18
Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected] Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 1 A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES Mariana Patrício de Oliveira Aluna do Curso de Especialização em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica da Pontifícia Universidade Católica de Goiás & Instituto Pharmacológica Orientador: Edson Negreiros dos Santos RESUMO O objetivo do presente estudo foi relatar aspectos gerais sobre a ocitocina, um “neuropeptídeo social” que vem sendo conhecido como o hormônio dos bons relacionamentos; seus possíveis papéis no controle das interações sociais como auxiliar no tratamento do autismo e esquizofrenia; atuação no humor e expressão das emoções, além de seu papel na sexualidade. São comumente descritas as ações periféricas da ocitocina, como a produção de contrações da musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar suas ações centrais, onde trabalhos revelaram que níveis plasmáticos deste hormônio encontraram-se elevados durante a relação sexual e diminuídos em quadros de depressão. O método utilizado para a realização do levantamento dos dados foram artigos científicos, encontrados na internet através da base de dados Scielo, Medline, Pubmed e outros. Tornou-se mais visível após a realização desta revisão, a importância da ocitocina em sua atuação central, responsável por suas inúmeras aplicações. Palavras-chave: Ocitocina; Emoção; Sexualidade. ABSTRACT The goal of this study was to report on the general aspects of oxytocin, a "social neuropeptide" that has been known as the hormone of good relationships; their possible roles in the control of social interactions as help in treatment of autism and schizophrenia, mood and performance in expression of emotions, and their role in sexuality. They are frequently described the actions of peripheral oxytocin, as the production of smooth muscle contractions of during childbirth and milk ejection during lactation. The current proposal is to investigate their central actions, where work has shown that plasma levels of this hormone found to be

A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 1

A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES

Mariana Patrício de Oliveira

Aluna do Curso de Especialização em Farmácia Clínica e Atenção Farmacêutica da Pontifícia

Universidade Católica de Goiás & Instituto Pharmacológica

Orientador: Edson Negreiros dos Santos

RESUMO

O objetivo do presente estudo foi relatar aspectos gerais sobre a ocitocina, um “neuropeptídeo

social” que vem sendo conhecido como o hormônio dos bons relacionamentos; seus possíveis

papéis no controle das interações sociais como auxiliar no tratamento do autismo e

esquizofrenia; atuação no humor e expressão das emoções, além de seu papel na sexualidade.

São comumente descritas as ações periféricas da ocitocina, como a produção de contrações da

musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual

proposta é de investigar suas ações centrais, onde trabalhos revelaram que níveis plasmáticos

deste hormônio encontraram-se elevados durante a relação sexual e diminuídos em quadros de

depressão. O método utilizado para a realização do levantamento dos dados foram artigos

científicos, encontrados na internet através da base de dados Scielo, Medline, Pubmed e

outros. Tornou-se mais visível após a realização desta revisão, a importância da ocitocina em

sua atuação central, responsável por suas inúmeras aplicações.

Palavras-chave: Ocitocina; Emoção; Sexualidade.

ABSTRACT

The goal of this study was to report on the general aspects of oxytocin, a "social

neuropeptide" that has been known as the hormone of good relationships; their possible roles

in the control of social interactions as help in treatment of autism and schizophrenia, mood

and performance in expression of emotions, and their role in sexuality. They are frequently

described the actions of peripheral oxytocin, as the production of smooth muscle contractions

of during childbirth and milk ejection during lactation. The current proposal is to investigate

their central actions, where work has shown that plasma levels of this hormone found to be

Page 2: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 2

high during sexual intercourse and reduced in patients with depression. The method used to

conduct the survey data were scientific papers, found on the internet through sites Scielo,

Medline, Pubmed and others. Became more visible after the completion of this review, the

importance of oxytocin in their central performance, responsible for it is numbers

applications.

Keywords: Oxytocin; Emotion; Sexuality.

1. INTRODUÇÃO

A ocitocina é o neuropeptídeo mais abundante no hipotálamo, sendo muito

conhecido em espécies de mamíferos devido aos efeitos característicos periféricos que

promove e sua importante contribuição na propagação do ciclo da vida, de acordo com o

esquema representando pela Figura 1:

Figura 1

Nota: Um ciclo de vida simples ilustra inúmeros pontos susceptíveis de atuação e aplicação da

ocitocina nos comportamentos e na fisiologia para facilitar a propagação das espécies.

Fonte: Heon et al. 2009

Page 3: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 3

Uma de suas primeiras funções descobertas foi a facilitação de contrações do

músculo liso do útero no momento do parto e a ejeção de leite durante a lactação. Desde

então, este hormônio esta sendo encontrado para regular o comportamento maternal e para

ajudar na formação de laços sociais (SHELDRICK E FLINT, 1985; GIMPL E

FAHRENHOLZ, 2001).

Pesquisas realizadas sugerem que a ocitocina está intimamente relacionada com a

vasopressina (hormônio humano secretado em casos de desidratação e queda da pressão

arterial) desempenhando um importante papel no desenvolvimento da cognição normal, no

comportamento social e atuando indiretamente ocasionando uma ação antiestressora

(CARTER et al. 1992; INSEL E HULIHAN, 1995; INSEL et al. 1999; DACOME &

GARCIA, 2008). Além disso, este neuropeptídeo também foi encontrado recentemente

contribuindo para a diminuição de respostas do estresse e ansiedade em interações sociais

(NEUMANN et al. 2000; BALE et al. 2001).

