A Literatura Nos Manuais e No Programa de Espanhol

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  • UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Artes e Letras

    Relatrio de Estgio

    A Literatura nos manuais e no Programa de Espanhol de

    3 Ciclo

    Ana Lcia Correia Henriques

    Relatrio para obteno do Grau de Mestre em

    Ensino do Portugus no 3 Ciclo do Ensino Bsico e no Ensino Secundrio e de Espanhol nos Ensinos Bsico e Secundrio

    Orientador: Prof. Doutor Jos Henrique Manso

    Covilh, Junho de 2012

  • ii

    Dedicatria

    Pelo esforo, pela compreenso, pela motivao e por todo o carinho demonstrado ao longo

    deste rduo percurso, dedico este trabalho ao meu marido Ivo, ao meu filho Guilherme e

    minha famlia mais chegada. So eles que me do energia e felicidade e que esto sempre

    presentes em todos os momentos da minha vida.

  • iii

    Agradecimentos

    Durante o meu percurso acadmico vrias foram as pessoas que sempre estiveram dispostas a

    ajudar. Assim, comeo por agradecer primeiramente s minhas queridas amigas de curso

    Catarina e Jlia, seguidamente agradeo ao Professor Doutor Jos Henrique Manso pela sua

    disponibilidade e orientao, bem como, Professora Noem Prez. No posso deixar de

    agradecer tambm minha orientadora de estgio Ana Gabriela Batista e um agradecimento

    especial ao Professor Doutor Gabriel Magalhes pela sua amabilidade e disponibilidade em me

    ajudar na concretizao deste trabalho.

  • iv

    Resumo

    Praticar a leitura em lngua espanhola e conhecer mais acerca da sua histria literria um

    problema com que os docentes se debatem diariamente nas suas aulas. A falta de materiais

    de apoio, sobretudo tendo manuais escolares com lacunas graves, leva muitas vezes a que o

    docente esquea os contedos literrios, relegando-os para segundo plano. importante que

    as editoras e tambm os docentes entendam a literatura como algo construtivo e

    enriquecedor e compreendam que, atravs dela, o aluno entra em contacto com a lngua e

    com o povo espanhol e aprende no s a ler, mas tambm a escrever. A literatura faz o ser

    humano sonhar, imaginar e criar.

    Palavras-chave

    Literatura espanhola; manual escolar; programa de espanhol; escritores e obras; professor;

    aluno.

    Resumen

    Practicar la lectura en lengua espaola y conocer ms acerca de su historia literaria es un

    problema con que los profesores se debaten diariamente en sus clases. La falta de materiales

    de apoyo, sobretodo habiendo manuales escolares con errores graves, lleva muchas veces a

    que el profesor olvide los contenidos literarios, colocando-los en segundo lugar. Es importante

    que las editoras y tambin los profesores entiendan la literatura como algo constructivo y

    enriquecedor y comprendan que, a travs de ella, el alumno entra en contacto con la lengua

    y la gente espaola, aprendiendo no slo a leer como tambin a escribir. La literatura lleva el

    ser humano a soar, a imaginar y a crear.

    Palavras-chave

    Literatura espaola; manual escolar; programa de espaol; escritores y obras; profesor;

    alumno.

  • v

    ndice

    I A Literatura nos Manuais e no Programa de Espanhol de 3 Ciclo

    1. Introduo........................................................................................... 1

    1.1 Objetivos e metodologia de trabalho................................................... 2

    1.2 Definio do cnone literrio............................................................ 3

    2. O texto literrio no Programa de Espanhol..................................................... 6

    3. A abordagem dos manuais aos temas literrios................................................ 9

    4. Estudo de caso: os conhecimentos literrios dos alunos de Espanhol do 9 ano..........12

    4.1. Inqurito...................................................................................12

    4.2. Resultados e anlise.....................................................................14

    5. Propostas de novas abordagens do texto literrio............................................18

    5.1. 7 ano Juan Ramn Jimnez: Platero y yo.......................................18

    5.2. 8 ano Jos de Espronceda: La cancin del pirata..............................21

    5.3. 9 ano Pedro Caldern de la Barca: La vida es sueo..........................23

    6. Concluso............................................................................................27

    II Prtica Pedaggica

    1. Contextualizao do estgio......................................................................28

    1.1. Introduo.................................................................................28

    1.2. A Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos do Tortosendo.....................................29

    1.3. Caracterizao das turmas..............................................................31

    2. Atividade letiva.....................................................................................33

    2.1. Introduo.................................................................................33

    2.2. Planificaes..............................................................................34

    2.2.1. Alfabeto y nacionalidades..................................................34

    2.2.2. El antes y el ahora...........................................................49

    2.2.3. Alma sana en cuerpo sano..................................................57

    2.2.4. Caras vemos, corazones no sabemos......................................63

    2.3. Reflexo sobre as aulas observadas....................................................68

    3. Atividades extracurriculares......................................................................69

    3.1. Fundamentao e planificao.........................................................69

    3.2. Atividades realizadas.....................................................................74

    4. Aes de formao.................................................................................76

    Bibliografia..............................................................................................78

  • vi

    Lista de Figuras

    Figura 1 Capa do Programa de Espanhol

    Figura 2 Manuais Escolares Prisma Comienza, Contina, Progresa da Edinumen

    Figura 3 Manuais Escolares Espaol 1, Espaol 2, Espaol 3, da Porto Editora

    Figura 4 Escola Bsica 2/3 do Tortosendo

    Figura 5 - Diapositivo de uma apresentao de PowerPoint

    Figura 6 - Diapositivo do PowerPoint El Da de los Muertos

    Figura 7 Cartaz do Da de los Reyes

    Figura 8 - Certificado de Cursos de Formao para Professores de Espanhol

    Figura 9 - Certificado da formao Apresentao dos Novos Projetos - Espanhol 7. ano - Nvel

    1

  • 1

    I A Literatura nos Manuais e no Programa de

    Espanhol de 3Ciclo

    1. Introduo

    A literatura faz parte da realidade de um pas, atravs dela podemos conhecer a histria de

    vrias pocas e contactar com autores magnficos. Ela faz-nos pensar, sonhar, imaginar,

    descrever e criar, leva-nos por campos desconhecidos e desperta em ns sentimentos

    adormecidos.

    Ler um prazer e uma maneira de cultivarmos os nossos conhecimentos e de nos auto-

    educarmos, por isso, importante que os docentes de espanhol incutam nos seus alunos o

    gosto pela leitura de obras de autores que tiveram um papel fundamental na literatura.

    A minha experincia profissional alertou-me para a problemtica da quase inexistncia de

    textos literrios, de autores que tiveram a sua importncia na histria literria de Espanha,

    nos manuais escolares do 3 ciclo. Para mim e para os meus alunos seria muito enriquecedor

    trabalhar textos literrios de variados gneros e autores de nacionalidade espanhola. Seria

    uma maneira de praticarmos a lngua e tambm de conhecermos melhor o pas.

    Para alm disso sempre importante relembrar o seguinte:

    Leer es un quehacer importante. Una necesidad, si no quieres ser estril como un arenal. El

    tiempo que dedicas a la lectura lo inviertes muy positivamente. Es rentable siempre.

    Un libro puede ser ms o menos atractivo o interesante, pero siempre tiene una sorpresa.

    Empezar un libro es una pequea aventura (Mundo Nuevo 8, 1977:6).

  • 2

    1.1. Objetivos e metodologia de trabalho

    Este trabalho, como o prprio ttulo indica, tem como objetivo principal apresentar um

    estudo aprofundado da presena da literatura nos manuais de lngua espanhola adoptados

    pelas escolas portuguesas nos trs nveis de ensino (I, II, III) de espanhol, no 3 ciclo do ensino

    bsico.

    Convm referir que os manuais aqui analisados remetem somente para aqueles que eu

    conheo e com os quais trabalho quer a nvel profissional, quer a nvel do estgio pedaggico.

    Assim, os manuais escolares em causa tm os seguintes ttulos: Espanhol 1, Espanhol 2 e

    Espanhol 3, da Porto Editora (uma editora portuguesa), e Prisma Comienza, Prisma Contina

    e Prisma Progresa, da Editorial Edinumen (uma editora espanhola).

    Como a introduo da lngua espanhola no sistema educativo portugus ainda relativamente

    recente, os primeiros manuais a serem construdos carecem, de facto, de aspectos relevantes

    e essenciais para o ensino desta lngua. Particularmente, no campo da literatura h ainda um

    longo caminho a percorrer, visto que esta parte integrante da cultura fica relegada para

    segundo plano.

    Para alm dos manuais, terei tambm como instrumento de trabalho o programa do 3 ciclo

    do ensino bsico, estipulado pelo Ministrio da Educao, e a apresentao de um estudo

    sobre os conhecimentos de literatura espanhola dos alunos que estudam a lngua espanhola.

    Este estudo ser feito com base num inqurito passado nas turmas de 9 ano de escolaridade,

    em diferentes estabelecimentos de ensino. Optei por passar este inqurito nas turmas de 9

    ano porque frequentam o nvel III de Espanhol e encontram-se em final de ciclo.

    Este trabalho procurar definir ainda o cnone literrio espanhol e averiguar o que nos diz o

    programa de espanhol do 3 ciclo do ensino bsico no que diz respeito ao texto literrio. Farei

    ainda o tratamento de dados relativos s respostas dos alunos dadas no inqurito e, por

    ltimo, a apresentao de novas propostas de estudo da literatura para os trs anos de

    escolaridade, 7, 8 e 9 anos.

    Este trabalho centra-se na realizao de um estudo literrio, focando somente escritores de

    nacionalidade espanhola, pondo de parte os que nasceram em pases hispano-americanos.

    Acredito que de extrema importncia que os alunos portugueses, estudantes da lngua

    espanhola, estabeleam um contacto regular com a literatura espanhola e adquiram

    conhecimentos sobre os autores mais importantes de cada poca. A anlise de textos

    literrios de vrios tipos (narrativas, poesia, teatro) traz benefcios em todos os sentidos para

    o estudante e torna-o mais autnomo na aprendizagem completa de uma nova lngua.

  • 3

    Posto isto, pretendo abrir novos horizontes no estudo da lngua espanhola e conseguir que a

    literatura no fique esquecida nas aulas de Espanhol. Bem sei que o estudo desta lngua, em

    Portugal, apresenta um carcter mais funcional, mas, mesmo assim, penso que seria mais

    enriquecedor se os estudantes adquirissem conhecimentos literrios, de uma maneira geral.

    1.2. Definio do cnone literrio

    Ao falar de escritores e das suas obras pertinente conhecermos, de uma maneira geral, a

    histria da literatura espanhola para podermos ver aqueles autores que realmente tiveram

    maior importncia e se destacaram com as suas obras. Assim, aps uma leitura exaustiva

    sobre esta matria, defini em traos breves alguns autores que julgo importantes e que

    considero como fazendo parte integrante do cnone literrio espanhol. No pretendo de

    forma alguma apresentar uma definio exaustiva deste cnone, mas sim dar uma viso geral,

    j que muitssimos so os escritores que surgem neste campo.

