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A PALAVRA DO PASTOR

Queridos filhos e filhas! Na alegria e na fé, suscitadas pela aproximação do Natal do Senhor, dirijo-me a todos vocês, neste tempo de graça que a Divina Providência nos concede. Dirijo-me a todos os fiéis católicos da nossa querida Diocese de Apucarana, cheio de esperança de que nossa ação evangelizadora – responsabilidade de todos os batizados – seja assumida com amor e dedicação, seja frutuosa na e pela força do Espírito Santo. Dirijo- me a todos vocês, meus caros, na alegria de poder entregar-lhes o primeiro Plano Diocesano da Ação Evangelizadora concebido ao longo do exercício de meu ministério episcopal na Igreja Particular de Apucarana. É o meu primeiro Plano Pastoral, mas é o nosso vigésimo segundo. O 22º. PLADAE de uma Diocese vibrante na fé, corajosa na esperança, ardorosa na caridade.

Quero lembrar-lhes que o Plano Diocesano pretende ser nosso “jeito”, nosso “modo” de responder às urgências da ação evangelizadora. Em comunhão com a Igreja no Brasil, neste Ano da Fé, ao celebrarmos o Jubileu de Ouro do Concílio Vaticano II (1962-1965) e os 20 anos do Catecismo da Igreja, como também o Jubileu Áureo de nossa Diocese (1965-2015), queremos assumir uma postura decididamente missionária, animada e fortalecida pela Palavra de Deus e pela celebração dos Sacramentos, queremos assumir uma postura de Igreja que é comunidade de comunidades a serviço da vida plena para todos.

Sabemos que nossas pastorais, serviços, movimentos e associações já respondem, de certo modo, a essas urgências. Queremos, contudo, que se dediquem ainda mais à vivência e ao anúncio do Evangelho, através do testemunho de vida de seus membros e da proclamação da Boa Nova de Jesus Cristo, proclamação esta, levada a efeito nos trabalhos que realizam.

Agradeço ao Padre Leandro Manoel de Souza, ao pessoal do Secretariado de Pastoral, aos membros do Conselho Diocesano da

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Ação Evangelizadora, às pessoas que participaram das Assembléias Diocesanas de 2011 e 2012. Graças ao trabalho de vocês, tivemos a oportunidade de avaliar nossa caminhada evangelizadora e planejar nossas próximas ações. Dois passos importantes foram dados – avaliação e planejamento – mas, se aquilo que foi planejado não for assumido, se a teoria não se converter em prática, o processo ficará interrompido e, consequentemente, produzirá pouco fruto. Por isso, rogo insistentemente a todos – presbíteros, diáconos, religiosas e religiosos, seminaristas, ministros extraordinários da Sagrada Comunhão, catequistas, coordenadores diocesanos, decanais e paroquiais, diaconias de pastorais, serviços, movimentos e associações, e todos os leigos e leigas, mormente os que estão engajados nos trabalhos eclesiais que enobrecem e enriquecem a vida de nossa Diocese – que assumam com zelo, responsabilidade, esperança, fé e amor este 22º. Plano Diocesano da Ação Evangelizadora da Diocese de Apucarana, sobremaneira as prioridades por ele elencadas: a Missão, a Família e a Juventude.

Nosso Plano Pastoral não é um material a mais, que tende a “enfeitar” nossas prateleiras ou gavetas. Não é opcional. Não depende dos gostos ou desgostos dos que estão à frente de nossas comunidades paroquiais. Ele é nosso. Pretende ser um instrumento de comunhão e de participação. Quer ser um auxílio na animação da vida eclesial de nossas paróquias e pastorais, serviços, movimentos e associações.

O Senhor Jesus que, constantemente está ao nosso lado e nos envia em missão (cf. Mt 20,18-20) nos abençoe e a Virgem Santíssima, a Senhora de Lourdes, nos ajude a amar profundamente seu Filho e a segui-lo sempre com muita paixão e alegria.

Apucarana, 13 de dezembro de 2012.

Memória de Santa Luzia.

Dom Celso Antônio Marchiori Bispo Diocesano de Apucarana

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APRESENTAÇÃO

Estimados irmãos e irmãs! Que alegria apresentar-lhes nosso vigésimo segundo Plano Diocesano da Ação Evangelizadora. Estamos escrevendo mais um capítulo da história de nossa quase cinquentenária Diocese. Quando voltamos nosso olhar para o passado, para os vinte e um Planos Diocesanos realizados até aqui, para a história de tantos homens e mulheres que nas últimas cinco décadas levaram avante a ação evangelizadora na Igreja Particular de Apucarana, brota em nossos corações um hino de louvor à Santíssima Trindade. Hino de louvor e de ação de graças: por nossos bispos, presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas e por uma multidão de leigos e leigas, cujo “apostolado, decorrente de sua vocação cristã, nunca pode faltar na Igreja” (Vaticano II, Decreto Apostolicam Actuositatem 1). Louvamos e bendizemos à Trindade Santa pela organização e pelos trabalhos realizados por nossas pastorais, serviços, movimentos e associações. Temos consciência de que “nunca será possível haver evangelização sem a ação do Espírito Santo” (Paulo VI, Evangelii Nuntiandi – EN – 75). Por isso, porque sabemos que “as técnicas da evangelização são boas, mas, ainda as mais aperfeiçoadas não poderiam substituir a ação discreta do Espírito Santo” (EN 75), louvamos e bendizemos o bom Deus que nos acompanha sem cessar, Ele que nos dá a paz e age sempre em tudo o que fazemos (cf. Is 26, 12).

Dissemos acima que este é o vigésimo segundo Plano Diocesano da Ação Evangelizadora da Diocese de Apucarana. Pois bem. O que é um Plano Diocesano? Para que serve? Qual sua utilidade? Sua finalidade? Contando com seu perdão pelo “utilitarismo” expresso nos questionamentos apresentados, fomos convidados pelo Papa Bento XVI e pela Conferência de Aparecida a perceber que “nossa maior ameaça é o medíocre pragmatismo da vida cotidiana da Igreja, no qual, aparentemente, tudo procede com normalidade, mas na verdade a fé vai se desgastando e degenerando em mesquinhez” (DAp 12). Um Plano Diocesano, nesse sentido, tende a ser uma resposta criativa aos desafios de nosso tempo, uma proposta renovadora da vida eclesial, promotora de

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um “novo ardor missionário” em nossas comunidades. Em poucas palavras, um Plano Diocesano da Ação Evangelizadora, apesar de não resolver todos os nossos problemas – isso só Deus! – nos “imuniza” contra o desgaste e a degeneração da fé ao incentivar e propor novas reflexões e novas perspectivas de ação.

Falando sobre a necessidade do planejamento pastoral, assim se expressam as DGAE 2011-2015: “Para uma ação evangelizadora eficaz, é preciso ir além da definição de diretrizes. É preciso chegar a indicações programáticas concretas, através da elaboração de um plano diocesano de pastoral e, em sintonia com este, de planos específicos em todos os âmbitos e serviços eclesiais, imprescindível para uma pastoral orgânica e de conjunto. Do contrário, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora correm os riscos da inoperância e irrelevância, com pouco ou nenhum impacto na vida das Igrejas Particulares, para as quais elas querem ser uma proposta e um serviço” (121).

Com essas duas indicações, a do Papa (e de Aparecida) e a da CNBB, podemos perceber que um Plano Diocesano pretende ser uma resposta ao mandato de Cristo: “Ide e evangelizai...” (cf. Mt 28, 18-20); pretende também ser instrumento de comunhão e participação na e para a vida eclesial; pretende, enfim, colaborar com o processo de reflexão acerca de nossas ações. Refletir é preciso! Por isso, planejar é preciso! (Não pensem os amigos que estou parafraseando o poeta Fernando Pessoa, muito menos o padre Reginaldo Manzotti. Estou parafraseando o general romano Pompeu que, segundo Plutarco, teria dito “Navegar é preciso!” Fato é que refletir, planejar, avaliar e também navegar e evangelizar é preciso. Ai, ai. Esses verbos no infinitivo!). Voltando ao assunto, “planejar é pensar a ação antes, durante e depois dela” (DGAE 2011- 2015, 123). O convite aqui é à reflexão e à ação. Não somos – ou não deveríamos ser – meros “fazedores” de coisas. Isso é desumano. É inumano. Neste sentido, “um bom plano, que contribui para a ação evangelizadora, é sempre fruto de um processo de planejamento, com a participação direta ou representativa de toda a comunidade eclesial, em cujo esforço todos, incluídos leigos e leigas, têm o direito e o compromisso de participar do discernimento, da tomada de decisões e da execução” (DGAE 2011-2015, 123).

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O Plano não pretende abafar as iniciativas e a criatividade de nossas paróquias. Sendo ele mesmo uma resposta criativa às Diretrizes Gerais promulgadas pela CNBB, pretende estimular e colaborar com a evangelização das pessoas, das comunidades e da sociedade. Acolhê-lo, estudá-lo e adaptá-lo à realidade paroquial, comunitária e/ou diaconal é o que se espera das lideranças eclesiais. Assim como é importante “oxigenar” o cérebro com novas ideias, é importante “oxigenar” nossa ação evangelizadora com novas propostas, novos enfoques, novos desafios. Como diria o Padre Almeida, “o produto a ser anunciado é o de sempre (a Boa Nova de Jesus Cristo), mas com a embalagem de hoje” (cf. Apresentação ao 20º. PLADAE de Apucarana).

