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A N A I S ISSN 2237051X Brasília-DF, 03 a 06 de agosto de 2016

A N A I S ISSN 2237 051X - fenassec.com.br · ferramentas que podem auxiliá-lo em como, por exemplo, o uso de recursos de informática, pois se utilizados adequadamente os vários

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  • A N A I S

    ISSN 2237051X

    Braslia-DF, 03 a 06 de agosto de 2016

  • XIX Congresso Nacional de Secretariado:

    Empreender para Crescer

    03 a 06 de agosto de 2016 em Braslia, DF.

    Anais [recurso eletrnico]

    Disponvel em:

    ISSN: 2237051X

  • Ficha Tcnica do Evento

    Perodo: De 03 a 06/08/2016 Local: Centro de Eventos e Treinamento da CNTC Pblico Estimado: 300 participantes Pblico alvo: profissionais e estudantes de Secretariado, aposentados, docentes e coordenadores de cursos de Secretariado Atividades: palestras, painis, mesas redondas, fruns de debates, apresentao de psteres e artigos cientficos.

    Entidade Proponente:

    Fenassec Federao Nacional das Secretrias e Secretrios

    CNPJ 59.952.820/0001-26

    Sede: SCS Quadra 1, Edifcio Cear, Sala 407 Braslia CEP 70303-900

    Ncleo Administrativo: Rua Eng Ubaldo de Matos, 119 Conj. 401

    Bairro Santo Antnio - Recife CEP 50010-310

    Responsvel: Maria Bernadete Lira Lieuthier Presidente

    [email protected] / [email protected] 81 99952.4395

    Entidade Executora:

    Sisdf Sindicato das Secretrias e dos Secretrios do Distrito Federal

    CNPJ 00.580.613/0001-45

    SCS Quadra 1, Edifcio Cear, Salas 406 a 409 Braslia - CEP 70.303-900

    Responsvel: Maria Normlia Alves Nogueira Presidente

    [email protected] / [email protected] 61 3321.0524

    Comisso Organizadora:

    Bernadete Lieuthier, Normlia Nogueira, Mrcia Siqueira, Rita Moreira e Equipe SISDF.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • Coordenao dos Trabalhos Cientficos:

    Mrcia Siqueira

    Comisso de Avaliao:

    Ana Cristina Brando Ribeiro Silva UNB Cynira Maria Espinhara Brando FAHUG/AESGA Daniela do Amaral Oliveira Gardin UNICENTRO Daniela Giareta Durante - UFC Dbora Carneiro Zuin - UFV Emili Barcelos Martins Santos - EMBRAPA Ednilse Maria Willers UNIOESTE Ftima do Esprito Santo Soraes - NEWTON PAIVA Ivone de Oliveira Lima IFMT Keyla Christina Almeida Portela IFMT Lia de Castro Soares UFPE Jezreel Santos de Melo FADBA Luciana Sousa Coelho Marson UNIGRANGRIO Marcia Dayana Fernandes IFMT Nilzenir de Lourdes Almeida Ribeiro - FAMA Rutinia de Oliveira Carvalho UFRR Stela Pudo Basiuk - ANHANGUERA

  • rea Temtica: Assessoria e Consultoria Organizacional

    TEORIA E PRTICA NA CONSULTORIA SECRETARIAL

    Tereza Raquel Ferreira de Souza, UFPB, [email protected]

    Chussy Karlla Souza Antunes, UFPE, [email protected]

    Alberto Santos Arruda, UFPB, [email protected]

    RESUMO

    A consultoria secretarial contribui para aperfeioamento do sistema secretarial e,

    consequentemente, constitui uma importante forma de atuao do profissional de secretariado

    executivo, muito embora seja ainda pouco conhecida nas organizaes e no mercado. Nosso

    objetivo foi buscar compreender como realizada a consultoria secretarial enfocando sua

    prxis no mercado. Com esse objetivo, levantamos consideraes tericas na literatura

    cientfica e buscamos informaes sobre a efetiva realizao de consultorias secretariais

    atravs de uma profissional do secretariado atuante no mercado. Encontramos discrepncias

    entre as dimenses terica e prtica da consultoria secretarial no que se refere: (a)

    concepo de consultoria; (b) ao aspecto intervencionista; e (c) abrangncia da consultoria.

    Verificamos tambm que nem todas as etapas da consultoria dispostas na literatura cientfica

    se atendem plenamente a prtica da consultoria secretarial interna, e por isso propusemos um

    novo roteiro para sua realizao, composto pelas seguintes etapas: identificao da

    necessidade de consultoria, diagnstico, feedback, implementao, finalizao,

    acompanhamento e avaliao de resultados.

    Palavras-Chave: Secretariado Executivo. Atuao Profissional. Consultoria Secretarial.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • ABSTRACT

    Secretarial consultancy contributes to improving the secretarial system and therefore

    constitutes an important undertaking for executive secretaries, although the activity is still

    little known by organizations and in the job market. Our goal was to seek to understand how

    secretarial consultancy is carried out focusing its praxis on the market. To this end, we raised

    theoretical considerations from academic literature and sought information on the actual

    practice of secretarial consulting from an executive secretarial consultant. We found

    discrepancies between the theoretical and practical dimensions of secretarial advice regarding:

    (a) the consulting design; (b) the interventionist aspect; and (c) the consultation scope. We

    also noticed that not all of the consulting stages indicated in the academic literature fully meet

    the practice requirements of internal secretarial advice, so we proposed a new configuration

    for its practice, comprising the following steps: identifying the need for advice, diagnosis,

    feedback, implementation, conclusion, monitoring and evaluation of results.

    Keywords: Executive Secretary. Professional Performance. Secretarial Consultancy.

  • 1 INTRODUO

    A atuao do profissional de secretariado comeou a se destacar dentro das estruturas

    organizacionais nas dcadas de 1950 e 1960, perodo em que seu trabalho centrava-se no

    desempenho das tcnicas secretariais. Somente a partir da complexidade das informaes

    geridas nas organizaes o secretrio passou, processualmente, de uma posio operacional

    para gerencial (NONATO JNIOR, 2009).

    Nota-se que a complexidade das atividades administrativas organizacionais tambm

    foi um dos fatores que contribuiu para que o secretrio deixasse de desempenhar apenas

    funes operacionais e passasse a atuar em atividades gerenciais. Como observa Siqueira

    (2012a), a rea secretarial pode ser considerada um sistema secretarial, ou seja, um sistema

    administrativo cujas atividades guardam grande complexidade e complementaridade. Segundo

    a autora, corresponde a um ncleo de cogesto composto por um conjunto de partes

    integrantes e interdependentes os seus subsistemas que fornecem apoio s reas funcionais

    da organizao.

    O Secretrio de hoje no desempenha apenas atividades rotineiras de uma secretaria,

    pois precisa ter competncia suficiente para desenvolver atividades mais complexas como a

    assessoria executiva, a gesto e a consultoria secretarial. Essas atividades no surgiram por

    acaso, elas so fruto da conquista de espao no mercado atravs do desempenho profissional,

    das lutas da classe por direitos legais e de formao diferenciada, sobretudo atravs dos cursos

    universitrios.

    Dentre as diversas atividades complexas desenvolvidas pelo secretrio, neste trabalho

    colocamos em evidncia atividade de consultoria. Entendemos que consultoria uma

    atividade em que o profissional necessita de slidos conhecimentos que lhe permitam

    observar e estudar uma determinada situao em uma dada empresa, de modo a emitir um

    parecer e propor mtodos de ao e inovao, podendo ainda, em alguns casos, auxiliar na

    conduo da implantao desses mtodos.

    Para Schumacher, Portela e Pereira (2010), como consultor o secretrio pode

    desenvolver atividades como: realizar levantamentos de dados na empresa em que trabalha,

    elaborar diagnsticos, prever possveis problemas, opinar, aconselhar, recomendar solues,

    assessorar e auxiliar os executivos, promovendo estabilidade, sustentabilidade e alcance dos

    objetivos almejados. Antunes (2013, p. 404) corrobora esse pensamento, acrescentando que a

    consultoria secretarial tem seu campo de atuao direcionado: Est relacionada a uma

    melhoria, aperfeioamento, inovao empreendedora no e para o sistema secretarial.

    Mesmo com a evoluo da profisso e do perfil de atuao secretarial, a prtica da

    consultoria secretarial ainda pouco conhecida nas organizaes e no mercado. Neste

    trabalho, nosso objetivo geral foi buscar compreender como realizada a consultoria

    secretarial enfocando sua prxis no mercado. Para tanto, assumimos como objetivos

    especficos: a) levantar na literatura o conceito e os procedimentos para uma consultoria; b)

    buscar informaes sobre o emprego desses procedimentos em servios de consultoria

    secretarial; e c) fazer uma reflexo sobre e relao entre as dimenses terica e prtica da

    consultoria secretarial.

  • Feita essa reflexo, verificamos que nem todas as etapas da consultoria dispostas na

    literatura cientfica atendem plenamente a prtica da consultoria secretarial interna, e por isso

    propusemos um novo roteiro para sua realizao, composto pelas seguintes etapas:

    identificao da necessidade de consultoria, diagnstico, feedback, implementao,

    finalizao, acompanhamento e avaliao de resultados.

    2 SISTEMA SECRETARIAL

    Um sistema , basicamente, um organismo dinmico delimitado por uma fronteira e

    formado tanto pelos elementos que o compem quanto pelas relaes entre esses elementos.

    Os elementos do sistema so considerados subsistemas interligados, ou seja, relacionados

    entre si. O conceito de sistema, cunhado por Bertalanffy (1982), valoriza no apenas as

    relaes que ocorrem entre os subsistemas, mas tambm as relaes que o sistema como um

    todo mantm com outros sistemas, o que ocorre no caso dos sistemas denominados de

    abertos. Tambm importante esclarecer que cada subsistema pode corresponder a um

    sistema na medida em que forem salientados seus subsistemas (sub-subsistemas).

    A relevncia do conceito est no fato de que, como observa Morgan (2011), podemos

    definir a organizao como sendo um sistema e, nesse caso, suas partes integrantes podem ser

    compreendidas como subsistemas. Sendo assim, a rea secretarial simultaneamente um

    subsistema organizacional e um sistema secretarial que, de acordo com Siqueira (2012a), de

    grande importncia no desenvolver das atividades administrativas da empresa (sistema) e

    muitas vezes funciona como o elo entre processos, pessoas e informaes no mbito

    organizacional.

