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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A LIDERANÇA COMO FERRAMENTA PARA A MELHORIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL Por: Giselly Coutinho de Carvalho Rio de Janeiro 2009

A LIDERANÇA COMO FERRAMENTA PARA A MELHORIA DO CLIMA ... · O líder é o responsável pelo desenvolvimento de outras pessoas e pelo sucesso da empresa, é aquele que consegue comportar-se

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

A LIDERANÇA COMO FERRAMENTA PARA A

MELHORIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL

Por: Giselly Coutinho de Carvalho

Rio de Janeiro

2009

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PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

GISELLY COUTINHO DE CARVALHO

A LIDERANÇA COMO FERRAMENTA PARA A

MELHORIA DO CLIMA ORGANIZACIONAL

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia Empresarial. Por: Giselly Coutinho de Carvalho Orientadora Professora Maria Esther de Araújo

Rio de Janeiro

2009

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FOLHA DE ROSTO

GISELLY COUTINHO DE CARVALHO

A LIDERANÇA COMO FERRAMENTA PARA A MELHORIA DO CLIMA

ORGANIZACIONAL

Monografia apresentada à banca examinadora da Universidade Candido Mendes, como exigência parcial para conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Pedagogia Empresarial.

Nota: ________________ Aprovada ( ) Aprovada com louvor ( ) Aprovada com restrições ( ) Reprovada ( ) Data: ____/____/_______

_________________________________________________________ Professora Maria Esther de Araújo Universidade Candido Mendes

__________________________________________________________ Professor (a)

Universidade Candido Mendes

_________________________________________________________ Professor (a)

Universidade Candido Mendes

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus e à

minha mãe. Quero também expressar meus

agradecimentos aos professores do curso

de Pós-Graduação em Pedagogia

Empresarial, pela Universidade Candido

Mendes pelos ensinamentos ministrados e

pela dedicação prestada no decorrer do

curso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho ao meu namorado Rodrigo e a todos os meus familiares e amigos, que com paciência e dedicação entenderam meus momentos ausentes.

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RESUMO

É visto que dentro de uma organização, o comportamento das pessoas sempre será desigual ainda que diante de uma mesma situação porque ninguém tem a mesma personalidade. A liderança dentro de uma empresa deve ser vista como uma possibilidade de solução de problemas e de trabalho em equipe. Como profissional auxiliador da empresa, o Pedagogo Empresarial se personagem fundamental para estabilização do Clima Organizacional. Uma questão importante para a formação e a atuação do Pedagogo Empresarial diz respeito ao entendimento dos comportamentos humanos no contexto organizacional, tendo em vista que toda sua atuação está pautada na dimensão humana. As políticas de Recursos Humanos, por si só, não garantem mudanças ou comprometimentos mais ou menos efetivos; tem no elemento humano o seu ponto-chave. A maneira de agir desse novo profissional precisa ocorrer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais de gestão. Diante do exposto, o presente estudo aborda a liderança como ferramenta para a melhoria do clima organizacional, e a importância do pedagogo dentro deste contexto.

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METODOLOGIA

Para o presente estudo foi realizado utilizando de uma pesquisa

bibliográfica, ou seja, um estudo sistematizado que buscou embasamento em

materiais de acesso público, como: livros, revistas, jornais e artigos

científicos.

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SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO ...................................................................................... 2

AGRADECIMENTOS .................................................................................... 3

DEDICATÓRIA ............................................................................................ 4

RESUMO ..................................................................................................... 5

METODOLOGIA ........................................................................................... 6

SUMÁRIO .................................................................................................... 7

INTRODUÇÃO ............................................................................................. 8

1. GESTAO DE PESSOAS ......................................................................... 11

1.1. Conceito ........................................................................................................ 12

1.2. Evolução histórica ....................................................................................... 14

2.CLIMA ORGANIZACIONAL ..................................................................... 17

2.2. Cultura Organizacional ............................................................................... 19

2.2. Gestão do Clima Organizacional ............................................................... 20

3. LIDERANÇA .......................................................................................... 22

3.1. Evolução do Conceito de Liderança.......................................................... 22

3.2. Conceito de Liderança ................................................................................ 24

3.3. Liderança e Poder ....................................................................................... 25

3.4. Tipos de Líder .............................................................................................. 27

3.4.1. A importância do líder na organização ............................................... 30

3.4.2. Características de um líder de sucesso ............................................. 31

3.5. Liderança e Participação ............................................................................ 32

4. ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO AMBIENTE EMPRESARIAL ................. 33

CONCLUSÃO ............................................................................................ 36

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 38

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INTRODUÇÃO

Atualmente as pessoas passam a maior parte de suas vidas dentro das

organizações e muitas delas são consideradas como elementos que fazem

parte do capital da mesma, são talentos que a empresa possui e que

acrescentam muito a organização. São pessoas responsáveis pelo

funcionamento operacional da organização e podem gerar resultados

decisivos, podendo ainda ser positivos ou negativos.

A cada dia pode-se notar cada vez mais que o verdadeiro diferencial de

uma organização são os seus recursos humanos, ou seja, são os

funcionários que podem levar uma empresa a conseguir um bom

desempenho num mercado onde a competição é cada vez mais acirrada.

É necessário saber lidar com esses funcionários, de forma que se

possa tirar o máximo desempenho dos mesmos. É preciso também saber

selecionar os funcionários, saber aproveitar ao máximo suas habilidades e

competências, qual a melhor forma de tratá-los, qual é o ambiente mais

desejável e quais as melhores formas de motivá-los.

Uma empresa vive de seus resultados, fruto do empenho de seus

colaboradores. Portanto, o maior capital de uma organização é o capital

humano, que é responsável por gerar resultados para que a empresa

continue a sobreviver no mercado, suprindo assim as necessidades da

empresa e do próprio capital humano.

Assim, as empresas precisam de uma metodologia que não só eleve o

nível de produtividade, qualidade e satisfação dos clientes, mas que motive

seus colaboradores, contribuindo assim para o sucesso no mercado.

Momentos de crise podem se tornar altamente favoráveis à realização

de mudanças. As crises, tanto provocadas por fatores externos (econômicos,

políticos etc.), como por fatores internos (aparecimento de novas lideranças

etc.), podem propiciar um momento mais adequado para a introdução de

mudanças na organização.

Vale ressaltar, que a evolução da cultura de um grupo pode servir a

diferentes propósitos em diferentes momentos. Quando um grupo está se

formando a cultura opera como a inter-relação. Em outras palavras, quando a

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organização é jovem a cultura atua no sentido de manter a organização

unida. A mudança de cultura na organização jovem pode ser descrita como

adaptações às necessidades internas e externas que vão aparecendo.

Sendo assim, faz-se necessário que todas as organizações sejam

conhecedoras de seu clima. Assim, poderão conhecer o lugar exato que

estão acertando e dar continuidade. E no local que estão com problemas,

empenhar-se para melhorar até chegar a excelência no convívio empresa x

funcionário e vice-versa.

