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UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Artes e Letras
Relatrio de Estgio
A Literatura nos manuais e no Programa de Espanhol de
3 Ciclo
Ana Lcia Correia Henriques
Relatrio para obteno do Grau de Mestre em
Ensino do Portugus no 3 Ciclo do Ensino Bsico e no Ensino Secundrio e de Espanhol nos Ensinos Bsico e Secundrio
Orientador: Prof. Doutor Jos Henrique Manso
Covilh, Junho de 2012
ii
Dedicatria
Pelo esforo, pela compreenso, pela motivao e por todo o carinho demonstrado ao longo
deste rduo percurso, dedico este trabalho ao meu marido Ivo, ao meu filho Guilherme e
minha famlia mais chegada. So eles que me do energia e felicidade e que esto sempre
presentes em todos os momentos da minha vida.
iii
Agradecimentos
Durante o meu percurso acadmico vrias foram as pessoas que sempre estiveram dispostas a
ajudar. Assim, comeo por agradecer primeiramente s minhas queridas amigas de curso
Catarina e Jlia, seguidamente agradeo ao Professor Doutor Jos Henrique Manso pela sua
disponibilidade e orientao, bem como, Professora Noem Prez. No posso deixar de
agradecer tambm minha orientadora de estgio Ana Gabriela Batista e um agradecimento
especial ao Professor Doutor Gabriel Magalhes pela sua amabilidade e disponibilidade em me
ajudar na concretizao deste trabalho.
iv
Resumo
Praticar a leitura em lngua espanhola e conhecer mais acerca da sua histria literria um
problema com que os docentes se debatem diariamente nas suas aulas. A falta de materiais
de apoio, sobretudo tendo manuais escolares com lacunas graves, leva muitas vezes a que o
docente esquea os contedos literrios, relegando-os para segundo plano. importante que
as editoras e tambm os docentes entendam a literatura como algo construtivo e
enriquecedor e compreendam que, atravs dela, o aluno entra em contacto com a lngua e
com o povo espanhol e aprende no s a ler, mas tambm a escrever. A literatura faz o ser
humano sonhar, imaginar e criar.
Palavras-chave
Literatura espanhola; manual escolar; programa de espanhol; escritores e obras; professor;
aluno.
Resumen
Practicar la lectura en lengua espaola y conocer ms acerca de su historia literaria es un
problema con que los profesores se debaten diariamente en sus clases. La falta de materiales
de apoyo, sobretodo habiendo manuales escolares con errores graves, lleva muchas veces a
que el profesor olvide los contenidos literarios, colocando-los en segundo lugar. Es importante
que las editoras y tambin los profesores entiendan la literatura como algo constructivo y
enriquecedor y comprendan que, a travs de ella, el alumno entra en contacto con la lengua
y la gente espaola, aprendiendo no slo a leer como tambin a escribir. La literatura lleva el
ser humano a soar, a imaginar y a crear.
Palavras-chave
Literatura espaola; manual escolar; programa de espaol; escritores y obras; profesor;
alumno.
v
ndice
I A Literatura nos Manuais e no Programa de Espanhol de 3 Ciclo
1. Introduo........................................................................................... 1
1.1 Objetivos e metodologia de trabalho................................................... 2
1.2 Definio do cnone literrio............................................................ 3
2. O texto literrio no Programa de Espanhol..................................................... 6
3. A abordagem dos manuais aos temas literrios................................................ 9
4. Estudo de caso: os conhecimentos literrios dos alunos de Espanhol do 9 ano..........12
4.1. Inqurito...................................................................................12
4.2. Resultados e anlise.....................................................................14
5. Propostas de novas abordagens do texto literrio............................................18
5.1. 7 ano Juan Ramn Jimnez: Platero y yo.......................................18
5.2. 8 ano Jos de Espronceda: La cancin del pirata..............................21
5.3. 9 ano Pedro Caldern de la Barca: La vida es sueo..........................23
6. Concluso............................................................................................27
II Prtica Pedaggica
1. Contextualizao do estgio......................................................................28
1.1. Introduo.................................................................................28
1.2. A Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos do Tortosendo.....................................29
1.3. Caracterizao das turmas..............................................................31
2. Atividade letiva.....................................................................................33
2.1. Introduo.................................................................................33
2.2. Planificaes..............................................................................34
2.2.1. Alfabeto y nacionalidades..................................................34
2.2.2. El antes y el ahora...........................................................49
2.2.3. Alma sana en cuerpo sano..................................................57
2.2.4. Caras vemos, corazones no sabemos......................................63
2.3. Reflexo sobre as aulas observadas....................................................68
3. Atividades extracurriculares......................................................................69
3.1. Fundamentao e planificao.........................................................69
3.2. Atividades realizadas.....................................................................74
4. Aes de formao.................................................................................76
Bibliografia..............................................................................................78
vi
Lista de Figuras
Figura 1 Capa do Programa de Espanhol
Figura 2 Manuais Escolares Prisma Comienza, Contina, Progresa da Edinumen
Figura 3 Manuais Escolares Espaol 1, Espaol 2, Espaol 3, da Porto Editora
Figura 4 Escola Bsica 2/3 do Tortosendo
Figura 5 - Diapositivo de uma apresentao de PowerPoint
Figura 6 - Diapositivo do PowerPoint El Da de los Muertos
Figura 7 Cartaz do Da de los Reyes
Figura 8 - Certificado de Cursos de Formao para Professores de Espanhol
Figura 9 - Certificado da formao Apresentao dos Novos Projetos - Espanhol 7. ano - Nvel
1
1
I A Literatura nos Manuais e no Programa de
Espanhol de 3Ciclo
1. Introduo
A literatura faz parte da realidade de um pas, atravs dela podemos conhecer a histria de
vrias pocas e contactar com autores magnficos. Ela faz-nos pensar, sonhar, imaginar,
descrever e criar, leva-nos por campos desconhecidos e desperta em ns sentimentos
adormecidos.
Ler um prazer e uma maneira de cultivarmos os nossos conhecimentos e de nos auto-
educarmos, por isso, importante que os docentes de espanhol incutam nos seus alunos o
gosto pela leitura de obras de autores que tiveram um papel fundamental na literatura.
A minha experincia profissional alertou-me para a problemtica da quase inexistncia de
textos literrios, de autores que tiveram a sua importncia na histria literria de Espanha,
nos manuais escolares do 3 ciclo. Para mim e para os meus alunos seria muito enriquecedor
trabalhar textos literrios de variados gneros e autores de nacionalidade espanhola. Seria
uma maneira de praticarmos a lngua e tambm de conhecermos melhor o pas.
Para alm disso sempre importante relembrar o seguinte:
Leer es un quehacer importante. Una necesidad, si no quieres ser estril como un arenal. El
tiempo que dedicas a la lectura lo inviertes muy positivamente. Es rentable siempre.
Un libro puede ser ms o menos atractivo o interesante, pero siempre tiene una sorpresa.
Empezar un libro es una pequea aventura (Mundo Nuevo 8, 1977:6).
2
1.1. Objetivos e metodologia de trabalho
Este trabalho, como o prprio ttulo indica, tem como objetivo principal apresentar um
estudo aprofundado da presena da literatura nos manuais de lngua espanhola adoptados
pelas escolas portuguesas nos trs nveis de ensino (I, II, III) de espanhol, no 3 ciclo do ensino
bsico.
Convm referir que os manuais aqui analisados remetem somente para aqueles que eu
conheo e com os quais trabalho quer a nvel profissional, quer a nvel do estgio pedaggico.
Assim, os manuais escolares em causa tm os seguintes ttulos: Espanhol 1, Espanhol 2 e
Espanhol 3, da Porto Editora (uma editora portuguesa), e Prisma Comienza, Prisma Contina
e Prisma Progresa, da Editorial Edinumen (uma editora espanhola).
Como a introduo da lngua espanhola no sistema educativo portugus ainda relativamente
recente, os primeiros manuais a serem construdos carecem, de facto, de aspectos relevantes
e essenciais para o ensino desta lngua. Particularmente, no campo da literatura h ainda um
longo caminho a percorrer, visto que esta parte integrante da cultura fica relegada para
segundo plano.
Para alm dos manuais, terei tambm como instrumento de trabalho o programa do 3 ciclo
do ensino bsico, estipulado pelo Ministrio da Educao, e a apresentao de um estudo
sobre os conhecimentos de literatura espanhola dos alunos que estudam a lngua espanhola.
Este estudo ser feito com base num inqurito passado nas turmas de 9 ano de escolaridade,
em diferentes estabelecimentos de ensino. Optei por passar este inqurito nas turmas de 9
ano porque frequentam o nvel III de Espanhol e encontram-se em final de ciclo.
Este trabalho procurar definir ainda o cnone literrio espanhol e averiguar o que nos diz o
programa de espanhol do 3 ciclo do ensino bsico no que diz respeito ao texto literrio. Farei
ainda o tratamento de dados relativos s respostas dos alunos dadas no inqurito e, por
ltimo, a apresentao de novas propostas de estudo da literatura para os trs anos de
escolaridade, 7, 8 e 9 anos.
Este trabalho centra-se na realizao de um estudo literrio, focando somente escritores de
nacionalidade espanhola, pondo de parte os que nasceram em pases hispano-americanos.
Acredito que de extrema importncia que os alunos portugueses, estudantes da lngua
espanhola, estabeleam um contacto regular com a literatura espanhola e adquiram
conhecimentos sobre os autores mais importantes de cada poca. A anlise de textos
literrios de vrios tipos (narrativas, poesia, teatro) traz benefcios em todos os sentidos para
o estudante e torna-o mais autnomo na aprendizagem completa de uma nova lngua.
3
Posto isto, pretendo abrir novos horizontes no estudo da lngua espanhola e conseguir que a
literatura no fique esquecida nas aulas de Espanhol. Bem sei que o estudo desta lngua, em
Portugal, apresenta um carcter mais funcional, mas, mesmo assim, penso que seria mais
enriquecedor se os estudantes adquirissem conhecimentos literrios, de uma maneira geral.
1.2. Definio do cnone literrio
Ao falar de escritores e das suas obras pertinente conhecermos, de uma maneira geral, a
histria da literatura espanhola para podermos ver aqueles autores que realmente tiveram
maior importncia e se destacaram com as suas obras. Assim, aps uma leitura exaustiva
sobre esta matria, defini em traos breves alguns autores que julgo importantes e que
considero como fazendo parte integrante do cnone literrio espanhol. No pretendo de
forma alguma apresentar uma definio exaustiva deste cnone, mas sim dar uma viso geral,
j que muitssimos so os escritores que surgem neste campo.
