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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ SETOR LITORAL MARLON ADRIANO VENUKA A INTERDISCIPLINARIDADE E A AUTONOMIA DISCENTE NA FORMAÇÃO EM INFORMÁTICA E CIDADANIA: A EXPERIÊNCIA DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL - ITDS. MATINHOS 2014

A INTERDISCIPLINARIDADE E A AUTONOMIA DISCENTE NA FORMAÇÃO EM INFORMÁTICA E CIDADANIA: A EXPERIÊNCIA DA INCUBADORA TECNOLÓGICA DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL - ITDS

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O presente trabalho apresenta a trajetória vivenciada nos quatro anos de formaçãono curso de Informática e Cidadania dentro da Universidade Federal do Paraná,principalmente a participação universitária no projeto de extensão IncubadoraTecnológica de Desenvolvimento Social. Neste processo focamos a demonstraçãode dois produtos desenvolvidos no período de dois anos, o mais importante deles, oprontuário eletrônico produzido em conjunto com acadêmicos do curso de ServiçoSocial, para ser utilizado pelos profissionais da área de assistência social dosmunicípios do litoral paranaense. O sistema apresentado teve como objetivo agilizaro atendimento, melhorar a gestão e subsidiar o planejamento de novas ações naárea da assistência social desses municípios. No presente trabalho, tivemos comoobjetivo fazer uma análise do processo de formação discente no curso deInformática e Cidadania através das distintas estratégias pedagógicas adotadas peloCurso e centralmente pela participação no referido projeto de extensão. Oreferencial teórico baseou-se no debate sobre aprendizagem interdisciplinar,autonomia discente e extensão universitária sob os quais foram analisados osdocumentos do Projeto Político Pedagógico do Setor Litoral e Projeto Pedagógico doCurso de Informática e Cidadania e produzidas reflexões a partir de nossa vivênciaacadêmica. A metodologia utilizada se caracterizou por pesquisas bibliográficas eanálise documental a partir de livros, artigos, documentos e também noconhecimento empírico adquirido na formação do curso de Informática e Cidadania.Os resultados apresentam os caminhos percorridos durante o desenvolvimento doprojeto, mostrando as dificuldades e também a grande ferramenta de aprendizagemque é a extensão universitária.

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARAN SETOR LITORAL

    MARLON ADRIANO VENUKA

    A INTERDISCIPLINARIDADE E A AUTONOMIA DISCENTE NA FORMAO EM

    INFORMTICA E CIDADANIA: A EXPERINCIA DA INCUBADORA TECNOLGICA

    DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL - ITDS.

    MATINHOS

    2014

  • MARLON ADRIANO VENUKA

    A INTERDISCIPLINARIDADE E A AUTONOMIA DISCENTE NA FORMAO EM

    INFORMTICA E CIDADANIA: A EXPERINCIA DA INCUBADORA TECNOLGICA

    DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL - ITDS.

    Trabalho de Concluso apresentado ao Curso de Informtica e Cidadania da Universidade Federal do Paran - Setor Litoral como requisito parcial para obteno do grau de Bacharel em Informtica e Cidadania, sob orientao da professora Silvana Marta Tumelero.

    MATINHOS

    2014

  • TERMO DE APROVAO

    MARLON ADRIANO VENUKA

    A INTERDISCIPLINARIDADE E A AUTONOMIA DISCENTE NA FORMAO EM

    INFORMTICA E CIDADANIA: A EXPERINCIA DA INCUBADORA TECNOLGICA

    DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL - ITDS.

    Trabalho apresentado como requisito parcial obteno do grau de Bacharel no

    curso de Informtica e Cidadania seguinte banca examinadora:

    ____________________________

    Prof. Mestre Silvana Marta Tumelero

    Docente da UFPR Litoral - Orientadora do Trabalho

    ____________________________

    Prof. Mestre Paulo Gaspar Graziola Junior

    Docente da UFPR Litoral

    ____________________________

    Prof. Mestre Almir Carlos Andrade

    Docente da UFPR Litoral

    Matinhos, Junho de 2014

  • Aos meus pais, familiares e amigos que

    sempre me apoiaram e incentivaram a

    realizar meus sonhos.

  • AGRADECIMENTOS

    A minha me, por acreditar mim e em meus sonhos.

    A professora Silvana, pela amizade, dedicao, acompanhamento e orientao

    durante todos os quatro anos de UFPR.

    A Mayara, pelo companheirismo, apoio e pelas palavras de incentivo.

    A todos os professores, pelos ensinamentos e experincias em sala de aula.

    Aos colegas de Informtica e Cidadania 2010, pela troca de conhecimentos e

    experincias.

    Toda a equipe da ITDS, pela amizade e pelas conquistas durante o projeto.

    A todas as amizades feitas durante minha formao.

    A Equipe Surf pela parceria em todos os momentos.

    Muito Obrigado!

  • O futuro pertence queles que acreditam

    na beleza de seus sonhos.

    (Elleanor Roosevelt)

  • RESUMO

    O presente trabalho apresenta a trajetria vivenciada nos quatro anos de formao

    no curso de Informtica e Cidadania dentro da Universidade Federal do Paran,

    principalmente a participao universitria no projeto de extenso Incubadora

    Tecnolgica de Desenvolvimento Social. Neste processo focamos a demonstrao

    de dois produtos desenvolvidos no perodo de dois anos, o mais importante deles, o

    pronturio eletrnico produzido em conjunto com acadmicos do curso de Servio

    Social, para ser utilizado pelos profissionais da rea de assistncia social dos

    municpios do litoral paranaense. O sistema apresentado teve como objetivo agilizar

    o atendimento, melhorar a gesto e subsidiar o planejamento de novas aes na

    rea da assistncia social desses municpios. No presente trabalho, tivemos como

    objetivo fazer uma anlise do processo de formao discente no curso de

    Informtica e Cidadania atravs das distintas estratgias pedaggicas adotadas pelo

    Curso e centralmente pela participao no referido projeto de extenso. O

    referencial terico baseou-se no debate sobre aprendizagem interdisciplinar,

    autonomia discente e extenso universitria sob os quais foram analisados os

    documentos do Projeto Poltico Pedaggico do Setor Litoral e Projeto Pedaggico do

    Curso de Informtica e Cidadania e produzidas reflexes a partir de nossa vivncia

    acadmica. A metodologia utilizada se caracterizou por pesquisas bibliogrficas e

    anlise documental a partir de livros, artigos, documentos e tambm no

    conhecimento emprico adquirido na formao do curso de Informtica e Cidadania.

    Os resultados apresentam os caminhos percorridos durante o desenvolvimento do

    projeto, mostrando as dificuldades e tambm a grande ferramenta de aprendizagem

    que a extenso universitria.

    Palavras-Chave: Tecnologia da Informao, interdisciplinaridade, autonomia,

    extenso universitria.

  • ABSTRACT

    This paper aims to show the experienced path during four years of graduation in I.T.

    and Citizenship at Federal University of Parana Coastal Sector. It focuses the

    participation of students in the extension program Technological Incubator of Social

    Development. In this process were developed two products. The most important of

    them was an electronic record, produced in conjunction with students of Social

    Service, to be used by social workers of municipalities of Parana coast. The

    presented system aimed to streamline treatment, improve management and support

    planning of new actions in the area of social assistance in these municipalities. We

    also aimed to analyze the process of graduation in I.T. and Citizenship through

    different pedagogical methods employed by the Course and especially by

    participation in said extension program. The theoretical background was based on

    the discussion on interdisciplinary learning, student autonomy and university

    extension by analyzing the documents of the Political and Educational Project of

    UFPR Coastal Sector and Pedagogical Project of I.T. and Citizenship producing

    reflections on our academic experience. The methodology used was characterized by

    bibliographic searches and document analysis from books, articles, documents and

    also on empirical knowledge obtained from our graduation. The results show the

    followed path during the development of the project, showing the difficulties as well

    as the great learning tool that is the university extension.

    Keywords: Information Technology, interdisciplinarity, autonomy, university extension.

  • LISTA DE SIGLAS E ABREVIAES

    CREAS - Centro de Referncia Especializada em Assistncia Social

    FTP - Fundamentos terico-prticos

    IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica

    IC - Informtica e Cidadania

    ICH - Interaes Culturais e Humansticas

    IES - Instituio de Educao Superior

    IPARDES - Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econmico e Social

    IPEA - Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada

    ITDS - Incubadora Tecnolgica de Desenvolvimento Social

    LOAS - Lei Orgnica da Assistncia Social

    PA - Projetos de Aprendizagem

    PNAS - Poltica Nacional de Assistncia Social

    PPC - Projeto Pedaggico do Curso

    PPP - Projeto Poltico Pedaggico

    PROEC - Pr-Reitoria de Extenso e Cultura da UFPR

    REUNI - Reestruturao e Expanso das Universidades Federais

    SPPLP - Seminrio de Polticas Pblicas do Litoral Paranaense

    TCC - Trabalho de Concluso de Curso

    UFPR - Universidade Federal do Paran

  • SUMRIO

    1 INTRODUO ...................................................................................................... ....11

    2 UNIVERSIDADE E EXTENSO UNIVERSITRIA ................................................. 14

    3 ESTRATGIAS FORMATIVAS NA UFPR SETOR LITORAL ............................... 18

    3.1 A UFPR SETOR LITORAL E SEU PPP NO CONTEXTO REGIONAL ................ 18

    3.2 EESTRATGIAS FORMATIVAS NO SETOR LITORAL: PAs; ICHs; MDULOS

    DE FTPs; PESQUISA E EXTENSO .......................................................................... 19

    3.3 A PROPOSTA PEDAGGICA DO CURSO DE INFORMTICA E CIDADANIA 24

    4 A ITDS COMO UMA ESTRATGIA INTERDISCILINAR NO PROCESSO DE

    FORMAO UNIVERSITRIA ................................................................................... 28

    4.1 CONSTITUIO DA INCUBADORA TECNOLGICA DE DESENVOLVIMENTO

    SOCIAL ......................................................................................................................... 28

