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A Percepção Visual da Luz Natural no Espaço Arquitetônico de Templos nos Períodos Históricos da Humanidade Dezembro/2016 1 ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016 A Percepção Visual da Luz Natural no Espaço Arquitetônico de Templos nos Períodos Históricos da Humanidade Karina Hellen Pereira–[email protected] Master em Arquitetura e Iluminação Instituto de Pós-Graduação - IPOG Curitiba, PR,03 de março de 2016. Resumo Este artigo é uma análise da maneira que os edifícios religiosos foram projetados para receber a luz natural em seu interior. A análise é baseada em algumas hipóteses como: quando os templos foram projetados pensou-se na utilização da luz natural?De que forma essa luz foi trabalhada?Somente para uma questão funcional de clarear ambientes ou há um significado simbólico?Que sensação essa iluminação pode causar no usuário? Com o passar dos anos os templos foram passando por diversos estilos arquitetônicos, cada estilo refletia a realidade em que a sociedade estava vivendo, portanto há a possibilidade de que a luz aconteça de forma diferenciada em cada período histórico. O obejetivo desta pesquisa é analisar e caracterizar sucintamente a iluminação natural em templos nos períodos históricos/ estilos arquitetônicos. O método utilizado para esta pesquisa foi a análise histórica, embasada em alguns historiadores como Strickland, Gombrich e Janson e demais fontes de pesquisas como livros, revistas e sites de arquitetura e iluminação, para se obter informações da iluminação desde os templos primitivos até os templos do estilo moderno. A pesquisa resultou na análise de um templo por período, o qual melhor caracteriza o estilo arquitetônico e luminotécnico, e os resultados encontrados indicam que a arquitetura e iluminação são artes intrincicamente ligadas, em todos os exemplos uma é sempre complementar a outra, são pensadas e projetadas de maneira unica. Concluiu-se que a luz interfere na percepção e interpretação dos espaços. Palavras-chave: Iluminação Natural. Arquitetura Religiosa. Percepção. 1. Introdução “Perceber é conhecer, através dos sentidos, objetos e situações. ” (PENNA, 1997).O sentido responsável por mais de 80% da percepção humana é a visão, ela é composta por duas propriedades: a primeira é a propriedade física que se refere aos estímulos físicos da luz sobre os olhos,a segunda propriedade é a sensação que os estímulos provocam no indivíduo.Portanto a percepção visual é o resultado dos estímulos sensoriais, experiências pessoais e socioculturais interpretadas por cada indivíduo. Tais estímulos sensoriais somente são possíveis através da presença da luz, sem ela não há a possibilidade da completa relação entre homem e o reconhecimento do espaço, deste modo a luz é o elemento principal para que haja a percepção, interpretação e domínio do mundo ao redor do indivíduo. Através daabsoluta compreensão da importância da luz,ao longo da história muitos arquitetos fizeram o uso da luz natural como diretriz projetual.Desde o início das civilizações até os tempos atuais pode-se encontrar vários exemplos onde o conceito de luz como forma de arte

A P ercepção Visual da Luz Natural no Espaço Arquitetônico ... significado simbólico?Q ue sensação essa iluminação pode causar no usuário? Com o passar dos anos os templos

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ISSN 2179-5568 - Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - 12ª Edição nº 012 Vol.01/2016 Dezembro/2016

A Percepção Visual da Luz Natural no Espaço Arquitetônico de Templos nos Períodos Históricos da Humanidade

Karina Hellen Pereira–[email protected]

Master em Arquitetura e Iluminação Instituto de Pós-Graduação - IPOG Curitiba, PR,03 de março de 2016.