As empresas vêm percebendo cada vez mais, que para satisfazer seus

clientes, torna-se necessário investimento na estrutura interna desta, a

começar pelas pessoas, para que possibilite à administração ter segurança e

garanta um retorno imediato e benéfico. A liderança não é um tema da

atualidade mais infelizmente, o medo do novo, de arriscar permite aos

administradores o continuísmo num sistema de gerenciamento onde existe a

escala dos cargos. O líder é o responsável pelo desenvolvimento de outras

pessoas e pelo sucesso da empresa, é aquele que consegue comportar-se

adequadamente de acordo com as diversas situações, é ser alguém que

consegue perceber e adaptar seu método de liderança de acordo com as

circunstâncias.

Se a relação empresa x funcionário estiver com alto índice de

satisfação, os objetivos lucrativos serão alcançados e sua imagem perante a

sociedade será excelente. O mesmo ocorre com o funcionário que se

compromete cada vez mais com o trabalho.

A administração do clima é essencial para a sobrevivência da

organização. O assunto deve ser abordado e praticado com freqüência.

Neste contexto insere-se a Pedagogia empresarial, a qual designa as

atividades de estímulo ao desenvolvimento profissional e pessoal realizadas

dentro das empresas. A Pedagogia e a Empresa acabam se completando.

Ambas tem objetivo semelhante em relação às pessoas, principalmente nos

tempos atuais. Uma Empresa sempre é a associação de pessoas, para

explorar uma atividade, liderada pelo empresário, pessoa empreendedora,

que dirige e lidera aquela atividade com o fim de atingir ideais e objetivos

também definidos.

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Tanto a Empresa como a Pedagogia agem em direção à realização de

ideais e objetivos definidos, no trabalho de provocar mudanças no

comportamento das pessoas. Esse processo de mudança provocada, no

comportamento das pessoas em direção a um objetivo, chama-se

aprendizagem e aprendizagem é a especialidade da Pedagogia e do

Pedagogo.

O presente estudo procura elucidar, de forma sucinta, questões, como

o que representa essa Pedagogia dentro do ambiente empresarial,

conduzindo a liderança com ética responsabilidade social.

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1. GESTAO DE PESSOAS

A sensibilidade de lidar com o ser humano e a objetividade em alcançar

metas são talentos que sobressaem e são muito bem aproveitados. É

fundamental entender as pessoas para poder liderá-las.

Chiavenato (1999, p. 6), define Gestão de Pessoas como:

[...] uma área muito sensível à mentalidade que predomina nas organizações. Ela é contingencial e situacional, pois depende de vários aspectos como a cultura que existe em cada organização, a estrutura organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negócio da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma infinidade de outras variáveis importantes.

Assim como as organizações dependem das pessoas, estas dependem

das organizações para atingir seus objetivos pessoais e individuais. Todos

buscam crescer, atingir metas e ser bem sucedido e em contra partida, as

organizações dependem das pessoas direta e indiretamente para produzir

seus bens e serviços. Ou seja, é um processo contínuo de troca de

competências.

Ainda conforme Chiavenato (1999, p. 7), a gestão de pessoas se

baseia em três aspectos fundamentais:

1. As pessoas como seres humanos: dotados de personalidades

próprias, profunda-mente diferentes entre si, com uma história

particular e diferenciada, possuidores de conhecimentos,

habilidades, destrezas e capacidades indispensáveis à adequada

gestão dos recursos organizacionais. Pessoas como pessoas e não

como meros recursos da organização;

2. As pessoas como ativadoras inteligentes de recursos

organizacionais: como elementos impulsionadores da organização e

capazes de dotá-la de inteligência, talento e aprendizados

indispensáveis à sua constante renovação e competitividade em um

mundo de mudanças e desafios. As pessoas como fonte de impulso

próprio que dinamiza a organização e como agentes passivos,

inertes e estáticos.

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3. As pessoas como parceiras da organização: capazes de conduzi-la a

excelência e ao sucesso. Como parceiros, as pessoas fazem

investimentos na organização - como esforço, dedicação,

responsabilidade, comprometimento, riscos, etc. – na expectativa de

colher retornos desses investimentos – como salários, incentivos

financeiros, crescimento profissional, carreira, etc. Pessoas como

parceiras ativas da organização e não como meros sujeitos

passivos.

No momento em que se cria o laço de cumplicidade entre a

organização e as pessoas torna-se mais viável o sucesso do empreendimento

assim como a realização de ambos os lados. “Um conjunto de políticas e

práticas que permitem a conciliação de expectativas entre a organização e as

pessoas para que ambas possam realizá-las ao longo do tempo” (Dutra,

2006, p. 17).

Em concordância Silva (2005, p. 27) diz que:

[...] a gestão de pessoas passa a se destacar pela maneira diferente de perceber e pensar nas organizações, centrado no conhecimento existente e potencial, desenvolvido pelas pessoas que as compõem, e que, ao ser gerenciado, pode levar a empresa a uma vantagem competitiva.

Atualmente, as empresas estão alterando sua forma de gerir pessoas

para atender as demandas e pressões do ambiente interno e externo,

agregando um diferencial competitivo para seus negócios, especializando

seus profissionais, valorizando ainda mais a relação entre a organização e as

pessoas que a compõe.

1.1. Conceito

As organizações vêm passando por grandes transformações em função

de pressões que recebem tanto do contexto externo quanto do interno. As

mudanças por que passam as organizações não estão limitadas as suas

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estruturas organizacionais, seus produtos ou seus mercados, mas afetam

principalmente seus padrões políticos ou relações externas e internas de

poder. Essas mudanças não são de natureza episódica

Para Chiavenato (1999, p.7), “a gestão de pessoas se baseia em três

aspectos fundamentais: as pessoas como seres humanos, as pessoas como

ativadores inteligentes de recursos organizacionais e as pessoas como

parceiras da organização”.

Cabe à gestão a optimização do funcionamento das organizações

através da tomada de decisões racionais e fundamentadas na recolha e

tratamento de dados e informação relevante e, por essa via, contribuir para o

seu desenvolvimento e para a satisfação dos interesses de todos os seus

colaboradores e proprietários e para a satisfação de necessidades da

sociedade em geral ou de um grupo em particular (CHIAVENATO, 2004).

Sendo o gestor alguém pertencente à organização e a quem compete a

execução das tarefas confiadas à gestão, torna-se agora mais fácil encontrar

um conceito que o identifique.

Observa-se que as pessoas são o principal diferencial competitivo das

organizações, pois elas constituem a essência do patrimônio intangível.

Portanto, para uma organização ser bem sucedida ela necessita de pessoas

preparadas profissional e emocionalmente; empreendedoras, ágeis, e

dispostas a assumir riscos, pois são elas que produzem e prestam serviços.

Diante do acirramento da concorrência e das exigências, várias

organizações orientaram-se por modelos de gestão com foco nos resultados.

Assim, mais atenção foi atribuída à relação entre diversas variáveis capazes

de influir nos procedimentos, processos e, conseqüentemente, no próprio

negócio. Ao abordar aspectos relacionados ao desempenho humano, o tema

“competências” ganhou vigor na literatura contemporânea, estimulando a

reflexão acerca dos fatores fundamentais na criação de valor para as

organizações e para os indivíduos (FLEURY; FLEURY, 2001).