    4.2 DEMANDAS E INTEDISCIPLINARIDADE NO PROCESO DE

    DESENVOLVIMENTO ................................................................................................. 30

    4.3 AUTONOMIA ACADMICA ................................................................................... 40

    5 CONSIDERAES FINAIS...................................................................................... 42

    6 REFERNCIAS ......................................................................................................... 45

  • 11

    1. INTRODUO

    Uma das propostas do Projeto Poltico Pedaggico (PPP) da

    Universidade Federal do Paran Setor Litoral incentivar o estudante a

    identificar de forma crtica a real situao das comunidades do litoral

    paranaense, suas queixas e problemas. A partir disto, o acadmico pode

    exercitar o aprendizado construdo em sala de aula, o qual o subsidia nas

    prticas desenvolvidas em outro espao de aprendizado, proporcionado pela

    UFPR Litoral, que so os projetos de aprendizagem. Neles os alunos podem

    vivenciar de maneira prtica uma situao do cotidiano da sociedade e propor

    alternativas para melhorar de alguma forma essa realidade, fortalecendo a

    autonomia do estudante.

    O Curso Superior em Informtica e Cidadania da UFPR LITORAL parte

    de um novo modelo educacional possuindo um projeto poltico pedaggico

    diferenciado, no qual o estudante integra teoria e prtica, simultaneamente,

    desde o primeiro ano letivo (UFPR, 2011, p. 16).

    O PPP da UFPR Litoral cria condies para a interao do acadmico

    em diferentes espaos curriculares e tem como resultado a unidade do ensino,

    pesquisa e extenso, a excluso da prtica de ensino repetitivo e a

    aproximao da pesquisa com o objeto pesquisado, o que significa grande

    incentivo para atividades de extenso.

    Esse estudo torna-se relevante pela importncia da extenso dentro da

    universidade para os acadmicos, professores e a sociedade envolvida com as

    atividades realizadas.

    O presente trabalho de concluso de curso mostra o caminho percorrido

    em um projeto de extenso, a Incubadora Tecnolgica de desenvolvimento

    Social ITDS. Neste projeto foram desenvolvidos dois produtos: um deles uma

    pgina de inscrio e informaes destinada aos participantes do I Seminrio

    de Polticas Pblicas do Litoral do Paran e tambm um pronturio eletrnico,

    para ser utilizado pelos profissionais da rea de assistncia social dos

    municpios do Litoral paranaense, nos Centros de Referncia Especializada em

    Assistncia Social - CREAS.

  • 12

    Devido a grande dificuldade de gestores e profissionais que trabalham

    na rea da assistncia social nos municpios do litoral paranaense em manter a

    poltica de assistncia social em funcionamento, de maneira organizada e com

    acesso rpido a registros de informaes de atendimentos realizados,

    enxergou-se a necessidade e a oportunidade de implantao de novas

    tecnologias para agilizar o atendimento, melhorar a gesto e subsidiar o

    planejamento de novas aes na rea da assistncia social desses municpios.

    Existe hoje, nesta rea, um sistema de mbito federal, o Cad nico,

    vinculado ao Ministrio de Desenvolvimento Social e Combate Fome, o qual

    tem sua base alimentada atravs de relatrios enviados pelos tcnicos das

    Secretarias municipais dessa rea. O sistema federal possui informaes para

    gesto da poltica nacional de assistncia social, entretanto, havia ainda a

    necessidade de um sistema informatizado para melhorar a gesto local de

    cada municpio e no qual pudessem

    ser includas informaes especficas para a gesto das politicas pblicas

    locais, visto que o Cad nico no satisfaz tais necessidades.

    A importncia do tema apresentado coloca a universidade frente a seu

    desafio como uma instituio social, levando a populao envolvida todo o

    conhecimento produzido dentro da instituio de ensino.

    O presente TCC tem como principal objetivo mostrar as contribuies

    estratgicas vivenciadas na formao universitria para o desenvolvimento de

    prticas interdisciplinares e a autonomia discente dentro da UFPR Litoral e

    atravs do projeto de extenso da ITDS. Alm deste objetivo geral, nossos

    objetivos especficos foram:

    - Estudar a proposta do Projeto Poltico pedaggico da UFPR Litoral;

    - Identificar contribuies da extenso universitria para a construo da

    autonomia discente e efetivao de prticas interdisciplinares;

    - Descobrir as principais dificuldades encontradas na construo de um

    software;

    - Mostrar o aprendizado em todo o processo de construo do

    Pronturio eletrnico/CREAS.

    A metodologia utilizada para pesquisa foi baseada em pesquisas

    bibliogrficas e anlise documental, a partir de livros, artigos, documentos e

    tambm no conhecimento emprico adquirido na formao do curso de

  • 13

    Informtica e Cidadania. Tambm foi utilizada a internet como fonte de

    pesquisa e busca dos materiais necessrios para o desenvolvimento do

    trabalho.

    Pretende-se tambm, neste trabalho, expor as metodologias e tcnicas

    aplicadas em todo o processo de desenvolvimento da ITDS a fim de mostrar a

    poderosa ferramenta de aprendizado que um projeto de extenso, articulado

    aos projetos de aprendizagem e com forte dimenso investigativa, no qual se

    pode vivenciar na prtica, teorias e tcnicas aprendidas em sala de aula pelos

    acadmicos.

  • 14

    2. UNIVERSIDADE E EXTENSO UNIVERSITRIA

    A universidade, segundo Menezes e Sveres (2011), foi uma das poucas

    instituies que permaneceram ativas e significativas por um grande perodo de

    tempo. Mesmo depois de mais de oito sculos de existncia continuam sendo

    um referencial na rea de conhecimento, educao e desenvolvimento social.

    Atualmente as Universidades tem papel fundamental na formao

    profissional dos indivduos, facilitando sua entrada no mercado de trabalho e

    tambm como forma de elevao cultural. Outro aspecto de grande relevncia

    nas universidades a produo e a transferncia desse conhecimento

    produzido pelos acadmicos e professores das Instituies de Educao

    Superior (IES) para a sociedade. Assim a UFPR Setor Litoral tem como

    misso: fomentar, construir e disseminar o conhecimento, contribuindo para a

    formao do cidado e desenvolvimento humano sustentvel (UFPR, 2011

    p.6).

    A universidade pblica carrega o peso de ser uma instituio social, e

    conforme Chau define, a universidade uma instituio social e como tal

    exprime de maneira determinada a estrutura e o modo de funcionamento da

    sociedade como um todo (2003, p. 1). Por tal razo, traz refletida em sua

    comunidade acadmica a diversidade de posies econmicas, sociais e

    polticas presentes na sociedade.

    O Setor Litoral da UFPR tem a particularidade de ter sido gestado para

    atender populao residente no litoral do Paran, atravs do Programa

    REUNI do Ministrio da Educao, tendo as atividades implantadas a partir de

    2006.

    O Projeto Poltico Pedaggico (PPP) da UFPR Litoral baseia-se na

    perspectiva interdisciplinar da construo do conhecimento, sem negligenciar a

    formao humana de seus estudantes e [...] tem por objetivo construir o

    processo ensino-aprendizagem associado realidade local [...] (UFPR, 2011,

    p.9).

    A indissociabilidade um princpio fundamental na educao superior e

    compreendida por Menezes e Sveres (2011) como um meio de integrao

  • 15

    de conhecimentos em constante articulao entre professores e estudantes, ou

    por meio da gesto integrada entre atividades de ensino, pesquisa e extenso

    dentro das universidades. Para isso necessrio que toda a universidade

    trabalhe de maneira integrada realizando seus trabalhos e projetos, superando

    as dificuldades encontradas, e assim, alm de ser fonte de conhecimento para

    os acadmicos, se torna tambm fonte de conhecimento para a comunidade,

    que o espao por excelncia da vida e no somente de exerccio de uma

    profisso. Na vida em sociedade estudantes aperfeioaro o conhecimento

    pelo exerccio de aes prticas/concretas.

    A extenso universitria tem grande importncia na relao entre a

    universidade e a sociedade, pois, mesmo os indivduos que no esto inseridos

    nas instituies, conseguem atravs de aes extensionistas, participar

    ativamente de projetos propostos por professores. Como mostra Sveres: a

    extenso cumpre um papel importante na medida em que posiciona a

    instituio, junto com todo o seu projeto pedaggico, no horizonte das novas

    fronteiras do conhecimento e das construes sociais. (2011, p.26)

    Sveres define extenso como:

    [...] um espao, um tempo e um processo prprio para desenvolver o acolhimento de pessoas, de comunidades e de projetos, dando uma nova corporalidade aos grupos e sistemas sociais com o objetivo de promover uma vida que transcenda s situaes do cotidiano. A energia que potencializa a integrao entre a teoria e a prtica, e a interao entre a cincia e a vivncia, pode ser experimentada atravs da extenso universitria. (2011, p.34).

