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Sem Opção Veículo: Veja - Caderno: Poder - Seção: Não Especificado - Assunto: Política - Página: 28 a 33 - Publicação: 08/05/20 URL Original: https://veja.abril.com.br/politica/a-mais-recente-teoria-da-conspiracao-criada-por-bol sonaro/ A mais recente teoria da conspiração criada por Bolsonaro A mais recente teoria da conspiração criada por Bolsonaro O presidente está convencido de que existe uma trama para tirá-lo do poder e com apoio de uma parte da cúpula militar Por Daniel Pereira, Marcela Mattos , Laryssa Borges - 8 maio 2020, 06h00 NÓS CONTRA ELES - Bolsonaro: “As Forças Armadas também estão ao nosso lado” Jorge William/Agência O Globo Até os aliados mais próximos concordam: Jair Bolsonaro tem uma queda inegável por teorias da conspiração. Uma de suas preferidas dá conta de que Adélio Bispo, o autor da facada que ele sofreu durante a campanha eleitoral, não agiu sozinho, como afirma a Polícia Federal (PF), mas a mando de gente poderosa. Outra, mais atual, aponta para a existência de uma ofensiva, com a participação de parlamentares, governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), destinada a tirá-lo do poder. De início, Bolsonaro achava que o objetivo dessa orquestração era impedir sua reeleição. Agora, ele acredita que a meta é cassar seu mandato. Essa crença não teria maiores desdobramentos se, como de costume, fosse compartilhada apenas pela ala ideológica do governo, que enxerga conspiradores em todos os cantos. A diferença, no momento, é que a área militar também concorda com a opinião do presidente de que diversos agentes públicos estão tentando reduzir seus poderes. Foi justamente esse respaldo verde-oliva que levou Bolsonaro a partir novamente para o ataque. No domingo 3, o presidente participou de mais uma manifestação a favor de seu governo e do fechamento do Congresso e do STF. Com a filha, Laura, a tiracolo, ele desceu a rampa do Palácio do Planalto para confraternizar com apoiadores e, com apenas alguns passos e muitas selfies, desconsiderou outra vez as normas de segurança de combate ao coronavírus e atacou, mais uma vez, as instituições. Mais tarde, mencionou as Forças Armadas como aliadas na defesa de seu governo. “Vocês sabem que o povo está conosco. As Forças Armadas, ao lado da lei, da ordem, da democracia, da liberdade, também estão ao nosso lado”, disse Bolsonaro em vídeo transmitido numa rede social. “Peço a Deus que não tenhamos problema esta semana, porque chegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui para a frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela será cumprida a qualquer preço”, acrescentou, em tom ameaçador. A declaração levou o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo, a divulgar uma nota, na segunda-feira 4, para rechaçar a suspeita de que as Forças Armadas estão fechadas com Bolsonaro. No texto, Azevedo aparentemente enumera platitudes e diz, por exemplo, que “Marinha, Exército e Força Aérea são organismos de Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os poderes imprescindíveis para a governabilidade do País”. Em nenhum trecho, o ministro nega com veemência a possibilidade de a instituição se tornar um braço político do presidente. Um militar da cúpula do Exército explica que há no comunicado, de forma subliminar, recados dirigidos ao STF, ao Congresso e ao próprio Bolsonaro. Quando a nota fala da lei, da ordem e da democracia, a mensagem tem o presidente como destinatário. Quando ressalta a observação ao princípio da independência e da harmonia entre os poderes, os alvos são o STF e o Congresso. No sábado 2, um dia antes de participar da manifestação, Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada o ministro Fernando Azevedo, os comandantes das três Forças e os generais Luiz Eduardo Ramos, Braga Netto e Augusto Heleno, que são ministros, respectivamente, da Secretaria de Governo, da Casa Civil e do Gabinete de Segurança Institucional. Entre outros assuntos, conversaram sobre deliberações recentes de ministros do STF, com destaque para a canetada de Alexandre de Moraes que suspendeu a posse de Alexandre Ramagem no cargo de diretor-geral da Polícia Federal. Os ministros militares concordaram com a opinião do chefe de que algumas decisões do Supremo estão tolhendo poderes e atribuições que são exclusivos do presidente da República. O general Luiz Eduardo Ramos disse o seguinte após a reunião: “O Supremo está demais. Com o Supremo não está dando para governar”. A nota dissonante foi o comandante do Exército, Edson Pujol, que não gostou do rumo da prosa, já que a pauta do encontro era o combate à pandemia de Covid-19. Na quinta-feira 30, Pujol já havia deixado o presidente contrariado ao se recusar a cumprimentá-lo com um aperto de mãos. Diante das câmeras de TV, Pujol preferiu, em respeito às recomendações sanitárias, saudar Bolsonaro com o cotovelo. Foi o suficiente para assessores presidenciais divulgarem a versão de que Ramos substituiria Pujol no posto de comandante do Exército. Iniciado o processo de