Assim como a ocitocina, a vasopressina também está envolvida no funcionamento do

reconhecimento social e a infusão de vasopressina no cérebro pode prolongar a duração da

memória de reconhecimento social (LEMOAL et al. 1987).

Atualmente, destacaram-se os efeitos pró-sociais da administração intranasal de

ocitocina em humanos, incluindo o aumento da confiança, diminuição da ativação da

amígdala para o medo, estímulos indutores de reconhecimento e melhoria de sinais sociais

(KIRSCH et al. 2005; GUASTELLA et al. 2008). Isto vem gerando um enorme interesse no

papel deste neuropeptídeo em diversas psicopatologias humanas, como o autismo, a

esquizofrenia e a fobia social (SCHULKIN et al. 2003; HOLLANDER et al. 2007).

De acordo com Landgraf & Neumann (2004), receptores para este neuropeptídeo

estão distribuídos em várias regiões do cérebro, incluindo regiões límbicas tais como o

hipotálamo e a amígdala, os quais recebem várias inervações vias ocitocinérgicas, regiões que

estão envolvidas na produção de emoções (HUBER et al. 2005; DACOME & GARCIA,

2008).

O presente trabalho tem como objetivo relatar os diversos papéis desempenhados

pela ocitocina em sua atuação central, tais como: aumento das interações sociais no autismo e

esquizofrenia, melhora da satisfação nas relações sexuais e auxilio nas neuroadaptações. Além

de suas características gerais, possíveis mecanismos de ação e formas de administração. Com

Page 4: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 4

estas considerações, partimos para um breve e abrangente estudo de revisão sobre os efeitos

deste hormônio.

2. METODOLOGIA

O presente trabalho constitui-se de uma revisão bibliográfica, onde foi realizada

consultas em diversos bancos de dados online, tais como Scielo, Medline e Pubmed.

3. DESENVOLVIMENTO

3.1. Características gerais

A Ocitocina é um hormônio nonapeptídeo sintetizado a partir de neurônios do núcleo

paraventricular (PVN) e supra-óptico (SON) do hipotálamo e posteriormente armazenado na

neuro-hipófise (SWAAB et al. 1975; VANDESANDE & DIERICKX, 1975; ROSSONI et al.

2008). Sendo processada a partir de sua forma precursora, em conjunto com a proteína de

transporte, ao longo da projeção axonal para a pituitária posterior, a partir da qual o peptídeo é

secretado para a circulação sistêmica (BROWNSTEIN et al. 1980).

Além disso, os receptores de ocitocina estão amplamente distribuídos por todo o

sistema nervoso central, influenciando muitas funções neurocomportamentais (MCCARTHY

& ALTEMUS, 1997). É composta por nove aminoácidos (Cys-Tyr-Ile-Gln-Asn-Cys-Pro-Leu-

GlyNH2) com uma ponte de enxofre entre as duas cisteínas. A estrutura da ocitocina é muito

semelhante a do outro nonapeptídeo, a vasopressina (AVP), a qual difere da ocitocina por dois

aminoácidos (CALDWELL et al. 2008).

Atualmente, a ocitocina é conhecida por apresentar apenas um receptor (Oxtr), ao

contrário da vasopressina que apresenta pelo menos três subtipos diferentes. O Oxtr pertence

à rodopsina que esta acoplada a proteína da família (GPCR) (GIMPL E FAHRENHOLZ,

2001; CALDWELL et al. 2008).

Muitos trabalhos têm sido realizados para a criação de agonistas e antagonistas

(ambos os peptídeos e as moléculas pequenas) com especificidade para o receptor de

ocitocina e pouca ou nenhuma atividade nos receptores da vasopressina (MANNING et al.

2008). Dois antagonistas da ocitocina bem conhecidos são atosibano (desamino-[D-Tyr2 - (O-

etil)-Thr4Orn

8]-vasotocina) e OVTA (d(CH2)5[Try(Me)

2Thr

4Orn

8Tyr

9-NH2]-vasotocina).

Atosiban é clinicamente usado para atrasar o parto prematuro. No entanto, ambos os

Page 5: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 5

antagonistas têm uma afinidade pelo receptor da vasopressina (AVPR) (ELANDS et al. 1988;

AKERLUND et al. 1999; ZINGG E LAPORTE, 2003).

3.2. Ocitocina no autismo e esquizofrenia

Sabe-se que o autismo é um transtorno neuropsicológico que provavelmente é capaz

de envolver muitas questões genéticas e ambientais, caracterizado por relações sociais

anormais, incluindo a interação prejudicada e comunicação, assim como alterações de

comportamentos. Transtornos do espectro autista são rotulados como distúrbios de

desenvolvimento, e podem incluir outras desordens médicas, tais como retardamento,

convulsões e problemas psicológicos, como ansiedade elevada. Além disso, esses transtornos

característicos do indivíduo autista são tipicamente caracterizados por fenótipos que

promovem além de interrupções no convívio social, uma série de prejuízos nas habilidades

comunicativas (CARTER et al. 1995; FOMBONNE, 2005).