Comeando pelos primrdios, a Idade Mdia, comeo por assinalar o poema narrativo
intitulado Poema de Mio Cid, datado de incios do sculo XIV e assinado por Per Abbat, foi
considerado uma obra perfeita e de grande beleza.
O primeiro poeta espanhol de nome conhecido foi Gonzalo de Berceo que escreveu a obra
Milagros que, como o prprio nome indica, uma narrao de milagres feitos pela Virgem.
Aparece a obra de Alfonso X, grande responsvel pela criao da prosa castelhana, legando-
nos obras de carter histrico como a Estoria de Espaa, ou a General Estoria, ou de cariz
lrico como as Cantigas en loor de Santa Mara que, entre outras fontes, se inspira nos
referidos Milagros. Ainda no sculo XIV encontramos a poesia do Chanceler Lpez de Ayala,
com Crnicas, e o Arcipreste de Hita, com o Libro de Buen Amor. D. Juan Manuel foi
considerado o grande mestre da prosa espanhola deste sculo e a sua obra fundamental foi o
Libro del Conde Lucanor.
Entramos no sculo XV, um sculo definido pela renovao e pelo tradicionalismo, onde
surgem poetas como Juan de Mena com obras como El Laberinto de Fortuna e Jorge
Manrique, que o nico poeta maior, com Coplas. No campo da prosa, surgem o Arcipreste
de Talavera, com Corbacho; Diego de San Pedro, com Crcel de Amor; e Fernando de Rojas, a
quem se atribui a to conhecida La Celestina, facto que no pode ser comprovado.
J no sculo XVI, poca do Renascimento, so de destacar os seguintes autores: Juan Boscn;
Garcilaso de la Vega, conhecido como o inventor da linguagem potica do Renascimento
espanhol e paralelamente do espanhol moderno; Frei Luis de Len, um seguidor de Garcilaso,
autor de La perfecta Casada; Santa Teresa que escreveu o Libro de la vida, e S. Joo da Cruz,
4
com Llama de amor viva. Mas a mais simblica obra desta poca , sem dvida, La vida de
Lazarillo de Tormes, de autoria desconhecida, vista como a maior novidade na novelstica
espanhola. No campo do teatro encontramos Lope de Rueda, introdutor do motivo da mulher
vestida de homem com a comdia Los engaados.
No Barroco maravilhamo-nos com a poesia do grande sonetista Luis de Gngora, cujos sonetos
cultivam o carpe diem e o locus amoeus, por um lado, e, por outro, cultivam o lado obscuro,
como por exemplo em Soledades. Neste perodo destacamos ainda o poeta intensificador da
realidade Francisco de Quevedo, que escreveu um importante livro de ndole satrica, Sueos.
No campo da novela surge o ilustre Miguel Cervantes de Saavedra que apresenta o mais alto
cume da literatura espanhola com a sua obra Don Quijote. Harold Bloom, autor do famoso O
Cnone Ocidental, equipara Cervantes a Shakespeare, afirmando o seguinte:
[] tinha em comum com ele a universalidade do seu gnio, e o nico par possvel () no Cnone
Ocidental () somente Cervantes e Shakespeare ocupam a mais alta eminncia num determinado
pormenor: nunca podemos passar frente deles, pois eles j esto sempre nossa frente (Bloom,
2011: 124).
No teatro temos nomes de referncia como Lope de Vega, criador da Comdia Nova, com
Fuente Ovejuna; Tirso de Molina, com El burlador de Sevilla; e Pedro Caldern de la Barca,
que escreveu to brilhantemente La vida es sueo e La devocin de la cruz.
No Neoclassicismo, perodo mais racionalista no qual o pensamento prevalece em relao
imaginao, aparecem no campo potico nomes como Nicols Fernndez de Moratn,
Melndez Valds e Manuel Jos Quintana. No teatro de mencionar Leandro de Moratn, com
El s de las nias.
Passamos, ento, ao sculo XIX. No teatro destacam-se o Duque de Rivas, com Don lvaro o la
fuerza del sino; e Jos Zorrilla, com Don Juan Tenorio. Na poesia encontramos o grande lrico
do Romantismo Jos de Espronceda e, na prosa, Mariano Jos Larra que escreveu artigos
jornalsticos de cariz poltico, de crtica literria e de costumes, sendo a sua obra de maior
relevo Vuelva usted maana.
Na poesia ps-romntica de grande importncia Gustavo Adolfo Bcquer, que escreveu
Rimas e tido como um autor profundamente original; e Rosala de Castro, escritora que
contribuiu para o renascimento da lngua literria galega, ao escrever Cantares Gallegos.
Na poca que se apelidou por Realismo/Naturalismo encontramos autores que tm em comum
o interesse pela sociedade contempornea e a preocupao pela objetividade. Assim,
assinalamos Benito Prez Galds, grande mentor da primeira gerao realista, com Fortunata
y Jacinta, Miau e Nazarn; e Leopoldo Alas, mais conhecido por Clarn, com La Regenta, obra
que o colocou no topo da literatura espanhola.
5
O Modernismo veio trazer a procura pela beleza e d-nos a conhecer autores como Manuel
Machado (Sevilla y otros poemas) e Ruben Daro. Depois, na Gerao de 98, de destacar
Miguel Unamuno, considerado a verdadeira alma de 98, que escreveu em prosa Niebla e La tia
Tula e em poesia Cristo Velsquez; Jos Martnez Ruiz,o clebre Azorn, que escreveu, entre
outras obras, La voluntad; Po Baroja, que apresenta uma vasta obra, escrevendo Camino de
Perfeccin; e Jacinto de Benavente que escreveu, por ejemplo, La noche del sbado. Nesta
poca surgem dois autores que tanto tm de Modernismo como de Gerao de 98: Ramn
Mara de Valle-Incln, um autor muito talentoso, na sua obra h um especial interesse pelo
poema Esperpento, o teatro Cenizas e Comdias Brbaras; e Antonio Machado com Soledades
e Poesas Completas. Na transio entre o Modernismo e a Gerao de 27 surge Juan Ramn
Jimnez com Rimas, Eternidades e a narrativa lrica marcada pela ternura e pelo amor
natureza Platero y yo.
Segue-se a denominada Gerao de 27, em que aparecem uma srie de autores muito
importantes. Falamos de Pedro Salinas, com uma poesia bastante intelectualizada que visa
fazer transparecer o lado oculto das coisas; Jorge Guilln, chamado de poeta puro, o seu livro
de poesia mais importante intitula-se Cntico; Gerardo Diego, com uma poesia vanguardista e
tradicional, destacam-se Imagen, Manual de Espumas e Biografa Incompleta; Vicente
Aleixandre, autor de obras como mbito, Historia del corazn e Poemas de la consumicin;
Federico Garcia Lorca, cuja obra est fortemente marcada pela obsesso da morte,
destacam-se Primer romancero gitano, Poeta en Nueva York e La casa de Bernarda Alba;
Dmaso Alonso, com Hijos de la ira; Luis Cernuda, cujo tema central da sua poesia a
oposio entre o sujeito potico e o mundo exterior, como se verifica em La realidade y el
deseo; e Rafael Alberti, que escreveu Marinero en Tierra e, a sua obra-prima, Sobre los
ngeles.
Relativamente aos poetas da chamada poesia social, encontramos nomes como Miguel
Hernndez, Jos Hierro, Blas de Otero e Pedro Gimferrer. Dentro da narrativa temos Camilo
Jos Cela, destacando-se, por exemplo, a sua obra intitulada La Colmena; Miguel Delibes,
com La sombra del ciprs es alargada o Los santos inocentes; e, por ltimo, Gonzalo Torrente
Ballester, com Los gozos y las sombras.
Todos os autores aqui mencionados formam o cnone da literatura espanhola, mas h alguns
autores mais recentes que, no fazendo parte do cnone, conquistaram um lugar de
destaque, como o caso de nomes como Ana Mara Matute, Carmen Laforet, Rafael Snchez
Ferlosio, Juan Jos Mills, entre outros.
6
2. O texto literrio no Programa de Espanhol
O Ministrio da Educao portugus estabelece como dimenses essenciais para a educao o
desenvolvimento de aptides, aquisio de conhecimentos e apropriao de atitudes e
valores. Neste sentido o programa de espanhol contempla [] a construo de aprendizagens
significativas tanto no domnio dos conhecimentos como das atitudes, valores e
competncias.1
No que diz respeito componente lingustica, o programa diz que a lngua um meio de
comunicao que serve para transmitir e receber informao diversificada, [] ao aprender
uma lngua, no se adquire nica e exclusivamente um sistema de signos mas,
simultaneamente, os significados culturais que os signos comportam, i. e., o modo de
interpretar a realidade.2
Na verdade, reconhece-se no programa que [] o aluno que inicia a aprendizagem de uma
lngua estrangeira tem, pois, diante de si um poderoso meio de desenvolvimento pessoal, de
integrao social, de aquisio cultural e de comunicao.3 Ou seja, aprender uma lngua
no implica somente saber comunicar, mas implica tambm conhecer a sociedade, a cultura e
as tradies desse pas. Tal facto s comprova que a literatura deve ocupar um lugar de
destaque no campo da aprendizagem de uma lngua, pois, com a leitura e estudo de textos
literrios, conhecemos a realidade de um pas. Por outro lado, o contacto com outras lnguas
permite um melhor conhecimento da prpria lngua materna e mais, o contacto com outras
culturas, quer atravs da lngua quer atravs de uma abordagem intercultural, permite o
respeito por outras formas de pensar e de atuar, dando lugar construo de uma viso mais
ampla e rica da realidade.
Este programa de Espanhol favorece a metodologia comunicativa, o aluno o centro da
aprendizagem, sendo que esta metodologia composta por cinco competncias que se
complementam entre elas: a lingustica, a discursiva, a estratgica sociocultural e a
sociolingustica. A aquisio da lngua estrangeira caracteriza-se por uma construo criativa
em que o aluno pe em prtica tudo aquilo que adquire. Importa o que se aprende, mas
tambm o como se aprende.