A mais recente teoria da conspiração criada por Bolsonaro · Em teorias da conspiração, às vezes, há um fundinho de verdade (o que não significa que as conclusões a partir

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SemOpção

Veículo: Veja - Caderno: Poder - Seção: Não Especificado - Assunto: Política -Página: 28 a 33 - Publicação: 08/05/20URL Original:https://veja.abril.com.br/politica/a-mais-recente-teoria-da-conspiracao-criada-por-bolsonaro/

A mais recente teoria da conspiração criada porBolsonaroA mais recente teoria da conspiração criada porBolsonaroO presidente está convencido de que existe uma trama para tirá-lo do podere com apoio de uma parte da cúpula militarPor Daniel Pereira, Marcela Mattos, Laryssa Borges - 8 maio 2020, 06h00

NÓS CONTRA ELES - Bolsonaro: “As Forças Armadas também estão ao nosso lado” Jorge William/Agência O Globo Até os aliados mais próximos concordam: Jair Bolsonaro tem uma queda inegável por teorias da conspiração. Uma de suaspreferidas dá conta de que Adélio Bispo, o autor da facada que ele sofreu durante a campanha eleitoral, não agiu sozinho, comoafirma a Polícia Federal (PF), mas a mando de gente poderosa. Outra, mais atual, aponta para a existência de uma ofensiva, coma participação de parlamentares, governadores e ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), destinada a tirá-lo do poder. Deinício, Bolsonaro achava que o objetivo dessa orquestração era impedir sua reeleição. Agora, ele acredita que a meta é cassarseu mandato. Essa crença não teria maiores desdobramentos se, como de costume, fosse compartilhada apenas pela alaideológica do governo, que enxerga conspiradores em todos os cantos. A diferença, no momento, é que a área militar tambémconcorda com a opinião do presidente de que diversos agentes públicos estão tentando reduzir seus poderes. Foi justamenteesse respaldo verde-oliva que levou Bolsonaro a partir novamente para o ataque.No domingo 3, o presidente participou de mais uma manifestação a favor de seu governo e do fechamento do Congresso e doSTF. Com a filha, Laura, a tiracolo, ele desceu a rampa do Palácio do Planalto para confraternizar com apoiadores e, com apenasalguns passos e muitas selfies, desconsiderou outra vez as normas de segurança de combate ao coronavírus e atacou, mais umavez, as instituições. Mais tarde, mencionou as Forças Armadas como aliadas na defesa de seu governo. “Vocês sabem que opovo está conosco. As Forças Armadas, ao lado da lei, da ordem, da democracia, da liberdade, também estão ao nosso lado”,disse Bolsonaro em vídeo transmitido numa rede social. “Peço a Deus que não tenhamos problema esta semana, porquechegamos no limite. Não tem mais conversa. Daqui para a frente, não só exigiremos, faremos cumprir a Constituição. Ela serácumprida a qualquer preço”, acrescentou, em tom ameaçador. A declaração levou o ministro da Defesa, general FernandoAzevedo, a divulgar uma nota, na segunda-feira 4, para rechaçar a suspeita de que as Forças Armadas estão fechadas comBolsonaro.No texto, Azevedo aparentemente enumera platitudes e diz, por exemplo, que “Marinha, Exército e Força Aérea são organismosde Estado, que consideram a independência e a harmonia entre os poderes imprescindíveis para a governabilidade do País”. Emnenhum trecho, o ministro nega com veemência a possibilidade de a instituição se tornar um braço político do presidente. Ummilitar da cúpula do Exército explica que há no comunicado, de forma subliminar, recados dirigidos ao STF, ao Congresso e aopróprio Bolsonaro. Quando a nota fala da lei, da ordem e da democracia, a mensagem tem o presidente como destinatário.Quando ressalta a observação ao princípio da independência e da harmonia entre os poderes, os alvos são o STF e o