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Teresa Ricou ou Teté, a mulher-palhaço, e Karley Aida, a mulher circense, foram as personalidades escolhidas para o mês de fevereiro pelas BE do AEMC.
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PERSONALIDADE DO MÊS DE FEVEREIRO
Mulher Palhaça
TERESA RICOU ou TETÉ
Maria Teresa Madeira Ricou ou Teté, a mulher-palhaço, nasceu na Praia da Granja a 12 de novembro de 1946 e é uma conhecida artista portuguesa ligada ao circo.
Foi em África que passou a infância e parte da juventude. Saiu de casa dos pais aos 16 anos e viveu em Inglaterra e França a partir do final da década de 60. Durante esse período teve inúmeras ocupações e, entre 1971 e 1973, frequentou escolas de arte europeias como a Escola de Circo da Hungria em Budapeste ou a Escola de Mímica Jean Jacques Lecocq. Fez cursos como o de Cinema Cubano e o de Vídeo (este último orientado em Paris).
Regressou a Portugal depois do 25 de Abril de 1974 e foi funcionária da Secretaria de Estado da Cultura, onde criou o Departamento de Circo em 1978.
Ainda na década de 1970 participou em festivais de música, teatro e circo, foi responsável por ações de dinamização cultural e de recuperação de jovens em situação de risco e por espetáculos de intervenção e animação em bairros carenciados, trabalho a que continuou a dedicar-se na década seguinte.
Foi também mentora e diretora do projeto Chapitô, iniciado em 1981 e destinado à promoção da educação e da formação profissional através das artes e dos ofícios do espetáculo, com forte intervenção a nível da integração social e comunitária. Teresa Ricou foi depois a grande impulsionadora da criação, pelo Chapitô, da Escola Profissional de Artes e Ofícios do Espetáculo em 1991.
Em 1998 foi-lhe atribuído o prémio Prix de L’Initiative da Fondation du Crédit Coopératif e, em 2005, o Prémio Silver Rose Solidarity Award.
Os palhaços geralmente usam um paletó, calças e sapatos enormes e abusam de adereços como perucas, chapéus e gravatas. Abordam temas mais comuns ao universo masculino como o futebol e o namoro.
As palhaças, em vez de calçados gigantes, utilizam um pequeno salto. Podem usar vestidos, saias e calções e têm mais facilidade em falar de temas que são elas vivenciam, como a maternidade e a menstruação.
Os palhaços são denunciadores sociais através da comédia.
Teté foi criada em 1977 e foi a primeira mulher palhaço a aparecer no mundo das artes circenses e do espetáculo na Europa. Os seus “saiotes de folhos bordados”, herança feminina romântica, caracterizam a sua personagem Teté. Estreia-se no circo do povo pela mão do palhaço Luciano. Com ele entra também na catedral do circo, o Coliseu dos Recreios em Lisboa, onde fazia parte do seu grupo de “faz-tudos”. Com Luciano e Mariano Franco, aprende as subtilezas do seu ofício, partilha com eles as suas alegrias e incertezas e vai assim construindo a sua personagem. Teté: a imparável, infatigável, impossível e insuportável!
KARLEY AIDA, - a mulher circense
Nasceu no circo, a 14 de maio de 1944, debaixo de uma tenda e aos quatro anos estreou-se no circo de seu pai -
Circo Felix fazendo contorcionismo nas mãos do seu pai.
Aos poucos foi aprendendo a técnica de malabarismo e
com sua irmã Teresa, começando a fazer números de
malabarismo e contorcionismo no circo e mais tarde pelas ruas pois o circo Felix ardera.
Filha de um pai autoritário e sem a figura maternal (sua
mãe abandonara-a), KARLEY AIDA cresceu quase sozinha
e com inúmeras profissões dentro do circo: desde
malabarista, acrobata, domadora de leões até cantora e
trapezista. Diz KARLEY AIDA que as cicatrizes foram muitas.
Passou por dificuldades, mas também por êxitos
internacionais.
Volta a Portugal após a rotura de seu relacionamento
amoroso e dedica-se novamente à arte circense, porém
tenta fundar uma organização para ajudar os artistas
desempregados deste ramo, só que com pouco êxito.
Continuou até a data a dar formação de circo, sendo a
última mulher palhaço.
Participou em espetáculos televisivos e foi responsável
pela formação de Batata & Companhia.
Tem 73 anos e vive em Carnide numa roulotte inglesa que adquiriu nos anos 60.
O livro sobre as suas memórias KARLEY AIDA - o circo,
a vida foi editado pela junta de freguesia de Carnide.