Nosso plano está baseado nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora 2011-2015. Seu objetivo geral e seus três primeiros capítulos coincidem com o objetivo geral e com os quatro primeiros capítulos das Diretrizes, sendo os dois primeiros reproduzidos integralmente aqui, enquanto o terceiro e o quarto das DGAE foram resumidos e transformados no terceiro capítulo do nosso Plano, como vocês podem conferir. Agregamos ao nosso plano, as propostas do Regional Sul II da CNBB. São indicações claras acerca das urgências da ação evangelizadora. Citá-las no Plano Diocesano e procurar adaptá-las à realidade de nossa Diocese é nosso modo de estar em comunhão com a Igreja no Paraná. O quarto capítulo do Plano trata da celebração do Jubileu de Ouro do Concílio Vaticano II e de nossa querida Diocese – feliz coincidência ou Divina Providência? Seja o que seja, louvamos e agradecemos ao Senhor por sermos uma “Família Divina Diocesana Apucaranense” forjada no calor do Concílio.

Neste Plano, fizemos uma opção metodológica diferente dos anteriores. Abandonamos – não sem pesar nossa consciência – aquela linguagem tão cara aos pastoralistas: plano, programas, projetos, dimensões e âmbitos da ação evangelizadora etc. e tal. Tentamos simplificar – Deus nos livre de ser simplistas – seguindo uma indicação do bom e velho padre Antônio Vieira: “Quem levanta muita caça e não segue nenhuma não é muito que se recolha com as mãos vazias” (Sermão da Sexagésima). Falaremos de prioridades. Três foram escolhidas pelo Conselho Diocesano da

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Ação Evangelizadora: a missão, a família e a juventude. Percebam que são prioridades muito amplas. E é bom que sejam – não nos acusem de contradizer o Padre Vieira – pois dessa forma todos, de uma maneira ou de outra, podem dar sua colaboração. Queremos uma Igreja em estado permanente de missão, cujas atividades – mesmo as voltadas para o interior da comunidade – sejam “missionarizadas”. Somos instigados a trabalhar com criatividade e afinco na obra da evangelização das famílias e da juventude. Reparem que todas as nossas ações voltadas para essas prioridades – por mais simples que sejam – cooperam com sua concretização. Trata-se de perguntar, como posso ser missionário? Como posso ajudar na evangelização das famílias e da juventude? Essas perguntas, dirigidas às nossas paróquias, comunidades, diaconias, grupos de vivência, pastorais, serviços, movimentos e associações, possibilitam o início do processo de reflexão e a execução do Plano Diocesano.

Algumas indicações práticas foram feitas. Não poderia ser diferente. Não são receitas. Não resolvem todos os nossos problemas. Não abarcam toda a realidade. Não criemos exagerada euforia. Mais uma vez, com a palavra, Padre Almeida: “Alguns se dão conta de que o pessoal anda meio perdido. Puxa! É isso mesmo. E não é para menos. Tudo muda e ninguém consegue acompanhar direito. São poucos, muito poucos, os que se arriscam a interpretar este mundão que está aí e, assim, jogar um pouco de luz nas trevas estonteantes que nos circundam em altura, profundidade, largura e fundura. Ó céus, você ainda não se deu conta de que o plano tenta lançar uma luzinha nas suas trevas interiores e exteriores?” (cf. Apresentação ao 20º. PLADAE de Apucarana).

Por fim, por melhor que seja um Plano Diocesano, por mais eficazes que sejam suas propostas, jamais estaremos dispensados de dar nosso testemunho pessoal de vida cristã. “Para a Igreja, o testemunho de uma vida autenticamente cristã, entregue nas mãos de Deus, numa comunhão que nada deverá interromper, e dedicada ao próximo com um zelo sem limites, é o primeiro meio de evangelização” (EN 41). Com o perdão pelo excesso de citações, chamemos à baila novamente o Padre Vieira: “Para falar ao vento, bastam palavras; para falar ao coração, são necessárias obras”

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(Sermão da Sexagésima). De todas as obras que podemos realizar, nenhuma é maior do que a vivência do amor. “Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1Jo 4,10), agora o amor já não é apenas um ‘mandamento’, mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro” (Bento XVI, Deus caritas est 1).

Um dia, um brasileiro muito sabido constatou que “só se pode viver perto de outro, e conhecer outra pessoa, sem perigo de ódio, se a gente tem amor. Qualquer amor já é um pouquinho de saúde, um descanso na loucura. Deus é que me sabe” (Guimarães Rosa, Grande Sertão: Veredas). Eis o resumo de nosso vigésimo segundo Plano Diocesano da Ação Evangelizadora: “Como eu vos amei, amai-vos também uns aos outros. Nisso reconhecerão todos que sois meus discípulos se tiverdes amor uns pelos outros” (Jo 13,34b-35). Não sei bem se isso é o resumo, o conteúdo, a fonte ou a meta. “Deus é que me sabe.”

Apucarana, 14 de dezembro de 2012.

Memória de São João da Cruz, presbítero e doutor da Igreja. Aquele que nos disse poeticamente que na tarde da vida seremos examinados no amor.

Padre Leandro Manoel de Souza Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora

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XXII PLANO DIOCESANO DA AÇÃO EVANGELIZADORA (2012-2015)

OBJETIVO GERAL

Evangelizar, a partir de Jesus Cristo e na força do Espírito Santo, como Igreja discípula, missionária e profética, alimentada pela Palavra de Deus e pela Eucaristia, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, para que todos tenham vida (cf. Jo 10,10), rumo ao Reino definitivo.

CAPÍTULO I

PARTIR DE JESUS CRISTO

1. Toda ação eclesial brota de Jesus Cristo e se volta para Ele e para o Reino do Pai. Jesus Cristo é nossa razão de ser, origem de nosso agir, motivo de nosso pensar e sentir. Nele, com Ele e a partir d’Ele mergulhamos no mistério trinitário, construindo nossa vida pessoal e comunitária. Nisto se manifesta nosso discipulado missionário: contemplamos Jesus Cristo presente e atuante em meio à realidade, à Sua luz a compreendemos e com ela nos relacionamos, no firme desejo de que nosso olhar, ser e agir, sejam reflexos do seguimento, cada vez mais fiel, ao Senhor Jesus. Não há, pois, como executar planejamentos pastorais sem antes pararmos e nos colocarmos diante de Jesus Cristo. Em atitude orante, contemplativa, fraterna e servidora, somos convocados a responder, antes de tudo, a nós mesmos: quem é Jesus Cristo? (cf. Mc 8,27-29). O que significa acolhê-lo, segui-lo e anunciá-lo? O que há em Jesus Cristo que desperta nosso fascínio, faz arder nosso coração (cf. Lc 24,32), leva-nos a tudo deixar (cf. Lc 5,8-11) e, mesmo diante das nossas limitações e vicissitudes, afirmar um incondicional amor a Ele (cf. Jo 21,9-17)? A paixão por Jesus Cristo

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leva ao arrependimento, à contrição (cf. Lc 24,47; cf. At 2,36ss) e à verdadeira conversão pessoal e pastoral. Por isso, devemos sempre nos perguntar: estamos convencidos de que Jesus Cristo é o Caminho, a Verdade e a Vida? O que significa para nós, hoje, o Reino de Deus por Ele instaurado e comunicado?

2. A Conferência de Aparecida, marco referencial para a Igreja na América Latina e no Caribe, na esteira do cinquentenário de abertura do Concílio Vaticano II (1962), nos convida a olhar com atenção para Aquele que, sendo rico, se fez pobre para a todos enriquecer (cf. 2Cor 8,9) (cf. DI 3; Dap 31). O discípulo missionário, ao contemplar Jesus Cristo descobre o Verbo que arma sua tenda entre nós, o Filho único do Pai, cheio de amor e fidelidade (cf. Jo 1,14); aquele que, sendo de condição divina, não se fecha em si mesmo, mas se esvazia até a morte e morte de cruz (cf. Fl 2,5ss) e, à diferença das aves do céu e das raposas, não tem sequer onde reclinar a cabeça (Mt 8,20). Ele sempre precisa ir a outros locais (Lc 4,43) para anunciar o Reino, a graça, a justiça e a reconciliação. Ele se preocupa com as ovelhas que não fazem parte do rebanho (Jo 10,16), mesmo que seja uma única ovelha perdida, sofrida (Lc 15,4- 7), para reanimá-las diante da dor e da desesperança (Lc 24,13-35). É este mesmo Jesus que virá, um dia, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos (Mt 25,31-46).

3. A recente Exortação Apostólica Pós-sinodal Verbum Domini proclama, com toda clareza, que Deus nos fala, comunica- se conosco por meio de sua Palavra que é Jesus Cristo, Verbo feito carne. “Como nos mostra claramente o Prólogo de João, o Logos indica originariamente o Verbo eterno, ou seja, o filho unigênito, gerado pelo Pai antes de todos os séculos e consubstancial a Ele: o Verbo estava junto de Deus, o Verbo era Deus. Mas este mesmo Verbo – afirma São João – ‘fez-se carne’ (Jo 1,14); por isso Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, é realmente o Verbo de Deus que Se fez consubstancial a nós. Assim a expressão ‘Palavra de Deus’ acaba por indicar aqui a pessoa de Jesus Cristo, Filho eterno do Pai feito homem” (VD 6).