    Na fala de Sveres podemos identificar a extenso como um meio de

    aproximao entre a instituio de ensino e a sociedade, podendo participar

    ativamente de projetos onde os alunos podem colocar em prtica seu

    conhecimento terico a favor da populao envolvida. Trazendo uma relao

    com a autonomia das pessoas envolvidas:

    Na caracterizao da universidade como uma ambincia de aprendizagem, a extenso universitria tem um papel importante a desempenhar, na medida em que a sua relao com os saberes potencializa a autonomia dos sujeitos, a emancipao das comunidades e a soberania da populao. Dessa forma a extenso constitui-se numa atmosfera propcia a acolher, cuidar e desenvolver conhecimentos que, por sua vez, esto vinculados ao processo educativo (SVERES, 2008, p. 3).

  • 16

    Tendo importante relevncia na formao discente, a extenso

    universitria traz ao estudante uma viso mais crtica da realidade da

    comunidade onde a universidade est inserida e tambm uma maneira de

    difundir para a sociedade o conhecimento adquirido/construdo em sala de

    aula.

    Neste contexto afirma Sveres,

    Vendo a importncia da atuao da extenso universitria nas instituies de educao, coloca a extenso como um processo de aprendizagem. Fortalecendo experincias e ampliando as possibilidades de atuao na comunidade, entendendo-se como um princpio de aprendizagem (2008, p. 2).

    De acordo com Sveres (2008, p. 2), a extenso busca referendar a

    poltica institucional, contribuir com o processo de aprendizagem e concretizar

    projetos de compromisso social.

    A extenso tem uma flexibilidade maior para oferecer opes de

    aprendizagem, oportuno priorizar algumas sugestes, tais como

    relao sistmica entre universidade e sociedade e a dinmica

    dialgica entre a teoria e a prtica, consideradas por sua vez,

    energias especficas da extenso universitria (SVERES, 2008, p. 6).

    Atualmente a extenso universitria, tem sua atuao voltada

    transformao da sociedade envolvida, trazendo a populao a participar

    ativamente dos projetos e no s receber o conhecimento transmitido pelas

    instituies de ensino.

    As metodologias alternativas aplicadas no ensino superior trazem um

    ensino com o compromisso social dentro das universidades, incentivando os

    estudantes a pesquisar a sociedade e propor projetos que sejam realmente

    relevantes sua formao, muito diferente das disciplinas fragmentadas de um

    mtodo de aprendizagem tradicional, onde o contedo se torna sem sentido e

    distante da realidade.

    A extenso universitria traz dentro de si um excelente mecanismo de

    aprendizagem aos participantes dos projetos de extenso e a perspectiva de

    interdisciplinaridade e indissociabilidade do ensino e pesquisa.

  • 17

    Muito relevante tambm o posicionamento de Chaui (2003), expondo a

    realidade da gesto das universidades pblicas, que em muitos governos so

    consideradas como um gasto pblico e no como um investimento social, no

    valorizando os docentes, no incentivando uma melhor formao dos mesmos,

    ficando a universidade pblica sendo considerada apenas um servio,

    prejudicando muito a qualidade de formao dos estudantes de nvel superior

    no pas.

    Outro ponto que deve ser bastante valorizado dentro das universidades

    o investimento por parte dos governantes em pesquisa, destinando recursos

    para o desenvolvimento de pesquisas de carter social, onde a populao local

    a maior beneficiada.

  • 18

    3. ESTRATGIAS FORMATIVAS NA UFPR SETOR LITORAL

    3.1. A UFPR SETOR LITORAL E SEU PPP NO CONTEXTO REGIONAL

    A UFPR Litoral, hoje Setor Litoral e seu Projeto Poltico-Pedaggico, teve sua gnese na plataforma para eleio da reitoria da Universidade no ano de 2001, para gesto de 2002-2006. A proposta foi fundada com a intencionalidade de representar mais do que a ampliao de vagas no ensino superior, fato este que por si s j seria significante, mas instalou um Projeto inovador em uma regio geogrfica desacreditada historicamente e com uma grande

    debilidade econmica (UFPR, 2008, p. 1).

    Com a inteno de desenvolver o Litoral Paranaense e tambm o Vale

    do Ribeira, a UFPR Setor Litoral traz uma proposta inovadora a fim de melhorar

    a educao, economia e a cultura da regio.

    O Projeto Poltico-Pedaggico (PPP) segue no seguinte contexto:

    A proposio do Projeto Poltico-Pedaggico do Setor Litoral da UFPR quer superar os pressupostos da modernidade e lanar-se na construo de um projeto inovador e emancipatrio. Para tal, toma como princpio a reflexo acerca da realidade concreta do lugar, como fonte primeira, para, em dilogo com o conhecimento sistematizado, tecer a organizao curricular e o desenvolvimento de projetos que devem partir dos alunos e envolver os professores e a comunidade (UFPR, 2008, p. 6).

    Com este projeto, a UFPR Litoral estrutura seus mdulos de maneira em

    que os acadmicos de todos os cursos busquem construir autonomia suficiente

    para trabalharem com o conhecimento de forma a responder demandas e

    questes da realidade local.

    O currculo dividido em trs grandes fases: 1 conhecer e

    compreender, a qual tem durao de um a dois semestres na formao dos

    estudantes na universidade; 2 compreender e propor, a fase que tem a

    maior durao durante a formao, com cerca de 50% do tempo da

    aprendizagem; 3 - propor e agir, que compreende de um a dois semestres,

    geralmente o ltimo ano do estudante em sua estada na universidade. Essas

    fases so divididas ao longo do perodo de todos os cursos da instituio,

    porm podem variar em alguma medida de acordo com o Projeto Pedaggico

    do Curso.

  • 19

    A UFPR Litoral tem grande comprometimento com os interesses

    coletivos e sociais, e em seu PPP defende que:

    Parte-se de uma premissa inquestionvel, o servio pblico s tem

    razo de existir se estiver a servio da populao. Portanto, a

    Universidade como instituio pblica e gratuita, tem em seu bojo o

    compromisso e o dever de empreender suas foras e esforos,

    descobertas e servios, na direo da transformao das condies

    de vida da populao brasileira. Evidentemente, no se trata de uma

    tarefa salvacionista, mas da assuno de sua vocao poltica e

    cientfica na perspectiva de apontar caminhos e possibilidades, para,

    juntamente com a sociedade desenvolver aes e novas reflexes

    (UFPR, 2008, p. 9).

    A metodologia utilizada no processo educativo da UFPR Litoral

    compatvel com as ideias de Edgar Morin, um dos maiores intelectuais da

    atualidade. Em seu livro A cabea bem-feita, Morin mostra o desenvolvimento

    do pensamento complexo por meio de um ensino transdisciplinar.

    Dessa maneira a UFPR defende:

    A concepo do processo educativo fundado na realidade social

    provoca a organizao de um currculo flexvel, de forma articulada e

    com mltiplas relaes. Rompe com a concepo disciplinar e

    fragmentada para trabalhar com espaos de formao que tm como

    principal articulador os projetos de aprendizagens, originados na

    realidade concreta do meio em que esto inseridos. Esses projetos

    possibilitam o dilogo com os fundamentos terico-prticos, que

    empiricamente j os constituem. Esse dilogo se expande ao abarcar

    as interaes culturais e humansticas que se apresentam como

    espaos para a troca com pessoas da comunidade externa, de outros

    cursos, de outras realidades e tambm como possibilidade de sntese

    e reflexo de sua formao e de seu papel social. Dialeticamente,

    aqui tambm se fazem presentes e dialogam entre si, os projetos e os

    fundamentos terico-prticos. Portanto, o currculo contempla em

    seus espaos a educao como totalidade, objetivando superar a

    proposta fragmentria, da pesquisa, do ensino e da extenso (UFPR,

    2008, p. 11).

    3.2. Estratgias formativas no Setor Litoral: Projetos de Aprendizagem (PAs);

    Interaes Culturais e Humansticas (ICHs); Mdulos de Fundamentos Terico-

    prticos (FTPs); Pesquisa e Extenso.

  • 20

    Em relao aos projetos de aprendizagem citados acima e que o PPP

    contempla como sendo o principal articulador entre as disciplinas de formao

    terico-prticas (FTPs), nem sempre essa articulao feita de maneira eficaz

    dentro da formao do acadmico, pois muitas vezes os mdulos ficam

    distanciados entre si, sendo ministrados na clssica forma disciplinar do

    mtodo mais tradicional de ensino, divergindo do proposto no PPP.

    Outros limites na execuo do PPP do Setor, muitas vezes se

    relacionam forma que as disciplinas so dispostas durante o curso e pelo

    formato de ensino praticado pelos professores, no se articulando entre os

    mdulos, no estimulando os estudantes a monitorias ou outra forma de

    participao mais ativa, como pesquisas ou projetos de extenso

    interdisciplinares, dificultando assim a interao com os outros professores e

    outros cursos. Tambm devido a falta de professores no curso de IC, a

    participao dos estudantes em atividades desta natureza normalmente

    resultam da iniciativa de docentes de outros cursos.

    J nas interaes culturais e humansticas, onde se prope uma troca de

    conhecimentos tericos/culturais e leituras de outras realidades fora da

    universidade juntamente com a comunidade externa, essa interao no

    acontece devido a participao quase nula da populao externa. Essa no

    participao limita a interao proposta, que seria to significativa aos

    estudantes nas atividades de ICHs. Nos indagamos por que a participao

    externa pouco acontece? Talvez pela falta de divulgao? Trazer temas mais

    interessantes populao?

    A matriz curricular flexvel, articulada com os projetos de aprendizagem

    da instituio base para o estmulo autonomia e tambm ao protagonismo

    dos acadmicos de todos os cursos do Setor Litoral.

