55

A OLERICULTURA E O PAPEL DA ESCOLA COMO … · sementeira visando o desenvolvimento da olericultura nos domínios escolares. A UNIDADE III visa explorar o conceito de solo, sua classificação

  • Upload
    lynhi

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

A OLERICULTURA E O PAPEL DA ESCOLA COMO INDUTORA DE TRANSFORMAÇÕES NOS HÁBITOS ALIMENTARES DOS EDUCANDOS E

SEUS FAMILIARES

Autora: Vainey Maria Bianchini Neto1

Orientador: Bertoldo Schneider2

RESUMO

O objetivo central deste artigo consiste em apresentar o projeto desenvolvido junto à Escola Estadual João Mazzarotto com o propósito de avaliar o papel da escola enquanto indutora de transformações dos hábitos alimentares dos educandos e seus familiares. Sua premissa elementar postula que a escola reúne as condições necessárias e suficientes para promover a transformação dos hábitos alimentares dos educandos e seus familiares, e que os educandos podem atuar como multiplicadores dos conhecimentos apreendidos. Tendo isto em vista, tomando como escopo a disciplina de Ciências, busca-se mostrar aos educadores como desenvolver junto aos educandos a olericultura mediante cultivo em miniestufa. A metodologia empregada na realização deste estudo foi a pesquisa bibliográfica e de campo, tendo tomado como principal referencial o Caderno Pedagógico construído ao final do estágio. O mesmo apresenta todas as atividades bibliográficas e de campo realizadas, estando dividido em cinco Unidades Temáticas: a UNIDADE I visa a apresentação do programa e sua importância na proposição de hábitos alimentares saudáveis. A UNIDADE II mostra como construir uma miniestufa. A UNIDADE III visa explorar o conceito de solo, sua classificação e sua importância no cultivo de alimentos. A UNIDADE IV visa uma introdução ao estudo das plantas. Por fim, na UNIDADE V procura-se abordar questões relacionadas ao valor nutritivo dos alimentos, bem como uma avaliação dos hábitos alimentares dos alunos e suas famílias após o desenvolvimento do programa.

Palavras-chave: Escola; Olericultura; Alimentação saudável; Reeducação alimentar.

1 INTRODUÇÃO

As discussões e debates ocorridos no cenário contemporâneo em torno da

alimentação assumiram proporções globais. Ilustra bem a globalização dessa

1 Pós-graduação, graduação, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Umuarama.

2 Doutorado: Engenharia Biomédica, Mestrado: Engenharia Biomédica, Licenciatura: Eletrônica.

Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR. Professor de Eletrônica. “Coordenador do Departamento Acadêmico de Eletrônica (DAELN)”

preocupação os estudos empreendidos pela FAO – Organização das Nações Unidas

para a Agricultura e Alimentação. O foco central desses estudos são os países

subdesenvolvidos, países nos quais os índices socioeconômicos, especialmente

aqueles relativos à alimentação, apresentam grande déficit, uma vez que a maioria

da população vive em condições precárias de subsistência (FRICK, 2010). De fato,

em muitos países africanos, a dieta alimentar de um indivíduo não ultrapassa 60

calorias diárias – o que é muito pouco considerando-se que o ideal estipulado pela

ONU é de 2 240.

Ademais, enquanto muitos países sofrem com a escassez de alimentos,

outros, desenvolvidos ou subdesenvolvidos, como o Brasil e Estados Unidos, sofrem

também com os maus hábitos alimentares de sua população. No que concerne ao

Brasil, de um modo geral, pode-se afirmar que a família brasileira alimenta-se de

forma inapropriada, adotando dietas alimentares nas quais ficam ausentes

elementos básicos como vitaminas e sais minerais, dando conformação a uma

alimentação inadequada. Some-se a isto a ingestão excessiva de alimentos ricos em

gorduras e açúcares, os quais apresentam baixo teor nutritivo.

O conhecimento dessas informações chamou a atenção das autoridades

brasileiras, as quais se voltaram para o problema com intuito de promover melhorias

quanto à qualidade da alimentação da família brasileira. No estado do Paraná, os

órgãos públicos manifestaram-se a este respeito propondo leis que regulamentam a

alimentação dos estudantes de escolas públicas. Considere por exemplo a lei

14.423, de 02 de junho de 2004, que proíbe a venda de alimentos gordurosos e

produzidos com gordura saturada e trans.

Como pode-se depreender do que foi afirmado no parágrafo acima, o espaço

escolar cumpre com um importante e indispensável papel quanto à promoção e o

desenvolvimento de medidas que visem à transformação dos hábitos alimentares

dos educandos. Entre estas medidas destacam-se os programas voltados à

merenda escolar, de implantação de hortas comunitárias e escolares e a educação

alimentar e nutricional nas escolas.

Ora, tendo em vista as afirmações apresentadas acima, o Caderno

Pedagógico de Ciências desenvolvido e aplicado junto aos alunos da 6ª série do

Ensino Fundamental do Colégio Estadual João Mazzarotto objetivou propor ações e

atividades que possibilitem ao educador avaliar o papel da escola enquanto indutora

de transformações dos hábitos alimentares dos alunos e seus familiares. Além disso,

objetivou-se: incentivar nos educandos o consumo de hortaliças naturais, as quais

propiciam uma vida mais saudável; proporcionar ao educando os recursos

bibliográficos e tecnológicos indispensáveis ao desenvolvimento do projeto;

conscientizar educandos e familiares quanto à importância da olericultura doméstica,

visando os benefícios à saúde e melhoria do orçamento familiar; participar

ativamente na construção da miniestufa e no plantio das hortaliças; realizar pesquisa

de campo para se familiarizar com o plantio de orgânicos em estufa; desenvolver

hábitos alimentares para uma vida mais saudável, contribuindo assim para a

formação de sujeitos ativos, reflexivos e participativos na sociedade em que vivem;

realizar atividades que promovam a interação entre outras disciplinas.

Neste sentido, a problemática central do trabalho orbitou as seguintes

questões: qual o papel da escola como indutora de transformações nos hábitos

alimentares dos educandos? Dito de outro modo, que medidas podem ser

implementadas no escopo escolar que possibilitem o desenvolvimento de bons

hábitos alimentares nos educandos e em suas respectivas famílias?

A metodologia empregada na consecução do projeto possibilitou intervir no

dia a dia dos alunos da 6ª série do Ensino Fundamental do Colégio Estadual João

Mazzarotto, visando à construção de uma miniestufa, desenvolvendo um olhar crítico

para o meio ambiente, incentivando hábitos alimentares mais saudáveis.

Para a consecução dos objetivos propostos, dividiu-se o Caderno Pedagógico

em cinco Unidades distintas. Na UNIDADE I busca-se apresentar à comunidade

escolar o projeto “A olericultura e o papel da escola como indutora de

transformações nos hábitos alimentares dos educandos e seus familiares”, e sua

importância para a apreensão de hábitos alimentares saudáveis.

A UNIDADE II tem como objetivo prioritário construir uma miniestufa e uma

sementeira visando o desenvolvimento da olericultura nos domínios escolares.

A UNIDADE III visa explorar o conceito de solo, sua classificação e sua

importância para o cultivo de alimentos.

Já a UNIDADE IV visa oportunizar aos educandos uma introdução ao estudo

das plantas, focando em suas partes e suas funções.

Por fim, na UNIDADE V, procura-se abordar questões relacionadas ao valor

nutritivo dos alimentos, higiene, bem como uma avaliação dos hábitos alimentares

dos alunos e suas famílias após o desenvolvimento do programa.