A Gestão de Pessoas é uma área muito sensível á mentalidade que

predominam nas organizações. Ela é incerta e situacional, pois dependem de

vários aspectos como a cultura que existe em cada organização, a estrutura

organizacional adotada, as características do contexto ambiental, o negocio

da organização, a tecnologia utilizada, os processos internos e uma

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infinidade de outras variáveis importantes. Cultura organizacional em gestão

de pessoas entende-se o conjunto de valores e normas informais que

constituem percepções básicas consideradas válidas e que influencia o modo

de agir dos membros da organização, constituindo uma identidade

organizacional.

1.2. Evolução histórica

As atividades de administração de recursos humanos surgiram no inicio

do século XX, apresentando uma evolução expressiva a partir da década de

20. O crescimento do movimento sindical, que passou a existir como um

instrumento de defesa dos trabalhadores ás situações desfavorecidas de

ordem econômica e social, contribuíram, e muito, para o desenvolvimento da

administração de pessoas naquela época. A falta de mão – de – obra devido

o estouro da 1º Guerra Mundial foi outro detalhe importante que deu valor as

funções de recursos humanos que se caracterizaram pelo controle de

pessoas, a administração salarial e o recrutamento pessoal (FLEURY e

FLEURY, 2001).

No Brasil e no exterior, pesquisas sobre gestão de pessoas indicam

uma importante fase de transição pela qual a área de RH passa atualmente,

de uma atuação predominantemente operacional para modelos mais

orgânicos de gestão de pessoas (FLEURY e FLEURY, 2001).

O conceito de Gestão do Conhecimento foi propagado principalmente a

partir dos trabalhos de Nonaka e Takeuchi (1995), em que os autores

propõem um modelo de criação e conversão do conhecimento nas

organizações, a partir do conhecimento tácito – habilidades e experiências

informais de difícil especificação, para o explícito – codificado, transmissível

por linguagem formal. Esta conversão se processa de forma articulada e

cíclica, numa espécie de “espiral de conhecimento”, em que este valor é

criado, desenvolvido, enriquecido e estendido por toda a organização

(FLEURY; OLIVEIRA JR., 2002, p.182).

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Para melhor entender a evolução na gestão de pessoas dentro das

organizações, seria necessário lembrar que a sociedade passou por grandes

transformações, passando pela sociedade agrícola, onde a força estava

voltada no trabalho animal, chegar então, a sociedade industrial e as

atenções foram voltadas para as máquinas, evoluíram para a era da

informação, onde se passou a entender e acreditar, que as pessoas não

poderiam ser tratadas e medidas apenas pela sua capacidade ou força física.

Hoje, vive-se a era do conhecimento, onde a força está no

conhecimento adquirido, no intelecto e como se pode transformá-los em

ações, disseminando e repassando-os para as pessoas.

Na gestão de pessoas, sabe-se que as mudanças nas organizações,

vieram acompanhadas de alterações nos processos, nas suas estruturas e na

tecnologia que a suportassem. Mas, sabe-se que a base de tudo são as

pessoas e que são nelas e a partir delas que as mudanças acontecem.

Segundo Dutra (2002), o processo evolutivo da gestão de pessoas

passou por fases peculiares na historia. A evolução das relações de trabalho

e da gestão de pessoas no Brasil segue as fases históricas brasileiras, quais

sejam:

Até 1930 (Primeira República): esta fase é denominada por Wood Jr.

(1995 apud DUTRA, 2002) Como pré-jurídico-trabalhista e caracteriza-se pela

inexistência de legislação trabalhista e funções de gestão de pessoas nos

diferentes níveis de comando das organizações.

De 1930 a 1945 (Estado Novo): período caracterizado pela formação

de um corpo de leis para disciplinar as relações de capital e trabalho, pela

criação de uma estrutura de sindicatos de trabalhadores e de empresas e

pela formação de uma estrutura jurídica para medir conflitos entre capital e

trabalho. Foi um período marcado pela gestão burocrática de pessoas

(DUTRA, 2002).

De 1945 a 1964 (Segunda República): o país vive nesse período um

processo de redemocratização, este momento marca o início de uma gestão

mais profissionalizada de pessoas, extremamente impregnada do referencial

taylorista (DUTRA, 2002).

Após 1964: neste período a intervenção estatal na economia marca os

30 anos seguintes, sendo revertida somente no final dos anos 90. O

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desenvolvimento da década de 70 trouxe maior competitividade por quadros

e preocupação com a capacidade de atração e retenção de pessoas, daí a

necessidade de profissionalização da gestão de pessoas, em que as

atividades mais complexas eram exatamente relativas as questões de

remuneração, que necessitavam, de um lado, de competência técnica e, de

outro, de política para costurar as decisões com a cúpula das organizações

(DUTRA, 2002).

A década de 80 inicia-se no país com um clima conturbado entre as

empresa e trabalhadores, e são valorizadas as competências de negociação

se dá basicamente em torno de questões legais e de remuneração. Algumas

empresas foram demandando novos conceitos e instrumentos de gestão, mas

o desconforto com essas questões só se consolida nos últimos anos da

década de 90 (DUTRA, 2002).

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2.CLIMA ORGANIZACIONAL

O clima organizacional é um indicador do grau de satisfação dos

membros da empresa, em relação a diferentes aspectos da cultura ou

realidade da organização.

O clima organizacional como "o reflexo do estado de ânimo ou do grau

de satisfação dos funcionários de uma empresa, num dado momento" (LUZ,

2007, p. 12).

Ambas as definições são bastante recentes e atualizadas, e permitem

que o leitor possa compreender aspectos básicos, que constam nas três

definições: O clima organizacional está relacionado à satisfação dos

funcionários; O clima representa um conjunto de fatores que não podem ser

analisados isoladamente, e sim em conjunto.

Estas duas definições são essenciais para a compreensão de cada um

destes fatores, sem perder a visão do todo, que é a interação destas partes.

O Clima Organizacional dentro de uma empresa não é algo simples de

ser analisado, porque ele se apresenta difuso, nebuloso e sem contornos

bem definidos, dificilmente se mostrando claro aos olhos dos administradores

que procuram avaliá-lo e entendê-lo. Até por isso, pouca coisa existe sobre o

assunto na literatura administrativa ou de Recursos Humanos. Entretanto,

são encontradas algumas definições desenvolvidas por estudiosos e

pesquisadores, não só nacionais, mas também internacionais que procuram

explicar o significado de Clima Organizacional.

Dentre as definições de Clima Organizacional mais conhecida,

destacamos as seguintes:

Toledo e Milioni destacam que no Dicionário de Administração de

Recursos Humanos definem que o Clima Organizacional é um conjunto de

valores, atitudes e padrões de comportamento, formais e informais,

existentes em uma organização.

Já para Bennis, Clima Organizacional é um conjunto de valores ou

atitudes que afetam a maneira como as pessoas se relacionam umas com as

outras e com a organização.