    A organizao da formao discente ao privilegiar a investigao/ao

    por meio dos projetos de aprendizagens possibilita ao educando o

    exerccio da construo da leitura da realidade concreta. Esse

    exerccio, mediado pelos espaos dos fundamentos terico-prticos e

    das interaes culturais e humansticas, no dilogo com seus pares,

    professores e o meio social, vai construindo as condies objetivas

    viabilizadoras de sua autonomia, aqui entendida como um processo

    emancipatrio (UFPR, 2008, p. 12).

  • 21

    Esse privilgio de investigao/ao atravs dos projetos de

    aprendizagens ocorreu de maneira muito forte dentro da ITDS, juntamente com

    a coordenao do projeto sempre nos mostrando os caminhos a serem

    percorridos. Tambm obtivemos uma vivencia da realidade local, observando

    como funcionam os dois servios de proteo social da rea da assistncia

    social em nvel municipal: a proteo bsica e o de mdia e alta complexidade.

    Mas nem sempre esse processo de interao entre os Projetos de

    Aprendizagens e contedos de Formao terico-prticas ocorre na formao

    dos acadmicos, devido a falta de professores/orientadores para subsidiar as

    ideias/vontades propostas pelos alunos. comum percebermos colegas que

    modificaram temas de seus projetos de aprendizagem vrias vezes durante o

    curso, bem como alteraram mediadores ao longo do processo ou mesmo no

    estabeleceram vnculos com comunidades, grupos ou servios pblicos da

    regio. Isto limita o aprofundamento do processo de aprendizagem e da

    gerao de conhecimentos por parte dos estudantes.

    Percebemos nas Mostras de projetos de aprendizagem que ocorrem no

    Setor, que a grande maioria dos estudantes no consegue colocar em prtica,

    durante sua formao, o estudo e as ideias expostas em seus trabalhos.

    Mesmo aqueles que conseguem avanar no desenvolvimento dos Projetos de

    Aprendizagem, aps sua formao, muitas vezes por falta de registro escrito ou

    outro meio, todo esse trabalho fica esquecido. Quando h registros desses

    processos atravs de TCCs, nem sempre ficam disponveis na biblioteca da

    universidade ou em meios eletrnicos de fcil acesso, o que facilitaria sua

    continuidade por outros estudantes. Isto faz com que outro estudante que se

    interesse pelo tema abordado faa toda a pesquisa novamente para chegar a

    um resultado muito prximo. Esse ciclo faz com que os trabalhos no se

    aprofundem de maneira significativa a partir da estratgia pedaggica dos

    projetos de aprendizagem.

    O espao das Interaes Culturais e humansticas (ICH) constitui um

    espao interdisciplinar; possui 20% da carga horria curricular em todos os

    cursos, integrando diferentes cursos num mesmo local. Possibilitando aos

    acadmicos e professores propor algum tipo de atividade de interesse comum

    nesses espaos.

  • 22

    No espao das interaes culturais e humansticas a mencionada

    autonomia discente fica mais evidente quando os prprios acadmicos ajudam

    a construir a temtica dos mdulos, trazendo alguma habilidade pessoal para

    compartilhar com os colegas, algo que tenha vontade de aprender ou at

    mesmo construir junto com o grupo.

    A grande dificuldade encontrada nesse espao curricular que no

    podem ser praticadas matrias similares s dos mdulos de fundamentos

    terico-prticos o que permitiria avanar em conhecimentos que os prprios

    estudantes julgam ser necessrios pelas lacunas em sua formao. Outra

    dificuldade a disponibilidade de professores que se interessem pelo tema

    proposto pelos acadmicos, j que as proposies muitas vezes so unilaterais

    (seja de docentes ou de grupos de estudantes), sem correlao com o que

    professores pesquisam, estudam ou de habilidades que possuam. Como o

    nmero mnimo de alunos para ser ofertada uma atividade de ICH menos da

    metade das turmas regulares, de fato faltam professores mediadores.

    O objetivo de colocar em prtica o conhecimento adquirido nos mdulos

    de fundamentos terico-prticos, assim como da leitura da realidade local e da

    comunidade, transparece em um dos princpios do PPP do Setor transcrito a

    seguir:

    Dialogar com a realidade concreta e com o sistematizado, tendo como ponto de partida a pesquisa instaurada pelos projetos de aprendizagem, possibilitar aos discentes, docentes, tcnicos e comunidade, desencadear um processo de formao cultural crtico, porque exigir a exposio de posies e de compreenses de conhecimento, tensionadas constantemente pelas realidades distintas dos sujeitos desse processo, em um devir histrico (UFPR, 2008, p. 12).

    A partir desse princpio, o PPP da UFPR Litoral defende que todos os

    indivduos envolvidos nesse processo de ensino tero suporte para realizar

    novas propostas, tendo grande relevncia no processo de formao e na

    realidade da populao envolvida. Mas esse dilogo com a realidade nem

    sempre consegue ser vivenciado na prtica. Seria pela falta de professores?

    Falta de interesse dos acadmicos ou pela falta de participao da sociedade?

    Quais so as estratgias que o Setor Litoral utiliza na aproximao com a

    populao local? Com quais segmentos prioriza a aproximao?

  • 23

    Dentro dos denominados projetos de aprendizagens (PA), os estudantes

    so incentivados pelos professores a ter uma leitura da realidade local onde a

    universidade est inserida e propor aes que poderiam favorecer a populao.

    Tambm afirma o PPP que os PAs trazem antecipadamente aos alunos a

    vivncia de sua rea profissional antes do trmino da formao acadmica.

    Os fundamentos terico-prticos (FTP), de acordo com o PPP um

    espao onde os professores atendem a matriz curricular especfica de cada

    curso, propiciando o conhecimento tcnico necessrio para ser aplicado

    atravs dos PAs.

    Acredita-se que em muitos cursos dentro do Setor, no apenas no caso

    de Informtica e Cidadania, mas tambm o curso de Servio social, por

    exemplo, a quantidade de mdulos especficos do curso e a maneira como eles

    so dispostos durante o processo de formao do acadmico colocada de

    maneira a no subsidiar o conhecimento necessrio para ser utilizado nos

    projetos de aprendizagem. Alguns mdulos essenciais para o acadmico

    conseguir chegar fase do propor e agir so ministrados somente nos ltimos

    anos de sua formao, trazendo dificuldade de colocar em prtica seus

    projetos em tempo hbil (no decorrer da formao universitria).

    A extenso universitria outra estratgia formativa que possibilita aos

    estudantes a oportunidade de encarar a realidade antes mesmo de se formar,

    efetuando uma troca de conhecimento entre a universidade e a comunidade,

    atravs da qual o acadmico pode praticar seu aprendizado nos projetos.

    No contexto das demandas encontradas na extenso universitria e

    cujas respostas dadas pela Universidade atravs da extenso so criticadas

    por Sveres (2008), destacam-se as aes prejudiciais s polticas de carter

    social, em substituio a responsabilidade do poder pblico executivo em seus

    diferentes nveis.

    fundamental que a extenso universitria seja executada de modo

    respeitoso com os agentes sociais envolvidos, sem a arrogncia acadmica de

    que a Universidade tem respostas "tcnico-cientficas" a todas as questes

    postas pela sociedade, o que implica cuidados ticos no processo de sua

    execuo.

    Tambm fundamental compreender seu sentido para o processo de

    construo do conhecimento, com o cuidado para que as aes de extenso

  • 24

    portem uma dimenso investigativa que instigue o estudante busca da

    produo de respostas aos problemas concretos a eles apresentados,

    mediadas pelas reflexes tericas possibilitadas pelo acesso ao conhecimento

    universalmente produzido.

    A pesquisa como estratgia formativa, no Setor Litoral identificada na

    dimenso investigativa presente na proposta dos Projetos de Aprendizagem e

    de FTPs, porm ainda pouco representativa em sua forma mais

    convencional, com constituio de grupos de estudiosos e de pesquisadores

    com produes regulares sobre temas e questes relacionadas realidade

    local. Foi verificado na pgina da UFPR Litoral e no h divulgao de grupos

    de pesquisa e suas produes. Este um limite que ainda precisa ser

    superado no Setor.

    O Mestrado na rea de Desenvolvimento Territorial Sustentvel,

    institudo neste ano no setor, um dos caminhos a serem percorridos para

    melhorar/desenvolver a pesquisa.

    3.3. A PROPOSTA PEDAGGICA DO CURSO DE INFORMTICA E

    CIDADANIA

    A primeira turma do curso de Informtica e Cidadania foi criada em julho

    de 2009, para contribuir com os objetivos do Setor Litoral. O perfil do curso

    apresentado a seguir:

    A proposta educacional do curso se efetiva atravs dos fundamentos

    terico-prticos, dos projetos de aprendizagem e das interaes

    culturais e humansticas. Em todas as fases do curso o estudante tem

    contato direto com a realidade local. Alm disso, colocado em

    situaes que propiciam o conhecimento e a compreenso tanto da

    rea das tecnologias quanto da cidadania e suas implicaes

    culturais, humanas e ticas. A partir dessa experincia, o aluno

    prope e executa aes integradas da cidadania e informtica,

    transformando-se em agente emancipado e com possibilidades de

    contribuir com a melhoria da realidade local (UFPR, 2011, p. 19).