2 EMBASAMENTO TEÓRICO

2.1 A CIÊNCIA E O ENSINO DE CIÊNCIAS

A ciência é uma atividade humana complexa, histórica e coletivamente

construída. Em virtude disso, influencia e sofre influencias sociais, tecnológicas,

culturais, éticas e políticas (KNELLER, 1980; ANDERY et al., 1998).

Com efeito, conforme argumenta Marandino (2005), o processo de

socialização do conhecimento científico apresenta grandes desafios e embates no

cenário hodierno. Entre os quais, um há que se refere à polêmica em torno dos

objetivos do ensino de Ciências nas escolas. No âmago deste debate contrapõe-se,

por um lado, a necessidade de disseminação de uma cultura científica como

instrumento de cidadania a um público cada vez maior, e, de outro, o risco de que a

divulgação científica assuma o papel de “[...] “manter o status quo daqueles

envolvidos na produção do conhecimento, ou mesmo que a complexidade da ciência

impossibilitaria seu domínio pelo público ‘não-iniciado’” (MARANDINO, 2005, p. 162).

No ensino de Ciências o professor se depara constantemente com as duas

vertentes deste debate: ele se depara com conhecimentos alternativos, decorrentes

da banalização da divulgação científica, pelo uso de linguagem simplificada do

conhecimento científico, da parte de alunos e inclusive dos livros didáticos, bem

como tem de lidar com a complexidade inerente aos conteúdos científicos, buscando

possibilitar aos educandos o acesso aos mesmos. Outra maneira de visualizar este

debate consiste em discutir a relação entre conhecimento científico e conhecimento

cotidiano, uma vez que, conforme pontuou Lopes (1999, p. 104), o conhecimento

científico e o conhecimento do senso comum (vulgar ou cotidiano) “[...] se inter-

relacionam com o conhecimento escolar”. Acontece que esta relação não está livre

de contradições. Por exemplo, o conhecimento vulgar pode compreender

determinados conteúdos científicos, no entanto, isto não significa que seja

conhecimento científico. No contexto escolar esta relação cresce em importância,

uma vez que os educandos constroem suas representações de conteúdos científicos

a partir do senso comum, do cotidiano visando torná-los úteis à vida diária. Por

conseguinte, faz-se mister traçar os limites entre o conhecimento vulgar e o

conhecimento científico, bem como suas interações mútuas. Ora, “Interpretar a

ciência com os pressupostos da vida cotidiana é incorrer em erros, assim como é

impossível, em cada ação cotidiana, tomarmos decisões científicas, ao invés de

decidirmos com base na espontaneidade e no pragmatismo” (LOPES, 1999, p. 143).

Neste ínterim, o professor deve atuar no sentido de intermediar a

aproximação entre o conhecimento do cotidiano e o conhecimento científico, bem

como realçar as linhas delimitatórias entre ambos. Ao atuar desta forma, o professor

deverá, então administrar as ações pedagógicas de modo a possibilitar a interação

entre os conhecimentos prévios, trazidos pelos educandos, aos saberes científicos

(ou pré-científicos), oportunizados em suas respectivas disciplinas. A disciplina de

Ciências não é exceção. Isto fica evidente nas Diretrizes Curriculares da Educação

Básica, no módulo de Ciências, onde se lê:

Assim, a construção de significados pelo estudante é o resultado de uma complexa rede de interações composta por no mínimo três elementos: o estudante, os conteúdos científicos escolares e o professor de Ciências como mediador do processo de ensino-aprendizagem. O estudante é o responsável final pela aprendizagem ao atribuir sentido e significado aos conteúdos científicos escolares. O professor é quem determina as estratégias que possibilitam maior ou menor grau de generalização e especificidade dos significados construídos. É do professor, também, a responsabilidade por orientar e direcionar tal processo de construção (PARANÁ, 2008, p. 68-69).

Neste ínterim, as Diretrizes Curriculares sugerem alguns elementos

pedagógicos que devem ser observados no tratamento dos assuntos pertinentes à

disciplina de Ciências, entre os quais: “[...] a abordagem problematizadora, a relação

contextual, a relação interdisciplinar, a pesquisa, a leitura científica, a atividade em

grupo, a observação, a atividade experimental, os recursos instrucionais e o lúdico,

entre outros.” (PARANÁ, 2008, p. 73).

Em particular, chamamos atenção para a atitude problematizadora e para a

relação interdisciplinar. A primeira, além de suscitar questões e a curiosidade dos

educandos, permite a interação entre os conhecimentos dos educandos e os novos

conceitos científicos. Já a segunda, por possibilitar a integração entre os diferentes

pontos vista representada pelas diferentes disciplinas curriculares. Estas atitudes

pedagógicas possibilitam uma aprendizagem significativa. É precisamente em

virtude disso que se farão presentes na aplicação do presente projeto, o qual lidará

com uma problemática bastante atual e cotidiana: a transformação dos hábitos

alimentares.

2.2 ALIMENTAÇÃO, HÁBITOS ALIMENTARES E ESCOLA

A alimentação das pessoas passou por diversas transformações com o

passar dos tempos, assim como também o desenvolvimento de suas atividades

diárias. Com a evolução tecnológica o homem modificou seu estilo de vida

substituindo atividades físicas ativas ao ar livre por outras mais passivas, tornando-

se sedentário. Ao mesmo tempo em que diminuiu o esforço físico em suas

atividades, o homem passou a consumir alimentos altamente calóricos, o que fez

com que aumentasse o peso corpóreo, fugindo dos padrões estéticos considerados

adequados, bem como dos padrões saudáveis. Este ponto de vista aplica-se ao

caso brasileiro, conforme escreve Schmitz et al. (2011, p. 312):

As transformações ocorridas no Brasil, relacionadas à crescente modernização e urbanização, estão associadas a mudanças no estilo de vida e nos hábitos alimentares da população, sendo estas mudanças consideradas como favorecedoras para o desenvolvimento das doenças crônicas não-transmissíveis.

Um dos elementos que mais tem contribuído para a desaceleração quanto ao

consumo de alimentos saudáveis é a influência da mídia, isto é, dos meios de

comunicação de massa. Estes apontam e estimulam o consumo desenfreado de

alimentos industrializados. É bem verdade que a mídia, inclusive, influencia

diretamente os hábitos alimentares das famílias. Mas, sem sombra de dúvidas, uma

das faixas mais sugestionáveis é a compreendida pelos adolescentes, os quais

encontram-se em idade escolar. Corforme escreve Passos et al. (2011, n/p),

Nesta fase, para o desespero de alguns pais e a indiferença de outros, as crianças ganham a rua, a escola, o supermercado e o shopping. Nestes locais haverá oferta e diversidade de alimentos

coloridos saborosos e baratos, que não necessitarão ser apresentados às crianças, uma vez que já entraram em suas casas através da agressiva propaganda das industrias alimentícias [...] sabemos que os alimentos na televisão influenciam os padrões de compra da família e que um dos mecanismos mais importantes para isso são os pedidos das próprias crianças para que os pais comprem alimentos visto na televisão.