Recentemente, atenções foram direcionadas para a determinação das causas

subjacentes de desordens do autismo e afins. A relação positiva entre ocitocina e formação de

laços sociais em estudos com animais têm levado muitos a acreditar que este neuropeptídeo

pode desempenhar um papel auxiliar no tratamento do autismo (HAMMOCK E YOUNG,

2006).

No entanto, além do autismo, alguns prejuízos no funcionamento social são comuns

também na esquizofrenia. Estudos têm sugerido que pacientes com esquizofrenia são

prejudicados em reconhecer as emoções. Recentemente, tem sido demonstrado que este

“neuropeptídeo social” pode trazer efeitos benéficos em comportamentos sociais e têm

demonstrado através destes, um aumento da percepção das expressões emocionais na

esquizofrenia e parentes de primeiro grau não afetados pela doença também pareceram

demonstrar alterações nessa percepção, embora seja em menor grau. Além disso, as

dificuldades na classificação de emoções têm demonstrado contribuir para déficits sociais

(LIM & YOUNG, 2006; AVERBECK et al. 2011).

Embora os dados dos níveis de ocitocina no plasma são consistentes com a hipótese

de que as perturbações no sistema deste hormônio contribuem para o fenótipo social e

comportamental do autismo, também é plausível que estas diferenças em níveis de ocitocina

podem ser uma consequência de alteração no processamento cognitivo em pacientes autistas.

O autismo também pode ser caracterizado por alterações cognitivas em geral, modificando o

Page 6: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 6

processamento sensorial e também cortical, os quais são provavelmente independentes de

ocitocina e vasopressina. Alterando o processamento cerebral de estímulos sociais, pode-se

realmente impedir a ativação normal dos sistemas de ocitocina e vasopressina resultando em

diminuição das concentrações plasmáticas (ELIZABETH et al. 2006).

Um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Neuropsicologia do

Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, demonstrou os efeitos positivos da

administração de ocitocina (24UI por dia via intranasal) sobre o desempenho do

reconhecimento de emoção em um grupo contendo 21 pacientes com esquizofrenia (todos

homens) que preenchiam os critérios do Diagnostic and Statistical Manual of Mental

Disorders, 4ª edição para a esquizofrenia. Os resultados deste estudo sugeriram que a

ocitocina pode ter efeitos benéficos sobre o reconhecimento da emoção, a qual representa um

déficit bem característico desta população clínica avaliada, o que pode trazer impacto sobre os

sintomas em longo prazo, visto que as diferenças foram evidentes após 3 semanas de

tratamento e contribuíram para a melhor interação social dos pacientes com esquizofrenia

(AVERBECK et al. 2011).

3.3. Ocitocina no prazer sexual

De acordo com Dacome & Garcia (2008), acredita-se que a ocitocina em associação

com outros hormônios ou neurotransmissores é capaz de promover em situações de grande

excitabilidade fisiológica no sistema nervoso central, semelhante ao que acontece em uma

relação sexual de maneira positiva e adaptativa, uma ação protetora na regulação da

intensidade e duração desse estado de excitabilidade, além das ações centrais da ocitocina

relacionadas à reprodução e comportamento sexual serem fortemente dependentes de

esteróides. Dentre os esteróides sexuais mais importantes temos: a testosterona no homem e o

estrogênio e progesterona na mulher.

Estudos realizados em humanos mostraram que nos homens a ocitocina pode ser

encontrada no corpo cavernoso e epidídimo do pênis indicando que a ligação dela nesta região

pode afetar a contratilidade e posteriormente a ejaculação (FILIPPI et al. 2003; VIGNOZZI et

al. 2004). Os níveis plasmáticos deste hormônio podem aumentar durante as relações sexuais

no orgasmo, principalmente nos homens (CARMICHAEL et al. 1987). Neles, a instilação

intranasal de ocitocina, promove um aumento significativo deste hormônio no plasma e os

níveis de epinefrina param por pelo menos cerca de uma hora, e aumenta a auto percepção de

Page 7: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 7

excitação durante a masturbação (BURRI et al. 2008). Além disso, um estudo de caso recente

indica que a ocitocina intranasal administrada durante o coito, pode tratar anorgasmia em

homens, que é a dificuldade em atingir o orgasmo, mesmo que ocorra o interesse sexual e

todas as outras respostas satisfatórias para a realização do ato (ISHAK et al. 2008).

Nas mulheres, a principal utilização médica de tratamento através da ocitocina é de

promover rapidamente as contrações uterinas. Ela também tem sido utilizada para facilitar a

amamentação, uma vez que auxilia na descida do leite (CARTER, 2003).

Um estudo de caso relata que a instilação nasal de ocitocina para estimular a

amamentação, aumenta a lubrificação vaginal e sentimentos de excitação (SALONIA et al.

2005). No entanto, estudos mostraram que houve um aumento dos níveis de ocitocina no

plasma durante a excitação sexual e durante o orgasmo em mulheres (CARMICHAEL et al.