    Diversas atividades administrativas da empresa so de competncia do sistema

    secretarial e cabe secretria fazer a gesto secretarial de modo a planejar, organizar,

    estabelecer procedimentos e tcnicas adequadas para o correto cumprimento do seu trabalho.

    Segundo a proposta de Siqueira (2012a), podemos utilizar a teoria de sistemas para subdividir

    o sistema secretarial em quatro subsistemas integrados e interdependentes, com o intuito de

    melhor compreender e estudar suas atribuies e, assim, determinar as tcnicas especficas

    mais adequadas para o correto cumprimento do seu trabalho.

    2.2.2 Subsistemas secretariais

    O sistema secretarial abarca diferentes atribuies e, por isso, possvel subdividi-las

    de modo a formar quatro subsistemas secretariais: gesto de processos administrativos, gesto

    de relacionamentos, gesto para apoio logstico e gesto da comunicao organizacional

    (SIQUEIRA, 2012a).

  • 2.2.2.1 Subsistema de gesto de processos administrativos

    O subsistema de gesto de processos administrativos, de acordo com Siqueira (2012a,

    p. 08), compreende o planejamento, organizao e execuo de atividades de forma

    sistematizada das atribuies da rea funcional ou unidade organizacional que atua.

    importante compreender que para a plena gesto do subsistema gesto de processos

    administrativos necessrio que o secretrio tenha viso holstica do ambiente macro que est

    inserido, a organizao. Ainda no que se refere a plena gesto do referido subsistema,

    Siqueira (2012b) ressalta que fundamental: que o secretrio conhea a estrutura

    organizacional, j que determinante para o entendimento dos papis que cada rea funcional

    representa para a organizao; tenha domnio da misso, metas e fluxo de atividades da rea

    funcional que secretaria; compreenda as atividades sobre sua responsabilidade e o impacto

    que as mesma tem em relao aos demais setores da organizao.

    Algumas das principais atribuies deste subsistema so: organizao do ambiente,

    organizao do expediente dirio, sistematizao do fluxo de atividades e gesto da rea

    secretarial, Siqueira (2012b).

    2.2.2.2 Subsistema de gesto de relacionamentos

    Para a autora o subsistema de gesto de relacionamentos compreende a forma como a

    organizao se relaciona com os stakeholders (clientes, acionistas, sociedade, rgos

    reguladores, fornecedores e colaboradores). importante destacar que manter um bom

    relacionamento com os stakeholders essencial para a solidificao da imagem e manuteno

    da competitividade organizacional, Siqueira (2013a).

    2.2.2.3 Subsistema de gesto de apoio logstico

    De acordo com Siqueira (2013b, p. 14), o subsistema de gesto para apoio logstico

    um dos pilares da gesto do sistema secretarial e concentra a atribuio e responsabilidade de

    gerir um conjunto de atividade para que o resultado final seja atingido com eficincia e

    eficcia, por meio da coordenao e maximizao dos recursos, tanto interno quanto externo.

  • 2.2.2.4 Subsistema de gesto da comunicao organizacional

    Por fim, Siqueira (2012c, p. 08-09) afirma que o subsistema de gesto da comunicao

    organizacional visa conhecer as diretrizes, polticas, tticas, estratgias, mtodos e

    ferramentas; aplic-las e administr-las, com o objetivo de alcanar os melhores resultados,

    sempre primando pela manuteno da cultura e da identidade organizacional.

    Para o bom andamento do trabalho do Secretrio Executivo dentro de cada subsistema

    secretarial, este deve ser conhecedor das tcnicas secretariais e estar atualizado sobre as

    ferramentas que podem auxili-lo em como, por exemplo, o uso de recursos de informtica,

    pois se utilizados adequadamente os vrios recursos disposio tendem a organizar e

    facilitar o trabalho de um secretrio.

    No obstante, acima de tudo o Secretrio Executivo necessita ter viso holstica do ambiente de modo a atuar para a melhoria constante do sistema secretarial, inclusive desenvolvendo ou empregando mtodos e prticas que podem levar a mudanas profundas. Neste sentido, destacaremos a Consultoria como uma prtica que pode se tornar importante ou mesmo indispensvel para o sistema secretarial.

    3 CONSULTORIA

    Atualmente, vrios fatores fizeram aumentar nas organizaes a demanda por

    trabalhos de consultoria: a globalizao, o crescimento do parque empresarial, a maior

    exigncia por parte dos clientes, a evoluo da tecnologia e as exigncias impostas pelo

    mercado altamente competitivo. Oliveira (2012, p. 10), por exemplo, afirma em relao a esse

    fenmeno que: [...] as empresas devem estar atualizadas com as modernas metodologias e

    tcnicas administrativas, que esto sendo utilizadas no mundo empresarial, e os consultores

    competentes podem auxiliar neste processo.

    3.1 Contexto da consultoria nas organizaes

    A busca por servios de consultoria, diferentemente do que alguns pensam, no

    realizada apenas quando existe uma crise empresarial. Na verdade ela pode acontecer nas

    empresas enquanto se planejam para o futuro e por isso necessitam de orientaes, ou quando

    esto passando por grandes mudanas e sentem a necessidade de auxlio de especialistas para

    sustentao de suas decises. Nesse contexto, a consultoria vista como sendo:

    Um processo interativo de um agente de mudanas externo empresa, o qual

    assume a responsabilidade de auxiliar os executivos e profissionais da referida

    empresa nas tomadas de decises, no tendo, entretanto, o controle direto da

    situao. (OLIVEIRA, 2012, p. 4).

  • A necessidade por esses servios, ou seja, a identificao da necessidade de

    contratao de servios de consultoria, deve sempre partir da empresa, pois ela quem detm

    o poder de efetuar mudanas ou tomar decises.

    Contudo, para a contratao de uma empresa de consultoria ou de um consultor

    autnomo, a organizao dever prestar bastante ateno, pois existem vrios tipos de

    empresas de consultoria que adotam metodologias diferentes de atuao.

    As organizaes devem estar cientes de suas reais necessidades e qual tipo de

    consultoria se encaixar melhor em sua natureza. A forma de atuao dos consultores, ou das

    empresas de consultoria, pode minimizar ou maximizar custos, agilizar ou retardar servios,

    gerar menor ou maior resistncia por parte do pessoal da empresa, o que significa que o

    resultado depender em grande medida da escolha feita na contratao.

    3.2 Consultoria e sua tipologia

    A classificao tipolgica para uma consultoria apresentada por Oliveira (2012) no

    pode ser considerada completa, tendo em vista a complexidade dos tipos de consultoria

    existentes, mas o autor conseguiu alocar diferentes empresas de consultoria em um tipo

    genrico de atuao e de interao com as organizaes, classificando-as a partir de dois

    critrios: a) quanto a sua estrutura; e b) quanto a sua amplitude.

    3.2.1 Quanto estrutura

    Quanto sua estrutura o autor subdivide a consultoria em: de pacote e artesanal.

    3.2.1.1 Consultoria de pacote

    A consultoria de pacote traz um projeto com metodologias pr-projetadas e j

    utilizadas em outros trabalhos/empresas. Geralmente, possui um custo mais baixo.

    3.2.1.2 Consultoria artesanal

    Por outro lado, a consultoria artesanal oferece ao cliente um trabalho com

    metodologias personalizadas para seus problemas e, por isso, na maioria das vezes ela mais

    demorada e seu custo maior.

  • Em geral, afirma o autor, esse custo maior compensado ao fim do projeto, pois como

    as metodologias e tcnicas da consultoria so desenvolvidas em conjunto com o cliente,

    favorecem um melhor treinamento e assimilao da metodologia utilizada.

    3.2.2 Quanto amplitude

    Quanto amplitude, o autor classifica a consultoria em trs tipos: especializada,

    total e globalizada.

    3.2.2.1 Consultoria especializada

    A consultoria especializada trabalha com um ou poucos assuntos de um campo de

    conhecimento. Nos ltimos anos, em comparao com os demais tipos essa modalidade de

    consultoria apresentou um maior crescimento no mercado.

    Por ser realizada apenas dentro do campo de conhecimento para o qual foi solicitada,

    antes de efetuar a contratao a empresa cliente dever certifica-se de que o assunto foi

    realmente bem definido, caso contrrio, o trabalho do consultor no ir alcanar o objetivo

    que a empresa deseja.

    3.2.2.2 Consultoria total

    A consultoria total utilizada para tratar de assuntos que envolvem praticamente todos

    os setores de uma empresa.

    Na maioria das vezes a consultoria total trata as questes da consultoria de maneira

    no integrada, fator este que fez surgira consultoria total integrada, que tambm atua em

    vrias atividades da empresa cliente, porm utilizando-se de metodologias integradas e

    interativas.

    Essas metodologias buscam trabalhar os diferentes assuntos abordados na consultoria,

    de forma interativa buscando uma ligao entre eles.

    3.2.2.3 Consultoria globalizada

    De acordo com Oliveira (2012, p. 68) a consultoria global ou globalizada a que

    consolida servios em empresas globalizadas e que atua em diferentes pases.

  • As consultorias ainda podem receber uma classificao se levada em considerao a

    vinculao do consultor (OLIVEIRA, 2012; BLOCK, 2013). Sendo assim, cabe abordar esse

    aspecto que pode ser de extrema relevncia para o profissional de secretariado.

    3.2.3 Quanto ao vnculo

    No que se refere ao vnculo, as consultorias podem ser realizadas por consultores

    internos ou externos (consultores autnomos ou empresas de consultoria). Nessa perspectiva,

    podemos classificar as consultorias em consultorias: a) internas; e b) externas.

    3.2.3.1 Consultoria interna

    A consultoria interna realizada por algum do quadro de funcionrios da empresa. A

    escolha deste consultor traz vantagens por ser ele um conhecedor da cultura da organizao,

    dos funcionrios e das dificuldades cotidianas da empresa, contudo apresenta desvantagens na

    medida em que, pelo fato de ser um funcionrio da empresa, poder ter menor liberdade de

    emitir sua opinio e possivelmente ter uma menor aceitao nos nveis superiores da empresa

    (OLIVEIRA, 2012).