Congresso.No sábado 2, um dia antes de participar da manifestação, Bolsonaro recebeu no Palácio da Alvorada o ministro FernandoAzevedo, os comandantes das três Forças e os generais Luiz Eduardo Ramos, Braga Netto e Augusto Heleno, que são ministros,respectivamente, da Secretaria de Governo, da Casa Civil e do Gabinete de Segurança Institucional. Entre outros assuntos,conversaram sobre deliberações recentes de ministros do STF, com destaque para a canetada de Alexandre de Moraes quesuspendeu a posse de Alexandre Ramagem no cargo de diretor-geral da Polícia Federal.Os ministros militares concordaram com a opinião do chefe de que algumas decisões do Supremo estão tolhendo poderes eatribuições que são exclusivos do presidente da República. O general Luiz Eduardo Ramos disse o seguinte após a reunião: “OSupremo está demais. Com o Supremo não está dando para governar”. A nota dissonante foi o comandante do Exército, EdsonPujol, que não gostou do rumo da prosa, já que a pauta do encontro era o combate à pandemia de Covid-19. Na quinta-feira 30,Pujol já havia deixado o presidente contrariado ao se recusar a cumprimentá-lo com um aperto de mãos. Diante das câmeras deTV, Pujol preferiu, em respeito às recomendações sanitárias, saudar Bolsonaro com o cotovelo. Foi o suficiente para assessorespresidenciais divulgarem a versão de que Ramos substituiria Pujol no posto de comandante do Exército. Iniciado o processo de

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fritura, Ramos se viu obrigado a desmentir a informação publicamente e enviar reservadamente uma mensagem aos grupos degenerais: “Não houve e não haverá essa hipótese”. Mas também fez um alerta: “Tenho consciência do grave momento queestamos vivendo”, concluiu.Bolsonaro gostou tanto do apoio recebido dos ministros militares no Alvorada que cogitou desafiar a mais alta instância do PoderJudiciário. No domingo, depois da confraternização em frente ao Planalto, ele decidiu insistir no nome de Ramagem para a PF.Sua ideia não era empossá-lo no cargo de diretor-geral, o que estava proibido por Alexandre de Moraes, mas nomeá-lo diretorexecutivo, o segundo cargo na hierarquia da corporação, deixando a cadeira principal vaga. Se fosse executado, esse plano fariade Ramagem o chefe dos policiais federais até que seu superior fosse indicado — o que, obviamente, não ocorreria tão cedo. Namadrugada de segunda-feira, o presidente recuou da ideia e indicou Rolando Alexandre de Souza para comandar o órgão (veja areportagem da pág. 38).No delírio presidencial, os ministros do Supremo são listados entre os maiores expoentes da suposta conspiração contraBolsonaro (veja o quadro). Alexandre de Moraes, que também é relator do inquérito que investiga as fake news e as ameaçascontra integrantes da Corte, é tachado de linha auxiliar dos tucanos por pessoas próximas a Bolsonaro. Uma “prova” disso seriaa decisão dele que assegurou a governadores e prefeitos a autonomia para que adotassem medidas contra a pandemia. Na tesepalaciana, Moraes teria agido politicamente para enfraquecer o presidente e, em contrapartida, fortalecer o governadores doRio, Wilson Witzel, e de São Paulo, João Doria, cotados como candidatos ao Planalto em 2022. Bolsonaristas garantem que Witzeltem uma parceria com o Ministério Público estadual destinada a manter viva a apuração do esquema de rachadinha no gabinetedo então deputado estadual Flávio Bolsonaro, com o objetivo de desgastar, sobretudo, o presidente. Já Doria teria um plano bemmais ambicioso: conseguir as demissões de Sergio Moro e Paulo Guedes, duas das mais importantes bases de sustentação dogoverno. Na cabeça do presidente e de alguns auxiliares, não foi Bolsonaro quem acabou forçando o pedido de demissão deSergio Moro.