1987; BLAICHER et al. 1999).

De acordo com estudo realizado por Carmichael et al. (1987), determinou os níveis

de alteração da ocitocina plasmática durante as respostas sexuais em humanos. Os níveis deste

hormônio foram medidos antes, durante e após autoestimulação de orgasmos em homens e

mulheres normais. Os níveis plasmáticos aumentaram durante a excitação sexual nos homens

e nas mulheres e foram significativamente mais elevados no momento do orgasmo/ejaculação.

Sugere-se, portanto que o padrão de secreção da ocitocina pode estar relacionado às

contrações da musculatura lisa do sistema reprodutivo durante o orgasmo.

3.4. Ocitocina na expressão das emoções

Existe também uma forte evidência de que a ocitocina está envolvida na regulação

das emoções em seres humanos. Menores níveis deste hormônio no plasma foram relatados

em humanos com um quadro severo de depressão (SCANTAMBURLO et al. 2007). Os

níveis são também negativamente correlacionados com o auto relato de sofrimento psíquico,

incluindo sintomas depressivos (GORDON et al. 2008).

Este neuropeptídeo pode exercer efeitos sobre a emotividade, agindo dentro da

amígdala, reduzindo a ativação da mesma em resposta a estímulos vagos e podem aumentar

os sentimentos de confiança e filiação (BAUMGARTNER et al. 2008; MEYER, 2008).

Neumann (2007) ainda constatou, por meio do monitoramento de microdiálise

intracerebral no núcleo supra-óptico e núcleo paraventricular do hipotálamo, que liberações

Page 8: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 8

dendríticas de ocitocina ocorrem no interior da amígdala e do septo, regiões do sistema

límbico, indicando uma relação central do efeito da ocitocina sobre determinadas emoções.

Segundo Kirsh et al. (2005) a ocitocina também modula a amígdala para respostas a

estímulos socialmente relevantes, como a expressão das faces. Por exemplo, em situações de

estresse, como falar diante de um público é um fato pode ocasionar o aumento da sensação de

estresse, bem como a elevação dos níveis de cortisol (HEINRICHS et al. 2003).

Ultimamente, pesquisadores começaram a examinar os efeitos da ocitocina no

reconhecimento social humano, principalmente por meio de testes de reconhecimento de

faces. Geralmente, este hormônio parece melhorar a memória para os rostos. A ocitocina

administrada por via intranasal para machos e fêmeas, depois de ver rostos masculinos (com

expressão de felicidade, raiva ou neutro) melhora significativamente a memória de

reconhecimento de 30 minutos e 24 horas mais tarde para faces neutras e com raiva

(SAVASKAN et al. 2008). Da mesma forma, é capaz de aumentar a memória para rostos

raivosos em machos e fêmeas, sem influenciar o tempo de resposta, indicando que a ocitocina

pode influenciar no reconhecimento da face nos primeiros estágios de processamento

perceptual. Em contraste, um estudo realizado anteriormente através dos mesmos relatórios do

grupo anterior mostrou que quando administrados apenas em machos aumenta a memória

para rostos previamente observados com expressões felizes, irritados ou neutros

(GUASTELLA et al. 2009).

A capacidade de reconhecer uma mesma espécie é imperativa para determinar a

resposta adequada a esse indivíduo e a formação de uma "memória social" dos indivíduos é

vital para a exibição de comportamentos adequados dentro de um grupo social. Para que

ocorram interações, os comportamentos adequados são muitas vezes de afiliação em natureza,

o que permite a reprodução de ajustamento do casal e os comportamentos parentais. Quando

ocorrem interações pelo mesmo sexo, particularmente interações entre machos, os

comportamentos adequados são na maioria das vezes agressivos por natureza e centrado em

torno da competição por companheiros e outros recursos. Nas espécies, a ocitocina é

importante na regulação da formação de memórias sociais, bem como na exibição de

comportamentos de filiação e agressividade (NEUMANN, 2008; NEUMANN E

LANDGRAF, 2008).

Page 9: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 9

3.5. Formas de administração

Em estudo realizado, participantes receberam uma única dose de 24 UI de ocitocina

(Syntocinon-Spray, Novartis) por via intranasal ou placebo. A administração intranasal teve

efeito imediato após a introdução no início da experiência (50 min antes da exposição ao

stress), uma dose de 12 UI foi instilado em cada narina (três borrifadas por narina, cada

borrifada com 4 UI de ocitocina). Este spray intranasal é amplamente prescrito em mulheres

que amamentam sendo bem tolerado. Vários estudos foram realizados em seres humanos com

doses entre 20 e 60 UI, e nenhum efeito secundário adverso têm sido relatado até o momento

(BRUINS et al. 1992; PITMAN et al. 1993).

Segundo Hayes e Weinstein (2008), o Synthetic Oxt (conhecido como Pitocin) é

utilizado para induzir o parto e para ajudar na produção de leite durante a lactação.

Em estudo mais recente, a ocitocina intranasal foi dada a indivíduos do sexo

masculino 40 minutos antes da apresentação das faces. Vinte e quatro horas depois, os

indivíduos tratados com o spray nasal apresentaram melhor memória para faces vistas no dia

anterior, sem influência sobre a memória para os vistos anteriormente (RIMMELE et al.