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4. Jesus Cristo é Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, manifestação plena do amor radical, que se entrega pelos pecadores (cf. Rm 5,8). Seu desejo de salvação não é simplesmente aguardar os que O buscam. Jesus Cristo é incessante e eterna entrega, dom de si para o outro. É contínuo convite aos discípulos missionários e, por meio deles, a toda a humanidade para segui-lo, em meio a diferenças e desencontros. O encontro com Jesus Cristo é acolhimento da graça do Pai que, pela força do Espírito, revela o Salvador e atua, no coração de cada pessoa, possibilitando-lhe esta resposta.

5. As atitudes de alteridade e gratuidade marcam a vida do discípulo missionário de todos os tempos. Alteridade se refere ao outro, ao próximo, àquele que, em Jesus Cristo, é meu irmão ou minha irmã, mesmo estando do outro lado do planeta (cf. NMI 43). É o reconhecimento de que o outro é diferente de mim e esta diferença nos distingue, mas não nos afasta. As diferenças nos atraem e complementam, convidando ao respeito mútuo, ao encontro, ao diálogo, à partilha e ao intercâmbio de vida e à solidariedade. Fechar-se no isolamento, no individualismo e em atitudes que transformam pessoas em mercadorias é cair no pecado da idolatria e semear infelicidade. A vida só se ganha na entrega, na doação. “Quem quiser perder a sua vida por causa de mim a encontrará!” (Mt 10,39).

6. Todo relacionamento é, igualmente, chamado a acontecer na gratuidade. À semelhança de Cristo Jesus que, saindo de si, foi ao encontro dos outros, nada esperando em troca (cf. Fl 2,5ss), também o discípulo missionário é chamado a profeticamente questionar, através de suas escolhas e atitudes, um mundo que se constrói a partir da mentalidade do lucro e do mercado, não esquecendo que tais atitudes geram violência, vingança, guerra e destruição (cf. Mt 6,24). Gratuidade significa amar, em Jesus Cristo, o irmão e a irmã, respondendo, através de atitudes fraternas e solidárias, a grande questão proposta a Jesus: “quem é o meu próximo?” (Lc 10,29), querendo e fazendo bem ao outro sem nada esperar em troca.

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Significa cortar a raiz mais profunda da violência, da exclusão, da exploração e de toda discórdia.

7. Gratuidade e alteridade, como expressões do Amor, são fontes de paz, reconciliação e fraternidade. São sementes da atitude cristã mais radical: o perdão (cf. Lc 23,34), atitude que deve ser incessantemente testemunhada e transmitida (cf. Mt 18,21-22) a um mundo que se caracteriza pelo crescimento da vingança e da violência como soluções às dores da vida. A radicalidade do Amor de Deus atinge sua extrema manifestação no amor aos inimigos. A reconciliação é o ápice da Nova Lei. Supera toda divisão que nos afasta de Deus e nos separa uns dos outros. O discípulo missionário, ao contemplar Jesus Cristo – e Cristo Crucificado! –, reconhece que a loucura e o escândalo (cf. 1Cor 1,18.21) do Reino de Deus chegam a seu ápice na reconciliação (cf. Rm 5,6-8; Lc 23,34).

8. Por certo, a ação evangelizadora e pastoral da Igreja trabalha pela reconciliação, o que não significa pactuar com a impunidade, a corrupção e todas as formas de desrespeito aos direitos básicos de toda pessoa. Diante de graves situações que fazem os irmãos sofrerem, o coração do discípulo missionário se enche de compaixão e clama por justiça e paz. Angustia-se diante da inércia e mesmo da omissão. Quer atitudes que superem o mal existente e não permitam o surgimento de mais dor. Esta indignação, porém, não deve afastar o discípulo missionário do ideal de perdão e reconciliação, pois o Reino de Deus só acontece efetivamente quando se responde ao mal com o bem (cf. Rm 12,17- 21).

9. Gratuidade e alteridade são, portanto, modos de compreender o que há de mais decisivo em Jesus Cristo: a saída de si, rumo à humanidade marcada pelo pecado, fonte de dor e morte. Jesus nos mostrou que não se vence o pecado pelo pecado (cf. Lc 11,14-22). Este é vencido pela graça derramada abundantemente nos corações dos discípulos missionários. A atuação da graça é paz, justiça, bondade, reconciliação, gratuidade e alteridade (cf. Gl 5,22). É, pois, motivado pela atitude de constante ida ao encontro do outro que o discípulo missionário contempla a realidade, não

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desejando que ela se encaixe em suas expectativas, mas nela se encarnando, discernindo a presença do Reino de Deus e trabalhando para que ele cresça cada vez mais. Jesus nos amou até o fim! A fidelidade é uma das maiores provas do amor. Num mundo onde tudo é descartável – até mesmo as pessoas – o compromisso fiel torna-se uma das características fundamentais do(a) discípulo(a) missionário(a) (cf. Hb 10,38).

10. O discípulo missionário sabe que não exerce esta sublime missão isoladamente. Ao contrário, ele a exerce na Igreja, grande comunidade de todos os discípulos missionários, novo povo de Deus, conclamado para reunir-se na fraternidade, acolher a Palavra, celebrar os sacramentos e sair em missão, no testemunho, na solidariedade e no claro anúncio da pessoa e da mensagem de Jesus Cristo. Mesmo quando se encontra sozinho, em meio a quem não se compromete com os valores do Reino de Deus, o discípulo missionário está unido a toda a Igreja. Sabe que, no mistério do Deus-Comunhão, ele será sempre um irmão entre irmãos.

11. Cristo Cabeça remete necessariamente à Igreja Corpo (cf. Cl 1,18). Não há como ser verdadeiro discípulo missionário sem o vínculo efetivo e afetivo com a comunidade dos que descobriram fascínio pelo mesmo Senhor (EM 16). Na Igreja, o discípulo missionário percebe a força de uma união que ultrapassa raças, condições econômico-sociais, preconceitos, discriminações (cf. Gl 3,28) e tudo que, de algum modo, tenda mais a separar do que a unir. Chamada a ser, na terra, sinal do Deus-Amor, do Deus- Comunhão, do Deus-Trindade, a Igreja encontra sua razão de ser na vivência e no anúncio do Reino de Deus (cf. LG, n. 1). A unidade de todos os discípulos missionários, em meio à diversidade de dons, serviços, carismas e ministérios (cf. LG, nn. 9-13), testemunha o amor trinitário do Pai, pelo Filho, no Espírito. Ao testemunhá- lo, interpela todas as formas de desfiguração humana, tais como discriminação, exclusão, exploração, separação, opressão, escravidão, manipulação, protecionismo, injustiça e ausência de reconciliação.

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12. Nestes tempos de agudo apelo ao individualismo hedonista e de fortíssimo consumismo, nos deparamos com o surgimento de propostas religiosas que dizem oferecer o encontro com Deus sem o efetivo compromisso cristão e a formação de comunidade. Desaparece, então, a imagem do Deus Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, cujo zelo por suas criaturas é atento com as aves do céu, com os lírios do campo ou com um único fio de cabelo (cf. Lc 21,18). Surge a imagem do Deus da troca, do negócio, dando a impressão de que Ele se encontra mais preocupado com o que pode lucrar através de pedidos e reivindicações, notadamente dos que sofrem. Em tudo isso, o discípulo missionário reconhece que não pode existir caminho para o Deus revelado em e por Jesus Cristo, se não houver amor (cf. 1Jo 4,7.20-21). O discípulo missionário sempre desconfiará (cf. 1Jo 4,1) das propostas religiosas que não brotem do amor nem levem a ele.

13. Viver, pois, o encontro com Jesus Cristo implica necessariamente amor, gratuidade, alteridade, unidade, eclesialidade, fidelidade, perdão e reconciliação. Torna o discípulo missionário firmemente enraizado e edificado em Cristo Jesus (cf. Ef 3,17; Cl 2,7), à semelhança da casa que se constrói sobre a rocha (cf. Mt 7,24-27). Assim, cada discípulo missionário, junto com toda a Igreja, comunidade dos discípulos missionários, torna-se fonte de paz, justiça, concórdia e solidariedade. Significa contemplar Jesus Cristo em constante atitude de saída de si, de desprendimento e esvaziamento. Significa acolher o mistério divino como contínuo transbordar do amor do Pai pelo Filho, no Espírito. Implica diálogo, unidade na diversidade, partilha, compreensão, tolerância, respeito, reconciliação e, consequentemente, missão.

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CAPÍTULO II

MARCAS DE NOSSO TEMPO

14. O discípulo missionário sabe que, para efetivamente anunciar o Evangelho, deve conhecer a realidade à sua volta e nela mergulhar com o olhar da fé, em atitude de discernimento. Como o Filho de Deus assumiu a condição humana, exceto o pecado, nascendo e vivendo em determinado povo e realidade histórica (cf. Lc 2,1-2), nós, como discípulos missionários, anunciamos os valores do Evangelho do Reino na realidade que nos cerca, à luz da Pessoa, da Vida e da Palavra de Jesus Cristo, Senhor e Salvador.

15. O Concílio Vaticano II nos conclama a considerar

atentamente a realidade, para nela viver e testemunhar nossa fé, solidários a todos, especialmente aos mais pobres. Sabemos, porém, que nem sempre é fácil compreender a realidade. Ela é sempre mais complexa do que podemos imaginar. Nela existem luzes e sombras, alegrias e preocupações (DGAE 2008-2010, 12. Cf. GS 1). Daí a contínua atitude de diálogo, de evangélica visão crítica, na busca de elementos comuns que permitam, em meio à diversidade de compreensões, estabelecer fundamentos para a ação.

