002 a média geral é de 3,8 consultas por beneficiário, sendo que no caso

dos planos básico (3,9) e superior (4,0) os valores estão um pouco acima da média e no

plano executivo o valor encontra-se abaixo da média (3,1). Os coeficientes observados

para as mulheres são superiores em todos os planos, sendo que os diferenciais por sexo são

muito semelhantes no caso do plano básico e superior (em torno de 4,8 para as mulheres e

3,0 para os homens). No plano executivo os coeficientes de utilização são menores nos dois

sexos, embora permaneça um diferencial em favor das mulheres (3,7 e 2,4).

Quanto aos exames complementares observa-se um coeficiente geral de 12,4 exames por

beneficiário com pequenas diferenças entre os tipos de plano, sendo que é observada uma

tendência inversa à observada para consulta: o plano executivo tem o valor acima da média

(16,0). Os valores do plano básico tanto para as mulheres (13,1) e os homens (7,4) são os

mais baixos. Assim como no caso das consultas as mulheres têm coeficientes maiores do

que os homens. Entretanto, os diferenciais por sexo são muito semelhantes nos três tipos de

plano.

No que se refere às internações por cem beneficiários observa-se que os coeficientes são de

10,1 no geral e a tendência também inversa à observada para consultas, sendo que os

coeficientes mais altos são observados para o plano executivo (12,0) seguindo-se o superior

65

(9,9) e o básico (9,9) exatamente iguais. Para o conjunto dos planos os coeficientes para as

mulheres (10,5) são maiores do que para os homens (9,6). Entretanto, os diferenciais por

sexo em cada plano tem um comportamento distinto, sendo que o maior coeficiente é

observado para os homens no plano executivo (12,7) e o menor para os homens no plano

básico (8,9). No plano básico e superior os coeficientes são maiores para as mulheres,

sendo que as diferenças entre sexos são mais importantes no plano básico (8,9 para os

homens e 10,7 para as mulheres) e pouco significativas no plano superior (9,6 para os

homens e 10,1 para as mulheres).

Tabela 14 – Taxas de utilização de serviços de saúde segundo tipo de plano e sexo

Tipo de Plano Sexo Beneficiários

Consulta por

beneficiário

Exame por beneficiário

Internação por 100

beneficiários

Básico F 3687 4,7 13,1 10,7 Básico M 2846 2,9 7,4 8,9 Básico Total 6533 3,9 10,6 9,9 Superior F 3661 4,8 16,3 10,1 Superior M 2999 3,0 9,5 9,6 Superior Total 6660 4,0 13,3 9,9 Executivo F 987 3,7 19,4 11,4 Executivo M 748 2,4 11,5 12,7 Executivo Total 1735 3,1 16,0 12,0 Total de mulheres 8335 4,6 15,2 10,5 Total de homens 6593 2,9 8,9 9,6 Total geral 14928 3,8 12,4 10,1

Fonte: Sistema de Assistência Médica da operadora Fio-saúde – ano de referência: 2002 coeficientes calculados segundo os dados fornecidos em 03/05/2004

Conforme relatório geral do SIP, disponibilizado na página internet da ANS, a média anual

da saúde suplementar para freqüência de utilização do indicador “consultas médicas”, para

as operadoras com até 100.000 beneficiários, planos coletivos, no ano de 2002, é de 3,97 o

que é bem próximo ao resultado obtido de valor 3,8 no banco de dados da operadora Fio-

saúde (Tabela 14). Entretanto, no caso dos exames complementares, a operadora Fio-saúde

apresenta um valor (12,4) que é praticamente o dobro da média disponibilizada no relatório

do SIP (6,3) e próxima da média observada para todas as operadoras, independente do porte

e do tipo de contrato (11,53). A taxa de internação por cem beneficiários obtida na

66

operadora (10,1) é inferior a taxa de internação do SIP (15,0) para operadoras até 100.000

beneficiários, nos planos coletivos.

7.2.3 Viabilidade de obtenção de indicadores da metodologia HEDIS no banco de dados da operadora Fio-saúde

Inicialmente foi realizada uma análise prévia dos 52 indicadores propostos pela

metodologia HEDIS (anexo A), por dimensão, considerando somente o método

administrativo. Ou seja, foi avaliada a viabilidade de cálculo do denominador e do

numerador do indicador no banco de dados do SAM.

A dimensão I – Efetividade com o cuidado com a saúde contempla os indicadores mais

apropriados para a prevenção de doenças considerando o monitoramento da saúde dos

beneficiários. Alguns indicadores, como aqueles de controle de imunização na infância e na

adolescência e vacinação de gripes e pneumonia nos idosos, não podem ser calculados pelo

banco de dados da operadora, pois na realidade brasileira estas questões fazem parte do

contexto das políticas de saúde pública. Porém uma amostragem poderia ser feita junto aos

beneficiários no sentido de avaliar tais indicadores. Também foi observado que a operadora

não contém controles sobre os beneficiários hipertensos, diabéticos, fumantes, asmáticos,

aqueles que usam beta-bloqueador depois de infartos agudos no miocárdio, com colesterol

alto e que sofreram eventos agudos cardiovasculares, internados por problemas mentais e

medicados por depressão. Seria necessário também um trabalho por amostragem de coleta

de dados junto aos beneficiários ou até mesmo um estudo para que novas informações

sobre fatores de risco e história familiar de doenças fossem incluídas nas guias para que os

prestadores de serviço pudessem preencher. Nesta dimensão somente três (3) indicadores

podem ser totalmente calculados: “screening para câncer de mama”, “screening para câncer

colo de útero”, “screening de clamídia nas mulheres”.

Na dimensão II – Acesso e disponibilidade do cuidado da saúde três (3) indicadores para

avaliação do acesso aos serviços importantes e básicos são factíveis: “acesso de adultos

para serviços preventivos ou ambulatoriais”, “acesso da criança para médicos de atenção

básica” e “cuidado pré-natal e pós-parto”. O indicador que avalia “visita anual ao dentista”

67

não se aplica no caso desta operadora e o de serviços disponíveis de tradução não foi

avaliado por não ter sido considerado necessário na realidade brasileira.

Na dimensão III– Satisfação com a experiência de cuidados com a saúde os indicadores

não foram avaliados por não fazerem parte do escopo do trabalho.

A dimensão IV - Estabilidade do plano de saúde contempla somente dois (2) indicadores

sendo estes a avaliação para “substituições dos médicos” e “anos no negócio/total de

beneficiários”. Esses indicadores foram considerados totalmente factíveis, embora não

sejam voltados para a promoção da saúde e nem para a prevenção de doenças dos

beneficiários.

A dimensão V - Uso dos serviços de saúde contempla indicadores sobre quais são os

serviços prestados para a população beneficiária. A dimensão tem ao todo dezessete (17)

indicadores, dos quais dez (10) são totalmente factíveis para serem calculados: “freqüência

de procedimentos selecionados“,“internações em casos agudos“,“internações em casos não

agudos“,“altas hospitalares e média de permanência na maternidade“,“taxa de cesáreas“ (já

calculados pelo sistema SIP), “taxa de nascimento por parto normal/taxa de cesária”,

“média de permanência de internações psiquiátricas”, “porcentagem de beneficiários

internados por doenças mentais” e “internações por dependência química”. Os indicadores

de consultas de “crianças saudáveis nos primeiros 15 meses de vida”, “consultas de

crianças saudáveis nos 3o, 4o, 5o e 6o ano de vida” e “consultas de adolescentes saudáveis”,

importantes para a prevenção de doenças, podem ser parcialmente calculados, pois a

operadora não contém no seu banco de dados nenhum controle se a criança/adolescente é

saudável ou não. O indicador “cuidados ambulatoriais” pode ser parcialmente calculado.

Não pode ser calculado, pelo banco de dados, o indicador de nascidos vivos, pois tal

informação não faz parte da guia de internação. O indicador “uso de medicamentos” não se

aplica no caso da operadora Fio-saúde já que os beneficiários não têm direito a receber

qualquer tipo de medicamento.

A dimensão VI - Custo do cuidado da saúde não possui indicadores.

68

A dimensão VII - Seleção informada sobre opções de tratamento possui somente um

indicador para gerenciamento da menopausa que não pode ser calculado.

A dimensão VIII - Informação descritiva do plano de saúde contém ao todo sete (7)

indicadores e somente dois (2) indicadores são totalmente factíveis: “porcentagem de

adesões de beneficiários“ e “adesões por linha de produtos“.

A Tabela 15 apresenta uma síntese da avaliação realizada no banco de dados da operadora

Fio-saúde tendo em vista a possibilidade de produção dos indicadores da metodologia

HEDIS. Como pode ser visto, 50% dos indicadores da metodologia HEDIS podem ser

aplicados no banco de dados da operadora Fio-saúde, sendo que cerca de 30% podem ser

totalmente calculados. Um total de nove indicadores não se aplica ou pela realidade no

Brasil ou no caso do grupo III - Satisfação com a experiência de cuidados com a saúde,

os indicadores não foram avaliados por não fazerem parte do escopo deste trabalho. Vale

ressaltar que, no grupo I – Efetividade do cuidado com a saúde não é possível calcular a

grande maioria dos indicadores, por faltar informações no banco de dados da operadora.

Segundo o HEDIS (2003), resultados elevados nesta dimensão permitem concluir que

existe uma boa troca de informação entre os prestadores de serviço e as operadoras,

importante para o monitoramento das condições de saúde dos beneficiários. Para esta

dimensão, faz-se necessário avaliar o grau de relevância de cada indicador no sentido de

ampliar a coleta dos dados por parte das operadoras em relação aos prestadores de serviços.

Tabela 15 – Análise dos indicadores HEDIS no banco de dados da operadora Fio-saúde

Viabilidade de obtenção Dimensão dos indicadores Qtde

Sim Parcial Não

Não

avaliado

1. Efetividade do cuidado com a saúde 17 3 - 13 1 2. Acesso e disponibilidade do cuidado da saúde 5 1 2 1 1 3. Satisfação com a experiência de cuidados

com a saúde 3 - - - 3

4. Estabilidade do plano de saúde 2 2 - - - 5. Uso do serviço 17 9 7 - 1 6. Custo do cuidado da saúde 0 - - - - 7. Seleção de tratamento baseada em

informação 1 - - 1 -

8. Informação descritiva do plano de saúde 7 2 - 2 3 TOTAL 52 17 9 17 9

Estão sendo considerados apenas os dados existentes no banco de dados da operadora Fio-saúde.

69

7.3 Indicadores relacionados à promoção da saúde e detecção precoce de

doenças, calculados a partir do banco de dados da operadora Fio-

saúde

A análise do banco de dados da operadora Fio-saúde permitiu identificar a possibilidade de

calcular três (3) indicadores tal como definidos pela metodologia HEDIS e propor outros

três (3) tomados como proxy de indicadores HEDIS, para os quais foi necessário fazer

algumas adaptações, tendo em vista a qualidade das informações do banco de dados da

operadora Fio-saúde.

O cálculo dos indicadores HEDIS seguiu os seguintes passos:

- seleção do ano para análise: 2002;

- seleção do tipo do plano: plano básico, superior ou executivo;

- seleção da população elegível, o seja, o denominador do indicador (obtido a partir

da Tabela Usuário);

- seleção dos eventos do numerador para a população elegível (obtido a partir da

Tabela Guia), utilizando o referido código do procedimento AMB;

- cálculo do percentuais de beneficiários que realizaram os eventos correspondentes

a cada indicador.

Para os demais indicadores procurou-se seguir a mesma metodologia para a definição dos

indicadores HEDIS, explicitando as adaptações realizadas.

O cálculo foi desenvolvido por programas na linguagem SQL, ou queries18, compatível

com a tecnologia Oracle Para maiores detalhes quanto aos procedimentos realizados no

banco de dados, consultar o anexo B.

Como alguns indicadores da metodologia HEDIS são voltados para screening de câncer,

vale destacar algumas considerações da agência federal americana, conhecida como

Centers for Disease Control and Prevention (CDC), responsável pelas definições de

18 Queries são técnicas de consultas à banco de dados relacional utilizando uma linguagem padrão denominada SQL (Standard Query Language).

70

desenvolvimento e controle de doenças preveníveis, saúde ambiental e promoção da saúde

e atividades educacionais para aprimorar a qualidade da saúde da população nos Estados

Unidos. De acordo com o CDC, publicado em Promising practices in chronic disease

prevention and control, 2003 o câncer é a 2ª maior causa de morte nos Estados Unidos. De

1950 até 1991 as mortes nos Estados Unidos por câncer cresceram significativamente. No

entanto, a partir de 1991 essas taxas decresceram em virtude do declínio da causa morte por

câncer de pulmão. Neste documento o CDC elege como prioritários 5 tipos de câncer

considerando: importância de novos casos que vêm surgindo (mama, colo-retal e próstata),

habilidade de detecção precoce através de screening (mama, cervical e colo-retal), aumento

da prevalência (melanoma) e potencial de sobrevivência por 5 anos com diagnóstico

precoce (cervical e próstata). Segundo o CDC, os cânceres que podem ser detectados por

screening correspondem à metade dos novos casos de câncer. Detectados em estágios

precoces, a taxa de sobrevida por 5 anos se aproxima de 95%19.

Nesse documento, o CDC esclarece também algumas questões relevantes. Sobre o câncer

de mama: para as mulheres entre 50 e 69 anos, existem fortes evidências que o screening de

câncer de mama reduz o risco de morte em 30%; câncer do colo do útero: redução

significativa da taxa de incidência nos últimos anos, principalmente pela prática de

realização do exame de Papa-nicolau; câncer de próstata: os homens devem ser

aconselhados nas consultas aos urologistas, por exemplo, sobre as opções quanto às práticas

preventivas (exame de toque retal a partir dos 50 anos ou exame sanguíneo de níveis de

PSA (Prostate Specific Antigen). A decisão quanto ao screening de próstata deve ser

tomada conjuntamente entre pacientes e médicos, uma vez que os especialistas ainda

discordam da efetividade do screening (PSA e Toque retal).

7.3.1 Indicador “Screening para câncer de mama”

Para calcular este indicador foi necessário selecionar a população elegível (mulheres entre

52 e 69 anos), inscrita até 31 de dezembro de 2002 (Figura 7). Para cada uma das mulheres

verificou-se, através da Tabela de Guias, o registro de realização de pelo menos uma

19 Segundo o CDC(2003) a taxa de sobrevida por 5 anos do câncer de mama é de 97%, próstata 97%, pulmão 15%, colo de útero e reto 62%.

71

mamografia (código da AMB: 32080050, mamografia bilateral) nos últimos dois anos:

2001 e 2002.