  • 25

    Na primeira fase do curso, o conhecer e compreender, apresentado e

    discutido no PPP, os estudantes so estimulados a interagir com a comunidade

    dentro dos projetos de aprendizagem e tem como objetivo:

    Sensibilizar o acadmico sobre a importncia da Universidade,

    enquanto lcus privilegiado de discusso e reflexo sobre si mesma e

    com os desafios tecnolgicos, scio-culturais, ambientais,

    econmicos, cientficos e polticos da sociedade contempornea, na

    perspectiva de despertar o pensamento, reflexo e raciocnio para o

    espao costeiro do Paran, buscando entender seus aspectos a

    atuao do profissional como agente do desenvolvimento (UFPR,

    2011, p. 21).

    A segunda fase, de compreender e propor, so apresentadas vrias

    ferramentas da rea de informtica principalmente a de sistemas de

    informao, que capacitem os acadmicos a propor solues na sua rea de

    formao, sempre articulando com a realidade das cidades do litoral do

    Paran. Tem como objetivo:

    Possibilitar ao estudante o conhecimento de elementos terico-

    prticos necessrios para a atuao na rea de informtica e

    cidadania, capacitando-o a analisar e propor alternativas nas

    dimenses tecnolgicas, econmicas, sociais, ambientais, culturais,

    empreendedoras, polticas e institucionais, constituindo a identidade

    do bacharel em Informtica e Cidadania, na perspectiva do

    desenvolvimento regional, bem como capacit-lo para refletir sobre o

    significado das tecnologias de informao e suas implicaes sociais

    na sociedade contempornea (UFPR, 2011, p. 22).

    Na terceira fase de sua formao, os acadmicos do curso so

    incentivados a identificar e propor solues para as demandas das

    comunidades locais a partir do conhecimento adquirido ao longo do curso.

    Muitas disciplinas da rea de gesto abordadas durante a formao so

    de extrema importncia na formao de um profissional diferenciado,

    propiciando ao acadmico uma viso mais ampla da realidade, estando assim

    melhor preparado ao mercado de trabalho e tambm aos projetos

    desenvolvidos no prprio meio acadmico e/ou fora dele.

    A experincia de contato com outras reas de conhecimentos (e que

    ainda no se pode chamar de interdisciplinaridade) dos alunos de IC 2010 com

    outros cursos aconteceu somente nas disciplinas de Introduo ao espao

    curricular de Projetos de Aprendizagem, reconhecimento do litoral e nos ICHs.

    Os acadmicos so pouco motivados a utilizarem seus PAs como forma de

  • 26

    interao com os outros cursos, sendo que dificilmente encontrado um grupo

    de projeto de aprendizagem com alunos de curso diferentes.

    A fase do propor e agir no muito explorada durante os quatro anos de

    formao em informtica e Cidadania, devido falta de conhecimento

    necessrio na rea especfica de informtica. Os alunos sentem muita

    dificuldade em colocar em prtica as ideias propostas em seus projetos de

    aprendizagem, dificultando assim a evoluo dos mesmos, muitas vezes

    abandonando o tema abordado e at ocorrendo a troca do mediador.

    Todo o grupo que participou ativamente dos dois anos de durao da

    ITDS, observou que a participao em um projeto de extenso traz aos

    acadmicos uma excelente ferramenta de aprendizagem e uma ampla viso da

    realidade local, incentivando a autonomia e a interdisciplinaridade de

    estudantes de diferentes cursos do Setor Litoral. Existe hoje uma quantidade

    muito pequena de estudantes participando de trabalhos como esse, com isso

    todo o curso, alunos e professores, deveriam aproveitar melhor essa

    possibilidade de participao da extenso universitria, porque traz um

    benefcio no somente comunidade universitria, mas tambm a segmentos

    profissionais ou sociais envolvidos.

    A pesquisa definida como: [...] uma estratgia de interveno e de

    controle de meios ou instrumentos para a consecuo de um objetivo

    delimitado (CHAUI, 2003, p. 7). Acredito que existam inmeros e gigantes

    problemas a serem resolvidos na sociedade em que vivemos. Com a pesquisa

    podemos tom-los como objetos de investigao, visando compreender melhor

    essas dificuldades, afim de transpor esses obstculos, apresentando

    respostas, solues e/ou alternativas. Mesmo com todas essas dificuldades

    encontradas na sociedade, existem poucas iniciativas de pesquisas dentro do

    curso de IC. Esta estratgia metodolgica de aprendizagem ainda muito

    pouco explorada pelos alunos e professores. Em nossa compreenso, por essa

    estratgia se conseguiria chegar a resultados mais satisfatrios quanto aos

    princpios do Projeto Poltico Pedaggico do Setor:

    O resultado desse processo de pesquisa deve orientar demandas junto populao acadmica e sociedade, investigando realidades econmicas, culturais, enfim, informaes relevantes para contribuir para o processo de formao integral do acadmico (OLIVEIRA; GARCIA, 2011, p. 167).

  • 27

    Com esses objetivos traados, identificando as demandas da sociedade,

    com dilogo e comprometimento entre professores e alunos com a realidade

    local, conseguiremos chegar a um ensino com melhor qualidade e teremos

    resultados concretos a respeito do desenvolvimento das atividades na

    universidade.

  • 28

    4. A ITDS COMO UMA ESTRATGIA INTERDISCILINAR NO PROCESSO DE FORMAO UNIVERSITRIA 4.1 CONSTITUIO DA INCUBADORA TECNOLGICA DE

    DESENVOLVIMENTO SOCIAL

    A ideia da Incubadora Tecnolgica de Desenvolvimento Social ITDS

    surgiu no 1 semestre do ano de 2011 a partir de conversas com os

    mediadores dos Projetos de Aprendizagem. A proposta inicialmente discutida

    no era a ITDS, mas sim uma empresa Junior, porm devido burocracia e o

    alto custo necessrio para a abertura de uma empresa Junior e tambm por

    seguir os princpios do PPP no que se refere universidade exercer seu papel

    social, dialogando com a realidade da populao envolvida, e desenvolver

    projetos que envolvam os alunos, professores e a comunidade, optou-se pelo

    atual projeto.

    Destacamos do PPP a nfase em aspectos que o trabalho pedaggico

    envolve:

    a) o comprometimento da Universidade com os interesses coletivos;

    b) a educao como totalidade; c) a formao discente pautada na

    crtica, na investigao, na pr-atividade e na tica, capaz de

    transformar a realidade (UFPR, 2008, p. 9).

    Outro ponto essencial na deciso pela incubadora foi o fato de esta

    servir como espao de articulao entre teoria e prtica aos estudantes do

    curso de Informtica e Cidadania, trazendo melhor qualificao profissional ao

    acadmico, e que possa ter uma experincia real do campo de atuao ainda

    na Universidade.

    Nesse sentido, afirma Sveres:

    A universidade e a comunidade mostram que o conhecimento s tem

    sentido se tiver um carter social, possibilitando o contato com a

    realidade antes mesmo de se formar e permitindo a relao da teoria

    com a prtica. A interao dessas atividades tem se revelado um

    aspecto essencial do processo educativo e tal relao, durante o

    curso, aponta, tambm, para a possibilidade de vislumbrar a sua

    qualificao profissional (SVERES, 2008, p. 8).

  • 29

    Em seguida, os integrantes do projeto, em conjunto com a mediadora

    elaboraram por escrito um documento para aprovao como projeto de

    extenso pela Pr-Reitoria de Extenso e Cultura da UFPR PROEC. A

    aprovao ocorreu em maio de 2012, passando a ser registrado como Projeto

    de extenso junto PROEC/UFPR. Foram disponibilizadas trs bolsas de

    extenso aos acadmicos de informtica e Cidadania; inicialmente tambm

    participaram do projeto estudantes do curso de Servio Social, porm a partir

    do segundo semestre do projeto, apenas um estudante de SS participou

    diretamente da ITDS. Na sequncia, as demandas comearam a surgir.

    Segundo depoimento da mediadora, coordenadora da ITDS, a opo por

    formalizar os Projetos de Aprendizagem propostos pelos estudantes de IC,

    como projeto de extenso teve como objetivos:

    a) possibilitar aos estudantes o acesso a bolsas de extenso e com isto, assegurar a disponibilidade de uma carga horria dedicada ao projeto, maior do que a exigida no currculo do Curso (5h/semanais); b) viabilizar trocas de informaes e participao dos estudantes em eventos externos ao Setor Litoral, ampliando a divulgao dos produtos gerados na relao dos Projetos de Aprendizagem com os mdulos de Formao Terico-prtica, a extenso universitria e a iniciativa de pesquisa; c) assegurar certificaes aos participantes, tanto acadmicos quanto integrantes do projeto, externos Universidade; d) viabilizar o registro e formalizao das atividades para iniciativas de captao de recursos financeiros e investimentos em equipamentos; e) gerar iniciativa que pudesse ter sequncia na forma de Programa permanente da Universidade.

    A referida professora avalia que os trs primeiros objetivos foram

    assegurados, entretanto, aqueles relativos a investimentos esbarrou no limite

    da falta de espao fsico para a alocao de equipamentos de hardware

    necessrios ao desenvolvimento das atividades da ITDS. Quanto iniciativa de

    transformar a Incubadora num Programa permanente, no foi possvel pelo

    limite de nmero de professores das reas especficas de Informtica e

    Cidadania e Servio Social, que pudessem, no atual momento dar sequncia

    proposio de manuteno da ITDS como projeto de extenso ou transform-la

    num programa permanente. Tendo tais dificuldades no horizonte, optou-se,

    desde 2013 por no ampliar o nmero de estudantes bolsistas ou voluntrios

    neste programa, podendo o mesmo ser retomado to cedo haja condies de

    pessoal suficiente para sua continuidade com a qualidade necessria s

    orientaes/mediaes dos estudantes participantes.