16. A Conferência de Aparecida nos oferece rica indicação

(Dap 33-100; DGAE 2008-2010, 12-46), ao recordar que vivemos um tempo de transformações profundas, que afetam não apenas este ou aquele aspecto da realidade, mas a realidade como um todo, chegando aos critérios de compreensão e julgamento da vida. Estamos diante de uma globalização que não é apenas geográfica, no sentido de atingir todos os recantos do planeta. Estamos, na verdade, diante de transformações que atingem também todos os setores da vida humana, de modo que já não vivemos uma “época de mudanças, mas uma mudança de época” (DGAE 2008- 2010, 13). O que antes era certeza, até bem pouco tempo, servindo

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como referência para viver, tem se mostrado insuficiente para responder a situações novas, “deixando as pessoas estressadas ou desnorteadas” (DGAE 2008-2010, 21).

17. Mudanças de época são, de fato, tempos desnorteadores,

pois afetam os critérios de compreensão, os valores mais profundos, a partir dos quais se afirmam identidades e se estabelecem ações e relações. Várias atitudes podem, então, surgir nestes períodos históricos. Duas, no entanto, se destacam. De um lado, é o agudo relativismo, próprio de quem, não devidamente enraizado, oscila entre as inúmeras possibilidades oferecidas. De outro, são os fundamentalismos que, se fechando em determinados aspectos, não consideram a pluralidade e o caráter histórico da realidade como um todo. Estas duas atitudes desdobram-se em outras tantas como, por exemplo, o laicismo militante, com posturas fortes contra a Igreja e a Verdade do Evangelho; a irracionalidade da chamada cultura midiática; o amoralismo generalizado; as atitudes de desrespeito diante do povo; um projeto de nação que nem sempre considera adequadamente os anseios deste mesmo povo.

18. Os critérios que regem as leis do mercado, do lucro e dos

bens materiais regulam também as relações humanas, familiares e sociais, incluindo certas atitudes religiosas. Crescem as propostas de felicidade, realização e sucesso pessoal, em detrimento do bem comum e da solidariedade. Não raras vezes, o individualismo desconsidera as atitudes altruístas, solidárias e fraternas. Por vezes, os pobres são considerados supérfluos e descartáveis (DGAE 2008-2010, 25; Dap 65 e 402). Desta forma, ficam comprometidos o equilíbrio entre os povos e nações, a preservação da natureza, o acesso à terra para trabalho e renda, entre outros fatores. É preciso pensar na função do Estado, na redescoberta de valores éticos, para a superação da corrupção, da violência, do narcotráfico, bem como o tráfico de pessoas e armamentos. A consciência de concidadania está comprometida. Em situação de contradições e perplexidades, o discípulo missionário reage, segundo o espírito das bem-aventuranças (cf. Mt 5,1ss), em defesa e promoção da vida, negada ou ameaçada por várias formas de banalização e

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desrespeito. Como não reagir diante da manipulação de embriões, homicídios, prática do aborto provocado, ausência de condições mínimas para uma vida digna com educação, saúde, trabalho, moradia, enfim, da ausência de efetiva proteção à vida e à família, às crianças e idosos, com jovens despreparados sem oportunidade para ocupação profissional?

19. O discípulo missionário observa, com preocupação,

o surgimento de certas práticas e vivências religiosas, predominantementeligadasaoemocionalismoeaosentimentalismo. O fenômeno do individualismo penetra até mesmo certos ambientes religiosos, na busca da própria satisfação, prescinde-se do bem maior, o amor de Deus e o serviço aos semelhantes. Oportunistas manipulam a mensagem do Evangelho em causa própria, incutindo a mentalidade de barganha por milagres e prodígios, voltados para benefícios particulares, em geral vinculados aos bens materiais. Exclui-se a salvação em Cristo, que passa a ser apresentada como sinônimo de prosperidade material, saúde física e realização afetiva. Reduzem-se, deste modo, o sentido de pertença e o compromisso comunitário-institucional. Surge uma experiência religiosa de momentos, rotatividade, individualização e comercialização. Já não é mais a pessoa que se coloca na presença de Deus, como servo atento (cf. 1Sm 3,9-10), mas é a ilusão de que Deus pode estar a serviço das pessoas.

20. Importa discernir os motivos pelos quais uma ilusão tão

grave assim acaba por adquirir força em nossos dias. As causas são muitas e interligadas. Dizem respeito às incontáveis carências das mínimas condições que grande parte de nossa população tem para enfrentar problemas ligados à saúde, à moradia, ao trabalho e às questões de natureza afetiva. Dizem ainda respeito às incertezas de um tempo de transformações, que levam algumas pessoas a buscarem tábuas de salvação, agarrando-se ao que mais imediatamente se encontra ao alcance. Assim, surgem os diversos tipos de fundamentalismo que atingem o modo da leitura bíblica e os demais aspectos da vida humana e social. Quando aliado ao individualismo, o fundamentalismo torna-se ainda mais perigoso,

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pois impede que se perceba o outro como diferente. Este, contudo, é também apelo ao encontro e ao convívio. O amor ao próximo, especialmente aos mais pobres, tende a desaparecer destas propostas, que acabam se tornando uma espécie de culto de si mesmo.

21. Tempos de transformações tão radicais, por certo, nos

afligem, mas também nos desafiam a discernir, na força do Espírito Santo, os sinais dos tempos (DGAE 2008-2010, 12). Mudanças de época pedem um tipo específico de ação evangelizadora, a qual, sem deixar de lado aspectos urgentes e graves da vida humana, preocupa-se em ajudar a encontrar e estabelecer critérios, valores e princípios (EN 19). São tempos propícios para volta às fontes e busca dos aspectos centrais da fé. Esta é a grande diretriz evangelizadora que, neste início de século XXI, acompanha a Igreja: não colocar outro fundamento que não seja Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e sempre (cf. Hb 13,8) (NMI 29). A espiritualidade, a vivência da fé e do compromisso de conversão e transformação nos orientam para a construção da caridade, da justiça, da paz, a partir das pessoas e dos ambientes onde há divisão, desafetos, disputas pelo poder ou por posições sociais. Este é um tempo em que, através de “novo ardor, novos métodos e nova expressão” (João Paulo II), respondamos missionariamente à mudança de época com o recomeçar a partir de Jesus Cristo.

Um olhar sobre a realidade de nossa Diocese

22. A Diocese de Apucarana, criada pelo Papa Paulo VI a 28 de novembro de 1964 e instalada com a posse de nosso primeiro Bispo Diocesano, Dom Romeu Alberti, no dia 28 de março de 1965, abrange os territórios de 36 municípios na região centro-norte do Paraná. São eles: Ângulo, Apucarana, Arapongas, Arapuã, Ariranha do Ivaí, Astorga, Borrazópolis, Cafeara, Califórnia, Cambira, Colorado, Cruzmaltina, Faxinal, Flórida, Godoy Moreira, Grandes Rios, Guaraci, Iguaraçu, Itaguagé, Ivaiporã,

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Jardim Alegre, Lidianópolis, Lobato, Lunardelli, Marilândia do Sul, Mauá da Serra, Munhoz de Mello, Nossa Senhora das Graças, Novo Itacolomi, Pitangueiras, Rio Bom, Sabáudia, Santa Fé, Santa Inês, Santo Inácio e São João do Ivaí. Segundo dados do Censo 2010 do IBGE, a população da Diocese de Apucarana é de 479 336 habitantes, sendo 74,50% católicos, 20% membros de outras igrejas cristãs, 2,50% pertencentes a outras religiões e 3% se declaram sem religião.

23. Atualmente, nossa Diocese possui em 62 paróquias.

Atuam em nossa Igreja Particular 83 presbíteros, sendo 74 diocesanos, 8 religiosos (Oblatos de São José e Palotinos), 1 do rito ucraniano e 71 os diáconos permanentes.

24. No âmbito da Ação Evangelizadora, atuam em nossa

Igreja Particular as seguintes pastorais, serviços, movimentos e associações: 1) Na Dimensão Sócio-transformadora (serviço): Pastoral da Comunicação, Pastoral Afro, Pastoral Carcerária, Pastoral da Criança, Pastoral da Juventude, Setor Juventude, Pastoral do Menor, Pastoral da Sobriedade, Pastoral Fé e Política, Pastoral dos Surdos, Pastoral da Pessoa Idosa, Pastoral da Saúde, Serviço de Secretaria Paroquial e Sociedade de São Vicente de Paulo. Várias paróquias contam ainda com serviços na área da promoção humana; 2) Na Dimensão missionária (anúncio): Animação missionária, Movimento Cristo te ama (CRISTMA), Cursilho de Cristandade, Encontro de Casais com Cristo (ECC), Juventude Mariana e Renovação Carismática Católica; 3) Na Dimensão Ecumênica (diálogo): Ecumenismo, Ensino Religioso, Obra de Maria (Focolares) e Pastoral da Educação; 4) Na Dimensão comunitário-participativa (testemunho de comunhão): Animação de Comunidades, Apostolado da Oração, Cáritas Diocesana, Congregação Mariana, Economia e Finanças, Ministérios não ordenados, Pastoral Familiar, Serviço de Animação Vocacional, Catequese, Pastoral do Adolescente, Liturgia, Coroinhas e Canto Pastoral.

