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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
“JÚLIO DE MESQUISTA FILHO”
Campus Experimental de Itapeva
1
Literatura
aula 1
31/03/2.011
Profº Rafael Semensi
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O que é Literatura?
É a forma de compor textos que buscam
expressar o belo e o humano através das
palavras.
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Literatura para o Vestibular
• Escolas Literárias (estudo histórico / geográfico e da línguaportuguesa);
• Ordem em que ocorreram (períodos, datas e obras limítrofes);
• Contexto Histórico;
• Características Principais;
• Autores e Obras.
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Função
Conhecer:
• Os seres humanos (autor e sociedade);
• O mundo (passado e presente);
• Formação e desenvolvimento intelectual, moral, ideológico e estético;
• Proporcionar mudanças/transformações individuais e coletivas.
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Linguagem
• Literária (livros);
• Referencial (revistas e jornais).
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Gênero:
• Lírico (apresenta emoções, introspecção);
• Épico (feitos grandiosos relacionados a personagens heróicas);
• Dramático (apresentado em uma encenação);
• Didático;
• Oratório;
• Crítico.
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Texto:
• Poético (elegia, écloga, ode e soneto);
• Narrativo (romance, novela, conto, fábula);
• Teatral.
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Trovadorismo
(1189 – ou 1198 ~1418)
Contexto Histórico:
• Visão teocêntrica do Mundo (Sistema Feudal);
• Submissão do homem às normas da Igreja Católica.
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Características Principais:
• Cantiga (poesia + música);
• Lírico-amorosa (de amor e de amigo);
• Satírica (de escárnio e de maldizer);
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• “Cantiga da Ribeirinha” – marco histórico da poesia
escrita em língua portuguesa;
• Cantigas reunidas em: Trovador, segrel, menestrel,
jogral;
• Prosa: Hagiografias, Livros de Linhagem (Nobiliários),
Cronicões, Novelas de Cavalaria (Séc. XIII), Ciclo
Bretão, greco-latino e carolíngio.
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Autor Principal:
• D. Dinis.
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Humanismo (1434 ~ 1527)
Contexto Histórico / autor / características de obras:
• Antropocentrismo (valorização do homem);
• Razão;
• Grandes Navegações;
• Historiografia de Fernão Lopes;
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• Teatro de Gil Vicente (“o pai do teatro português”): era comum em
suas obras os mistérios, milagres, moralidades, farsas e autos
pastoris (écoglas);
• Poesias Palacianas: Cancioneiros (obra com coletânia dessas
poesias), trova, vilancete, voltas / glosas;
• Redondilha (redondilha maior ou medida velha – 7 sílabas).
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Classicismo (1527 ~ 1580)
1527 – Volta de Sá de Miranda da Itália.
1580 – Domínio espanhol sobre Portugal e morte de Luís
Vaz de Camões.
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Contexto Histórico:
Transformações:
– Políticas e econômicas;
Revolução cultural.
Enfraquecimento da Igreja e desenvolvimento científico (física / astronomia –heliocentrismo);
Descobertas;
Invenções;
Reforma Protestante;
Fortalecimento da Burguesia;
Divulgação do saber (imprensa);
Universidades;
Transição do Feudalismo para o Mercantilismo;
Êxodo rural, expansão das cidades.
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Modelos Clássicos (disputas travadas entre
deuses a respeito da vida humana):
– Busca da perfeição formal: sonetos e epopéias;
– Universalismo: idéias relacionadas a verdades universais (consideradas absolutas);
– Racionalismo: razão predomina sobre os sentimentos;
– Objetividade / equilíbrio humano: espírito humanista e heróico;
– Presença da mitologia.
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Autores:
Francisco Sá de Miranda – Os Estrangeiros;
Bernadim Ribeiro – Menina Moça;
Antônio Ferreira – Tragédia de Inês de Castro.
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Luís Vaz de Camões (1524(?) – 1580)
“Os Lusíadas” (1572): narra a viagem de Vasco da Gama às Índias, no século XV.
10 cantos (inspirados nas grandes epopéias clássicas);
Estrutura Rígida (inversões e sinônimos);
Versos decassílabos (8.816 versos em 1102 estrofes);
Até a sílaba tônica;
União de vogais
De / quan/tas/ gra/ças/ ti/nha a/ na/tu/re (za)
Formado por três rimas alternadas e uma paralela (AB AB AB CC).