  • 30

    4.2. DEMANDAS E INTEDISCIPLINARIDADE NO PROCESO DE

    DESENVOLVIMENTO

    A interdisciplinaridade de acordo com Pereira pode ser definida como:

    tentativa do homem conhecer as interaes entre mundo natural e a sociedade, criao humana e natureza, e em formas e maneiras de captura da totalidade social, incluindo a relao indivduo/sociedade e a relao entre indivduos. Consiste, portanto, em processos de interao entre conhecimento racional e conhecimento sensvel, e de integrao entre saberes to diferentes, e, ao mesmo tempo, indissociveis na produo de sentido da vida (PEREIRA, 2009).

    Pode-se verificar a interdisciplinaridade em praticamente todas as

    etapas, desde as discusses com o curso de servio social sobre as demandas

    iniciais do projeto, os levantamentos de dados nos locais de atendimento do

    CREAS at a fase de testes do sistema, tornando o projeto de extenso um

    meio de troca de conhecimento entre os cursos do setor litoral e a sociedade

    envolvida.

    A primeira demanda encontrada pela ITDS foi a sistematizao de uma

    Matriz Metodolgica elaborada por outro projeto da UFPR Litoral, pelos alunos

    do curso de Servio Social, de alguns dados levantados a partir de fontes

    disponveis na internet. O que se pensava era a formulao de um sistema que

    pudesse extrair automaticamente informaes de diversas bases de dados com

    indicadores sociais, geogrficos e econmicos de portais pblicos como: IBGE,

    IPEA, IPARDES entre outras, mas devido dificuldade de captura dos dados

    direto das fontes, ficaria invivel o desenvolvimento do sistema, precisando ser

    alimentado manualmente.

    A segunda demanda foi a elaborao de uma pgina de informaes e

    inscrio para os participantes do I Seminrio de polticas pblicas do Litoral

    Paranaense SPPLP. Logo no incio do desenvolvimento desse software

    foram encontradas dificuldades: a escolha de uma linguagem, a anlise do

    sistema, local para hospedagem e o conhecimento tcnico necessrio para

    desenvolvimento do sistema.

    No incio do projeto, devido a pouca experincia em programao por

    parte dos acadmicos do Curso de Informtica e Cidadania, as linguagens

  • 31

    utilizadas foram influenciadas por professores do curso de Informtica e

    Cidadania e por outros alunos com alguma experincia em programao, visto

    no serem contedos ministrados nos mdulos de fundamentos terico-

    prticos como o proposto idealmente no PPP do Setor, os quais deveriam

    subsidiar o desenvolvimento dos projetos de aprendizagens.

    Os primeiros testes vieram depois de quase um ms de trabalho junto a

    equipe de desenvolvimento e anlise, composta por alunos do curso de

    Informtica e Cidadania e Servio Social, com muito esforo do grupo e

    tambm da coordenadora que a todo o momento mostrava os caminhos a

    serem percorridos dentro do projeto, incentivando a busca pelo conhecimento.

    Em razo da no disponibilidade de estrutura operacional, o nico local

    possvel e vivel para hospedagem do sistema, encontrado pelo grupo, foi um

    servidor particular utilizado por professores do curso de Informtica e

    Cidadania. Depois do site concludo e hospedado a motivao tomou conta da

    equipe.

    A terceira demanda e a maior delas encontrada pela ITDS, foi a

    elaborao de um pronturio eletrnico para auxiliar e agilizar o atendimento s

    famlias ou indivduos em situao de ameaa ou violao de direitos, que

    utilizam os servios do Centro de Referncia Especializado de Assistncia

    Social CREAS, tambm do Centro de Referncia de Assistncia Social

    CRAS, unificando os dois servios sociais, trazendo maior organizao e

    mantendo um histrico dos atendimentos realizados pelo/as assistentes

    sociais.

    O primeiro municpio escolhido para levantamento dos requisitos para o

    pronturio eletrnico foi Guaratuba. A opo pelo municpio foi feita pelos

    integrantes da equipe e pela mediadora por ser o que se mostrou mais

    interessado neste primeiro momento e tambm por estudantes do curso de

    Servio Social, estagirios no CREAS do municpio de Guaratuba, facilitando o

    acesso, possibilitando a vivncia cotidiana e a demandas concretas da rea

    estudada.

    O primeiro passo dessa demanda foi conhecer melhor como funcionam

    todos os processos realizados durante os atendimentos aos indivduos que

    utilizam o servio do CREAS e CRAS. A anlise do sistema aconteceu por

    meio de conversas informais e por observao do local de trabalho das

  • 32

    assistentes sociais e outros funcionrios que mostraram como funcionavam os

    atendimentos realizados. No incio, a maior dificuldade encontrada foi entender

    como os processos fluam dentro e fora do local de trabalho e o grande volume

    de informaes coletadas a partir dos dois locais analisados. Nesse momento

    foi de extrema importncia para a anlise do sistema se obter uma aplicao

    que suprisse as necessidades de assistentes sociais que trabalham nesses

    locais.

    Encontrou-se ento uma grande dificuldade em desenhar um sistema

    que fosse realmente relevante aos profissionais, pela complexidade do local,

    tipos de atendimentos, encaminhamentos, o que leva a comparar o SUAS -

    Sistema nico de Assistncia Social, avaliaes feitas na rea de sade,

    quanto a implementao do sistema de cuidados.

    Pensar em sistema de cuidados apontar para a auto-organizao desse sistema, considerando aspectos como autonomia, individualidade, relaes e atitudes profissionais. Tais circunstncias nos remetem a aceitar as incertezas, a ambivalncias e as contradies presentes no sistema de cuidados para que seja possvel lidar com a complexidade do real (ERDMANN; SOUZA; BACKES; MELLO, 2007, p. 181).

    Essa complexidade abordada acima no se aplica apenas aos sistemas

    de sade, onde a produo de "um sistema de informao" deve explicitar a

    realidade concreta da interao entre as pessoas da equipe, a traduo das

    expectativas da gesto, num pronturio eletrnico, bem como uma srie de

    outras variveis que esto diretamente relacionadas intencionalidade dos

    sujeitos envolvidos na prestao desse servio pblico. O pronturio eletrnico

    desenvolvido para o CREAS seguiu essa mesma abordagem, utilizando-se da

    prtica de vrios profissionais que utilizam simultaneamente o sistema.

    Assim como o sistema de cuidado na rea de sade, o SUAS, no nvel

    de proteo social especial operado pelo CREAS, se assimila ao que os

    autores a seguir descrevem como caractersticas daquele sistema.

    [...] O sistema complexo de cuidado retrata um processo social,

    institucional, profissional e pessoal dinmico e gradual que demanda

    tempo, atitude, comportamento e um esforo incansvel dos

    profissionais em busca de novas formas de ao/interao, isto , na

    busca do novo a partir daquilo que existe, do real (ERDMANN;

    SOUZA; BACKES; MELLO, 2007, p. 181).

  • 33

    A prtica de dilogos interdisciplinares da equipe nesse momento,

    unindo estudantes dos cursos de Informtica e Cidadania e do Servio Social

    foi fundamental para o desenvolvimento dessa etapa do projeto, pois muitas

    dvidas foram esclarecidas com os estudantes do curso de Servio social.

    Foi necessrio a explanao, por parte dos estudantes e professores da

    rea de Servio Social, sobre a estrutura da Poltica Nacional de Assistncia

    Social, os nveis de proteo presentes nesta poltica e como ela operada em

    nvel municipal atravs dos CRAS e CREAS. Esta demanda fez com que

    houvesse uma aproximao com a linguagem utilizada na rea de Servio

    Social.

    A Poltica Nacional de Assistncia Social (PNAS) tem os seguintes

    princpios:

    I Supremacia do atendimento s necessidades sociais sobre as exigncias de rentabilidade econmica; II Universalizao dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatrio da ao assistencial alcanvel pelas demais polticas pblicas; III Respeito dignidade do cidado, sua autonomia e ao seu direito a benefcios e servios de qualidade, bem como convivncia familiar e comunitria, vedando-se qualquer comprovao vexatria de necessidade; IV Igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminao de qualquer natureza, garantindo-se equivalncia s populaes urbanas e rurais; V Divulgao ampla dos benefcios, servios, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Pblico e dos critrios para sua concesso. (PNAS, 2005, p. 32)

    Objetivos:

    Prover servios, programas, projetos e benefcios de proteo social bsica e, ou, especial para famlias, indivduos e grupos que deles necessitarem; Contribuir com a incluso e a equidade dos usurios e grupos especficos, ampliando o acesso aos bens e servios socioassistenciais bsicos e especiais, em reas urbana e rural; Assegurar que as aes no mbito da assistncia social tenham centralidade na famlia, e que garantam a convivncia familiar e comunitria (PNAS, 2005, p. 33).

    A Poltica Nacional de Assistncia Social foi aprovada em reunio do Conselho de Assistncia Social CNAS realizada entre os dias 20 e 22 de setembro de 2004, onde foi aprovada, por unanimidade, por aquele colegiado.

  • 34

    De acordo com a lei n. 12.435, de 6 de julho de 2011, que altera a Lei

    no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispe sobre a organizao da

    Assistncia Social. O CREAS definido como:

    uma unidade pblica de abrangncia e gesto municipal, estadual ou regional, destinada prestao de servios a indivduos e famlias que se encontram em situao de risco pessoal ou social, por violao de direitos ou contingncia, que demandam intervenes

    especializadas da proteo social especial (Brasil, 2011).