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25. Das quatro dimensões presentes na Ação Evangelizadora de nossa Diocese, sobretudo a dimensão ecumênica encontra-se bastante defasada. Pra se ter uma ideia, a Pastoral da Educação está presente em pouquíssimas paróquias e, dificilmente encontramos uma equipe paroquial voltada para o ecumenismo. Quanto às pastorais que compõem a dimensão sócio-transformadora, algumas estão presentes na maioria das paróquias de nossa Diocese. É o caso, por exemplo, da Pastoral da Saúde e da Pastoral da Criança. Outras, dada a realidade com a qual pretendem trabalhar, estão presentes, principalmente, nos municípios de Apucarana e Arapongas, vejamos o caso da Pastoral Afro e da Pastoral dos Surdos, para dar alguns exemplos. Na dimensão missionária, ganham destaque os movimentos eclesiais (ECC, Cursilho, Renovação Carismática) bastantes presentes na vida de nossas comunidades. Falta-nos, contudo, uma animação missionária organizada e atuante. A dimensão comunitário-participativa é a de maior incidência na vida de nossas paróquias, uma vez que nela se agrupam serviços básicos para qualquer comunidade católica, por exemplo, catequese, liturgia, ministros e finanças.

26. Vejamos agora alguns dados referentes aos municípios

que compõem nossa Diocese. Tais dados foram extraídos do Censo 2010, realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e nos ajudam a ter uma visão panorâmica da realidade diocesana. Vejamos também alguns dados relativos à presença das pastorais, serviços, movimentos e associações em nossas paróquias.

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PROPORÇÃO REFERENTE A DESENVOLVIMENTO SOCIAL DIOCESE DE APUCARANA

1)O IDH é representado de 0,00 a 1,00 na qual mede o grau de desenvolvimento humano através de indicadores como Educação, Saúde, Longevidade e Renda. Quanto mais perto de (1,00) um melhor o índice de desenvolvimento humano da sociedade avaliada, quanto mais perto de (0,00) zero pior é o grau de desenvolvimento. 2)O Índice GINI é representado de 0,00 a 1,00 que mede o grau de desigualdade social, quanto mais perto do (0,00) zero melhor e menos desigual é a sociedade avaliada, quanto mais perto de (1,00) um maiores são as desigualdades sociais. 3)Índice de Pobreza Humana aponta a porcentagem da pobreza na sociedade avaliada mediante demonstrativo de renda igual ou inferior a ½ salário mínimo. *Fonte de dados – IBGE – Censo 2000 / IPEA / PNUD / IPARDES

OBS.: Estatística completa e atualizada é publicada pelos institutos acima citados decenalmente, contudo a próxima publicação está prevista para 2013 mediante a mensuração dos dados obtidos no censo de 2010.

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%

PROPORÇÃO RELATIVA A RELIGIÃO DIOCESE DE APUCARANA

DECANATO NORTE

MUNICÍPIO CATÓLICOS % EVANGÉLICOS % OUTRAS RELIGIÕES % SEM RELIGIÃO/

ATEUS % SANTA INÊS 1.578 87,00% 195 10,50% 10 0,50% 35 2,00% CAFEARA 2.246 84,00% 324 12,00% 36 1,00% 89 3,00% ITAGUAJÉ 3.807 83,50% 594 13,00% 71 1,50% 96 2,00% SANTA FÉ 79,00% 1.756 17,00% 152 1,50% 297 2,50% FLÓRIDA 78,00% 477 19,00% 55 2,00% 29 1,00% NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS 2.986 78,00% 776 20,00% 22 0,50% 52 1,50% LOBATO 25 MUNHOZ DE MELLO SANTO INÁCIO ASTORGA GUARACI COLORADO ÂNGULO IGUARAÇÚ TOTAL DECANATO NORTE

DECANATO CENTRO NORTE

MUNICÍPIO CATÓLICOS % EVANGÉLICOS % OUTRAS

RELIGIÕES

SEM RELIGIÃO/ ATEUS

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MUNICÍPIO CATÓLICOS % EVANGÉLICOS % OUTRAS RELIGIÕES % SEM RELIGIÃO/

ATEUS %

DECANATO SUL

MUNICÍPIO CATÓLICOS % EVANGÉLICOS % OUTRAS RELIGIÕES % SEM RELIGIÃO/

ATEUS %

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DECANATO CENTRO 20 18

DECANATO CENTRO-NORTE 11 10

DECANATO NORTE 14 14

DECANATO SUL 17 16

TOTAL 62 58 93%

ESTADO DO PARANÁ

MUNICÍPIO CATÓLICOS % EVANGÉLICOS % OUTRAS RELIGIÕES % SEM RELIGIÃO/

ATEUS % ESTADO DO PARANÁ

BRASIL

MUNICÍPIO CATÓLICOS % EVANGÉLICOS % OUTRAS RELIGIÕES % SEM RELIGIÃO/

ATEUS % BRASIL

PROPORÇÃO DOS DADOS DA DIOCESE EM NÍVEL DE PARANÁ E DE BRASIL

* Fonte de dados IBGE – Censo 2010.

PROPORÇÃO REFERENTE A PASTORAIS, SERVIÇOS, MOVIMENTOS E ASSOCIAÇÕES NA DIOCESE DE APUCARANA

UNIVERSO E AMOSTRAGEM

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MIS

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A. MISSIONÁRIA X X X X X 06 CRISTMA X X X X X X X X X X 10 CURSILHO X X X X X X X X X X X X X X X X X X 18 E.C.C. X X X X X X X X 08 JUV. MARIANA X X 02 R.C.C X X X X X X X X X X X X X X X 15

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ECUMENISMO X X X X 04 ENSINO RELIGIOSO X X 02 OBRA DE MARIA 00 P. DA EDUCAÇÃO X X 02

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A. DE COMUNIDADE X X X X X X X X X X X X X X X 15 APOSTOLADO X X X X X X X X X X X X X X X X X X 18 CONG. MARIANA X X X X X X X X X X 10 ECON. E FINANÇAS X X X X X X X X X X X X X X X X X 17 M NÃO ORDENADOS X X X X X X X X X X X X X X X X X X 18 P. FAMILIAR X X X X X X X X X X X X X X X X X 16 S.A.V. X X X X X X X X X X X X 12 CATEQUESE X X X X X X X X X X X X X X X X X X 18 P. ADOLESCENTE X X X X X X X X X 09 LITURGIA X X X X X X X X X X X X X X X X X X 18 CANTO PASTORAL X X X X X X X X X X X X X X X X X X 18

TOTAL DA PARÓQUIA 27 22 22 21 22 16 17 14 18 12 15 15 20 15 19 19 17 18

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DECANATO

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P. COMUNICAÇÃO X X X X X X X X 08 P. AFRO 00 P. CARCERÁRIA X X X 03 P. DA CRIANÇA X X X X X X X X X X 10 P. DA JUVENTUDE X X X X X X X 07 P. DO MENOR 00 P. DA SOBRIEDADE X 01 P. FÉ E POLÍTICA X X 02 P. DOS SURDOS X 01 P. DA PES. IDOSA X X X X X X X X X 09 P. DA SAÚDE X X X X X X X X X X 10 C.P.T. 00 S.S.V.P. X X X X X X X X 08

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A. MISSIONÁRIA X X X X 04 CRISTMA X X X X X X X 07 CURSILHO X X X X X X X X X X 10 E.C.C. X X X X X X X X 08 JUV. MARIANA X 01 R.C.C X X X X X X X X X 09

EC

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ECUMENISMO X 01 ENSINO RELIGIOSO X X X 03 OBRA DE MARIA X 01 P. DA EDUCAÇÃO X X X 03

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A. DE COMUNIDADE X X X X X X X 07 APOSTOLADO X X X X X X X X X X 10 CONG. MARIANA X 01 ECON. E FINANÇAS X X X X X X X X X X 10 M NÃO ORDENADOS X X X X x X X X X X 10 P. FAMILIAR X X X X X X X X X X 10 S.A.V. X X X X X X X X X X 10 CATEQUESE X X X X X X X X X X 10 P. ADOLESCENTE X X X X X X 06 LITURGIA X X X X X X X X X X 10 CANTO PASTORAL X X X X X X X X X X 10

TOTAL DA PARÓQUIA 22 24 25 20 17 20 25 16 18 14

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P. COMUNICAÇÃO X X X X X 05 P. AFRO 00 P. CARCERÁRIA X X X 03 P. DA CRIANÇA X X X X X X X X X X X 07 P. DA JUVENTUDE X X X X X X X X X X 10 P. DO MENOR 00 P. DA SOBRIEDADE X 01 P. FÉ E POLÍTICA X X X X 04 P. DOS SURDOS X X 02 P. DA PES. IDOSA X X X X X X 06 P. DA SAÚDE X X X X X X X X X X X 11 C.P.T. 00 S.S.V.P. X X 02

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A. MISSIONÁRIA X X 02 CRISTMA X X X X X 05 CURSILHO X X X X X X X X X 09 E.C.C. X X X X X X X 07 JUV. MARIANA X 01 R.C.C X X X X X X X X X X X 11

