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A intenção do trabalho foi traçar o perfil do profissional educador aluno do curso de pós-graduação em PROEJA no campus Alegre, mostrando a visão dele sobre o processo de ensino e de aprendizagem: pontos positivos, pontos negativos, o que precisaria ser melhorado, bem como qual é a opinião dele sobre o curso de pós-graduação em PROEJA oferecido no campus Alegre no período de maio de 2010 a novembro de 2011, baseado na premissa legal de que a educação é um direito de todos e um dever do Estado. Para isso, fizemos uma reflexão acerca do conceito de identidade na pós-modernidade, baseados em autores como Hall (1982), Garcia; Hypolito e Vieira (2005) e outros autores da área de educação que pudessem nos ajudar a fazer uma reflexão crítica sobre as informações coletadas na nossa investigação. A coleta dos dados para este estudo ocorreu com aplicação de um questionário qualiquantitativo, com perguntas fechadas e abertas, a um grupo de seis alunos que, juntos, perfazem mais de 25% dos alunos que continuavam regularmente matriculados e participando das atividades em agosto de 2011.O instrumento foi enviado por e-mail aos entrevistados e cabia a cada um responder as perguntas e anexar o arquivo como resposta. Além disso, para complementação dos dados, foi enviado um e-mail à secretaria do Ifes do polo Alegre, solicitando dados sobre a evasão de alunos, que foi prontamente respondido. Os resultados foram analisados a luz de autores ligados à educação, à sociologia e à antropologia. Os resultados da pesquisa apontam que os cursistas investigados formam um grupo bem heterogêneo. Os alunos têm uma faixa etária ampla, com idade entre 22 e 42 anos, sendo metade do sexo feminino e metade do masculino. Apesar de todos serem professores, eles atuam em disciplinas e municípios diferentes. Em comum, se formaram recentemente e a maioria concluiu sua licenciatura em escolas particulares. A maior dificuldade deles para a conclusão do curso está na falta de tempo para dar conta das atividades acadêmicas, profissionais e pessoais, em uma profissão em que, às vezes, precisam aceitar uma jornada que ultrapassa as 40 horas semanais e exige horas a mais de trabalho em casa. Algumas dessas características lembram um pouco as turmas de jovens e adultos a quem os alunos da turma de pós-graduação em PROEJA do campus Alegre querem atender. Elas também têm sujeitos com idades bastante diversas e têm a falta de tempo como um fator complicador para os estudos. Ao serem questionados sobre os motivos que os levaram a procurar o curso de pós-graduação em PROEJA, eles apontaram a escolha pelo IFES por acreditarem que ele oferece oportunidades de capacitação que têm qualidade. Mesmo com os desafios de conciliar as necessidades profissionais, pessoais e acadêmicas, eles buscaram persistir, uma vez que viam o curso como uma oportunidade de ter uma aprendizagem significativa. Além disso, eles também apontaram que o fato de o curso ser oferecido por uma instituição federal foi relevante. Isso aponta a necessidade de apostar em vagas públicas no sul do Espírito Santo, onde elas ainda são insuficientes para atender às demandas sociais, motivando outros professores a se capacitar e garantindo os direitos constitucionais dos estudantes jovens e adultos, que têm direito a uma educação de qualidade, que valorize suas peculiaridades. Por meio da pesquisa, foi possível chegar à conclusão de que há mais pontos para comemorar do que trabalho por fazer. Os depoimentos mostram que o Ifes está no caminho certo e que o emprego dos recursos foi feito de forma a garantir um aprendizado significativo para os alunos. Ao final, há bem mais pontos positivos a comemorar do que melhorias a fazer. Contudo, vale a pena analisar algumas das questões levantadas pelos entrevistados em suas respostas. A questão da dificuldade com o tempo, por exemplo, deve ser avaliada, no sentido de buscar saídas para facilitar o acesso e a permanência dos alunos no curso. Agradeço a Deus, que sempre me dá forças para prosseguir quando penso em desistir, e aos meus avós, Dulce e Jarbas, que são sinônimos de carinho nos momentos difíceis. BARRETO; José Carlos; BARRETO,Vera. A formação dos alfabetizadores. In: GADOTTI, Moacir; ROMÃO, João E. (orgs.). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. São Paulo: Cortez/ Instituto Paulo Freire: 2005. BRASIL. Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - Educação profissional técnica de nível médio. Brasília: MEC/PROEJA, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf2/proeja_medio.pdf . Acesso em: 02 de maio de 2011. COSME, Gerliane Martins. Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da EJA. Vitória: IFES, 2010. GARCIA, M.M.A.; HYPOLITO, A. M.; VIEIRA, J. S.; As identidades docentes como fabricação da docência. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 45-56, jan./abr. 2005. HADDAD, Sérgio. Educação de Jovens e Adultos no Brasil (1986-1998). Brasília, DF: MEC/INEP/COMPED, 2002. HALL, Stuart. Indentidade Cultural. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 1982. HYPOLITO, ÁLVARO L. Moreira. Trabalho Docente, Classe Social e Relações de Gênero. CIDADE: Papirus Editora, 1997. MACHADO, Maria Angela Dutra. Legislação educacional e políticas públicas. Vitória: Ifes, 2010. FIGURA 1. Fachada do prédio, onde estudavam os alunos da pós- graduação em PROEJA do campus Alegre FORMAÇÃO EM EJA - A EXPERIÊNCIA DOS ALUNOS DO IFES NO POLO ALEGRE – ES Autora do TCC: Iara Xavier Carvalho Silva [1] Orientador do TCC: Adalvo da Paixão Antônio Costa [2] [1] Professora de Língua Portuguesa da rede municipal de educação de Cachoeiro de Itapemirim e jornalista da Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Cachoeiro de Itapemirim, ES, E-mail: [email protected] [2] Arte-Educador, Doutor, Faculdades Integradas São Pedro, FAESA, Campus II, Vitória, ES, E-mail: [email protected]