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Dividido em:
Proposição: apresentação do poema (herói e tema);
Invocação: inspira-se na cultura greco-romana;
Dedicatória: D. Sebastião (rei de Portugal);
Narração: a aventura, relatos dos episódios ocorridos durante a viagem (“Diário de Bordo”);
Epílogo: desfecho.
Soneto: 2 premissas + 1 conclusão no último terceto (4+4+3+3).
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Quinhentismo (1500 ~ 1600)
Início da Literatura Brasileira
Literatura de Informação (textos informativos, propagandísticos e
de viajantes estrangeiros). Crônicas de viagens, epístolas (cartas) e
documentos históricos.
Características:
Não obedecia a padrões estéticos determinados; Sofria influências
de tradição medievais teocêntricas; Idealização da terra; Visava
propaganda; “A carta” – certidão de nascimento – Pero Vaz de
Caminha.
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Literatura Jesuítica (Catequética):
Textos catequéticos.
Características:
• Prestava-se somente aos interesses da CIA de Jesus (fortalecida
com a Contra-Reforma);
• Não tinha interesse literário mais profundo.
• José de Anchieta – “Poema à Virgem Maria, Mãe de Deus”.
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Barroco (1580 ~ 1756)
Contexto Histórico:
• Reforma Protestante;
• Contra-Reforma Católica;
• Fortalecimento da CIA de Jesus.
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Destaques:
• Arquitetura/decoração;
• Literatura (inquietude da subjetividade com a ponderação
da razão);
• Arte (Michelangelo, Caravaggio, Rembrandt, entre outros).
Estética barroca:
• Caracterizada pelo exagero, rebuscamento e excessiva
ornamentação.
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Aspectos:
Pessimismo:
Desvalorização da vida e visão depressiva da
existência (tristeza / melancolia);
Contraste:
Aproximação de valores antagônicos (velho /
novo; claro / escuro; céu / terra; espiritual / terreno);
Conflito: entre a Razão e a Fé;
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Fusionismo:
Fusão entre as perspectivas renascentistas e medievais (luz
/ sombra, racional / irracional, fé / razão, místico / lógico);
Feísmo:
Exploração da miséria humana, abandono do belo (feio,
repugnante);
Rebuscamento:
Arte excessivamente trabalhada (antítese, inversões e
contradições).
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Transformação
(passagem do Renascimento para o Barroco)
Fusão.
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Cultismo (FORMA):
Gongorismo, influência do autor Gôngora – Freqüência
de hipérboles, antíteses, paradóxos, sinestesias,
enigmas, trocadilhos, temática da instabilidade do ser e
das coisas, aliteração, assonância, eco, elipses etc.
Figuras semânticas: metáforas, antíteses, sinestesias,
hipérboles, eufemismos, grações etc;
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Figuras sintáticas: anástrofas, hipérbatos e sínquises
(ordem inversa da frase), elipses, anáforas, quiasmos
(repetição de termos), etc.
Figuras sonoras: aliteração, assonância, ecos,
coliterações, onomatopéias, paranomásias etc.
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Conceptismo (CONTEÚDO):
• visão mais racional (significado, jogo de idéias
argumentação sutil etc);
• busca a explicação e sentido lógico dos conflitos;
• doutrinação, convencimento através das palavras ou
oratória;
• predominam a metomínia e a sinédoque; sutileza de
metáforas.
Quevedo escritor português.
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Barroco no Brasil (1601 ~ 1768)
1601 – “Prosopopéia” de Bento Teixeira (imitação de Camões).
Dividido em 3 fases:
I – 1ª Metade do século XVII: invasões holandesas, dominação
filipina no Nordeste e hegemonia de Pernambuco;
II – 2ª Metade do século XVII: Bahia, sede do Governo Geral,
porto mais ativo, economia mais dinâmica;
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III – Primeiras décadas do século XVIII: surgimento das
academias literárias e científicas, propriedade do açúcar,
maneirismo barroco, exagero, estilo Rococó e metais em
Minas Gerais.