Com efeito, a alimentação industrializada induz o organismo do adolescente

a acumular quantidades exageradas de energia em forma de gorduras, o que poderá

contribuir para que se torne um futuro obeso e, consequentemente, desenvolver os

males associados a este distúrbio alimentar, como a hipertensão, o diabete mellitus,

colesterol e outros. Somados estes fatores aumentam cada vez mais as estatísticas

de morbidade dos adolescentes e contribuem para o aumento dos gastos com a

saúde, bem como para o baixo rendimento escolar desses adolescentes (MANCINI

2003; OLIVEIRA; VEIGA, 2004).

Um aspecto bastante interessante nesta equação refere-se à venda de

produtos industrializados no escopo escolar. Ao se perceber o aumento dos

problemas decorrentes do consumo desses produtos no âmbito escolar, os

governantes passaram a tomar medidas drásticas buscando evitar que a situação se

agravasse ainda mais. No Estado do Paraná, por exemplo, através da Lei nº 14855,

de 19 de outubro de 2005, já em seu artigo 1º, fica estabelecido que as lanchonetes

e cantinas que funcionam em estabelecimento de ensino devem seguir padrões de

qualidade nutricional na comercialização de seus produtos, assegurando a saúde

dos consumidores. O artigo 2º, por seu turno, veda a comercialização de alimentos e

bebidas com alto teor de gorduras e açúcares, ou com substâncias químicas que

possam ser inconvenientes à promoção da saúde (PASSADOR, 2007).

Ora, como pode-se depreender do parágrafo acima, é notória a preocupação

com relação a alimentação nos domínios escolares. E é precisamente neste

contexto que emerge o papel da escola como proponente de bons hábitos

alimentares. Conforme precisa Schmitz (2011, p. 312),

Nesse contexto, a escola aparece como espaço privilegiado para o desenvolvimento de ações de melhoria das condições de saúde e do estado nutricional das crianças, sendo um setor estratégico para a concretização de iniciativas de promoção da saúde, como o conceito da “Escola Promotora da Saúde”, que incentiva o desenvolvimento humano saudável e as relações construtivas e harmônicas.

E complementa:

Nesse ambiente, o educador deve ser um facilitador, que saiba utilizar várias estratégias de ensino, contribuindo para a melhoria da alimentação das crianças. Para tal, deve também possuir conhecimentos e habilidades sobre promoção da alimentação saudável, procurando incorporá-los ao seu fazer pedagógico. Esses conhecimentos devem ser construídos de forma transversal no ambiente escolar, garantindo a sustentabilidade das ações dentro e fora de sala de aula.

Percebe-se, por conseguinte, que a escola e seus educadores cumprem com

um papel muito importante quanto à promoção e à transformação dos hábitos

alimentares dos educandos e suas famílias. Partindo do pressuposto de que a

promoção da saúde na escola compreende três âmbitos ou áreas de atuação, quais

sejam, a educação para a saúde, ambientes saudáveis e serviços de saúde e

alimentação, escola e educadores devem prover projetos que ensejem a formação

de hábitos alimentares saudáveis (SCHMITZ, 2011). Ora, é precisamente aqui que

insere-se o presente projeto, mediante desenvolvimento da olericultura em

miniestufa.

2.3 A OLERICULTURA NA ESCOLA

A olericultura é um ramo da horticultura, e como tal compreende um grupo

enorme de plantas comumente denominadas de hortaliças.

O termo “olericultura” é derivado do substantivo latino “olus”, “oleris” – que

significa, precisamente, “hortaliças”, e do verbo latino “colere” – “cultivar”. Assim, em

bom português, o termo é aplicado para designar o cultivo de certas plantas de

consistência herbácea, geralmente de ciclos curtos e tratos culturais intensivos,

cujas partes comestíveis são diretamente utilizadas na alimentação humana, sem

exigir industrialização previamente, ou seja: as hortaliças.

A olericultura brasileira se intensificou a partir da década de 1940, durante a

Segunda Guerra Mundial. De acordo com a Incaper (2011, n/p),

Naquela época, existiam apenas pequenas explorações diversificadas, localizadas nos “cinturões verdes” dos arredores das

cidades, havendo o deslocamento em direção ao meio rural, estabelecendo-se em áreas maiores e mais especializadas. Essa interiorização certamente deveu-se ao fato de alguns produtores buscarem melhores condições agroecológicas ou mesmo de ordem econômica.

No entanto, seria necessário aguardar o advento da década de 1950 para que

a olericultura evoluísse de uma atividade informal, a tradicional “horta”, para uma

atividade comercial (INCAPER, 2011). Contribuiu muito para isso o respaldo e apoio

de instituições de pesquisa. Já na década de 1970 foram implantadas pelo governo

federal as Centrais de Abastecimento (CEASA’s).

Por conseguinte, na década de 1980 a olericultura brasileira alcançou um

nível nunca antes visto, “[...] especialmente graças às atividades da pesquisa oficial,

com a recomendação e lançamento de cultivares de hortaliças adaptadas às mais

diversas condições climáticas do território nacional” (INCAPER, 2011, n/p). E na

década de 1990 desenvolveu-se a olericultura em estufas e a hidroponia.

Atualmente, a característica mais marcante da olericultura é o fato de ser uma

atividade agroeconômica altamente intensiva em seus aspectos mais variados, em

contraste com outras atividades agrícolas extensivas. Outras características

importantes nos empreendimentos hortículas são a intensa utilização de tecnologia

moderna, em constante mudança, e o reduzido tamanho da área ocupada, porém,

intensivamente utilizada, tanto no espaço quanto no tempo.

Mais recentemente, acentuou-se a implantação dos sistemas de cultivo

protegido em estufas e a hidroponia. A utilização de estruturas de proteção para

mudas, como estufas e miniestufas, tem duas importantes finalidades: por um lado,

em alguns casos de excesso de chuvas, temperaturas baixas, pragas, entre outros,

minimizar os efeitos ambientais negativos à produção de mudas; por outro, garantir

o sucesso dessa fase tão importante no processo produtivo e assim maximizar a

produção e os lucros.

Não obstante isto, a olericultura, conforme o interesse pessoal de quem a ela

se dedica, não necessariamente precisa ser encarada como atividade uma agrícola

econômica. Além disso, ela pode ser vista como ciência aplicada, recreação

educativa ou mesmo fonte de alimentos. No escopo do presente projeto, conforme já

elucidamos anteriormente, a olericultura será desenvolvida como uma atividade

pedagógica com alunos da 6ª Série.

Neste ínterim, visando à implementação do projeto enquanto atividade

pedagógica na disciplina de Ciências optou-se por desenvolver a olericultura em

miniestufa. Em primeiro lugar, em virtude dos baixos custos e da sua manutenção.

Em segundo lugar, para que a estrutura garanta a uniformidade das mudas, possua

boa aeração e, quando possível, temperatura e umidade parcialmente ou totalmente

controlada.

Com efeito, para que haja uma boa formação das mudas, estas devem

receber luz o dia todo, ficar próximas à água, protegidas de ventos fortes, mas

possuir boa circulação de ar. O substrato ideal deve ter boa aeração, capacidade de

reter água, boa drenagem, ser isento de ervas daninhas e baixo custo.

A produção de mudas em recipientes individuais permite contornar muitas

inconveniências das realizadas em canteiros. Os recipientes escolhidos para este

projeto foram copos de papel e bandeja coletiva.

O copo de papel, além da simplicidade, tem como vantagens a diminuição do

manuseio das mudas e danos às raízes, comuns nas operações de repicagens e

transplantio, evitando-se a propagação de doenças, a redução do tempo de

formação das mudas e o aumento da precocidade geral da planta. A confecção dos

copos de papel ficará ao encargo da professora de Artes.