A intenção do trabalho foi traçar o perfil do profissional educador aluno do curso de pós- graduação em PROEJA no campus Alegre, mostrando a visão dele

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Page 1: A intenção do trabalho foi traçar o perfil do profissional educador aluno do curso de pós- graduação em PROEJA no campus Alegre, mostrando a visão dele

A intenção do trabalho foi traçar o perfil do profissional educador aluno do curso de pós-graduação em PROEJA no campus Alegre, mostrando a visão dele sobre o processo de ensino e de aprendizagem: pontos positivos, pontos negativos, o que precisaria ser melhorado, bem como qual é a opinião dele sobre o curso de pós-graduação em PROEJA oferecido no campus Alegre no período de maio de 2010 a novembro de 2011, baseado na premissa legal de que a educação é um direito de todos e um dever do Estado.

Para isso, fizemos uma reflexão acerca do conceito de identidade na pós-modernidade, baseados em autores como Hall (1982), Garcia; Hypolito e Vieira (2005) e outros autores da área de educação que pudessem nos ajudar a fazer uma reflexão crítica sobre as informações coletadas na nossa investigação.

FIGURA 2. Gráfico poderá ser colocado com legenda em Arial, tamanho 24/28 justificado.

A coleta dos dados para este estudo ocorreu com aplicação de um questionário qualiquantitativo, com perguntas fechadas e abertas, a um grupo de seis alunos que, juntos, perfazem mais de 25% dos alunos que continuavam regularmente matriculados e participando das atividades em agosto de 2011.O instrumento foi enviado por e-mail aos entrevistados e cabia a cada um responder as perguntas e anexar o arquivo como resposta.

Além disso, para complementação dos dados, foi enviado um e-mail à secretaria do Ifes do polo Alegre, solicitando dados sobre a evasão de alunos, que foi prontamente respondido. Os resultados foram analisados a luz de autores ligados à educação, à sociologia e à antropologia.

Os resultados da pesquisa apontam que os cursistas investigados formam um grupo bem heterogêneo. Os alunos têm uma faixa etária ampla, com idade entre 22 e 42 anos, sendo metade do sexo feminino e metade do masculino. Apesar de todos serem professores, eles atuam em disciplinas e municípios diferentes. Em comum, se formaram recentemente e a maioria concluiu sua licenciatura em escolas particulares.A maior dificuldade deles para a conclusão do curso está na falta de tempo para dar conta das atividades acadêmicas, profissionais e pessoais, em uma profissão em que, às vezes, precisam aceitar uma jornada que ultrapassa as 40 horas semanais e exige horas a mais de trabalho em casa.Algumas dessas características lembram um pouco as turmas de jovens e adultos a quem os alunos da turma de pós-graduação em PROEJA do campus Alegre querem atender. Elas também têm sujeitos com idades bastante diversas e têm a falta de tempo como um fator complicador para os estudos.