    Comeando pelos primrdios, a Idade Mdia, comeo por assinalar o poema narrativo

    intitulado Poema de Mio Cid, datado de incios do sculo XIV e assinado por Per Abbat, foi

    considerado uma obra perfeita e de grande beleza.

    O primeiro poeta espanhol de nome conhecido foi Gonzalo de Berceo que escreveu a obra

    Milagros que, como o prprio nome indica, uma narrao de milagres feitos pela Virgem.

    Aparece a obra de Alfonso X, grande responsvel pela criao da prosa castelhana, legando-

    nos obras de carter histrico como a Estoria de Espaa, ou a General Estoria, ou de cariz

    lrico como as Cantigas en loor de Santa Mara que, entre outras fontes, se inspira nos

    referidos Milagros. Ainda no sculo XIV encontramos a poesia do Chanceler Lpez de Ayala,

    com Crnicas, e o Arcipreste de Hita, com o Libro de Buen Amor. D. Juan Manuel foi

    considerado o grande mestre da prosa espanhola deste sculo e a sua obra fundamental foi o

    Libro del Conde Lucanor.

    Entramos no sculo XV, um sculo definido pela renovao e pelo tradicionalismo, onde

    surgem poetas como Juan de Mena com obras como El Laberinto de Fortuna e Jorge

    Manrique, que o nico poeta maior, com Coplas. No campo da prosa, surgem o Arcipreste

    de Talavera, com Corbacho; Diego de San Pedro, com Crcel de Amor; e Fernando de Rojas, a

    quem se atribui a to conhecida La Celestina, facto que no pode ser comprovado.

    J no sculo XVI, poca do Renascimento, so de destacar os seguintes autores: Juan Boscn;

    Garcilaso de la Vega, conhecido como o inventor da linguagem potica do Renascimento

    espanhol e paralelamente do espanhol moderno; Frei Luis de Len, um seguidor de Garcilaso,

    autor de La perfecta Casada; Santa Teresa que escreveu o Libro de la vida, e S. Joo da Cruz,

  • 4

    com Llama de amor viva. Mas a mais simblica obra desta poca , sem dvida, La vida de

    Lazarillo de Tormes, de autoria desconhecida, vista como a maior novidade na novelstica

    espanhola. No campo do teatro encontramos Lope de Rueda, introdutor do motivo da mulher

    vestida de homem com a comdia Los engaados.

    No Barroco maravilhamo-nos com a poesia do grande sonetista Luis de Gngora, cujos sonetos

    cultivam o carpe diem e o locus amoeus, por um lado, e, por outro, cultivam o lado obscuro,

    como por exemplo em Soledades. Neste perodo destacamos ainda o poeta intensificador da

    realidade Francisco de Quevedo, que escreveu um importante livro de ndole satrica, Sueos.

    No campo da novela surge o ilustre Miguel Cervantes de Saavedra que apresenta o mais alto

    cume da literatura espanhola com a sua obra Don Quijote. Harold Bloom, autor do famoso O

    Cnone Ocidental, equipara Cervantes a Shakespeare, afirmando o seguinte:

    [] tinha em comum com ele a universalidade do seu gnio, e o nico par possvel () no Cnone

    Ocidental () somente Cervantes e Shakespeare ocupam a mais alta eminncia num determinado

    pormenor: nunca podemos passar frente deles, pois eles j esto sempre nossa frente (Bloom,

    2011: 124).

    No teatro temos nomes de referncia como Lope de Vega, criador da Comdia Nova, com

    Fuente Ovejuna; Tirso de Molina, com El burlador de Sevilla; e Pedro Caldern de la Barca,

    que escreveu to brilhantemente La vida es sueo e La devocin de la cruz.

    No Neoclassicismo, perodo mais racionalista no qual o pensamento prevalece em relao

    imaginao, aparecem no campo potico nomes como Nicols Fernndez de Moratn,

    Melndez Valds e Manuel Jos Quintana. No teatro de mencionar Leandro de Moratn, com

    El s de las nias.

    Passamos, ento, ao sculo XIX. No teatro destacam-se o Duque de Rivas, com Don lvaro o la

    fuerza del sino; e Jos Zorrilla, com Don Juan Tenorio. Na poesia encontramos o grande lrico

    do Romantismo Jos de Espronceda e, na prosa, Mariano Jos Larra que escreveu artigos

    jornalsticos de cariz poltico, de crtica literria e de costumes, sendo a sua obra de maior

    relevo Vuelva usted maana.

    Na poesia ps-romntica de grande importncia Gustavo Adolfo Bcquer, que escreveu

    Rimas e tido como um autor profundamente original; e Rosala de Castro, escritora que

    contribuiu para o renascimento da lngua literria galega, ao escrever Cantares Gallegos.

    Na poca que se apelidou por Realismo/Naturalismo encontramos autores que tm em comum

    o interesse pela sociedade contempornea e a preocupao pela objetividade. Assim,

    assinalamos Benito Prez Galds, grande mentor da primeira gerao realista, com Fortunata

    y Jacinta, Miau e Nazarn; e Leopoldo Alas, mais conhecido por Clarn, com La Regenta, obra

    que o colocou no topo da literatura espanhola.

  • 5

    O Modernismo veio trazer a procura pela beleza e d-nos a conhecer autores como Manuel

    Machado (Sevilla y otros poemas) e Ruben Daro. Depois, na Gerao de 98, de destacar

    Miguel Unamuno, considerado a verdadeira alma de 98, que escreveu em prosa Niebla e La tia

    Tula e em poesia Cristo Velsquez; Jos Martnez Ruiz,o clebre Azorn, que escreveu, entre

    outras obras, La voluntad; Po Baroja, que apresenta uma vasta obra, escrevendo Camino de

    Perfeccin; e Jacinto de Benavente que escreveu, por ejemplo, La noche del sbado. Nesta

    poca surgem dois autores que tanto tm de Modernismo como de Gerao de 98: Ramn

    Mara de Valle-Incln, um autor muito talentoso, na sua obra h um especial interesse pelo

    poema Esperpento, o teatro Cenizas e Comdias Brbaras; e Antonio Machado com Soledades

    e Poesas Completas. Na transio entre o Modernismo e a Gerao de 27 surge Juan Ramn

    Jimnez com Rimas, Eternidades e a narrativa lrica marcada pela ternura e pelo amor

    natureza Platero y yo.

    Segue-se a denominada Gerao de 27, em que aparecem uma srie de autores muito

    importantes. Falamos de Pedro Salinas, com uma poesia bastante intelectualizada que visa

    fazer transparecer o lado oculto das coisas; Jorge Guilln, chamado de poeta puro, o seu livro

    de poesia mais importante intitula-se Cntico; Gerardo Diego, com uma poesia vanguardista e

    tradicional, destacam-se Imagen, Manual de Espumas e Biografa Incompleta; Vicente

    Aleixandre, autor de obras como mbito, Historia del corazn e Poemas de la consumicin;

    Federico Garcia Lorca, cuja obra est fortemente marcada pela obsesso da morte,

    destacam-se Primer romancero gitano, Poeta en Nueva York e La casa de Bernarda Alba;

    Dmaso Alonso, com Hijos de la ira; Luis Cernuda, cujo tema central da sua poesia a

    oposio entre o sujeito potico e o mundo exterior, como se verifica em La realidade y el

    deseo; e Rafael Alberti, que escreveu Marinero en Tierra e, a sua obra-prima, Sobre los

    ngeles.

    Relativamente aos poetas da chamada poesia social, encontramos nomes como Miguel

    Hernndez, Jos Hierro, Blas de Otero e Pedro Gimferrer. Dentro da narrativa temos Camilo

    Jos Cela, destacando-se, por exemplo, a sua obra intitulada La Colmena; Miguel Delibes,

    com La sombra del ciprs es alargada o Los santos inocentes; e, por ltimo, Gonzalo Torrente

    Ballester, com Los gozos y las sombras.

    Todos os autores aqui mencionados formam o cnone da literatura espanhola, mas h alguns

    autores mais recentes que, no fazendo parte do cnone, conquistaram um lugar de

    destaque, como o caso de nomes como Ana Mara Matute, Carmen Laforet, Rafael Snchez

    Ferlosio, Juan Jos Mills, entre outros.

  • 6

    2. O texto literrio no Programa de Espanhol

    O Ministrio da Educao portugus estabelece como dimenses essenciais para a educao o

    desenvolvimento de aptides, aquisio de conhecimentos e apropriao de atitudes e

    valores. Neste sentido o programa de espanhol contempla [] a construo de aprendizagens

    significativas tanto no domnio dos conhecimentos como das atitudes, valores e

    competncias.1

    No que diz respeito componente lingustica, o programa diz que a lngua um meio de

    comunicao que serve para transmitir e receber informao diversificada, [] ao aprender

    uma lngua, no se adquire nica e exclusivamente um sistema de signos mas,

    simultaneamente, os significados culturais que os signos comportam, i. e., o modo de

    interpretar a realidade.2

    Na verdade, reconhece-se no programa que [] o aluno que inicia a aprendizagem de uma

    lngua estrangeira tem, pois, diante de si um poderoso meio de desenvolvimento pessoal, de

    integrao social, de aquisio cultural e de comunicao.3 Ou seja, aprender uma lngua

    no implica somente saber comunicar, mas implica tambm conhecer a sociedade, a cultura e

    as tradies desse pas. Tal facto s comprova que a literatura deve ocupar um lugar de

    destaque no campo da aprendizagem de uma lngua, pois, com a leitura e estudo de textos

    literrios, conhecemos a realidade de um pas. Por outro lado, o contacto com outras lnguas

    permite um melhor conhecimento da prpria lngua materna e mais, o contacto com outras

    culturas, quer atravs da lngua quer atravs de uma abordagem intercultural, permite o

    respeito por outras formas de pensar e de atuar, dando lugar construo de uma viso mais

    ampla e rica da realidade.

    Este programa de Espanhol favorece a metodologia comunicativa, o aluno o centro da

    aprendizagem, sendo que esta metodologia composta por cinco competncias que se

    complementam entre elas: a lingustica, a discursiva, a estratgica sociocultural e a

    sociolingustica. A aquisio da lngua estrangeira caracteriza-se por uma construo criativa

    em que o aluno pe em prtica tudo aquilo que adquire. Importa o que se aprende, mas

    tambm o como se aprende.