O sistema de produção de mudas em recipientes coletivos baseia-se em três

estruturas imprescindíveis ao bom desenvolvimento dessa atividade: as estruturas

de proteção, os substratos e as bandejas coletivas. A escolha depende muitas vezes

do tipo de semente que deseja plantar. Após o enchimento das bandejas, faz-se a

marcação dos locais onde são colocadas as sementes cuja profundidade dependerá

do tamanho da semente.

Quando as mudas iniciam a formação das folhas definitivas faz-se o

raleamento. O transplantio deve ser realizado quando as mudas apresentarem de

duas a quatro folhas definitivas, dependendo da espécie. De três a dois dias antes

do transplanto deve se diminuir a irrigação de forma gradual, mas sem comprometer

a qualidade das mudas. Porém, de seis a oito horas antes deve ser realizada uma

irrigação para facilitar a retirada das mudas da bandeja. A irrigação deve ser feita

pela manhã e a temperatura ideal para a água é 21ºC.

Nos canteiros coletivos, os alunos tomam contato com uma série de

conhecimentos científicos. Por exemplo, aprendem sobre a água, e técnicas de

irrigação; sobre o solo, isto é, como construir canteiros livres de erosão, o cultivo

sem adição de agrotóxicos, a valorização do solo, etc.; sobre o clima, uma vez que o

educador pode relacionar o ciclo das plantas com as estações do ano; sobre o lixo, a

classificação do lixo, o reaproveitamento dos restos de alimento como adubos

naturais, etc.; sobre botânica, morfologia e fisiologia das plantas, germinação,

crescimento, fotossíntese, entre outros.

Ao final deste processo, os próprios alunos e a comunidade escolar como um

todo são beneficiados com a implantação da olericultura na escola. Primeiramente,

porque os alimentos produzidos podem ser consumidos pelos próprios alunos na

merenda escolar. Ademais, porque os alunos aprendem sobre a importância das

hortaliças numa alimentação saudável, de modo a atuarem como multiplicadores em

seus lares, transformando não apenas seus hábitos alimentares, mas também o de

seus familiares.

Ora, como pode-se perceber, a olericultura possibilita aos educandos a

apreensão de conhecimentos científicos mediante o desenvolvimento de uma

atividade diferenciada, evitando o tratamento pedagógico tradicional. Dito de outra

maneira, a olericultura assumirá não apenas o papel de uma importante ferramenta

pedagógica, como também possibilitará o resgate da cultura alimentar, isto é, a

transformação dos hábitos alimentares dos educandos e suas famílias. Estarão

estreitados os laços entre escola e saúde.

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

3.1 LOCALIZAÇÃO DA ÁREA

A Escola Estadual João Mazzarotto localiza-se à Rua Santa Regina, 664, no

bairro Capão Raso, em Curitiba / PR.

A Escola Estadual João Mazzarotto é mantida pelo Estado e oferece Ensino

Fundamental de 6º Ano a 9º Ano e Ensino Médio, atuando nos turnos da manhã e

tarde o Ensino Fundamental.

A turma selecionada para aplicação do projeto foi, conforme mencionado

anteriormente, a 6ª Série/ 7º Ano do Ensino Fundamental.

Figura 1 – Localização aérea da cidade. Fonte: GOOGLE EARTH, 2012.

3.2 MATERIAIS

Os materiais utilizados na consecução do projeto junto à Escola Estadual

João Mazzarotto foram os seguintes:

Unidade I: Apresentação do Projeto

Power Point

Questionário de entrevista

Unidade II: Olericultura: Construindo a Miniestufa e a Sementeira

Miniestufa: 11 vigas de 5,0 x 10,0cm x 2,50m de comprimento; 60 ripas de

1,0 x 2,5cm x 2,50 de comprimento; 2 metros de plástico transparente de 1,0 x 4,0m

de altura; 2 maços de pregos 17 x 27; 3 dobradiças de 5 x 8 cm; 15 saquinhos de

grampos de base reta com 2 furos de 0,5 a 1,5mm; rolo pequeno para pintura; óleo

diesel queimado, para pintar as bases das vigas antes de ser enterradas;

ferramentas (martelo; marreta; metro; trena; escada).

Copos de papel: folhas de papel jornal; garrafa pet de 500 ml ou latinha de

refrigerante; fita adesiva.

Unidade III: O Solo e a Olericultura

Amostras de solo: papel craft ou cartolina; canetinha hidrocor; pacotes

plásticos pequenos; amostras de solo.

Sementeiras: sementeiras coletivas de isopor; sementeiras individuais

(copos de papel); enxadinha; pá de jardim, húmus e solo; ferramentas de jardinagem

(enxadinha, pá de jardim, garfo, entre outros); enxadas; pá grande; insumos; água;

mangueira ou regador.

Unidade IV: Conhecendo as Plantas

Semeação: sementeiras (coletivas e individuais); solo adequado; sementes

de hortaliças; ferramentas de jardinagem; água.

Transplante: mudas de hortaliças; canteiros; ferramentas.

Unidade V: O Que Mudou?

Questionário de entrevista sobre as mudanças de hábito;

Nutricionista.

3.3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

A implementação do projeto compreendeu cinco momentos distintos. Estes

momentos representam os principais procedimentos metodológicos desenvolvidos

durante a aplicação do projeto na Escola de Estadual João Mazzarotto.

No primeiro momento, apresentação do projeto (Unidade I), desenvolveu-se

duas intervenções: na primeira buscou-se empreender a apresentação do projeto e

uma discussão em torno da importância da alimentação saudável. Dito de outra

maneira, procurou-se apresentar à comunidade escolar o projeto “A olericultura e o

papel da escola como indutora de transformações nos hábitos alimentares dos

educandos e seus familiares” e sua importância para a proposição de hábitos

alimentares saudáveis. Neste sentido, procedeu-se a uma apresentação eletrônica

do projeto e a aplicação de um questionário sobre os hábitos alimentares dos alunos

participantes do projeto (Ver APÊNDICE I).

No segundo momento, procedeu-se à construção da estufa e da sementeira,

visando o desenvolvimento da olericultura nos domínios escolares. Muito embora a

estufa pudesse ser construída pelos alunos da 6ª série do Ensino Fundamental,

devido não apenas à complexidade da atividade, como também no que diz respeito

às dimensões da miniestufa, a saber: 2,50m x 5m x 2m (ver APÊNDICE II),

contratou-se um especialista. O custo total da miniestufa ficou em R$ 485,00.

A outra atividade desenvolvida foi a confecção dos copos de papel para

abrigar inicialmente as sementes de hortaliças. Para tanto, solicitou-se o auxílio da

professora de artes.

No terceiro momento, abordou-se a relação entre solo e olericultura, visando

explorar o conceito de solo, sua classificação e sua importância para o cultivo de

alimentos. Tendo isto em vista, inicialmente procedeu-se à leitura e interpretação de

um texto explicando a importância do solo para a vida no planeta. Feito isto,

procedeu-se a intervenção seguinte, que consistiu em pedir aos alunos que

trouxessem amostras de solo para a escola. Ao ofertá-la buscou-se ofertar aos

educandos a possibilidade de não apenas perceber as características dos diferentes

tipos de solo, como também observar, reconhecer e categorizar amostras de solo

com base em suas semelhanças e diferenças. A seguir, realizou-se a preparação do

solo para as sementeiras, isto é, os locais onde as sementes seriam plantadas

(sementeiras coletivas), com o intuito de fazer a transposição dos conhecimentos

teóricos para a prática. Posteriormente, depois de as mudas formadas, procedeu-se

à preparação do solo da horta, local para onde as mudas de hortaliças deveriam ser

transplantadas.