Ao serem questionados sobre os motivos que os levaram a procurar o curso de pós-graduação em PROEJA, eles apontaram a escolha pelo IFES por acreditarem que ele oferece oportunidades de capacitação que têm qualidade. Mesmo com os desafios de conciliar as necessidades profissionais, pessoais e acadêmicas, eles buscaram persistir, uma vez que viam o curso como uma oportunidade de ter uma aprendizagem significativa. Além disso, eles também apontaram que o fato de o curso ser oferecido por uma instituição federal foi relevante. Isso aponta a necessidade de apostar em vagas públicas no sul do Espírito Santo, onde elas ainda são insuficientes para atender às demandas sociais, motivando outros professores a se capacitar e garantindo os direitos constitucionais dos estudantes jovens e adultos, que têm direito a uma educação de qualidade, que valorize suas peculiaridades.

Por meio da pesquisa, foi possível chegar à conclusão de que há mais pontos para comemorar do que trabalho por fazer. Os depoimentos mostram que o Ifes está no caminho certo e que o emprego dos recursos foi feito de forma a garantir um aprendizado significativo para os alunos. Ao final, há bem mais pontos positivos a comemorar do que melhorias a fazer.Contudo, vale a pena analisar algumas das questões levantadas pelos entrevistados em suas respostas. A questão da dificuldade com o tempo, por exemplo, deve ser avaliada, no sentido de buscar saídas para facilitar o acesso e a permanência dos alunos no curso.

Agradeço a Deus, que sempre me dá forças para prosseguir quando penso em desistir, e aos meus avós, Dulce e Jarbas, que são sinônimos de carinho nos momentos difíceis.

BARRETO; José Carlos; BARRETO,Vera. A formação dos alfabetizadores. In: GADOTTI, Moacir; ROMÃO, João E. (orgs.). Educação de jovens e adultos: teoria, prática e proposta. São Paulo: Cortez/ Instituto Paulo Freire: 2005.

BRASIL. Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos - Educação profissional técnica de nível médio. Brasília: MEC/PROEJA, 2007. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf2/proeja_medio.pdf . Acesso em: 02 de maio de 2011.

COSME, Gerliane Martins. Fundamentos Filosóficos e Sociológicos da EJA. Vitória: IFES, 2010.

GARCIA, M.M.A.; HYPOLITO, A. M.; VIEIRA, J. S.; As identidades docentes como fabricação da docência. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 45-56, jan./abr. 2005.

HADDAD, Sérgio. Educação de Jovens e Adultos no Brasil (1986-1998). Brasília, DF: MEC/INEP/COMPED, 2002.

HALL, Stuart. Indentidade Cultural. São Paulo: Fundação Memorial da América Latina, 1982.

HYPOLITO, ÁLVARO L. Moreira. Trabalho Docente, Classe Social e Relações de Gênero. CIDADE: Papirus Editora, 1997.

MACHADO, Maria Angela Dutra. Legislação educacional e políticas públicas. Vitória: Ifes, 2010.

FIGURA 1. Fachada do prédio, onde estudavam os alunos da pós-graduação em PROEJA do campus Alegre

FORMAÇÃO EM EJA - A EXPERIÊNCIA DOS ALUNOS DO IFES NO POLO ALEGRE – ES

Autora do TCC: Iara Xavier Carvalho Silva [1]Orientador do TCC: Adalvo da Paixão Antônio Costa [2]

[1] Professora de Língua Portuguesa da rede municipal de educação de Cachoeiro de Itapemirim e jornalista da Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim, Cachoeiro de Itapemirim, ES, E-mail: [email protected]

[2] Arte-Educador, Doutor, Faculdades Integradas São Pedro, FAESA, Campus II, Vitória, ES, E-mail: [email protected]