    O aluno o centro desta aprendizagem e mediante as suas necessidades que o docente

    deve trabalhar, deste modo o programa [] no se apresenta apenas como um conjunto de

    contedos a aprender, mas antes pretende ser instrumento regulador de prtica educativa,

    1 Programa de Espanhol. Programa e Organizao Curricular, Ensino Bsico 3 Ciclo, Lisboa, Departamento da Educao Bsica, 1997, p. 5. 2 Ibidem, p. 5. 3 Ibidem, p. 5.

  • 7

    contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder s necessidades e interesses

    dos alunos e s condies em que decorra a prtica pedaggica.4

    O programa apresenta, ento, as seguintes finalidades:

    Proporcionar o contacto com outras lnguas e culturas, assegurando o domnio de

    aquisies e usos lingusticos bsicos;

    Favorecer o desenvolvimento da conscincia de identidade lingustica e cultural, atravs

    do confronto com a lngua estrangeira e a(s) cultura(s) por ela veiculada(s);

    Promover a educao para a comunicao enquanto fenmeno de interao social, como

    forma de incrementar o respeito pelo(s) outro(s), o sentido da entreajuda e da cooperao,

    da solidariedade e da cidadania;

    Promover o desenvolvimento equilibrado de capacidades cognitivas e scio-afetivas,

    esttico-culturais e psicomotoras;

    Promover a estruturao da personalidade do aluno pelo continuado estmulo ao

    desenvolvimento da autoconfiana, do esprito de iniciativa, do sentido crtico, da

    criatividade, do sentido de responsabilidade, da autonomia;

    Fomentar uma dinmica intelectual que no se confine escola nem ao tempo presente,

    facultando processos de aprender a aprender e criando condies que despertem o gosto por

    uma atualizao permanente de conhecimentos (Programa de Espanhol,1997: 8).

    Como objetivos gerais pretende-se que, ao longo do 3 ciclo, a disciplina de Espanhol

    proporcione aos alunos condies que lhe permitam adquirir as competncias bsicas de

    comunicao na lngua espanhola, e estas passam por compreender textos orais e escritos, de

    carcter diversificado, e por construir enunciados orais e escritos. Pretende-se tambm que

    os alunos valorizem a lngua espanhola em relao s demais lnguas e saibam apreciar as

    vantagens que proporciona o seu conhecimento; para alm de tudo isto, os alunos devem

    conhecer a grande variedade lingustica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomtica e

    cultural.

    Passando proposta de contedos para a lngua espanhola, o programa preocupou-se em

    apresentar contedos de cariz diversificado, que devem aparecer ao longo das diferentes

    unidades didticas, com atividades variadas e em distintos momentos. Estes contedos

    distribuem-se pelos domnios da compreenso oral, da expresso oral, da compreenso

    escrita, da expresso escrita, da reflexo sobre a lngua e a sua aprendizagem, e dos aspetos

    socioculturais.

    No que concerne ao texto literrio, pois dele que este captulo fala, ao analisar o programa

    verifica-se que o mesmo no especifica concretamente o que deve ser apresentado e

    trabalhado. O programa diz que, no domnio da compreenso escrita, deve dar-se importncia

    compreenso de textos relacionados com as atividades desenvolvidas na sala de aula;

    4 Ibidem, p. 6.

  • 8

    compreenso global de textos escritos, tais como artigos de revistas, textos humorsticos ou

    literrios, entre outros; compreenso, pormenorizada, das informaes mais relevantes dos

    textos anteriormente referidos; utilizao de variadas estratgias de leitura; identificao

    de diferentes tipos de textos; identificao da ideia principal de um texto; diferenciao

    da ideia principal em relao s secundrias; deduo de hipteses sobre os diferentes

    significados do texto; identificao de convenes lingusticas e sociais nos textos escritos;

    identificao e distino de caractersticas dos textos descritivos e narrativos;

    identificao e contraste entre a ortografia das palavras da lngua materna, da lngua

    estrangeira I e do espanhol; deduo, tendo em conta o contexto, do significado de

    vocabulrio desconhecido; identificao de palavras semelhantes, comparando com a lngua

    materna, com a lngua estrangeira I e com o espanhol; e utilizao seletiva do dicionrio. J

    no que diz respeito s atitudes, neste domnio, os alunos devero interessar-se pela leitura

    autnoma de textos escritos na lngua espanhola, e desenvolver a capacidade de

    compreender globalmente os textos, sem necessidade de compreender cada um dos

    elementos do mesmo.

    No domnio da expresso escrita, o programa define procedimentos orientados para a escrita

    de textos narrativos, descritivos e expositivos de pequenas dimenses; para a produo de

    textos escritos simples, que apresentem uma introduo, um desenvolvimento e uma

    concluso; para a organizao, coerente e coesa, das ideias expressas; e para a escrita de

    textos de dificuldade progressiva, gramaticalmente corretos.

    Apesar de este programa no destacar mais a literatura fundamental frisar que todos os

    procedimentos descritos, bem como as atitudes, podem ser adquiridos e trabalhados atravs

    da leitura de textos literrios e atravs do conhecimento da vida e obra dos escritores

    espanhis mais clebres.

    Seria extremamente positivo que, aquando da reviso curricular e reformulao do programa,

    o Ministrio da Educao desse um pouco mais de ateno a este campo, pois ler uma porta

    aberta para o contacto com a lngua estrangeira que se aprende e, por outro lado, estimula

    no s a produo escrita como tambm a produo oral/comunicativa; ler proporciona uma

    imagem da realidade, da sociedade e da cultura de um pas em diferentes pocas.

    Figura 1 Capa do Programa de Espanhol

  • 9

    3. A abordagem dos manuais aos temas literrios

    O objectivo deste trabalho , por um lado, tentar aproximar os estudantes de lngua

    espanhola respectiva literatura, contribuindo assim para o desenvolvimento da competncia

    social e cultural dos mesmos, e, por outro, ajudar a construir a sua competncia literria.

    mais do que sabido que atravs da literatura os alunos aprendem a ler, a imaginar e,

    consequentemente, comeam a criar.

    A literatura uma maneira de ver a realidade, ela ajuda ao desenvolvimento do pensamento

    e criao de leitores crticos, sendo assim indiscutvel o importante valor pedaggico dos

    textos literrios. importante que o estudante de espanhol esteja em contacto com a lngua

    real e isso possvel atravs do contacto comunicativo com os nativos ou, ento, atravs da

    leitura de textos literrios.

    Os professores que ensinam a lngua espanhola tm o dever de lutar para que a componente

    literria no fique esquecida nas suas aulas. Atualmente, numa aula de lngua estrangeira

    valoriza-se mais a aquisio de contedos do que propriamente a competncia intelectual, e

    esta maneira de ver o ensino deve mudar, pois a literatura passou para segundo plano nas

    aulas de espanhol.

    Falemos, ento, da literatura e dos manuais. Ora, no basta escolher um escritor ao acaso e

    introduzi-lo num manual. No, este processo de escolha de textos e autores para fazerem

    parte dos manuais deve ter em conta o nvel de ensino que o aluno frequenta para que, ao

    entrar em contacto com esses textos, o aluno os possa compreender e interpretar. Deste

    modo, bvio que os textos literrios devem ser alvo de uma rigorosa seleo, bem como os

    autores, podendo esses textos sofrer uma ligeira adaptao. Devem escolher-se textos

    simples, quer na sintaxe, quer no vocabulrio, e que apelem sensibilidade do aluno.

    Os textos a introduzir nos manuais escolares devem ser variados, indo de excertos de obras

    narrativas, passando pela poesia e tambm por peas teatrais. O intuito no apenas ler

    esses textos mas trabalh-los na sala de aula, permitindo que os alunos fiquem a conhecer a

    obra e tambm o autor.

    Felipe B. Pedraza Jimnez, a respeito do papel da literatura nas aulas de lngua estrangeira,

    vinca os seguintes parmetros:

    1 La literatura debe estar presente en la clase de espaol para extranjeros en todos sus niveles. Es

    conveniente y provechoso para el proceso de aprendizaje de la lengua y para la asimilacin de la

    cultura;

  • 10

    2 Los textos han de ser modelos de lengua actual, sin arcasmos, sin complejidades sintcticas

    inusuales, con un vocabulario comn y propio del habla cotidiana. Esta premisa nos obliga y

    autoriza a adaptar levemente las obras de otras pocas.

    3 Poesa lrica, canciones, literatura oral, relatos clsicos y vanguardistas, cuentos y novelas de

    hoy nos ofrecen textos adecuados para atender las necesidades de todo tipo de los alumnos. Basta

    elegirlos con tino (Felipe B. Pedraza Jimnez,1996: 66).

    Os textos literrios podem servir para diversas atividades e fomentam a criatividade dos

    alunos. Com a literatura podemos contar, narrar, imaginar histrias, descrever personagens,

    paisagens, acontecimentos, feitos, etc.. Trabalhar esses textos nas aulas estar a trabalhar

    com um material puro, natural.

    Entrando agora na anlise que fiz da presena de textos literrios nos manuais escolares da

    Porto Editora e da Edinumen, os resultados no foram muito animadores. Todos os manuais,

    pertencentes aos diferentes nveis de ensino do bsico, apresentam uma literatura muito

    escassa e, na maior parte dos casos, desadequada no que respeita transmisso de

    conhecimentos literrios.

    No manual escolar Espaol 1, da Porto Editora, os poucos autores de origem espanhola que

    aparecem so Fina Casalderrey, Rosa Montero, Luca Baquedano, Francisco Jos Garcia

    Gallardo, Carmen Rico-Godoy, Bernardo Atxaga e Rafael Alberti. So escritores que, tirando

    Rafael Alberti, no tm grande peso na histria da literatura espanhola. No manual escolar

    Espanhol 2, tambm da Porto Editora, aparecem textos de Elvira Lindo, Arturo Prez-Reverte

    e Alejandro Vallejo-Ngera. Neste nvel de ensino mdio esperava-se um contacto mais

    aprofundado com a realidade literria. Finalmente, no manual escolar Espaol 3, os alunos

    contactam com nomes como Luca Baquedano e Alejandro Vallejo-Ngera, Dolores de Soler-

    Espiauba, Carmen Rico-Godoy, Agustn Fernndez Paz e, de maneira muito breve, com Miguel

    de Cervantes e Camilo Jos Cela. Ora, feita esta anlise, de concluir que os autores que

    pertencem ao cnone literrio espanhol ficam, na sua maioria, esquecidos nestes manuais,

    para alm de que o nmero de textos em cada manual muito escasso e so pouco

    aproveitados, sendo na sua maioria textos narrativos.