No quarto momento, empreendeu-se uma exposição sobre as plantas e suas

partes. O objetivo desta Unidade consistia em oportunizar uma aprendizagem

significativa sobre as plantas, suas partes principais e suas respectivas funções.

Neste ínterim, inicialmente, abordou-se teoricamente as temáticas, mediante

realização de pesquisa no laboratório de informática. Em seguida, uma vez que as

sementeiras e o solo já haviam sido devidamente preparados, passou-se ao plantio

das sementes. Feito isto, realizou-se o cuidado das mesmas com a finalidade de

possibilitar a germinação. Depois disso, realizou-se o transplanto das mudas já

formadas das sementeiras para o canteiro da horta, para seu desenvolvimento.

No quinto momento, procurou-se verificar o que realmente mudou com a

realização da atividade por parte dos alunos. Dito de outra maneira, buscou-se

avaliar os conhecimentos apreendidos visando mudar os hábitos alimentares dos

educandos e seus familiares. Neste ínterim, convidou-se uma nutricionista para

visitar a escola e realizar uma palestra sobre o valor nutritivo das hortaliças, bem

como sobre a importância de uma alimentação saudável. Posteriormente,

reapresentou-se o questionário sobre os hábitos alimentares dos educandos e seus

familiares. Desta forma, tendo em mãos ambos os questionários, pôde-se compara-

los a fim de perceber as diferenças e avanços ocorridos.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O projeto supramencionado foi apresentado aos alunos e comunidade escolar

no dia 17/08/201. Seu objetivo principal consistiu em apresentar o objetivo geral,

específicos e a metodologia para sua consecução.

Após a explanação todos foram convidados a participar ativamente do projeto,

ao efusivamente responderam “Sim”. Muitos inclusive alegaram que seria

interessante, uma maneira diferente aprender conteúdos sobre botânica e

alimentação saudável, sem ter quer ficar ligado aos cadernos, livros e quadro negro.

Neste ínterim, expliquei aos educandos que os conteúdos teóricos seriam

trabalhados inicialmente em sala de aula; já a prática seria realizada na miniestufa e

na horta, e que as experiências vivenciadas em cada aula seriam registradas em

uma “cartilha”. Ademais, mostrei a eles que cada aluno teria uma, ou melhor, um

“caderninho” onde realizariam seus registros, previamente adquiridos pela

professora. Os alunos adoram a ideia.

Todos estavam curiosos em saber para conhecer a miniestufa e sua

utilidade. Foi então que decidi conduzir os educandos até a miniestufa e relatar o

que iria acontecer ao longo do projeto.

Foi comentado que a miniestufa foi construída por um especialista devido sua

complexidade, especialmente no que diz respeito às dimensões e aos materiais

utilizados, que não estavam de acordo com a idade de um aluno de 6ª série.

No dia 18/08/2011 realizei a entrega das cartilhas. Os educandos decidiram

encapá-las com papel de cores bem fortes, procurando destacar na capa uma fruta

ou um tipo de alimento saudável, com o propósito deflagrado de torná-la diferente

dos demais cadernos que empregam em seu cotidiano.

Figura 2 – Cartilha de registro. Fonte: AUTORA, 2012.

Neste mesmo dia os alunos levaram o Questionário de investigação sobre os

hábitos alimentares para seus lares, para procederem a sua resolução

conjuntamente aos familiares.

Neste mesmo mês, reuni os alunos na quadra de esporte e, juntamente com

os professores de Educação Física, medimos e pesamos todos os alunos e depois

foi realizado o calculo do IMC de cada um deles.

Figura 3 – IMC dos alunos. Fonte: AUTORA, 2012.

Apresentei aos alunos um slide sobre Alimentação Saudável. Na ocasião foi

lançada a seguinte questão: quais os princípios da alimentação saudável?

Figura 4 – Relatório de pesquisa. Fonte: AUTORA, 2012.

Após a realização da pesquisa os alunos relataram alguns pontos importantes

dos princípios da alimentação saudável. Percebe-se que os educandos obtiveram

boas informações. Alguns alunos questionaram se o item “Não fumar de forma

exagerada” não deveria ser excluído, já que o Ministério da Saúde informa que

fumar causa o câncer.

Assim que a pesquisa foi concluída, mediante devolução dos questionários,

obteve-se os seguintes resultados preliminares:

Média de idade deles é de:11 anos, somente um aluno apenas com 15 anos.

Média do peso: 47.6

Média altura: 1.54

Média do IMC: 21,25

Maioria dos educando moram em casa.

Em seguida, no mês de Novembro, eles retornaram a levar o questionário

para análise, tendo como referencial a seguinte indagação: O que mudou em seus

hábitos alimentares?

A comparação dos questionários permite-nos vislumbrar as mudanças

ocorridas nos hábitos alimentares dos educandos. Os gráficos apresentados

mostram os dados relativos ao primeiro questionário (antes) e ao segundo

questionários (depois).

No que concerne ao consumo de bebidas, obteve-se os seguintes resultados:

Gráfico 1 – Consumo de bebidas no primeiro questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Gráfico 2 – Consumo de bebidas no segundo questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Já no que se refere ao consumo de pães, massas e cereais, no primeiro

questionário os dados coletados foram os seguintes:

Gráfico 3 – Consumo de pães, massas e cereais no primeiro questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Já no segundo questionário, obteve-se os seguintes resultados:

Gráfico 4 – Consumo de pães, massas e cereais no segundo questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Outro aspecto considerado no questionário referia-se ao consumo de carnes.

Os dados coletados foram os seguintes:

Gráfico 5– Consumo de carnes no primeiro questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Gráfico 6– Consumo de carnes no segundo questionário. Fonte: AUTORA, 2012.

Outra questão do questionário indagou sobre o consumo de óleos e gorduras

por parte dos alunos. Os resultados são apresentados nos gráficos a seguir.

Gráfico 6– Consumo de óleos e gorduras no primeiro questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Gráfico 7– Consumo de óleos e gorduras no segundo questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Um das questões mais importantes do questionário de avaliação dos hábitos

alimentares dos alunos ficou por conta do consumo de hortaliças e legumes. Os

dados coletados seguem abaixo.

Gráfico 7– Consumo de hortaliças e legumes no primeiro questionário. Fonte: AUTORA, 2012.

Gráfico 8– Consumo de hortaliças e legumes no segundo questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Outra importante questão indagou sobre o consumo de frutas por parte dos

educandos.

Gráfico 9– Consumo de frutas no primeiro questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Gráfico 10– Consumo de frutas no segundo questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Por fim, indagou-se no questionário sobre o consumo de doces e pastéis. Os

resultados são expressos nos gráficos abaixo.

Gráfico 11– Consumo de doces e pastéis no primeiro questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Gráfico 12– Consumo de doces e pastéis no segundo questionário.

Fonte: AUTORA, 2012.

Após a comparação das respostas dadas pelos educandos antes e depois da

conclusão do projeto, isto é, no primeiro e no segundo questionário, ficou evidente

uma mudança significativa em seus hábitos alimentares – ainda que o período de

abrangência do projeto tenha sido de curto prazo. Dito de outra maneira, a mudança

de comportamento quanto aos hábitos alimentares não foi gritante, no entanto

mostrou-se significativa, sobretudo com relação à conscientização de que muitos

praticam hábitos alimentares ruins.