Resumo Este artigo é uma análise da maneira que os edifícios religiosos foram projetados para receber a luz natural em seu interior. A análise é baseada em algumas hipóteses como: quando os templos foram projetados pensou-se na utilização da luz natural?De que forma essa luz foi trabalhada?Somente para uma questão funcional de clarear ambientes ou há um significado simbólico?Que sensação essa iluminação pode causar no usuário? Com o passar dos anos os templos foram passando por diversos estilos arquitetônicos, cada estilo refletia a realidade em que a sociedade estava vivendo, portanto há a possibilidade de que a luz aconteça de forma diferenciada em cada período histórico. O obejetivo desta pesquisa é analisar e caracterizar sucintamente a iluminação natural em templos nos períodos históricos/ estilos arquitetônicos. O método utilizado para esta pesquisa foi a análise histórica, embasada em alguns historiadores como Strickland, Gombrich e Janson e demais fontes de pesquisas como livros, revistas e sites de arquitetura e iluminação, para se obter informações da iluminação desde os templos primitivos até os templos do estilo moderno. A pesquisa resultou na análise de um templo por período, o qual melhor caracteriza o estilo arquitetônico e luminotécnico, e os resultados encontrados indicam que a arquitetura e iluminação são artes intrincicamente ligadas, em todos os exemplos uma é sempre complementar a outra, são pensadas e projetadas de maneira unica. Concluiu-se que a luz interfere na percepção e interpretação dos espaços. Palavras-chave: Iluminação Natural. Arquitetura Religiosa. Percepção.

1. Introdução “Perceber é conhecer, através dos sentidos, objetos e situações. ” (PENNA, 1997).O sentido responsável por mais de 80% da percepção humana é a visão, ela é composta por duas propriedades: a primeira é a propriedade física que se refere aos estímulos físicos da luz sobre os olhos,a segunda propriedade é a sensação que os estímulos provocam no indivíduo.Portanto a percepção visual é o resultado dos estímulos sensoriais, experiências pessoais e socioculturais interpretadas por cada indivíduo. Tais estímulos sensoriais somente são possíveis através da presença da luz, sem ela não há a possibilidade da completa relação entre homem e o reconhecimento do espaço, deste modo a luz é o elemento principal para que haja a percepção, interpretação e domínio do mundo ao redor do indivíduo. Através daabsoluta compreensão da importância da luz,ao longo da história muitos arquitetos fizeram o uso da luz natural como diretriz projetual.Desde o início das civilizações até os tempos atuais pode-se encontrar vários exemplos onde o conceito de luz como forma de arte

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foi aplicado. “A arquitetura é o jogo sábio correto e magnífico dos volumes dispostos sob a luz” (LE CORBUSIER,1887-1965). Grandes mestres da arquitetura têm o domínio completo da incidência da luz natural em suas obras, onde tal iluminação tem como preocupação não somente iluminar por uma questão técnica,mas também de causar sensações aos usuários. Na arquitetura religiosa esta técnica é muito evidente, os edifícios recebem cuidadosamente uma luz rica em simbologia, ela não está presente somente para clarear o ambiente, sua principal função é criar um ambiente místico causando emoções aos que deles usufruem. O estudo desenvolvido a seguir é uma análise da forma como a iluminação natural foi trabalhada nos principais edifícios religiosos nos diferentes períodos históricos da humanidade. 2. A Luz Natural em Edifícios Religiosos nos Períodos Históricos da Humanidade “A arquitetura é a vontade da época traduzida no espaço” (Mies van der Rohe, 1886-1969). A arquitetura é uma expressão cultural, o edifício é a materialização dos valores socioculturais, crenças e valores de uma sociedade em um determinado período histórico. As construções religiosas sempre tiveram grande relevância as civilizações,presentes no topo da hierarquia construtiva;construídas com o melhor material, no melhor local, com a melhor tecnologia que a época dispõe; possuem dimensões, proporções e formas extravagantes para serem evidenciadas e diferenciadas das demais construções. Os templos, catedrais e igrejas tem como intuito serem eternas, resistirem aos efeitos do tempo, transmitir as gerações futuras toda a riqueza de tradições e crenças.Todas essas características são abordadas com tamanha primazia e tenacidade que as construções sagradas tradicionalmenterepresentam o melhor da arquitetura ao longo da história. Na pré-história o primeiro exemplar da arquitetura religiosa é a Stonehenge, 2. 000a.c, localizado no sul da Inglaterra, é composto por círculos concêntricos de pedras com aproximadamente 5 metros de altura e pesando cerca de 50 toneladas, construído com o intuito de adorar o deus Sol.