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ICA

ECUMENISMO 00 ENSINO RELIGIOSO 00 OBRA DE MARIA 00 P. DA EDUCAÇÃO X X 02

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A. DE COMUNIDADE X X X X X X X 07 APOSTOLADO X X X X X X X X X X X X X X 14 CONG. MARIANA X X 02 ECON. E FINANÇAS X X X X X X X X X X X X X X 14 M NÃO ORDENADOS X X X X X X X X X X X X 14 P. FAMILIAR X X X X X X X X X X X 11 S.A.V. X X X X X X X 07 CATEQUESE X X X X X X X X X X X X X X 14 P. ADOLESCENTE X X X X X X 06 LITURGIA X X X X X X X X X X X X X X 14 CANTO PASTORAL X X X X X X X X X X X X X X 14

TOTAL DA PARÓQUIA 19 23 08 23 12 16 13 11 19 15 12 15 08 12

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A. MISSIONÁRIA X X 02 CRISTMA X X X X 04 CURSILHO X X X X X X X 07 E.C.C. X X X X X X X X X X X X X 13 JUV. MARIANA X X X 03 R.C.C X X X X X X X X X X X X X X X 15

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A. DE COMUNIDADE X X X X X X X X X X X X X X 14 APOSTOLADO X X X X X X X X X X X X X X X X 16 CONG. MARIANA X X X X X X 06 ECON. E FINANÇAS X X X X X X X X X X X X X X X X 16 M NÃO ORDENADOS X X X X X X X X X X X X X X X X 16 P. FAMILIAR X X X X X X X X X X X X X X X 16 S.A.V. X X X X X X X X X X X 11 CATEQUESE X X X X X X X X X X X X X X X X 16 P. ADOLESCENTE X X X X X X X 10 LITURGIA X X X X X X X X X X X X X X X X 16 CANTO PASTORAL X X X X X X X X X X X X X X X X 16

TOTAL DA PARÓQUIA 18 07 16 16 16 21 11 14 19 19 18 23 13 19 17 12

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PASTORAL DA COMUNICAÇÃO 11 08 05 06 30 51% PASTORAL AFRO 05 00 00 00 05 07% PASTORAL CARCERÁRIA 02 03 03 02 10 18% PASTORAL DA CRIANÇA 15 10 07 15 47 82% PASTORAL DA JUVENTUDE 09 07 10 06 32 54% PASTORAL DO MENOR 01 00 00 02 03 05% PASTORAL DA SOBRIEDADE 02 01 01 01 05 09% PASTORAL FÉ E POLÍTICA 02 02 04 02 10 18% PASTORAL DOS SURDOS 02 01 02 01 06 11% PASTORAL DA PESSOA IDOSA 10 09 06 06 31 52% PASTORAL DA SAÚDE 17 10 11 13 51 88% COMISSÃO PASTORAL DA TERRA 00 00 00 00 00 00% SOCIEDADE SÃO VICENTE DE PAULO 12 08 02 01 23 40%

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ANIMAÇÃO MISSIONÁRIA 06 04 02 02 14 23% CRISTMA 10 07 05 04 26 44% CURSILHO DE CRISTANDADE 18 10 09 07 44 75% ENCONTRO DE CASAIS COM CRISTO 08 08 07 13 36 61% JUVENTUDE MARIANA 02 01 01 03 07 13% RENOVAÇAO CARISMÁTICA CATÓLICA 15 09 11 15 50 86%

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ECUMENISMO 04 01 00 01 06 09% ENSINO RELIGIOSO 02 03 00 03 08 15% OBRA DE MARIA - FOCOLARES 00 01 00 00 01 02% PASTORAL DA EDUCAÇÃO 02 03 02 00 07 13%

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ANIMAÇAO DE COMUNIDADE 15 07 07 14 43 73% APOSTOLADO DE ORAÇÃO 18 10 14 16 58 100% CONGREGAÇÃO MARIANA 10 01 02 06 19 31% ECONOMIA E FINANÇAS 17 10 14 16 57 98% MINISTÉRIOS NÃO ORDENADOS 18 10 14 16 58 100% PASTORAL FAMILIAR 16 10 11 16 53 91% SERVIÇO DE ANIMAÇÃO VOCACIONAL 12 10 07 11 40 68% CATEQUESE 18 10 14 16 58 100% PASTORAL DO ADOLESCENTE 09 06 06 10 31 53% LITURGIA 18 10 14 16 58 100% CANTO PASTORAL 18 10 14 16 58 100%

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QUESTIONÁRIO. MÃES INTERCESSORAS PROMOÇÃO HUMANA EQUIPES DE NOSSA SENHORA LEGIÃO DE MARIA INFÂNCIA MISSIONÁRIA COROINHAS CAPELINHAS DA MÃE RAINHA PASTORAL DO BATISMO MOVIMENTO FAMILIAR CRISTÃO PASTORAL DO DÍZIMO

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CAPÍTULO III

URGÊNCIAS NA AÇÃO EVANGELIZADORA

27. Quando a realidade se transforma, devem, igualmente, se transformarem os caminhos pelos quais passa a ação evangelizadora. Instrumentos e métodos que deram certo em outros momentos históricos, com resultados que nos alegram profundamente, podem não apresentar, em nossos dias, condições de transmitir e sustentar a fé. Enquanto, em outros períodos da história, os discípulos missionários precisaram dar as razões de sua esperança como consequência de critérios firmemente aplicados, em nossos dias, são os próprios critérios que vêm experimentando abalo. Para não poucas pessoas a incerteza sobre como julgar a realidade e com ela interagir é muito grande. Por isso, estamos em uma mudança de época, pois ela já não atinge somente este ou aquele aspecto concreto da existência. As mudanças de época atingem os próprios critérios de compreender a vida, tudo o que a ela diz respeito, inclusive a própria maneira de entender Deus. O nome de Jesus Cristo é utilizado para expressar atitudes até mesmo opostas ao Reino de Deus, deixando confusos os que querem efetivamente viver o discipulado missionário.

28. Esta é a razão pela qual a Conferência de Aparecida

nos convoca a ultrapassar uma pastoral de mera conservação ou manutenção para assumir uma pastoral decididamente missionária, numa atitude que, corajosa e profeticamente, chamou de conversão pastoral. Assim como indica o desafio da mudança de época, Aparecida aponta a conversão pastoral como caminho para a ação evangelizadora. “Uma verdadeira conversão pastoral deve estimular-nos e inspirar-nos atitudes e iniciativas de autoavaliação e coragem de mudar várias estruturas pastorais em todos os níveis, serviços, organismos, movimentos e associações. Temos necessidade urgente de viver na Igreja a paixão que norteia a vida de Jesus Cristo: o Reino de Deus, fonte de graça, justiça, paz e amor. Por esse Reino, o Senhor deu a vida”.

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29. Por certo, ao reconhecer a mudança de época como o maior desafio a ser atualmente enfrentado, o discípulo missionário não se esquece das ameaças à vida de pessoas, povos e até mesmo de todo o planeta. Estas ameaças permanecem e necessitam ser, corajosa e profeticamente, enfrentadas. Contudo, neste enfrentamento, o discípulo missionário se depara com a fragilidade dos critérios para ver, julgar e agir. Olhar, portanto, para a mudança de época e para o necessário (re)enraizamento de critérios, longe de significar o afastamento dos problemas concretos e urgentes da vida de nosso povo, significa buscar uma base realmente sólida para enfrentá- los. Caso contrário, o discípulo missionário poderá ser como o construtor ou o chefe que, não reconhecendo os novos desafios, vê a missão fracassar (cf. Lc 10,28-32). Voltar às fontes e recomeçar a partir de Jesus Cristo, longe de significar a preocupação consigo mesma, coloca a Igreja no mesmo caminho do amor-serviço aos sofredores desta terra. Porque deseja servir, a Igreja reconhece o momento histórico em que se encontra, sendo convocada a buscar caminhos para a transmissão e a sedimentação da fé, mesmo que, para isso, precise abandonar estruturas ultrapassadas que já não facilitem mais a transmissão da fé.

30. É, pois, neste sentido, que emergem algumas urgências

na evangelização que, por isso mesmo, devem estar presentes em todos os processos de planejamento e nos consequentes planos, independentemente do local onde as ações evangelizadoras aconteçam. Tais urgências dizem respeito à busca e ao encontro de caminhos para a transmissão e a sedimentação da fé, neste período histórico de transformações profundas. São o elo entre tudo que se faz em termos de evangelização em todo o Brasil. Mostram uma Igreja em comunhão com sua história, com as conclusões da Conferência de Aparecida e, por isso mesmo, com as demais Igrejas no Continente e com a realidade perplexa e sofrida do povo.

31. Por tudo isso, a Igreja no Brasil se empenhará em ser uma

Igreja em estado permanente de missão, casa da iniciação à vida cristã, fonte da animação bíblica de toda a vida, comunidade de comunidades, a serviço da vida em todas as suas instâncias. Estes aspectos encontram-se inevitavelmente ligados, de tal modo que

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assumir um deles exige que se assumam os outros. Estão sempre presentes na vida da Igreja, pois se referem a Jesus Cristo, à Igreja, à vida comunitária, à Palavra de Deus como alimento para a fé, à Eucaristia como alimento para a vida eterna e para o serviço ao Reino de Deus. Por seu testemunho e por suas ações pastorais, a Igreja suscita o desejo de encontrar Jesus Cristo. Este encontro se dá através do mergulho gradativo no mistério do Redentor. Daí a importância da iniciação à vida cristã, a qual não acontece plenamente se não se tem contato com a Escritura. Alimentando, iluminando e orientando toda a ação pastoral, a Bíblia transborda para a totalidade da existência de pessoas e grupos, tornando-se luz para o caminho (cf. Sl 119,105). Transformados por Jesus Cristo e comprometidos com o Reino de Deus, os discípulos missionários formam comunidades que não podem fechar-se em si mesmas, ao estilo de guetos ou ilhas. Por suas atitudes fraternas e solidárias, trabalhando incessantemente pela vida em todas as suas instâncias, tornam-se sinais de que o Reino de Deus vai se manifestando em nosso meio (cf. Mt 11,2-6; At 2,42), na vitória sobre o pecado e suas consequências.