    Passando ao manual Prisma Comienza, da editora Edinumen, encontramos escritores como

    Juan Jos Mills e Gonzalo Torrente Ballester; no Prisma Contina aparece Lope de Vega,

    Gonzalo Torrente Ballester, Antonio Machado, Federico Garcia Lorca, Don Juan Manuel, Luca

    Etxebarra, Ana Mara Matute, Rafael Snchez Ferlosio, Jos Agustn Goytisolo e Ricardo Lon;

    e, finalmente, no Prisma Progresa, encontramos Juan Jos Mills, Juan Ramn Jimnez,

    Carmen Rigalt e Jos Luis Sampedro. Esta editora j privilegia mais a literatura e contempla

    muitos escritores que tiveram grande peso em diferentes perodos literrios. No entanto, os

    textos literrios dos autores referidos no surgem no manual escolar do aluno, mas no livro do

  • 11

    professor. So materiais que o professor tem de fornecer aos alunos para estes fiquem a

    conhecer aqueles autores.

    curioso verificar que entre estas duas editoras h uma grande diferena no tratamento que

    do aos escritores, nos manuais escolares. A editora Edinumen, que espanhola, apresenta

    muito mais escritores pertencentes ao cnone literrio do que a Porto Editora, que uma

    editora portuguesa. O destaque dado pela Edinumen bem maior que o da Porto Editora.

    Em suma, importa pensarmos na literatura como uma parte fundamental para a aquisio de

    competncias quando estudamos uma lngua estrangeira. As editoras devem repensar os

    manuais escolares de lngua espanhola e devem esforar-se por integrar textos de qualidade e

    autores de renome, bem como desenvolver actividades cativantes e que despertem a

    criatividade dos alunos.

    Figura 2 Manuais Escolares Prisma Comienza, Contina, Progresa da Edinumen

    Figura 3 Manuais Escolares Espaol 1, 2, 3 da Porto Editora

  • 12

    4. Estudo de caso: os conhecimentos literrios

    dos alunos de Espanhol de 9 ano

    Foi feito um estudo de caso para dar a conhecer o nvel de conhecimentos literrios que os

    alunos portugueses, que frequentam a disciplina de espanhol, possuem.

    O pblico-alvo foram os alunos do 9 ano do ensino bsico que tm a disciplina de espanhol e

    foi aplicado um inqurito que, posteriormente, foi devidamente analisado como veremos nos

    pontos que vm a seguir.

    O nmero de participantes que responderam s questes foram trinta e quatro e pertencem a

    duas escolas, de concelhos diferentes. O inqurito est composto por seis questes, sendo

    que a ltima requer uma opinio pessoal.

    4.1. Inqurito

    INQURITO DESTINADO A ALUNOS DA DISCIPLINA DE ESPANHOL DO 9 ANO DO ENSINO BSICO

    Este inqurito tem como finalidade fazer um estudo estatstico dos conhecimentos

    literrios a nvel geral dos alunos que frequentam a disciplina de espanhol e que se

    encontram no 9 ano do ensino bsico. Antes de comear a escrever leia com ateno as

    questes que lhe so colocadas e, de seguida, responda com a maior sinceridade possvel.

    Indique o nome do manual que utiliza na disciplina de espanhol. _________________________

    Escreva o nome da escola que frequenta. _____________________________________________

    1. Dos seguintes escritores assinale se conhece ou no: Sim No

    Federico Garcia Lorca

    Rafael Snchez Ferlosio

    Rafael Alberti

    Benito Prez Galds

    Ana Mara Matute

  • 13

    Miguel Unamuno

    Gustavo Adolfo Bcquer

    Camilo Jos Cela

    2. Dos autores espanhis acima mencionados que conhece, indique o nome de uma obra.

    __________________________________________________________________________

    3. J leu e analisou textos de escritores espanhis nas aulas de Espanhol?

    Sim No

    4. Indique o nome de um escritor espanhol que tenha recebido o Prmio Nobel da

    Literatura.

    __________________________________________________________________________

    5. Considera importante ter acesso a mais literatura nas aulas de espanhol?

    Sim No

    6. Como gostaria que fosse apresentada a literatura nos manuais escolares? D a sua

    opinio.

    __________________________________________________________________________

    __________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________

    Obrigada pela sua participao!

  • 14

    4.2. Resultados e anlise

    A seguinte anlise, feita com a ajuda de grficos, apresenta a resposta dada pelos alunos a

    cada uma das questes, de referir que o total de alunos corresponde a trinta e quatro e que

    estes frequentam o 9 ano de escolaridade.

    1. Dos seguintes escritores assinale se conhece ou no.

    Federico Garcia Lorca

    10

    24

    Conhece

    No conhece

    Rafael Snchez Ferlosio

    4

    30

    Conhece

    No conhece

    Rafael Alberti

    8

    26

    Conhece

    No conhece

    Benito Prez Galds

    3

    31

    Conhece

    No conhece

    Ana Mara Matute

    4

    30

    Conhece

    No conhece

    Miguel Unamuno

    3

    31

    Conhece

    No conhece

    Gustavo Adolfo Bcquer

    6

    28

    Conhece

    No conhece

    Camilo Jos Cela

    12

    22

    Conhece

    No conhece

  • 15

    Olhando para o grfico fica bem claro que a maioria dos alunos inquiridos possui poucos

    conhecimentos literrios pois, no geral, prevalece o no conhecimento dos escritores

    apresentados. Dos escritores apresentados o mais conhecido Camilo Jos Cela, em que doze

    alunos dizem saber quem , e como menos conhecidos aparecem Benito Prez Galds e

    Miguel Unamuno, apenas trs alunos dizem conhec-los.

    Nesta questo optei por no colocar o nome de Cervantes pois, sendo considerado o expoente

    mximo da literatura espanhola, queria que os alunos tivessem oportunidade de contactar

    com outros grandes nomes e ver at que ponto lhes eram conhecidos. estranho concluir que

    alguns destes escritores, como o caso de Federico Garcia Lorca, Rafael Snchez Ferlosio,

    Rafael Alberti e Ana Mara Matute, mesmo aparecendo nos manuais escolares, no so

    conhecidos pelos alunos. Por outro lado, o desconhecimento de escritores como Bcquer e

    Galds, ambos pertencentes ao sculo XIX, pode dever-se ao distanciamento da poca em que

    estes escritores viveram. Porm, no se compreende como que um escritor como Miguel

    Unamuno, que viveu no sculo XX e deixou um legado importante, no conhecido na classe

    estudantil.

    2. Dos autores acima mencionados que conhece, indique o nome de uma obra.

    1

    17

    7

    9La familia de Pascual Duarte, de Camilo Jos Cela

    No sabe

    No respondeu

    Resposta incorreta

    Neste grfico circular vemos que apenas um aluno conhece uma obra de um escritor,

    dezassete diz no saber, sete deles optaram por no responder e nove responderam, mas de

    maneira errada, uns apresentaram obras portuguesas e outros referiram o manual escolar

    Espaol 3, da Porto Editora. Os que responderam obras portuguesas referiram o escritor Gil

    Vicente, talvez por saberem que tambm escreveu obras em lngua espanhola. de assinalar

    positivamente o facto de haver um aluno que sabe reconhecer um grande escritor Prmio

    Nobel da Literatura e que conhece uma obra sua.

  • 16

    3. J leu e analisou textos de escritores espanhis nas aulas de Espanhol?

    27

    7

    Sim

    No

    Na terceira questo a maioria dos alunos respondeu que sim, que j leu e analisou textos de

    escritores espanhis nas aulas de Espanhol, sendo que apenas sete dos trinta e quatro alunos

    responderam que no. Mas mesmo assim do a entender que, embora tenham analisado os

    textos, pouco ficou sobre o autor e a sua obra. Claro que neste campo depende da escolha

    que o docente faz para apresentar nas suas aulas.

    4. Indique o nome de um escritor espanhol que tenha recebido o Prmio Nobel da

    Literatura.

    3

    14

    6

    11Camilo Jos Cela

    No sabe

    No respondeu

    Resposta incorreta

    Mais uma vez a maior parte dos alunos, catorze, no consegue mencionar nenhum escritor

    espanhol que tenha sido honrado com o Prmio Nobel da Literatura, somente trs alunos

    acertaram num dos escritores possveis dizendo Camilo Jos Cela. Onze alunos responderam

    incorretamente questo e curioso saber que, destes, grande parte deles responderam Jos

    Saramago, talvez porque conhecem a vida e obra deste grande escritor e sabem

    perfeitamente que viveu muitos anos em Espanha, que casou com uma espanhola e que tem

    obras suas traduzidas em lngua espanhola.

    pertinente, perante esta nomeao de Saramago, despertar nos docentes a ideia de se fazer

    uma ligao literria entre Portugal e Espanha e vice-versa. Seria cativante que os docentes

    inclussem nas suas aulas tanto literatura espanhola como literatura portuguesa j que muitas

  • 17

    vezes elas se relacionam e os alunos teriam oportunidade de ampliar o seu leque de

    conhecimentos literrios.

    5. Considera importante ter acesso a mais literatura nas aulas de Espanhol?

    29

    5

    Sim

    No

    Vinte e nove, dos trinta e quatro alunos inquiridos, consideram importante o acesso a mais

    literatura nas salas de aula da disciplina de espanhol. Talvez estes alunos sintam falta nos

    manuais escolares de contedos diferentes, motivadores e cativantes, que complementem

    toda a parte de vocabulrio corrente e de gramatica a que esto expostos diariamente nas

    aulas de espanhol.

    6. Como gostaria que fosse apresentada a literatura nos manuais escolares? D a sua

    opinio?

    30

    4

    Respondeu

    No respondeu

    Aqui, as respostas foram variadas, mas interessante descobrir que grande parte destes

    alunos gostaria que aparecessem excertos de textos de escritores espanhis em cada unidade

    didtica, que fossem cativantes e divertidos, com atividades para trabalhar na sala de aula e

    que aparecesse tambm um pouco da vida e obra desses mesmos escritores.

    Aps esta anlise detalhada dos inquritos a concluso a que se chega no muito positiva

    nem animadora. No geral, os estudantes que frequentam a disciplina de espanhol conhecem

  • 18

    muito pouco a histria da literatura espanhola, no so capazes de nomear escritores e

    associ-los s suas obras, ainda que estudem textos literrios nas aulas.

    Um aspeto positivo a retirar que grande parte deles considera que a literatura importante

    para a formao e, alm disso, gostariam que os manuais apresentassem textos de escritores

    espanhis importantes.

    5. Proposta de novas abordagens do texto

    literrio

    Para colmatar as falhas que os manuais escolares apresentam no campo literrio achei por

    bem apresentar novas abordagens desta temtica dando primazia escolha do escritor, do

    texto literrio, das actividades para trabalhar o mesmo e da unidade didtica em que se pode

    introduzir.

    5.1. 7 ano Juan Ramn Jimnez: Platero y yo

    Para o nvel I optei pelo escritor Juan Ramn Jimnez e a sua obra Platero y Yo. Juan Ramn

    Jimnez foi um escritor do sculo XX, ganhou o Prmio Nobel da Literatura em 1956.