Na verdade, parecia ser um calendário astronômico muito preciso. O anel externo consiste em trilitos, rochas em forma de ∏, como gigantescos portais de granito. Segue-se um anel de pedras verticais menores, como lápides de cemitério, e um anel interno, em forma de ferradura, de trilitos cuidadosamente lascados, de cerca de quatro metros de comprimento. Isolado desses círculos concêntricos, há uma pedra marcando onde o Sol se levanta no solstício de verão (STRICKLAND, 2002, p.5)

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Figura1: Vista aérea da Stonehenge, Inglaterra 2. 000a.c

Fonte: Jason Hawkes

Figura 2: Ilustração da Iluminação Natural Permeando a Obra

Fonte: Café com Ciência

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Figura 3: Vista da Stonehenge, Inglaterra 2. 000a.c

Fonte: https://eco4u.wordpress.com/2015/06/22/stonehenge-o-misterioso-circulo-de-pedras-conheca-sua-historia/

Na Mesopotâmia a arquitetura monumental surgiu juntamente com a fundação das cidades – estado, seu sistema político era o socialismo teocrático cujo centro administrativo era o templo (zigurate).Os zigurates eram torres em forma de pirâmide escalonada acessadas por grandes escadarias,feitos com tijolos de barro, possuiam em média seis andares, construidas no centro dos assentamentos de acordo com a geometria celestial, posição do Sol, da Lua e das estrelas.“A imensa altura dos ziguraes refletia a crença de que os deuses habitavam as alturas (STRICKLAND, 2002, p.6)”

Figura 4: Zigurate de Uruk - Iraque, 2113-2096 a.c.

Fonte:http://hypescience.com/monumentos-religiosos/

No Egito a crença era baseada na imortalidade, a arte era representada por sua arquitetura harmônica e misteriosa presente nas pirâmides – túmulos dos faraós, templos – casa dos deuses, e seus demais ornamentos como:esfinges, estátuas monumentais e obeliscos, este simboliza a imagem do Sol. Dentre os principais templos egípcios o de Amon-Ra em Karnak, é o que deixa mais evidente a importância da luz natural, construído em dois principais eixos, leste a oeste e norte e sul de modo que ao nascer e pôr do sol no solstício de verão a luz solar entrava no templo através do eixo do santuário, tal raio solar se mantinha por alguns minutos e desaparecia, com isto era possível analisar a intensidade da luz e aumentava e diminuía até desaparecer, foi desta

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maneira que os sacerdotes conseguiram determinar com precisão a duração do ano.

Para os Egípcios, o Sol representava a energia principal do Cosmos, personificada no Deus Sol, Rá (...) O templo Egípcio divide-se em três partes ao longo de um eixo: pátio com colunas, sala epístola e santuário. Orientado a Leste, tem na sua porta de entrada a metáfora da porta para o céu, recebendo a luz nascente. A sala principal, que era utilizada normalmente para conferências, era geralmente iluminada por uma claraboia central. À medida que se avançava pelo edifício, os espaços iam adquirindo dimensões cada vez mais reduzidas, terminando o percurso na célula fechada do santuário. A luz tinha essencialmente um carácter simbólico. À medida que se avançava, os compartimentos iam escurecendo até chegar ao santuário, em penumbra(MONTEIRO, 2009, p.16-17)

Figura 5 e 6: Templo de Amon-Ra - Karnak, Egito, 1530 a.c.

Fonte: http://jv-egiptologia.blogspot.com.br/2015_08_01_archive.html

Figura 7: Templo de Amon-Ra - Karnak, Egito, 1530 a.c.