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Como se nota, existe uma idéia em comum nas definições acima: em

todas elas, o Clima Organizacional está ligado, diretamente, à maneira como

o colaborador percebe a organização com a sua cultura, suas normas, seus

usos e costumes, como ele interpreta tudo isso e como ele reage, positiva ou

negativamente, a essa interpretação.

A conclusão é que o Clima Organizacional não pode ser “criado” pela

organização, no sentido literal de se produzir alguma coisa num determinado

momento, mas é algo que já existe, vivo e atuante, dentro dela, resultante,

principalmente, de fatores internos, das decisões tomadas e da maneira

como o pessoal é administrado pelos seus chefes, e atinge o colaborador,

diretamente, no que diz respeito à percepção que ele tem da empresa,

induzindo-o a determinado comportamento.

Também não de pode esquecer que, sendo a organização um

verdadeiro universo de diferentes interesses, conseqüência de posturas

pessoais e profissionais diferenciadas, modo de vida diversificado, maneira

diferente de encarar o mundo, não existirá uma só empresa em que todas as

pessoas que dela participem tenham conceitos e valores uniformes. Não é

correto acreditar que todos, dentro da organização, frente às suas políticas,

normas e costumes, interpretem e reajam da mesma maneira, tenham os

mesmos valores e a mesma intensidade de aceitação ou rejeição sobre os

mesmos aspectos ou acontecimentos da vida profissional e pessoal.

Isto significa que uma mesma situação existente na organização, num

determinado momento, será percebida de maneira diferente pelos diversos

grupos de colaboradores. Alguns terão uma percepção positiva, e a

considerarão uma situação agradável ou motivadora, porque de alguma

maneira ela atende suas aspirações e desejos. Outros, frente a mesma

situação, terão uma percepção negativa porque, de maneira contrária, ela

não atende suas motivações.

Pode-se então afirmar que, além da organização não criar o seu clima

organizacional tem-se, dentro de uma mesma organização, diferentes climas

organizacionais num mesmo momento, causados pelos mesmos

acontecimentos, mas com efeitos diferentes nos diversos públicos internos,

causando sensações positivas para uns e negativas para outros.

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Então, não é possível se falar da existência de apenas um Clima

Organizacional único e uniforme; o clima irá variar de acordo com a situação

psicológica e o estagio motivacional em que se encontra cada colaborador e

a maneira como ele interpreta o contexto da empresa, através das

informações recebidas ou percebidas no ambiente interno.

Portanto, a maneira, positiva ou negativa, como os colaboradores,

influenciados por fatores internos ou externos à organização, percebem e

reagem, num determinado momento, ao conjunto de variáveis e fatores como

as políticas, os procedimentos, usos e costumes existentes e praticados pela

organização.

Pode-se concluir, ainda, que o clima organizacional é reflexo das

motivações, comportamentos e relações estabelecidas entre os agentes

organizacionais além de ser um fator que influência estas mesmas variáveis.

2.2. Cultura Organizacional

A cultura organizacional ou cultura corporativa é o conjunto de hábitos

e crenças estabelecidos através de normas, valores, atitudes e expectativas

compartilhadas por todos os membros da organização. Ela refere-se ao

sistema de significados compartilhados por todos os membros e que

distingue uma organização das demais. Constitui o modo institucionalizado

de pensar e agir que existe em uma organização. A essência da cultura de

uma empresa é expressa pela maneira como ela faz seus negócios, a

maneira como ela trata seus clientes e funcionários, o grau de autonomia ou

liberdade que existe em suas unidades ou escritórios e o grau de lealdade

expresso por seus funcionários com relação à empresa. A cultura

organizacional representa as percepções dos dirigentes e funcionários da

organização e reflete a mentalidade que predomina na organização. Por esta

razão, ela condiciona a administração das pessoas (KISSIL, 1998).

Em outras palavras, a cultura organizacional representa as normas

informais e não escritas que orientam o comportamento dos membros de uma

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organização no dia-a-dia e que direcionam suas ações para o alcance dos

objetivos organizacionais. No fundo, é a cultura que define a missão e

provoca o nascimento e o estabelecimento dos objetivos da organização. A

cultura precisa ser alinhada juntamente com outros aspectos das decisões e

ações da organização como planejamento, organização, direção e controle

para que se possa melhor conhecer a organização.

2.2. Gestão do Clima Organizacional

O clima organizacional é a atmosfera psicológica da organização, é

fruto do conjunto de percepções dos funcionários que compartilham seu dia-

a-dia com a organização, formando convicções que influirão diretamente no

seu desempenho e no resultado da organização.

A Gestão do Clima Organizacional tem como objetivo analisar fatores

fundamentais que afetam a satisfação e motivação no trabalho, identificar as

causas e desenvolver plano de ação visando melhorar o comprometimento e

conseqüentemente a produtividade dos funcionários que integram a

organização.

Segundo Altmann (apud BEDANI, 2009), as empresas que

implementam programas de monitoração do clima organizacional, estão

adotando uma importante ferramenta gerencial que adequadamente

administrada pode oferecer os seguintes benefícios:

• maior envolvimento dos funcionários com relação ao seu ambiente

de trabalho, este envolvimento se reflete em maior satisfação,

redução de ausências e melhoria de desempenho;

• a pesquisa de clima, realizada em datas pré-determinadas, permite

a manifestação dos funcionários sobre o ambiente de trabalho,

favorecendo a comunicação intraorganizacional e o suprimento de

informações ao corpo gerencial;

• oportunidade de comparação entre as características do ambiente

de trabalho da organização com o de outras organizações;

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• pró-atividade da gerência, antecipando e solucionando problemas

relativos aos funcionários e ou do ambiente de trabalho, prevenindo

o surgimento de situações críticas que normalmente influenciam

negativamente o fluxo normal de atividade das equipes.

Gordon & Cummins (apud BEDANI, 2009) destacam que o

gerenciamento do clima não é um fim em si mesmo, mas uma ferramenta que

auxilia aos administradores focarem a atenção em aspectos relevantes da

organização. O planejamento e desenvolvimento de estratégias

organizacionais, por exemplo, é um item que poderia ser beneficiado, pois o

clima organizacional sinalizaria quais aspectos da estrutura, recursos

humanos, liderança e processos estariam afinados com as estratégias

propostas.

Portanto, o clima fornece indicadores sobre diversas variáveis que

permitem uma visão geral da organização; e, caracterizando-se por ser

relativamente maleável, admite ações de intervenção para melhoria das

condições (subjetivas e objetivas) do ambiente de trabalho, assim, constitui-

se em importante ferramenta a ser considerada no gerenciamento de pessoas

e desenvolvimento das organizações.

Todavia, a mera investigação da qualidade do clima não constitui, per

se, a ferramenta de gestão de pessoas e desenvolvimento organizacional

descrita anteriormente, esta somente é consubstanciada quando o

gerenciamento do clima organizacional assume um caráter sistêmico e

contínuo ao longo do tempo, incluindo diversas outras etapas, além, da

pesquisa propriamente dita.