O aluno o centro desta aprendizagem e mediante as suas necessidades que o docente
deve trabalhar, deste modo o programa [] no se apresenta apenas como um conjunto de
contedos a aprender, mas antes pretende ser instrumento regulador de prtica educativa,
1 Programa de Espanhol. Programa e Organizao Curricular, Ensino Bsico 3 Ciclo, Lisboa, Departamento da Educao Bsica, 1997, p. 5. 2 Ibidem, p. 5. 3 Ibidem, p. 5.
7
contendo flexibilidade e abertura que permitam corresponder s necessidades e interesses
dos alunos e s condies em que decorra a prtica pedaggica.4
O programa apresenta, ento, as seguintes finalidades:
Proporcionar o contacto com outras lnguas e culturas, assegurando o domnio de
aquisies e usos lingusticos bsicos;
Favorecer o desenvolvimento da conscincia de identidade lingustica e cultural, atravs
do confronto com a lngua estrangeira e a(s) cultura(s) por ela veiculada(s);
Promover a educao para a comunicao enquanto fenmeno de interao social, como
forma de incrementar o respeito pelo(s) outro(s), o sentido da entreajuda e da cooperao,
da solidariedade e da cidadania;
Promover o desenvolvimento equilibrado de capacidades cognitivas e scio-afetivas,
esttico-culturais e psicomotoras;
Promover a estruturao da personalidade do aluno pelo continuado estmulo ao
desenvolvimento da autoconfiana, do esprito de iniciativa, do sentido crtico, da
criatividade, do sentido de responsabilidade, da autonomia;
Fomentar uma dinmica intelectual que no se confine escola nem ao tempo presente,
facultando processos de aprender a aprender e criando condies que despertem o gosto por
uma atualizao permanente de conhecimentos (Programa de Espanhol,1997: 8).
Como objetivos gerais pretende-se que, ao longo do 3 ciclo, a disciplina de Espanhol
proporcione aos alunos condies que lhe permitam adquirir as competncias bsicas de
comunicao na lngua espanhola, e estas passam por compreender textos orais e escritos, de
carcter diversificado, e por construir enunciados orais e escritos. Pretende-se tambm que
os alunos valorizem a lngua espanhola em relao s demais lnguas e saibam apreciar as
vantagens que proporciona o seu conhecimento; para alm de tudo isto, os alunos devem
conhecer a grande variedade lingustica de Espanha e valorizar a sua riqueza idiomtica e
cultural.
Passando proposta de contedos para a lngua espanhola, o programa preocupou-se em
apresentar contedos de cariz diversificado, que devem aparecer ao longo das diferentes
unidades didticas, com atividades variadas e em distintos momentos. Estes contedos
distribuem-se pelos domnios da compreenso oral, da expresso oral, da compreenso
escrita, da expresso escrita, da reflexo sobre a lngua e a sua aprendizagem, e dos aspetos
socioculturais.
No que concerne ao texto literrio, pois dele que este captulo fala, ao analisar o programa
verifica-se que o mesmo no especifica concretamente o que deve ser apresentado e
trabalhado. O programa diz que, no domnio da compreenso escrita, deve dar-se importncia
compreenso de textos relacionados com as atividades desenvolvidas na sala de aula;
4 Ibidem, p. 6.
8
compreenso global de textos escritos, tais como artigos de revistas, textos humorsticos ou
literrios, entre outros; compreenso, pormenorizada, das informaes mais relevantes dos
textos anteriormente referidos; utilizao de variadas estratgias de leitura; identificao
de diferentes tipos de textos; identificao da ideia principal de um texto; diferenciao
da ideia principal em relao s secundrias; deduo de hipteses sobre os diferentes
significados do texto; identificao de convenes lingusticas e sociais nos textos escritos;
identificao e distino de caractersticas dos textos descritivos e narrativos;
identificao e contraste entre a ortografia das palavras da lngua materna, da lngua
estrangeira I e do espanhol; deduo, tendo em conta o contexto, do significado de
vocabulrio desconhecido; identificao de palavras semelhantes, comparando com a lngua
materna, com a lngua estrangeira I e com o espanhol; e utilizao seletiva do dicionrio. J
no que diz respeito s atitudes, neste domnio, os alunos devero interessar-se pela leitura
autnoma de textos escritos na lngua espanhola, e desenvolver a capacidade de
compreender globalmente os textos, sem necessidade de compreender cada um dos
elementos do mesmo.
No domnio da expresso escrita, o programa define procedimentos orientados para a escrita
de textos narrativos, descritivos e expositivos de pequenas dimenses; para a produo de
textos escritos simples, que apresentem uma introduo, um desenvolvimento e uma
concluso; para a organizao, coerente e coesa, das ideias expressas; e para a escrita de
textos de dificuldade progressiva, gramaticalmente corretos.
Apesar de este programa no destacar mais a literatura fundamental frisar que todos os
procedimentos descritos, bem como as atitudes, podem ser adquiridos e trabalhados atravs
da leitura de textos literrios e atravs do conhecimento da vida e obra dos escritores
espanhis mais clebres.
Seria extremamente positivo que, aquando da reviso curricular e reformulao do programa,
o Ministrio da Educao desse um pouco mais de ateno a este campo, pois ler uma porta
aberta para o contacto com a lngua estrangeira que se aprende e, por outro lado, estimula
no s a produo escrita como tambm a produo oral/comunicativa; ler proporciona uma
imagem da realidade, da sociedade e da cultura de um pas em diferentes pocas.
Figura 1 Capa do Programa de Espanhol
9
3. A abordagem dos manuais aos temas literrios
O objectivo deste trabalho , por um lado, tentar aproximar os estudantes de lngua
espanhola respectiva literatura, contribuindo assim para o desenvolvimento da competncia
social e cultural dos mesmos, e, por outro, ajudar a construir a sua competncia literria.
mais do que sabido que atravs da literatura os alunos aprendem a ler, a imaginar e,
consequentemente, comeam a criar.
A literatura uma maneira de ver a realidade, ela ajuda ao desenvolvimento do pensamento
e criao de leitores crticos, sendo assim indiscutvel o importante valor pedaggico dos
textos literrios. importante que o estudante de espanhol esteja em contacto com a lngua
real e isso possvel atravs do contacto comunicativo com os nativos ou, ento, atravs da
leitura de textos literrios.
Os professores que ensinam a lngua espanhola tm o dever de lutar para que a componente
literria no fique esquecida nas suas aulas. Atualmente, numa aula de lngua estrangeira
valoriza-se mais a aquisio de contedos do que propriamente a competncia intelectual, e
esta maneira de ver o ensino deve mudar, pois a literatura passou para segundo plano nas
aulas de espanhol.
Falemos, ento, da literatura e dos manuais. Ora, no basta escolher um escritor ao acaso e
introduzi-lo num manual. No, este processo de escolha de textos e autores para fazerem
parte dos manuais deve ter em conta o nvel de ensino que o aluno frequenta para que, ao
entrar em contacto com esses textos, o aluno os possa compreender e interpretar. Deste
modo, bvio que os textos literrios devem ser alvo de uma rigorosa seleo, bem como os
autores, podendo esses textos sofrer uma ligeira adaptao. Devem escolher-se textos
simples, quer na sintaxe, quer no vocabulrio, e que apelem sensibilidade do aluno.
Os textos a introduzir nos manuais escolares devem ser variados, indo de excertos de obras
narrativas, passando pela poesia e tambm por peas teatrais. O intuito no apenas ler
esses textos mas trabalh-los na sala de aula, permitindo que os alunos fiquem a conhecer a
obra e tambm o autor.
Felipe B. Pedraza Jimnez, a respeito do papel da literatura nas aulas de lngua estrangeira,
vinca os seguintes parmetros:
1 La literatura debe estar presente en la clase de espaol para extranjeros en todos sus niveles. Es
conveniente y provechoso para el proceso de aprendizaje de la lengua y para la asimilacin de la
cultura;
10
2 Los textos han de ser modelos de lengua actual, sin arcasmos, sin complejidades sintcticas
inusuales, con un vocabulario comn y propio del habla cotidiana. Esta premisa nos obliga y
autoriza a adaptar levemente las obras de otras pocas.
3 Poesa lrica, canciones, literatura oral, relatos clsicos y vanguardistas, cuentos y novelas de
hoy nos ofrecen textos adecuados para atender las necesidades de todo tipo de los alumnos. Basta
elegirlos con tino (Felipe B. Pedraza Jimnez,1996: 66).
Os textos literrios podem servir para diversas atividades e fomentam a criatividade dos
alunos. Com a literatura podemos contar, narrar, imaginar histrias, descrever personagens,
paisagens, acontecimentos, feitos, etc.. Trabalhar esses textos nas aulas estar a trabalhar
com um material puro, natural.
Entrando agora na anlise que fiz da presena de textos literrios nos manuais escolares da
Porto Editora e da Edinumen, os resultados no foram muito animadores. Todos os manuais,
pertencentes aos diferentes nveis de ensino do bsico, apresentam uma literatura muito
escassa e, na maior parte dos casos, desadequada no que respeita transmisso de
conhecimentos literrios.
No manual escolar Espaol 1, da Porto Editora, os poucos autores de origem espanhola que
aparecem so Fina Casalderrey, Rosa Montero, Luca Baquedano, Francisco Jos Garcia
Gallardo, Carmen Rico-Godoy, Bernardo Atxaga e Rafael Alberti. So escritores que, tirando
Rafael Alberti, no tm grande peso na histria da literatura espanhola. No manual escolar
Espanhol 2, tambm da Porto Editora, aparecem textos de Elvira Lindo, Arturo Prez-Reverte
e Alejandro Vallejo-Ngera. Neste nvel de ensino mdio esperava-se um contacto mais
aprofundado com a realidade literria. Finalmente, no manual escolar Espaol 3, os alunos
contactam com nomes como Luca Baquedano e Alejandro Vallejo-Ngera, Dolores de Soler-
Espiauba, Carmen Rico-Godoy, Agustn Fernndez Paz e, de maneira muito breve, com Miguel
de Cervantes e Camilo Jos Cela. Ora, feita esta anlise, de concluir que os autores que
pertencem ao cnone literrio espanhol ficam, na sua maioria, esquecidos nestes manuais,
para alm de que o nmero de textos em cada manual muito escasso e so pouco
aproveitados, sendo na sua maioria textos narrativos.