Fonte: http://jv-egiptologia.blogspot.com.br/2015_08_01_archive.html Na Gréciaos templos eram construídos com grande rigor de dimensões, estabelecendo proporções matematicamente precisas, a característica mais evidente é a simetria entre o pórtico da entrada (pronau) e o dos fundos (opistódomo). O mais marcante símbolo da arquitetura grega é o Parthenon, encomendadopor Péricles, líder político ateniense do século Va.c, foi construídode forma levemente distorcida para dar o efeito óptico de que o edifício

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visto a altura do observador seja mais simétrico do que realmente é, a única fonte de luz natural provinha das grandes portas do templo e os pórticos tinham a função de proteger da intensidade dos raios solares de verão e admitir a entrada dos raios solares no inverno, as colunatas formam um efeito de luz e sombra no entorno do edifício o qual valoriza ainda mais a obra, tais templos eram construídos para serem admirados pelo exterior, por este motivo haviam tão poucas aberturas para a entrada de iluminação natural.

A luz natural na Grécia Antiga passa a ser utilizada essencialmente como meio de definição da forma. A sua presençaresulta do seu contato com a massa construída. Nesta altura, os gregospassavam parte do tempo no exterior dos Templos, tendo as colunatas o papel de filtro entre o exterior e a cella.(MONTEIRO, 2009, p.17)

Figura 8 e 9: Planta e Vista do Partenon, 447-432 a.c

Fonte: http://umolharsobreaarte.blogs.sapo.pt/6953.html Em Roma o Panteão é um dos maiores edifícios religiosos, constituído com planta circular fechada composto 43 metros de diâmetro e 43 metros de altura, em sua cúpula possui uma abertura de 8 metros de diâmetro que tem como função a entrada de luz natural no edifício.Com esta abertura zenital os raios solares e lunares se infiltram na construção e circundam todo o templo, valorizando desta forma mais o interior do que o exterior da obra arquitetônica.

Não tem janelas, mas todo o recinto recebe luz abundante e uniforme do alto. Conheço poucos edifícios que transmitam semelhante impressão de serena harmonia. Não há qualquer sensação de peso agressivo. O enorme zimbório parece pairar livremente sobre nossas cabeças como uma segunda abóbada celeste (GOMBRICH, 1972, p.82)

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Figura 10: Panteão, Roma, 118-28 d.c.

Fonte:http://anaborralho.com/tag/panteao

Figura 11: Panteão, Roma, 118-28 d.c.

Fonte: http://anaborralho.com/tag/panteao Aarte bizantina tinha objetivo expressar a autoridade absoluta do imperador, considerado sagrado, representante de Deus e com poderes temporais e espirituais. Um dos melhores exemplos da arquitetura bizantina é a Basílica de Santa Sofia, construída no governo de Justiniano na cidade de Constantinopla, é a primeira construção que apresenta a principal característica da arquitetura bizantina: uma grande cúpula sobre uma planta retangular. Nesta cúpula há quarenta janelas em arco que permitem a entrada da luz, a qual é irradia por todo o ambiente, como se estivesse sendo banhado por uma luz divina. “Quarenta janelas em arco envolvendo a base do domo criam a ilusão de que o domo repousa sobre um halo de luz. Essa radiância das alturas parece dissolver as paredes em luz divina, transformando o material numa visão do outro mundo (STRICKLAND, 2002, p. 25) ”

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Figura 12: Iluminação da Igreja de Santa Sofia, Istanbul, 532-537d.c.

Fonte: http://www.beatrix.pro.br/index.php/a-arte-bizantina-arquitetura/ A arquitetura românica é um estilo essencialmente clerical, seus elementos arquitetônicos são uma releitura da arquitetura romana. A Basílica de Saint-Serninna cidade de Toulouse, é o maior exemplar deste estilo arquitetônico, construída em planta cruciforme (cruz latina) com torre no cruzamento dos dois eixos, possui em torno da nave central um corredor chamado deambulatório. Sua estrutura em abóbada de berço permitia aberturas estreitas e com isto pouca iluminação interna, os fachos de luz entram pontualmente no edifício destacando assim alguns elementos, é uma iluminação mais introspectiva.