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3. LIDERANÇA

Já há alguns anos a liderança deixou de ser só um tema para se tornar

uma realidade dentro das organizações. Mas não a liderança vista como

autoridade, onde o chefe manda e os subordinados obedecem. A liderança,

como sinônimo de trabalho em equipe, que valoriza o outro e a sua opinião, a

liderança como estratégia de crescimento e realização de um todo: pessoas e

organização.

3.1. Evolução do Conceito de Liderança

Para Heifetz (1999) na evolução do conceito de liderança, há uma

evolução gradativa de um estilo de liderança autoritário, para uma orientação

democrática, que busca motivar o empregado a se considerar parte

contribuinte da organização, baseando-se nos valores humanos e sociais. A

divisão das decisões e delegação de responsabilidade permite maior grau de

liberdade, para que as pessoas desenvolvam suas atividades, assumindo

desafios e satisfazendo as suas necessidades de auto-realização. Se houver

a participação na tomada de decisão, os empregados passam a se

comprometer mais com os objetivos da organização (STONER & FREEMAN,

1995).

Segundo Crainer (2000, p. 299) as escolas de pensamento sobre

liderança se dividem nas seguintes categorias:

1. Teoria do Grande Homem: predominantes no final do século XIX e

início do século XX, fundamentadas na premissa de que o líder

nasce com habilidades de liderança inatas, inexplicáveis e

incompreensíveis para a maioria dos seres humanos, sendo,

portanto exaltados como heróis;

2. Teoria do Traço: ainda uma teoria atual, que consiste em identificar

os traços de personalidade de grandes homens, considerados

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líderes para propiciar o desenvolvimento do líder. “Embora

plausível, essa teoria é falha. Todos os livros que tentam identificar

traços comuns nos líderes encontram poucas correlações”;

3. Teoria do Poder e da Influência: fundamenta-se na premissa de que

“todos os caminhos levam ao líder e nega o papel dos seguidores e

a força da cultura organizacional”;

4. Teoria Behaviorista: ressalta o que fazem os líderes e não as suas

características. Autores que defendem essa linha são: Blake e

Mouton, criadores da Grade Gerencial e Rensis Likert, que propõe

uma classificação de sistemas de administração, com quatro perfis

organizacionais;

5. Teoria da Situação: destaca a liderança como específica em cada

situação, ao invés de um tipo especial de personalidade.

Fundamenta-se no principio de que cada situação diferente exige

formas diferentes de liderança. Seus criadores foram Kenneth

Blanchard e Paul Hersey;

6. Teoria da Contingência: é uma evolução da teoria situacional e

busca selecionar as variáveis associadas à circunstância as quais

melhor identifiquem o estilo de liderança mais adequado a cada

situação;

7. Teoria Transacional: ressalta o relacionamento entre líderes e

seguidores. Analisa os ganhos mútuos da troca, do líder oferecendo

recursos ou recompensas em troca, do compromisso dos seguidores

ou da aceitação da sua autoridade, por exemplo;

8. Teoria da Atribuição: adiciona uma maior importância dos

seguidores, “concentrando-se nos fatores subjacentes à atribuição

de liderança a um determinado fator”;

9. Teoria da Transformação: baseia-se na motivação intrínseca no

relacionamento de trocas “enfatiza o comprometimento, e não a

conformidade dos seguidores. Portanto, o líder é um visionário

inovador e auto-suficiente”.

Verifica-se que a liderança é um tema de extrema complexidade, de

inúmeras definições e interpretações, com raízes históricas na teoria da

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administração e influenciadas diretamente por fatores psicológicos, morais e

ambientais.

3.2. Conceito de Liderança

Na literatura organizacional sobre liderança existem definições

ilimitadas, incontáveis artigos e polêmicas enfatizam Kets de Vries (1997) e

que a maioria dos pesquisadores concorda com alguns traços comuns, como

sendo importantes para os líderes. Estes são: consciência, energia,

inteligência, domínio, autocontrole, sociabilidade, abertura a experiências,

conhecimento da relevância de tarefas e estabilidade emocional.

Segundo Chiavenato (1994, p. 137), liderança é “uma influência

interpessoal exercida em uma dada situação e dirigida através do processo

de comunicação humana, para consecução de um ou mais objetivos” e pode

ser dividida em:

• liderança como influência: uma pessoa pode influenciar outra em função do relacionamento existente entre elas;

• liderança que ocorre em determinada situação: ocorre em dada estrutura social decorrente da atribuição de autoridade para a tomada de decisão;

• liderança dirigida pelo processo de comunicação humana, capacidade de induzir o grupo a cumprir as obrigações atribuídas a cada um com zelo e correção;

• liderança visando à concepção de um ou de diversos objetivos específicos: o líder como meio para atribuir seus objetivos ou necessidades.

Portanto, a liderança não deve ser confundida com direção ou

gerência, que deve ser conduzida por um bom líder que nem sempre ocupa o

papel de diretor ou gerente dentro de uma organização. O líder deve estar

presente em todos os níveis hierárquicos e em todas as áreas de atuação.

Useen (1999), ampliando o conceito de liderança, afirma: “Liderar não

significa apenas ter seguidores, mas saber quantos líderes se conseguiu criar

entre esses seguidores”.

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A liderança é a arte de movimentar os outros para que estes queiram

lutar por aspirações compartilhadas. Nesse conceito, uma palavra se

destaca: querer, pois levar as pessoas a fazerem alguma coisa não é uma

tarefa relativamente fácil. Para perceber a verdadeira essência da liderança é

preciso se perguntar: o que é necessário para que as pessoas queiram se

engajar em uma organização de forma voluntária? O que precisa ser feito

para que as pessoas apresentem um desempenho de alto nível? O que você

precisa fazer para que as pessoas permaneçam leais à organização? Eles

complementam que existe uma diferença entre conseguir apoio e dar ordens

e que os verdadeiros líderes mantêm a credibilidade em conseqüência de

suas ações ao desafiar, inspirar, permitir, guiar e encorajar (KOUZES e

POSNER, 1997).

A liderança exige uma estratégia de aprendizado contínuo. Nesta

perspectiva, um líder, em posições estratégicas, intermediárias ou na base da

pirâmide empresarial, precisa envolver outras pessoas dispostas a enfrentar

o desafio, ajustar seus valores, mudar as perspectivas e aprender novos

hábitos. O líder se expõe e conduz. A liderança não pertence apenas ao líder.

Para que ela exista, é necessário adesão ao líder. Deve existir inter-relação

entre a visão e as ações do líder com as necessidades e desejos de um

determinado grupo e época.

As versões diversificadas apresentadas sobre liderança confirmam que

a ação de liderar demanda a realização de objetivos com e por meio de

pessoas. Os objetivos somente serão efetivados se as ações forem

assimiladas e correspondidas pelos membros da equipe, portanto requer a

cooperação e mobilização das pessoas e um envolvimento completo por

parte do líder.

3.3. Liderança e Poder

Junqueira (1992) coloca que o líder é uma pessoa que possui um grau

inusitado de poder para criar as condições nas quais outras pessoas devem

viver e se mover e ter o seu ser – condições que podem tanto ser tão

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iluminadas quanto o céu, ou sombrias quanto o inferno. Um líder é uma

pessoa que deve ter especial responsabilidade pelo que acontece dentro de

si mesma, dentro de sua consciência, para que o ato de liderança não crie

mais mal do que bem.