Figura 7 – Ficha do indicador “Screening para câncer de mama”

Indicador: Screening para câncer de mama Descrição: porcentagem de mulheres de 50 a 69 anos de idade que estavam continuamente inscritas durante o ano de 2002 e 2001 que fizeram pelo menos uma mamografia durante o ano de 2002 ou 2001. Ano de referência: 2002 População elegível: Plano: Básico, Superior e Executivo Idade: mulheres de 52 a 69 anos em 31 de dezembro de 2002 Data limite de inscrição: 31 de dezembro de 2002 Período de interrupção de cobertura aceita: até 45 dias para cada ano de inscrição* Denominador: população elegível Numerador: mulheres que realizaram uma ou mais mamografias no ano de 2002 ou no ano anterior (consultada a tabela de Guia_exame com código de procedimento 32080050 MAMOGRAFIA BILATERAL.) Exclusões: pessoas com mastectomia bilateral realizadas simultaneamente ou não* *esses dois critérios não foram considerados no caso da operadora Fio-saúde. Entretanto, dado o número total de mulheres, acredita-se que esses eventos seriam de baixa frequência, e não influenciariam a magnitude das taxas obtidas.

Tabela 16 – Porcentagem de mulheres de 50-69 anos que realizaram pelo menos uma mamografia no período de 2001-2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano

Tipo de Plano

Total de mulheres

Número de mulheres que realizaram pelo

menos uma mamografia

%

Básico 689 336 48,8 Superior 584 333 57,0

Executivo 176 107 60,8 Média 1449 776 53,5

Fonte: Banco de Dados da operadora Fio-saúde

A Tabela 16 apresenta os resultados do indicador “screening para câncer de mama“, para

todos os tipos de plano da operadora Fio-saúde. O valor médio da taxa, considerando todos

os planos, foi de 53,5%, que corresponde ao percentual de mulheres entre 50 e 69 anos de

idade que fizeram uma mamografia nos últimos dois anos. O maior percentual de realização

de mamografias ocorreu no plano executivo (60,8%). A menor taxa foi obtida para o plano

básico (48,8%) ficando a taxa do plano superior (57,0%) mais próxima do executivo.

Segundo o INCA (www.inca.gov.br), toda mulher, com mais de 40 anos, deve procurar um

72

ambulatório, centro ou posto de saúde para realizar o exame clínico das mamas anualmente.

Além disso, toda mulher entre 50 e 69 anos deve fazer, pelo menos, uma mamografia a

cada dois anos, o que coincide com a definição do indicador proposto pelo HEDIS. Isso

significa que, a menos que as mulheres beneficiárias estejam fazendo mamografias através

de provedores que não pertencem à rede credenciada, os percentuais obtidos para esse

indicador estão muito aquém do preconizado pelo INCA. Além disso, notam-se diferenças

importantes nos valores obtidos segundo o tipo de plano, sendo que as mulheres

cadastradas no plano básico são as menos sujeitas à detecção precoce de câncer de mama.

Segundo o NCQA (www.ncqa.org) a média nacional dos planos americanos que

forneceram informação relativas ao ano de referência 2002 (Tabela 17). A taxa média de

mamografias em planos comerciais aumentou de 70,35% para 75,45% entre 1996 e 2001. O

resultado indica que a média nacional nos Estados Unidos excede a meta pretendida de

70% do programa Healthy People 201020, nos Estados Unidos. Os números americanos dos

planos comerciais (74,9%) e do Medicare (74,5%), dirigido à população idosa, contrastam

com a média da operadora Fio-saúde (53,5%), cuja taxa média é próxima do programa

Medicaid (55,8%), dirigido à população carente americana.

Tabela 17 – Taxas de “screening de câncer de mama”, segundo tipo de plano, nos Estados Unidos, 1996 a 2002

Taxa de Screening de Câncer de mama - HEDIS População Ano N Taxa 10 %

interv.

25 %

interv.

Mediana 75%

interv.

90% interv.

Plano Comercial 1996 342 70.35 60.80 66.00 70.80 75.60 80.00

Plano Comercial 1997 471 71.05 62.53 66.82 71.48 75.74 80.54

Plano Comercial 1998 428 72.13 62.69 68.47 72.48 76.94 81.02

Plano Comercial 1999 369 73.40 64.23 69.67 73.98 78.19 81.62

Plano Comercial 2000 356 74.46 65.96 70.88 74.77 79.02 82.73

Plano Comercial 2001 325 75.45 69.04 72.51 75.82 79.60 83.15

Plano Comercial 2002 - 74.90 - - - - -

Medicaid 2000 73 54.87 42.65 49.85 55.57 60.77 67.31

Medicaid 2001 - 55,10 - - - - -

Medicaid 2002 - 55,80 - - - - -

Medicare 2000 197 73.90 63.01 69.07 75.40 80.39 83.89

20 O programa Healthy People, coordenado por agentes federais e estaduais, tem como propósito definir objetivos de promoção à saúde para toda a nação para os dez primeiros anos do século XXI.

73

Medicare 2001 - 75,30 - - - - -

Medicare 2002 - 74,50 - - - - -

Fonte: dados disponibilizados no página da internet do NCQA www.ncqa.org – janeiro/2004 Não foram localizadas na página da internet todas as colunas da tabela acima.

Segundo o NCQA, deve-se estimular a promoção do screening de câncer de mama através

de um forte programa de divulgação da importância desse exame na prevenção ou detecção

precoce da doença. Além disso, deve-se avaliar o acesso a esse procedimento procurando

localizar a rede de laboratórios especializados em relação à moradia dos beneficiários

(população elegível), já que grandes deslocamentos podem funcionar como barreiras

importantes na procura por exames preventivos.

7.3.2 Indicador “Screening para câncer do colo de útero”

Para o cálculo deste indicador foi selecionada a população das mulheres entre 18 e 64 anos,

inscritas até 31 de dezembro de 2002 (Figura 8). Para cada uma delas foi avaliado se, pelo

menos um procedimento com código AMB 21010056 (exame citopatológico exo-endocolo

de útero e vaginal), foi realizado nos últimos três anos (2000,2001 e 2002).

Figura 8 - Ficha do indicador “Screening para câncer colo de útero”

Indicador: Screening para câncer colo de útero Descrição: porcentagem de mulheres de 18 a 64 anos de idade que estavam continuamente inscritas durante o ano de 2002 , 2001 e 2002 que fizeram pelo menos um exame de Papanicolau durante o ano de 2002 ou nos dois anos anteriores. Ano de referência: 2002 População elegível: Plano: Básico, Superior e Executivo Idade: mulheres de 21 a 64 anos em 31 de dezembro de 2002 Data limite de inscrição: 31 de dezembro de 2002 Período de interrupção de cobertura aceita: até 45 dias para cada ano de inscrição* Denominador: população elegível Numerador: uma ou mais exames de Papanicolau no ano de 2002 ou nos dois anos anteriores (consultada a tabela de Guia_exame com código de procedimento 21010056). Exclusões: mulheres que realizaram histerectomia sem resíduo de colo* *esses dois critérios não foram considerados no caso da operadora Fio-saúde. Dado o número total de mulheres considera-se que esses eventos seriam de baixa frequência.

A Tabela 18 apresenta o resultado do cálculo do indicador “screening para câncer colo de

útero“, para todos os tipos de plano. Para o conjunto dos planos, o valor médio da taxa foi

74

66,1%. A maior taxa foi observada para o plano superior (68,3%), em seguida o plano

básico (65,2%) e o plano executivo (60,4%). Essas taxas têm como premissa que os exames

de Papanicolau foram feitos na rede credenciada da operadora ou em estabelecimentos

privados através de reembolso no caso dos planos superior e executivo. Segundo o INCA

(www.inca.gov.br), o câncer do colo útero é o que apresenta um dos mais altos potenciais

de prevenção e cura, chegando perto de 100%, quando diagnosticado precocemente. Seu

pico de incidência situa-se entre 40 e 60 anos de idade, e apenas uma pequena porcentagem

ocorre abaixo dos 30 anos. A recomendação do INCA é que o exame de Papanicolau seja

realizado a cada três anos pelas mulheres entre 25 e 60 anos. O indicador proposto pelo

HEDIS define como população alvo as mulheres entre 18 e 64 anos.

Tabela 18 – Porcentagem de mulheres de 18-64 anos que realizaram pelo menos um exame de Papanicolau no período de 2000-2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano

Tipo de Plano

Total de mulheres

Número de mulheres que realizaram pelo

menos um exame %

Básico 2013 1313 65,2 Superior 2110 1442 68,3

Executivo 555 335 60,4 Média 4678 3090 66,1

Fonte: Banco de Dados da operadora Fio-saúde

A Tabela 19 apresenta a média da taxa do indicador de “screening de câncer colo de útero“

para o programa Medicaid e para os planos comerciais americanos. No ano de referência

2002, a média para os planos comerciais (80,5%) foi bem superior ao programa Medicaid

(62,4%). Como pode ser constatado, a taxa média encontrada no banco de dados da

operadora Fio-saúde (66,1%) foi bem inferior ao observado para os planos comerciais

americanos (80,4%) e superior ao obtido no programa Medicaid (62,4%).

75

Tabela 19 - Taxa de “screening para câncer colo de útero”, segundo tipo de plano, nos Estados Unidos, 1999 a 2002

State of Health Care Quality – 2003

População Ano Média Plano Comercial 2002 80.5 Plano Comercial 2001 80.0 Plano Comercial 2000 78.1 Plano Comercial 1999 71.8

Medicaid 2002 62.4 Medicaid 2001 61.1 Medicaid 2000 59.9

Fonte: dados disponibilizados na página internet www.ncqa.org – janeiro de 2004

O NCQA recomenda às operadoras que, para melhorar as suas médias, seja feito um

tratamento educativo para as mulheres, ressaltando que apesar do desconforto do exame,

ele é muito importante para a prevenção do câncer colo de útero. O NCQA inclusive sugere

que seja enviado um cartão de aniversário para as mulheres beneficiárias dos planos,

lembrando da necessidade e recomendando o exame de Papanicolau. O NCQA também

sugere que seja enviado um cartão a ser preenchido quando na visita ao ginecologista,

solicitando que o resultado de exame seja enviado para a operadora a fim de que esta possa

manter o quadro do estado sanitário dos seus beneficiários.

7.3.3 Indicador “Screening de clamídia para as mulheres”

Esse indicador avalia a porcentagem de mulheres sexualmente ativas entre 16 e 26 anos

que realizaram screening de clamídia. O screening de clamídia é importante porque a

maioria das mulheres portadoras não apresenta sintomas. O principal objetivo é prevenir

doenças inflamatórias pélvicas, infertilidade e gravidez ectópica, que são altamente

prevalentes em mulheres que têm infecção por clamídia e não foram tratadas. Chlamydia

Trachomatis é a doença sexualmente transmissível mais comum nos EUA. Sua prevalência

é maior entre mulheres adolescentes de 15-19 anos e em mulheres adultas de 25-29 anos.

Foram selecionados dois grupos de mulheres de faixa etária entre 16 e 20 anos e entre 21 e

26 anos, inscritas até 31 de dezembro de 2002 (Figura 9). Para cada grupo, foi verificada,

para cada uma das mulheres, a realização do exame, cultura de clamídia (código AMB

76

28100131 e 28100140) no ano de 2002. O critério utilizado foi somente faixa etária, sem

considerar se as mulheres eram sexualmente ativas. Além disso, também não puderam ser

considerados os demais critérios de exclusão por ausência dessas informações na base de

dados da operadora.

Figura 9 - Ficha do indicador “Screening de clamídia para as mulheres”

Indicador: Screening de clamídia para as mulheres Descrição: porcentagem de mulheres de 16 e 26 anos de idade que estavam continuamente inscritas durante o ano de 2002 que fizeram pelo no mínimo um exame para pesquisa de clamídia durante o ano de 2002. Ano de referência: 2002 População elegível: Plano: Básico, Superior e Executivo Idade: mulheres de 16 a 20 anos em 31 de dezembro de 2002 ; mulheres de 21 a 26 anos em 31 de dezembro de 2002 e total. Data limite de inscrição: 31 de dezembro de 2002 Período de interrupção de cobertura aceita: até 45 dias para cada ano de inscrição* Denominador: população elegível Numerador: um exames para pesquisa de clamídia no ano de 2002 (consultada a tabela de Guia_exame com código de procedimento 28100131 e 28100140). Exclusões: mulheres que realizaram um teste de gravidez por prescrição de isotretinoína (acutane) ou um raio-x no ano de 2002 – se aplica somente no numerador* *esses dois critérios não foram considerados no caso da operadora Fio-saúde.

O resultado obtido (Tabela 20) apresenta uma baixíssima taxa para todos os dois grupos

etários e tipos de planos: para o grupo de 16-20 anos foi encontrada a taxa de 1,1% para o

plano superior e zero para os planos básico e executivo; e para o grupo de 21-26 anos o

plano superior obteve também a maior taxa (2,2%), seguido do plano básico (0,5%) e o

plano executivo não realizou nenhum exame.

Tabela 20 - Porcentagem de mulheres de 16-26 anos que realizaram pelo um exame para pesquisa de clamídia no ano de2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano

Faixa Etária 16-20 anos Faixa Etária 21-26 anos

Tipo de Plano

Número de

mulheres

Número de mulheres que

realizaram pelo menos um exame

% Número

de mulheres

Número de mulheres que

realizaram pelo menos um exame

%

Básico 238 0 0,0 213 1 0,5 Superior 182 2 1,1 227 5 2,2

Executivo 50 0 0,0 67 0 0,0 Fonte: Banco de Dados da operadora Fio-saúde

77

A Tabela 21 apresenta os dados fornecidos pelo NCQA. Para o ano de 2002 o programa

Medicaid (16-20 anos: 41,3% e 21-26 anos: 41,9%) apresentou resultados superiores aos

planos comerciais (16-20 anos: 26,7 % e 21-26 anos: 24,5%) para ambos os grupos etários.

Os resultados encontrados para o Fio-saúde são muito inferiores aos planos comerciais

americanos e até mesmo ao programa Medicaid.

Tabela 21 – Taxa de “screening de clamídia”, segundo tipo de plano, nos Estados Unidos, 1999 a 2002

Faixas etárias População Ano 16-20

anos 21-26 anos

Plano Comercial 1999 18.5 16.0 Plano Comercial 2000 23.6 20.7 Plano Comercial 2001 24.5 22.1 Plano Comercial 2002 26.7 24.5

Medicaid 2000 37.4 37.9 Medicaid 2001 39.6 41.1 Medicaid 2002 41.3 41.9

Fonte: www.ncqa.org – janeiro de 2004

Vale destacar que nos planos comerciais americanos os percentuais deste exame preventivo

são bem inferiores se comparados com o screening de câncer colo de útero, por exemplo.