1759 – Expulsão da CIA de Jesus;
Duplicidade lingüística – português e tupi;
Proibição da imprensa até 1808.
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Padre Antônio Vieira e
Gregório de Mattos e Guerra
Oratória e Poesia
Pe. Antônio Vieira “Sermões” (intervenção na vida política e
social; versátil e manipulador da palavra, conciliava o idealismo e o
senso prático, adaptando-se às circunstâncias políticas de sua
época). Seus sermões seguem a estrutura: intróito (resumo,
apresentação de seu discurso), desenvolvimento (argumentação) e
peroração (alerta para a prática das virtudes).
Mais conhecido: “O Sermão da Sexagésima”.
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Padre Antônio Vieira e
Gregório de Mattos e Guerra
Gregório Mattos
• Crítico mordaz da sociedade baiana e crítico assumido da
classe dominante.
• Conhecido como: “Boca do Inferno”.
• Em seu lirismo, alternava a influência maneirista do
quinhentismo e o gongorismo.
• Suas obras poéticas podem ser classificadas em: líricas,
sacras ou satíricas.
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Arcadismo (Neoclassicismo)
Retomada da estética clássica greco-romana.
Portugal:
1.756 – Criação da Arcádia Lusitana
1.825 – “Camões” – Almeida Garrett
Brasil:
1.768 – “Obras Poéticas” – Cláudio Manoel da Costa
1.836 – “Suspiros Poéticos e Saudades” – Gonçalves de Magalhães.
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Contexto Histórico:
Mundo:
• Independência dos EUA.
Portugal:
• Reforma do Ensino Superior (propostas);
• Reforma Pombalina (reforma do ensino conduzida pelo Marquês de
Pombal – sem influência da Igreja);
• Fundação da Academia de Ciências de Lisboa (1.779);
• Reconstrução arquitetônica de Lisboa, após o terremoto em 1.755;
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Contexto Histórico:
• Avanços científicos-culturais (mudança na educação e
retorno de intelectuais exilados);
• Descoberta de ouro em MG (Brasil);
Restauração: Política / Econômica / Social.
• 1.756: Criação da Arcádia Lusitana e fim da Arcádia
(“Nova Arcádia”).
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Brasil:• Extração mineral;
• Deslocamento do eixo econômico-cultural para MG e RJ (Capital da colônia
desde 1.763);
• Inconfidência Mineira;
• Distanciamento dos Modelos portugueses para literatura;
• Busca pela identidade brasileira;
• Indígena herói (“O Uraguai” – Basílio da Gama e “Caramuru” – Sta. Rita
Durão);
• Visão crítica da situação política do país;
• “Cartas Chilenas” – poema satírico.
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Características:
• Inspiração nos modelos Greco-romanos e referências à
Mitologia;
• Retomada da estética Clássica do século XVII –
Camões;
• Graça, simplicidade lingüística e leveza poética;
• Abandono do rebuscamento barroco;
• Influência da enciclopédia, do Ilusionismo, da Revulção
Industrial;
• Prevalece a razão e o intelecto;
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• Temas clássicos (topi) carpe diem, inutilia truncat, lócus amoenus, aurea mediocritas, fugère urbem etc;
• Poeta Pastor;
• Pastoralismo (temática bucólica, ligada à natureza);
• Propagação das idéias em reuniões nas arcádias (academias).
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Principais Autores:
1) Bocage (Manuel Maria Barbosa du Bocage)
• Pseudônimo: Elmano Sadino.
• Um dos maiores sonetista de Portugal;
• Preso por homenagear Napoleão Bonaparte e escrever poemas pornográficos;
• Considerado um escritor pré-romântico (início dos traços sentimentalistas).
2) Cláudio Manoel da Costa (Arcádia Ultramarina) – “Vila Rica” (1.773). (pré-romantico)
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3) Alvarenga Peixoto - “Liberdade ainda que tardia”.
4) Silva Alvarenga (Alcindo Palmireno) – “O deserto das
Letras” e “Glaura”.
5) Basílio da Gama (Termíndo Sipílio) – “O Uraguai” –
(1.769).
6) Frei José de Santa Rita Durão – “Caramuru”.
7) Tomás Antônio Gonzaga – “Cartas Chilenas” e
“Marília de Dirceu”.
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