As paredes compactas e contínuas na Arquitetura Românica, pontuadas por um reduzido número de vãos, cumprem um único objetivo, iluminar. As igrejas Românicas encerram uma escuridão quase absoluta no seu interior. A luz é utilizada pontualmente para realçar determinadas formas. Colunas de luz que rasgam a escuridão com o objetivo de realçar elementos ou superfícies (MONTEIRO, 2009, p.18)

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Figura 13, 14 e 15: Basílica de Saint-Sernin, Toulese, 1080-1120 https://www.oneonta.edu/faculty/farberas/arth/arth212/romanesque_arch.html

O período gótico, século XVI, houve um desenvolvimento no sistema construtivo, foram implantados o arcobotante uma abóbada com traves externas ao edifício que permitiu que as paredes ficassem mais estreitas e as aberturas fossem maiores aliados aos arcos ogivais com belíssimos vitrais inundam o interior com muita luz e enaltece a verticalidade destas construções.

Já no período Gótico, a luz transforma-se num elemento cheio de força e potência elemento arrebatador da arquiteturae do seu espaço. Não era uma luz que penetrava no interior com as suas características físicas originais, mas uma luz modificada pela cor dos vitrais, que era comparada a uma luz sobrenatural. Dada a natureza religiosa dos edifícios, a luz natural transformava o espaço físico num lugar espiritual(MONTEIRO, 2009, p.190)

Figura 16 e 17: Sainte - Chapelle, Paris, 1243-1246

Fonte:http://www.phototravel360.com/paris-sainte-chapelle-em-360-graus/

O renascimento, séculos XIV a XV, foi um movimento cultural que representouuma profunda ruptura com um modo de vida mergulhado nas sombras do fanatismo religioso, para então despertar em uma esfera materialista e antropocêntrica. Agora o centro de tudo se deslocava do Divino para o Humano, daí a vertente renascentista conhecida como humanismo. Esta nova maneira de pensar e projetar refletiu diretamente na forma de iluminar os templos que

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passaram do gótico, onde havia um excesso de luz colorida devido aos vitrais para o renascimento, agora iluminado com uma luz difusa que ilumina de forma homogênea as paredes brancas dos templos. Um marco da arquitetura deste período é a Catedral Santa Maria Del Fiore na Itália que teve a cúpula projeta por FilippoBrunelleschi.

Durante o Renascimento foi valorizada a luz natural sem filtros e sem conotações. O edifício deixa de estar isolado da realidade.O espaço interior é caracterizado pela simplicidade das formas, e por uma luz difusa vinda de cima refletida nas paredes brancas. A forma do céu revela-se na cúpula, quer no interior quer no exterior. O interior simboliza o céu, para uma cultura de significado cristão, representadopelovazio da cúpula. No exterior é o seu volume que aparecedesenhado no céu. Repleta de significados, a cúpula apresenta-se como o grande centro do espaço religioso, conferindo-lhe uma dimensãoespiritual. De facto, o centro, o círculo e a cúpula são os elementos fundamentais da linguagem arquitetônica do Renascimento (MONTEIRO, 2009, p.20)

Figura 18 e 19: Catedral Santa Maria delFiore, Itália, 1436

Fonte:http://blogdopetcivil.com/2013/10/28/santa-maria-del-fiore-o-segredo-por-tras-do-domo-de-florenca/ Operíodo barroco, séculos XVI e XVII, é caracterizado por unir as técnicas construtivas avançadas da renascença com a teatralidade e dramaticidade do maneirismo. “O elemento comum era a sensibilidade e o absoluto domínio da luz para obter o máximo impacto emocional” (STRICKLAND, 2002, p. 46)