Segundo o NCQA, a causa mais provável é que tanto os médicos quanto os pacientes

desconheçam a importância do screening de clamídia para prevenção de doenças. Segundo

recomendações do NCQA, as operadoras podem aconselhar tanto os médicos quanto seus

beneficiários sobre o valor e custo-efetividade do screening de clamídia, incentivando o uso

e fornecendo para os médicos guias ou manuais que sirvam como suporte à decisão a fim

de que sejam identificados os pacientes de risco, a tempo de reduzir as seqüelas da doença.

7.3.4 Indicador “Consultas preventivas para adultos”

Segundo a metodologia HEDIS, o indicador “Acesso de adultos para serviços preventivos

ou ambulatoriais” abrange diversos tipos de serviços médicos como, por exemplo,

atendimento domiciliar, consultas oftalmológicas, clínicas, etc. No caso do Fio-Saúde, essa

informação não se apresenta disponibilizada, já que não existe uma tipologia de instituições

de atenção primária no Brasil, como ocorre nos Estados Unidos. Procurou-se então utilizar

78

como proxy desse indicador a porcentagem de beneficiários adultos que realizaram pelo

menos uma consulta a clínicos gerais.

Para calcular o denominador utilizou-se o mesmo critério do HEDIS, ou seja, foram

selecionados três subgrupos populacionais, por três faixas etárias: entre 20-44 anos, 45-64

anos e 65 anos ou mais, inscritos até 31 de dezembro de 2002 (Figura 10). Para o cálculo

da taxa verificou se havia sido realizada pelo menos uma consulta ou mais a um clínico

geral no ano de 2002 (código de especialidade do prestador de serviço 10000004 -Clínica

Médica-).

Figura 10 - Ficha do indicador “Consultas de adultos ao clínico geral”

Indicador: Consultas de adultos ao clínico geral Descrição: porcentagem de beneficiários inscritos nas faixas etárias de 20-44 anos, 45-64 anos e 65 anos ou mais que realizaram pelo menos uma consulta ao clínico geral no ano de 2002 Ano de referência: 2002

População elegível: Plano: Básico, Superior e Executivo Idade: faixas etárias de 20-44 anos, 45-64 anos e 65 anos ou mais Data limite de inscrição: 31 de dezembro de 2002 Período de interrupção de cobertura aceita: até 45 dias para cada ano de inscrição* Denominador: população elegível Numerador: uma consulta ao clínico geral (guia de consulta - código de especialidade do prestador de serviço 10000004 -Clínica Médica). Exclusões: - *esse critério não foi considerado no caso da operadora Fio-saúde. Observa-se que a taxa média de consultas a clínico geral pela população com 20 anos ou

mais é de 29,0%, ou seja, o percentual de beneficiários da operadora Fio-saúde com mais

de 20 anos que realizaram pelo menos uma consulta a clínico geral no ano de 2002 (ver

Tabela 22). O maior percentual de consultas a clínico geral foi observado no plano básico

(36,2%) que foi praticamente 3 vezes superior ao plano executivo (12,9%). Nos três tipos

de plano o indicador tem uma associação positiva com a faixa etária de 65 anos ou mais. A

taxa mais baixa foi encontrada entre pessoas de 20 a 44 anos no plano executivo e a mais

alta entre as pessoas com 65 anos ou mais no plano básico. As taxas mais diferenciadas por

faixa etária foram observadas no plano executivo.

79

Tabela 22 – Consultas de adultos ao clínico geral no ano de 2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano

Faixa etária entre

Tipo de Plano

Número de beneficiários

Número de beneficiários que realizaram pelo

menos uma consulta

Consulta a clínica geral

Básico 1971 695 35,3 Superior 2173 560 25,8

Executivo 479 42 8,8 20-44 anos

Subtotal 4623 1297 28,1 Básico 1491 537 36,0

Superior 1501 392 26,1 Executivo 498 67 13,5

45-64 anos

Subtotal 3490 996 28,5 Básico 906 349 38,5

Superior 842 257 30,5 Executivo 335 60 17,9

65 ou mais anos

Subtotal 2083 666 32,0 Básico 4368 1581 36,2

Superior 4516 1209 26,8 Total Executivo 1312 169 12,9

Taxa média 10196 2959 29,0 Fonte: Banco de Dados da operadora Fio-saúde

Embora os dados calculados para a operadora Fio-saúde não sejam comparáveis com os

indicadores HEDIS, de acordo com o relatório do programa Medicaid do Estado de

Michigan, EUA, referente ao ano de 2002, na faixa de 20 a 44 anos a mediana nacional

para o indicador “Acesso de adultos para serviços preventivos ou ambulatoriais” é de

75,1% e na faixa de 45 a 64 anos a mediana é de 82,9%.

7.3.5 Indicador “Consultas ao urologista”

Esse indicador não faz parte do HEDIS e foi calculado tendo em vista suas possibilidades

enquanto proxy de detecção precoce de câncer de próstata, partindo do pressuposto que,

mesmo que não se conheça o motivo da consulta, esse percentual estaria incluindo as

consultas que incluiriam o toque retal, tradicionalmente realizado apenas por urologistas.

Com esse intuito, esse indicador foi definido como o percentual de homens na faixa etária

de 50-70 anos, que realizaram pelo menos uma visita ao urologista no ano 2002.

80

É necessário selecionar o grupo de beneficiários do sexo masculino inscritos até 31 de

dezembro de 2002, com faixa etária entre 50 e 70 anos (Figura 11). Para cada um dos

beneficiários deve-se avaliar se foi realizada pelo menos uma consulta a um urologista no

ano de 2002 (código de especialidade do prestador de serviço 56000006 - Urologia).

Figura 11 - Ficha do indicador “Consultas de homens entre 50-70 anos ao urologista”

Indicador: Consultas de homens entre 50-70 anos ao urologista Descrição: porcentagem de beneficiários inscritos na faixa etária de 50-70 anos, que realizaram pelo menos uma consulta ao urologista no ano de 2002 Ano de referência: 2002

População elegível: Plano: Básico, Superior e Executivo Idade: faixas etárias de 50-70 anos Data limite de inscrição: 31 de dezembro de 2002 Período de interrupção de cobertura aceita: até 45 dias para cada ano de inscrição* Denominador: população elegível Numerador: uma consulta ao urologista (guia de consulta - código de especialidade do prestador de serviço 56000006 (Urologia)). Exclusões: *esse critério não foi considerado no caso da operadora Fio-saúde.

Observa-se na Tabela 23 que o maior percentual de visitas ao urologista no ano de 2002

ocorre no plano básico (15,6), seguido do plano superior (15,2) e do plano executivo (7,5).

Em todos os planos, apenas uma pequena parcela da população de homens entre 50-70 anos

realiza pelo menos uma visita ao urologista no ano de 2002, incluindo todos os motivos de

consulta, o que significa que pelo menos no que se refere ao toque retal a cobertura para

detecção de câncer de próstata nos três planos é muito baixa. Como, atualmente os níveis

sanguíneos de PSA (Prostate Specific Antigen), também vem sendo utilizados para o

screening de câncer de próstata, seria possível tentar usar as guias de exames de PSA como

traçador desse evento, pelo código AMB 28061624 ou 28062515. O indicador ganharia

maior especificidade e sensibilidade uma vez que o PSA pode ser solicitado por clínicos ou

urologistas.

81

Tabela 23 – Consultas de homens entre 50-70 anos ao urologista no ano de 2002, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano

Tipo de Plano

Número de homens

Número de homens que fizeram pelo menos uma consulta anual

%

Básico 544 85 15,6% Superior 500 76 15,2%

Executivo 174 13 7,5% Fonte: Banco de Dados da operadora Fio-saúde

De qualquer forma deve-se ressaltar que a porcentagem de homens de 50 a 70 anos que

realizaram uma consulta anual a um urologista é muito baixa principalmente no plano

executivo onde os beneficiários teriam mais acesso às informações sobre saúde e prevenção

de doenças.

7.3.6 Indicador “Consultas pediátricas”

Na metodologia HEDIS existe um indicador de acesso que poderia ser também incluído

como de prevenção: “Acesso da criança para médicos de atenção básica”. Analogamente

ao caso das consultas de adultos a clínicos gerais, no caso da operadora Fio-saúde seria

possível apenas trabalhar com um proxy desse indicador dado pela porcentagem de

crianças que consultaram pediatras nas diversas faixas etárias sugeridas pelo HEDIS. Este

indicador teria uma baixa especificidade enquanto avaliação da atenção a criança sadia, já

que não é possível se determinar o motivo das consultas pediátricas que podem ter um

caráter preventivo ou curativo.

Para calcular o denominador é necessário reservar três grupos de população, por três faixas

etárias: crianças entre 12-24 meses, entre 25 e 6 anos, entre 7 e 11 anos, inscritas até 31 de

dezembro de 2002 (Figura 12). Para cada grupo e para cada criança o numerador deve ser

calculado verificando se foi realizada uma visita ou mais ao pediatra no ano de 2002

(código de especialidade do prestador de serviço 10000003 (Pediatria)).

82

Figura 12 - Ficha do indicador “Consultas pediátricas”

Indicador: Consultas pediátricas Descrição: porcentagem de beneficiários inscritos nas faixas etárias de 12-24 meses, 25meses-6 anos e 7-11 anos que realizaram pelo menos uma consulta pediátrica no período (para a faixa etária de 7-11 anos deve ser avaliada pelo menos uma consulta no ano de 2002 ou 2001) Ano de referência: 2002 População elegível: Plano: Básico, Superior e Executivo Idade: faixas etárias de 12-24 meses, 25meses-6 anos e 7-11 anos Data limite de inscrição: 31 de dezembro de 2002 Período de interrupção de cobertura aceita: até 30 dias para cada ano de inscrição* Denominador: população elegível Numerador: uma consulta pediátrica(guia de consulta - código de especialidade do prestador de serviço 10000003 - Pediatria). Exclusões: crianças hospitalizadas, consultas de emergências e consultas com especialistas* *esses dois critérios não foram considerados no caso da operadora Fio-saúde.

Observa-se que o maior percentual de consultas ao pediatra no ano de 2002 (Tabela 24)

ocorre na faixa etária entre 12 e 24 meses de idade (82,2%). Observa-se que a porcentagem

de crianças que consultam pediatras diminui com o aumento da faixa etária. As crianças do

plano básico tendem a se consultar com mais freqüência em todas as faixas etárias.

83

Tabela 24 – Consultas pediátricas no ano de 2002, segundo tipo de plano, através da operadora Fio-saúde, segundo tipo de plano

Faixa etária

Tipo de Plano

Número de beneficiários

Número de beneficiários que

fizeram pelo menos uma consulta anual

%

Básico 72 65 90,3 Superior 85 66 77,6

Executivo 6 3 - 12-24 meses

Subtotal 163 134 82,2 Básico 313 232 74,1

Superior 368 253 68,8 Executivo 62 25 40,3

25 meses - 6 anos

Subtotal 743 510 68,6 Básico 397 295 74,3

Superior 393 258 65,6 Executivo 90 25 27,8

7-11 anos

Subtotal 880 578 65,7 * para esta faixa foi avaliada a consulta no período de 2001/2002 Fonte: Banco de Dados da operadora Fio-saúde

De acordo com o relatório do programa Medicaid do Estado de Michigan, EUA, referente

ao ano de 2002, na faixa de 12 a 24 meses a mediana nacional para o indicador do HEDIS

(“Acesso de crianças à atenção básica”) é de 92,1%, na faixa de 25 meses até 6 anos a

mediana é de 80,7% e na faixa de 7 a 11 anos a mediana é de 80,9. Apesar das diferenças

conceituais dos indicadores, os dados para a primeira faixa etária tem certa correspondência

com os dados do programa Medicaid dado a natureza preventiva dos atendimentos

pediátricos nesta faixa etária.

84

8 Conclusões e Recomendações

Os autores que trabalham com o tema regulação identificam duas vertentes básicas quanto

aos princípios e a forma de regular os mercados. No primeiro caso a regulação é entendida

como atividade normativa governamental através da imposição de determinadas exigências

ou requisitos para atuação dos organismos regulados. Mais recentemente o conceito de

regulação tem como princípios a interação entre o órgão regulador e as empresas reguladas

e se caracteriza também pela questão de incentivos e pactuação de metas. Esses dois tipos

de regulação atingem a forma pela qual se constituem os sistemas de informações, a

metodologia de troca de informação e a divulgação dos resultados para a sociedade.

A metodologia de captação de dados da ANS está orientada por uma postura de comando e

controle, pois requisita de maneira compulsória o envio de informações pelas operadoras

que estão sujeitas a penalidades no caso do não cumprimento dos envios dos sistemas, por

exemplo, DIOPS, SIP, SIB, etc. Por outro lado, os resultados médios para o setor

divulgados pela ANS são de pouca utilidade para os consumidores ou empresas

interessadas em adquirir ou avaliar o desempenho dos planos de saúde.

Essa forma de regulação, no entanto, tem sido justificada pela ANS pela necessidade de

iniciar suas atividades baseando-se em informações inexistentes na época da sua criação de

forma que fossem produzidos indicadores necessários para apoiar a tomada de decisões.

Entretanto, pode-se considerar que a ANS está iniciando um novo ciclo na sua metodologia

de trabalho procurando envolver as operadoras na formulação de suas políticas regulatórias,

visando com isso a melhoria na qualidade dos serviços prestados.

Durante esses 4 últimos anos a ANS investiu fortemente na montagem de um sistema de

informação, reunindo dados provenientes de diferentes instituições governamentais e

plataformas, de tal modo que atualmente já conta com um sistema que abrange diversos

85

cadastros que se inter-relacionam de forma a produzir um conjunto de indicadores

econômicos, financeiros, de despesa e de produção, importantes para a regulação do setor.

O SIP (Sistema de Informação de Produtos) produz indicadores divididos em cinco grupos:

indicadores de despesa, indicadores de saúde, indicadores de prestação de serviços,

indicadores odontológicos de prestadores de serviço e indicadores de incremento. Ainda

são poucos os indicadores voltados ao monitoramento das condições de saúde dos

beneficiários, e ainda não foram coletados indicadores direcionados para a promoção da

saúde e a detecção precoce de algumas doenças. Os poucos indicadores de saúde

concentram-se na área de mortalidade materna e infantil e em algumas taxas de utilização

de serviço. Embora os dados necessários para o cálculo dos indicadores sejam enviados à

ANS pelas operadoras, a ANS somente os disponibiliza para o total da população coberta

pela saúde suplementar e individualmente para cada operadora.