Segundo o autor, poder sempre foi considerado tabu nas organizações,

assunto pouco estudado, pouco divulgado e quase nunca discutido

abertamente por ser visto como moralmente indesejável. Poder é a

capacidade de influenciar outra pessoa ou grupo a aceitar idéias diferentes e

a se comportar de maneira diversa do que usualmente faria. O poder existe

em todas as relações sociais, conforme as qualidades e recursos de um

indivíduo ou grupo, com relação a outros. Entretanto, o poder adquire maior

importância na vida organizacional, pois nela se preestabelecem relações de

imposição e dependência para o desempenho de papéis e funções. Contudo,

as relações de dependência, baseadas na racionalidade burocrática, tornam-

se cada vez mais insuficientes para a obtenção da influência necessária ao

direcionamento de ações coletivas. O poder nas organizações está ligado

diretamente à liderança.

A visão da legitimidade da liderança baseada na aceitação do líder pelo

grupo, implica dizer que grande parte do poder do líder encontra-se no

próprio grupo. Essa premissa fundamenta a maioria das teorias

contemporâneas sobre a liderança (MOTTA: 1995).

Liderança é um processo no qual o indivíduo influencia outros a se

comprometerem com a busca de objetivos comuns. O líder é o indivíduo

capaz de canalizar a atenção dos participantes e dirigi-la para ideais comuns.

Contrasta com a atividade política tradicional de articular interesses setoriais

para vê-los prevalecer no processo decisório. Desse modo, o líder trabalha a

fim de ajustar interesses setoriais e individuais em conformidade com os

objetivos centrais da organização. Sua influência é mantida através do

reforço do comprometimento com ideais comuns.

Na prática há uma confusão entre influenciar e motivar. O poder não é

bom nem mau, o que pode estar errado é como se obtém e se usa o poder.

Enquanto que para algumas pessoas é algo natural, inerente à vida das

empresas; outras pessoas consideram como algo ilegítimo, não nobre e

prejudicial. Num ambiente que exige decisões de qualidade em alta

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velocidade, os líderes precisam influenciar outras pessoas de maneira rápida

e eficiente, e para isso recebem, obtêm e utilizam poder. Nesse contexto sua

utilização é legítima e positiva (DRUCKER, 1996).

A autoridade é o direito de exercer o poder, é o reconhecimento social

de que o poder poderá ser exercido pela pessoa. Pode-se perceber que não

é pelo fato de uma pessoa estar autorizada a exercer o poder que o fará de

forma eficiente ou eficaz. Cada vez mais é necessário aproximar a autoridade

da liderança.

Continua o autor, o processo de liderança é um processo que envolve

uma delicada dinâmica. Muitas vezes, porém, o poder passa a ser uma

questão pessoal, em que o desejo é unicamente exercer domínio e suplantar

o outro. Quando o poder passa a ser um fim em si mesmo, bloqueia-se o

atingimento dos objetivos esperados, com óbvios danos à organização.

Chegar a uma conscientização clara quanto à onipresença do poder nas

relações entre pessoas/áreas da organização e instituições externas é o

primeiro e mais importante passo que a gestão pode dar na busca de um uso

legítimo de poder na organização.

3.4. Tipos de Líder

Para Hunter (2006, p. 17) “O líder é o responsável pelo crescimento e

declínio de qualquer coisa, ou tudo começa no topo, ou ainda não há equipes

fracas, apenas lideres fracos”, Cartwright e Zander (apud MINICUCCI: 1997)

afirmam que “a liderança é vista como a realização de atos que auxiliam o

grupo a atingir seus resultados preferidos”. Tais ações devem estar focadas

na promoção do estabelecimento dos objetivos do grupo, melhoria da

qualidade de interação entre os membros, na coesão do grupo e no

compartilhamento dos recursos disponíveis.

Ressalta Drucker (1996) muito bem quando coloca que: em crise não

há liderança partilhada, quando o barco está afundando o capitão não pode

convocar uma reunião para ouvir as pessoas, tem de dar ordens. Esse é o

segredo da liderança partilhada: saber em que situação se deve agir como

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chefe e em que situação se deve atuar como parceiro. Para o autor “a tarefa

do líder é desenvolver líderes”, pois toda empresa necessita deles, ainda que

muitas negligenciem o seu desenvolvimento.

A atividade principal de um líder é produzir a mudança. A sua ação

deve se pautar sobre três dimensões fundamentais como ressalta John Kotter

(1997), estabelecer a direção estratégica da empresa, comunicar essas

metas aos recursos humanos e motivá-los para que sejam cumpridas. Ele

considera que “as capacidades de liderança são inatas, embora todas as

pessoas devam se encorajadas a ser líderes”. Todos os líderes de sucesso

têm uma grande paixão por algo, paixão essa que é mais forte do que eles e

do que a organização; reforça o autor.

Segundo Bennis (1996) um bom gestor faz as coisas bem, enquanto

um bom líder faz as coisas certas. Ele identifica quatro competências comuns

nos líderes: visão, capacidade de comunicação, respeitabilidade e desejo de

aprendizagem. Também afirma que os líderes são pessoas com capacidade

para se expressar plenamente. “Eles também sabem o que querem, por que

querem e como comunicar isso aos demais, a fim de obter a cooperação e o

apoio deles”. Considera a liderança um requisito básico para que haja

eficácia em qualquer organização ou empresa, seja qual for o tempo em que

se viva. Para ele: “O processo de tornar-se um líder é muito parecido com o

de tornar-se um ser humano bem integrado".

Percebe-se que a maioria dos autores possui a visão de que o líder

deve fazer convergir às necessidades individuais com as da organização; em

que traços de uma personalidade marcante e conhecimento generalista do

ambiente externo e interno da organização são imprescindíveis a um líder.

É aqui que entramos no núcleo da questão: a dimensão moral do

executivo. O líder não é aquele que consegue resultados através das

pessoas, mas com as pessoas. Enquanto no primeiro caso, o resultado é o

fim em si mesmo, e as pessoas, o instrumento; no segundo caso, o resultado

é a conseqüência natural do processo de liderança, e as pessoas estão em

primeiro lugar. A verdadeira liderança arrasta porque ganha a confiança

daqueles que lidera (BULLARA, 2003).

O resultado final disto é o crescimento da organização como um todo.

O verdadeiro líder é aquele que percebe esta realidade. Tem plena

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consciência de que não basta apenas conseguir resultados – ser eficaz.

Torna-se necessário pensar sobre o modo pelo qual obtemos tais resultados.

Tal raciocínio, apesar de ser simples, freqüentemente não é levado em conta

justamente porque é necessário algo mais do que experiência para colocá-lo

em prática: é necessário aprender a lidar com pessoas e saber o que

realmente as motiva (BULLARA, 2003).

Segundo Belluzzo (2002), a liderança divide-se em autocrática,

democrática e liberal, conforme demonstra a tabela 1.