Em seguida, abordou-se sobre os nossos hábitos alimentares, com o

propósito de investigar se as hortaliças, a água e as frutas fazem parte da dieta

diária, bem como é a alimentação em seus lares?

Os alunos foram bem realistas, responder as questões, alguns relataram que

sua alimentação era inadequada. Vejam-se as atividades abaixo relacionadas.

Ainda no mês de agosto foram organizadas as equipes para realizar a

limpeza e os cuidados com a miniestufa. Tendo isto em vista, foi enviado aos pais

uma solicitação e/ou autorização para que seus respectivos filhos pudessem

comparecer à escola no contra turno em que seu filho estuda para participação na

fase seguinte do projeto.

Com as autorizações em mãos, iniciamos a limpeza da horta sempre no

período da tarde, já que o turno das atividades escolares dos alunos era no período

da manhã.

Figura 5 – Limpeza da horta escolar. Fonte: AUTORA, 2012.

Figura 6 – Limpeza da horta escolar. Fonte: AUTORA, 2012.

No mês de setembro, visando o enriquecimento da aprendizagem dos alunos

no eu tange à Alimentação Saudável, foi convidada a nutricionista Josemari Regina,

mais conhecida na comunidade como “Jose”. A nutricionista trouxe um material

muito rico feito de EVA. Inicialmente ela fez várias perguntas aos alunos, como era

sua alimentação, se gostavam de comer docinhos, salgadinhos, entre outros, ao que

a maioria disse “Sim”. Então a profissional indagou se os educandos gostavam de

comer frutas, verduras, ao que alguns responderam que de algumas sim, outras não.

Figura 7 – Palestra com a nutricionista Jose. Fonte: AUTORA, 2012.

Através das respostas dos alunos ela começou a palestra abordando sobre as

fibras, os carboidratos, proteínas, lipídios e os demais nutrientes da pirâmide

alimentar. Conforme suas colocações eram feitas, a nutricionista ia desenhando uma

forma geométrica no quadro e ao mesmo tempo colando réplicas dos alimentos

feitos de espumas na pirâmide alimentar. Os alunos ficaram encantados com a

destreza da nutricionista.

Figura 8 – Pirâmide alimentar. Fonte: AUTORA, 2012.

Além da Alimentação Saudável, a Nutricionista também abordou sobre a

higiene pessoal.

Em seguida, foi solicitado aos alunos que procedessem à produção do

relatório da palestra. Ilustram isso as imagens colocadas a seguir.

Figura 9 – Relatório da palestra produzido pelos educandos. Fonte: AUTORA, 2012.

Figura 10 – Relatório da palestra produzido pelos educandos. Fonte: AUTORA, 2012.

Ao se analisar os relatórios, percebe-se que os alunos conseguiram identificar

os alimentos ricos em carboidratos, em lipídios, as vitaminas, entre outros elementos

fundamentais para o organismo, e, principalmente, que na base da pirâmide

alimentar encontram-se os exercícios físicos.

Ainda no mês de setembro foi convidado um Técnico em Agropecuária, o Sr.

Sandro Omar para uma exposição sobre a olericultura em miniestufa. Ele iniciou sua

apresentação na sala de aula, dirigindo-se depois até a miniestufa e à horta escolar.

O Sr. Sandro Omar presenteou os alunos com informações riquíssimas sobre o

cultivo em estufa e na horta.

Figura 11 – Palestra com o Técnico em Agropecuária Sandro. Fonte: AUTORA, 2012.

Após a aula teórica, fomos até a miniestufa onde o Técnico Sandro explicou

aos alunos como preparar a terra que vai à bandeja para o plantio da semente. Para

tanto, improvisamos uma caixa de papelão, onde um aluno, com auxílio do técnico,

colocou os seguintes ingredientes: um pouco de areia, terra orgânica rica em humos

e um pouco de humos de fezes de galinha. Depois borrifou com um pouco de água.

Figura 12 – Preparando as bandejas de plantio. Fonte: AUTORA, 2012.

Feito isto, os alunos dirigiram-se até a horta, onde o técnico Sandro explicou

como preparar um canteiro.

Figura 13 – Preparando o canteiro. Fonte: AUTORA, 2012.

Uma informação importante quanto ao preparo do canteiro salientada por

Sandro refere-se à borda que os mesmos devem possuir. A borda feita nos lados

impede que a água da chuva os destrua.

Ademais, Sandro mostrou aos alunos a distância da muda da alface, a saber,

30 cm uma da outra, para se desenvolverem melhor.

Figura 14 – Plantando as mudas de alface. Fonte: AUTORA, 2012.

Figura 15 – Semeadura de alface. Fonte: AUTORA, 2012.

No período da tarde os alunos vieram reforçar sua aprendizagem de como

encher a sementeira com a terra orgânica e como distribuir as sementes em cada

unidade da sementeira. Todas essas atividades foram acompanhadas pelo Técnico

Sandro (Ver figura acima e figura abaixo).

Figura 16 – Preenchimento das bandejas. Fonte: AUTORA, 2012.

Na sequência, os alunos foram convidados a produzir novo relatório sobre as

atividades realizadas em companhia do Técnico Sandro.

Figura 17 – Relatório produzido por aluno sobre a visita do técnico Sandro. Fonte: AUTORA, 2012.

Figura 18 – Relatório produzido por aluno sobre a visita do técnico Sandro. Fonte: AUTORA, 2012.

Durante o mês de outubro trabalhou-se na confecção do copo de papel. Para

tanto, pediu-se auxílio da professora de Artes.

Figura 19 – Professora Araceli. Fonte: AUTORA, 2012.

Primeiramente, foi trabalhada com eles a finalidade do copo de papel, qual

seja: o copo de papel é uma ferramenta muito importante para a natureza, pois ele

substitui o copo de plástico, o qual demora muito tempo para se deteriorar na

natureza. Outra vantagem do copo de papel é que, depois de plantar a muda do

vegetal, não é necessário retirá-lo, pois a própria natureza, com o tempo, o destrói

sem prejuízos.

Também foi informado aos educandos que podem ser plantadas no copo de

papel mudas de jiló, berinjela, quiabo, entre outras plantas de porte pequeno.

A Professora de Artes, Araceli Ulrich, organizou com os alunos a confecção

do copo de papel. Primeiramente, ela pediu aos alunos que trouxessem o material

necessário para confeccionar o copo. Eles concordaram prontamente. Assim, a

professora Araceli colocou no quadro o objetivo da atividade e os materiais

necessários e pediu a todos que registrassem em seus caderninhos. E no final da

atividade eles teriam quer escrever como foi executada a atividade. A autora do

projeto supervisionou e apoiou desde início a confecção dos copos.

Figura 20 – Professora Vainey auxiliando na confecção dos copos de papel. Fonte: AUTORA, 2012.

Figura 21 – Copos de papel produzidos pela professora Araceli e alunos. Fonte: AUTORA, 2012.

Todos os alunos fizeram seu copo de papel. Em seguida, foram depositados

em uma caixinha de madeira e levados até a miniestufa, para realizar o plantio de

algumas mudas de plantinhas.

Os alunos fizeram o registro da atividade em seu caderninho, demonstrando

sua aprendizagem.