    3.2.3.2 Consultoria externa

    Diferentemente dos consultores internos, os consultores externos so profissionais sem

    vnculo prvio ou permanente com a empresa contratante. A consultoria externa pode ser

    realizada por uma pessoa individualmente ou uma empresa de consultoria. Esse tipo de

    consultoria traz o benefcio da imparcialidade e apresenta uma viso de mercado mais ampla,

    uma vez que presta este servio a outras empresas.

    O profissional consultor externo possui maior liberdade na execuo de tarefas,

    contudo, por no ser conhecedor de grande parte dos aspectos informais da empresa pode

    apresentar fragilidades.

    3.3 Fases da consultoria

    O servio de consultoria envolve algumas etapas ou fases que vo desde o contato

    inicial at a finalizao do servio. Todas essas fases apresentam sua devida importncia para

    que o trabalho final alcance os resultados almejados.

  • Mancia (1997) propem uma subdiviso da consultoria em seis fases: entrada,

    contrato, diagnstico, feedback, implementao e finalizao.

    3.3.1 Entrada

    Na entrada ocorre o primeiro contato formal entre o consultor e a empresa cliente. Este

    um momento de sondagem para ambos.

    Nesta fase inicial o consultor busca conhecer a cultura da empresa, seus objetivos, sua

    expectativa, seus desafios, sua abertura para a consultoria, bem como os riscos de no

    conseguir realizar um bom trabalho. Mancia (1997) destaca que nesta fase realizado um

    mapeamento genrico da situao.

    3.3.2 Contrato

    A fase do contrato caracteriza-se por detalhar e documentar o escopo da consultoria.

    Oliveira (2012, p. 121) considera que o contrato dos servios de consultoria deve ser bem

    definido, bem como entendido, aceito e respeitado pelas partes envolvidas.

    3.3.3 Diagnstico

    Na fase do diagnstico o consultor utiliza-se do seu conhecimento para obter dados

    que o guiaro no desenvolvimento do perfil da interveno.

    Para Mancia (1997) esta fase definida pela utilizao do conhecimento sistematizado

    atravs de mtodos e tcnicas que definam com preciso os dados e fatos obtidos. Os mtodos

    que podem ser utilizados so inmeros e seu uso depender do problema apresentado e do

    perfil do consultor.

    3.3.4 Feedback

    Ao analisar os dados obtidos na fase de diagnstico o consultor estudar os problemas

    encontrados e buscar desenvolver mtodos que melhorem o trabalho da empresa cliente. Os

    dados trabalhados devero ser expostos para o gerente ou grupo envolvido na consultoria, a

    depender do consultor, juntamente com as recomendaes para sua melhoria.

  • Block (2013) afirma que ao dar feedback a uma organizao, o consultor poder

    encontrar certa resistncia aos dados, principalmente se estes se referirem a questes

    importantes da empresa, e sendo assim o consultor dever saber trabalhar com situaes desse

    gnero. Oliveira (2012, p. 132) considera que o consultor deve criar situaes em que as

    mudanas sejam entendidas e aceitas como coisas necessrias para a empresa cliente e,

    portanto, para todos que fazem parte da mesma.

    Desta forma, para que o resultado da consultoria seja o planejado pelo consultor, os

    envolvidos no projeto devero aceitar e buscar colocar em prtica as recomendaes feitas no

    feedback.

    3.3.5 Implementao

    Mancia (1997) afirma que A implementao consiste em colocar em prtica ou a

    campo as alternativas de solues para os problemas detectados na fase de diagnstico.

    Esta fase tem gerado algumas discusses, pois alguns consultores acreditam que ao

    implementar, ou seja, ao executar mudanas ele deixar de assumir o seu papel de consultor e

    passar a assumir o papel de gerente, que o detentor do real poder de efetuar mudanas.

    Turner (1989, p.10) sistematiza essa discusso:

    Alguns argumentam que aquele que ajuda a efetivar as recomendaes toma o lugar

    do executivo e, portanto, excede os limites legtimos da consultoria. Outros

    acreditam que quem considerar a implementao como responsabilidade apenas do

    cliente falha como profissional, pois recomendaes no implementadas so um

    desperdcio de dinheiro e tempo.

    Vemos o consultor como o profissional que realiza um trabalho intelectual de auxlio

    tomada de deciso. Esse trabalho exige raciocnio para resolver, projetar, avaliar, conduzir e

    controlar desafios organizacionais, normalmente dependendo do conhecimento de matrias

    para as quais se fazem necessrios o aprendizado e o estudo. Desse modo, ajuda a gesto

    organizacional a aprimorar, desenvolver e melhorar a efetividade de uma determinada rea

    atravs de inovaes ou teorias.

    Diante deste embate, entendemos que o consultor pode, em alguns casos, auxiliar na

    conduo da implementao sem que com isso seu servio perca a natureza de consultoria.

  • 3.3.6 Finalizao

    Todas as fases citadas anteriormente so pr-requisitos para a fase de finalizao. Para

    Mancia (1997) a caracterstica desta fase a de ser precedida por todas as outras e no

    provocada por uma quebra de contrato.

    Neste sentido, segundo Schein (1972 apud MANCIA, 1997) o seu principal problema

    seria o termino prematuro, sem que se tivesse garantido o mnimo de mudanas observveis

    nos procedimentos propostos.

    Cabe ressaltar que essas seis fases so frequentemente adotadas em se tratando da consultoria secretarial, a exemplo do que prope Antunes (2013).

    4 A CONSULTORIA SECRETARIAL

    De acordo com Antunes (2013) o sistema secretarial impacta diretamente para o alcance

    dos objetivos da organizao, e como qualquer outro subsistema organizacional, merece um

    olhar atento sobre sua efetividade funcional.

    No raramente, esse olhar implica em um processo de consultoria voltado para a

    melhoria do fluxo interno do sistema secretarial e, consequentemente, de toda organizao. O

    profissional mais adequado para realizar essa consultoria , via de regra, o prprio

    secretrio(a), considerando-se que o profissional de secretariado executivo o responsvel

    por gerir o sistema secretarial.

    4.1 O secretrio atuando como consultor

    A rea secretarial veio passando por vrias transformaes ao longo dos anos e, como

    citamos anteriormente, atualmente o secretrio visto como gestor do sistema secretarial,

    ganhando caractersticas de um profissional especialista.

    Assim sendo, espera-se que esse profissional esteja em condio de realizar o trabalho

    de consultoria secretarial, que pode ser interna, quando o secretrio faz parte do quadro de

    funcionrios da empresa, mas pode ser externa, se o secretrio for um agente externo da

    empresa.

  • Para Antunes (2013), em ambos os casos a consultoria secretarial est relacionada a

    melhorias, avanos e inovaes empreendedoras no e para o sistema secretarial, e deve seguir

    as etapas estabelecidas. No obstante, a autora reconhece discrepncias entre elas: por um

    lado, o secretrio consultor interno a escolha natural quando surgem dificuldades no sistema

    secretarial que levam a necessidade de elaborao de um plano ou projeto de melhoria; por

    outro lado, o secretrio consultor externo um empresrio, dono de seu prprio negcio,

    trabalhando em um mercado competitivo, para clientes diversificados e exigentes, e por isso

    dever firmar-se nesse mercado, respondendo a demandas diferenciadas.

    A autora prope para a consultoria a adoo das etapas descritas por Mancia (1997), que

    abordamos anteriormente (captulo 3): entrada, contrato, diagnstico, feedback,

    implementao e finalizao. Entretanto, ao analisarmos estas etapas verificamos que nem

    todas atendem plenamente a prtica da consultoria secretarial interna e, por essa razo,

    elaboramos uma nova proposta de roteiro de etapas para sua realizao, apresentada no

    esquema abaixo:

    CO NSULTO RIA SECRETARIAL INT ERNA

    Identificao da Diagnstico Feedback Implementao Finalizao Acompanhamento Avaliao

    Necessidade de de Resultados

    Consultoria 1 2 3 4 5 6 7

    A identificao da necessidade de realizao de uma consultoria secretarial interna pode

    ser percebida tanto pelo secretrio quanto pelo gestor e, sendo assim, demandada a qualquer

    momento. O diagnstico, o feedback, a implementao e a finalizao, etapas subsequentes,

    seguem o conceito das etapas da consultoria que abordamos anteriormente (capitulo 3). Em

    seguida, devem ocorrer o acompanhamento e a avaliao de resultados que so etapas em que

    o secretrio, por ser um funcionrio da empresa, continuar acompanhando todas as mudanas

    que ocorrerem na ps-implementao, detendo assim o poder de avaliar as consequncias da

    consultoria realizada.

    A consultoria secretarial interna, tambm pode ser uma consultoria informacional, que

    a realizao de pesquisas e levantamentos de dados, apresentados em relatrios

    consubstanciados que serviro de suporte ao processo decisrio da organizao (ANTUNES,

    2013).

    Oliveira (2012) acredita que apenas o consultor externo consegue exercitar, na

    plenitude, a consultoria empresarial e, corroborando seu pensamento, abordaremos a forma de

    atuao do secretrio como consultor externo, seguindo as etapas estabelecidas por Mancia

    (1997) para o consultor externo, citadas anteriormente.

  • Normalmente a empresa contratante que vem em busca do servio do secretrio

    consultor e o seu primeiro encontro corresponde a um momento de sondagem para ambos.

    Passado esse momento de sondagem, para a iniciao efetiva do trabalho se faz necessria a

    elaborao de um contrato que tem o objetivo de documentar e delinear o escopo da

    consultoria.

    No terceiro momento, o secretrio deve procurar conhecer atentamente o sistema

    secretarial sobre o qual prestar a consultoria: o seu fluxo dirio (documentos, informaes e

    pessoas); a importncia e a ligao do setor com os demais setores da organizao; as pessoas

    que esto inseridas mais diretamente no setor; e o trabalho que desempenham e de que forma

    o fazem, sobretudo quanto aos recursos e estratgias utilizadas para facilitar esse trabalho.