2009).

Alternativamente, os estudos sobre os efeitos centrais da ocitocina e vasopressina em

seres humanos saudáveis e em doentes foram realizados com estimulação exógena, ou seja,

através da administração intranasal (HEINRICHS, 2000). Recentemente estes neuropeptídeos,

foram mostrados por produzir o fluido cerebrospinal, também conhecido por líquido

cefalorraquidiano diretamente após administração intranasal (BORN et al. 2002).

4. DISCUSSÃO

Como vimos, a ocitocina está envolvida na regulação de uma grande variedade de

comportamentos, muitas vezes estes estão interligados, por exemplo, as espécies mais sociais

tendem a ter relacionamentos monogâmicos e ser biparental (LANDGRAF, 2005;

CALDWELL et al. 2008).

Portanto, este hormônio parece afetar especialmente a capacidade de compreender as

emoções dos outros, ou seja, afeta a empatia. Quando administrado intranasal aumenta a

quantidade de tempo gasto olhando para a região dos olhos de rostos humanos, bem como a

probabilidade de recordar uma cara feliz (GUASTELLA et al. 2008). Além disso, também

melhora a capacidade de inferir o estado mental de outros indivíduos (DOMES et al. 2007).

Page 10: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 10

Da mesma forma, atenuou sentimentos de negatividade para rostos condicionados com

avaliações afetivas negativas, particularmente em rostos com olhar direto. A ocitocina pode

desta forma, aumentar os sentimentos de confiança e empatia por aumento do olhar e

compreensão posterior de interações sociais. No geral, esta linha de pesquisa indica que ela

também aumenta os sentimentos de generosidade, confiança, e pode ajudar na detecção e

compreensão dos sentimentos dos outros (empatia) (PETROVIC et al. 2008).

De acordo com estudos de Carmichael (1987), possibilitaram a constatação de altas

concentrações plasmáticas de ocitocina durante o orgasmo, tanto feminino como masculino,

essa correlação permite estabelecer uma possibilidade funcional no papel da ocitocina na

resposta sexual.

Infusão intravenosa de ocitocina em adultos com autismo reduz significativamente o

número e gravidade dos comportamentos repetitivos (HOLLANDER et al. 2003), e aumenta a

capacidade de compreender e lembrar sinais afetivos, tais como: feliz, indiferente, com raiva,

ou triste (HOLLANDER et al. 2007). Sendo de extrema importância ressaltar que a ativação

da amígdala é fundamental para a sinalização de medo (AMARAL, 2003; ADOLPHS et al.

2005).

5. CONCLUSÃO

Na atual revisão, detalhamos o papel da ocitocina como um hormônio dos bons

relacionamentos, atuando em áreas centrais, participando juntamente com outros

neurotransmissores em uma variedade de comportamentos humanos essenciais, tais como:

aumento das interações sociais no autismo e na esquizofrenia, melhora da satisfação tanto do

homem quanto da mulher nas relações sexuais em conjunto com outros hormônios/

neurotransmissores, o auxílio na expressão das emoções como a redução da ansiedade,

estresse e agressividade. Também ressaltamos as suas primeiras funções, chamadas de ações

periféricas, que são de promover contração uterina durante o parto e a ejeção de leite no

período da lactação. Além de destacar a importância da amígdala, como principal estrutura

que compõe o sistema límbico para o reconhecimento dos estímulos sociais e estados

emocionais.

Pesquisas recentes têm mostrado que os neuropeptídeos atravessam a barreira

hematoencefálica após administração intranasal, proporcionando um método útil para o

estudo dos efeitos da ocitocina no sistema nervoso central em seres humanos (BORN et al.

Page 11: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 11

2002). Através deste método, têm sugerido que a ocitocina é um potente modulador no

processamento do comportamento social em humanos (HEINRICHS & DOMES, 2008).

As perspectivas de crescimento e aprimoramento em investigações e estudos para as

diversas aplicações da ocitocina na manutenção de vínculos sociais são grandes e

promissoras. Esperamos que este trabalho contribua para o desenvolvimento de novas

intervenções terapêuticas deste hormônio, incluindo desordens de ansiedade, depressão,

sexualidade, autismo e esquizofrenia.

6. REFERÊNCIAS

1. ADOLPHS, R.; GOSSELIN, F.; BUCHANAN, T. W.; TRANEL, D.; SCHYNS, P.;

DAMASIO, A. R. A mechanism for impaired fear recognition after amygdala dam-age.

Nature. V. 433, p. 68-72, 2005.

2. AMARAL, D. G. The amygdala, social behavior, and danger detection. Ann NY Acad Sci.

V. 1000, p. 337-347, 2003.

3. AKERLUND, M.; BOSSMAR, T.; BROUARD, R.; KOSTRZEWSKA, A.; LAUDANSKI,

T.; LEMANCEWICZ, A.; SERRADEIL-LE, G. C.; STEINWALL, M. Receptor binding of

oxytocin and vasopressin antagonists and inhibitory effects on isolated myometrium from

preterm and term pregnant women. Br J Obstet Gynaecol. V. 106, p. 1047-1053, 1999.