Passando ao manual Prisma Comienza, da editora Edinumen, encontramos escritores como
Juan Jos Mills e Gonzalo Torrente Ballester; no Prisma Contina aparece Lope de Vega,
Gonzalo Torrente Ballester, Antonio Machado, Federico Garcia Lorca, Don Juan Manuel, Luca
Etxebarra, Ana Mara Matute, Rafael Snchez Ferlosio, Jos Agustn Goytisolo e Ricardo Lon;
e, finalmente, no Prisma Progresa, encontramos Juan Jos Mills, Juan Ramn Jimnez,
Carmen Rigalt e Jos Luis Sampedro. Esta editora j privilegia mais a literatura e contempla
muitos escritores que tiveram grande peso em diferentes perodos literrios. No entanto, os
textos literrios dos autores referidos no surgem no manual escolar do aluno, mas no livro do
11
professor. So materiais que o professor tem de fornecer aos alunos para estes fiquem a
conhecer aqueles autores.
curioso verificar que entre estas duas editoras h uma grande diferena no tratamento que
do aos escritores, nos manuais escolares. A editora Edinumen, que espanhola, apresenta
muito mais escritores pertencentes ao cnone literrio do que a Porto Editora, que uma
editora portuguesa. O destaque dado pela Edinumen bem maior que o da Porto Editora.
Em suma, importa pensarmos na literatura como uma parte fundamental para a aquisio de
competncias quando estudamos uma lngua estrangeira. As editoras devem repensar os
manuais escolares de lngua espanhola e devem esforar-se por integrar textos de qualidade e
autores de renome, bem como desenvolver actividades cativantes e que despertem a
criatividade dos alunos.
Figura 2 Manuais Escolares Prisma Comienza, Contina, Progresa da Edinumen
Figura 3 Manuais Escolares Espaol 1, 2, 3 da Porto Editora
12
4. Estudo de caso: os conhecimentos literrios
dos alunos de Espanhol de 9 ano
Foi feito um estudo de caso para dar a conhecer o nvel de conhecimentos literrios que os
alunos portugueses, que frequentam a disciplina de espanhol, possuem.
O pblico-alvo foram os alunos do 9 ano do ensino bsico que tm a disciplina de espanhol e
foi aplicado um inqurito que, posteriormente, foi devidamente analisado como veremos nos
pontos que vm a seguir.
O nmero de participantes que responderam s questes foram trinta e quatro e pertencem a
duas escolas, de concelhos diferentes. O inqurito est composto por seis questes, sendo
que a ltima requer uma opinio pessoal.
4.1. Inqurito
INQURITO DESTINADO A ALUNOS DA DISCIPLINA DE ESPANHOL DO 9 ANO DO ENSINO BSICO
Este inqurito tem como finalidade fazer um estudo estatstico dos conhecimentos
literrios a nvel geral dos alunos que frequentam a disciplina de espanhol e que se
encontram no 9 ano do ensino bsico. Antes de comear a escrever leia com ateno as
questes que lhe so colocadas e, de seguida, responda com a maior sinceridade possvel.
Indique o nome do manual que utiliza na disciplina de espanhol. _________________________
Escreva o nome da escola que frequenta. _____________________________________________
1. Dos seguintes escritores assinale se conhece ou no: Sim No
Federico Garcia Lorca
Rafael Snchez Ferlosio
Rafael Alberti
Benito Prez Galds
Ana Mara Matute
13
Miguel Unamuno
Gustavo Adolfo Bcquer
Camilo Jos Cela
2. Dos autores espanhis acima mencionados que conhece, indique o nome de uma obra.
__________________________________________________________________________
3. J leu e analisou textos de escritores espanhis nas aulas de Espanhol?
Sim No
4. Indique o nome de um escritor espanhol que tenha recebido o Prmio Nobel da
Literatura.
__________________________________________________________________________
5. Considera importante ter acesso a mais literatura nas aulas de espanhol?
Sim No
6. Como gostaria que fosse apresentada a literatura nos manuais escolares? D a sua
opinio.
__________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Obrigada pela sua participao!
14
4.2. Resultados e anlise
A seguinte anlise, feita com a ajuda de grficos, apresenta a resposta dada pelos alunos a
cada uma das questes, de referir que o total de alunos corresponde a trinta e quatro e que
estes frequentam o 9 ano de escolaridade.
1. Dos seguintes escritores assinale se conhece ou no.
Federico Garcia Lorca
10
24
Conhece
No conhece
Rafael Snchez Ferlosio
4
30
Conhece
No conhece
Rafael Alberti
8
26
Conhece
No conhece
Benito Prez Galds
3
31
Conhece
No conhece
Ana Mara Matute
4
30
Conhece
No conhece
Miguel Unamuno
3
31
Conhece
No conhece
Gustavo Adolfo Bcquer
6
28
Conhece
No conhece
Camilo Jos Cela
12
22
Conhece
No conhece
15
Olhando para o grfico fica bem claro que a maioria dos alunos inquiridos possui poucos
conhecimentos literrios pois, no geral, prevalece o no conhecimento dos escritores
apresentados. Dos escritores apresentados o mais conhecido Camilo Jos Cela, em que doze
alunos dizem saber quem , e como menos conhecidos aparecem Benito Prez Galds e
Miguel Unamuno, apenas trs alunos dizem conhec-los.
Nesta questo optei por no colocar o nome de Cervantes pois, sendo considerado o expoente
mximo da literatura espanhola, queria que os alunos tivessem oportunidade de contactar
com outros grandes nomes e ver at que ponto lhes eram conhecidos. estranho concluir que
alguns destes escritores, como o caso de Federico Garcia Lorca, Rafael Snchez Ferlosio,
Rafael Alberti e Ana Mara Matute, mesmo aparecendo nos manuais escolares, no so
conhecidos pelos alunos. Por outro lado, o desconhecimento de escritores como Bcquer e
Galds, ambos pertencentes ao sculo XIX, pode dever-se ao distanciamento da poca em que
estes escritores viveram. Porm, no se compreende como que um escritor como Miguel
Unamuno, que viveu no sculo XX e deixou um legado importante, no conhecido na classe
estudantil.
2. Dos autores acima mencionados que conhece, indique o nome de uma obra.
1
17
7
9La familia de Pascual Duarte, de Camilo Jos Cela
No sabe
No respondeu
Resposta incorreta
Neste grfico circular vemos que apenas um aluno conhece uma obra de um escritor,
dezassete diz no saber, sete deles optaram por no responder e nove responderam, mas de
maneira errada, uns apresentaram obras portuguesas e outros referiram o manual escolar
Espaol 3, da Porto Editora. Os que responderam obras portuguesas referiram o escritor Gil
Vicente, talvez por saberem que tambm escreveu obras em lngua espanhola. de assinalar
positivamente o facto de haver um aluno que sabe reconhecer um grande escritor Prmio
Nobel da Literatura e que conhece uma obra sua.
16
3. J leu e analisou textos de escritores espanhis nas aulas de Espanhol?
27
7
Sim
No
Na terceira questo a maioria dos alunos respondeu que sim, que j leu e analisou textos de
escritores espanhis nas aulas de Espanhol, sendo que apenas sete dos trinta e quatro alunos
responderam que no. Mas mesmo assim do a entender que, embora tenham analisado os
textos, pouco ficou sobre o autor e a sua obra. Claro que neste campo depende da escolha
que o docente faz para apresentar nas suas aulas.
4. Indique o nome de um escritor espanhol que tenha recebido o Prmio Nobel da
Literatura.
3
14
6
11Camilo Jos Cela
No sabe
No respondeu
Resposta incorreta
Mais uma vez a maior parte dos alunos, catorze, no consegue mencionar nenhum escritor
espanhol que tenha sido honrado com o Prmio Nobel da Literatura, somente trs alunos
acertaram num dos escritores possveis dizendo Camilo Jos Cela. Onze alunos responderam
incorretamente questo e curioso saber que, destes, grande parte deles responderam Jos
Saramago, talvez porque conhecem a vida e obra deste grande escritor e sabem
perfeitamente que viveu muitos anos em Espanha, que casou com uma espanhola e que tem
obras suas traduzidas em lngua espanhola.
pertinente, perante esta nomeao de Saramago, despertar nos docentes a ideia de se fazer
uma ligao literria entre Portugal e Espanha e vice-versa. Seria cativante que os docentes
inclussem nas suas aulas tanto literatura espanhola como literatura portuguesa j que muitas
17
vezes elas se relacionam e os alunos teriam oportunidade de ampliar o seu leque de
conhecimentos literrios.
5. Considera importante ter acesso a mais literatura nas aulas de Espanhol?
29
5
Sim
No
Vinte e nove, dos trinta e quatro alunos inquiridos, consideram importante o acesso a mais
literatura nas salas de aula da disciplina de espanhol. Talvez estes alunos sintam falta nos
manuais escolares de contedos diferentes, motivadores e cativantes, que complementem
toda a parte de vocabulrio corrente e de gramatica a que esto expostos diariamente nas
aulas de espanhol.
6. Como gostaria que fosse apresentada a literatura nos manuais escolares? D a sua
opinio?
30
4
Respondeu
No respondeu
Aqui, as respostas foram variadas, mas interessante descobrir que grande parte destes
alunos gostaria que aparecessem excertos de textos de escritores espanhis em cada unidade
didtica, que fossem cativantes e divertidos, com atividades para trabalhar na sala de aula e
que aparecesse tambm um pouco da vida e obra desses mesmos escritores.
Aps esta anlise detalhada dos inquritos a concluso a que se chega no muito positiva
nem animadora. No geral, os estudantes que frequentam a disciplina de espanhol conhecem
18
muito pouco a histria da literatura espanhola, no so capazes de nomear escritores e
associ-los s suas obras, ainda que estudem textos literrios nas aulas.
Um aspeto positivo a retirar que grande parte deles considera que a literatura importante
para a formao e, alm disso, gostariam que os manuais apresentassem textos de escritores
espanhis importantes.
5. Proposta de novas abordagens do texto
literrio
Para colmatar as falhas que os manuais escolares apresentam no campo literrio achei por
bem apresentar novas abordagens desta temtica dando primazia escolha do escritor, do
texto literrio, das actividades para trabalhar o mesmo e da unidade didtica em que se pode
introduzir.
5.1. 7 ano Juan Ramn Jimnez: Platero y yo
Para o nvel I optei pelo escritor Juan Ramn Jimnez e a sua obra Platero y Yo. Juan Ramn
Jimnez foi um escritor do sculo XX, ganhou o Prmio Nobel da Literatura em 1956.