    De posse desses e de outros dados que se fizerem necessrios, o secretrio consultor

    buscar delinear a proposta de interveno, ou seja, atravs do seu conhecimento e

    experincia profissional, o secretrio consultor far a anlise dos dados obtidos e indicar

    aes que visem a melhoria do sistema secretarial e, consequentemente, podero impactar na

    organizao como um todo. Essas propostas sero organizadas em forma de projeto, e traro

    aes e atividades de interveno para soluo ou minimizao dos problemas encontrados,

    que sero apresentados para o(s) respectivo(s) responsvel(is), que pode ser o prprio

    contratante ou um seu representante. Neste momento, o secretrio consultor poder encontrar

    algum tipo de resistncia, por isso importante que o mesmo possua alm do conhecimento

    terico, habilidades de comunicao, liderana, persuaso e habilidades relacionais.

    Se as propostas forem aceitas pelo gerente organizacional, possuidor do poder

    deliberativo, o consultor poder em um segundo momento, auxiliar e dar assistncia na

    implementao dos programas, aes e atividades propostas (BLOCK, 2013). Cabe ressaltar

    que, por no possuir poder deliberativo direto para implementar mudanas, o secretario

    consultor apenas sugere-as, justificando os motivos para essas melhorias/mudanas no

    ambiente, todos embasados nos seus estudos e anlise ambiental.

    O servio de consultoria secretarial pode ser finalizado aps as recomendaes feitas

    pelo secretrio ou pode continuar se as recomendaes forem acatadas pelo gerente e

    colocadas em prtica. No segundo caso, o secretrio consultor apenas se desligar da empresa

    quando observar que as recomendaes propostas esto sendo implantadas de forma correta e

    que o sistema secretarial est andando corretamente.

    O secretrio consultor realiza um trabalho intelectual de auxlio tomada de deciso.

    Por isso necessrio que ele possua conhecimento na rea em que deseja desenvolver seu

    trabalho de consultoria, buscando sempre estar atualizado com as novidades da rea e

    participar de eventos que proporcionem ganho de conhecimento. Por fim, necessrio que

    atue com postura tico-profissional, sendo a confiabilidade um fator fundamental nas

    consultorias organizacionais

    Neste trabalho buscamos informaes sobre os procedimentos concretamente adotados

    em uma empresa que presta servio de consultoria secretarial, visando com isso alimentar

    uma reflexo sobre e relao entre a teoria e a prtica da consultoria secretarial.

  • Mais precisamente, de uma forma menos substantiva do que a exigida em um estudo

    de caso, definido por Gonalves (2005, p. 64) como um tipo de pesquisa qualitativa,

    entendido como uma categoria de investigao que tem como objeto o estudo de uma unidade

    de forma aprofundada, procuramos registrar a experincia de uma secretria executiva

    frente de uma empresa que fornece servios de consultoria secretarial.

    4.2 Relato de um profissional de secretariado

    A profissional contratada possui formao em secretariado executivo e atua neste

    ramo, trabalhando na referida empresa h quatro anos. Para obter sua colaborao, foi criado

    um termo de consentimento livre e esclarecido, a partir do qual tomou conhecimento das

    condies em que a pesquisa seria realizada e recebeu nossa garantia acerca do sigilo quanto

    aos nomes seu e da empresa em que atuava.

    Durante a realizao dessa pesquisa a empresa procurada realizava exclusivamente

    servios de consultoria voltada para a rea secretarial e tinha como objetivo identificar os

    fatores crticos que influenciam diretamente no desempenho da empresa (ou departamento) e

    propor as melhorias necessrias para seu pleno funcionamento.

    Algumas das atividades desenvolvidas pela empresa naquela poca eram: organizao

    de rotinas e ambientes, organizao de arquivos fsicos e eletrnicos, implantao de

    controles financeiros, gerenciamento administrativo e assessoria Executiva (atendimento e

    apoio estratgico ao executivo/empresrio).

    O recurso utilizado para o levantamento dos dados foi um roteiro de perguntas

    qualificado como questionrio, instrumento que definido por Marconi e Lakatos (2010, p.

    184) como um instrumento de coleta de dados, constitudo por uma srie de perguntas, que

    devem ser respondidas por escrito.

    O referido roteiro foi enviado para a secretria executiva atravs de e-mail, juntamente com uma carta de apresentao da pesquisa e com o termo de consentimento livre e esclarecido. No decorrer de uma semana houve o retorno desse instrumento devidamente respondido.

    De posse dos dados provenientes do instrumento, procuramos capturar a perspectiva de atuao da profissional, buscando clarificar a relao entre aquele exemplo de atuao em consultoria com a teoria estudada na literatura cientfica sobre o tema, conforme explanaremos a seguir.

    Um primeiro ponto abordado foi a concepo da profissional acerca da consultoria. Coma inteno de qualificar o servio ofertado pela empresa apresentamos trs diferentes conceitos de consultoria e solicitamos que a entrevistada escolhesse dentre eles o que melhor definiria aquele adotado em sua empresa. A resposta apresentada revelou a seguinte noo de consultoria secretarial: correspondente a um servio prestado por um profissional qualificado, com o objetivo de analisar situaes de uma empresa, desenvolver e aplicar solues que visem seu melhoramento. Vale ressaltar que nesta noo esto presentes uma referncia ao trabalho a ser executado como tambm a referncia ao profissional adequado para sua execuo.

  • Preocupamo-nos tambm em registrar a experincia da empresa no ramo de

    consultoria secretarial. A profissional informou que j havia atuado em consultorias

    secretariais em um total de 28 empresas. Esse dado atesta a existncia de uma demanda no

    mercado, ou seja, a busca pelo servio de consultoria secretarial.

    No que se refere ao tipo de consultoria prestado pela empresa, nos foi informado que a

    consultoria artesanal a nica utilizada, dado que oferece ao cliente um trabalho com

    metodologias personalizadas ao seu problema.

    Em se tratando da amplitude da consultoria praticada, a profissional revelou que o escritrio presta a consultoria especializada, realizada apenas dentro do campo de conhecimento para o qual foi solicitada, podendo incidir sobre outros setores da empresa alm da secretaria, dependendo da demanda da empresa contratante.

    Ao perguntarmos se para realizao do trabalho de consultoria a empresa tinha como rotina firmar um documento formal (contrato) com a empresa cliente a resposta foi afirmativa, e nos foi dito que o contrato busca no apenas formalizar como tambm detalhar e documentar o escopo da consultoria.

    Considerando ser de grande relevncia o passo inicial da consultoria, questionamos a

    profissional sobre esse aspecto da abordagem da empresa junto aos clientes. Constatamos que

    a empresa de consultoria secretarial realiza diagnstico da empresa cliente como passo inicial

    da consultoria propriamente dita, e que os mtodos utilizados para obter os dados para o

    diagnstico so: entrevistas com gestores e acompanhamento da rotina de trabalho das

    secretarias. Foi ressaltado que aps obter e analisar os dados da empresa cliente, os prximos

    passos a serem realizados seriam desenvolver mtodos que melhorassem o trabalho da

    empresa e expor as propostas formuladas de maneira clara e convincente para a empresa

    cliente, facilitando sua opo por acatar ou no essas propostas.

    Outro aspecto importante que tentamos analisar foi a existncia de algum processo de

    interveno proposto pela empresa de consultoria secretarial. Verificamos que, de fato, a

    empresa adota uma fase de interveno da qual fazem parte atividades de treinamento,

    implantao de processos organizacionais, recrutamento e seleo de secretrios.

    Por fim, no intuito de verificar se aps o trmino do trabalho de consultoria o

    consultor continua mantendo contato com a empresa isso tambm foi questionado. Fomos

    ento informados de que no faz parte da prtica da empresa manter algum contato com a

    empresa contratante aps o trmino do trabalho de consultoria.

    Neste cenrio amplo, identificamos alguns elementos relacionados ao nosso principal

    objetivo, que o de encaminhar uma reflexo sobre a relao entre a teoria e a prtica da

    consultoria secretarial.

    Em primeiro lugar, ao olharmos mais atentamente a concepo de consultoria

    apresentada pela profissional, observamos que ela contm uma referncia a uma aplicao

    de solues que visem o melhoramento da empresa cliente, o que demarca uma posio

    contrria a literatura da rea segundo a qual o processo de consultoria se d por concludo a

    partir da apresentao das sugestes elaboradas.

  • Essa discrepncia entre teoria e prtica tambm revela-se no aspecto intervencionista

    adotado pela profissional, explicitado quando mencionadas as atividades de treinamento e

    implementao, entre outras anteriormente citadas, que fazem parte do servio de consultoria

    prestado por sua empresa.

    Observamos outra discrepncia quanto a abrangncia da consultoria secretarial

    descrita na literatura sobre o tema e a prtica exercida na empresa secretarial consultada. Mais

    precisamente, enquanto Antunes (2013, p. 404) prope que a consultoria secretarial tem seu

    campo de atuao direcionado, relacionado [...] a uma melhoria, aperfeioamento, inovao

    empreendedora no e para o sistema secretarial, a profissional afirma, como anteriormente

    relatado, que a consultoria que realiza focaliza o campo secretarial, porm pode abarcar outros

    setores se assim solicitar a empresa contratante.

    5 CONCLUSO

    Aps realizarmos nosso levantamento na literatura cientfica e avaliarmos as

    informaes obtidas de uma profissional do secretariado atuante no mercado da consultoria

    secretarial h quatro anos, consideramos que o profissional mais adequado para realizar a

    consultoria secretarial , via de regra, o secretrio executivo, porm como podemos identificar

    quando esse profissional est realmente apto para realizar consultoria?

    Alves (2009 apud ANTUNES, 2013) afirma que a carreira de consultores est baseada no seguinte trip: formao acadmica, idade e experincia profissional. O resultado de nosso trabalho nos fora a corroborar essa afirmao no tocante ao papel da experincia, uma vez que constatamos que apenas o conhecimento terico no suficiente para que o profissional exera bem a consultoria secretarial.

    Atravs do relato da profissional do secretariado pudemos verificar que a prxis da consultoria secretarial em muitos momentos se assemelha ao que encontramos disposto na

    literatura, porm verificamos discrepncias entre as dimenses teoria e prtica da consultoria secretarial no que se refere: (a) concepo de consultoria apresentada pela profissional; (b) ao aspecto intervencionista por ela adotado; e (c) abrangncia da consultoria.