A promoção da saúde e a prevenção de doenças são aspectos da atenção à saúde que não

vem sendo considerados entre os indicadores de saúde propostos pela ANS. Entretanto,

esses conceitos formulados desde os anos 60 vêm adquirindo a mesma, ou talvez maior,

importância do que a recuperação e a reabilitação. Segundo o documento do DHHS

(Department of Health and Human Services) dos Estados Unidos (DHHS, 2003), enquanto

o gasto em saúde continua aumentando e chegou, em 2003, a 1,66 trilhões de dólares, um

valor muito menor foi investido na prevenção de doenças crônicas, apesar de evidências de

que grande parte da morbidade e mortalidade associada a essas doenças poderia ser

prevenível.

O NCQA quando formulou a ferramenta HEDIS para acreditação dos planos de saúde nos

EUA também considerou importante a inclusão de indicadores voltados para a promoção da

saúde e prevenção de doenças, sugerindo diversas metodologias para a obtenção dos

indicadores seja através de dados administrativos de entrevistas a serem realizadas com

uma amostra de beneficiários ou da combinação dos dois métodos.

Nesse trabalho procurou-se analisar a metodologia HEDIS do ponto de vista do conteúdo

dos indicadores propostos e de sua operacionalização, usando o banco de dados de uma

operadora de modalidade autogestão (Fio-saúde), modalidade esta que se caracteriza por ser

86

mais favorável à preocupação de monitoramento da saúde dos seus beneficiários e à adesão

aos conceitos promoção da saúde e prevenção de doenças.

A análise do sistema de informação da operadora Fio-saúde é modular, dividido em

cadastramento, credenciamento, atendimento, faturamento e reembolso. Ele emite três

grupos de relatórios gerenciais, dirigidos para o faturamento dos usuários, a identificação

das maiores despesas no período e indicadores de desempenho na modalidade ambulatorial

e internação utilizando diversas médias anuais de procedimentos por beneficiário. Assim

sendo, os indicadores estão basicamente dirigidos para os aspectos financeiros do

desempenho da operadora Fio-saúde.

No final de 2002, a carteira da operadora Fio-saúde, de modalidade autogestão, continha

cerca de 15 mil beneficiários distribuídos em três planos: básico (43,8%), superior (44,6%)

e executivo (11,6%). Observa-se que para os três planos existe uma semelhança nas

distribuições etárias em cada sexo com uma predominância dos homens até a faixa etária 15

a 24 anos e uma tendência oposta, ou seja, predomínio das mulheres a partir dos 25 anos.

A mediana da idade dos homens e das mulheres são semelhantes no caso dos planos básico

e superior, em torno de 36 anos (homens) e 40 anos (mulheres). No plano executivo a

mediana é 6 anos mais elevada nos dois sexos, 42 e 46 anos respectivamente. A razão entre

os dependentes e agregados por titulares estava em torno de 2,4 sendo que a maior razão foi

observada no plano básico (2,6 dependentes e agregados por titular) e a menor no plano

executivo (2,0 dependentes e agregados por titular).

Quanto à utilização de serviços, a operadora apresenta taxas de consultas por beneficiário

praticamente iguais à média das operadoras do mesmo porte (4,0), segundo o SIP21, uma

taxa de exames por beneficiários (12,4) que é praticamente o dobro do SIP (6,3) e um

número de internações por 100 beneficiários (10,1) abaixo do SIP (15,0). O padrão de

consumo de serviços pelos beneficiários dos planos básico e superior são muito

semelhantes e no plano executivo observa-se uma taxa maior de internações e de exames

por beneficiário, sendo que no caso das mulheres esta taxa é particularmente elevada (19,4).

21 Comparação feita com o relatório disponibilizado pela ANS (www.ans.gov.br) sobre as médias do SIP.

87

A análise do padrão de utilização de serviços indica que a operadora apresenta, para o

conjunto dos seus planos, um comportamento esperado para seu porte e as oscilações

verificadas podem eventualmente ser devidas às diferenças no perfil demográfico e sócio-

econômico dos beneficiários. Como já foi mencionado, a mediana de idade é 6 anos maior

no caso do plano executivo nos dois sexos.

A exploração do sistema de informação da operadora Fio-saúde, quanto à possibilidade de

obtenção parcial ou total de indicadores formulados pelo HEDIS, evidenciou que dos 22

indicadores propostos nas dimensões “Efetividade com o cuidado com a saúde”, “Acesso e

disponibilidade do cuidado da saúde” e “Uso dos serviços de saúde” um total de 10

indicadores são orientados para a prevenção e promoção da saúde. Desses, 4 poderiam ser

obtidos seguindo-se estritamente a metodologia HEDIS e para os demais deveriam ser

feitas algumas adaptações. Para efeitos desse trabalho, foram selecionados 3 indicadores de

cada grupo.

Os três indicadores HEDIS totalmente factíveis (“Screening para câncer de mama”,

“Screening para câncer de colo de útero” e “Screening de clamídia para as mulheres”)

foram obtidos sem maiores dificuldades usando-se a linguagem SQL no banco de dados da

operadora Fio-saúde.

No caso do indicador “Screening para câncer de colo de útero”, a maior taxa foi observada

para o plano superior (68,3%), em seguida o plano básico (65,2%) e o plano executivo

(60,4%). Observou-se que a taxa média encontrada no banco de dados da operadora Fio-

saúde (66,1%) foi bem inferior ao observado para os planos comerciais americanos (80,4%)

e superior ao obtido no programa Medicaid (62,4%). Entretanto, destaca-se que o menor

valor foi obtido para o plano executivo.

Quanto ao indicador “Screening para câncer de mama”, o maior percentual de realização de

mamografias ocorreu no plano executivo (60,8%). A menor taxa foi obtida para o plano

básico (48,8%), ficando a taxa do plano superior (57,0%) mais próxima do executivo. Os

dados americanos divulgados pelo NCQA para os planos comerciais (74,9%) e do

Medicare (74,5%), dirigido à população idosa, contrastam com a média da operadora Fio-

saúde (53,5%), cuja taxa é próxima do programa Medicaid (55,8%), dirigido à população

88

carente americana. Ao contrário do observado para o “Screening para colo de útero”, deve-

se ressaltar que o menor valor do indicador foi verificado para o plano básico, o que pode

estar sugerindo algum tipo de dificuldade de acesso na população das beneficiárias seja

quanto ao desconhecimento da importância do exame de mamografia para esta população

ou quanto a disponibilidade de estabelecimentos de apoio diagnóstico nas localidades onde

reside esta população.Esses resultados sugerem que seria importante que a operadora Fio-

saúde elaborasse um programa de monitoramento desse indicador, especialmente para a

população cadastrada no plano básico, tendo em vista as recomendações do INCA quanto a

qualidade desse indicador.

O indicador de “Screening de clamídia para as mulheres” revelou-se de pouca utilidade

dada a baixa frequência de exames encontradas nas guias. Além disso, do ponto de visa da

sua operacionalização o cálculo esse indicador ressentiu-se da ausência de informações

sobre a vida sexual ativa das mulheres de 16 a 26 anos. Por outro lado, quanto se considera

a magnitude dos valores desse indicador na população americana para os planos comerciais

(24,5%) e para o programa Medicaid (41%) percebe-se que a pesquisa de clamídia é

provavelmente um procedimento induzido nos Estados Unidos na população de baixa

renda. Segundo o NCQA, aproximadamente 3 milhões de pessoas são infectadas por

clamídia a cada ano.

Quanto aos indicadores calculados por aproximação dos indicadores HEDIS (“Consultas a

clínico geral” e “Consultas pediátricas”), verificaram-se maiores dificuldades devido à

ausência de informações necessárias para seguir a definição proposta pelo HEDIS. O caso

do indicador de “Consultas a clínico geral” foi calculado tendo como referência o indicador

“Acesso de adultos para cuidados preventivos/ ambulatoriais” que inclui vários tipos de

procedimentos, por exemplo, consultório particular ou serviços ambulatoriais, serviços

domiciliares, serviços de enfermagem, medicina preventiva, oftalmologia e optometria,

entre outros. Nesse caso, para efeitos de aproximação optou-se por calcular as consultas a

clínico geral, independentemente do motivo da consulta. Quanto às taxas obtidas, verifica-

se que os maiores valores foram obtidos para os planos básico e superior, ficando as taxas

de plano executivo muito abaixo. Como era de se esperar verificou-se também que o valor

do indicador aumenta com a idade. Esses resultados sugerem que, provavelmente, os

89

beneficiários do plano executivo procuram mais os especialistas do que os clínicos gerais, e

o contrário pode estar ocorrendo nos outros planos.

Baseando-se neste mesmo indicador HEDIS, foi calculado o indicador “Consultas ao

urologista”, sendo observada que a porcentagem de homens de 50 a 70 anos que realizaram

uma consulta anual a um urologista é muito baixa, principalmente no plano executivo onde

os beneficiários teriam mais acesso às informações sobre saúde e prevenção de doenças. O

indicador ganharia maior especificidade e sensibilidade se os exames de PSA (Prostate

Specific Antigen) fossem também avaliados, uma vez que podem ser solicitados por

clínicos ou urologistas. Nesse caso a fonte de informação seria a guia de exames onde é

possível identificar o código desse procedimento.

O indicador “Consultas pediátricas” foi calculado como uma aproximação ao indicador

HEDIS “Acesso de crianças à atenção básica” que tem como definição consultas a

pediatras, médico de família ou qualquer unidade de atenção primária. Observaram-se taxas

bem superiores no plano básico nas três faixas etárias e uma associação negativa com a

idade, como era esperado. A taxa média observada para cada faixa etária, 12-24 meses

(82,2%), 25-6 anos (68,6%) e 7-11 anos (65,7%), é inferior quando comparada à média

nacional no ano de 2002 do programa Medicaid (92,1%, 80,7% e 80,9% respectivamente).

Observa-se que na menor faixa etária onde possivelmente os indicadores têm maior

correspondência as taxas são bastante elevadas, mas se situam abaixo do Medicaid.

De modo geral, com exceção da pesquisa de clamídia cujas freqüências foram muito

baixas, os demais indicadores de promoção da saúde e prevenção de doenças tiveram

comportamentos distintos segundo o tipo de plano. Os indicadores “Consultas a clínico

geral” e “Consultas pediátricas” tiveram o mesmo comportamento observado para as taxas

de utilização globais dos beneficiários sendo maiores no plano básico, assumindo valores

semelhantes, mas menores no plano superior e bem mais baixas no plano executivo. Uma

tendência semelhante foi observada para consulta ao urologista, porém a magnitude das

taxas foi muito inferior. Quanto aos indicadores de prevenção de câncer de mama e câncer

de colo de útero, observou-se uma tendência inversa, sendo que no primeiro caso a taxa foi

menor no plano básico, seguindo-se do plano superior e executivo. Para a prevenção do

90

câncer de colo de útero, as taxas permaneceram num mesmo patamar sendo que o menor

valor foi observado para as beneficiárias do plano executivo.

O sistema de informação da operadora Fio-saúde contempla as funções mínimas para o

funcionamento de uma operadora sendo que os indicadores foram calculados sem maiores

dificuldades do ponto de vista do banco de dados. A parte mais trabalhosa foi selecionar as

populações elegíveis de acordo com as definições da metodologia HEDIS, sendo que, como

foi explicitado nas fichas dos indicadores, algumas das restrições sugeridas pelo HEDIS

não puderam ser consideradas.

Não se pode generalizar e concluir que todas as operadoras terão capacidade de produzir os

indicadores da metodologia HEDIS considerados factíveis. Mas pode-se deduzir, dada a

semelhança da gestão das atividades de operadoras de planos de saúde, que outros sistemas

de informação também poderão ser capazes de produzir tais indicadores. O cálculo desse

tipo de indicador poderia ser feito pelas próprias operadoras ou a ANS poderia desenvolver

um sistema de informação que possibilitasse a importação dos dados relevantes para

cálculos dos indicadores de monitoramento da saúde, promoção da saúde e prevenção de

doenças. Deveria ser sugerido que as operadoras divulgassem o modelo de relatório

padronizado, seja na internet ou em qualquer outro meio, contendo, entre outros, os

indicadores considerados factíveis neste trabalho. Essa prática pode ser educativa para os

beneficiários de planos de saúde, contribuindo inclusive para a escolha da operadora para a

gestão do plano de saúde a ser adquirido. Nos Estados Unidos, por exemplo, as operadoras

acreditadas pelo NCQA disponibilizam em seus sítios na Web seus indicadores e as

medianas locais e nacionais para comparação.

Para os indicadores sugeridos pelo HEDIS que não puderam ser calculados por falta de

informações como controle de fumantes, diabéticos, hipertensos, pessoas com sobrepeso,

cobertura por imunizações, haveria duas possibilidades: a mais onerosa, que seria criar um

registro eletrônico por beneficiário com informações sobre as condições de saúde e, como

alternativa, a obtenção dessas informações a partir de amostras dos beneficiários elegíveis

que poderiam ser contatados por telefone, periodicamente, para fornecer essas informações.

91

Recomenda-se que a ANS futuramente faça um estudo detalhado para delinear um conjunto

mínimo de funções e informações que devam constar em um sistema de informação de

operadoras de planos de saúde, tendo em vista a produção de indicadores diversos

(econômico-financeiros, qualidade da assistência, entre outros). É importante destacar que a

produção de indicadores não deve ser o objetivo final de um sistema de informação de uma

operadora de planos de saúde. Na realidade, os objetivos mais importantes de um sistema

de informação de operadoras de planos de saúde devem ser o gerenciamento clínico e

financeiro para que, a partir daí, sejam projetados os indicadores buscando um alto nível de

qualidade e de eficiência do cuidado da saúde dos beneficiários.

Recomenda-se a implantação dos mecanismos de disseminação de dados comparativos, nos

moldes do Quality Compass, produzido pelo NCQA, cujos propósitos são auxiliar na

escolha de um plano de saúde para os consumidores (planos empresas e individuais),

conduzir análises competitivas, melhorar a qualidade dos serviços e ampliar a pesquisa

acadêmica em saúde privada.

A competitividade está presente hoje em diversos segmentos e o de saúde suplementar não

é exceção. Assim, a fixação de incentivos para este setor poderá trazer significativos

benefícios para a população coberta pela saúde suplementar. As operadoras que

simplesmente cumprem as normas de envio de informações para a ANS, sem se

preocuparem efetivamente com a utilização das mesmas, para definição de suas estratégias,

passariam a correr risco de perda de competitividade.

Nesse sentido, é importante destacar que essas recomendações deveriam ser implementadas

baseando-se nos fundamentos da regulação incentivada. Ou seja, as operadoras que

adotassem, por exemplo, as práticas de monitoramento da saúde dos seus beneficiários,

através do uso de indicadores de saúde voltados para a promoção da saúde e prevenção de

doenças, e os disponibilizem de maneira voluntária, ora para a ANS ora para seus

beneficiários, poderiam ser premiadas de alguma forma. A premiação deve considerar a

classificação da operadora, o tamanho de sua carteira e as características dos planos

ofertados.