    Primeiramente quis ser pintor, depois estudou Direito por imposio do seu pai, mas foi na

    escrita que encontrou a sua vocao. Escreveu vrias obras em prosa e em verso e colaborou

    tambm em jornais e revistas. No seu percurso como escritor, Ramn Jimnez passou por

    duas etapas, a primeira etapa caraterizou-se por uma escrita mais sensitiva e a segunda etapa

    por uma escrita mais pura aliada a uma lrica muito intelectual. justamente na primeira

    etapa que aparece a obra Platero y Yo. Considerada a obra mais popular do autor, foi escrita

    em prosa e apresenta-se em breves captulos que recriam poeticamente a vida e morte do

    burro Platero. Erroneamente foi considerada como literatura infantil, mas na realidade uma

    obra para adultos, contudo pela sua simplicidade e transparncia, pela sua ternura e amor

    natureza adapta-se bem imaginao e ao gosto das crianas.

    Precisamente pela simplicidade da escrita, julgo tratar-se de uma obra que se adequa

    perfeitamente a alunos de espanhol de nvel I. O vocabulrio simples e at parecido, em

    grande parte, com a lngua portuguesa e as frases curtas propiciam a sua compreenso por

    parte de alunos que ainda possuem um contacto muito recente com a lngua espanhola. O

    captulo I, que aparece de seguida, apresenta-nos Platero fisicamente e psicologicamente,

  • 19

    dizendo tambm o que gosta de fazer e de comer. Deste modo este texto poderia ser

    introduzido numa unidade didtica que contemple a descrio fsica e fale do carcter.

    Propostas de atividades para trabalhar o texto:

    I Platero

    Platero es pequeo, peludo, suave; tan blando por fuera, que se dira todo de algodn,

    que no lleva huesos. Slo los espejos de azabache de sus ojos son duros cual dos escarabajos de

    cristal negro.

    Lo dejo suelto, y se va al prado, y acaricia tibiamente con su hocico, rozndolas apenas,

    las florecillas rosas, celestes, gualdas Lo llamo dulcemente: Platero?, y viene a m con un

    trotecillo alegre que parece que se re, en no s qu cascabeleo ideal

    Come cuanto le doy. Le gustan las naranjas mandarinas, las uvas moscateles, todas de

    mbar, los higos morados, con su cristalina gotita de miel

    Es tierno y mimoso igual que un nio, que una nia; pero fuerte y seco por dentro, como

    de piedra. Cuando paso sobre l, los domingos, por las ltimas callejas del pueblo, los hombres del

    campo, vestidos de limpio y despaciosos, se quedan mirndolo:

    - Tienasero

    Tiene acero. Acero y plata de luna, al mismo tiempo.5

    1 Atividade - leitura expressiva por parte dos alunos, trabalhando-se a expresso oral e a

    compreenso auditiva.

    2 Atividade - procura no texto de vocabulrio desconhecido e, com a ajuda do dicionrio, os

    alunos tentaro ver os respetivos significados.

    azabache (pedra de cor negra, que utilizada em joias e bijuterias);

    tibiamente (com pouca intensidade);

    hocico (parte mais ou menos prolongada de alguns animais, onde est a boca e o

    nariz);

    gualdas (de cor amarela);

    cascabeleo (som produzido por guizos, neste caso remete para o som produzido pelo

    trote do burro);

    despaciosos (vo lentamente);

    acero (duro, forte).

    3 Atividade - anotao das ideias principais do texto: o texto fala de Platero, de como ele ,

    o que faz s flores e o que gosta de comer.

    5 RAMN JIMNEZ, Juan, Platero y yo, ed. de Michael P. Predmore, Madrid, Ctedra, 2002 .

  • 20

    4 Atividade - fazer a descrio fsica e a descrio do carcter de Platero.

    Descripcin fsica: Platero es pequeo, peludo, suave, blando, ojos duros e negros.

    Descripcin del carcter: Platero es tierno, mimoso, fuerte e seco, tiene acero.

    5 Atividade - formar grupos de palavras.

    6 Atividade - trabalhar o verbo gostar em presente de indicativo.

    gustar: presente de indicativo

    (A m) Me gusta el prado. Me gustan las florecillas.

    (A ti) Te gusta el prado. Te gustan las florecillas.

    (A l/ella/usted) Le gusta el prado. Les gustan las florecillas.

    (A nosotros/as) Nos gusta el prado. Nos gustan las florecillas.

    (A vosotros/as) Os gusta el prado. Os gustan las florecillas.

    (A ellos/ellas/ustedes) Les gusta el prado. Les gustan las florecillas.

    Ejemplo del texto: Le gustan las naranjas mandarinas

    7 Atividade - desenhar Platero, imaginando todo o cenrio descrito no texto. Aqui o docente

    ir ter a oportunidade de descobrir se os alunos vm Platero como um burro, como um cavalo

    ou como outro animal. Aps os desenhos estabelecer-se- um dilogo para revelar a

    verdadeira identidade de Platero.

    8 Atividade - pesquisar na internet sobre a vida e obra de Juan Ramn Jimnez e elaborar

    um cartaz ilustrativo sobre o escritor para ser exposto na sala de aula.

    Colores de

    las flores

    naranjas mandarinas

    uvas moscatel

    higos morados

    Frutos

    rosas

    celestes

    gualdas

  • 21

    5.2. 8 ano Jos de Espronceda: La cancin del pirata

    Para o nvel II escolhi um poema de Jos de Espronceda, com La cancin del pirata.

    Espronceda foi um escritor da poca do Romantismo (sculo XIX), tendo mesmo sido

    considerado como o mais destacado poeta romntico espanhol. Levou uma vida poltica e

    amorosa agitada, foi desterrado, foi um exilado liberal e viveu uma paixo conturbada.

    Relativamente sua obra, cultivou a prosa narrativa, mas foi lrica que deu maior destaque.

    Os temas que cultiva prendem-se com o prazer, o amor, o desengano, a morte, a liberdade, a

    tristeza, a ptria, a contestao social, entre outros. Escreveu poemas narrativos extensos,

    como o caso de El estudiante de Salamanca e El diablo mundo; e poemas mais curtos aos

    que denominou Canciones, onde se inclui o poema La cancin del pirata. O tema deste

    poema um canto liberdade e ao eu, exalta um pirata que vive margem da sociedade,

    desprezando qualquer conveno social ou bem material, lutando pelos ideais de justia. Este

    poema um dos mais famosos da literatura espanhola, e ainda que seja mais extenso que o

    texto que referi anteriormente, apresenta uma linguagem simples e de fcil compreenso,

    tem muita sonoridade e musicalidade pelo que seria uma boa escolha para os alunos de

    espanhol de nvel II. Poderia inserir-se na unidade didtica dos contos j que o vocabulrio

    que gira em torno de piratas, do mar, das ondas, dos veleiros, do vento, permite dar asas

    imaginao dos alunos e lev-los a executar trabalhos bastante criativos.

    Propostas de atividades para trabalhar o texto:

    La cancin del pirata

    La cancin del pirata

    con diez caones por banda,

    viento en popa a toda vela,

    no corta el mar, sino vuela

    un velero bergantn;

    bajel pirata que llaman,

    por su bravura, el Temido,

    en todo el mar conocido

    del uno al otro confn.

    La luna en el mar riela,

    en la lona gime el viento

    y alza en blando movimiento

    olas de plata y azul;

    y va el capitn pirata,

    cantando alegre en la popa,

    Asia a un lado, al otro Europa,

  • 22

    y all a su frente Estambul.

    - Navega velero mo,

    sin temor,

    que ni enemigo navo,

    ni tormenta, ni bonanza,

    tu rumbo a torcer alcanza,

    ni a sujetar tu valor.

    Veinte presas

    hemos hecho

    a despecho del ingls,

    y han rendido sus pendones

    cien naciones a mis pies.

    Que es mi barco mi tesoro,

    que es mi dios la libertad,

    mi ley, la fuerza y el viento,

    mi nica patria la mar.6

    1 Atividade - leitura expressiva da cano.

    2 Atividade - procurar no dicionrio vocabulrio desconhecido.

    bergantn (tipo de navio com dois mastros)

    bajel (barco)

    confn (limites)

    riela ( que brilha com muita intensidade)

    a despecho de (em contra da vontade de algum)

    pendones (bandeiras)

    3 Atividade - decifrar o assunto do poema (um pirata que viaja pelo mundo num veleiro

    bergantim, o Temido, ao sabor das ondas, do vento e da lua, declamando liberdade pois no

    se prende sociedade j que a sua nica ptria o mar).

    4 Atividade - trabalhar a riqueza vocabular formando um grupo de palavras associadas ao

    mar.

    6 ESPRONCEDA, Jos de, El Diablo Mundo. El Pelayo. Poesas, ed. de Domingo Yndurin, Madrid, Ctedra, 1992

    mar

    pirata

    velero bergantn

    bajel pirata

    banda

    lona

    capitn

    olas

    popa

    navo

  • 23

    5 Atividade - definir o tema principal da cano a liberdade, e escrever duas frases sobre o

    que cada aluno entende por liberdade.

    6 Atividade - escrever as palavras que rimam no texto (vela/vuela/riela; Temido/conocido;

    viento/movimento; popa/Europa; mo/navo; bonanza/alcanza; temor/valor;

    hecho/despecho; pendones/naciones).

    7 Atividade - declamao do poema na sala de aula, tendo uma msica de fundo e um

    cenrio previamente preparado.

    8 Atividade - trabalho de grupo (pesquisa num livro de histria da literatura espanhola, sobre

    o autor da cano e respetiva obra).

    9 Atividade - composio de mais duas estrofes, com quatro versos cada uma, para dar

    continuidade cano. Apela-se aqui originalidade e criatividade do aluno.

    5.3. 9 ano Pedro Caldern de la Barca: La vida es sueo

    E para terminar o ciclo de estudos, no nvel III achei interessante escolher a obra de teatro

    La vida es sueo, desta vez do grande mestre Pedro Caldern de la Barca. Este escritor foi

    autor de uma vasta obra que marcou de maneira decisiva a histria do teatro espanhol.

    Escreveu autos sacramentais, zarzuelas, entremeses, comdias religiosas, de costume, de

    amor e cime, e filosficas. La vida es sueo enquadra-se numa etapa em que Caldern

    apresenta um teatro basicamente lrico, em que as personagens se elevam acima do simblico

    e do espiritual. Esta obra um drama filosfico, pertence ao movimento literrio do Barroco

    e tem como tema principal a liberdade frente ao destino, e o acreditar que dentro dos sonhos

    se pode ainda praticar o bem. Nesta h uma mistura entre o trgico e o cmico, a

    personagem principal Segismundo que se encontra prisioneiro numa torre, desde muito

    novo, porque seu pai, rei da Polnia, assim o entendeu. Vive como um homem-fera e quando

    descobre a verdadeira identidade como se tivesse passado toda a sua vida num sonho.

