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Objetivos
- Explorar as relações estabelecidas entre música e artes visuais na obra pictórica de
Paul Klee.
- Analisar algumas de suas obras à luz das proposições do artista em “Cadernos
Pedagógicos”, obra teórica de 1925.
Contextualização Biográfica
- Nasceu em 1879 em Berna, Suíça
- Foi desde cedo influenciado por seus pais, ambos músicos
- Iniciou estudos de pintura aos 19 anos em Munique
- Buscou desde cedo as relações entre música e artes visuais
- Lecionou na Bauhaus entre 1919 - 1931 a convite de Walter Gropius
- Publica sua obra teórica a partir de 1920
- “Pensamento Criativo”, de 1920, apresenta sua Teoria da Forma
- “Cadernos Pedagógicos”, de 1925, explicita o plano de ensino na Bauhaus
“Cada vez mais estou convencido acerca dos paralelismos entre a música e a arte. Sem
dúvida ambos são temporais, o que é fácil de demonstrar… os movimentos expressivos
do pincel, a gênese do efeito.”
(CASTRO apud KLEE, 2010 )
Bases Filosóficas
- Compreensão da estética e composição como um sistema relacional
- Superação dos opostos contraditórios
- Formas se compreendem a partir da coexistência do seu oposto
- Expressão constante de um oposto no outro
- Percepção relacional gera movimento constante e oscilatório
som - silêncio forma - fundo
Bases Filosóficas
- Desejo motor do processo como força produtiva, uma energia pura (movimento)
- Energias criadoras se depositam na tela para, incapazes de se fixar, ir além dela
- Temporalidade nas artes visuais
- Término da obra é parte de seu processo de construção de sentido
- Temporalidade própria do processo de pintura
Cadernos Pedagógicos
- Publicado em 1925
- Plano inicial para o ensino teórico na Bauhaus
- Preocupação metodológica com as artes visuais
- Ênfase na representação de movimento,
composição, profundidade, equilíbrio e harmonia
- Uso de desenhos e esquemas
Linha
- Um ponto, executando um “movimento zero”
- Linha ativa: movimento espontâneo; puro
- Análogo à nota musical, que gera a linha melódica
- Se expandem como melodias, apontam para fora
da obra
Fig.1 - linha ativa realizando movimento
Fig. 2 e 3 - linhas acompanhadas de formas
complementares
(KLEE, 1953)
O ataque dos que vêm a seguir, 1933 47,5 x 63 cm, desenho a pincel
Coleção Curt Valentin, Nova Iorque
Composição
- Estruturação do quadro similar à organização
rítmica da música
- Malha modular de construção: “ritmos estruturais
primitivos”
- Módulo, assim como o tempo em um compasso,
pode ser subdividido
Construção da estrutura divisional a partir
de linhas verticais e horizontais
Camelo (em paisagem rítmica com árvore), 1920 48 x 42 cm, óleo sobre tela
Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf
Cúpulas vermelhas e brancas, 1914 14 x 13 cm, óleo e aquarela
Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf
Polifonia
- Criação de profundidade entre os planos
- Uso da cor: malha de pontos ou manchas
- Forma definitiva emerge do somatório dos planos e cores
Equilíbrio
- Harmonia só existe se o movimento encontra
o contra-movimento
- Solução na energia sem terminação;
movimento perpétuo
- Ativação do movimento pela cor; se
move no espectro cromático
- Energia e contra-energia em um só
- Calma - Dinâmica
- Incandescência - Resfriamento
- Tensão - Repouso
Fig. 80 - Tabela de resfriamento cromático
Fig. 81 - Tabela de incandescência cromática
(KLEE, 1953)
Bibliografia
- ARANHA, Carmen S. G.; OLIVEIRA, Alecsandra M. Paul Klee: movimento e
visualidade. Musicarte, São Paulo, 2017, p.103-118.
- CASTRO, R. C. Ramalho de. O pensamento criativo de Paul Klee. Per Musi, Belo
Horizonte, n.21, 2010, p.7-18.
- HERCI, Antonio. Ponto, linha, plano e movimento. Paul Klee, H. J. Koellreutter e as
relações formais entre música e artes visuais. Musicarte, São Paulo, 2017, p. 87-102.
- KLEE, Paul. Pedagogical Sketchbook. Polyglot Press, Nova Iorque, 1953.
- LAZZARO, G. Di San. Paul Klee. Editorial Verbo, 1972.