Figura 1: Tipos de Liderança Fonte: Belluzzo, 2002

Em relação ao exposto, podemos dizer que o líder deve:

• focar nos objetivos a serem alcançados;

• orientar para a ação;

• ter confiança em si próprio e no grupo;

• ter habilidade para lidar e conviver com pessoas, fazer as coisas

com e por meio das pessoas;

• ser criativo e inovador;

• ser flexível, estar aberto a mudanças;

• tomar decisões (pensar e agir diante de uma situação);

• desenvolver altos padrões de desempenho e avaliação, buscando

excelência, eficiência, eficácia, produtividade e qualidade.

Há varias maneiras ou estilos de se efetuarem mudanças em

organizações, dependendo basicamente do estilo de liderança e dos mitos

centrais de cada empresa.

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O primeiro desses estilos é chamado de analítico, pois se baseia na

utilização de procedimentos testados por meio de dados empíricos. Esse

estilo de mudança é eminentemente racional e é controlado por um grupo ou

um dirigente de forma unilateral.

O segundo estilo é chamado de participativo, pois se baseia na criação

de um consenso de grupo em torno de ações também baseadas em

3.4.1. A importância do líder na organização

Segundo Amana:

A essência do sucesso de toda organização está em sua capacidade de transformar-se ao longo do tempo. Organizações incapazes de mudar/ evoluir permanecem armadilhadas no tempo e tendem a desaparecer, independentemente de quão bem sucedidas sejam hoje. Nada é tão perigoso para o futuro quanto o sucesso presente. Nesse sentido, a principal contribuição que os líderes podem dar as suas organizações é pavimentar os caminhos para que as transformações ocorram de forma natural e contínua (AMANA apud SILVA, 2005, p. 51).

A era da competitividade e do conhecimento demonstra que as

empresas que são fiéis ao velho ditado de que não se mexe em time que está

ganhando mais cedo ou mais tarde estarão propensas a estagnarem,

perdendo espaço no mercado.

Pereira (apud BOOG e BOOG, 2002, p. 203) diz que “Uma empresa

que atrai, desenvolve e retém talentos é todo ele um ambiente de

aprendizagem. Aprende-se nos corredores, nas reuniões, no restaurante,

aprende-se com os erros, aprende-se com todas as direções e sentidos”.

A liderança já deixou de ser tema da modernidade para se tornar algo

real e importante para a organização. Saber como lidar com as pessoas,

trabalhar em equipe, adquirir novos hábitos, manter-se aberto ao diálogo,

saber ouvir, executar tarefas enquanto se constroem os relacionamentos são

características da nova gerencia das empresas que buscam manter-se ou

ganhar ainda mais mercados de trabalho. “A liderança de pessoas é uma

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qualidade que está intimamente ligada àquele que dirige uma organização”

(MARINHO e OLIVEIRA, 2005, p. 153).

A pessoa que lidera prioriza as necessidades da equipe e da empresa,

não ordena, não controla, não é único, demonstra interesse em buscar o

objetivo proposto em conjunto com os demais, somando e dividindo, sendo

autentico e verdadeiro com os demais. Consequentemente a empresa só tem

a ganhar, é inegável que a competitividade interna engrandece a qualidade

dos serviços prestados beneficiando o crescimento, melhorando a prestação

de serviços e a produção de bens, atendendo às exigências do mercado

consumidor.

3.4.2. Características de um líder de sucesso

Uma das características do líder de sucesso é ter capacidade de lutar

contra a resistência a mudança organizacional tendo consciência de que para

que isso aconteça deve priorizar o trabalho coletivo. Para Monteiro (2008),

“[...] lideres vencedores são aqueles que usam seus talentos para ensinar

novas gerações de líderes, fazendo sobressair os talentos que serão sempre

procurados e nunca preteridos”.

Complementa Marinho e Oliveira (2005, p. 128), “verdadeiros lideres

não criam liderados, formam outros líderes – energizados e autônomos”.

A habilidade de trabalhar com outras pessoas exigem comunicação,

postura, respeito e transparência, considerando o outro sem diminuí-lo, sem

menosprezar sua inteligência, valorizando suas qualidades e respeitando as

diferenças. Assim sendo, o líder deve ser visto como alguém que auxilia

seus liderados no alcance de seus objetivos oferecendo-lhes apoio e direção,

sendo aquele que escuta, estimula o esforço coletivo e administra os

conflitos.

Segundo Furini (apud MARINHO E OLIVEIRA, 2005, p. 151), “o

verdadeiro líder aparece nos lugares menos esperado, fortalece-se nos

momentos de crise, influencia o meio ambiente, ilumina como um cometa e

deixa em nossas mentes a marca de suas mensagens”.

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Dentre os muitos desafios que implica ser humano está com certeza à

habilidade de lidar com as pessoas, relacionar-se é um desafio que exige

paciência e atitude.

3.5. Liderança e Participação

De acordo com Matos (1980, p. 48) “o nível de participação do grupo

depende do modo como o líder utiliza o poder de autoridade. Quando este

centraliza a decisão, declina a participação grupal, quando utiliza menos sua

autoridade, estimula o envolvimento da equipe na solução dos problemas”.

É visto que para se conseguir uma maior participação, a autoridade,

deve ser colocada em prática com sutileza e um determinado percentual de

bom senso. As pessoas não gostam de serem “mandadas”, ainda que

exerçam cargos que necessitem receber ordens de outrem. De mais a mais,

qualquer líder obterá muito mais êxito se trabalhar em equipe, mantendo um

relacionamento de igual para igual com seu subordinado, sem perder a

postura e a responsabilidade do cargo que lhe cabe.

A participação é um método para se obter uma liderança de sucesso

benéfica para o gestor, para à equipe e para a organização, pois nela está

contida o antídoto capaz favorecer o alcance dos objetivos propostos.

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4. ATUAÇÃO DO PEDAGOGO NO AMBIENTE EMPRESARIAL

Evidenciando a preocupação com o destino que os educadores dariam

à Pedagogia, Libâneo (1996) apresentou uma proposta no VI Encontro

Nacional da ANPOFE (Associação Nacional pela formação dos Profissionais

da Educação). Segundo Libâneo:

O pedagogo (escolar ou não), (...) seria considerado um profissional especializado em estudos e ações relacionados com a ciência pedagógica, pesquisa pedagógica e problemática educativa, abordando o fenômeno educativo em sua multidimensionalidade. Nesse sentido, o curso de Pedagogia ofereceria formação teórica, científica e técnica para sua atuação em diferentes setores de atividades: nos níveis centrais e intermediários do sistema de ensino, (...) na escola, (...) nas atividades extra-escola, (...) nas atividades ligadas à formação e capacitação de pessoal nas empresas. (LIBÂNEO, 1996, p. 109)

A gestão de pessoas vem afirmando que o fator humano é fundamental

para uma empresa, podendo levá-la ao sucesso ou ao insucesso. Em

pesquisas realizadas pela Fundação Getúlio Vargas, de 93 empresas no

Brasil, 87,6% delas tem como prioridade investir na área de treinamento e

desenvolvimento. Neste contexto, as empresas valorizam as habilidades

adquiridas pelos funcionários e que são aplicadas no cotidiano da empresa.