    Este texto ainda mais extenso que o anterior, mas parece-me ser bastante adequado para

    alunos de espanhol de nvel III, que j possuem bons conhecimentos da lngua espanhola. Este

    excerto podia incluir-se numa unidade didtica que tratasse de problemas sociais, dado que

    aqui o tema central prende-se com a condio humana. O vocabulrio relativamente

    simples e compreensvel, no necessrio saber-se o significado de todas as palavras para

    que se possa entender a histria. A leitura torna-se cativante e motivadora.

  • 24

    Propostas de atividades para trabalhar o texto:

    La vida es sueo

    Jornada Primera

    Escena II

    Segismundo

    Ay msero de m! Ay infelice!

    Apurar, cielos, pretendo,

    ya que me tratis as,

    qu delito comet

    contra vosotros naciendo;

    aunque si nac, ya entiendo

    que delito he cometido:

    bastante causa ha tenido

    vuestra justicia y rigor,

    pues el delito mayor

    del hombre es haber nacido.

    Slo quisiera saber,

    para apurar mis desvelos

    (dejando a una parte, cielos,

    el delito de nacer),

    qu ms os pude ofender,

    para castigarme ms?

    No nacieron los dems?

    Pues si los dems nacieron

    qu privilegios tuvieron

    que yo no goc jams?

    Nace el ave, y con las galas

    que le dan belleza suma,

    apenas es flor de pluma

    o ramillete con alas,

    cuando las etreas salas

    corta con velocidad,

    negndose a la piedad,

    del nido que deja en calma:

    y teniendo yo ms alma

    tengo menos libertad?

  • 25

    Nace el bruto, y con la piel

    que dibujan manchas bellas,

    apenas signo es de estrellas

    gracias al docto pincel,

    cuando atrevido y cruel,

    la humana necesidad

    le ensea a tener crueldad,

    monstruo de su laberinto:

    y yo con mejor instinto

    tengo menos libertad?

    Nace el pez, que no respira,

    aborto de ovas y lamas,

    y apenas bajel de escamas

    sobre las ondas se mira,

    cuando a todas partes gira

    midiendo la inmensidad

    de tanta capacidad

    como le da el centro fro:

    y yo con mejor albedro

    tengo menos libertad?

    Nace el arroyo, culebra

    que entre flores se desata,

    y apenas, sierpe de plata,

    entre las flores se quiebra,

    cuando msico celebra

    de las flores la piedad

    que le da la majestad

    del campo abierto a su huida:

    y teniendo yo ms vida

    tengo menos libertad?

    En llegando a esta pasin,

    un volcn, un Etna hecho,

    quisiera arrancar del pecho

    pedazos del corazn:

    qu ley, justicia o razn

    negar a los hombres sabe

    privilegio tan suave,

    excepcin tan principal,

    que Dios le ha dado a un cristal,

    a un pez, a un bruto y a un ave?7

    7 CALDERN DE LA BARCA, Pedro, La vida es sueo, ed. de Ciriaco Morn, Madrid, Ctedra, 2006

  • 26

    1 Atividade - leitura expressiva do texto.

    2 Atividade - debate sobre as ideias fundamentais do texto (estamos perante uma

    personagem, que se chama Segismundo, e que se est lamentado por ter nascido,

    interrogando-se sobre os pecados que teria cometido para ser tratado pior que um animal.

    Aproveita para nomear uma serie de animais comparando-se com eles).

    3 Atividade - contextualizao da obra e do autor, com a apresentao de um breve resumo

    da histria.

    4 Atividade - extrair do texto expresses relacionadas com a condio humana, com a

    inteno de discutir o tema da liberdade, do destino, das aes do ser humano e da condio

    precria da vida humana:

    justicia e rigor;

    el delito mayor/del hombre es haber nacido;

    teniendo yo ms alma/tengo menos libertad

    yo con mejor instinto/tengo menos libertad

    yo con mejor albedro/tengo menos libertad

    teniendo yo ms vida/tengo menos libertad

    5 Atividade - estabelecer uma relao entre a espcie humana e a espcie animal,

    aproveitado os animais que aparecem no texto (un pez, un bruto y un ave).

    6 Atividade - relembrar os pronomes interrogativos. Apresentar a interrogativa qu ms os

    pude ofender, para castigarme ms?, e pedir a los alumnos que sustituyan en la frase el

    pronombre interrogativo qu por otros (ej.: cunto os pude ofender, para castigarme ms?).

    7 Atividade - aliando a literatura ao desenho e pintura, pedir aos alunos que desenhem o

    retrato de Segismundo, conforma a ideia que cada um tenha pr-estabelecido dele. Assim, o

    docente poder verificar o que cada aluno retirou da anlise do texto literrio e at onde vai

    a imaginao e a criatividade de cada um.

    8 Atividade - encenao da cena e representao da mesma na sala de aula ou, ento, num

    evento festivo da escola.

  • 27

    6. Concluso

    A literatura espanhola apresenta um leque de escritores muito vasto, com obras que merecem

    destaque nas aulas de lngua espanhola. Ao entrar em contacto com eles o aluno tem a

    oportunidade de completar a sua formao escolar de maneira integral.

    As obras literrias podem perfeitamente ser adaptadas, seleccionando criteriosamente os

    textos e tentando adequ-los s unidades didcticas, para serem trabalhados de maneira

    proveitosa na sala de aula.

    evidente o desconhecimento dos alunos portugueses em relao histria literria

    espanhola. Contudo, aps a anlise dos inquritos, bem evidente que a maioria deles

    gostaria de encontrar nos manuais escolares textos de interesse, com a vida e obra de

    escritores.

    A literatura pode levar os alunos a fazer trabalhos extraordinrios e de extrema relevncia na

    aprendizagem da lngua.

    Cultivar a literatura um bem necessrio quer para professores, quer para alunos e deve ser

    relegada para primeiro plano.

  • 28

    II Prtica Pedaggica

    1. Contextualizao do estgio

    1.1. Introduo

    Ao ter j uma licenciatura em Lngua e Cultura Portuguesas (ensino), em que realizei o

    estgio pedaggico tradicional, achei uma ptima oportunidade realizar agora o estgio em

    Ensino do Espanhol no Bsico e no Secundrio, na medida em que atravs do contacto com a

    realidade que podemos por em ao os conhecimentos tericos que adquirimos ao longo dos

    anos de licenciatura e aprender a trabalhar na prtica.

    Para mim, um estgio pressupe um enriquecimento pessoal, acadmico e pessoal,

    contactamos com um pblico diversificado, participamos em vrias actividades, conhecemos

    a sala de aula, entramos no mundo dos alunos, tentamos ajud-los e aprendemos com eles,

    vivemos de perto a prtica pedaggica, inseridos num meio social muito vasto.

    A escolha da escola para a realizao do estgio foi ponderada. No tinha ainda tido grande

    contacto com ela mas sabia que iria encontrar um bom ambiente, com pessoas com vontade

    de trabalhar e de ajudar em tudo o que fosse necessrio. Para alm disto, esta escola tem

    instalaes muito boas, com fcil acesso s novas tecnologias de informao, dispe de todo o

    material necessrio para uma boa prtica lectiva e d apoio aos professores, uma escola

    dinmica que gosta de envolver a comunidade que est em seu redor.

    O contacto com a orientadora de estgio tambm foi importante no desenrolar do estgio

    pedaggico pois coube-lhe a ela ajudar o ncleo de estgio, orient-lo, ensin-lo e apoi-lo

    na prtica docente. Tive oportunidade de trabalhar nos trs nveis de espanhol,

    respetivamente em turmas de 7, 8 e 9 anos, o que foi muito proveitoso porque consegui por

    em prtica um leque muito vasto de contedos espanhis.

    Durante este ano letivo aproveitei esta oportunidade para aprofundar os meus conhecimentos

    da realidade escolar e afirmar a minha vocao para o ensino. Entendo, assim, que o estgio

    pedaggico uma mais-valia e torna-nos profissionais mais qualificados.

  • 29

    1.2. A Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos do Tortosendo

    O estgio pedaggico teve lugar na Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos de Tortosendo, a escola

    sede do Agrupamento de Escolas do Tortosendo.

    O Agrupamento de Escolas de Tortosendo foi constitudo em 2002 e , actualmente, composto

    por quinze estabelecimentos de ensino que incluem jardins-de-infncia, escolas de 1 ciclo e

    a Escola Bsica do 2 e 3 ciclos. As localidades que o compem encontram-se

    geograficamente prximas e partilham traos culturais e scio-econmicos. As populaes

    estavam muito ligadas indstria txtil, abundante na zona, e agora, com a crise dessa

    indstria, foram procurando emprego nas empresas sediadas no parque industrial do

    Tortosendo e em algumas confees que vo conseguindo resistir. H tambm quem se

    dedique ao pequeno comrcio ou a outras actividades como a construo civil, a panificao,

    a agricultura, a serrao e o turismo de habitao.

    Pelo referido, deduz-se que os alunos deste agrupamento pertencem maioritariamente a uma

    classe mdia-baixa. As dificuldades econmicas so grandes, h um nmero significativo de

    famlias carenciadas e at desestruturadas, cerca de quarenta por cento dos alunos auferem

    de apoio scio-econmico (escales A e B) e h tambm alunos com muitas dificuldades de

    aprendizagem, o que compreensvel tendo em conta o grau de instruo dos pais e as

    dificuldades econmicas. O Agrupamento tenta colmatar estas fragilidades facultando aos

    alunos bibliotecas, salas de estudos, apoios pedaggicos, apoio da psicloga escolar,

    implementao de Cursos de Educao e Formao, projectos Curriculares Alternativos, para

    que todos possam ter a possibilidade de se integrarem e escolherem um percurso que se lhes

    adapte.

    A maioria dos estudantes deste Agrupamento reside na Vila do Tortosendo e de

    nacionalidade portuguesa. Os alunos que frequentam o 5 e 6 anos na escola sede provm

    das escolas de primeiro ciclo do Agrupamento, sendo cerca de 350 alunos.

    A escola constituda por trs blocos onde, para alm das salas de aula e dos servios

    administrativos e directivos, importante destacar a biblioteca escolar inserida na Rede de

    Bibliotecas Escolares, uma sala TIC e uma de informtica para ocupao de tempos livres, o

    investimento em quadros interactivos que apetrecham algumas das salas de aula, sendo que

    todas dispem de computador e projector, a cantina e a sala de alunos. No entanto,

    preocupante a falta de um espao coberto para a prtica de desporto e realizao das aulas

    de educao fsica. Isso algo pelo que a escola tem vindo a lutar desde longa data, mas que

    ainda no viu concretizado.