RECADO – Dias Toffoli e Fernando Azevedo: nota da Defesa com recado ao STF Marcos Corrêa/PR/.Em teorias da conspiração, às vezes, há um fundinho de verdade (o que não significa que as conclusões a partir de algumaspremissas sejam verdadeiras). Paulo Guedes, por exemplo, convenceu Bolsonaro de que Doria se uniu ao presidente da Câmara,Rodrigo Maia (DEM), para aprovar projetos que aumentam as despesas públicas e, assim, agravar o rombo fiscal do país. Maiateria embarcado nessa aventura porque gostaria de ocupar a vaga de vice da chapa encabeçada pelo tucano. É verdade quePSDB e DEM podem marchar juntos em 2022. É verdade que Maia pode vir a ser candidato a vice. É verdade também que opresidente da Câmara não deseja dar protagonismo a um presidente que odeia o Congresso. Mas achar que ele quer arrombaras contas públicas com um objetivo tão torpe cruza a fronteira entre o real e o imaginário.Outro integrante do DEM, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, também teria usado o cargo para fragilizar Bolsonaroao resistir à flexibilização da quarentena — não por preocupação com a saúde pública, mas para acelerar a debacle econômica,segundo os assessores presidenciais. “Bolsonaro é um presidente sitiado”, disse a VEJA um interlocutor da ala militar. Essa frasetransita entre o conveniente e o duvidoso. Conveniente porque o mantra do mandatário sitiado serve de argumento de defesapara Bolsonaro toda vez que ele é cobrado pelos muitos problemas de sua gestão. A lógica é a seguinte: as coisas só nãofuncionam porque os adversários — de todos os poderes, em todos os níveis da administração — conspiram contra ele. Duvidosoporque a maioria das conspirações é baseada em pura fantasia.O caso de Moro é ilustrativo. O ex-juiz da Lava-Jato é considerado um “infiltrado” muito antes dos atritos que ele teve com opresidente por causa das tentativas de interferência na Polícia Federal. Em meados do ano passado, Bolsonaro foi informado deque seu então ministro havia jantado com o senador Alvaro Dias, líder do Podemos, em Curitiba. À mesa, Moro teria aceitado sero candidato do partido à Presidência em 2022 e combinado deixar o governo assim que achasse oportuno do ponto de vistapolítico. Segundo Dias, tal jantar nunca aconteceu. Contra teses malucas, porém, não há argumentos racionais. “O Moro estavavazando informações sigilosas obtidas pela Polícia Federal para prejudicar Bolsonaro e seus familiares”, diz um dos principaisconselheiros do presidente, que pediu para não ser identificado. “O Moro usou a falácia da interferência política na PF como álibipara deixar o governo, sair atirando e fortalecer a tese do impeachment. Ministros do STF e alguns congressistas estão comele”, afirma o mesmo conselheiro. O presidente está convencido disso.A desconfiança é uma marca do governo e não recai apenas sobre atores externos, de políticos à imprensa. Uma das pessoasmais próximas a Bolsonaro diz que o entorno do presidente também está apinhado de conspiradores. “É mais fácil dizer quemnão participa da conspiração contra ele. Não se trata de um cavalo de Troia. O governo tem uma manada de Troia.” Esse tipo dediscurso até soa bem aos ouvidos dos convertidos, mas não convence. Ao apostar no conflito, provocar instituições, minimizar apandemia e se recusar a administrar o país, Bolsonaro é hoje quem mais conspira contra seu próprio governo.