4. AVERBECK, B. B.; BOBIN T.; EVANS, S.; SHERGILL, S. S. Emotion recognition and

oxytocin in patients with schizophrenia. Phsychol med. V. 11, p. 1-8, 2011.

5. BALE, T. L.; DAVIS, A. M.; AUGER, A. P.; DORSA, D. M.; McCarthy, M. M. CNS

region-specific oxytocin receptor expression: Importance in regulation of anxiety and sex

behavior. Journal of Neuroscience. V. 21, p. 2546-2552, 2001.

Page 12: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 12

6. BAUMGARTNER, T.; HEINRICHS, M.; VONLANTHEN, A.; FISCHBACHER, U.;

FEHR, E. Oxytocin shapes the neural circuitry of trust and trust adaptation in humans.

Neuron. V. 58, p. 639-650, 2008.

7. BLAICHER, W.; GRUBER, D.; BIEGLMAYER, C.; BLAICHER, A. M.; KNOGLER,

W.; HUBER, J. C. The role of oxytocin inrelation to female sexual arousal. Gynecol Obstet

Invest. V. 47, p. 125-126, 1999.

8. BORN, J.; LANGE, T.; KERN, W.; MCGREGOR, G. P.; BICKEL, U.; FEHM, H.L.

Sniffing neuropeptides: a transnasal approach to the human brain. Nat Neurosci. V. 5, p. 514-

516, 2002.

9. BROWNSTEIN, M. J.; RUSSELL, J. T.; GAINER, H. Synthesis, trans-port, and release of

posterior pituitary hormones. Science. V. 207, p. 373-378, 1980.

10. BRUINS, J.; HIJMAN, R.; VAN, J. M. Effect of a single dose of des-glycinamide-

[Arg8]vasopressin or oxytocin on cognitive processes in young healthy subjects. Peptides. V.

13, p. 461-468, 1992.

11. BURRI, A.; HEINRICHS, M.; SCHEDLOWSKI, M.; KRUGER, T. H. The acute effects

of intranasal oxytocin administration on endocrine and sexual function in males.

Psychoneuroendocrinology. V. 33, p. 591-600, 2008.

12. CALDWELL, H. K.; LEE, H. J.; MACBETH, A. H.; YOUNG, W. S. Vasopressin:

behavioral roles of an “original” neuropeptide. Prog Neurobiol. V. 84, p. 1-24, 2008.

13. CARMICHAEL, M. S.; HUMBERT, R.; DIXEN, J.; PALMISANO, G.; GREENLEAF,

W.; DAVIDSON, J. M. Plasma oxytocin increases in the human sexual response. J Clin

Endocrinol Metab. V. 64, p. 27-31, 1987.

14. CARTER, C. S.; WILLIAMS, J. R.; WITT D. M.; INSEL, T. R. Oxytocin and social

bonding. Ann NY Acad Sci. V. 652, p. 204-211, 1992.

Page 13: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 13

15. CARTER, C. S.; DEVRIES, A. C.; GETZ, L. L. Physiological substrates of mammalian

monogamy: the prairie vole model. Neurosci. Biobehav. Rev. V. 19, p. 303-314, 1995.

16. CARTER, C. S. Developmental consequences of oxytocin. Physiol Behav. V. 79, p. 383-

397, 2003.

17. DACOME, O. A.; GARCIA, R. F. Efeito modulador da ocitocina sobre o prazer. Revista

Saúde e Pesquisa. V. 1, p. 193-200, 2008.

18. DOMES, G.; HEINRICHS, M.; MICHAEL, A.; BERGER, C.; HERPERTZ, S. C.

Oxytocin improves “mind-reading” in humans. Biological Psy-chiatry. V. 61, p. 731-733,

2007.

19. ELANDS, J.; BARBERIS, C.; JARD, S.; TRIBOLLET, E.; DREIFUSS, J. J.

BANKOWSKI, K.; MANNING, M.; SAWYER, W. H. 125I- labelled d(CH2)5[Tyr(Me)2,

Thr4, Tyr-NH2(9)]OVT: a selective oxytocin receptor ligand. Eur J Pharmacol. V. 147, p.

197-207, 1988.

20. ELIZABETH, A. D. et al. Oxytocin, vasopressin and pair bonding: implications for

autism Phil. Trans. R. Soc. B. V. 361, 2187-2198, 2006.

21. FILIPPI, S.; VIGNOZZI, L.; VANNELLI, G. B.; LEDDA, F.; FORTI, G.; MAGGI, M.

Role of oxytocin in the ejaculatory process. J Endocrinol Invest. V. 26, p. 82-86, 2003.

22. FOMBONNE, E. Epidemiology of autistic disorder and other pervasive developmental

disorders. J Clin Psychiatry. V. 10, p. 3-8, 2005.

23. GIMPL, G.; FAHRENHOLZ, F. The oxytocin receptor system: structure, function, and

regulation. Physiol Rev. v. 81 p. 629-683, 2001.