  • 30

    No que respeita ao pessoal docente, h a referir que o quadro de professores bastante

    estvel, o nmero de professores contratados sofreu uma reduo significativa, o que permite

    uma organizao do servio e dos horrios de modo a privilegiar a continuidade pedaggica e

    caminhar no sentido de alcanar o sucesso escolar e o envolvimento com a comunidade.

    Relativamente ao pessoal no docente, embora as indicaes superiores digam que h pessoal

    a mais, a Direco manifesta opinio contrria. O nmero de assistentes operacionais com

    contrato individual de trabalho bastante significativo e no tm sido devidamente

    substitudos os operacionais que se vo reformando. Contudo, os que esto procuram fazer

    um bom trabalho e esto sempre disponveis.

    O Agrupamento tem trabalhado de maneira incansvel para diminuir os nmeros de insucesso

    e de abandono escolar, contudo ainda no conseguiu atingir os nveis desejados. A existncia

    de uma grande comunidade cigana, bem como de dois bairros de habitao social com

    famlias de fracos recursos econmicos e com fracas expectativas em relao aos seus

    educandos, tem sido o principal campo de onde so originrios os alunos que, primeiro com

    grande absentismo, abandonam posteriormente a escola. Atravs do Programa Escolhas, com

    o Projecto Quero Saber, foi definido um plano de interveno de combate ao Abandono

    Escolar, que se desmultiplica em estratgias de interveno, quer junto da comunidade

    cigana, quer junto dos bairros sociais do Tortosendo.

    Relativamente s avaliaes externas, Provas de Aferio e Exames Nacionais, os resultados

    globais do Agrupamento tm evoludo de maneira positiva, pese embora se verifique que uns

    anos a taxa de sucesso aumenta e outros desce.

    O Agrupamento foi alvo de uma avaliao interna no ano lectivo 2009/2010 e no relatrio

    apresentado pela Comisso de Auto-Avaliao foram identificados os pontos fortes e os pontos

    fracos. Alguns dos muitos pontos fortes prendem-se com os bons resultados escolares

    internos, bom ambiente entre toda a comunidade, boa organizao e realizao de

    festividades, bom clima que favorece a aprendizagem e integrao dos alunos bem como dos

    docentes contratados, grande empenho na aquisio e manuteno de novas tecnologias,

    existncia de boa cooperao, empenho e entusiasmo, bom corpo docente, pessoal

    administrativo e auxiliar e boa gesto. Quanto aos pontos fracos convm referir os resultados

    abaixo dos referentes nacionais, a falta de um gimnodesportivo e de um anfiteatro, algum

    absentismo dos docentes, poucos espaos de trabalho para os docentes, falta de salas de

    estudo para os alunos, pouca partilha de experincias e fraca expectativa das famlias em

    relao escola.

    Devido a esta avaliao foram estabelecidos objectivos para serem concretizados, os quais

    passo a citar:

  • 31

    1 Melhorar as taxas de sucesso, aproximando-as das taxas a nvel nacional e se possvel

    ultrapass-las;

    2 - Promover a formao integral dos alunos;

    3 - Promover o envolvimento da Comunidade Educativa na escola;

    4 - Melhorar a aplicao do regime de autonomia e gesto;

    5 - Promover a segurana, preservar e requalificar os espaos escolares;

    6 - Promover uma cultura de avaliao interna e sistematizada (Projeto Educativo do Agrupamento de

    Escolas de Tortosendo,2011-2014: 66)

    O Agrupamento preocupa-se com a formao do seu corpo docente e no-docente e, assim,

    defende a constituio de uma equipa de formadores que elabore um Plano de Formao do

    Agrupamento e que assegure a maior parte dessa formao para os seus docentes e no

    docentes.

    Figura 4 Escola Bsica 2/3 de Tortosendo

    1.3. Caracterizao das turmas

    A minha prtica pedaggica no Agrupamento de Escolas do Tortosendo desenvolveu-se em

    trs turmas de nveis diferentes, uma de stimo ano, outro de oitavo ano e uma outra de

    nono ano. Todos os alunos com quem contatei so muito diferentes e com caractersticas

    pessoais muito prprias, notei que um grande nmero apresenta dificuldades de concentrao

    e de aprendizagem, embora todos gostem de participar e de dar a sua opinio.

  • 32

    Comeando por caracterizar a turma A, do stimo ano, comeo por dizer que esta turma

    constituda por vinte alunos, na sua maioria de sexo masculino, e todos frequentam a

    disciplina de Espanhol.

    A turma tem um elevado nmero de alunos carenciados, sessenta por cento, e o agregado

    familiar dos mesmos apresenta um baixo nvel de escolaridade. Apenas quinze por cento dos

    alunos (trs alunos) tm pelo menos o pai ou a me com uma licenciatura e trinta por cento

    (seis alunos) tm o pai ou a me com o ensino secundrio.

    uma turma bastante heterognea onde existem nveis de aprendizagem claramente

    diferentes. No geral, os alunos no apresentam hbitos de estudo e no so pontuais. Para

    alm disto, apresentam dificuldades de ateno e de compreenso. Os alunos gostam de

    participar e mostram-se interessados e curiosos.

    A turma tem um aluno com NEE e um outro aluno hiperativo com grandes dificuldades

    emocionais que influenciam determinantemente o desempenho cognitivo.

    A turma do oitavo B formada por vinte e dois alunos, havendo um equilbrio entre o nmero

    de alunos de sexo masculino e os de sexo feminino, e todos frequentam a disciplina de

    Espanhol. Os alunos tm idade compreendida entre os doze e os quinze anos.

    O agregado familiar composto, na maioria, por pai, me e irmos, e apresenta um baixo

    grau de escolaridade, apenas cinco alunos tm pai ou me com licenciatura e sete tm pai ou

    me com o ensino secundrio.

    Quase todos os alunos tm uma opinio formada sobre a profisso que desejam ter e, no

    geral, so profisses que requerem estudos universitrios. Todos tm computador e acesso

    internet e, nos tempos livres, a grande maioria prefere ocup-los vendo televiso.

    A turma apresenta hbitos de estudo e os alunos gostam da escola. H tambm um aluno

    hiperactivo e um outro com epilepsia. Quanto ao aproveitamento de referir que oito alunos

    ficaram retidos.

    Quanto turma A, do nono ano, composta por dezasseis alunos, quase todos do sexo

    masculino, com idades compreendidas entre os catorze e os quinze anos e a maioria reside

    nos arredores do Tortosendo. Apenas dois alunos j ficaram retidos, todos os outros obtiveram

    sempre aproveitamento. No geral, a disciplina a que tm maiores dificuldades no Ingls e as

    disciplinas preferidas so a Matemtica, a Educao Fsica e a Educao Visual.

    O agregado familiar destes alunos apresenta um baixo nvel de escolaridade, apenas dois

    alunos tm pai ou me com licenciatura e, em quase todos os casos, este agregado familiar

    constitudo por quatro pessoas.

  • 33

    A turma pouco pontual e um pouco barulhenta, contudo os alunos gostam de participar na

    sala e mostram-se interessados.

    2. Atividade letiva

    2.1. Introduo

    O meu grupo de estgio, constitudo por trs elementos, fez a sua primeira apario na Escola

    Bsica 2/3 do Tortosendo no dia um de setembro de dois mil e onze, apresentmo-nos aos

    elementos do conselho executivo e nossa orientadora, a professora Ana Gabriela Baptista.

    Foram-nos dadas a conhecer as instalaes assim como o pessoal administrativo e auxiliar e,

    aps algumas formalidades, participamos numa reunio geral onde constou todo o corpo

    docente. Nesta reunio ficamos a conhecer o calendrio escolar, o projeto educativo e como

    iria decorrer o ano lectivo, fomos tambm apresentadas aos colegas, bem como, aos outros

    grupos de estgio.

    Neste dia reunimos com a orientadora com o intuito de estabelecer um plano de trabalho

    anual e por perodos letivos. Fomos informadas dos nossos deveres e dos nossos direitos

    enquanto estagirias, estabelecemos as datas e as turmas em que iriamos trabalhar,

    ajudmos a construir o plano anual de atividades e ficamos a conhecer todas as turmas da

    orientadora, ajudamos tambm a construir as planificaes a longo e a mdio prazo para as

    turmas do 7, 8 e 9 anos.

    Estas reunies continuaram ao longo de todo o ano lectivo, era a que expnhamos as nossas

    dvidas, comentvamos as aulas assistidas seis aulas por cada perodo), apresentvamos e

    trocvamos materiais, falvamos dos pontos a melhorar no leccionamento das aulas, enfim

    aproveitvamos ao mximo para aprender sempre mais. Para alm das reunies com a

    orientadora participamos tambm nas reunies de departamento e nas reunies gerais.

    Durante o estgio mantivemos sempre contacto com a supervisora da UBI, a professora Noem

    Prez, reunimos com ela para comentar as aulas assistidas e para debater os pontos fortes e

    pontos fracos de cada uma de ns.

    O estgio foi estimulantes porque pude exercer a minha prtica em diferentes nveis de

    ensino (stimo, oitavo e nonos anos de escolaridade), em diferentes turmas com alunos que

    apresentam caractersticas muito prprias, pude construir os meus prprios materiais,

    apresentar as minhas ideias, planificar os contedos das aulas e participar ativamente na vida

    escolar. Outro estmulo foi o bom ambiente que encontrmos na escola e tambm as boas

  • 34

    condies de trabalho. Quanto s condicionantes que podero ter surgido apenas de referir

    que enquanto estagiria tambm fui trabalhadora e, ao incio, receei que se tornasse um

    entrave para o meu papel de docente estagiria mas, tal, no se verificou porque pude

    conciliar muito bem a minha carreira profissional com a acadmica. No geral, esta prtica

    pedaggica foi muito positiva e enriquecedora.

    Durante o ano letivo lecionei um total de dezoito aulas, de quarenta minutos cada, que se

    distriburam de maneira igual pelo primeiro, segundo e terceiro perodos. Planifiquei aulas

    para o 7 A, para o 8 B e tambm para o 9 A. Seguidamente, apresenta uma planificao,

    com a respetiva descrio da aula e os materiais utilizados em cada um de estes anos.

    2.2. Planificaes

    2.2.1. Alfabeto y nacionalidades

    A primeira turma onde comecei a lecionar foi o 7 A, no primeiro perodo lectivo. Comecei

    ento por trabalhar com o nvel I, de Espanhol. Como foi logo no incio do ano letivo, a

    matria apresentada na aula corresponde unidade 1, do manual Prisma Comienza, da

    Edinumen. Esta unidade diz respeito ao alfabeto, aos adjetivos de nacionalidade e aos

    nmeros, sendo que a planificao que de seguida apresento remete para o alfabeto e para os

    adjetivos de nacionalidade. A aula foi preparada com ponderao e atempadamente, foi feita

    uma planificao para uma aula de noventa minutos, uma descrio pormenorizada daquilo

    que iria ser feito durante esse tempo e elaborao de materiais prprios. Para a apresentao

    dos contedos tive o auxlio do manual, do quadro, de distribuio de fotocpias, do

    computador e tambm do projetor.