    Mais precisamente, observamos, respectivamente: que a concepo de consultoria apresentada pela profissional contm uma referncia a uma aplicao de solues que visem o melhoramento da empresa cliente; que a profissional adota uma fase de interveno da qual fazem parte atividades de treinamento, implantao de processos organizacionais, recrutamento e seleo de secretrios, fatos que demarcam uma posio contrria a literatura da rea segundo a qual o processo de consultoria se d por concludo a partir da apresentao das sugestes elaboradas; e que a profissional afirma que a consultoria que realiza focaliza o campo secretarial, porm pode abarcar outros setores se assim solicitar a empresa contratante, enquanto Antunes (2013, p. 404) prope que a consultoria secretarial tem seu campo de atuao direcionado para [...] uma melhoria, aperfeioamento, inovao empreendedora no e para o sistema secretarial.

  • Esperamos que nossa proposta de um novo roteiro de etapas para a realizao da

    consultoria secretarial interna possa representar uma contribuio relevante para as reflexes

    sobre o tema, e ressaltamos a importncia da realizao de pesquisas mais amplas sobre

    consultoria secretarial. O referencial terico ainda escasso e poucos autores abordam o tema,

    o que nos faz recorrer a uma literatura sobre consultoria organizacional elaborada por

    administradores. Por isso, acreditamos que novas pesquisas aprofundaro o conhecimento

    sobre esta forma de atuao do secretariado executivo, sobretudo se forem desenvolvidas

    tambm por profissionais da rea secretarial.

    REFERNCIAS

    ANTUNES, C. K. S. Tendncias da atuao profissional consultoria secretarial: uma nova viso de realidade. In: DELIA, B.; A,MORIM, M.; SITA, M. (Orgs.). Excelncia no secretariado. So Paulo: Ser Mais, 2013. BERTALANFFY, Ludwing Von. Teoria geral dos sistemas. Petrpolis: Vozes, 1982. BLOCK, Peter. Consultoria infalvel: um guia prtico, inspirador e estratgico. So Paulo: M. Books do Brasil, 2013.

    GONALVES, Hortncia de Abreu. Manual de metodologia da pesquisa cientfica. So Paulo: Avercamp, 2005.

    MANCIA, Ldia Tassini Silva. Os desafios do modelo de consultoria interna: uma experincia gacha. Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul/ EA/ PPGA, 1997.

    MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Fundamentos de metodologia cientfica. 7. ed. So Paulo: Atlas, 2010.

    MORGAN, Gareth. Imagens da organizao. So Paulo: Atlas, 2011.

    NONATO JUNIOR, R. Epistemologia e teoria do conhecimento em secretariado executivo: a fundao das cincias das assessoria. Fortaleza: Expresso Grfica, 2009.

    OLIVEIRA, Djalma de Pinho Reboucas de. Manual de consultoria empresarial: conceitos, metodologia, prticas. 11. ed. So Paulo: Atlas, 2012. SCHUMACHER, A. J.; PORTELA. K. C. A; PEREIRA; S. A. O profissional de secretariado executivo no mercado de consultoria organizacional. In: I Encontro Nacional Acadmico de Secretariado Executivo, 2010, Toledo. Anais... Toledo - PR: UNIOESTE, 2010. v. 1. SIQUEIRA, Mrcia. Tcnicas secretariais: essncia para rea secretarial. Excelncia: a revista da Fenasec, Recife, ano 8, n. 35, p. 08-09, jul/set. 2012a.

    SIQUEIRA, Mrcia. Tcnicas secretariais: gesto de processos administrativos. Excelncia: a revista da Fenasec, Recife, ano 8, n. 36, p. 08-09, out/dez. 2012b.

    SIQUEIRA, Mrcia. Tcnicas secretariais: gesto de relacionamentos. Excelncia: a revista da Fenasec, Recife, ano 10, n. 37, p. 10-12, jan/mar. 2013a.

  • SIQUEIRA, Mrcia. Apoio logstico: um dos pilares da gesto do sistema secretarial. Excelncia: a revista da Fenasec, Recife, ano 10, n. 39, p. 14-15 , jul/set. 2013b.

    SIQUEIRA, Mrcia. Tcnicas secretariais: gesto da comunicao organizacional. Excelncia: a revista da Fenasec, Recife, ano 10, n. 38, p. 08-09, abr/jun. 2013c.

    TURNER, A. H. Consultoria mais que dar conselhos. Anlise e conjuntura, Belo Horizonte, v. 4, n. 1, p. 5-15, 1989.

  • rea temtica: Comportamento Organizacional

    TELETRABALHO: Um Segmento de Atuao para o Profissional de Secretariado

    Taiane de Souza, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),

    [email protected]

    Cibele Barsalini Martins, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),

    [email protected]

    Ktia Denise Moreira, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),

    [email protected]

    RESUMO

    A tecnologia possui uma ligao direta com as mudanas ocorridas no formato do trabalho e

    tambm, a responsvel por possibilitar que um profissional exera suas funes direto de sua

    residncia. Nesse sentido, considera-se que a carreira de Secretariado Executivo sofreu

    alteraes positivas a partir dos avanos tecnolgicos e, entre elas, est viabilidade de

    trabalhar a distncia. Assim, este estudo tem como objetivo verificar qual a situao hodierna

    da atuao do profissional de Secretariado Executivo com relao a rea de teletrabalho no

    Brasil. Para chegar s concluses pretendidas, foi realizada uma pesquisa qualitativa,

    descritiva, por meio da compilao de dados secundrios e a aplicao de um questionrio

    eletrnico direcionado aos profissionais que trabalham a distncia, seja formados em

    Secretariado Executivo ou em outras reas, desde que utilizem o termo secretria para

    divulgar o seu trabalho. Com base nos dados, foi constatado que a maioria dos secretrios

    teletrabalhadores est satisfeito no somente com a rotina, mas tambm com a comunicao

    do trabalho a distncia. Alm do mais, a modalidade est em desenvolvimento e tem

    possibilidades de crescimento caso haja maior divulgao.

    Palavras-chave: Secretariado Executivo. Mercado de Trabalho. Teletrabalho.

    mailto:[email protected]:[email protected]:[email protected]

  • ABSTRACT

    Technology has a straight connection with the changes occurred in the working format. It is

    also responsible for enable that a professional performs corporate tasks at home. In this sense

    it is considered that the Executive Secretariat career underwent positive changes from

    technological advances, among these changes is the viability of working at distance. The

    objective of this study is to verify the current situation of the Executive Secretaries

    performance in the telecommuting area in Brazil. To reach the intended conclusions, a

    qualitative, descriptive research was carried out through secondary data compiling and

    through the application of an online questionnaire driven to both Executive Secretaries

    professionals who work from distance and employees of different fields, as long as the term

    secretary appears in the publicity of their work. Based on the data, it was observed that

    most of the virtual secretary is satisfied not only with the routine but also with the working

    distance communication. Furthermore, the modality is in development and it has a possibility

    of growth if it acquires larger dissemination.

    Keywords: Executive Secretariat. Job market. Telecommuting.

  • 1 INTRODUO

    Com o avano da tecnologia e o fcil acesso Internet as formas de comercializar produtos e a prestao de servios esto tomando novos rumos. A partir do desenvolvimento das tecnologias da informao e comunicao (TIC) surgiu a possibilidade do trabalho a distncia, fato conhecido como teletrabalho

    1. (SOBRATT, 2015)

    Houve um tempo em que a mquina de escrever e o telex eram as ferramentas mais utilizadas pelos secretrios, porm, esses objetos se tornaram obsoletos e foram substitudos por aparelhagens e sistemas tecnolgicos digitais. A incluso da tecnologia da informao nas atividades do secretrio

    executivo transformou suas competncias, mudando assim, a imagem, as funes e o perfil desse profissional. (ADELINO; SILVA, 2012)

    Em vista disso, tirando proveito do avano tecnolgico, os profissionais de Secretariado Executivo comearam a entrar no mercado de trabalho a distncia, pois estes tm capacidade para trabalhar remotamente, j que a formao superior os fornece habilidades para organizar-se em diversos ambientes.

    Assim, surge a seguinte questo de pesquisa: O profissional de Secretariado Executivo, o qual conhecido por estar sempre lado a lado do superior hierrquico, pode, realmente, passar a exercer suas funes de forma virtual sem prejudicar o seu desempenho?

    A fim de responder o questionamento, tem-se como objetivo deste estudo verificar qual a situao hodierna da atuao do profissional de Secretariado Executivo com relao a rea de teletrabalho no Brasil. A fim de alcanar o proposto neste trabalho foram traados dois elementos estruturantes, quais sejam: (i) evidenciar o nvel de satisfao dos profissionais de Secretariado Executivo que j esto no mercado de trabalho virtual; e (ii) verificar se a comunicao a distncia entre o empregador e o secretrio executivo to eficiente quanto a presencial.

    Pelo fato de o trabalho a distncia ser relativamente novo no mbito de Secretariado Executivo, a carncia de informaes relacionadas rea de teletrabalho pode fazer com que alguns profissionais, por medo do desconhecido, deixem de seguir essa modalidade. Diante da referida situao, faz-se necessrio um estudo que aponte as possibilidades de atuao para encorajar aqueles que desejam mudar o seu ambiente de trabalho.

    Considera-se ainda, que o teletrabalho uma opo promissora, pois, com a globalizao e a facilidade de acesso informao, esse formato de trabalho tende a crescer. Assim, identifica-se oportuno estudar tal temtica, pois se acredita que quando houver material suficiente para o conhecimento e divulgao da rotina, novas oportunidades surgiro na carreira secretarial.

    Este estudo divide-se em cinco sees, na primeira esto os aspectos introdutrios; a

    segunda traz o arcabouo terico que fundamenta a pesquisa; em seguida os procedimentos

    metodolgicos; na sequencia tem-se os resultados e discusses; na quinta e, ltima seo,

    apresentam-se as consideraes finais.

    _________________________________

    1 Traduo do termo da lngua inglesa teleworking ou telecommuting.

  • 2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 FLEXIBILIZAO E TELETRABALHO

    Nesta seo objetiva-se apresentar a base terica que sustentou a pesquisa sobre a

    atuao do profissional de Secretariado Executivo como teletrabalhador.