92

É possível antever que a ampliação do processo de avaliação da qualidade da assistência, de

medidores de prevenção de doenças e do monitoramento das condições de saúde de seus

beneficiários teria uma repercussão positiva em relação ao papel regulador e fiscalizador da

ANS, uma vez que as operadoras estariam estimuladas a apresentarem outros atrativos que

não a regulação mínima, podendo até mesmo alcançar diferenciação e reconhecimento no

mercado.

93

9 Referência bibliográfica

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Normativa, RN nº 53 de 17 de novembro de 2003.

Brasil, Ministério da Saúde, Agência Nacional de Saúde Suplementar, Resolução

Normativa, RN nº 61 de 19 de dezembro de 2003.

ANEXO A

Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Pós-Graduação em Saúde Pública

Mestrado Profissionalizante em Regulação de Saúde Suplementar

Indicadores da metodologia HEDIS

2

1. Propósito

Este documento contempla os indicadores da metodologia Health Plan Employer

Data and Information Set (HEDIS) em três listas: a primeira relaciona as dimensões e os

indicadores; a segunda a viabilidade de produção do banco de dados da operadora Fio-

saúde; e a terceira descrevendo o objetivo de cada um dos indicadores.

2. Indicadores da metodologia HEDIS

I. Efetividade do cuidado com a saúde No Nome do indicador

1. Imunização na infância 2. Imunização na adolescência 3. Screening para Câncer de mama 4. Screening para colo de útero 5. Screening de clamídia nas mulheres 6. Controle de pacientes hipertensos 7. Uso de medicamento beta-bloqueador após alta de paciente que

sofreu infarto agudo do miocárdio 8. Acompanhamento do colesterol depois de eventos agudos

cardiovasculares 9. Cuidados abrangentes com diabéticos 10. Uso de medicamento apropriado para pacientes com asma 11. Acompanhamento após internação por doença mental 12. Gerenciamento de medicamento antidepressivo 13. Assistência médica com pacientes fumantes para pararem de fumar 14. Vacinação de gripe para adultos com idade entre 50 e 64 anos 15. Vacinação de gripe para adultos idosos 16. Controle de vacinação de pneumonia para adultos idosos 17. Pesquisa de resultados do programa Medicare

II. Acesso e disponibilidade do cuidado da saúde No Nome do indicador

18. Acesso de adultos para serviços preventivos ou ambulatoriais 19. Acesso da criança para médicos de atenção básica 20. Cuidado pré-natal e pós parto 21. Visita anual ao dentista 22. Serviços disponíveis de tradução

3

III. Satisfação com a experiência de cuidados com a saúde No Nome do indicador

23. CAHPS1 - Pesquisa com adultos 24. CAHPS - Pesquisa com criança 25. ECHO2 - Pesquisa para MBOs

IV. Estabilidade do plano de saúde No Nome do indicador

26. Substituições dos médicos 27. Anos no negócio/Total de beneficiários

V. Uso dos serviços de saúde No Nome do indicador

28. Freqüência de idas para cuidados pré natal 29. Consulta de crianças saudáveis nos primeiros 15 meses de vida 30. Consulta de crianças saudáveis nos 3o, 4o, 5o e 6o ano de vida 31. Consulta de adolescentes saudáveis 32. Freqüência de procedimentos selecionados 33. Internações em casos agudos – Hospitais gerais 34. Cuidados ambulatoriais 35. Internações em casos não agudos 36. Altas hospitalares e média de permanência na maternidade 37. Taxa de cesáreas 38. Taxa de nascimento por parto normal contra taxa de cesária3 39. Nascimentos e média de permanência 40. Internações psiquiátricas e tempo médio de permanência 41. Internações de doentes mentais –porcentagem de beneficiários

internados, pronto atendimento (dia/noite) e serviços ambulatoriais 42. Internações por dependência química e média de permanência 43. Internações por dependência química – porcentagem de

beneficiários internados, com cuidados dia/noite e serviços ambulatoriais

44. Uso de medicamento

1 CAHPS é uma pesquisa de satisfação voltada para os adultos e crianças que avalia diversas áreas tais como: assistência médico-hospitalar, comunicação dos médicos, acesso rápido aos serviços. 2 ECHO é uma pesquisa de satisfação denominada The Experience of Care and Health Outcomes voltada para adultos que receberam tratamento de doença mental. 3 Conhecida em inglês como Vaginal Birth After Cesarian section Rate – VBAC-Rate

4

VI. Custo do cuidado da saúde No Nome do indicador O custo do cuidado da saúde é importante porém não existe

indicadores neste domínio. Os que existiam na ferramenta HEDIS anterior a 2003 foram retirados devido à questionamentos da metodologia pelo mercado de MCOs. O NCQA está realizando estudos para elaborar novos indicadores.

VII. Seleção de tratamento baseada em informação No Nome do indicador

45. Gerenciamento da menopausa VIII. Informação descritiva do plano de saúde No Nome do indicador

46. Capacitação dos profissionais 47. Convênios com organizações de saúde pública, educacionais e de

serviços sociais 48. Total de adesões por porcentagem 49. Adesões por linha de produtos 50. Total de beneficiários não duplicados do programa Medicaid 51. Diversidade dos membros de Medicaid 52. Semanas de gravidez quando da adesão ao plano

5

3. Aplicabilidade dos indicadores da metodologia HEDIS no banco de

dados do Fio-saúde

A seguir serão apresentados todos os indicadores da metodologia HEDIS com as

devidas conclusões de viabilidade de produção baseada no banco de dados da Operadora

Fio-saúde. Para cada um deles, será informado a exeqüibilidade, variando de totalmente

factível, parcialmente ou não factível.

No Nome do indicador

Viabilidade de produção pelo banco de dados da Operadora

Factível

I. Efetividade do cuidado com a saúde 1. Imunização na

infância A operadora possui a informação sobre a faixa etária das crianças, mas não possui controle sobre a vacinação.

Total Parcial Não

2. Imunização na adolescência

A operadora possui a informação sobre a faixa etária dos adolescentes, mas não possui controle sobre a vacinação.

Total Parcial Não

3. Screening para Câncer de mama

A operadora possui a informação dos beneficiários do sexo feminino por faixa etária e por plano e possui controle dos exames tipo mamografia. O indicador é factível.

Total Parcial Não

4. Screening para colo de útero

A operadora possui a informação dos beneficiários do sexo feminino por faixa etária e por plano e possui controle dos exames Papanicolau. O indicador é factível.

Total Parcial Não

5. Screening de clamídia nas mulheres

A operadora possui a informação dos beneficiários do sexo feminino por faixa etária e por plano e possui controle dos exames tipo clamídia. O indicador é factível.

Total Parcial Não

6. Controle de pacientes hipertensos

O banco de dados da operadora não contém informação para este controle.

Total Parcial Não

7. Uso de medicamento beta-bloqueador após alta de

O banco de dados da operadora não contém informação para realizar tal acompanhamento.

Total Parcial Não

6

paciente que sofreu infarto agudo do miocárdio

8. Acompanhamento do colesterol depois de eventos agudos cardiovasculares

O banco de dados da operadora não contém informação para realizar tal acompanhamento.

Total Parcial Não

9. Cuidados abrangentes com diabéticos

A operadora não possui a informação sobre os beneficiários diagnosticados com diabetes, mas pode-se fazer um estudo por amostragem.

Total Parcial Não

10. Uso de medicamento apropriado para pacientes com asma

A operadora não possui a informação sobre os beneficiários diagnosticados com asma. Por amostragem pode-se fazer um estudo sobre as internações sem se aprofundar na questão de medicamentos.

Total Parcial Não

11. Acompanhamento após internação por doença mental

O banco de dados da operadora não contém informação para realizar tal acompanhamento.

Total Parcial Não

12. Gerenciamento de medicamento antidepressivo

O banco de dados da operadora não contém informação para realizar tal acompanhamento.

Total Parcial Não

13. Assistência médica com pacientes fumantes para pararem de fumar

A operadora não possui informação sobre pacientes fumantes.

Total Parcial Não

14. Vacinação de gripe para adultos com idade entre 50 e 64 anos

A operadora possui a informação sobre a faixa etária dos adultos, mas não possui controle sobre a vacinação.

Total Parcial Não

15. Vacinação de gripe para adultos idosos

A operadora possui a informação sobre a faixa etária dos idosos, mas não possui controle sobre a vacinação.

Total Parcial Não

16. Controle de vacinação de pneumonia para adultos idosos

A operadora possui a informação sobre a faixa etária dos idosos, mas não possui controle sobre a vacinação.

Total Parcial Não

17. Pesquisa de resultados do programa

Não se aplica.

Total Parcial Não

7

Medicare Não aplica

II. Acesso e disponibilidade do cuidado da saúde 18. Acesso de

adultos para serviços preventivos ou ambulatoriais

A operadora possui informação sobre seus beneficiários adultos, consultas realizadas por especialidade e exames realizados.

Total Parcial Não

19. Acesso da criança para médicos de atenção básica

A operadora possui a informação sobre a faixa etária das crianças e possui controle sobre as consultas ao pediatra.

Total Parcial Não

20. Cuidado pré-natal e pós parto

A operadora possui a informação sobre as mulheres que realizaram parto.

Total Parcial Não

21. Visita anual ao dentista

Não se aplica, no caso do Fio-saúde, pois os planos não cobrem esses tipos de procedimentos.

Total Parcial Não

22. Serviços disponíveis de tradução

Não se aplica. Total Parcial Não Não aplica

III. Satisfação com a experiência de cuidados com a saúde

23. CAHPS 3.0H Pesquisa com adultos

Não se aplica. Total Parcial Não Não aplica

24. CAHPS 3.0H

Pesquisa com criança

Não se aplica. Total Parcial Não Não aplica

25. ECHOtm 1.0H

Pesquisa para MBHOs

Não se aplica. Total Parcial Não Não aplica

IV. Estabilidade do plano de saúde 26. Substituições

dos médicos A operadora possui informação sobre o cadastramento e descadastramento dos médicos.

Total Parcial Não

27. Anos no Esse indicador é factível de ser avaliado. Total

8

negócio/Total de beneficiários

Parcial Não

V. Uso dos serviços de saúde 28. Freqüência de

idas para cuidados pré- natal

A operadora possui informação sobre os partos realizados, podendo calcular de maneira retroativa. Não possui detalhamento sobre o número de semanas da gravidez no momento do parto.

Total Parcial Não

29. Consultas de crianças saudáveis nos primeiros 15 meses de vida

A operadora possui informação sobre a faixa etária das crianças e controle das visitas ao pediatra. Não possui controle sobre “crianças saudáveis”.

Total Parcial Não

30. Consultas de crianças saudáveis nos 3o, 4o, 5o e 6o ano de vida

A operadora possui informação sobre a faixa etária das crianças e controle das visitas ao pediatra. Não possui controle sobre “crianças saudáveis”.

Total Parcial Não

31. Consultas de adolescentes saudáveis

A operadora possui informação sobre a faixa etária dos adolescentes e controle das visitas ao pediatra. Não possui controle sobre “adolescentes saudáveis”.

Total Parcial Não

32. Freqüência de procedimentos selecionados

A operadora possui informação sobre os procedimentos realizados conforme tabela da AMB (Associação Médica Brasileira).

Total Parcial Não

33. Utilização de internações – Hospitais gerais – urgência/emergência

A operadora possui informação sobre o tipo de ocorrência (eletiva ou urgência) e o tipo de tratamento (clínico ou cirúrgico) na guia de internação.

Total Parcial Não

34. Cuidados ambulatoriais

O banco de dados da operadora permite avaliar esse indicador.

Total Parcial Não

35. Utilização de internações – eletivas

A operadora possui informação sobre o tipo de ocorrência (eletiva ou urgência) e o tipo de tratamento (clínico ou cirúrgico) na guia de internação.

Total Parcial Não

36. Altas hospitalares/ média de permanência na maternidade

A operadora possui informação para calcular este indicador.

Total Parcial Não

37. Taxa de cesáreas A operadora possui informação sobre as cesáreas realizadas.

Total Parcial Não

9

38. Taxa de nascimento por parto normal contra taxa de cesária

A operadora possui informação sobre os partos realizados.

Total Parcial Não

39. Nascimentos e média de permanência

A operadora possui no banco de dados informação sobre os partos realizados porém sem controle se o nascido foi vivo ou não.

Total Parcial Não

40. Internações/ médio de permanência psiquiátricas

A operadora possui informação sobre as internações de doentes mentais. Através da senha de autorização de internação, é possível identificar a internação por doença mental.

Total Parcial Não

41. Internações de doentes mentais –porcentagem de beneficiários internados, pronto atendimento (dia/noite) e serviços ambulatoriais

A operadora possui informação sobre as internações de doentes mentais.

Total Parcial Não

42. Internações por dependência química e média de permanência

A operadora possui informação sobre as internações dos dependentes químicos quando na autorização, através da senha.

Total Parcial Não

43. Internações por dependência química – porcentagem de beneficiários internados, com cuidados dia/noite e serviços ambulatoriais

A operadora possui informação sobre internações dos dependentes químicos quando na autorização, através da senha. A operadora não contém informação os serviços ambulatoriais para dependentes químicos.

Total Parcial Não

44. Uso de medicamento

A operadora não possui controle para esse indicador.

Total Parcial Não Não aplica

10

VI. Custo do cuidado da saúde

VII. Seleção de tratamento baseada em informação

45. Gerenciamento da menopausa

A operadora não possui informação para calcular este indicador.

Total Parcial Não

VIII. Informação descritiva do plano de saúde 46. Capacitação dos

profissionais A operadora não possui informação para avaliar esse indicador.

Total Parcial Não

47. Convênios com organizações de saúde pública, educacionais e de serviços sociais

Não se aplica. Total Parcial Não Não aplica

48. Porcentagem de adesões

A operadora possui a informação sobre as adesões de beneficiários nos planos.

Total Parcial Não

49. Adesões por linha de produtos

A operadora possui a informação sobre adesão aos produtos para todos os beneficiários, por tipo de plano e faixa etária.

Total Parcial Não

50. Total de beneficiários não duplicados do programa Medicaid

Não se aplica. Total Parcial Não Não aplica

51. Diversidade dos membros de Medicaid

Não se aplica. Total Parcial Não Não aplica

52. Semanas de

gravidez quando da adesão ao plano

A operadora não possui informação sobre o número de semanas de gravidez quando da adesão do plano. Pode ser feito uma amostragem inversa após o parto ocorrido.