Na Arquitetura Barroca, o controle da luz torna-se um dos temas presentes e principais. A calibração dos seus efeitos começou aser o produto de uma extrema técnica, fundindo luz incidente e luz refletida num mesmo cenário espacial. A luz natural é frequentemente horizontal e captada a grande altitude, ou muitas vezes dissimulada por mecanismos engenhosos que refletindo a luz horizontal a transformavam em luz vertical. Luz difusa e luz incidente sãominuciosamente trabalhadas e usadas em conjunto (MONTEIRO, 2009, p.21)

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Figura 20: Igreja Santa Maria dela Vittoria, Itália, 1620

Fonte: https://it.wikipedia.org/wiki/Chiesa_di_Santa_Maria_della_Vittoria_(Roma)

Figura 21: Êxtase de Santa Teresa, Itália, 1647-1652, escultura de Gian Lorenzo Bernini

Fonte:https://it.wikipedia.org/wiki/Chiesa_di_Santa_Maria_della_Vittoria_(Roma) A arquitetura moderna teve início no século XX e é caracterizada por construções estritamente funcionais,as quais aboliram todo e qualquer adorno e ornamentos supérfluos. “O menos é mais” (Mies Van der Rohe, 1886-1969). Com o avanço industrial o uso de novos

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materiais como o ferro, o aço, o concreto e o vidro foipossível a construção dos arranha-céus, grande marco da arquitetura modernista, e pela primeira vez na história as construções religiosas vão dividindo seu espaço e importância com as diferentes instituições (bancos, residências, pavilhões, edifícios residenciais e comerciais entre outros).Tais características exprimem a realidade de uma sociedade industrial. A premissa de uma arquitetura mais pura também refletiu na arquitetura religiosa, um dos exemplares desta nova forma de projetar éa Capela Notre – DameduHaut (Nossa Senhora das Alturas) emRonchamp, sudeste de Paris,1950-1955, projetada por Le Corbusier. “A igreja não possui ornamentos, pois, existe a necessidade quando o edifício em si já é um elemento plástico?”(CORBUSIER, 1955)

“A principal característica da Capela de Notre Dame du Haut em Ronchamp (1950-1955),segundo Plummer, vem do círculo contínuo de eventos solares. O sol nascente ilumina a alcova da capela lateral e faz do vazio pintado de vermelho ainda mais vermelho. Para Plummer esta luz da manhã avermelhada é uma clara analogia ao nascimento humano. Mais tarde, o sol inunda a abertura alta entre as paredes leste e sul, com os raios de luz através das cavidades profundas da parede sul. A pequena fissura horizontal de 10 centímetros desprende o teto da parede e cria um contraste em relação ao brilho do brise vertical, no canto sudeste. O ciclo termina no pôr do sol, com um brilho a partir de uma abertura em outra lateral da capela.”(SCHIELKE, 2015)

Figura 22: Capela de Notre-DameduHaut, França, 1950-1955

Fonte: Luke Stearns, 2012

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Figura 23: Vista do nascer do Sol, Capela de Notre-DameduHaut, França, 1950-1955

Fonte: Henry Plummer, 2011

Figura 24: Vista da entrada de luz através das cavidades profundas,

Capela de Notre-DameduHaut, França, 1950-1955 Fonte: Rory Hyde, 2011

A Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida, 1959-1970 em Brasília, projetada por Oscar Niemeyerem planta circular com setenta metros de diâmetro, está localizada no subsolo, seu acesso é marcado por quatro esculturas que representam os quatro evangelistas,os quais induzem a uma rampa descendente, estreita e escura em uma galeria subterrânea. Sua cobertura inicia no nível de acesso, é formada por dezesseis pilares inclinados e em seus entremeios o fechamento é feito com vitrais, que são circundados por um espelho d´água. Tal arquitetura exprime a total manipulação da luz, o acesso à nave deste

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edifício é feito através de uma passagem subterrânea, intencionalmente escura, visando o contraste com o interior da nave que recebe uma iluminação natural intensa, o rico conceito da luz simbólica religiosa onde o escuro representa as trevas e a luz a salvação.