    A globalizao e as evolues tecnolgicas facilitaram o acesso informao,

    consequentemente, as empresas tornaram-se mais flexveis com relao ao local e

    horrio de trabalho. Segundo Carvalho (2010, p. 168), cada dia que passa, as empresas

    utilizam mais as tecnologias em sua rotina e com isso esto eliminando nveis de gerncia

    tradicionais, enxugando ou comprimindo categorias de cargos, treinando funcionrios para

    atuarem em diversos setores da empresa e estimulando-os a desenvolverem suas vrias

    habilidades.

    A partir dos avanos tecnolgicos e, consequentemente, das organizaes, o trabalho a

    distncia passou a ser possvel. Tal modalidade, conforme Lvy (1996, p.18) tende a

    substituir a presena fsica de seus empregados nos mesmos locais pela participao numa rede

    de comunicao eletrnica e pelo uso de recursos e programas que favoream a cooperao.

    De maneira similar, Chagas (2014, p. 7) defende que a prestao de servio no mais se

    restringe ao ambiente fsico da empresa, em razo de ser constituda sobre a plataforma da

    mobilidade informacional, sequer delimitada no pas de origem do empregado.

    No ano de 1973, o estadunidense Jack Nilles, popularmente conhecido como pai do

    teletrabalho, lanou o termo telecommuting e o definiu como o responsvel por levar o

    trabalho aos trabalhadores, em vez de levar estes ao trabalho [...] (NILLES, 1997, p. 15). A

    pretenso de aprofundar-se no tema foi uma procura por tentativas de diminuir o trnsito, uma

    vez que, uma possvel soluo para tal questo seria a criao da possibilidade de as pessoas

    trabalharem em casa ao menos algumas vezes na semana. (NILLES, 1997)

    Teletrabalho a nomenclatura mais utilizada no mbito acadmico e jurdico para

    designar o trabalho a distncia no Brasil. Todavia, existem outras denominaes, algumas

    delas so: trabalho em domiclio, home office2

    e SOHO3, alm de trabalho mvel, trabalho

    remoto, trabalho virtual e anywhere office4. Nas trs primeiras modalidades, o profissional

    monta um escritrio em casa e passa a dividir o espao de trabalho com o espao domstico. J

    nas quatro ltimas, o trabalhador desempenha suas atividades fora da empresa, em local que

    tenha a disposio aparelhos e softwares tecnolgicos necessrios para desenvolver suas

    funes. (ESTRADA, 2004). Nesse caso, cita-se como exemplo, escritrios compartilhados,

    nas modalidades escritrio virtual ou espao coworking.

    _________________________________

    2 Termo da lngua inglesa que significa escritrio em casa.

    3 Sigla da lngua inglesa que significa Small Office and Home Office ou pequeno escritrio e escritrio em casa.

    4 Termo da lngua inglesa que significa escritrio em qualquer lugar.

  • O escritrio virtual, de acordo com o website Studio Office (2015) um espao onde

    vrios profissionais alocam um mesmo endereo por meio de planos personalizados. Esse

    servio ideal para as empresas ou autnomos que desejam contratar salas de reunies,

    espaos de escritrio, possuir um endereo comercial/fiscal, apoio de secretariado, ou

    reendereamento de correspondncias, entre outros servios administrativos conforme

    convenincia. De acordo com o referido website, o escritrio virtual gera economia, pois no

    h os custos convencionais de um escritrio fixo, como, por exemplo, manuteno dos

    equipamentos, pagamento mensal de aluguel, condomnio, eletricidade, gua etc.

    Ainda segundo o Studio Office (2015), no coworking cada profissional tem seu prprio

    posto de trabalho, mas o espao do escritrio inteiramente dividido com os outros ocupantes.

    A modalidade a escolha ideal para profissionais que precisam de um ambiente para receber

    seus clientes e ter um endereo comercial, alm de ser uma soluo para aqueles que no se

    adaptaram ao isolamento do home office. O espao dividido com profissionais de

    diversas reas, fato que aumenta a rede de contatos e cria oportunidade de interao e troca

    de ideias. Uma vez que os equipamentos, ambientes, aluguel e demais contas so divididas

    entre os ocupantes, os custos so reduzidos o que faz dessa modalidade uma tendncia global.

    Sobre as vantagens e desvantagens do teletrabalho, elas podem variar de

    profisso para profisso, mas no geral as situaes so similares. De acordo com Nilles (1997)

    os benefcios diretos do teletrabalho, so: funcionrios mais eficientes, menos licenas

    mdicas, mais eficincia organizacional, menor rotatividade e reduo adicionais de despesas

    como procura, contratao e treinamento de novos profissionais, menor necessidade de

    reas de estacionamento, maior capacidade de atrao de recursos humanos. J os benefcios

    indiretos so: consumo reduzido de energia, menos poluio atmosfrica, diminuio dos

    congestionamentos no trnsito e acesso facilitado a pessoas que apresentam dificuldades de

    locomoo.

    Para Capella e Almeida (2013, p. 411) as vantagens de trabalhar em casa so o

    conforto, uma vez que no necessrio vestir-se formalmente e tambm, maior concentrao,

    pois o profissional obtm mais foco na tarefa quando produzida em casa, alm da economia

    de tempo com o deslocamento que pode chegar a mais de 2h/dia no trnsito.

    Um dos maiores benefcios do teletrabalho sociedade a incluso social. Por meio da

    modalidade, profissionais que possuem necessidades especiais, seja visual, auditiva ou fsica,

    podem ter maior qualidade de vida. Para Darcanchy (2006, p. 72) A deficincia deixa de ser

    um obstculo a partir do momento em que o trabalhador estar trabalhando com seu

    conhecimento, que desconhece a limitao de espao e locomoo. Em suas residncias, esses

    profissionais podero exercer atividades laborais sem enfrentar os obstculos dirios de locais

    pblicos os quais nem sempre possuem a acessibilidade necessria.

  • Outros beneficiados so as famlias, pois os pais podem escolher trabalhar em home

    office. Um exemplo de empresa que preza a famlia a IBM, pois oferece aos seus

    funcionrios a possibilidade de trabalhar a distncia, conforme destacado em sua revista

    interna: Todas as mulheres tm o desafio de conciliar vida pessoal com profissional, j que

    vivem a dupla jornada de trabalhar fora e criar filhos. Na IBM, esse desafio melhor

    administrado j que a empresa oferece diversas opes de flexibilidade no trabalho, entre elas o

    home office. (IBM, 2007, p. 2)

    As desvantagens para o teletrabalhador, de acordo com Estrada (2004, p. 6), so:

    isolamento social, oportunidades de carreira reduzidas e maior possibilidade de ser demitido

    devido a forma de contato com o nvel hierrquico. Com relao as desvantagens para a

    empresa, o autor apontou a falta de legislao e a forte dependncia da tecnologia. Conforme

    visto, o teletrabalho, assim como a modalidade presencial, possui vantagens e desvantagens.

    Esses exemplos podem variar de acordo com a cidade, empresa ou at mesmo do

    teletrabalhador. Os profissionais que escolherem exercer as suas atividades por meio dessa

    modalidade precisam estar cientes dessas vantagens e desvantagens para fazer uma escolha

    consciente.

    2.2 EVOLUO DA PROFISSO SECRETARIAL

    A origem da profisso de Secretariado remete aos escribas, pois na Idade Antiga estes

    eram responsveis por tarefas afins ao de um secretrio contemporneo, como redao de

    textos e assessoramento de seus superiores. No Brasil, nas dcadas de 1950/1960, as mulheres

    dominaram a profisso que costumava ser exercida por homens, e hoje so maioria, porm os

    homens esto, cada vez mais, atuando como secretrios executivos. (CAMARGO, 2013)

    Entre as dcadas de 1950 e 1970 as funes secretariais eram atividades tcnicas e mecnicas. J a partir dos anos 1980, as atividades passaram a cobrar um maior intelecto dos profissionais, uma vez que essas se tornaram estratgicas, chegando ao auge nos anos 20005.

    O progresso da profisso ocorrido nos anos 1980 deve-se, principalmente, pela

    aprovao da Lei n. 7.377 de 30 de setembro de 1985, a qual dispe sobre o exerccio da

    profisso de Secretariado e tambm pela regulamentao do Cdigo de tica do Profissional

    que ocorreu em 1989. Conforme descrito no website da Fenassec (2015), o Cdigo de tica

    deve ser usado como parmetro em autoavaliaes e amplamente divulgado tanto aos

    profissionais da rea quanto aos seus superiores hierrquicos, pois este um dos

    instrumentos bsicos para o direcionamento correto da atuao dos secretrios e secretrias.

    A partir da dcada de 1990, o profissional de Secretariado Executivo passou a

    desempenhar funes no apenas tcnicas como tambm estratgicas. Por causa desse novo

    perfil, mais participativo e arrojado, os executivos passaram a enxergar esse profissional como

    pea fundamental para o alcance dos resultados organizacionais. (ORTEGA, 2013)

    5 ENADE: Prova de Secretariado Executivo (2009, p. 11). Disponvel em: .

    http://enade2009.inep.gov.br/

  • Portanto, a profisso secretarial vive em constante mudana. Hoje em dia, as suas

    funes vo alm de atendimento telefnico e anotaes de recados. Um fator que ajudou

    a acrescentar tarefas estratgicas ao cargo foi oferta de cursos de nvel superior, que varia de

    instituio para instituio, mas em geral, o currculo multidisciplinar. O ensino superior

    forma profissionais mais capacitados para lidar com situaes adversas. De acordo com Rizzi

    (2013, p. 137) O empreendedorismo, a versatilidade, a flexibilidade para trabalhar onde

    h trabalho so uma das novas competncias do profissional de Secretariado Executivo.

    Outro fator marcante no perfil desse profissional capacidade e responsabilidade de

    entender a empresa como um todo, ou seja, estar a par das situaes de cada setor para que

    possa captar as informaes necessrias e repass-las para o executivo. Segundo Ortega

    (2013, p. 112), o profissional de Secretariado Executivo deve entender a sua importncia em

    todo o contexto empresarial, quebrar seus prprios paradigmas e desenvolver aes que

    busquem no apenas a eficincia operacional, mas tambm a comportamental e a estratgica.