    E faz parte da proteo social especial que de acordo com a mesma lei :

    conjunto de servios, programas e projetos que tem por objetivo contribuir para a reconstruo de vnculos familiares e comunitrios, a defesa de direito, o fortalecimento das potencialidades e aquisies e a proteo de famlias e indivduos para o enfrentamento das situaes de violao de direitos (Brasil, 2011).

    O CRAS definido como:

    uma unidade pblica municipal, de base territorial, localizada em reas com maiores ndices de vulnerabilidade e risco social, destinada articulao dos servios socioassistenciais no seu territrio de abrangncia e prestao de servios, programas e projetos socioassistenciais de proteo social bsica s famlias (Brasil, 2011).

    Pertence a proteo social bsica e de acordo com a mesma Lei :

    conjunto de servios, programas, projetos e benefcios da assistncia social que visa a prevenir situaes de vulnerabilidade e risco social por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisies e do fortalecimento de vnculos familiares e comunitrios.

    Abaixo a primeira modelagem de dados, na qual contemplada a

    linguagem usada na rea da assistncia social (MODELO1):

  • 35

    MODELO 1 MODELO BANCO DADOS CREAS E CRAS

    FONTE: ITDS (2012)

    Aps as entrevistas e conversas, devido ao grande volume de requisitos,

    o sistema precisou ser dividido em duas partes, sendo atendido em um

    primeiro momento apenas o estabelecimento de pronturio para uso no

    CREAS.

  • 36

    Com a diviso do sistema aconteceram vrias reunies para conseguir

    reduzir ao mximo as informaes contidas nos formulrios, pensando em

    facilitar o preenchimento e agilizar o atendimento ao indivduo/usurio dos

    servios, contemplando todas as informaes necessrias para a boa

    funcionalidade do pronturio.

    O maior erro no processo de construo, devido falta de conhecimento

    na rea de desenvolvimento, foi quando os estudantes comearam logo a

    programar o pronturio eletrnico, sem muita reflexo sobre o que era

    necessrio conter nele. Aps algumas semanas de desenvolvimento, o sistema

    comeou a tomar um rumo diferente do esperado, no sendo possvel a

    concluso do mesmo.

    Buscando a opinio de professores da Universidade e tambm de outras

    instituies de ensino, como o Instituto Federal do Paran IFPR Campus

    Paranagu, foi aconselhado que antes de continuar a programao, seria

    necessrio voltar a etapa anterior, a anlise, e estruturar melhor toda a

    documentao e modelagem do banco de dados contemplando todos os

    requisitos necessrios para o bom funcionamento do sistema.

    Depois de trs semanas trabalhando na modelagem do banco de dados

    e nos casos de uso, o sistema voltou etapa de programao.

    O modelo do banco de dados depois da diviso ficou desta maneira

    (MODELO2):

  • 37

    MODELO 2 MODELO BANCO DADOS CREAS

    FONTE: ITDS (2013)

    Alguns dias depois do incio da programao, surgiram vrias dvidas

    com relao nomenclatura e as vrias siglas utilizada pelos profissionais da

    rea de servio social, fazendo-se necessrio uma nova reunio com o grupo

    responsvel pela ITDS com os profissionais atuantes no CREAS para sanar as

    dvidas e tambm observar melhor o funcionamento do local.

    Esse tipo de avano tecnolgico traz alguns cuidados a serem tomados:

    A satisfao com tais avanos, no entanto, no deve impedir-nos de identificar reas de preocupao com a direo e o ritmo da mudana. A sociedade vem observando com ateno a evoluo histrica do novo paradigma da informao e externando, em cada etapa desse desenvolvimento, suas preocupaes reais ou infundadas com as implicaes sociais das novas tecnologias. Independentemente de aceitarmos ou no a concepo da neutralidade ou ambivalncia da tecnologia, no se pode ignorar as questes ticas relacionadas a ela (WERTHEIN, 2000, p. 75).

  • 38

    Com isso as reunies e conversas a respeito da aplicao deste tipo de

    novas tecnologias na rea social, despertou dentro do grupo um cuidado tico

    a ser tomado durante o desenvolvimento do projeto, por se tratar de

    pessoas/indivduos que passaram por algum tipo de ameaa ou violao de

    direitos, essas informaes contidas no pronturio no deveriam ser expostas a

    mais ningum a no ser ao profissional de servio social que cuidaria do caso.

    Depois de mais de dez meses de programao e mais algumas reunies

    chegamos ao momento de testar a primeira verso do sistema.

    Outro ponto em que se sentiu dificuldade foi conseguir um servidor web

    para hospedagem do pronturio para os testes. Como essa verso seria

    utilizada apenas para testes, foi decidido hospedar em um servidor gratuito,

    porm limitado com relao ao tamanho do banco de dados e tambm em

    relao dificuldade de manuteno do mesmo.

    Foi marcada uma data com os profissionais do servio social do

    municpio de Guaratuba para a apresentao e explicao das funcionalidades

    do sistema, mostrando o que poderia melhorar no atendimento do local com o

    uso do sistema.

    Aps algumas semanas de testes, os profissionais do servio social

    requisitaram alguns ajustes no sistema. Para realiz-los, o grupo de

    desenvolvimento da ITDS colocou novamente em prtica a autonomia de

    aprendizagem na busca pelo conhecimento necessrio para a continuao do

    desenvolvimento do sistema.

    Passaram-se mais dois meses entre aprendizagem, desenvolvimento e

    muitas conversas entre o grupo interdisciplinar para o sistema ficar pronto para

    uma nova bateria de testes.

    Foi feita a atualizao no servidor web do pronturio eletrnico com

    todas as atualizaes realizadas aps o primeiro contato com os profissionais e

    ento liberado para nova avaliao dos usurios do sistema.

    Devido grande rotatividade de profissionais do municpio escolhido

    para testes, por serem estagirios e seus contratos acabarem ou por serem

    realocados em um novo setor de trabalho, os testes no municpio de Guaratuba

    ficaram paralisados por um perodo. Percebeu-se ento a necessidade de

    procurar novos meios para dar continuidade ao desenvolvimento do sistema.

  • 39

    Em reunio com a equipe do projeto juntamente com a coordenadora,

    surgiu a possibilidade de um novo municpio do Litoral paranaense para a

    realizao dos testes.

    Aps contato com a coordenadora do CREAS no municpio de

    Paranagu, houve grande interesse na utilizao do sistema desenvolvido pela

    ITDS. Foi agendado uma data e local para apresentao do pronturio

    eletrnico aos profissionais do servio social de Paranagu.

    Foi feita a apresentao do pronturio, com a participao de toda a

    equipe de desenvolvimento do projeto, a coordenadora e os profissionais

    beneficiados pelo sistema. Foi discutida tambm a possibilidade do municpio

    fornecer um servidor para hospedagem e uma equipe tcnica do municpio

    para transferncia da tecnologia desenvolvida pela incubadora e assim o

    municpio no teria nenhum custo com a aquisio de um software, apenas

    com as atualizaes realizadas pela equipe de desenvolvimento do municpio e

    manuteno do servidor.

    Devido a alguns impedimentos encontrados pelos profissionais, o

    sistema foi hospedado apenas para teste em um servidor web gratuito. Aps

    algumas semanas, um contato com os profissionais trouxe a noticia de que o

    quadro de profissionais foi novamente reformulado e estavam em adaptaes

    no local de trabalho, sendo necessrio aguardar um perodo para novo contato

    e apresentao do sistema aos novos profissionais.

    Foram realizadas tambm vrias outras apresentaes da caminhada da

    ITDS, mostrando as dificuldades encontradas e tambm as grandes vantagens

    na formao aos acadmicos do setor Litoral e tambm aos profissionais do

    litoral paranaense.

    A grande vontade dos integrantes da ITDS era a de dar continuidade aos

    trabalhos realizados durante esses dois anos de projeto, logo que a Incubadora

    foi, sem dvidas, a melhor maneira encontrada pelo grupo de aprendizagem

    para conseguir colocar em prtica todo o contedo adquirido dentro e fora de

    sala de aula, e promover a autonomia discente, alm de todo o conhecimento

    interdisciplinar adquirido na vivencia da incubadora. Mas devido

    coordenadora do projeto entrar em licena e a falta de tempo por parte dos

    docentes do setor litoral, o projeto teve seu final no ms de abril de 2014,

    encerrando suas atividades.

  • 40

    4.3. AUTONOMIA

    As reflexes de Paulo Freire em seu livro Pedagogia da autonomia

    mostram que a autonomia no se adquire de um dia para o outro, ela vai se

    construindo a partir de vrias experincias e decises que vo sendo tomadas

    durante nossas vidas de maneira consciente e responsvel, como afirma:

    A autonomia, enquanto amadurecimento do ser para si, processo, vir a ser. No ocorre em data marcada. neste sentido que uma pedagogia da autonomia tem de estar centrada em experincias estimuladoras da deciso e da responsabilidade, vale dizer, em experincias respeitosas da liberdade (FREIRE, 2002, p.41).

    Freire sugere aos docentes incentivar a curiosidade dos alunos ao

    contedo abordado e no oferecer j acabados, com isso [...] o educando vai

    aprendendo custa de sua prtica mesma que sua curiosidade como sua

    liberdade deve estar sujeita a limites, mas em permanente exerccio (2002,

    p.33). Com isso nos mostra que estimulando a curiosidade dos alunos, sua

    autonomia, reflexes crticas tambm so aprimoradas.