1ª Urgência: Igreja em estado permanente de missão

Diagnóstico

32. A Igreja é indispensavelmente missionária. Existe para anunciar, por gestos e palavras, a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo. Fechar-se à dimensão missionária implica fechar-se ao Espírito Santo, sempre presente, atuante, impulsionador e defensor (Jo 14,16; MT 10,19-20). Em cada tempo e lugar, esta missão assume perspectivas distintas, nunca, porém, deixa de acontecer. Se hoje partilhamos a experiência cristã, é porque alguém nos transmitiu a beleza da fé, apresentou-nos Jesus Cristo, acolheu-nos na comunidade eclesial e nos fascinou pelo serviço ao Reino de Deus.

A atual consciência missionária interpela o discípulo

missionário a “sair ao encontro das pessoas, das famílias, das

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comunidades e dos povos para lhes comunicar e compartilhar o dom do encontro com Cristo” (DAp, n. 548).

Na medida em que as mudanças de época atingem os

critérios de compreensão, os valores e as referências, os quais já não se transmitem mais com a mesma fluidez de outros tempos, torna-se indispensável anunciar Jesus Cristo, apresentando, com clareza e força testemunhal, quem é Ele e qual sua proposta para toda a humanidade.

São as ameaças à vida, frutos de uma cultura de morte,

que questionam os discípulos missionários a anunciarem, principalmente através do testemunho, a beleza do Reino de Deus, que é vida, paz, concórdia, reconciliação (cf. Gl 5,22s).

Neste redescobrir missionário, emerge, em primeiro lugar,

o papel de cada pessoa batizada em todos os lugares e situações em que se encontrar. Trata-se do testemunho pessoal, base sobre a qual o explícito anúncio haverá de ser construído.

Em segundo lugar, surge a urgência de pensar estruturas

pastorais que favoreçam a realização da atual consciência missionária. É neste sentido que se entende a convocação de Aparecida à conversão pastoral, através da qual se ultrapassam os limites de uma “pastoral de mera conservação para uma pastoral decididamente missionária” (DAp, n. 370).

Não se trata, contudo, de conceber a atitude missionária

ao lado de outros serviços ou atividades, mas de dar a tudo que se faz um sentido missionário, estabelecendo, neste conjunto de atividades desenvolvidas, algumas urgências que ajudem todos os batizados a efetivamente se reconhecerem como missionários.

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Perspectivas de ação

33. No processo de evangelização, o testemunho é condição para o anúncio. A própria comunidade cristã precisa ser ela mesma anúncio, pois o mensageiro é também Mensagem. Os mensageiros são, antes de tudo, testemunhas daquilo que viram, encontraram e experimentaram. A comunidade reunida no amor e na oração é a atestação mais palpável de que Deus está entre nós.

Respaldada pelo testemunho, na sequência apresenta-se a

necessidade do anúncio explícito, da pregação do Evangelho, nas mais variadas formas que o ministério da Palavra pode assumir. Na ação pastoral, cabe a cada comunidade eclesial priorizar os grupos humanos ou as categorias sociais que merecem atenção especial. Entre eles estão os que vivem nas periferias das cidades, os jovens, os trabalhadores, os formadores de opinião etc.

As missões populares, indo ao encontro do apelo da Missão

Continental, têm se mostrado um caminho eficaz. As visitas sistemáticas nos locais de trabalho, nas moradias de estudantes, nas favelas e nos cortiços, nos alojamentos de trabalhadores, nas instituições de saúde, nos assentamentos, nas prisões, nos albergues e junto aos moradores de rua, entre outros, são testemunho de uma Igreja samaritana. A pastoral da visitação pode dar maior organicidade e eficácia a este serviço.

Atenção especial merecem os jovens. A beleza da juventude

e os inúmeros desafios para a plenitude de sua vida exigem urgentes iniciativas pastorais nas diversas instâncias de nossa ação evangelizadora. O combate à apologia e ao uso de drogas, a todo tipo de violência e extermínio de jovens, uma atraente proposta vocacional e a oferta de um itinerário para a organização de seu projeto pessoal de vida contribuirão com a vida plena desta parcela tão significativa de nossa Igreja e da sociedade.

Entre os grupos humanos aos quais deve se dirigir o anúncio

missionário, a partir de nossas comunidades eclesiais, estão também os povos indígenas e os afro-brasileiros.

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Contradiz a dinâmica do Reino de Deus e a concepção de uma Igreja em estado permanente de missão, a existência de comunidades eclesiais fechadas em torno de si mesmas, sem serviço à sociedade, sem diálogo com as culturas e com as demais igrejas e religiões. Numa Igreja decididamente missionária, lutar pela unidade dos cristãos é fundamental, por isso, um grande desafio é o ecumenismo, não feito de manifestações de bons sentimentos, mas de gestos concretos. Outro desafio é o diálogo inter-religioso, o encontro fraterno e respeitoso com os seguidores de religiões não cristãs e com todas as pessoas empenhadas na busca da justiça e na construção da fraternidade universal.

Uma Igreja em estado permanente de missão nos interpela,

finalmente, à missão ad gentes. Uma Igreja Particular não pode esperar atingir a plena maturidade eclesial para, só então, começar a se preocupar com a missão para além de seu território. A maturidade eclesial é conseqüência e não apenas condição de abertura missionária.

Propostas do Regional Sul II

1. Priorizar, na realização da missão permanente, os pequenos grupos, dentre eles os grupos bíblicos e grupos de famílias;

2. Preparar e capacitar as lideranças para a missão. Proporcionar motivação e formação missionária ad gentes aos padres, aos seminaristas e leigos, a fim de que se disponham com facilidade para as missões nas igrejas-irmãs, especialmente na Amazônia e na África;

3. A paróquia deve favorecer o acolhimento das pessoas, sejam nas celebrações litúrgicas, nas comunidades, nas secretarias paroquiais, nas horas de sofrimento e de dor e em todos os momentos procurando estabelecer horários compatíveis com todos.

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4. Missionarizar todas as atividades da paróquia, priorizando as áreas afastadas e os afastados. Atingir os indígenas, os encarcerados, hospitais, ciganos e outros;

5. Articular e fomentar o trabalho com a juventude em âmbito de diocese e paróquia.

2ª Urgência: Igreja, casa da iniciação à vida cristã

Diagnóstico

34. A fé é dom de Deus! “Não se começa a ser cristão por uma decisão ética ou uma grande ideia, mas pelo encontro com um acontecimento, com uma Pessoa, que dá um novo horizonte à vida e, com isso, uma orientação decisiva” (DAp, nn. 12,243- 244). Por sua vez, este encontro é mediado pela ação da Igreja, ação que se concretiza em cada tempo e lugar, de acordo com o jeito de ser de cada povo, de cada cultura. A descoberta do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, dom salvífico para toda a humanidade, não acontece sem a mediação dos outros (cf. Rm 10,14).

Em outros tempos, a família, a escola e a sociedade em geral, ao mesmo tempo em que ajudavam a pessoa a se inserir na cultura, também contribuíam para que a mesma se inserisse na comunidade eclesial.

Hoje, estas instituições já não cumprem este papel, o que

exige uma radical transformação no modo de concretizar a ação evangelizadora. O anúncio de Jesus Cristo não pode ser encarado como algo já dado. Exige por parte da comunidade eclesial um efetivo processo de iniciação dos batizandos e dos batizados à vida cristã. Este é um dos mais urgentes sentidos do termo missão em nossos dias. É o desafio de anunciar Jesus Cristo, recomeçando a partir dele, sem “dar nada como pressuposto ou descontado”

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(DAp, n. 549). É preciso ajudar as pessoas a conhecer Jesus Cristo, fascinar-se por Ele e optar por segui-lo.

A iniciação cristã, entretanto, não se esgota na preparação

aos sacramentos do Batismo, Crisma e Eucaristia. Ela se refere à adesão a Jesus Cristo. Esta adesão deve ser feita pela primeira vez, mas refeita, fortalecida e ratificada tantas vezes quantas o cotidiano exigir.

O processo permanente de iniciação apresenta uma série

de exigências para a evangelização: acolhida, diálogo, partilha, bem como maior familiaridade com a Palavra de Deus e a vida em comunidade. Em segundo lugar, implica estruturas, isto é, grupos de estilo catecumenal nos mais diversos lugares e horários, sempre disponíveis a acolher, apresentar Jesus Cristo e dar as razões da nossa esperança (cf. 1Pd 3,15). Implica, assim, um novo perfil de agente evangelizador, no qual o Ministério dos(as) introdutores(as) e catequistas assuma papel preponderante. Eles são a ponte entre o coração que busca descobrir ou redescobrir Jesus Cristo e seu seguimento na comunidade de irmãos, em atitudes coerentes e na missão de colaborar na edificação do Reino de Deus.