“A Catedral de Brasília é um dos prédios que mais me agradam na arquitetura da Nova Capital. É diferente de todas as Catedrais construídas.Com a galeria de acesso em sombra e a nave colorida ela estabelece um jogo, um contraste de luz que a todos surpreendem: cria com a nave transparente uma ligação visual inovadora entre ela e os espaços infinitos” (NIEMEYER, 1992:65).

“Não desejava repetir o contraste habitual, o exterior luminoso e o interior empenumbra (…) que infundem um senso de penitência e de castigo. Preferi fazer ocontrário, para que os fiéis, tendo percorrido a galeria obscura, experimentassem, aoentrar na nave, no contraste de luz e de cores, uma sensação de paz e de esperança” (NIEMEYER, 1998:106).

Figura 25 e 26: Catedral de Brasília, 1959-1970

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Catedral_Metropolitana_de_Bras%C3%ADlia

A Igreja da Luz projetada por Tadao Ando em Ibaraki no Japão em 1989, é uma arquitetura moderna e minimalista, o volume é puro e isento de adornos, constituída por uma pequena caixa em concreto aparente, atravessa por uma parede posicionada diagonalmente, a iluminação natural é concebida no interior do edifício através da abertura cruciforme, a qual além de ter a função de iluminar tem como principal objetivo transpassar a forte simbologia da presença do divino em forma de luz.

“Em todos os meus trabalhos, a luz é um fator de controle importante. Eu criei espaços fechados, principalmente, por meio de paredes de concreto de espessura. A razão principal é criar um lugar para o indivíduo, uma zona para a si mesmo dentro da sociedade. Quando os factores externos do ambiente de uma cidade me exigir a parede para ser sem aberturas, o interior deve ser especialmente plena e satisfatória.”(ANDO, 1989)

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Figura 27 e 28: Igreja da Luz, Japão, 1989

Fonte: AntjeVerene

3. Conclusão Na análise do contexto histórico da luz natural incidente nos edifícios, pode-se observar que o ser humano vive em constante aprendizado na arte de dominar a luz. Para os povos primitivos e os egípcios o Sol era a personificação de um Deus, para os gregos a luz natural era utilizada na definição das formas arquitetônicas, já os romanos utilizavam a luz para realçar formas e relações espaciais sem exalta-los ou mistifica-los. Na arte bizantina a luz foi utilizada para inundar os ambientes internos enquanto no românico a luz aparece pontualmente rasgando a escuridão com o objetivo de destacar superfícies e alguns elementos. No gótico a iluminação é uma das principais características da construção, tão bem elabora que se torna materializada no espaço, transparece que o fechamento do edifício é feito com luz, ela inunda o interior transformando-o num lugar espiritual. No renascimento a luz é tão somente utilizada por uma questão funcional, para clarear o ambiente da forma mais racional, a luz é difusa e homogenia refletida nas paredes brancas sem filtros e abolida de conotações simbólicas. No barroco o controle da luz é evidente, a técnica de luz incidente e luz refletida é fundamental para criar cenários teatrais tão marcantes e expressivos característicos deste período. No período moderno e contemporâneo ainda busca-se introduzir a luz natural no interior dos edifícios, porém não há mais uma única forma de iluminar, não há uma característica específica que defina este período. Neste momento a iluminação é trabalhada conforme a intenção do autor do projeto, no intuito de causar diferentes percepções aos usuários,há momentos que a luz é trabalhadade forma a tornar osambientes mais místicos e introspectivos, em outros momentos a luz inunda os ambientes. A luz pode ser utilizada para definir, criar, destacar/ocultar espaços; conduzir percursos, impressionar e surpreender causando assim diferentes sensações e percepções.

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Com este discorrer histórico da análise da luz natural na arquitetura, pode-se concluir que luz e arquitetura sempre estiveram intimamente ligadas uma a outra, são artes complementares que devem ser projetadas e pensadas de maneira única, visando sempre o conforto e estética,de forma a transformar os ambientes em locais mais humanizados e belos.

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