Feito isto, passou-se a abordar a construção da miniestufa. A aula iniciou na

sala de aula, onde foi abordado o objetivo da construção da miniestufa, sua

importância, e também foi reforçado aos educandos o motivo segundo o qual ela foi

construída antes por um profissional especializado. Eles concordaram quanto as

dificuldades implicadas em sua construção.

Após seguimos até a miniestufa, onde os alunos puderam observá-la e a

desenharam. Também foi reforçada a importância das sementeiras. Em seguida os

educandos fizeram os registros em seus caderninhos.

Figura 22 – Desenho da miniestufa, realizado pelo aluno Luiz Henrique. Fonte: AUTORA, 2012.

Na sequência das atividades trabalhou-se com os educandos sobre o solo e a

olericultura. Nesta unidade temática, a aula teórica e prática foram administradas

pela professora de geografia.

Figura 23 – Alunos em atividade na aula de Geografia. Fonte: AUTORA, 2012.

A professora trabalhou com os alunos o objetivo principal da atividade, bem

como também foram explanados os conceitos de solo, sua importância para o

desenvolvimento da olericultura na escola. Além disso, ela trabalhou com os

educandos o poema de Mariana Aprile e sua interpretação. Cerca de 90% dos

alunos afirmaram que gostaram de interpretar o poema, porque a Profª já tinha

trabalhado os tipos de solo, o que facilitou a aprendizagem.

Poema de Mariana Aprile.

Figura 24 - Formação e tipos de solo http://educacao.uol.com.br/ciencias/solo-formacao-e-tipos-de-solo.jhtm.

A Professora também realizou a experiência com os alunos sobre amostras

dos tipos de solo. Ela pediu com antecedência os materiais necessários para a

realização da atividade.

“Imagine que você está em um parque deitado sob uma árvore

grande, em cima da grama macia. Nesse gramado, há alguns

arbustos floridos. Ao inspirar, sinta o aroma delicioso dessas

flores, trazido pela brisa que sopra suavemente. Agora, veja-se

em uma praia de mar azul. Imagine-se caminhando pela areia

macia até a beira da água. Tudo isso é muito bonito e

agradável, não é? Mas nada disso existiria sem o solo.

Sem o solo, todas as paisagens seriam iguais e teriam o

aspecto de uma enorme pedreira, assim como uma selva de

pedras. O solo é a camada mais superficial da crosta terrestre, e

em geral, é chamado também de ‘terra’ ou ‘chão’. Ele é o

resultado de muitos de anos de ‘trabalho’ da natureza.”

Mariana Aprile

Figura 25 – Atividades produzidas na aula de Geografia. Fonte: AUTORA, 2012.

Após a atividade realizada, os alunos registraram em seus caderninhos,

passo a passo, como a atividade foi realizada.

Observei que os alunos passaram a trabalhar melhor em grupo e a respeitar

melhor seus colegas de classe, conforme relatos dos mesmos.

Em seguida passou-se a desenvolver os trabalhos práticos na horta – o que

constituiu o maior desafio. Ensinar alunos a rançar matinhos, sovar a terra para fazer

os canteiros, não foi nada fácil. Igualmente, mostrar a eles que tinha que ser com a

mão e as vezes com enxada, as meninas tinham arrepios da terra, outras medo de

minhoca. Mas, aos poucos fui mostrando que é maravilhoso tocar a terra e que as

minhocas estariam sempre ali, que aquele local é o seu habitat. Aos poucos os

alunos foram se encantando com o trabalho na horta, porém os dias que nós não

íamos reclamavam.

Figura 26 – Alunos limpando a horta. Fonte: AUTORA, 2012.

O projeto iniciou com os alunos do período da manhã, mas se estendeu aos

alunos do período da tarde.

Figura 27 – Horta limpa. Fonte: AUTORA, 2012.

Quanto à miniestufa, não foi difícil, um dos motivos é que era um local limpo.

O único trabalho que eu e meus alunos tínhamos era controlar a temperatura da

mesma e regar as sementeiras.

Figura 28 – Semeadura. Fonte: AUTORA, 2012.

Em novembro procedeu-se à colheita das hortaliças cultivadas ao longo do

projeto. Chegado o grande dia da colheita, alguns alunos foram escolhidos para

realizá-la, uma vez que havia chovido no dia anterior.

Figura 29 – Colheita da alface. Fonte: AUTORA, 2012.

Figura 30 – Colheita da alface. Fonte: AUTORA, 2012.

Após a realização da colheita com a ajuda dos alunos, procedeu-se à

higienização dos legumes colhidos na cozinha da escola. As imagens a seguir

ilustram este processo.

Figura 31 – Higienização da alface. Fonte: AUTORA, 2012.

Figura 32 – Higienização da alface. Fonte: AUTORA, 2012.

Por fim, os alunos realizaram um relatório referente ao processo de colheita

das hortaliças, como mostram as imagens abaixo.

Figura 33 – Modelo de relatório de colheita. Fonte: AUTORA, 2012.

A alface colhida na horta foi ofertada conjuntamente à merenda escolar a

todos os alunos da escola João Estadual Mazzarotto. Percebi a alegria nos olhares

dos alunos que participaram do projeto quando falavam aos demais colegas da

escola sobre sua experiência e que tinham cultivado a alface que estava sendo

servido.

Figura 34 – Alface servida na merenda. Fonte: AUTORA, 2012.

Percebi, naquele momento, no sorriso dos alunos, o quanto foi valioso ter

trabalhado o projeto junto aos mesmos.

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS E SUGESTÕES

Para que o projeto aqui apresentado fosse concretizado, enfrentei muitos

obstáculos. Uma das maiores dificuldades enfrentadas foi o fator climático, uma vez

que desde o início do projeto fazia-se necessário que chovesse para que as plantas

se desenvolvessem melhor dentro da estufa. Como isso não acontecesse, enfrentei

muito sol e calor no trabalho da horta. Só depois de um tempo veio a chuva. Neste

momento, a horta ficou parada, de modo que as ervas daninhas se alastraram de

modo a tomar toda a horta. Cada vez que isso acontecia, iniciava-se um novo

trabalho de limpeza com os alunos, apesar de que eles não reclamavam, ao

contrário, adoravam ir à horta.

Por outro lado, tive muito apoio dos pais dos educandos, especialmente

autorizando a vinda de seus filhos para escola para participar do projeto. Muitos

moravam longe, e os pais precisavam trazê-los e buscá-los.

Outros pais afirmaram que a participação do filho(a) no projeto era uma

maneira do mesmo sair de dentro de casa e da frente do computador. Outras há que

me disseram que o filho iria construir uma horta em casa, nem que fosse um

canteiro, para plantar temperos. Minha autoestima ia lá em cima nessas ocasiões,

pois percebi que meu projeto já estava repercutindo na comunidade.

Quanto ao trabalho desenvolvido em sala, foi mais tranquilo, porque ali não

dependia do tempo ou do clima, e sim das habilidades do aluno e do espaço físico.

Percebi através dos dados estatísticos e dos resultados obtidos, que meus

alunos conseguiram aprender e a trabalhar em grupos, além do respeito ao colega e

sua opinião, ampliando suas amizades e seus conhecimentos. Por todas essas

razões, acredito ter sido esta minha maior experiência profissional.

Por fim, convém ressaltar aqui que o Projeto Olericultura na Mininestufa e o

Caderno Pedagógico foram apreciados pelos cursistas. Estes concordaram que é

possível implementar o projeto nas escolas públicas. Em suas opiniões, o tema

apresentou-se relevante, despertando o interesse nos educando em consumir

alimentos sem adição de agrotóxicos, além de subsidiar no desenvolvimento da

aprendizagem.