Primeiramente quis ser pintor, depois estudou Direito por imposio do seu pai, mas foi na
escrita que encontrou a sua vocao. Escreveu vrias obras em prosa e em verso e colaborou
tambm em jornais e revistas. No seu percurso como escritor, Ramn Jimnez passou por
duas etapas, a primeira etapa caraterizou-se por uma escrita mais sensitiva e a segunda etapa
por uma escrita mais pura aliada a uma lrica muito intelectual. justamente na primeira
etapa que aparece a obra Platero y Yo. Considerada a obra mais popular do autor, foi escrita
em prosa e apresenta-se em breves captulos que recriam poeticamente a vida e morte do
burro Platero. Erroneamente foi considerada como literatura infantil, mas na realidade uma
obra para adultos, contudo pela sua simplicidade e transparncia, pela sua ternura e amor
natureza adapta-se bem imaginao e ao gosto das crianas.
Precisamente pela simplicidade da escrita, julgo tratar-se de uma obra que se adequa
perfeitamente a alunos de espanhol de nvel I. O vocabulrio simples e at parecido, em
grande parte, com a lngua portuguesa e as frases curtas propiciam a sua compreenso por
parte de alunos que ainda possuem um contacto muito recente com a lngua espanhola. O
captulo I, que aparece de seguida, apresenta-nos Platero fisicamente e psicologicamente,
19
dizendo tambm o que gosta de fazer e de comer. Deste modo este texto poderia ser
introduzido numa unidade didtica que contemple a descrio fsica e fale do carcter.
Propostas de atividades para trabalhar o texto:
I Platero
Platero es pequeo, peludo, suave; tan blando por fuera, que se dira todo de algodn,
que no lleva huesos. Slo los espejos de azabache de sus ojos son duros cual dos escarabajos de
cristal negro.
Lo dejo suelto, y se va al prado, y acaricia tibiamente con su hocico, rozndolas apenas,
las florecillas rosas, celestes, gualdas Lo llamo dulcemente: Platero?, y viene a m con un
trotecillo alegre que parece que se re, en no s qu cascabeleo ideal
Come cuanto le doy. Le gustan las naranjas mandarinas, las uvas moscateles, todas de
mbar, los higos morados, con su cristalina gotita de miel
Es tierno y mimoso igual que un nio, que una nia; pero fuerte y seco por dentro, como
de piedra. Cuando paso sobre l, los domingos, por las ltimas callejas del pueblo, los hombres del
campo, vestidos de limpio y despaciosos, se quedan mirndolo:
- Tienasero
Tiene acero. Acero y plata de luna, al mismo tiempo.5
1 Atividade - leitura expressiva por parte dos alunos, trabalhando-se a expresso oral e a
compreenso auditiva.
2 Atividade - procura no texto de vocabulrio desconhecido e, com a ajuda do dicionrio, os
alunos tentaro ver os respetivos significados.
azabache (pedra de cor negra, que utilizada em joias e bijuterias);
tibiamente (com pouca intensidade);
hocico (parte mais ou menos prolongada de alguns animais, onde est a boca e o
nariz);
gualdas (de cor amarela);
cascabeleo (som produzido por guizos, neste caso remete para o som produzido pelo
trote do burro);
despaciosos (vo lentamente);
acero (duro, forte).
3 Atividade - anotao das ideias principais do texto: o texto fala de Platero, de como ele ,
o que faz s flores e o que gosta de comer.
5 RAMN JIMNEZ, Juan, Platero y yo, ed. de Michael P. Predmore, Madrid, Ctedra, 2002 .
20
4 Atividade - fazer a descrio fsica e a descrio do carcter de Platero.
Descripcin fsica: Platero es pequeo, peludo, suave, blando, ojos duros e negros.
Descripcin del carcter: Platero es tierno, mimoso, fuerte e seco, tiene acero.
5 Atividade - formar grupos de palavras.
6 Atividade - trabalhar o verbo gostar em presente de indicativo.
gustar: presente de indicativo
(A m) Me gusta el prado. Me gustan las florecillas.
(A ti) Te gusta el prado. Te gustan las florecillas.
(A l/ella/usted) Le gusta el prado. Les gustan las florecillas.
(A nosotros/as) Nos gusta el prado. Nos gustan las florecillas.
(A vosotros/as) Os gusta el prado. Os gustan las florecillas.
(A ellos/ellas/ustedes) Les gusta el prado. Les gustan las florecillas.
Ejemplo del texto: Le gustan las naranjas mandarinas
7 Atividade - desenhar Platero, imaginando todo o cenrio descrito no texto. Aqui o docente
ir ter a oportunidade de descobrir se os alunos vm Platero como um burro, como um cavalo
ou como outro animal. Aps os desenhos estabelecer-se- um dilogo para revelar a
verdadeira identidade de Platero.
8 Atividade - pesquisar na internet sobre a vida e obra de Juan Ramn Jimnez e elaborar
um cartaz ilustrativo sobre o escritor para ser exposto na sala de aula.
Colores de
las flores
naranjas mandarinas
uvas moscatel
higos morados
Frutos
rosas
celestes
gualdas
21
5.2. 8 ano Jos de Espronceda: La cancin del pirata
Para o nvel II escolhi um poema de Jos de Espronceda, com La cancin del pirata.
Espronceda foi um escritor da poca do Romantismo (sculo XIX), tendo mesmo sido
considerado como o mais destacado poeta romntico espanhol. Levou uma vida poltica e
amorosa agitada, foi desterrado, foi um exilado liberal e viveu uma paixo conturbada.
Relativamente sua obra, cultivou a prosa narrativa, mas foi lrica que deu maior destaque.
Os temas que cultiva prendem-se com o prazer, o amor, o desengano, a morte, a liberdade, a
tristeza, a ptria, a contestao social, entre outros. Escreveu poemas narrativos extensos,
como o caso de El estudiante de Salamanca e El diablo mundo; e poemas mais curtos aos
que denominou Canciones, onde se inclui o poema La cancin del pirata. O tema deste
poema um canto liberdade e ao eu, exalta um pirata que vive margem da sociedade,
desprezando qualquer conveno social ou bem material, lutando pelos ideais de justia. Este
poema um dos mais famosos da literatura espanhola, e ainda que seja mais extenso que o
texto que referi anteriormente, apresenta uma linguagem simples e de fcil compreenso,
tem muita sonoridade e musicalidade pelo que seria uma boa escolha para os alunos de
espanhol de nvel II. Poderia inserir-se na unidade didtica dos contos j que o vocabulrio
que gira em torno de piratas, do mar, das ondas, dos veleiros, do vento, permite dar asas
imaginao dos alunos e lev-los a executar trabalhos bastante criativos.
Propostas de atividades para trabalhar o texto:
La cancin del pirata
La cancin del pirata
con diez caones por banda,
viento en popa a toda vela,
no corta el mar, sino vuela
un velero bergantn;
bajel pirata que llaman,
por su bravura, el Temido,
en todo el mar conocido
del uno al otro confn.
La luna en el mar riela,
en la lona gime el viento
y alza en blando movimiento
olas de plata y azul;
y va el capitn pirata,
cantando alegre en la popa,
Asia a un lado, al otro Europa,
22
y all a su frente Estambul.
- Navega velero mo,
sin temor,
que ni enemigo navo,
ni tormenta, ni bonanza,
tu rumbo a torcer alcanza,
ni a sujetar tu valor.
Veinte presas
hemos hecho
a despecho del ingls,
y han rendido sus pendones
cien naciones a mis pies.
Que es mi barco mi tesoro,
que es mi dios la libertad,
mi ley, la fuerza y el viento,
mi nica patria la mar.6
1 Atividade - leitura expressiva da cano.
2 Atividade - procurar no dicionrio vocabulrio desconhecido.
bergantn (tipo de navio com dois mastros)
bajel (barco)
confn (limites)
riela ( que brilha com muita intensidade)
a despecho de (em contra da vontade de algum)
pendones (bandeiras)
3 Atividade - decifrar o assunto do poema (um pirata que viaja pelo mundo num veleiro
bergantim, o Temido, ao sabor das ondas, do vento e da lua, declamando liberdade pois no
se prende sociedade j que a sua nica ptria o mar).
4 Atividade - trabalhar a riqueza vocabular formando um grupo de palavras associadas ao
mar.
6 ESPRONCEDA, Jos de, El Diablo Mundo. El Pelayo. Poesas, ed. de Domingo Yndurin, Madrid, Ctedra, 1992
mar
pirata
velero bergantn
bajel pirata
banda
lona
capitn
olas
popa
navo
23
5 Atividade - definir o tema principal da cano a liberdade, e escrever duas frases sobre o
que cada aluno entende por liberdade.
6 Atividade - escrever as palavras que rimam no texto (vela/vuela/riela; Temido/conocido;
viento/movimento; popa/Europa; mo/navo; bonanza/alcanza; temor/valor;
hecho/despecho; pendones/naciones).
7 Atividade - declamao do poema na sala de aula, tendo uma msica de fundo e um
cenrio previamente preparado.
8 Atividade - trabalho de grupo (pesquisa num livro de histria da literatura espanhola, sobre
o autor da cano e respetiva obra).
9 Atividade - composio de mais duas estrofes, com quatro versos cada uma, para dar
continuidade cano. Apela-se aqui originalidade e criatividade do aluno.
5.3. 9 ano Pedro Caldern de la Barca: La vida es sueo
E para terminar o ciclo de estudos, no nvel III achei interessante escolher a obra de teatro
La vida es sueo, desta vez do grande mestre Pedro Caldern de la Barca. Este escritor foi
autor de uma vasta obra que marcou de maneira decisiva a histria do teatro espanhol.
Escreveu autos sacramentais, zarzuelas, entremeses, comdias religiosas, de costume, de
amor e cime, e filosficas. La vida es sueo enquadra-se numa etapa em que Caldern
apresenta um teatro basicamente lrico, em que as personagens se elevam acima do simblico
e do espiritual. Esta obra um drama filosfico, pertence ao movimento literrio do Barroco
e tem como tema principal a liberdade frente ao destino, e o acreditar que dentro dos sonhos
se pode ainda praticar o bem. Nesta h uma mistura entre o trgico e o cmico, a
personagem principal Segismundo que se encontra prisioneiro numa torre, desde muito
novo, porque seu pai, rei da Polnia, assim o entendeu. Vive como um homem-fera e quando
descobre a verdadeira identidade como se tivesse passado toda a sua vida num sonho.