Total Parcial Não

11

4. Descrição dos indicadores da metodologia HEDIS

I. Efetividade do cuidado com a saúde

No Nome do indicador Objetivo e ação

1. Imunização na

infância

Objetivo: tem como objetivo proteger as crianças das doenças

que podem ser evitadas por vacinas preventivas. Estima a

porcentagem de crianças que recebem as imunizações

apropriadas até o segundo ano de vida.

O método básico de prevenção de doenças graves na infância é

a imunização. Até o segundo ano de vida as crianças devem ter

recebido as seguintes imunizações: quatro doses de DTaP

(difteria, tétano e pertussis); três doses de IPV (paralisia

infantil); uma dose de MMR (sarampo-caxumba-rubéola); um

mínimo de três HIB (influenza haemophilus tipo B); três de

hepatite B e uma VZV (catapora).4

Ação: os pais devem ser educados sobre os benefícios da

imunização na infância e devem ser receber notificações

quando no período da vacinação, inclusive concedendo

certificados como presente para o estímulo.

4 Os tipos de imunizações são recomendados pelos órgãos americanos Centers for Disease Control and Prevention, American Academy of Pediatrics, American Academy of Family Physicians e Advisory Committe on Immunization Practices.

12

2. Imunização na

adolescência

Objetivo: tem como objetivo proteger adolescentes de doenças

comuns, graves, preveníveis e transmissíveis como hepatite B.

Estima a porcentagem de adolescentes com treze anos que

receberam todas as vacinações apropriadas. Devem ter recebido

as seguintes imunizações: MMR-2(segunda dose); três hepatite

B e VZV (caso não tenham tido a doença)

Ação: As organizações de saúde inovadoras têm estabelecido

parcerias com escolas tanto para educar os pais quanto os

alunos para imunização. “Cartões de aniversário” são enviados

para os familiares como incentivo para aumentar as taxas de

imunização. As organizações de saúde devem também notificar

os médicos, de preferência automaticamente via sistema

computacional, quando o adolescente estiver no consultório.

Este tipo de lembrança “on-line” evita uma nova visita ao

consultório.

13

3. Screening para

Câncer de mama

Objetivo: estima a porcentagem das mulheres entre 50 e 69

anos que fizeram mamografia nos últimos dois anos de

avaliação. O câncer de mama é segundo tipo de câncer mais

comum nas mulheres nos Estados Unidos, com

aproximadamente 180.000 casos notificados por ano. O exame

de mamografia tem reduzido a mortalidade entre 20 a 30% das

mulheres com 50 anos ou mais.5

Ação: As organizações de saúde devem incentivar e educar as

mulheres quanto a importância do screening para câncer de

mama. Algumas mulheres ainda temem ou desconhecem a

importância ou simplesmente esquecem As organizações de

saúde também devem buscar maiores facilidades para as

mulheres realizarem mamografias, como, por exemplo, a

distribuição geográfica.

Algumas organizações de saúde inovadoras fornecem para seus

médicos uma lista das mulheres que não fizeram mamografia,

conforme recomendado. Também enviam notificações para as

mulheres, inclusive esclarecendo como devem fazer seu auto-

exame.

4. Screening para colo

de útero

Objetivo: indica o quanto as mulheres são avaliadas quanto ao

câncer cervical. Estima a porcentagem de mulheres entre 18 e

64 anos que fizeram no mínimo um exame de Papanicolau nos

últimos três anos de avaliação. O câncer cervical pode ser

detectado em estágio precoce se exames de Papanicolau são

realizados regularmente.6

Ação: Algumas mulheres desconhecem a importância de

realizarem o exame Papanicolau. O exame pode ser

desconfortável e por isso algumas mulheres não o fazem. As

5 Os órgãos americanos U.S. Preventive Services Task Force, American Academy of Family Physicians e o American College of Preventive Medicine recomendam o exame de mamografia como o método mais eficaz para detectar câncer de mama. A mamografia é um raio-X da mama que pode visualizar tumores muito pequenos para serem percebidos com o autoexame. 6 Um grande número de organizações incluindo American College of Obstetricians and Gynecologists, American Medical Association e American Cancer Society recomendam exame de papanicolau de um a três anos para todas as mulheres sexualmente ativas ou com mais de 18 anos.

14

organizações de saúde devem educar as mulheres sobre a

importância de tal exame, fornecendo informações para

diminuir a ansiedade e o medo. Algumas organizações de saúde

enviam cartões de aniversário incentivando a realização do

exame.

5. Screening de

clamídia nas

mulheres

Objetivo: estima o número de mulheres sexualmente ativas

entre 16 e 26 anos que realizaram screening de clamídia. O

screening de clamídia é importante porque a maioria das

mulheres portadoras não apresenta sintomas. O principal

objetivo é prevenir doenças inflamatórias pélvicas, infertilidade

e gravidez ectópica, que são altamente prevalentes em mulheres

que têm infecção por clamídia e não foram tratadas. Chlamydia

Trachomatis é a doença sexualmente transmissível mais comum

nos EUA. Sua prevalência é maior entre mulheres adolescentes

de 15-19 anos e em mulheres adultas de 25-29 anos. Os gastos

associados com clamídia excedem $2.4 bilhões anualmente.

Screening seletivo para mulheres de alto-risco economiza $38

para cada mulher e resulta em 3,7 casos evitados de clamídia

para cada 100 mulheres que fizeram o screening. O screening

universal economiza $45 para cada mulher que o realizou e

resulta em 4,7 casos evitados de infecções de clamídia para

cada 100 mulheres que o fizeram.

Ação: tanto os médicos quanto os beneficiários podem estar

desinformados sobre a importância do screening de clamídia.

As organizações de saúde devem educar os médicos sobre o

custo-efetividade do screening de clamídia incentivando-os

para o uso.

6. Controle de

pacientes com

hipertensos

Objetivo: indica se a pressão do sangue foi controlada entre os

adultos de 46-85 anos que foram diagnosticados hipertensos.

Aproximadamente 50 milhões de americanos, incluindo 30% da

população adulta, tem pressão alta. Estudos mostram que

15

tratamentos agressivos de pressão alta reduzem mortalidade por

ataque cardíaco, derrame e problemas renais.

Ação: para melhorar as taxas de hipertensão faz-se relevante

implantar tratamento clínico que abrange desde dieta, mudança

no estilo de vida e uso correto de medicamentos. As

organizações de saúde podem usar programas educacionais

tanto para os médicos quanto para os beneficiários de maneira a

incentivar diversas opções de tratamento de hipertensão.

7. Uso de medicamento

beta-bloqueador após

alta de paciente que

sofreu infarto agudo

do miocárdio

Objetivo: este indicador examina uma forma de prevenir um

segundo ataque cardíaco. Estima o número de beneficiários

com 35 anos ou mais que já tiveram um ataque cardíaco e que

receberam a prescrição de uso do medicamento denominado

beta-bloqueador (excluem aqueles que por razões médicas não

podem tomar). Problemas cardíacos são a maior causa morte

nos Estados Unidos. As pessoas que já tiveram um ataque

cardíaco correm um alto o risco de terem outro. Para diminuir o

risco recomenda-se o uso do medicamento beta-bloqueador o

qual reduz a pressão sanguínea. No ano de 2000 a média do uso

desse medicamento por pacientes que já haviam sofrido um

ataque cardíaco foi de 89,4%. A efetividade do tratamento com

beta-bloqueador está bem documentada e ainda estima-se que

somente metade das pessoas que sofreram ataque cardíaco o

utiliza.

Ação: alguns médicos desconhecem o resultado do beta-

bloqueador, por isso não o prescrevem. Ë importante educar os

médicos quanto a efetividade desse tratamento, oferecendo

incentivos para o seu uso e oferecer guias e outras ferramentas

de suporte à decisão para auxiliá-los em prescrever o

medicamento corretamente.

8. Acompanhamento do

colesterol depois de

Objetivo: estima dois componentes relevantes para

gerenciamento do colesterol para pacientes que tiveram eventos

16

eventos agudos

cardiovasculares

agudos cardiovasculares no ano anterior ao do relatório: o

percentual de realização de screening de LCD e percentual de

pacientes com nível de LCL-C abaixo de 130 mg/DL. Reduzir o

colesterol para pacientes que tiveram problemas cardíacos é

importante porque tal tratamento pode reduzir morbidades e

mortalidade em até 40%.

Ação: programas educacionais com os pacientes e médicos

podem ser desenvolvidos.

9. Cuidados

abrangentes com

diabéticos

Objetivo: seis aspectos devem ser avaliados sobre os pacientes

diabéticos sendo estes: teste sanguíneo (glicohemoglobina

(HbAlc), HbAlc > 9,5 por cento, screening de LCL-C

realizado, nível de LDL-C < 130 mg/dl, um exame de retina

realizado e monitoramento de problemas renais.

Ação: programa educacional com os médicos sobre pacientes

diabéticos; incentivos para os pacientes diabéticos visitarem

anualmente um oftalmologista, sem cobrar franquia ou co-

participação, quando for o caso.

10. Uso de medicamento

apropriado para

pacientes com asma

Objetivo: avalia o quanto são prescritos medicamentos

apropriados para os pacientes asmáticos. Asma é uma doença

crônica que atinge estimadamente 5 milhões de crianças nos

EUA. 7

Ação: programas de educação para os médicos e pacientes

destacando os medicamentos apropriados e as opções de

tratamento.

11. Acompanhamento

após internação por

doença mental

Objetivo: avalia a continuidade do cuidado com os pacientes

doentes mentais. Estima a porcentagem dos pacientes com seis

anos ou mais que foram hospitalizados por problemas mentais e

foram vistos por médicos nos 30 dias ou 7 dias subsequentes à

alta. É importante acompanhar o paciente após este tipo de

7 A lista de medicamentos recomendáveis para asma é derivada das organizações chamadas National Asthma Education and Prevention Program (NAEPP) e National Heart, Lung and Blood Institute (NHLBI).

17

internação pois pode evitar problemas do tipo readaptação ao

ambiente domiciliar ou do trabalho ou até com os

medicamentos prescritos.

Ação: devem ser elaborados escalonamentos para o período

pós-internação, promovendo programas de educação para os

médicos e pacientes sobre a importância do acompanhamento.

12. Gerenciamento de

medicamento

antidepressivo

Objetivo: mede se os pacientes que utilizam medicamento anti-

depressivo estão sendo acompanhados. Avalia se três visitas de

acompanhamento estão ocorrendo quando em novo tratamento,

a porcentagem de pacientes que receberam drogas

antidepressivas na fase aguda (3 meses) e a porcentagem de

pacientes que completaram um período contínuo de tratamento

para depressão (6 meses).

13. Assistência médica

com pacientes

fumantes para

pararem de fumar

Objetivo: são 3 os componentes relevantes para esta avaliação:

aconselhamento para os fumantes pararem – a porcentagem de

membros com 18 anos ou mais que são fumantes ou deixaram

de fumar recentemente e que receberam aconselhamento do

médico para pararem de fumar;

avaliação de medicamentos para parar de fumar – a

porcentagem de membros com 18 anos ou mais que são

fumantes ou deixaram de fumar recentemente com cujos

médicos discutiram os medicamentos que podem auxiliá-los a

para de fumar;

estratégias para avaliação de como parar de fumar - a

porcentagem de membros com 18 anos ou mais que são

fumantes ou deixaram de fumar recentemente cujos médicos

discutiram estratégias para pararem de fumar.

Parar de fumar reduz riscos como câncer no pulmão, ataque

cardíaco e doenças crônicas no pulmão.

Ação: os médicos devem ser encorajados para conversarem

abertamente com seus pacientes sobre os riscos do fumo,

18

incentivando-as a pararem de fumar. Outros incentivos podem

ser utilizados como, por exemplo, palestras sobre o fumo ou a

disponibilização de um “kit” para os beneficiários contendo

instruções sobre a importância de parar de fumar.

14. Vacinação de gripe

para adultos com

idade entre 50 e 64

anos

Objetivo: estima o percentual dos adultos entre 50 e 64 anos

Ação: é importante promover programas educacionais para os

idosos esclarecendo a importância da vacinação contra

gripe.que foram vacinados contra gripe.

15. Vacinação de gripe

para adultos idosos

Objetivo: estima o percentual dos idosos (mais do que 65 anos)

que foram vacinados contra gripe.

Ação: é importante promover programas educacionais para os

idosos esclarecendo a importância da vacinação contra gripe.

16. Controle de

vacinação de

pneumonia para

adultos idosos

Objetivo: avaliar o número de membros com mais de 65 anos

do programa Medicare que foram vacinados contra pneumonia.

17. Pesquisa de

resultados do

programa Medicare

Objetivo: quantifica o estado de saúde mental e física da

população do programa Medicare no início e no final do

período de dois anos

II. Acesso e disponibilidade do cuidado da saúde

No Nome do indicador Objetivo e ação

18. Acesso de adultos

para serviços

preventivos ou

ambulatoriais

Objetivo: avalia o percentual dos membros adultos que

receberam serviços ambulatoriais e preventivos. É importante

pois avalia se há ou não barreiras de acesso aos cuidados com a

saúde.

19

19. Acesso da criança

para médicos de

atenção básica

Objetivo: avalia as visitas feitas aos pediatras pelas crianças

20. Cuidado pré-natal e

pós parto

Objetivo: avalia a porcentagem de mulheres grávidas que

iniciaram o pré-natal durante as treze primeiras semanas de

gravidez e a porcentagem das mulheres que deram à luz e

realizaram visitas pós parto entre o 21 e 56 dia depois do parto.

O conceito pré-natal é um protótipo da medicina preventiva. É

importante o acompanhamento durante a gestação para evitar

possíveis problemas. É recomendável que seja feita uma pelo

menos uma visita ao obstetra entre a 4ª e 6ª semana pós-parto.

21. Visita anual ao

dentista

Objetivo: estima o percentual dos membros entre 3 e 21 anos

com cobertura odontológica que fizeram um check-up no

último ano.

22. Serviços disponíveis

de tradução

Objetivo: avalia o número de médicos e funcionários

administrativos que falam outra língua além do inglês.

III. Satisfação com a experiência de cuidados com a saúde

No Nome do indicador Objetivo e ação

23. CAHPS 3.0H

Pesquisa com adultos

Objetivo: avalia a experiência dos membros adultos quanto ao

cuidado com a saúde através de pesquisa.

24. CAHPS 3.0H

Pesquisa com criança

Objetivo: avalia a experiência das crianças quanto ao cuidado

com a saúde através de pesquisa.

25. ECHOtm 1.0H

Pesquisa para

MBHOs

Objetivo: avalia a experiência quanto ao uso de prestadores de

serviços para doenças mentais através de pesquisa

IV. Estabilidade do plano de saúde

20

No Nome do indicador Objetivo e ação

26. Substituições dos

médicos

Objetivo: avalia a taxa saída dos médicos. No caso desta ser

alta pode sinalizar um gerenciamento ineficiente ou sinal de

algum tipo de insatisfação.