    A autonomia do acadmico dentro da vivncia na Incubadora

    Tecnolgica de Desenvolvimento Social foi muito presente em todos os

    momentos. Como estudante posso dizer que foi o melhor mtodo de

    aprendizagem em todo o perodo da minha formao. A funo do

    professor/mediador dentro do projeto foi determinante nessa relao de

    aprendizagem, onde o grupo a todo o momento era auxiliado, proporcionando a

    construo do conhecimento necessrio para o desenvolvimento dos trabalhos.

    Reforando a importncia do professor na autonomia discente:

    O Professor posicionando como um indivduo mais prximo na relao com o estudante tambm reflete um estudioso que detm o saber e no se preocupa a colocar-se acima de ningum. A hierarquia na relao no o incomoda ou o torna superior e distante dos estudantes, pelo contrrio, ele reconhece o conhecimento que tem e torna-se mais acessvel, para promover a proximidade e facilitar a aprendizagem (BRASIL; SVERES, 2012, p. 9).

  • 41

    A busca pelo conhecimento de maneira autnoma dentro do projeto foi

    fundamental para o desenvolvimento do mesmo. Sendo que se

    dependssemos do aprendizado adquirido em sala de aula, certamente no

    conseguiramos ter chegado to longe.

    A etapa de programao foi a que consumiu o maior tempo dentro do

    projeto, devido falta de conhecimento e apoio tcnico disponvel para o

    desenvolvimento do pronturio. Todo o conhecimento na linguagem de

    programao utilizada no sistema foi alcanada pelos estudantes de maneira

    autnoma, por meio de livros, tutoriais na internet, vdeo-aulas e algumas dicas

    passadas por professores e colegas do curso de Informtica e Cidadania.

    Um ponto que prejudicou e muito o desenvolvimento dos trabalhos

    dentro da Incubadora foi a maior greve da histria da UFPR. Os professores

    paralisaram suas atividades por 120 dias e sem o apoio docente o grupo

    encarou a busca pelo conhecimento de maneira independente, forando ainda

    mais a autonomia na busca do conhecimento necessrio para o

    desenvolvimento do projeto.

    Aconteceram vrios eventos dentro da Universidade como as mostras

    dos projetos de aprendizagem, eventos da rea de Servio Social, onde a ITDS

    foi convidada a mostrar seus trabalhos. Todo o caminho percorrido durante os

    dois anos de projeto, mostrando como a extenso universitria e at mesmo os

    projetos de aprendizagem podem ser uma tima ferramenta para construo

    do conhecimento dentro da universidade.

    Em outubro de 2013 aconteceu no Centro Politcnico da UFPR a 5

    edio da Semana Integrada de Ensino, Pesquisa e Extenso SIEPE, onde

    foi realizada a apresentao e avaliao de vrios trabalhos orientados por

    professores das mais diversas reas. A ITDS participou das palestras,

    apresentou seu projeto, mostrando todo o percurso da Incubadora at o

    momento aos estudantes e professores da UFPR presentes, recebendo vrios

    elogios por todo o material produzido pela Incubadora em especial pelo

    impacto que pode proporcionar na melhoria dos servios na rea de

    assistncia social.

  • 42

    5. CONSIDERAES FINAIS

    O objetivo principal desse trabalho de concluso de curso foi mostrar a

    importncia da extenso universitria na formao discente atravs do projeto

    da Incubadora Tecnolgica de Desenvolvimento Social.

    A partir dos levantamentos bibliogrficos, pudemos destacar a extenso

    universitria como uma excelente ferramenta de aprendizagem e grande

    interao com a sociedade, aproximando os estudantes da realidade local onde

    a universidade est inserida e a transformando. Alm do mais a extenso tem

    se mostrado uma tima maneira dos acadmicos colocarem em prtica todo o

    conhecimento adquirido em sala de aula e tambm na busca pelo aprendizado

    fora da universidade.

    Essa autonomia de aprendizagem mostrada na participao dos

    estudantes na ITDS foi de grande valia na formao dos estudantes, na vida

    como cidado e em sua preparao para o dia a dia profissional.

    A participao como bolsistas no projeto de extenso fez com que os

    estudantes tivessem um diferencial dos demais, tendo um contato direto com a

    realidade, contribuindo muito para o desenvolvimento profissional do estudante.

    Pode-se identificar a falta de participao por parte dos estudantes e

    professores do curso de Informtica e Cidadania em projetos de extenso e

    projetos de pesquisa, sendo esses meios excelentes mtodos de aproximar o

    acadmico da realidade local e de prticas de interdisciplinaridade. A falta de

    divulgao aos acadmicos e a proposio dessas ferramentas deveriam ser

    melhor exploradas no meio universitrio.

    Muitas vezes sentimos falta do acesso a contedos, onde as disciplinas

    abrangem mais a rea tcnica de informtica, o que poderia subsidiar o

    desenvolvimento de ferramentas de maior complexidade e com maior agilidade

    para serem meios de qualificao do servio pblico prestado populao da

    regio litornea, ampliando seu acesso servios de cidadania. Os subsdios

    de contedos tericos da rea tcnica facilitam o desenvolvimento dos

    trabalhos nos projetos de extenso.

  • 43

    Podemos destacar a importncia do professor/mediador em despertar a

    curiosidade e a investigao sobre os temas abordados, mostrando alguns dos

    caminhos a serem percorridos, incentivando a autonomia discente.

    A extenso universitria na viso de Oliveira (2004) uma ferramenta

    que pode ser aproveitada para suprir algumas dificuldades na execuo de

    polticas pblicas como mostra:

    A partir da observao das experincias dirias, percebe-se que

    algumas vezes a extenso acaba suprindo lacunas ou vcuos do

    Estado na execuo de suas polticas pblicas, algumas vezes

    fechada em seus conhecimentos acadmicos: o projeto extensionista

    realiza uma interveno continuada essencialmente executora em

    determinada comunidade. (OLIVEIRA, 2004, p.3)

    Dependendo das metodologias adotadas, a extenso universitria uma

    excelente ferramenta no s aos estudantes e a comunidade, mas tambm aos

    gestores das polticas pblicas.

    A opinio de Oliveira (2004) vem ao encontro do que Sveres (2008)

    defende na funo social da extenso, no podendo se configurar como

    suplementao de polticas pblicas, mas processos de complementaridade e

    aprimoramento via indossociabilidade desta com o ensino e a pesquisa:

    A extenso universitria na sua conduta mais experiencial,

    identificou-se, em tempos distintos, com a suplementao de polticas

    pblicas ou na ateno s necessidades sociais com a prestao de

    servios ou o desenvolvimento de assessorias, com aes

    comunitrias ou a execuo de projetos, coma difuso da cultura ou a

    educao continuada, com a relao endgena da academia ou com

    o desenvolvimento de projetos na sociedade (SVERES, 2008, p. 5).

    H que se distinguir entre o uso histrico que se fez da extenso como

    substituio do Estado em aes executivas de sua responsabilidade em vrias

    polticas sociais e o papel social da universidade desempenhado na produo

    de conhecimentos de carter social com destinao pblica. No podemos

    continuar a pensar e fazer a extenso ou mesmo projetos de aprendizagem

    num mero experimentalismo ou pragmatismo que no resultam em nada em

    reflexes crticas e amadurecimento acadmico dos estudantes.

    Para trabalhos futuros podemos sugerir, a avaliao de um sistema

    como o pronturio eletrnico destinado ao CREAS, mostrando a importncia no

  • 44

    dia a dia dos profissionais e os benefcios aos municpios na gesto das

    polticas pblicas.

  • 45

    REFERNCIAS

    BRASIL, A.; SVERES, L.; O perfil do professor que estimula a autonomia no processo de aprendizagem. Educao Fsica em Revista, v.6, n.2, Braslia: UNB, 2012. P. 1 -12. BRASIL, Lei n. 12.435, de 06 de julho de 2011. Altera a Lei no 8.742, de 7 de dezembro de 1993, que dispe sobre a organizao da Assistncia Social. Braslia, 2011. Disponvel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12435.htm acessado em 07 de junho de 2014. BRASIL. Poltica Nacional de Assistncia Social. Ministrio do desenvolvimento social e com bate a fome: Secretaria Nacional de Assistncia Social. Braslia, 2005. CHAU, Marilena. A Universidade Pblica sob Nova Perspectiva. Conferncia de abertura da 26 reunio Anual da ANPED, Poo de Caldas, 5 de Outubro de 2003. ERDMANN, A. L.; SOUZA, F. G. M.; BACKES, D. S.; MELLO, A. L. S. F. Construindo um modelo de sistema de cuidados. Acta Paul Enferm. 2007. p.180-185. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. So Paulo: Paz e Terra, 2002. MORIN E. A cabea bem-feita. Rio de Janeiro (RJ): Bertrand Brasil; 2000. MENEZES, Ana Luisa Teixeira de e SVERES, Luiz (Org.). Transcendendo Fronteiras. A contribuio da extenso das instituies comunitrias de ensino superior. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2011. OLIVEIRA, Claudia Hochheim. Qual o papel da extenso universitria? Algumas reflexes acerca da relao entre universidade, polticas pblicas e sociedade. In: Anais do 2 Congresso Brasileiro de Extenso Universitria. 2004.

  • 46

    OLIVEIRA, T. M. N.; GARCIA, B. R. Z. Extenso e Indissociabilidade, In Transcendendo fronteiras: a contribuio das instituies comunitrias de ensino superior (ICES), Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2011. P. 160 171. PEREIRA, Isabel Brasil. Interdisciplinaridade. Dicionrio da Educao Profissional em Sade. Fundao Oswaldo Cruz. Escola Politcnica de Sade Joaquim Venncio. Rio de Janeiro (RJ); 2009. Disponvel em: . Acesso em:

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