Este texto ainda mais extenso que o anterior, mas parece-me ser bastante adequado para
alunos de espanhol de nvel III, que j possuem bons conhecimentos da lngua espanhola. Este
excerto podia incluir-se numa unidade didtica que tratasse de problemas sociais, dado que
aqui o tema central prende-se com a condio humana. O vocabulrio relativamente
simples e compreensvel, no necessrio saber-se o significado de todas as palavras para
que se possa entender a histria. A leitura torna-se cativante e motivadora.
24
Propostas de atividades para trabalhar o texto:
La vida es sueo
Jornada Primera
Escena II
Segismundo
Ay msero de m! Ay infelice!
Apurar, cielos, pretendo,
ya que me tratis as,
qu delito comet
contra vosotros naciendo;
aunque si nac, ya entiendo
que delito he cometido:
bastante causa ha tenido
vuestra justicia y rigor,
pues el delito mayor
del hombre es haber nacido.
Slo quisiera saber,
para apurar mis desvelos
(dejando a una parte, cielos,
el delito de nacer),
qu ms os pude ofender,
para castigarme ms?
No nacieron los dems?
Pues si los dems nacieron
qu privilegios tuvieron
que yo no goc jams?
Nace el ave, y con las galas
que le dan belleza suma,
apenas es flor de pluma
o ramillete con alas,
cuando las etreas salas
corta con velocidad,
negndose a la piedad,
del nido que deja en calma:
y teniendo yo ms alma
tengo menos libertad?
25
Nace el bruto, y con la piel
que dibujan manchas bellas,
apenas signo es de estrellas
gracias al docto pincel,
cuando atrevido y cruel,
la humana necesidad
le ensea a tener crueldad,
monstruo de su laberinto:
y yo con mejor instinto
tengo menos libertad?
Nace el pez, que no respira,
aborto de ovas y lamas,
y apenas bajel de escamas
sobre las ondas se mira,
cuando a todas partes gira
midiendo la inmensidad
de tanta capacidad
como le da el centro fro:
y yo con mejor albedro
tengo menos libertad?
Nace el arroyo, culebra
que entre flores se desata,
y apenas, sierpe de plata,
entre las flores se quiebra,
cuando msico celebra
de las flores la piedad
que le da la majestad
del campo abierto a su huida:
y teniendo yo ms vida
tengo menos libertad?
En llegando a esta pasin,
un volcn, un Etna hecho,
quisiera arrancar del pecho
pedazos del corazn:
qu ley, justicia o razn
negar a los hombres sabe
privilegio tan suave,
excepcin tan principal,
que Dios le ha dado a un cristal,
a un pez, a un bruto y a un ave?7
7 CALDERN DE LA BARCA, Pedro, La vida es sueo, ed. de Ciriaco Morn, Madrid, Ctedra, 2006
26
1 Atividade - leitura expressiva do texto.
2 Atividade - debate sobre as ideias fundamentais do texto (estamos perante uma
personagem, que se chama Segismundo, e que se est lamentado por ter nascido,
interrogando-se sobre os pecados que teria cometido para ser tratado pior que um animal.
Aproveita para nomear uma serie de animais comparando-se com eles).
3 Atividade - contextualizao da obra e do autor, com a apresentao de um breve resumo
da histria.
4 Atividade - extrair do texto expresses relacionadas com a condio humana, com a
inteno de discutir o tema da liberdade, do destino, das aes do ser humano e da condio
precria da vida humana:
justicia e rigor;
el delito mayor/del hombre es haber nacido;
teniendo yo ms alma/tengo menos libertad
yo con mejor instinto/tengo menos libertad
yo con mejor albedro/tengo menos libertad
teniendo yo ms vida/tengo menos libertad
5 Atividade - estabelecer uma relao entre a espcie humana e a espcie animal,
aproveitado os animais que aparecem no texto (un pez, un bruto y un ave).
6 Atividade - relembrar os pronomes interrogativos. Apresentar a interrogativa qu ms os
pude ofender, para castigarme ms?, e pedir a los alumnos que sustituyan en la frase el
pronombre interrogativo qu por otros (ej.: cunto os pude ofender, para castigarme ms?).
7 Atividade - aliando a literatura ao desenho e pintura, pedir aos alunos que desenhem o
retrato de Segismundo, conforma a ideia que cada um tenha pr-estabelecido dele. Assim, o
docente poder verificar o que cada aluno retirou da anlise do texto literrio e at onde vai
a imaginao e a criatividade de cada um.
8 Atividade - encenao da cena e representao da mesma na sala de aula ou, ento, num
evento festivo da escola.
27
6. Concluso
A literatura espanhola apresenta um leque de escritores muito vasto, com obras que merecem
destaque nas aulas de lngua espanhola. Ao entrar em contacto com eles o aluno tem a
oportunidade de completar a sua formao escolar de maneira integral.
As obras literrias podem perfeitamente ser adaptadas, seleccionando criteriosamente os
textos e tentando adequ-los s unidades didcticas, para serem trabalhados de maneira
proveitosa na sala de aula.
evidente o desconhecimento dos alunos portugueses em relao histria literria
espanhola. Contudo, aps a anlise dos inquritos, bem evidente que a maioria deles
gostaria de encontrar nos manuais escolares textos de interesse, com a vida e obra de
escritores.
A literatura pode levar os alunos a fazer trabalhos extraordinrios e de extrema relevncia na
aprendizagem da lngua.
Cultivar a literatura um bem necessrio quer para professores, quer para alunos e deve ser
relegada para primeiro plano.
28
II Prtica Pedaggica
1. Contextualizao do estgio
1.1. Introduo
Ao ter j uma licenciatura em Lngua e Cultura Portuguesas (ensino), em que realizei o
estgio pedaggico tradicional, achei uma ptima oportunidade realizar agora o estgio em
Ensino do Espanhol no Bsico e no Secundrio, na medida em que atravs do contacto com a
realidade que podemos por em ao os conhecimentos tericos que adquirimos ao longo dos
anos de licenciatura e aprender a trabalhar na prtica.
Para mim, um estgio pressupe um enriquecimento pessoal, acadmico e pessoal,
contactamos com um pblico diversificado, participamos em vrias actividades, conhecemos
a sala de aula, entramos no mundo dos alunos, tentamos ajud-los e aprendemos com eles,
vivemos de perto a prtica pedaggica, inseridos num meio social muito vasto.
A escolha da escola para a realizao do estgio foi ponderada. No tinha ainda tido grande
contacto com ela mas sabia que iria encontrar um bom ambiente, com pessoas com vontade
de trabalhar e de ajudar em tudo o que fosse necessrio. Para alm disto, esta escola tem
instalaes muito boas, com fcil acesso s novas tecnologias de informao, dispe de todo o
material necessrio para uma boa prtica lectiva e d apoio aos professores, uma escola
dinmica que gosta de envolver a comunidade que est em seu redor.
O contacto com a orientadora de estgio tambm foi importante no desenrolar do estgio
pedaggico pois coube-lhe a ela ajudar o ncleo de estgio, orient-lo, ensin-lo e apoi-lo
na prtica docente. Tive oportunidade de trabalhar nos trs nveis de espanhol,
respetivamente em turmas de 7, 8 e 9 anos, o que foi muito proveitoso porque consegui por
em prtica um leque muito vasto de contedos espanhis.
Durante este ano letivo aproveitei esta oportunidade para aprofundar os meus conhecimentos
da realidade escolar e afirmar a minha vocao para o ensino. Entendo, assim, que o estgio
pedaggico uma mais-valia e torna-nos profissionais mais qualificados.
29
1.2. A Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos do Tortosendo
O estgio pedaggico teve lugar na Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos de Tortosendo, a escola
sede do Agrupamento de Escolas do Tortosendo.
O Agrupamento de Escolas de Tortosendo foi constitudo em 2002 e , actualmente, composto
por quinze estabelecimentos de ensino que incluem jardins-de-infncia, escolas de 1 ciclo e
a Escola Bsica do 2 e 3 ciclos. As localidades que o compem encontram-se
geograficamente prximas e partilham traos culturais e scio-econmicos. As populaes
estavam muito ligadas indstria txtil, abundante na zona, e agora, com a crise dessa
indstria, foram procurando emprego nas empresas sediadas no parque industrial do
Tortosendo e em algumas confees que vo conseguindo resistir. H tambm quem se
dedique ao pequeno comrcio ou a outras actividades como a construo civil, a panificao,
a agricultura, a serrao e o turismo de habitao.
Pelo referido, deduz-se que os alunos deste agrupamento pertencem maioritariamente a uma
classe mdia-baixa. As dificuldades econmicas so grandes, h um nmero significativo de
famlias carenciadas e at desestruturadas, cerca de quarenta por cento dos alunos auferem
de apoio scio-econmico (escales A e B) e h tambm alunos com muitas dificuldades de
aprendizagem, o que compreensvel tendo em conta o grau de instruo dos pais e as
dificuldades econmicas. O Agrupamento tenta colmatar estas fragilidades facultando aos
alunos bibliotecas, salas de estudos, apoios pedaggicos, apoio da psicloga escolar,
implementao de Cursos de Educao e Formao, projectos Curriculares Alternativos, para
que todos possam ter a possibilidade de se integrarem e escolherem um percurso que se lhes
adapte.
A maioria dos estudantes deste Agrupamento reside na Vila do Tortosendo e de
nacionalidade portuguesa. Os alunos que frequentam o 5 e 6 anos na escola sede provm
das escolas de primeiro ciclo do Agrupamento, sendo cerca de 350 alunos.
A escola constituda por trs blocos onde, para alm das salas de aula e dos servios
administrativos e directivos, importante destacar a biblioteca escolar inserida na Rede de
Bibliotecas Escolares, uma sala TIC e uma de informtica para ocupao de tempos livres, o
investimento em quadros interactivos que apetrecham algumas das salas de aula, sendo que
todas dispem de computador e projector, a cantina e a sala de alunos. No entanto,
preocupante a falta de um espao coberto para a prtica de desporto e realizao das aulas
de educao fsica. Isso algo pelo que a escola tem vindo a lutar desde longa data, mas que
ainda no viu concretizado.