    De seguida, apresento os respetivos materiais:

    - Planificao da aula;

    - Descrio da aula;

    - Materiais.

  • 35

    Unidad I/ Manual Prisma Comienza A1

    Objetivos Generales

    Objetivos Funcionales Contenidos Gramaticales

    Contenidos Lexicales

    Contenidos Culturales

    Destrezas/ Metodologa

    Materiales Tiempo

    Desarrollar competencias generales de comunicacin en la lengua espaola de uso cotidiano; Profundizar el conocimiento de su propia realidad sociocultural con el confronto con aspectos de la cultura espaola; Aprender a reflexionar acerca de la adecuacin y correccin de la lengua usada de

    Conocer las letras del alfabeto; Escuchar los sonidos de las letras; Pronunciar correctamente el alfabeto; Identificar cada letra; Escribir correctamente cada letra; Asociar el sonido a la letra correspondiente; Recordar o aprender nombres de pases; Visualizar el mapamundi; Repasar los pases hispanohablantes; Aprender la formacin del gnero y del nmero en adjetivos;

    El alfabeto; Gnero y nmero en adjetivos.

    Nombres comunes; Nombres de pases; Adjetivos de nacionalidad.

    Los pases hispanohablantes

    Visualizacin de diapositivas; Comprensin auditiva; Expresin oral y escrita; Comprensin lectora; Interaccin oral; Ejercicios de aplicacin y consolidacin.

    Libro del alumno, Prisma Comienza A1 (Edinumen); Fichas de trabajo; Ordenador; Proyector; Diapositivas; Pizarra.

    90 minutos

    UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR

    NCLEO DE ESTGIO DE ESPANHOL

    ESTAGIRIA ANA LCIA HENRIQUES

    AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO TORTOSENDO ESPAOL I Curso 7 A

    2011/2012

    PLAN DE AULA FECHA: 21/10/11

  • 36

    acuerdo con el contexto en que aparece; Comprender textos orales y escritos de complexidad adecuada a su capacidad lingstica, psicolgica y social.

    Dar una opinin; Debatir ideas; Conocer los adjetivos de nacionalidad de diferentes pases; Identificar la nacionalidad.

  • 37

    Profesora: Ana Lcia Correia Henriques Curso: 7 A

    Fecha: viernes, 21 de octubre de 2012 Tiempo: 90 minutos

    Unidad Didctica 1 Tema: Alfabeto/ Nacionalidades

    Sumario: El alfabeto y los sonidos. Leccin n 13 y 14 Adjetivos de nacionalidad. Hora: 8h40m 10h10m Ejercicios de consolidacin. Sala: 09

    Descripcin Destrezas que se atiende en la clase

    - Los alumnos entrarn en la sala de clase y nos saludaremos mutuamente.

    - Abrir la leccin escribiendo el sumario en la pizarra y los alumnos abrirn

    respectivamente sus cuadernos para escribirlo. Mientras tanto aprovechar

    para hacer el registro de presencias y de material.

    - Para motivar a los alumnos empezar con un ejercicio auditivo. Los

    alumnos abrirn el manual Prisma A1, en la pgina once, y harn el ejercicio

    1, que consiste en escuchar el alfabeto y despus intentar pronunciarlo. Aqu

    tendrn un primer contacto con las letras y los sonidos.

    - Despus empezar un dilogo con todo el grupo y les preguntar:

    Crees que el alfabeto espaol es muy diferente del portugus?

    Cules son las diferencias que encuentras?

    Y los sonidos, qu te parece?

    Con esta conversacin pretendo que cada alumno pueda reflexionar sobre

    la temtica y sea capaz de deducir algunas informaciones as como

    practiquen la oralidad.

    - De seguida, para reforzar esta parte del alfabeto, les ensenar unas

    diapositivas que contienen el alfabeto (diapositivas 1 y 2) destacando las

    grafas diferentes del portugus (ll/ ). Puesto esto, los alumnos harn unos

    ejercicios de prctica, el primero consistir en escribir el nombre de las letras

    (diapositiva 4), el segundo se fijar en escribir la letra junto al respectivo

    nombre (diapositiva 5). Ensear como se deletrean nombres variados

    (diapositiva 6) y despus sern los alumnos a deletrear (diapositiva 7). Para

    Expresin oral

    Expresin escrita

    Comprensin auditiva

    Comprensin lectora

    AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO TORTOSENDO

    ESPAOL I

    7 Curso 2011/2012

    Descripcin del contexto de la clase

  • 38

    consolidar esta materia los alumnos visualizarn ms una vez cada letra del

    alfabeto pero asociadas a un nombre que empieza por referida letra

    (diapositiva 8 hasta la 38). Todos los ejercicios hechos sern corregidos en

    clase en su momento propio.

    - Para reforzar el aprendizaje escucharemos una cancin titulada El

    Abecedario Espaol (diapositivas 39), repartir una ficha de trabajo por

    cada uno y ellos al escuchar la cancin tendrn que completar los espacios

    en blanco con las palabras correspondiente. Se har la correccin oralmente

    y visualizando la diapositiva 40.

    - Terminaremos esta parte con la concretizacin del ejercicio 2.2., pgina

    once del libro.

    - Conociendo ya las letras, hablaremos de los pases y de las nacionalidades

    (gentlicos).

    - Dar una explicacin acerca de la formacin del masculino/ femenino,

    singular/ plural de los adjetivos, que en este caso especfico sern los

    adjetivos de nacionalidad, y la concretizar escribiendo en la pizarra la

    informacin fundamental.

    - Proyectar una serie de diapositivas relacionadas con diversos pases.

    - Empezar por ensearles un mapa con el nombre de los pases

    hispanohablantes (diapositiva 2), aqu los alumnos estarn haciendo un

    repaso de contenidos ya dados, y seguidamente presentar un cuadro con

    esos pases y sus respectivos adjetivos de nacionalidad en gnero masculino/

    femenino y en nmero singular/ plural (diapositivas 3 y 4). Distribuir una

    ficha de trabajo con estas nacionalidades y los alumnos las completarn

    solamente con el adjetivo masculino/ singular porque los restantes quedarn

    para trabajo de casa. Dando continuacin a la temtica, visualizaremos el

    mapa mundo (diapositiva 5) y ms dos cuadros con los gentilicios de otros

    pases (diapositivas 6 y 7).

    - Si el tiempo permitir, haremos el ejercicio 3.2., de las pginas doce y trece

    del manual. Aqu aprovechar para introducir la construccin Yo creo que +

    opinin, que permitir que estos opinen sobre determinados asuntos.

    - La clase ser dada por terminada cuando suene el timbre y nos

    despediremos.

  • 39

    Materiais:

    Diapositivos com o alfabeto

  • 40

    Cano do abecedrio

  • 41

    Ficha de trabalho para completar a cano do abecedrio

    Escucha la cancin con atencin y completa los espacios en blanco.

    EL ABECEDARIO ESPAOL

    Eres un buen ________________ Y te voy a demostrar

    Que si t le pones ganas Lo vas a __________________

    Tienes que _____________ conmigo Y poner mucha atencin

    Este es el _________________ En el ____________ espaol

    A B C D ___ ___ ___

    ___ I J ___ L M

    N ___ ___ ___ ___ R S T U ___

    ___ ___ ___ ___ Este es el abecedario

    Lo tienes que _____________ Vengan todos a cantarlo

    Aprendamos a _________ Te invito a que te lo aprendas

    Y esto lo hago por tu bien Hay que volver a cantarlo

    Y lo tienes que ______________ A B C D

    ___ ___ ___ ___ I J ___ L M

    N ___ ___ ___ ___ R S T U ___

    ___ ___ ___ ___ Buen trabajo! (Cancin retirada de: www.youtube.com)

    AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO

    TORTOSENDO

    Espaol I

    7 curso 2011/2012

    Ficha de Trabajo

  • 42

    Esquema para o quadro

    GNERO Y NMERO EN ADJETIVOS DE NACIONALIDAD

    Los adjetivos son palabras que acompaan a los sustantivos y siempre concuerdan en

    gnero y nmero con ellos.

    Los Adjetivos de Nacionalidad o Gentilicios sealan un lugar de origen o nacionalidad.

    El gnero del adjetivo puede ser masculino o femenino y el nmero singular o plural.

    Gnero - atendiendo al gnero hay dos tipos de adjetivos:

    Adjetivos de dos terminaciones: son los que diferencian el gnero mediante las

    terminaciones. Masculino Argentino Femenino Argentina

    Adjetivos de una sola terminacin: son aquellos que utilizan una misma forma para los

    dos gneros. Masculino/ Femenino Belga

    Normalmente la marca de masculino es cuando la palabra termina en _o y de

    femenino cuando la palabra termina en _a. Pero hay excepciones en el masculino:

    espaol/portugus/alemn/ (palabras que terminan en consonante).

    Nmero - indica si dicho adjetivo se refiere a un nico ser (singular) o a varios (plural).

    Cuando el adjetivo termina en vocal se aade una s. Ej.: Suizo Suizos

    Cuando el adjetivo termina en consonante, se aade la slaba -es. Ej.: Ingls - Ingleses

    Los adjetivos que acaban en - acentuada suelen formar el plural aadiendo -es. Ej.:

    Iraqu Iraques

    Los adjetivos terminados en - acentuada pueden formar el plural aadiendo -es. Ej.:

    Hind Hindes

  • 43

    Diapositivos sobre os gentlicos

  • 44

  • 45

  • 46

  • 47

    Ficha de trabalho sobre as nacionalidades

    Nacionalidades

    Escribe las nacionalidades de los siguientes pases:

    Espaa ____________________

    Guinea ____________________

    Cuba ____________________

    Repblica Dominicana ____________________

    Puerto Rico ____________________

    Venezuela ____________________

    Colombia ____________________

    Ecuador ____________________

    Paraguay ____________________

    Uruguay ____________________

    Argentina ____________________

    Mxico ____________________

    Guatemala____________________

    El Salvador ____________________

    Honduras ____________________

    Nicaragua ____________________

    Costa Rica ____________________

    Panam____________________

    Per ____________________

    Bolivia ____________________

    AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO TORTOSENDO

    Espaol I

    7 curso 2011/2012

    Ficha de Trabajo

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    Chile ____________________

    Portugal ____________________

    Francia____________________

    Inglaterra ____________________

    Blgica ____________________

    Suiza ____________________

    Holanda ____________________

    Alemania____________________

    Rusia ____________________

    Italia ____________________

    Grecia ____________________

    Marruecos ____________________

    Brasil ____________________