27. Anos no

negócio/Total de

beneficiários

Objetivo: avalia o sucesso da organização de saúde,

considerando a estabilidade da estrutura e dos processos através

dos quais se obtêm os resultados.

V. Uso dos serviços de saúde

No Nome do indicador Objetivo e ação

28. Freqüência de idas

para cuidados pré

natal

Objetivo: avalia o uso dos serviços com cuidado pré-natal.

Cuidado contínuo durante a gravidez é importante para evitar

possíveis complicações. As visitas devem ocorrer a cada quatro

semanas nas primeiras 28 semanas da gravidez, a cada 2 ou 3

semanas para as próximas 7 semanas e semanalmente a partir

da 36ª semana até o parto.

29. Consulta de crianças

saudáveis nos

primeiros 15 meses

de vida

Objetivo: avaliar a freqüência de visita das crianças nos

primeiros 15 meses. Estima a porcentagem das crianças que

tiveram 1, 2, 3, 4, 5, 6 ou mais visitas até o 15o mês de vida.

30. Consulta de crianças

saudáveis nos 3o, 4o,

5o e 6o ano de vida

Objetivo: avalia a rotina de check-up das crianças de 3, 4, 5 e 6

anos. Estima a porcentagem de pelo menos uma visita ao

médico.

31. Consulta de

adolescentes

saudáveis

Objetivo: avalia as visitas regulares de adolescentes de 12 a 21

anos, calculando a porcentagem de uma ou mais visitas ao

médico ou ao ginecologista durante o ano.

32. Freqüência de

procedimentos

selecionados

Objetivo: lista os procedimentos (a maioria cirúrgicos) que são

freqüentemente realizados e que contribuem significativamente

para o aumento de custo. Uma grande variação nas taxas dos

21

procedimentos nas regiões geográficas aparenta ter pouca

correlação com os resultados. As razões não são claras.

Algumas variações podem ser explicadas por serem

procedimentos desnecessários. Essas taxas parecem influenciar

a maneira como as organizações de saúde gerenciam o cuidado

com a saúde. São avaliados os seguintes procedimentos pela

ferramenta HEDIS: meringotomia,

tonsilectomia/adenoidectomia, dilatação e curetagem,

cateterização cardíaca, angioplastia, enxerto de artéria coronária

"bypass", colecistectomia, histerectomia,

laminectomia/discectomia, prostatectomia , substituição total de

coxa e joelho , excisão parcial do intestino grosso e

endarterectomia em carótida.

33. Internações em casos

agudos – Hospitais

gerais

Objetivo: estima a extensão do uso dos membros das

organizações de saúde de tratamentos hospitalares devido a

gravidez e nascimento, tratamentos cirúrgicos e não cirúrgicos.

O relatório reporta quantas internações ocorreram no ano de

análise e por quanto tempo os membros permaneceram no

hospital.

34. Cuidados

ambulatoriais

Objetivo: estima o uso de 4 tipos de serviços ambulatoriais:

visitas ao ambulatório, visitas à emergência,

procedimentos/cirurgia ambulatoriais e permanência “em

observação”.

35. Internações em casos

não agudos

Objetivo: estima a extensão de tratamentos do tipo atendimento

domiciliar, ou centro de reabilitação. Deve ser reportado o

número de permanências em instituições, em casos não agudos,

no ano da análise e a média de permanência.

36. Altas hospitalares e

média de

permanência na

maternidade

Objetivo: descreve o número de mulheres que realizara parto

no ano da análise e por quanto tempo permaneceram no

hospital, em média, depois de um parto normal ou parto

cesárea.

22

37. Taxa de cesáreas Objetivo: trata das altas, dias e média de permanência e taxa

das mulheres que realizaram parto de nascido vivo durante o

ano de análise. Sabe-se que cesariana é uma das mais

freqüentes cirurgias e existe uma preocupação de um certo

exagero de ocorrência. Algumas mulheres ao escolherem um

plano de saúde podem querer saber a taxa de cesáreas de cada

hospital. Também podem desejar saber a taxa de VBAC (Parto

normal depois de uma cesárea - Vaginal birth after cesarean

section).

38. Taxa de nascimento

por parto normal

contra taxa de cesária

Objetivo: trata das altas, dias e média de permanência e taxa

das mulheres que realizaram parto normal de nascido vivo

durante o ano de análise, depois de terem realizado um parto

cesárea. Antigamente se dizia “uma vez uma cesariana, sempre

cesariana” e isto não é mais verdadeiro. Programas de educação

dos pacientes e médicos podem reduzir as taxas VBAC e

diminuir as taxas de cesarianas.

39. Nascimentos e média

de permanência

Objetivo: estima o número de nascidos vivos no ano de análise

e a média de permanência no hospital. Deve-se listar a média de

permanência dos nascidos com e sem problemas.

40. Internações

psiquiátricas e tempo

médio de

permanência

Objetivo: estima quantas hospitalizações por problemas

mentais ocorreram no ano da análise e a média de permanência.

Os serviços relacionados a doenças mentais podem ser de

grande preocupação para os empregadores (planos coletivos) e

por isso a ferramenta HEDIS tanto enfatiza. Absenteísmo, baixa

produtividade e aumentos nos gastos médicos podem ser

resultados de atendimentos inadequados de doentes mentais.

41. Internações de

doentes mentais –

porcentagem de

beneficiários

internados, pronto

Objetivo: Existem diversos níveis de problemas mentais:

tratamentos hospitalares, cuidado noite e dia (nível

intermediário quando um paciente pode morar em casa e visitar

instituições terapêuticas durante o dia) e tratamento

ambulatorial. O percentual de membros que receberam os

23

atendimento

(dia/noite) e serviços

ambulatoriais

serviços de saúde mental em cada nível deve ser calculado.

42. Internações por

dependência química

e média de

permanência

Objetivo: estima quantas hospitalizações por dependência

química ocorreram no ano da análise e a média de permanência.

Dependência química (normalmente álcool) é custoso.

43. Internações por

dependência química

– porcentagem de

beneficiários

internados, com

cuidados dia/noite e

serviços

ambulatoriais

Objetivo: Existem níveis de cuidados de dependência química:

tratamento hospitalar, cuidado noite e dia e tratamento

ambulatorial. Deve ser calculado o percentual de membros que

receberam tratamento por nível.

44. Uso de medicamento Objetivo: avalia as informações para os membros com

benefícios farmacêuticos. Deve ser reportado o custo médio das

prescrições por membro, por mês e a média do número de

prescrições por membro, por mês. Gerenciar o custo das

prescrições de medicamentos é um aspecto de gerenciamento da

utilização.

VI. Custo do cuidado da saúde

No Nome do indicador Objetivo e ação

O custo do cuidado da saúde é importante, porém não existe indicadores neste

domínio. Os que existiam na ferramenta HEDIS anterior a 2003 foram retirados devido

à questionamentos da metodologia pelo mercado de Organizações de saúde. O NCQA

está realizando estudos para elaborar novos indicadores.

24

VII. Seleção de tratamento baseada em informação

No Nome do indicador Objetivo e ação

45. Gerenciamento da

menopausa

Objetivo: avalia o aconselhamento para gerenciamento de

problemas hormonais na menopausa durante o ano de análise e

o ano anterior. A população elegível inclui mulheres entre 47 e

55 anos.

VIII. Informação descritiva do plano de saúde

No Nome do indicador Objetivo e ação

46. Capacitação dos

profissionais

Objetivo: calcula a porcentagem dos médicos que obtiveram

certificação nas respectivas especialidades e que concluíram

residência.

47. Convênios com

organizações de saúde

pública, educacionais

e de serviços sociais

Objetivo: esta medida calcula como as organizações de saúde

fornecem e coordenam serviços relacionados com agências de

saúde pública, educação e serviço social.

48. Total de adesões por

porcentagem

Objetivo: fornece uma visão global dos beneficiários. Deve

ser fornecido o percentual total de beneficiários que

contribuíram ao longo do ano de análise por cada linha de

produto (comercial, Medicaid, Medicare e outros), por idade e

sexo. O sexo e a idade são importantes para que os

compradores e beneficiários dos planos possam avaliar o tipo

de cuidado oferecido (mais câncer em população idosa,

serviços distintos para mulheres e homens) no volume total dos

serviços fornecidos.

49. Adesões por linha de Objetivo: apresenta o número total de beneficiários por cada

25

produtos linha de produto, por idade e sexo.

50. Total de beneficiários

não duplicados do

programa Medicaid

Objetivo: fornece informação sobre quantos membros no

programa Medicaid se registraram em organizações de saúde

durante o ano de análise. Esta informação pode ajudar aos

estados calcularem a média dos registros dos membros do

programa Medicaid em uma organização de saúde.

51. Diversidade dos

membros de

Medicaid

Objetivo: mostra a diversidade dos membros do programa

Medicaid por raça, grupos étnicos e que falam ou não inglês.

52. Semanas de gravidez

quando da adesão ao

plano

Objetivo: apresenta o estágio da gravidez na data de adesão á

organização de saúde para todas as mulheres do programa

Medicaid que fizeram o parto no ano de análise.

Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Pós-Graduação em Saúde Pública

Mestrado Profissionalizante em Regulação de Saúde Suplementar

ANEXO B

Procedimentos realizados no banco de dados da operadora Fio-sáude

2

1. PROPÓSITO

Este documento apresenta a descrição em linguagem SQL dos procedimentos

realizados no banco de dados do Fio-saúde.

2. PROCEDIMENTOS Tabela População CREATE TABLE POPULACAO (NR_MATRICULA_FIOPREV NUMBER(6) NOT NULL, NR_DEP_FIOPREV NUMBER(2) NOT NULL , NR_DV_FIOPREV NUMBER(1), DT_INSCRICAO DATE, DT_NASCIMENTO DATE, ID_SEXO VARCHAR2(1), CD_PLANO NUMBER(2), CD_PARENTESCO NUMBER(2), CD_TIPO_USUARIO NUMBER(4)); ALTER TABLE POPULACAO ADD CONSTRAINT Pop_PK PRIMARY KEY(NR_MATRICULA_FIOPREV , nr_DEP_FIOPREV , NR_DV_FIOPREV ) ; DROP INDEX POP_IND1; CREATE INDEX POP_IND1 ON POPULACAO (NR_MATRICULA_FIOPREV, nr_DEP_FIOPREV, NR_DV_FIOPREV, DT_INSCRICAO); DROP INDEX POP_IND2; CREATE INDEX POP_IND2 ON POPULACAO (NR_MATRICULA_FIOPREV, nr_DEP_FIOPREV, NR_DV_FIOPREV, CD_PLANO); DROP INDEX POP_IND2; CREATE INDEX POP_IND2 ON POPULACAO (CD_PLANO, DT_NASCIMENTO); SELECT T1.NR_MATRICULA_FIOPREV, T1.NR_DEP_FIOPREV, T1.NR_DV_FIOPREV , T2.DT_INSCRICAO, T1.DT_NASCIMENTO, ID_SEXO, T2.CD_PLANO, CD_PARENTESCO, CD_TIPO_USUARIO FROM ASM_USUARIO T1, ASM_INSCRICAO_FIOSAUDE T2 WHERE T2.NR_MATRICULA_FIOPREV = T1.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T2.NR_DEP_FIOPREV = T1.NR_DEP_FIOPREV AND T2.NR_DV_FIOPREV = T1.NR_DV_FIOPREV

3

AND T2.DT_INSCRICAO <= (TO_DATE('31122002','DDMMYYYY')) AND ((T2.DT_EXCLUSAO IS NULL) OR (T2.dt_exclusao >= TO_date('01012003','DDMMYYYY'))); Indicador- screening para câncer de mama ************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO T2 WHERE T2.ID_SEXO = 'F' AND T2.CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 52 AND 69) / ******************* SELECT /** index (T1 aup_ind01)*/ T2.NR_MATRICULA_FIOPREV,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T1, POPULACAO T2 WHERE T1.NR_MATRICULA_FIOPREV = T2.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T1.NR_DEP_FIOPREV = T2.NR_DEP_FIOPREV AND T1.NR_DV_FIOPREV = T2.NR_DV_FIOPREV AND T1.TP_GUIA IN ('GE','RE') AND T1.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T1.CD_ITEM = 32080050 AND T1.DT_EVENTO BETWEEN TO_DATE('01012001','DDMMYYYY') AND TO_DATE('31122002','DDMMYYYY') AND T2.ID_SEXO = 'F' AND T2.CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 52 AND 69) GROUP BY T2.NR_MATRICULA_FIOPREV ,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV / **** resultado Plano basico: 336 denominador = 690 **** superior = 333 deno = 584 **** executivo = 111 den = 176 Indicador 4 - screening para câncer cervical ************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO WHERE ID_SEXO = 'F' AND CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 21 AND 64) /

4

******************* SELECT /** index (T1 aup_ind01)*/ T2.NR_MATRICULA_FIOPREV,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T1, POPULACAO T2 WHERE T1.NR_MATRICULA_FIOPREV = T2.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T1.NR_DEP_FIOPREV = T2.NR_DEP_FIOPREV AND T1.NR_DV_FIOPREV = T2.NR_DV_FIOPREV AND T1.TP_GUIA IN ('GE','RE') AND T1.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T1.CD_ITEM = 21010056 AND T1.DT_EVENTO BETWEEN TO_DATE('01012000','DDMMYYYY') AND TO_DATE('31122002','DDMMYYYY') AND T2.ID_SEXO = 'F' AND T2.CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 21 AND 64) GROUP BY T2.NR_MATRICULA_FIOPREV ,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV / **** resultado Plano basico: 1313 denominador = 2013 **** superior = 1442 deno = 2110 **** executivo = 335 den = 555 Indicador - screening de clamídia nas mulheres 28100131 = CHLAMIDIA CULTURA,ELISA OU IFD (CADA) 28100140 = CHLAMIDIA(CITOLOGIA OU IMUNOFLUORESCENCI ************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO T2 WHERE T2.ID_SEXO = 'F' AND T2.CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 16 AND 20) / ******************* SELECT /** index (T1 aup_ind01)*/ T2.NR_MATRICULA_FIOPREV,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T1, POPULACAO T2 WHERE T1.NR_MATRICULA_FIOPREV = T2.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T1.NR_DEP_FIOPREV = T2.NR_DEP_FIOPREV AND T1.NR_DV_FIOPREV = T2.NR_DV_FIOPREV AND T1.TP_GUIA IN ('GE','RE') AND T1.CD_TIPO_ITEM = 7 AND ((T1.CD_ITEM = 28100131) or (T1.CD_ITEM = 28100140)) AND