30
No que respeita ao pessoal docente, h a referir que o quadro de professores bastante
estvel, o nmero de professores contratados sofreu uma reduo significativa, o que permite
uma organizao do servio e dos horrios de modo a privilegiar a continuidade pedaggica e
caminhar no sentido de alcanar o sucesso escolar e o envolvimento com a comunidade.
Relativamente ao pessoal no docente, embora as indicaes superiores digam que h pessoal
a mais, a Direco manifesta opinio contrria. O nmero de assistentes operacionais com
contrato individual de trabalho bastante significativo e no tm sido devidamente
substitudos os operacionais que se vo reformando. Contudo, os que esto procuram fazer
um bom trabalho e esto sempre disponveis.
O Agrupamento tem trabalhado de maneira incansvel para diminuir os nmeros de insucesso
e de abandono escolar, contudo ainda no conseguiu atingir os nveis desejados. A existncia
de uma grande comunidade cigana, bem como de dois bairros de habitao social com
famlias de fracos recursos econmicos e com fracas expectativas em relao aos seus
educandos, tem sido o principal campo de onde so originrios os alunos que, primeiro com
grande absentismo, abandonam posteriormente a escola. Atravs do Programa Escolhas, com
o Projecto Quero Saber, foi definido um plano de interveno de combate ao Abandono
Escolar, que se desmultiplica em estratgias de interveno, quer junto da comunidade
cigana, quer junto dos bairros sociais do Tortosendo.
Relativamente s avaliaes externas, Provas de Aferio e Exames Nacionais, os resultados
globais do Agrupamento tm evoludo de maneira positiva, pese embora se verifique que uns
anos a taxa de sucesso aumenta e outros desce.
O Agrupamento foi alvo de uma avaliao interna no ano lectivo 2009/2010 e no relatrio
apresentado pela Comisso de Auto-Avaliao foram identificados os pontos fortes e os pontos
fracos. Alguns dos muitos pontos fortes prendem-se com os bons resultados escolares
internos, bom ambiente entre toda a comunidade, boa organizao e realizao de
festividades, bom clima que favorece a aprendizagem e integrao dos alunos bem como dos
docentes contratados, grande empenho na aquisio e manuteno de novas tecnologias,
existncia de boa cooperao, empenho e entusiasmo, bom corpo docente, pessoal
administrativo e auxiliar e boa gesto. Quanto aos pontos fracos convm referir os resultados
abaixo dos referentes nacionais, a falta de um gimnodesportivo e de um anfiteatro, algum
absentismo dos docentes, poucos espaos de trabalho para os docentes, falta de salas de
estudo para os alunos, pouca partilha de experincias e fraca expectativa das famlias em
relao escola.
Devido a esta avaliao foram estabelecidos objectivos para serem concretizados, os quais
passo a citar:
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1 Melhorar as taxas de sucesso, aproximando-as das taxas a nvel nacional e se possvel
ultrapass-las;
2 - Promover a formao integral dos alunos;
3 - Promover o envolvimento da Comunidade Educativa na escola;
4 - Melhorar a aplicao do regime de autonomia e gesto;
5 - Promover a segurana, preservar e requalificar os espaos escolares;
6 - Promover uma cultura de avaliao interna e sistematizada (Projeto Educativo do Agrupamento de
Escolas de Tortosendo,2011-2014: 66)
O Agrupamento preocupa-se com a formao do seu corpo docente e no-docente e, assim,
defende a constituio de uma equipa de formadores que elabore um Plano de Formao do
Agrupamento e que assegure a maior parte dessa formao para os seus docentes e no
docentes.
Figura 4 Escola Bsica 2/3 de Tortosendo
1.3. Caracterizao das turmas
A minha prtica pedaggica no Agrupamento de Escolas do Tortosendo desenvolveu-se em
trs turmas de nveis diferentes, uma de stimo ano, outro de oitavo ano e uma outra de
nono ano. Todos os alunos com quem contatei so muito diferentes e com caractersticas
pessoais muito prprias, notei que um grande nmero apresenta dificuldades de concentrao
e de aprendizagem, embora todos gostem de participar e de dar a sua opinio.
32
Comeando por caracterizar a turma A, do stimo ano, comeo por dizer que esta turma
constituda por vinte alunos, na sua maioria de sexo masculino, e todos frequentam a
disciplina de Espanhol.
A turma tem um elevado nmero de alunos carenciados, sessenta por cento, e o agregado
familiar dos mesmos apresenta um baixo nvel de escolaridade. Apenas quinze por cento dos
alunos (trs alunos) tm pelo menos o pai ou a me com uma licenciatura e trinta por cento
(seis alunos) tm o pai ou a me com o ensino secundrio.
uma turma bastante heterognea onde existem nveis de aprendizagem claramente
diferentes. No geral, os alunos no apresentam hbitos de estudo e no so pontuais. Para
alm disto, apresentam dificuldades de ateno e de compreenso. Os alunos gostam de
participar e mostram-se interessados e curiosos.
A turma tem um aluno com NEE e um outro aluno hiperativo com grandes dificuldades
emocionais que influenciam determinantemente o desempenho cognitivo.
A turma do oitavo B formada por vinte e dois alunos, havendo um equilbrio entre o nmero
de alunos de sexo masculino e os de sexo feminino, e todos frequentam a disciplina de
Espanhol. Os alunos tm idade compreendida entre os doze e os quinze anos.
O agregado familiar composto, na maioria, por pai, me e irmos, e apresenta um baixo
grau de escolaridade, apenas cinco alunos tm pai ou me com licenciatura e sete tm pai ou
me com o ensino secundrio.
Quase todos os alunos tm uma opinio formada sobre a profisso que desejam ter e, no
geral, so profisses que requerem estudos universitrios. Todos tm computador e acesso
internet e, nos tempos livres, a grande maioria prefere ocup-los vendo televiso.
A turma apresenta hbitos de estudo e os alunos gostam da escola. H tambm um aluno
hiperactivo e um outro com epilepsia. Quanto ao aproveitamento de referir que oito alunos
ficaram retidos.
Quanto turma A, do nono ano, composta por dezasseis alunos, quase todos do sexo
masculino, com idades compreendidas entre os catorze e os quinze anos e a maioria reside
nos arredores do Tortosendo. Apenas dois alunos j ficaram retidos, todos os outros obtiveram
sempre aproveitamento. No geral, a disciplina a que tm maiores dificuldades no Ingls e as
disciplinas preferidas so a Matemtica, a Educao Fsica e a Educao Visual.
O agregado familiar destes alunos apresenta um baixo nvel de escolaridade, apenas dois
alunos tm pai ou me com licenciatura e, em quase todos os casos, este agregado familiar
constitudo por quatro pessoas.
33
A turma pouco pontual e um pouco barulhenta, contudo os alunos gostam de participar na
sala e mostram-se interessados.
2. Atividade letiva
2.1. Introduo
O meu grupo de estgio, constitudo por trs elementos, fez a sua primeira apario na Escola
Bsica 2/3 do Tortosendo no dia um de setembro de dois mil e onze, apresentmo-nos aos
elementos do conselho executivo e nossa orientadora, a professora Ana Gabriela Baptista.
Foram-nos dadas a conhecer as instalaes assim como o pessoal administrativo e auxiliar e,
aps algumas formalidades, participamos numa reunio geral onde constou todo o corpo
docente. Nesta reunio ficamos a conhecer o calendrio escolar, o projeto educativo e como
iria decorrer o ano lectivo, fomos tambm apresentadas aos colegas, bem como, aos outros
grupos de estgio.
Neste dia reunimos com a orientadora com o intuito de estabelecer um plano de trabalho
anual e por perodos letivos. Fomos informadas dos nossos deveres e dos nossos direitos
enquanto estagirias, estabelecemos as datas e as turmas em que iriamos trabalhar,
ajudmos a construir o plano anual de atividades e ficamos a conhecer todas as turmas da
orientadora, ajudamos tambm a construir as planificaes a longo e a mdio prazo para as
turmas do 7, 8 e 9 anos.
Estas reunies continuaram ao longo de todo o ano lectivo, era a que expnhamos as nossas
dvidas, comentvamos as aulas assistidas seis aulas por cada perodo), apresentvamos e
trocvamos materiais, falvamos dos pontos a melhorar no leccionamento das aulas, enfim
aproveitvamos ao mximo para aprender sempre mais. Para alm das reunies com a
orientadora participamos tambm nas reunies de departamento e nas reunies gerais.
Durante o estgio mantivemos sempre contacto com a supervisora da UBI, a professora Noem
Prez, reunimos com ela para comentar as aulas assistidas e para debater os pontos fortes e
pontos fracos de cada uma de ns.
O estgio foi estimulantes porque pude exercer a minha prtica em diferentes nveis de
ensino (stimo, oitavo e nonos anos de escolaridade), em diferentes turmas com alunos que
apresentam caractersticas muito prprias, pude construir os meus prprios materiais,
apresentar as minhas ideias, planificar os contedos das aulas e participar ativamente na vida
escolar. Outro estmulo foi o bom ambiente que encontrmos na escola e tambm as boas
34
condies de trabalho. Quanto s condicionantes que podero ter surgido apenas de referir
que enquanto estagiria tambm fui trabalhadora e, ao incio, receei que se tornasse um
entrave para o meu papel de docente estagiria mas, tal, no se verificou porque pude
conciliar muito bem a minha carreira profissional com a acadmica. No geral, esta prtica
pedaggica foi muito positiva e enriquecedora.
Durante o ano letivo lecionei um total de dezoito aulas, de quarenta minutos cada, que se
distriburam de maneira igual pelo primeiro, segundo e terceiro perodos. Planifiquei aulas
para o 7 A, para o 8 B e tambm para o 9 A. Seguidamente, apresenta uma planificao,
com a respetiva descrio da aula e os materiais utilizados em cada um de estes anos.
2.2. Planificaes
2.2.1. Alfabeto y nacionalidades
A primeira turma onde comecei a lecionar foi o 7 A, no primeiro perodo lectivo. Comecei
ento por trabalhar com o nvel I, de Espanhol. Como foi logo no incio do ano letivo, a
matria apresentada na aula corresponde unidade 1, do manual Prisma Comienza, da
Edinumen. Esta unidade diz respeito ao alfabeto, aos adjetivos de nacionalidade e aos
nmeros, sendo que a planificao que de seguida apresento remete para o alfabeto e para os
adjetivos de nacionalidade. A aula foi preparada com ponderao e atempadamente, foi feita
uma planificao para uma aula de noventa minutos, uma descrio pormenorizada daquilo
que iria ser feito durante esse tempo e elaborao de materiais prprios. Para a apresentao
dos contedos tive o auxlio do manual, do quadro, de distribuio de fotocpias, do
computador e tambm do projetor.