24. GORDON, I.; ZAGOORY, S. O.; SCHENEIDERMAN, I.; LECKMAN, J. F.; WELLER,

A.; FELDMAN, R. Oxytocin and cortisol in romantically unattached young adults:

Page 14: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 14

associations with bonding and psychological distress. Psychophysiology. V. 45, p. 349-352,

2008.

25. GUASTELLA, A. J.; MITCHELL, P. B.; MATHEWS, F. Oxytocin enhances the

encoding of positive social memories in humans. Biol Psychiatry. V. 64, p. 256-258, 2008.

26. GUASTELLA, A. J.; CARSON, D. S.; DADDS, M. R.; MITCHELL, P. B.; COX, R. E.

Does oxytocin influence the early detection of angry and happy faces?

Psychoneuroendocrinology. V. 34, p. 220-225, 2009.

27. HAMMOCK, E. A.; YOUNG, L. J. Oxytocin, vasopressin and pair bonding: implications

for autism. Philos Trans R Soc Lond B Biol Sci. V. 361, p. 2187-2198, 2006.

28. HAYES, E. J.; WEINSTEIN, L. Improving patient safety and uniformity of care by a

standardized regimen for the use of oxytocin. Am J Obstet Gynecol. V. 198, p. 621-627, 2008.

29. HEINRICHS, M. Oxytocin and Behavior: Psychobiological Effects of Oxytocin on

Human Cognitive Performance and Stress Reactivity. Gottingen, Germany: Cuvillier, 2000.

30. HEINRICHS, M.; BAUMGARTNER, T.; KIRSCHBAUM, C.; EHLERT, U. Social

support and oxytocin interact to suppress cortisol and subjective responses to psychosocial

stress. Biol Psychiatry. V. 54, p. 1389-1398, 2003.

31. HEINRICHS, M.; DOMES, G. Neuropeptides and social behavior: Effects of oxytocin

and vasopressin in humans. Progress in Brain Research. V. 170, p. 337-350, 2008.

32. HEON, J. L.; ABBE, H. M.; JEROME, P.; SCOTT, W. Y. Oxytocin: the great facilitador

of life. Prog Neurobiol. V. 2, p. 127-151, 2009.

33. HOLLANDER, E.; NOVOTNY, S.; HANRATTY, M.; YAFFE, R.; DECARIA, C. M.;

ARONOWITZ, B. R.; MOSOVICH, S. Oxytocin infusion reduces repetitive behaviors in

Page 15: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 15

adults with autistic and Asperger’s disorders. Neuropsychopharmacology. V. 28, p. 193-198,

2003.

34. HOLLANDER, E.; BARTZ, J.; CHAPLIN, W.; PHILLIPS, A.; SUMNER, J.; SOORYA,

L.; ANAGNOSTOU, E.; WASSERMAN, S. Oxytocin increases retention of social cognition

in autism. Biol Psychiatry. V. 61, p. 498-503, 2007.

35. HUBER, D.; VEINANTE, P.; STOOP, R. Vasopressin and oxytocin excite distinct

neuronal populations in the central amygdala. Science. V. 308, p. 245-248, 2005.

36. INSEL, T. R.; HULIHAN, T. J. A gender-specific mechanism for pair bonding: oxytocin

and partner preference formation in mono-gamous voles. Behav Neurosci. V. 109, p. 782-789,

1995.

37. INSEL, T. R.; O’BRIEN, D. J.; LECKMAN, J. F. Oxytocin, vasopressin, and autism: is

there a connection. Biol. Psychiatry. V. 45, p. 145-157, 1999.

38. ISHAK, W. W.; BERMAN, D. S.; PETERS, A. Male anorgasmia treated with oxytocin. J

Sex Med. V. 5, p. 1022-1024, 2008.

39. KIRCH, P.; ESSLINGER, C.; CHEN, Q.; MIER, D.; LIS, S.; SIDDHANTI, S. Oxytocin

modulates neural circuitry for social cognition and fear in humans. J Neurosci. V. 25, p.

11489-11493, 2005.

40. LANDGRAF, R.; NEUMANN, I. D. Vasopressin and oxytocin release within the brain: A

dynamic concept of multiple and variable modes of neuropeptide communication. Frontiers

in Neuroendocrinology. V. 25, p. 150-176, 2004.

41. LANDGRAF, R. Neuropeptides in anxiety modulation. Handbook of experimental

pharmacology. V. 1, p. 335-369, 2005.

Page 16: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 16

42. LEMOAL, M.; DANTZER, R.; MICHAUD, B.; KOOB, G. F. Centrally injected arginine

vasopressin (AVP) facilitates social memory in rats. Neurosci. Lett. V. 77, p. 353-359, 1987.

43. LIM, M. M.; YOUNG, L. J. Neuropeptidergic regulation of affiliative behavior and social

bonding in animals. Hormones and Behavior. V. 50, p. 506-517, 2006.

44. MANNING, M.; STOEV, S.; CHINI, B.; DURROUX, T.; MOUILLAC, B.; GUILLON,

G. Peptide and non-peptide agonists and antagonists for the vasopressin and oxytocin V(1a),

V(1b), V(2) and OT receptors: research tools and potential therapeutic agents. Prog Brain

Res. V. 170, p. 473-512, 2008.