5

T1.DT_EVENTO BETWEEN TO_DATE('01012002','DDMMYYYY') AND TO_DATE('31122002','DDMMYYYY') AND T2.ID_SEXO = 'F' AND T2.CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 16 AND 20) GROUP BY T2.NR_MATRICULA_FIOPREV ,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV / **** resultado Plano basico: 0 denominador = 238 **** superior = 2 deno = 182 **** executivo = 0 den = 50 / *************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO T2 WHERE T2.ID_SEXO = 'F' AND T2.CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 21 AND 26) / ******************* SELECT /** index (T1 aup_ind01)*/ T2.NR_MATRICULA_FIOPREV,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T1, POPULACAO T2 WHERE T1.NR_MATRICULA_FIOPREV = T2.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T1.NR_DEP_FIOPREV = T2.NR_DEP_FIOPREV AND T1.NR_DV_FIOPREV = T2.NR_DV_FIOPREV AND T1.TP_GUIA IN ('GE','RE') AND T1.CD_TIPO_ITEM = 7 AND ((T1.CD_ITEM = 28100131) or (T1.CD_ITEM = 28100140)) AND T1.DT_EVENTO BETWEEN TO_DATE('01012002','DDMMYYYY') AND TO_DATE('31122002','DDMMYYYY') AND T2.ID_SEXO = 'F' AND T2.CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 21 AND 26) GROUP BY T2.NR_MATRICULA_FIOPREV ,T2.NR_DEP_FIOPREV,T2.NR_DV_FIOPREV / **** resultado Plano basico: 1 denominador = 213 **** superior = 5 deno = 227 **** executivo = 0 den = 67 Indicador - consultas pediátricas *** caso 1 **************************

6

SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO t4 WHERE t4.CD_PLANO = &1 AND (DT_NASCIMENTO >= TO_DATE('01122000','DDMMYYYY') AND DT_NASCIMENTO <= TO_DATE('31122001','DDMMYYYY')) / ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '10000003' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012002','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND t4.CD_PLANO = &1 AND (DT_NASCIMENTO >= TO_DATE('01122000','DDMMYYYY') AND DT_NASCIMENTO <= TO_DATE('31122001','DDMMYYYY')) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado Plano basico: 65 denominador = 72 **** superior = 66 deno = 85 **** executivo = 3 den = 6 *** caso 2 ************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO t4 WHERE t4.CD_PLANO = &1 AND (DT_NASCIMENTO <= TO_DATE('30112000','DDMMYYYY') AND DT_NASCIMENTO >= TO_DATE('31121996','DDMMYYYY')) / ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '10000003' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012002','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND

7

t4.CD_PLANO = &1 AND (DT_NASCIMENTO <= TO_DATE('30112000','DDMMYYYY') AND DT_NASCIMENTO >= TO_DATE('31121996','DDMMYYYY')) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado Plano basico: 232 denominador = 313 **** superior = 253 deno = 368 **** executivo = 25 den = 62 *** caso 3 ************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO t4 WHERE t4.CD_PLANO = &1 AND (DT_NASCIMENTO <= TO_DATE('31121995','DDMMYYYY') AND DT_NASCIMENTO >= TO_DATE('31121991','DDMMYYYY')) / ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '10000003' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012001','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND t4.CD_PLANO = &1 AND (DT_NASCIMENTO <= TO_DATE('31121995','DDMMYYYY') AND DT_NASCIMENTO >= TO_DATE('31121991','DDMMYYYY')) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado Plano basico: 295 denominador = 397 **** superior = 258 deno = 393 **** executivo = 25 den = 90 Indicador - consultas de adultos à clínicos gerais SQL> select cd_especialidade, ds_especialidade 2 from asm_especialidade 3 where ds_especialidade like 'CLINICA%'; CD_ESPECIALIDADE DS_ESPECIALIDADE ---------------- ----------------------------------------

8

1000004 CLINICA MEDICA ********************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO WHERE CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 20 AND 44) / ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '1000004' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012002','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND t4.CD_PLANO = &1 AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 20 AND 44) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado **** basico: 695 denominador = 1971 **** superior = 560 deno = 2173 **** executivo = 42 denO = 479 __________________________________________________________ SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO WHERE CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 45 AND 64) / ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND

9

T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '1000004' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012002','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND t4.CD_PLANO = &1 AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 45 AND 64) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado **** basico: 537 denominador = 1491 **** superior = 392 deno = 1501 **** executivo = 67 denO = 498 __________________________________________________________ SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO WHERE CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 65 AND 110) / ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '1000004' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012002','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND t4.CD_PLANO = &1 AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 65 AND 110) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado **** basico: 349 denominador = 906 **** superior = 257 deno = 842 **** executivo = 60 denO = 335 Indicador - consultas de homens à urologistas

10

SQL> SELECT CD_ESPECIALIDADE, DS_ESPECIALIDADE 2 FROM ASM_ESPECIALIDADE WHERE DS_ESPECIALIDADE LIKE 'UROLOG%'; CD_ESPECIALIDADE DS_ESPECIALIDADE ---------------- ---------------------------------------- 56000006 UROLOGIA 93000000 UROLOGIA PEDIATRICA 97000000 UROLOGIA PEDIATRICA ************************** SELECT COUNT(*) FROM POPULACAO WHERE ID_SEXO = 'M' AND CD_PLANO = &plano AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 50 AND 70) / ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '56000006' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012001','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND T4.ID_SEXO = 'M' AND t4.CD_PLANO = &1 AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 50 AND 70) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado Plano basico: 118 denominador = 544 **** superior = 103 deno = 500 **** executivo = 25 den = 174 ******************* SELECT t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV, COUNT(*) FROM ASM_USUARIO_PARTICIPACAO T3, POPULACAO t4 WHERE T3.NR_MATRICULA_FIOPREV = t4.NR_MATRICULA_FIOPREV AND T3.NR_DEP_FIOPREV = t4.NR_DEP_FIOPREV AND T3.NR_DV_FIOPREV = t4.NR_DV_FIOPREV AND

11

T3.TP_GUIA IN ('GC','RC') AND T3.CD_TIPO_ITEM = 7 AND T3.cd_ITEM = '56000006' and ( dt_EVENTO between to_date ('01012002','ddmmyyyy') AND to_date('31122002','ddmmyyyy') )AND T4.ID_SEXO = 'M' AND t4.CD_PLANO = &1 AND (TRUNC(MONTHS_BETWEEN(TO_DATE('31122002','DDMMYYYY'), (DT_NASCIMENTO) ))/12 BETWEEN 50 AND 70) group by t4.NR_MATRICULA_FIOPREV,t4.NR_DEP_FIOPREV , t4.NR_DV_FIOPREV **** resultado Plano basico: 85 denominador = 544 **** superior = 76 deno = 500 **** executivo = 13 den = 174 Totais de guias CONSULTAS select /*+ index( a aup_ind01) */ sum(a.qt_participacao),b.cd_plano,b.id_sexo from asm_usuario_participacao a, populacao b where a.tp_guia in ('GC','RC') and a.cd_tipo_item = 7 and a.dt_evento between to_date('01012002','ddmmyyyy') and to_date('31122002','ddmmyyyy') and a.nr_matricula_fioprev = b.nr_matricula_fioprev and a.nr_dep_fioprev = b.nr_dep_fioprev and a.nr_dv_fioprev = b.nr_dv_fioprev and a.qt_participacao > 0 group by b.cd_plano,b.id_sexo SUM(A.QT_PARTICIPACAO) CD_PLANO I ---------------------- --------- - 17426 1 F 8165 1 M 17490 2 F 8911 2 M 3649 3 F 1775 3 M EXAMES 1 select /*+ index( a aup_ind01) */ 2 sum(a.qt_participacao),b.cd_plano,b.id_sexo 3 from asm_usuario_participacao a, 4 populacao b 5 where a.tp_guia in ('GE','RE') and

12

6 a.cd_tipo_item = 7 and 7 a.dt_evento between to_date('01012002','ddmmyyyy') and 8 to_date('31122002','ddmmyyyy') and 9 a.nr_matricula_fioprev = b.nr_matricula_fioprev and 10 a.nr_dep_fioprev = b.nr_dep_fioprev and 11 a.nr_dv_fioprev = b.nr_dv_fioprev and 12 a.qt_participacao > 0 13* group by b.cd_plano,b.id_sexo SQL> / SUM(A.QT_PARTICIPACAO) CD_PLANO I ---------------------- --------- - 48236 1 F 21175 1 M 59719 2 F 28619 2 M 19101 3 F

8636 3 M INTERNAÇÃO 1 select /*+ index( a aup_ind01) */ 2 count(distinct nr_senha),b.cd_plano,b.id_sexo 3 from asm_usuario_participacao a, 4 populacao b 5 where a.tp_guia in ('GI','RI') and 6 a.dt_evento between to_date('01012002','ddmmyyyy') and 7 to_date('31122002','ddmmyyyy') and 8 a.nr_matricula_fioprev = b.nr_matricula_fioprev and 9 a.nr_dep_fioprev = b.nr_dep_fioprev and 10 a.nr_dv_fioprev = b.nr_dv_fioprev 11* group by b.cd_plano,b.id_sexo SQL> / COUNT(DISTINCTNR_SENHA) CD_PLANO I ----------------------- --------- - 394 1 F 253 1 M 369 2 F 288 2 M 113 3 F 95 3 M

Fundação Oswaldo Cruz Escola Nacional de Saúde Pública Pós-Graduação em Saúde Pública

Mestrado Profissionalizante em Regulação de Saúde Suplementar

ANEXO C

Cálculo dos indicadores do SIP

2

1. PROPÓSITO

Este documento tem como propósito descrever os cálculos dos indicadores do

Sistema de Informação de Produtos (SIP).

2. CÁLCULO DOS INDICADORES DO SIP

Coeficiente de mortalidade materna Nº de óbitos por causas maternas, em determinado ano x 100.000 Nº de nascidos vivos no mesmo ano

Coeficiente de nascidos vivos Nº de nascido a termo + nº de nascido vivo prematuro X 1.000 Nº partos normais + nº de partos cesáreas

Coeficiente de natalidade Nº de nascido a termo + nº de nascido vivo prematuro X 1.000 Total de beneficiários

Coeficiente de natimortalidade Nº de nascidos mortos X 1.000 Nº de partos normais + nº de partos cesáreas

Despesa assistencial líquida por exposto Total da despesa no item de despesa – Recuperação de indenização no item de despesa N.º de expostos no mesmo item de despesa

Freqüência de utilização

N.º de eventos no item de despesa N.º de expostos no mesmo item de despesa

Índice de exames por consulta odontológicas Total de exames odontológicos complementares X 100 Total de consultas odontológicas

Índice de exames por consulta

Total de exames complementares X 100 Total de consultas médicas

Índice de exames por consulta – grupo 1

3

Total de exames complementares – grupo 1 X 100 Total de consultas médicas

Índice de exames por consulta – grupo 2

Total de exames complementares – grupo 2 X 100 Total de consultas médicas

Índice de internações por transtornos maternos na gravidez Internações por transtornos maternos na gravidez Total de partos normais + partos cesáreas

Índice de internações por complicações no período de puerpério Internações por complicações no período de puerpério Total de partos normais + partos cesáreas

Índice de terapias por consulta

Total de terapias __ X 100 Total de consultas médicas

Índice de terapias por consulta – grupo 1 Total de terapias – grupo 1 X 100 Total de consultas médicas

Índice de terapias por consulta - grupo 2 Total de terapias – grupo 2 X 100 Total de consultas médicas

Média de permanência de internação

Total de diárias em quarto ou enfermaria + Diárias de UTI e semi-intensiva Total de Internação

Taxa de atendimento ao RN na sala de parto Nº de atendimento ao RN na sala de parto X 100 Nº de nascido vivo a termo + nascido vivo prematuro + nascido morto

Taxa de diárias de UTI e unidade semi intensiva Total de diárias em UTI e unidade semi intensiva X 100 Total de diárias em quarto e enfermaria + total de diárias de UTI e unidade semi intensiva

Taxa de internações por gravidez terminada em aborto Internações por gravidez terminada em aborto X 100 Total de internações por gravidez terminada em aborto + Total de internações por transtornos relacionados à gravidez

4

Taxa de incremento acumulado no ano Valor no período atual – valor no primeiro período do ano X 100 Valor no primeiro período

Taxa de incremento no período Valor no período atual – valor no período anterior X 100 Valor no período anterior

Taxa de mortalidade materna

Nº de óbitos por causas maternas, em determinado ano x 100.000 Nº de mulheres de 15 a 49 anos no mesmo local e ano

Taxa de participação dos beneficiários em eventos indenizáveis: co-participação

Participação dos beneficiários em eventos indenizáveis: co-participação no item de despesa X 100 Total de despesa no mesmo item de despesa

Taxa de parto normal Nº de partos normais X 100 Nº de partos normais + nº de partos cesárea

Taxa de parto cesárea Nº de partos cesáreas X 100 Nº de partos normais + nº de partos cesáreas

Taxa de prematuridade

Nº de nascidos vivos prematuros X 100 Nº de partos normais + nº de partos cesáreas

Taxa de procedimentos preventivos Nº de procedimentos preventivos X 100 Total de procedimentos de eventos odontológicos

Taxa de procedimentos periondontia Nº de procedimentos periondontia X 100 Total de procedimentos de eventos odontológicos

5

Taxa de procedimentos dentística Nº de procedimentos dentística X 100 Total de procedimentos de eventos odontológicos

Taxa de procedimentos cirurgia odontológica ambulatorial

Nº de procedimentos cirurgia odontológica ambulatorial X 100 Total de procedimentos de eventos odontológicos

Taxa de procedimentos do rol odontológico nos eventos odontológicos

Total de eventos do rol de procedimentos odontológicos X 100 Total de eventos do rol de procedimentos odontológicos + total de eventos em procedimentos não pertencentes ao rol de procedimentos odontológicos

Taxa de procedimentos endodontia

Nº de procedimentos endodontia _ X 100 Total de procedimentos de eventos odontológicos

Taxa de recuperação de eventos indenizáveis: seguros Recuperação de eventos indenizáveis: seguros no item de despesa X 100 Total de despesa no mesmo item de despesa

Taxa de recuperação de indenização de despesa assistencial Recuperação de indenização de despesa assistencial X 100 Total de despesa

Taxa de utilização de UTI e CTI neonatal

Nº de internações UTI e CTI neonatal X 100 Nº de nascidos vivos a termo + nº de nascidos vivos prematuros

Valor médio por evento Total da despesa no item de despesa N.º de eventos no mesmo item de despesa

Valor médio por exposto Total da despesa no item de despesa N.º de expostos no mesmo item de despesa