Os personagens da “conspiração”

– Marcelo Camargo/Agência BrasilLUIZ MANDETTAO ex-ministro da Saúde teria contribuído para a perda de popularidade de Bolsonaro ao defender as recomendações daOrganização Mundial da Saúde (OMS) e resistir à pressão do presidente pelo abrandamento da quarentena. Teria feito tudo isso

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atendendo ao comando de seu partido, o DEM, visando a uma futura aliança com o PSDB.

– Rosinei Coutinho/SCO/STFGILMAR MENDESEm plena crise, o ministro do STF voltou a debater com parlamentares a adoção do regime semipresidencialista, que reduz ospoderes do presidente da República. Também se tornou um crítico das manifestações de rua a favor do governo. Para osbolsonaristas, o ministro atua a serviço do tucano Fernando Henrique, que o indicou para a Corte.

– //DivulgaçãoREDE GLOBOComo os seus antecessores Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer, Bolsonaro acusa a emissora de atacá-lo a fim de desgastar asua imagem e desestabilizar o governo. O presidente jura ser vítima de uma campanha persecutória e diz, equivocadamente,que há uma profusão de fake news no noticiário.

– Nelson Almeida/AFPJOÃO DORIAConsiderado pelo presidente o candidato do establishment em 2022, o governador é apontado como o articulador do plano parainviabilizar o governo. A estratégia principal dele consistiria em minar Sergio Moro e Paulo Guedes, deixando a gestão Bolsonaroórfã de duas das suas principais bases de sustentação. Metade da missão, de acordo com o delírio, teria sido cumprida.

– Eliane Carvalho/GovernoRJ/DivulgaçãoWILSON WITZELO governador teria uma parceria com o Ministério Público do Rio destinada a manter viva a investigação sobre o esquema derachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro. Witzel também usaria a estrutura da Polícia Civil paraalimentar a suspeita de que a família Bolsonaro tem relação estreita com as milícias.

– Cristiano MarizSERGIO MOROBolsonaro suspeitava que o ex-juiz vazava informações sigilosas a fim de alimentar a crise política em torno dele próprio e deseus filhos. Ao acusar Bolsonaro de interferência na PF, Moro teria agido não apenas de olho na eleição de 2022, na qual figuracomo possível candidato, mas para dar um pretexto à cassação do mandato do presidente.

– Fellipe Sampaio/SCO/STFALEXANDRE DE MORAESO ministro é tachado de tentáculo do PSDB dentro do Supremo porque, com suas decisões, deu poderes a governadores eprefeitos para lidar com a pandemia e suspendeu a indicação de Alexandre Ramagem para a PF. Na função de relator doinquérito das fake news, Moraes teria como objetivo apresentar os filhos do presidente como chefes de um esquema criminoso.

– Rosinei Coutinho/Agência BrasilRODRIGO MAIAAo impor uma série de derrotas ao governo no Congresso, o presidente da Câmara teria como meta estourar as contas públicas,desestabilizar a economia e desmoralizar o superministro Paulo Guedes. Maia é considerado pelo presidente um dosconcorrentes à vaga de vice na chapa de João Doria. Esse último dado não é tão delirante assim.

– PM/DivulgaçãoADÉLIO BISPOAo contrário da versão oficial, o garçom não teria agido sozinho ao dar uma facada no presidente durante a campanha. Haveriamandantes do crime, que teriam sido acobertados pela Polícia Federal de Minas, à época controlada politicamente pelogovernador petista Fernando Pimentel.Publicado em VEJA de 13 de maio de 2020, edição nº 2686

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