De seguida, apresento os respetivos materiais:
- Planificao da aula;
- Descrio da aula;
- Materiais.
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Unidad I/ Manual Prisma Comienza A1
Objetivos Generales
Objetivos Funcionales Contenidos Gramaticales
Contenidos Lexicales
Contenidos Culturales
Destrezas/ Metodologa
Materiales Tiempo
Desarrollar competencias generales de comunicacin en la lengua espaola de uso cotidiano; Profundizar el conocimiento de su propia realidad sociocultural con el confronto con aspectos de la cultura espaola; Aprender a reflexionar acerca de la adecuacin y correccin de la lengua usada de
Conocer las letras del alfabeto; Escuchar los sonidos de las letras; Pronunciar correctamente el alfabeto; Identificar cada letra; Escribir correctamente cada letra; Asociar el sonido a la letra correspondiente; Recordar o aprender nombres de pases; Visualizar el mapamundi; Repasar los pases hispanohablantes; Aprender la formacin del gnero y del nmero en adjetivos;
El alfabeto; Gnero y nmero en adjetivos.
Nombres comunes; Nombres de pases; Adjetivos de nacionalidad.
Los pases hispanohablantes
Visualizacin de diapositivas; Comprensin auditiva; Expresin oral y escrita; Comprensin lectora; Interaccin oral; Ejercicios de aplicacin y consolidacin.
Libro del alumno, Prisma Comienza A1 (Edinumen); Fichas de trabajo; Ordenador; Proyector; Diapositivas; Pizarra.
90 minutos
UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR
NCLEO DE ESTGIO DE ESPANHOL
ESTAGIRIA ANA LCIA HENRIQUES
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO TORTOSENDO ESPAOL I Curso 7 A
2011/2012
PLAN DE AULA FECHA: 21/10/11
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acuerdo con el contexto en que aparece; Comprender textos orales y escritos de complexidad adecuada a su capacidad lingstica, psicolgica y social.
Dar una opinin; Debatir ideas; Conocer los adjetivos de nacionalidad de diferentes pases; Identificar la nacionalidad.
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Profesora: Ana Lcia Correia Henriques Curso: 7 A
Fecha: viernes, 21 de octubre de 2012 Tiempo: 90 minutos
Unidad Didctica 1 Tema: Alfabeto/ Nacionalidades
Sumario: El alfabeto y los sonidos. Leccin n 13 y 14 Adjetivos de nacionalidad. Hora: 8h40m 10h10m Ejercicios de consolidacin. Sala: 09
Descripcin Destrezas que se atiende en la clase
- Los alumnos entrarn en la sala de clase y nos saludaremos mutuamente.
- Abrir la leccin escribiendo el sumario en la pizarra y los alumnos abrirn
respectivamente sus cuadernos para escribirlo. Mientras tanto aprovechar
para hacer el registro de presencias y de material.
- Para motivar a los alumnos empezar con un ejercicio auditivo. Los
alumnos abrirn el manual Prisma A1, en la pgina once, y harn el ejercicio
1, que consiste en escuchar el alfabeto y despus intentar pronunciarlo. Aqu
tendrn un primer contacto con las letras y los sonidos.
- Despus empezar un dilogo con todo el grupo y les preguntar:
Crees que el alfabeto espaol es muy diferente del portugus?
Cules son las diferencias que encuentras?
Y los sonidos, qu te parece?
Con esta conversacin pretendo que cada alumno pueda reflexionar sobre
la temtica y sea capaz de deducir algunas informaciones as como
practiquen la oralidad.
- De seguida, para reforzar esta parte del alfabeto, les ensenar unas
diapositivas que contienen el alfabeto (diapositivas 1 y 2) destacando las
grafas diferentes del portugus (ll/ ). Puesto esto, los alumnos harn unos
ejercicios de prctica, el primero consistir en escribir el nombre de las letras
(diapositiva 4), el segundo se fijar en escribir la letra junto al respectivo
nombre (diapositiva 5). Ensear como se deletrean nombres variados
(diapositiva 6) y despus sern los alumnos a deletrear (diapositiva 7). Para
Expresin oral
Expresin escrita
Comprensin auditiva
Comprensin lectora
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO TORTOSENDO
ESPAOL I
7 Curso 2011/2012
Descripcin del contexto de la clase
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consolidar esta materia los alumnos visualizarn ms una vez cada letra del
alfabeto pero asociadas a un nombre que empieza por referida letra
(diapositiva 8 hasta la 38). Todos los ejercicios hechos sern corregidos en
clase en su momento propio.
- Para reforzar el aprendizaje escucharemos una cancin titulada El
Abecedario Espaol (diapositivas 39), repartir una ficha de trabajo por
cada uno y ellos al escuchar la cancin tendrn que completar los espacios
en blanco con las palabras correspondiente. Se har la correccin oralmente
y visualizando la diapositiva 40.
- Terminaremos esta parte con la concretizacin del ejercicio 2.2., pgina
once del libro.
- Conociendo ya las letras, hablaremos de los pases y de las nacionalidades
(gentlicos).
- Dar una explicacin acerca de la formacin del masculino/ femenino,
singular/ plural de los adjetivos, que en este caso especfico sern los
adjetivos de nacionalidad, y la concretizar escribiendo en la pizarra la
informacin fundamental.
- Proyectar una serie de diapositivas relacionadas con diversos pases.
- Empezar por ensearles un mapa con el nombre de los pases
hispanohablantes (diapositiva 2), aqu los alumnos estarn haciendo un
repaso de contenidos ya dados, y seguidamente presentar un cuadro con
esos pases y sus respectivos adjetivos de nacionalidad en gnero masculino/
femenino y en nmero singular/ plural (diapositivas 3 y 4). Distribuir una
ficha de trabajo con estas nacionalidades y los alumnos las completarn
solamente con el adjetivo masculino/ singular porque los restantes quedarn
para trabajo de casa. Dando continuacin a la temtica, visualizaremos el
mapa mundo (diapositiva 5) y ms dos cuadros con los gentilicios de otros
pases (diapositivas 6 y 7).
- Si el tiempo permitir, haremos el ejercicio 3.2., de las pginas doce y trece
del manual. Aqu aprovechar para introducir la construccin Yo creo que +
opinin, que permitir que estos opinen sobre determinados asuntos.
- La clase ser dada por terminada cuando suene el timbre y nos
despediremos.
39
Materiais:
Diapositivos com o alfabeto
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Cano do abecedrio
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Ficha de trabalho para completar a cano do abecedrio
Escucha la cancin con atencin y completa los espacios en blanco.
EL ABECEDARIO ESPAOL
Eres un buen ________________ Y te voy a demostrar
Que si t le pones ganas Lo vas a __________________
Tienes que _____________ conmigo Y poner mucha atencin
Este es el _________________ En el ____________ espaol
A B C D ___ ___ ___
___ I J ___ L M
N ___ ___ ___ ___ R S T U ___
___ ___ ___ ___ Este es el abecedario
Lo tienes que _____________ Vengan todos a cantarlo
Aprendamos a _________ Te invito a que te lo aprendas
Y esto lo hago por tu bien Hay que volver a cantarlo
Y lo tienes que ______________ A B C D
___ ___ ___ ___ I J ___ L M
N ___ ___ ___ ___ R S T U ___
___ ___ ___ ___ Buen trabajo! (Cancin retirada de: www.youtube.com)
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO
TORTOSENDO
Espaol I
7 curso 2011/2012
Ficha de Trabajo
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Esquema para o quadro
GNERO Y NMERO EN ADJETIVOS DE NACIONALIDAD
Los adjetivos son palabras que acompaan a los sustantivos y siempre concuerdan en
gnero y nmero con ellos.
Los Adjetivos de Nacionalidad o Gentilicios sealan un lugar de origen o nacionalidad.
El gnero del adjetivo puede ser masculino o femenino y el nmero singular o plural.
Gnero - atendiendo al gnero hay dos tipos de adjetivos:
Adjetivos de dos terminaciones: son los que diferencian el gnero mediante las
terminaciones. Masculino Argentino Femenino Argentina
Adjetivos de una sola terminacin: son aquellos que utilizan una misma forma para los
dos gneros. Masculino/ Femenino Belga
Normalmente la marca de masculino es cuando la palabra termina en _o y de
femenino cuando la palabra termina en _a. Pero hay excepciones en el masculino:
espaol/portugus/alemn/ (palabras que terminan en consonante).
Nmero - indica si dicho adjetivo se refiere a un nico ser (singular) o a varios (plural).
Cuando el adjetivo termina en vocal se aade una s. Ej.: Suizo Suizos
Cuando el adjetivo termina en consonante, se aade la slaba -es. Ej.: Ingls - Ingleses
Los adjetivos que acaban en - acentuada suelen formar el plural aadiendo -es. Ej.:
Iraqu Iraques
Los adjetivos terminados en - acentuada pueden formar el plural aadiendo -es. Ej.:
Hind Hindes
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Diapositivos sobre os gentlicos
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47
Ficha de trabalho sobre as nacionalidades
Nacionalidades
Escribe las nacionalidades de los siguientes pases:
Espaa ____________________
Guinea ____________________
Cuba ____________________
Repblica Dominicana ____________________
Puerto Rico ____________________
Venezuela ____________________
Colombia ____________________
Ecuador ____________________
Paraguay ____________________
Uruguay ____________________
Argentina ____________________
Mxico ____________________
Guatemala____________________
El Salvador ____________________
Honduras ____________________
Nicaragua ____________________
Costa Rica ____________________
Panam____________________
Per ____________________
Bolivia ____________________
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO TORTOSENDO
Espaol I
7 curso 2011/2012
Ficha de Trabajo
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Chile ____________________
Portugal ____________________
Francia____________________
Inglaterra ____________________
Blgica ____________________
Suiza ____________________
Holanda ____________________
Alemania____________________
Rusia ____________________
Italia ____________________
Grecia ____________________
Marruecos ____________________
Brasil ____________________