    O desenvolvimento da profisso secretarial aliado a evoluo tecnolgica resultou na

    possibilidade dos secretrios realizarem suas atividades fora do mbito organizacional, seja em

    casa ou em ambientes compartilhados. A seguir sero tratadas as questes relativas ao trabalho

    a distncia exercido por estes profissionais.

    2.3 ATUAO A DISTNCIA DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO

    A partir de uma pesquisa simples em websites de buscas possvel perceber

    que o profissional de Secretariado Executivo teletrabalhador conhecido no Brasil pelo

    gnero feminino secretria, como por exemplo, Secretria Virtual, Secretria Remota ou

    Secretria a distncia. As atividades so realizadas tanto em home office quanto em escritrios

    compartilhados.

    Os profissionais que escolhem trabalhar em casa em tempo integral ou ir ao

    escritrio algumas vezes na semana prestam servios de apoio em todo o tipo de tarefa, sem

    estar fisicamente presente em uma organizao. Para Barros et al. (2012) as secretrias a

    distncia possuem as mesmas competncias e qualidades das presenciais, porm costumam

    encontrar mais dificuldades em comunicar-se com os seus superiores, visto que esto limitadas

    ao contato virtual.

    H tambm profissionais que trabalham de forma autnoma e atendem diversas

    empresas direto de casa. Sendo que as atividades podem ser exercidas em escritrios virtuais

    que, alm de oferecerem espaos de escritrios, tambm oferecem apoio de Secretariado.

    Ento, os secretrios executivos podem trabalhar de forma autnoma, ou tornar-se empregados

    do escritrio virtual.

    Outra maneira de trabalhar de forma autnoma alugar uma mesa em um espao

    coworking. Nesta modalidade o profissional desempenha as funes comuns de um secretrio e

    atende vrios clientes. A diferena entre esse formato e o home office , conforme j posto, que

    o espao dividido com profissionais de outras reas de atuao.

  • Para Capella e Almeida (2013, p. 413) para se trabalhar como Secretria

    Remota importante que o profissional tenha vasto conhecimento de estrutura organizacional

    e do mercado, para que entenda o contexto no qual seu cliente se inclui. Portanto, a

    experincia profissional um diferencial para o alcance do sucesso como teletrabalhador.

    Os profissionais autnomos, assim como os que trabalham em escritrios

    compartilhados, precisam conhecer tanto as estruturas organizacionais quanto as

    peculiaridades de cada empresa que iro assessorar, pois conforme Barros et al. (2012) uma

    desvantagem de assessorar vrias empresas ao mesmo tempo desconhecer a dinmica de

    cada organizao, logo para obter sucesso importante que o profissional virtual se

    dedique a conhecer as polticas de cada organizao, para a qual presta servio.

    Conforme visto na fundamentao terica deste trabalho, a profisso de Secretariado

    Executivo tem evoludo juntamente com a tecnologia, portanto, o teletrabalho pode ser uma

    opo promissora para a carreira. Para que os secretrios (as) obtenham sucesso na modalidade

    a distncia, devem analisar qual das diferentes opes apresentadas melhor se encaixa em seu

    perfil.

    3 METODOLOGIA

    A pesquisa deste estudo se configura numa abordagem qualitativa, a qual, conforme

    Lakatos e Marconi (2010, p. 269) fornece anlise mais detalhada sobre as investigaes,

    hbitos, atitudes, tendncias de comportamento etc. De acordo com os objetivos, a pesquisa se

    classifica como descritiva, pois esta tem como objetivo primordial a descrio das

    caractersticas de determinada populao ou fenmeno ou, ento, o estabelecimento de relaes

    entre variveis. (GIL, 2002, p. 42)

    As tcnicas de coletas de dados utilizadas foram pesquisa bibliogrfica e levantamento

    de dados. Conforme Gil (2002, p. 44) a primeira desenvolvida com base em material j

    elaborado, constitudo principalmente de livros e artigos cientficos. J a segunda, envolve

    a interrogao direta das pessoas cujo comportamento se deseja conhecer [...](GIL, 2002, p.

    50). Portanto, no levantamento de dados foi utilizada a aplicao de questionrio.

    Para atingir os resultados pretendidos nesse trabalho foi utilizado como instrumento de

    levantamento de campo, o questionrio. De acordo com Gil (2002, p. 128) o questionrio tem

    [...] por objetivo o conhecimento de opinies, crenas, sentimentos, interesses, expectativas,

    situaes vivenciadas etc.. Considera-se que a Internet pode ser um excelente meio para a

    aplicao de uma ferramenta de pesquisa, pois esta facilita o contato com os respondentes que

    moram em lugares distantes. Alm disso, pelo motivo de as respostas no precisarem ser

    imediatas, de acordo com Flick (2009, p. 242) o questionrio eletrnico permite aos

    participantes uma maior reflexo sobre suas respostas, o que pode enriquecer a anlise de

    dados do estudo.

    ___________________________________

    6 O Google Docs disponibiliza a ferramenta formulrios no website .

  • Assim, ponderada tal viabilidade, foi encaminhado um questionrio eletrnico,

    composto por perguntas semi-estruturadas, para 30 profissionais, no territrio brasileiro,

    por meio do Google Docs6. O universo do estudo foi constitudo por profissionais atuantes na

    modalidade teletrabalho e a amostra, no probabilstica, por intencionalidade, limitou a rea

    dos secretrios teletrabalhadores, e tambm, profissionais de outras reas que utilizam o termo

    secretria para divulgar seu trabalho.

    A partir de uma pesquisa preliminar nas redes sociais, mais especificamente, em grupos

    de secretariado, foram obtidos 4 endereos eletrnicos, de secretrios teletrabalhadores. Na

    sequncia, foi realizada uma pesquisa na web com os termos Secretria Virtual e Secretria

    Remota. O resultado apontou 26 teletrabalhadores na rea secretarial, que somados aos 4,

    anteriormente, encontrados, totalizam o nmero de questionrios enviados, conforme j

    mencionado. As respostas foram recebidas durante um ms e sete dias (de 22/9/2015 a

    28/10/2015) e dos 30 destinatrios, houve 17 respondentes, todas do sexo feminino e

    moradoras do sul e sudeste do Brasil.

    4 ANLISE E DISCUSSES DE RESULTADO

    O questionrio eletrnico foi aplicado com a pretenso de conhecer a opinio

    dos profissionais de Secretariado Executivo que trabalham a distncia e analisado no

    sentido de responder a pergunta de pesquisa, bem como alcanar os objetivos desse estudo.

    Uma vez que menos de 1/3 das respondentes se identificou, foi decidido referir-se a elas

    como respondente de 1 a 17, apresentados neste trabalho pela nomenclatura de R1 a R17.

    No que diz respeito a rea de formao, foi constatado que 4 das respondentes so

    formadas em Administrao e Letras. Das 13 restantes, 2 so graduandas e as demais possuem

    graduao ou curso tcnico em Secretariado. Os sujeitos no formados na rea secretarial

    foram questionados sobre a escolha em usar o termo secretria. Em resumo, trata-se da

    tentativa de utilizar-se no prprio perfil, da caracterstica multitarefas dos (as) secretrios (as).

    Em referncia aos dados trabalhistas, oito dos sujeitos trabalham com carteira assinada

    e sete de forma autnoma. Dos dois restantes, uma costumava ser celetista, mas j est

    aposentada e a outra servidora pblica. Revelou-se tambm, a partir dos dados que mais da

    metade trabalha em home office e o restante em escritrios virtuais ou espao coworking. Por

    fim, os lugares em que costumam exercer as atividades, so espaos coworking, em suas

    residncias ou o local em que o cliente/superior hierrquico estiver.

    Quanto a rotina dos profissionais que trabalham a distncia, pde-se saber que apenas 5

    das profissionais trabalham todos os dias a distncia. Outras 3 vo ao escritrio ao menos 1

    vez por semana e 2 vo 4 vezes por semana. Somente 1 das respondentes costuma ir ao

    escritrio 1 vez ao ms. Porm, nem todas seguem um padro, as R2, R8 e R11 possuem uma

    rotina que depende da frequncia de trabalho que recebem. E as profissionais que trabalham

    para escritrios virtuais vo todos os dias, porm atendem seus clientes a distncia. Com

    relao as horas dirias trabalhadas, foi constatado que os horrios so similares aos de

  • profissionais que trabalham presencialmente, pois mais da metade trabalha 8 horas dirias ou

    mais. J as outras 9 trabalham entre 6 e 7 horas dirias.

    Pode-se ainda, identificar que as vantagens de trabalhar a distncia para as profissionais

    so, entre outras: comodidade, flexibilidade de horrio, conforto, reduo de custos, qualidade

    de vida, diminuio do estresse, pouca rotina, maiores experincias e ficar livre de

    engarrafamentos. A respeito das desvantagens, tiveram destaque: falta de contato direto,

    distanciamento dos colegas e do superior hierrquico, alm da dificuldade na comunicao.

    Para os que trabalham de forma autnoma, as desvantagens so: no ter os direitos

    trabalhistas, instabilidade, renda no fixa e a necessidade de buscar novos clientes.

    Aps a verificao de questes bsicas do perfil das respondentes procurou-se saber se

    h alguma atividade rotineira de um profissional de Secretariado que no seja possvel executar

    a distncia e se h como exercer todas as funes sem prejudicar o desempenho. As respostas

    demonstraram que um total de 1/3 das respondentes acredita que no existe nenhuma tarefa

    que no tenha como ser realizada a distncia. O restante defende que se o

    profissional tiver comprometimento, dedicao e flexibilidade, alm de ter acesso a

    todas as aparelhagens tecnolgicas, em geral, no ter dificuldades em exercer suas

    atividades. Porm, existem limitaes, como, por exemplo, a assinatura de documentos e

    controle de agenda, quando o executivo utiliza agenda fsica, conforme citado pela R1. Ou

    ento a possibilidade de interface entre os demais empregados e do executivo, citado por R2.

    Para a R12, as dificuldades so administrar atas de reunies e o controle de arquivos. J para a

    R16 ficam de fora o apoio a atividades de pessoal que a secretria estende ao seu superior; a

    coordenao de salas de reunio e o recebimento e apoio a visitantes. Por fim, a R4 comentou

    que para obter sucesso no trabalho a distncia o profissional necessita saber exercer todas as

    funes virtualmente, alm de precisar ter um conhecimento amplo da empresa e de seu

    superior.