Ademais, enfatizaram que o projeto proporciona ao educando atividades

teóricas e práticas descontraídas. Além de favorecer alimentos para a merenda,

aproxima a escola da comunidade.

Em virtude disso tudo, posso concluir e afirmar com segurança que

todos os objetivos propostos no início do projeto foram alcançados.

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDERY, M. A.; MICHELETTO, N.; SERIO, T. M. P. [et al]. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 14. ed. Rio de Janeiro: Espaço e Tempo; São Paulo: EDUC, 2004.

APRILE, M. Formação e tipos de solo. Disponível em:

http://educacao.uol.com.br/ciencias/solo-formacao-e-tipos-de-solo.jhtm. Acesso em:

10/05/2011.

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ. Lei das cantinas das Escolas do Paraná 2004. Disponível em: < htt://celepar 7 cta. PR. Gov. BR./ seeg/ sumulas. nsf > Acesso em 10/03/2011. CHAUI, M.; OLIVEIRA, P. S. de. Filosofia e Sociologia. São Paulo: ABDR, 2009.

EMBRAPA- Paraná – Produção de Mudas de Hortaliças em Recepientes – junho

de 1997. Disponível em < http://cpafac-embrapa.br/pdf/cirtec19.pdf. Acesso em 10/03/2011. FOUREZ, G. A construção das Ciências: introdução à filosofia e à ética das

Ciências. 3. ed. Ujuí: Unijuí, 1995. FRICK, P. R.. Horta na Escola. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/11959/1/Horta-na-Escola/pagina1.html>. Acesso em 10/03/2011. INCAPER. Olericultura. Disponível em: http://www.incaper.es.gov.br/pedeag/setores07.htm. Acesso em 10/03/2011. KNELLER, G. F. A ciência como atividade humana. Rio de Janeiro: Zahar. São

Paulo: EDUSP, 1980. LOPES, M. M. O Brasil descobre a pesquisa científica: os museus e as Ciências naturais no século XIX. São Paulo: Hucitec, 1997. MANCINI, M. C. Noções fundamentais. Diagnóstico e Classificação da Obesidade. In JÚNIOR, A. B. G. (Editor). Cirurgia da Obesidade. São Paulo: Atheneu, 2003. MARANDINO, M. A pesquisa educacional e a produção de saberes nos museus de ciência. História, Ciências, Saúde, Manguinhos, Fiocruz, Rio de Janeiro, v.12,

p.161-181, 2005. OLIVEIRA, C. L.; VEIGA, G. V. da. Obesidade na Infância e Adolescência e sua Associação com Fatores de Risco para Doenças cardiovasculares. In: FISBERG, M. Atualização em Obesidade na Infância e Adolescência. São Paulo: Atheneu, 2004. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Ciências. Curitiba Superintendência da Educação, 2008. PASSADOR, C.S. Programa Gestão Pública e Cidadania: Projeto Escola no Campo. Disponível em: http://inovando.fgvsp.br/ conteúdo/ documentos. Acesso em

10/02/2011.

PASSOS, E; MAGALHÃES, N. P; GONÇALVES, N. M. E. F; MOURA, V. H. V; SILVA, E. B. da. Alimentação saudável nas escolas. Brasília. V. 43, n. 170 abr/jun 2006. SCHMITZ, B. A. S. et al. A escola promovendo hábitos alimentares saudáveis: uma proposta metodológica de capacitação para educadores e donos de cantina escolar. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/csp/v24s2/16.pdf. Acesso

em 10/02/2011.

7 ANEXO E/OU APÊNDICE

APÊNDICE I

QUESTIONÁRIOS SOBRE HÁBITOS ALIMENTARES

Data do preenchimento do questionário: ______/_______/_________

1 DADOS PESSOAIS

1.1 NOME:_____________________________________________________

1.2 IDADE: ___________________ 1.3 PESO:___________________

1.4 ALTURA:_________________ 1.5 IMC:____________________

1.5 R

1.6 ENDA FAMILIAR:

( ) 01 a 02 salários mínimos.

( ) 03 a 04 salários mínimos.

( ) 05 a 06 salários mínimos.

( ) Acima de dez salários mínimos.

1.7 HABITAÇÃO:

( ) Casa ( ) Apartamento ( ) Outro

Qual____________

ALIMENTAÇÃO

Assinale com um X o consumo diário ou semanal dos seguintes alimentos:

BEBIDAS 1 a 2 copos

ao dia

3 a 4 copos

ao dia

1 a 2 copos

por semana

3 a 4 copos

por semana Nunca

Leite

Iogurte

Suco

Refrigerantes

Chá

Café

Fonte: Autora, 2011.

PÃO/

MASSAS/

CEREAIS

1 a 2 porções

ao dia

3 a 4 porções

ao dia ou

mais

1 a 2 porções

por semana

3 a 4 porções

por semana Nunca

Pão francês

Pão Integral

Pão doce

Broas

Biscoitos doces

Biscoitos

salgados

Macarrão

Sopas caseiras

Sopas

industrializadas

Arroz

Feijão

Flocos de

cereais

Fonte: Autora, 2011.

CARNES 1 a 2 porções

ao dia

3 a 4

porções ao

dia

1 a 2 porções

por semana

3 a 4 porções

por semana Nunca

Bovina

Suína

Franco

Peixes

Salsichas

Hamburguês

Empanados

Miúdos

Fonte: Autora, 2011.

ÓLEOS E

GORDURAS

1 a 2 porções

por semana

3 a 4 porções

por semana

1 a 2 porções

por mês

3 a 4

por mês Nunca

Azeite

Óleo de soja

Óleo de milho

Margarina

Manteiga

Maionese

Fonte: Autora, 2011.

HORTALIÇAS/

LEGUMES

1 a 2

Porções ao

dia

3 a 4 porções

ao dia

1 a 2 porções

por semana

3 a 4 porções

por semana Nunca

Alface

Almeirão

Agrião

Abobrinha

Brócolis

Beterraba

Berinjela

Batatinha

Batata doce

Batata salsa

Cenoura

Couve

Couve- flor

Chuchu

Cebola

Espinafre

Milho

Pimentão

Pepino

Rúcula

Rabanete

Tomate

Fonte: Autora, 2011.

FRUTOS 1 a 2 porções

ao dia

3 a 4 porções

ao dia

1 a 2 porções

por semana

3 a 4 porções

por semana Nunca

Abacaxi

Abacate

Ameixa

Banana

Caqui

Goiaba

Kiwi

Laranja

Limão

Melancia

Maracujá

Mamão

Manga

Melão

Maça

Morango

Pêssego

Pêra

Ponkan

Uva

Fonte: Autora, 2011.

DOCES E

PASTÉIS

1 a 2 porções

ao dia

3 a 4 porções

ao dia

1 a 2 porções

por semana

3 a 4 porções

por semana Nunca

Chocolate

Chicletes

Balas

Bolo

Doces

Pastéis

Fonte: Autora, 2011.

APÊNDICE II

MODELO DA MINIESTUFA

2,50m

5,00m

0,60 cm

1,75 m

1,10 m

2,00m

1,46m

FIGURA 1 – Medidas da miniestufa. Fonte: Autora, 2011.

APÊNDICE III

COPO DE PAPEL

FIGURA 2 – Ilustração do procedimento de confecção de copo de papel.

Fonte: FILGUEIRA, 2000.