Busca-se eficiência e atualização constante. A preocupação assenta-se no

tripé: funcionários eficientes, fornecedores que ofereçam qualidade ao

produto final e clientes fiéis (MATOS, 1980).

Novos papéis estão sendo cobrados das empresas. Dentre eles,

destaca-se a questão da responsabilidade social.

A Responsabilidade Social é uma exigência básica à atitude e ao comportamento ético, através de práticas que demonstrem que a empresa possui uma alma, cuja preservação implica solidariedade e compromisso social. A imagem institucional é um bem que significa para a empresa a aceitação pública de sua atuação e propostas. É seus ativos intangíveis, a força que garante sua perpetuidade (MATOS, 1980, p. 55).

Holtz (2006) diz que uma empresa sempre é a associação de pessoas,

para explorar uma atividade com objetivo definido, liderada pelo empresário,

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pessoa empreendedora, que dirige e lidera a atividade com o fim de atingir os

objetivos também definidos.

Embora o ato educativo tenha uma natureza não-material e os objetivos

da empresa e escola não sejam os mesmos, pode-se dizer que uma escola

também agrega pessoas para o desempenho de atividades com objetivos

defini-los. Existe também um líder, o Pedagogo, gestor e administrador, que a

dirige e lidera para a consecução de seus objetivos educacionais.

Holtz (2006) acredita que “Pedagogia e Empresa fazem um casamento

perfeito”, e em pesquisa ela comprova a necessidade dos trabalhos

pedagógicos dentro das empresas e a admiração dos empresários por esses

trabalhos e seus resultados.

O perfil do pedagogo desejado pelas empresas baseia-se nas

seguintes habilidades: criatividade, espírito de inovação, compromisso com

os resultados, pensamento estratégico, trabalho em equipe, capacidade de

realização, direção de grupos de trabalho, condução de reuniões,

enfrentamento e análise em conjunto das dificuldades cotidianas das

empresas, bem como problemas profissionais.

Ribeiro, diz que:

A Pedagogia Empresarial se ocupa basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes consideradas como indispensáveis/ necessários à melhoria da produtividade. Para tal, implanta programa de qualificação/ requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de necessidades de treinamento, desenvolve e adequa metodologias de informação e da comunicação às práticas de treinamento. (RIBEIRO, 2003, p. 10)

Greco ressalta que esse novo profissional precisa atuar em sintonia

com os outros profissionais de gestão, pois:

Somente assim será possível elaborar e consolidar planos, projetos e ações que visem colaborar para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como para melhorar o desempenho da empresa. (...) O que o pedagogo empresarial busca é efetivar os saberes corporativos e como seu domínio colaborará para a melhoria do clima organizacional, da qualidade laboral, da qualidade de vida e aumento da satisfação pessoal de todos. A atuação do pedagogo empresarial está aberta. É ampla e extrapola a aplicação de técnicas visando estabelecer políticas educacionais no contexto escolar. Sua atuação avança sobre as pessoas que fazem as

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instituições e empresas de todos os tipos, portes e áreas. (GRECO, 2005, p.4)

Além dos conhecimentos gerais que são proporcionados pelos cursos

de Pedagogia, outros conhecimentos do pedagogo fazem com que ele seja

importante para as empresas e podem ser assim identificados: conhece

recursos auxiliares de ensino, entende do processo de ensino-aprendizagem,

sabe avaliar seus programas, estudou didática (arte de ensinar) no seu curso

superior, sabe elaborar projetos. Além desses pré-requisitos que são

indispensáveis à função, outros se fazem necessários para uma boa atuação

profissional.

O Pedagogo Empresarial precisa de uma formação filosófica, humanística e técnica sólida a fim de desenvolver a capacidade de atuação junto aos recursos humanos da empresa. Via de regra sua formação inclui disciplinas como: Didática Aplicada ao Treinamento, Jogos e Simulações Empresariais, Administração do Conhecimento, Ética nas Organizações, Comportamento Humano nas organizações, Cultura e Mudança Nas Organizações, Educação e Dinâmica de Grupos, Relações Interpessoais nas Organizações, Desenvolvimento organizacional e Avaliação do Desempenho. (RIBEIRO, 2003, p. 10)

Tanto a pedagogia como a empresa só tem a ganhar com a existência

de outros espaços de atuação para o pedagogo, fora do espaço escolar e a

contribuição que o mesmo pode trazer às empresas preocupadas com a

responsabilidade social.

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CONCLUSÃO

A liderança pode ser exercida de várias formas e em muitos níveis. Vai

depender sempre de quem é o Líder e de quem são os Liderados em relação

a quê. Para se ter sucesso, principalmente no ambiente de trabalho, é

preciso escolher o estilo certo para o grupo certo, lembrando sempre que

hoje o homem está muito mais voltado para o relacionamento do que para a

tarefa.

O líder que perceber isso terá muito mais facilidade para exercer sua

liderança, com sucesso e satisfação. Hoje as empresas querem líderes

estratégicos, assertivos e colaboradores. E, acima de tudo, seres humanos,

que tomem decisões justas e tenham atitudes corretas.

O clima organizacional é de certa forma, o reflexo da cultura da

organização, ou melhor, dizendo o reflexo dos efeitos dessa cultura na

organização como um todo.

O clima mapeia o ambiente interno que varia segundo a motivação dos

agentes. Aprende suas reações imediatas, suas satisfações e suas

insatisfações pessoais.

Como mudanças na cultura organizacional são mais profundas, levam

mais tempo para acontecer. Já o clima é mais fácil de ser percebido e

apresentando uma natureza mais transitória, podendo ser administrado tanto

a curto quanto a médio prazo.

Diante do exposto percebe-se que o novo Líder deve ter consciência de

que é fundamental entender as pessoas para que possa assim liderá-las,

levando em conta que o conhecimento e a informação são o que faz a

diferença. Se este conseguir construir um ambiente de confiança, superando

as adversidades será capaz de influenciar a todos que lidera obtendo apoio,

segurança e consequentemente, alcançará o objetivo proposto.

O pedagogo como educador nas organizações é aquele que busca a

contribuição do outro, que consegue transformar uma oportunidade em

resultados utilizando o fator motivacional e à participação de todos.

Nas empresas hierárquicas, os profissionais eram valorizados pela sua

lealdade á respeito e obsessão com controles, hoje em dia as organizações

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procuram profissionais ágeis, flexíveis, autônomos, competentes para

trabalhar em equipe e que sejam capazes de inovar e criar.

O perfil do novo profissional se resume em: autogestão, ter

pensamento estratégico, visão integrada dos processos, ser empreendedor,

ser provedor de soluções, ter inovação e criatividade, saber chegar à

essência das coisas, fazer acontecer, comunicar-se bem (saber ouvir,

empatia, de se expressar e de escrever), ser um negociador e saber

relacionar-se.

Para tanto se destaca a ética Empresarial é a alma do negócio. É o que

garante o conceito púbico e a perpetuidade.

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