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A invenção do nordeste

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A INVENÇÃO DO NORDESTE E SUAS REFERÊNCIAS TEATRAIS E ESTÉTICAS

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Concepção Inicial de apresentação do projeto por meio da imagem/cartaz.

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Nova montagem do Grupo Teatro Carmin - “A Invenção do Nordeste”, é construída a partir da adaptação da obra homônima de Durval Muniz de Albuquerque Jr., em diálogo com as histórias reais de vida dos integrantes do Grupo Carmin e de 4 famílias do Sertão do Rio Grande do Norte.

O presente projeto, baseia-se na ideia de uma recolha de memória, de experiências de vida e de percepções de mundo a partir de um contato entre os artistas que se propõem a realizar a construção desse espetáculo com os habitantes de três regiões do sertão nordestino.

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O livro A Invenção do Nordeste, foi publicado em 1999 e é o resultado de um trabalho de doutoramento realizado pelo referido professor e defendido na UNICAMP no ano de 1994. A tese do professor Durval Muniz recebeu em 1996 o prêmio de melhor trabalho no concurso Nelson Chaves de Teses sobre O norte e Nordeste Brasileiro, promovido pela Fundação Joaquim Nabuco, e desde então vem sendo considerado um trabalho referencial nos novos estudos culturais sobre o sertão e o nordeste do Brasil. O texto aborda o modo como o conceito de “nordeste” e “nordestino” foi construído a partir de uma série de referenciais conceituais, sígnicos e imagéticos, perpetrados por escritores, músicos, poetas e intelectuais nos anos de 1920 e 1930. O livro inaugura uma linhagem de trabalhos acadêmicos interpretativos dos temas ligados ao nordeste, com o objetivo de desconstruir os estereótipos ligados à formação da imagem do nordestino, permitindo, desta maneira, uma nova interpretação do nordeste a partir de uma “reescritura” do passado que desloca o sertão de seu lugar idealizado, e possibilita uma reinvenção de sua própria imagem a partir de uma rigorosa pesquisa de fontes e documentos históricos, bem como de peças literárias e artísticas.

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A construção do espetáculo ora proposto, estrutura-se a partir do biodrama, que como categoria estética ou gênero dramático foi desenvolvido a partir de 2002 pela diretora argentina, Vivi Tellas (GIORDANO, 02) e tem como foco a encenação da biografia de pessoas vivas. Neste sentido o biodrama estimula a produção de biografias encenadas com base em uma investigação das múltiplas camadas envolvendo teatro e vida, representação teatral e experiência biográfica. A partir desse foco, a experiência de Vivi Tellas em seu projeto Ciclo Bio Dramas, passou a servir como elemento de inspiração para que o grupo Carmin pudesse construir projetos que visem a problematização não apenas de aspectos biográficos em personagens dramáticos, mas fundamentalmente em explorar elementos criativos e estéticos que percorrem as fronteiras entre a macro história (presente nas construções de narrativas coletivas e culturais) e a micro história (presente na experiência biográfica pessoal dos biografados).

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É justamente sobre esse aspecto que o presente projeto busca estabelecer conexões envolvendo a leitura historiográfica do livro A Invenção do Nordeste, do professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior com a leitura biográfica da historia pessoal de nordestinos que habitam o sertão atual, a partir de uma conexão entre o modo como essas pessoas experimentam em suas próprias vidas os efeitos da construção das imagens e conceitos estereotipados que contribuíram para a invenção da ideia de nordeste, a partir dos anos vinte do século passado. Seguindo esse caminho proposto pelo trabalho com biodrama o grupo Carmin se propõe, no presente projeto, a partir do pressuposto de que todo ser humano traz em si um deposito de arquivos e de experiências, uma reserva de imagens e referencias estéticas, sígnicas e imagéticas, que pode ser utilizado como matéria básica para a transformação de universos pessoais em arquivos teatrais que apontam para uma determinada representação da realidade. É justamente neste sentido que o presente projeto se assenta na possibilidade da construção de uma dramaturgia biodramática que possa problematizar e se discutir o lugar do sertão no imaginário nacional ao se pensar conjuntamente os conteúdos socioculturais da comunidade biodramática em intercessão com o trabalho do professor Durval Muniz.

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Com o objetivo de promover a desconstrução dessa imagem, o professor Durval Muniz de Albuquerque divide seu livro em três partes: (1) Geografia em ruínas (abordando as mudanças históricas que deram ensejo ao novo regionalismo no começo do século XX); (2) Espaços da Saudade (analisando o surgimento do nordeste como um novo espaço da imaginação nacional, desmontando a dicotomia norte/sul que vigorava até o começo do século XX); (3) Territórios de Revolta (avaliando a emergência de uma leitura do sertão a partir de teóricos e autores de esquerda que passam a pensar o espaço sertanejo como um campo de revolta, mantendo-se, apesar disso, ainda presos a imagens estereotipadas da região). A partir do roteiro traçado pelo livro do professor Durval Muniz, e das cenas construídas a partir da experiência de campo e da recolha de elementos biográficos da vida de moradores de três regiões do nordeste (Oeste Potiguar, Brejo Paraibano e Cariri da Paraíba), o presente projeto busca, deste modo, a construção de uma experiência de montagem teatral de 5 meses que permita uma desnaturalização da região nordeste e das imagens do sertão a partir da problematização de sua invenção com base na experiência biográfica dos próprios atores e dos moradores das regiões pesquisadas.

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Estética inicial em estudo para o projeto A Invenção do Nordeste tem como base as obras visuais de Rene Magritte, Rogério Fernandes e o Boneco Miniatura Playmobil Geobra Ano 1981.