45. MCCARTHY, M. M.; ALTEMUS, M. Central nervous system actions of oxytocin and

modulation of behavior in humans. Mol Med Today. V. 3, p. 269-275, 1997.

46. MEYER, L. A. Impact of pro social neuropeptides on human brain function. Prog Brain

Res. V. 170, p. 463-470, 2008.

47. NEUMANN, I. D.; WIGGER, A.; TORNER, L.; HOLSBOER, F.; LANDGRAF, R. Brain

oxytocin inhibits basal and stress-induced activity of the hypothalamo-pituitary-adrenal axis

in male and female rats: partial action within the paraventricular nucleus. J Neuroendocrinol.

V. 12, p. 235-243, 2000.

48. NEUMANN, I. D. Stimuli and consequences of detritic of oxytocin within the brain.

Biochem Soc. Trans. V. 35, p. 1252-1257, 2007.

49. NEUMANN, I. D. Brain oxytocin: a key regulator of emotional and social behaviours in

both females and males. J Neuroendocrinol. V. 20, p. 858-865, 2008.

50. NEUMANN, I. D.; LANDGRAF, R. Advances in vasopressin and oxytocin-from genes to

behaviour to disease. Preface Prog Brain Res. V. 170, p. 11-13, 2008.

Page 17: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 17

51. PETROVIC, P.; KALISCH, R.; SINGER, T.; DOLAN, R. J. Oxytocin attenuates affective

evaluations of conditioned faces and amygdala activity. J Neurosci. V. 28, p. 6607-6615,

2008.

52. PITMAN, R. K.; ORR, S. P.; LASKO, N. B. Effects of intranasal vasopressin and

oxytocin on physiologic responding during personal combat imagery in Vietnam veterans

with posttrau- matic stress disorder. Psychiatry Res. V. 48, p. 107–117, 1993.

53. RIMMELE, U.; HEDIGER, K.; HEINRICHS, M.; KLAVER, P. Oxytocin makes a face in

memory familiar. J Neurosci. V. 29, p. 38-42, 2009.

54. ROSSONI, E.; FENG, J.; Tirozzi, B.; BROWN, D.; LENG, G.; MOOS, F. Emergent

synchronous bursting of oxytocin neuronal network. PLoS Comput Biol. V. 4, p. 100-123,

2008.

55. SALONIA, A.; NAPPI, R. E.; PONTILLO, M.; DAVERIO, R.; SMERALDI, A.

BRIGANTI, A.; FABBRI, F.; ZANNI, G; RIGATTI, P.; MONTORSI, F. Menstrual cycle-

related changes in plasma oxytocin are relevant to normal sexual function in healthy women.

Horm Behav. V. 47, p. 164-169, 2005.

56. SAVASKAN, E.; EHRHARDT, R.; SCHULZ, A.; WALTER, M.; SCHACHINGER, H.

Post-learning intranasal oxytocin modulates human memory for facial identity.

Psychoneuroendocrinology. V. 33, p. 368-374, 2008.

57. SCANTAMBURLO, G.; HANSENNE, M.; FUCHS, S.; PITCHOT, W.; MARECHAL,

P.; PEQUEUX, C.; ANSSEAU, M.; LEGROS, J. J. Plasma oxytocin levels and anxiety in

patients with major depression. Psychoneuroendocrinology. V. 32, p. 407-410, 2007.

58. SCHULKIN, J.; THOMPSON, B. L.; ROSEN, J. B. Demythologizing the emotions:

adaptation, cognition, and visceral representations of emotion in the nervous system. Brain

Cogn. V. 52, p. 15-23, 2003.

Page 18: A OCITOCINA E SUAS INÚMERAS APLICAÇÕES E BIOLOGICAS/A... · musculatura lisa no momento do parto e na ejeção do leite durante a amamentação. A atual proposta é de investigar

Aluna: Mariana Patrício de Oliveira - [email protected]

Orientador: Edson Negreiros dos Santos - [email protected] Página 18

59. SWAAB, D. F.; POOL, C. W.; NIJVELDT, F. Immunofluorescence of vasopressin and

oxytocin in the rat hypothalamo-neurohy-pophyseal system. J Neural Transm. V. 36, p. 195-

215, 1975.

60. VANDESANDE, F.; DIERICKX, K. Identification of the vasopressin producing and of

the oxytocin producing neurons in the hypothalamic magnocellular neurosecretory system of

the rat. Cell Tissue Res. V. 164, p. 153-162, 1975.

61. VIGNOZZI, L.; FILIPPI, S.; LUCONI, M.; MORELLI, A.; MANCINA, R.; MARINI,

M.; VANNELLI, G. B.; GRANCHI, S.; ORLANDO, C.; GELMINI, S.; LEDDA, F.; FORTI,

G.; MAGGI, M. Oxytocin receptor is expressed in the penis and mediates an estrogen-

dependent smooth muscle contractility. Endocrinology. V. 145, p. 1823-1834, 2004.

62. ZINGG, H. H.; LAPORTE, S. A. The oxytocin receptor. Trends in endocrinology and

metabolism. TEM. V. 14, p. 222-227, 2003.