    No que diz respeito a carncia de estudos e materiais que tratam sobre a matria

    em foco neste trabalho, apenas a R9 no concorda, pois segundo ela hoje temos a internet

    para nos auxiliar. A R2, que trabalha h 3 anos a distncia, comentou que muitos profissionais

    a procuraram para sanar

    suas dvidas sobre a modalidade, j que no encontraram material a respeito da rotina

    desses profissionais. A R8 exemplifica a necessidade de divulgao, pois ela afirmou que no

    tinha conhecimento do trabalho virtual no ramo de Secretariado at um dia que leu uma

    matria que falava sobre a atividade de secretria remota, e ento, decidiu iniciar a

    modalidade. O restante concorda que h carncia, pois, o tema foi pouco explorado e o maior

    motivo para isso a falta divulgao.

    Interpelou-se sobre o desenvolvimento do mercado de trabalho a distncia para o

    profissional de Secretariado e as respondentes, de forma unnime, concordam que ainda est

    em fase de amadurecimento. Conforme a R2 O leque de profissionais remotos est

    crescendo, mas nem todas as empresas e/ou executivos conhecem essa modalidade. E h

    aqueles que conhecem, mas preferem um profissional presencial. J a R4 afirma que Rio

    de Janeiro, So Paulo so cidades onde esse tipo de trabalho est mais avanado, mesmo

    assim faltam informaes e condies de trabalho para que seja realizado de forma adequada.

    Para a R7 tanto a procura quanto o conhecimento dessa modalidade ainda escassa, sendo que

    aqueles que a conhecem no confiam no sistema. Por fim, a R14 exemplificou que no se

  • encontra com frequncia profissionais de Secretariado que trabalham a distncia como os de

    outras reas, logo, ainda no est desenvolvido.

    Buscou-se saber tambm, se as respondentes estavam satisfeitas com o trabalho

    realizado a distncia. No caso daquelas que trabalham em escritrios virtuais, nenhuma pensa

    em deixar de atender diversos clientes para voltar a trabalhar em uma empresa de forma

    presencial. Porm, algumas das profissionais pensam ou j pensaram em desistir da carreira

    virtual. A R1 comentou o seguinte J pensei em voltar para o corporativo por conta dos

    benefcios. Mas toda vez que coloco os prs e contras, decido continuar remotamente.

    Atualmente a qualidade de vida pesa mais que o lado financeiro. Similar est a opinio da

    R8 Estou satisfeita, mas s vezes quando um trabalho termina d uma insegurana. J pensei

    algumas vezes em retomar o trabalho antigo, mas a liberdade que tenho hoje compensa o

    sacrifcio do comeo. J a R4 afirma que est satisfeita, porm acredita que cobra muito da

    inteligncia e do controle emocional. A R15 respondeu que apesar de estar satisfeita, ela sente

    falta de compartilhar o seu dia com outras pessoas. Por fim, a R12, que est a apenas 4 meses

    trabalhando em home office e contratada por uma nica empresa, est totalmente insatisfeita

    e pensa em voltar a trabalhar presencial.

    Na sequncia, buscou-se identificar a efetividade da comunicao, visto o

    atendimento remoto. De modo geral, pode-se dizer que as respondentes esto satisfeitas com

    a comunicao, uma vez que de 7, 2 avaliaram com nota 7 e as outras 5 com nota 8. Por fim,

    das 10 restantes, metade avaliou com nota 9 e a outra metade com nota 10. J com relao a

    comparao, apenas 1/3 acredita que as modalidades no diferem na comunicao. O

    restante, apesar de estarem satisfeitas, concordam que existem dificuldades, conforme

    apontado pela R3, um ponto negativo necessidade de gravar muitas informaes sobre

    vrios clientes de diferentes empresas e segmentos. J a R5 afirma que a comunicao

    excelente, porm, no h como tratar todos os assuntos quando se est fora de casa, offline.

    Referente as opinies contrrias, para a R12 a comunicao no eficiente, pois as

    informaes chegam atrasadas ou no chegam. A R15 tambm acredita que a comunicao

    no eficaz como a presencial, porque na comunicao face a face possvel saber o que de

    fato o executivo quer, por meio da linguagem corporal e facial. Esses resultados confirmam a

    afirmao de Barros et al. (2012), que as secretrias remotas encontram maior dificuldade de

    comunicao com os seus superiores hierrquicos por estarem limitadas ao contato virtual.

    A pergunta seguinte indagou se as profissionais percebem algum receio de seus

    superiores/clientes com relao eficcia do trabalho virtual e tambm se elas acreditam que

    exista maior confiana no trabalho exercido presencialmente. O resultado, com relao a

    viso do empregador, foi positivo, pois somente as respondentes R7, R14 e R16 acreditam

    que exista receio por parte dos superiores hierrquicos ou clientes. J as R1 e R17 acreditam,

    respectivamente, que no incio h resistncia/receio, mas com os resultados do trabalho isso

    muda. A R2, que autnoma e faz visitas a clientes quando necessrio, respondeu que em

    sua opinio os executivos sentem falta de algum ao lado bem no estilo: eu dito e voc

    digita. As profissionais que costumam ir ao escritrio uma ou mais vezes ao ms no tm

    esse problema, pois, j existe uma relao de confiana.

  • O ltimo questionamento pretendia saber se h como trabalhar de forma integral a

    distncia sem prejudicar o desempenho. As respostas foram positivas, sendo que 2/3

    acreditam que possvel exercer as mesmas funes dos presenciais. As respondestes

    defendem que basta ter comprometimento, dedicao, empenho e acesso as ferramentas

    tecnolgicas. H opinies contrrias, como a da R12 que acredita que existem questes que

    necessitam de amparo em gabinete e, por isso, tornam-se mais complicadas, como arquivo,

    atas e acompanhamento de gesto. Por fim, a R15 respondeu que assessora 8 executivos e

    seria impossvel atend-los remotamente todos os dias. No geral, as respondentes acreditam

    que exista uma boa comunicao entre elas e seus superiores hierrquicos ou clientes.

    Em sntese, a opinio predominante das respondentes foi que a comunicao a

    distncia satisfatria, porm, h as que acreditam que no to eficiente quanto a

    presencial, porque certos assuntos demandam presena. Com relao ao nvel de satisfao

    dos profissionais de Secretariado que j esto no mercado de trabalho virtual, pode-se

    dizer que, apesar da maioria estar satisfeita, ainda existem situaes que precisam

    melhorar. Por meio desta pesquisa tambm foi possvel perceber que, no Brasil, o

    teletrabalho na rea de Secretariado carece de divulgao e que tal questo primordial na

    evoluo da modalidade.

    5 CONSIDERAES FINAIS

    Buscou-se a partir desse estudo discutir uma oportunidade de atuao na carreira

    secretarial. Assim, tratou-se da variante teletrabalho inserida no contexto do Secretariado, no

    intuito de verificar qual a situao hodierna da atuao do profissional de Secretariado

    Executivo com relao rea de teletrabalho no Brasil, e tambm, se esses profissionais

    podem exercer suas funes de forma virtual sem prejudicar o seu desempenho.

    Para alcanar o pretendido, foram traadas duas proposies estruturantes, a primeira

    buscou evidenciar o nvel de satisfao dos profissionais de Secretariado Executivo que j

    esto no mercado de trabalho virtual. Sobre ela pode-se dizer que a maioria das respondentes

    afirma estar satisfeita, mesmo que haja empecilhos que atrapalham a rotina de trabalho. Ou

    seja, os problemas so menores quando comparados aos benefcios do trabalho a distncia.

    Com relao segunda proposio, verificou-se que a comunicao a distncia

    entre o empregador e o secretrio executivo to eficiente quanto a presencial. A grande

    maioria ou acredita que a comunicao a distncia totalmente eficaz ou que tima, porm,

    no to eficiente quanto a presencial, porque certos assuntos demandam presena. Outra

    maneira de mensurar a resposta ao questionamento foi por meio da nota dada pelas

    profissionais, sendo que mais da metade avaliou essa comunicao com notas mximas, 9 e

    10.

  • Feita tal averiguao, ou seja, alcanado o objetivo proposto, acredita-se que h

    limitao da pesquisa, como por exemplo, o nmero baixo de profissionais que foram

    localizados para responder o questionrio. Todavia, obteve-se mais de 50% de retorno, em

    relao ao total de instrumento enviados, fato que permitiu conhecer o que pensa sobre a

    matria determinada parcela de profissionais. Portanto, sugere-se para prximas pesquisas

    acadmicas, que o questionrio seja aplicado a um nmero maior de profissionais de

    Secretariado que atuam no modelo a distncia.

    Ao final desta pesquisa acredita-se que necessrio incentivar a pesquisa na rea de

    teletrabalho, uma vez que, mediante a divulgao: i) haver mais conhecimento da

    modalidade; ii) outros profissionais podero inspirar-se a exercer seu trabalho a distncia e

    iii) as empresas tomaro conhecimento da modalidade, o que resulta na possibilidade de

    abertura de vagas de emprego. Assim, pode-se concluir, no que se refere ao exposto que a

    profisso de secretariado se redesenha, evolui e busca novas possibilidades de atuao.

  • REFERNCIAS

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  • rea Temtica: Gesto Documental

    ATUAO DO PROFISSIONAL DE SECRETARIADO NA GESTO

    DOCUMENTAL NO INSTITUTO DO PATRIMNIO HISTRICO E

    ARTSTICO NACIONAL (IPHAN) DE SANTA CATARINA.

    Brenda Pereira Ramos, Universidade Federal de Santa Catarina,

    [email protected]

    Cibele Barsalini Martins, Universidade Federal de Santa Catarina,

    [email protected]

    Ktia Denise Moreira, Universidade Federal de Santa Catarina,

    [email protected]

    Maria Gabriela Gheller, Universidade Federal de Santa Catarina,

    [email protected]

    RESUMO: O profissional de secretariado desempenha diversas atividades no mbito

    organizacional, entre elas tem a organizao, manuteno e o controle dos arquivos gerados

    pelo setor em que atua. Deste modo, foi realizada uma pesquisa qualitativa e descritiva a fim

    de verificar como o profissional d