Perspectivas de ação

35. Diante do grande contingente de católicos não suficientemente evangelizados, a iniciação cristã precisa estar presente em nossas comunidades eclesiais. Trata-se de uma catequese permanente, não limitada à formação doutrinal, mas abarcando a vida cristã como um todo.

O processo de iniciação cristã, que leva ao encontro pessoal

com Jesus Cristo, se expressa: na oração pessoal, na freqüência à liturgia, na vida comunitária e no compromisso apostólico, mediante o serviço aos demais. As diversas manifestações de piedade popular são também lugar de iniciação cristã, que precisam ser valorizadas e, onde necessário, purificadas.

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No contexto em que vivemos, marcado pelo pluralismo e pelo subjetivismo, desencadear o processo de iniciação à vida Cristã implica grande atenção às pessoas, com atendimento personalizado. Trata-se de estabelecer um diálogo interpessoal, de reflexão sobre a experiência de vida, abrindo-a a seu verdadeiro sentido.

No processo de iniciação à vida cristã, deve-se ter

consciência que, mesmo em se tratando da Boa Nova, não se pode impô-la. A pedagogia evangélica consiste na persuasão do interlocutor pelo testemunho de vida e por uma argumentação sincera e rigorosa, que estimula a busca da verdade. Faz-se necessário também, dar grande valor a relação interpessoal, no seio de uma comunidade eclesial. As pessoas não buscam em primeiro lugar as doutrinas, mas o encontro pessoal, o relacionamento solidário e fraterno, a acolhida, vivência implícita do próprio Evangelho. Vale lembrar que, o lugar da iniciação cristã é a comunidade eclesial.

A formação dos discípulos missionários precisa articular

fé e vida e integrar cinco aspectos fundamentais: o encontro com Jesus Cristo; a conversão; o discipulado; a comunhão e a missão. Tal formação não se reduz a cursos, pois integra a vivência comunitária, a participação nas celebrações e encontros, a interação com os meios de comunicação, a inserção nas diferentes atividades pastorais e espaços de capacitação, movimentos e associações. A formação dos leigos e leigas precisa ser uma das prioridades da Igreja Particular, dado que é um direito e dever para todos.

Propostas do Regional Sul II

1. Adaptar a catequese com crianças e adolescentes ao processo de iniciação cristã, fazendo com que a inspiração iniciática e catecumenal seja mais forte que a sacramentalista;

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2. Incentivar a comunidade para que seja o espaço da iniciação cristã, envolvendo a fé e integrando o encontro com Jesus Cristo, a conversão, o discipulado, a comunhão e a missão;

3. Investir na formação de lideranças, principalmente os introdutores no anúncio da doutrina cristã e na formação continuada;

4. Favorecer o encontro pessoal com Jesus Cristo, atingindo a todos, crianças, adolescente, jovens e adultos.

5. Desenvolver um itinerário de catequese permanente, envolvendo as diversas linhas de pastoral, a partir do kerigma.

3ª Urgência: Igreja, lugar de animação bíblica da vida e da pastoral

Diafnóstico

36. Deus se dá a conhecer no diálogo que estabelece conosco. O contato profundo e vivencial com as Escrituras é condição indispensável para encontrar a pessoa e a mensagem de Jesus Cristo e aderir ao Reino de Deus.

É, pois, no contato eclesial com a Palavra de Deus que o

discípulo missionário, permanecendo fiel, vai encontrar forças para atravessar um período histórico de pluralismo e grandes incertezas. Não há, pois, discípulo missionário sem efetivo contato com a Palavra de Deus, um contato que atinge toda a vida e que é transmitido aos irmãos e irmãs. Esse encontro gera solidariedade, justiça, reconciliação, paz e defesa de toda a criação. Dirige-se a crianças, jovens, adultos, idosos, migrantes, doentes, pobre e pecadores.

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Ao se curvar diante da Palavra, o discípulo missionário sabe que não o faz isoladamente. Ele acolhe o dom da Palavra na comunhão com esta mesma Palavra e com todos que também a acolhem. Acolhe o dom da Palavra na Igreja e com toda a Igreja. Assim, a Palavra é saboreada na alteridade, na gratuidade e também na eclesialidade.

São vários os métodos de leitura da Bíblia. A Conferência

de Aparecida destacou a Leitura Orante como caminho para o encontro com a Palavra de Deus. Nela, o discípulo missionário acolhe a Palavra como dom, mergulha na riqueza do texto sagrado e, sob o impulso do Espírito, assimila esta Palavra na vida e na missão.

Podemos dizer que a animação bíblica de toda a pastoral

vai além de uma pastoral bíblica especializada, que nos conduzir a uma iluminação bíblica de toda a vida, porque é um caminho de conhecimento e interpretação da Palavra, um caminho de comunhão e oração com a Palavra e um caminho de evangelização e proclamação da Palavra.

A Igreja, como casa da Palavra deve, antes de tudo, privilegiar

a Liturgia, pois esta é o âmbito privilegiado onde Deus fala à comunidade. Nela Deus fala e o povo escuta e responde. Cada ação litúrgica está, por sua natureza, impregnada da Escritura Sagrada.

Perspectivas de ação

37. A vida cristã e todos os serviços eclesiais precisam estar fundamentados na Palavra de Deus e serem por ela iluminados. Para isso, estimulem-se as iniciativas que permitam colocar a Bíblia nas mãos de todos, especialmente dos mais pobres. No entanto, não basta possuir. É necessário que a pessoa seja ajudada a ler corretamente a Escritura. Para tanto, sejam criadas ou fortalecidas equipes de animação bíblica da pastoral, com a específica missão de propiciar meios de aproximação de cada pessoa à Palavra de Deus.

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Tais equipes precisam proporcionar retiros, cursos, encontros, subsídios para a leitura individual, familiar e em pequenos grupos da Palavra de Deus.

Dentre as diferentes formas de animação bíblica da pastoral,

sobressaem, em particular, aquelas que reúnem grupos de famílias, círculos bíblicos e pequenas comunidades em torno à meditação e vivência da Palavra, em estreita relação com seu contexto social.

Merece destaque e importância a contribuição de cursos e

escolas bíblicas, voltados, sobretudo, a leigos e leigas.

É importante favorecer o conhecimento da Palavra de Deus “entre os agentes culturais, mesmo nos ambientes secularizados e entre os não crentes” (VD, n. 110), assim como nas escolas e universidades, sobretudo através da educação religiosa.

Importa saber utilizar o espaço “dos novos meios de

comunicação social, especialmente a internet com inúmeras redes sociais, que constituem um novo fórum onde fazer ressoar o Evangelho”, ainda com o cuidado para que o mundo virtual jamais substitua o mundo real, pois “o encontro pessoal permanece insubstituível” (VD, n. 113).

Seja incentivada e reforçada a prática da Leitura Orante da Bíblia, conforme orientações da Igreja.

Investir, com afinco, na animação bíblica da pastoral e em agentes e equipes leva à instituição e à formação continuada dos ministros e ministras da Palavra. Implica a “necessidade de cuidar, com uma adequada formação, do exercício do múnus de leitor na celebração litúrgica (VD, n.58).

Especial atenção merece a homilia, que precisa atualizar

a mensagem da Bíblia de tal modo que os fiéis sejam levados a descobrir a presença e a eficácia da Palavra de Deus, no momento atual de sua vida

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Propostas do Regional Sul II

1. Possibilitar o acesso à Bíblia a todos com a devida formação bíblica, levando a uma maior familiaridade com a Palavra de Deus em nível pessoal e comunitário;

2. Capacitar leigos e leigas para exercer o ministério da Palavra, para que as comunidades sejam alimentadas e formadas pela Palavra de Deus;

3. Privilegiar o método da Leitura Orante com seus 4 (quatro) passos: leitura, meditação, oração e contemplação;

4. Incrementar a animação bíblica em todas as pastorais, movimentos e serviços;

5. Melhorar a qualidade das homilias nas celebrações eucarísticas.

4ª Urgência: Igreja, comunidade de comunidades

Diagnóstico

38. O discípulo missionário de Jesus Cristo faz parte do Povo de Deus (cf. 1Pd 2,9-10; LG, n. 9) e necessariamente vive sua fé em comunidade. “A dimensão comunitária é intrínseca ao mistério e à realidade da Igreja, que deve refletir a Santíssima Trindade” (DAp, n. 304). Sem vida em comunidade, não há como efetivamente viver a proposta cristã, isto é, o Reino de Deus. A comunidade acolhe, forma e transforma, envia em missão, restaura, celebra, adverte e sustenta.

Concretamente, para a maioria dos nossos fiéis, a relação

com a Igreja se restringe aos chamados serviços paroquiais. É aí que a maioria das pessoas, atualmente, se relaciona com a Igreja. Por isso, as paróquias têm um papel fundamental na evangelização e precisam tornar-se sempre mais comunidades vivas e dinâmicas de discípulos missionários de Jesus.

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A setorização da paróquia pode favorecer o nascimento de comunidades, pois valoriza os vínculos humanos e sociais. Assim, a Igreja se faz presente nas diversas realidades, vai ao encontro dos afastados, promove novas lideranças e a iniciação à vida cristã acontece no ambiente em que as pessoas vivem.

Num mundo plural, não se pode querer um único modo de ser

comunidade. O Espírito sopra onde quer e nenhuma concretização comunitária possui o monopólio da ação deste mesmo Espírito. Nenhuma deve chamar para si a primazia sobre as demais, pois todos os membros do corpo possuem igual valor (cf. 1Cor 12,12ss). A comunidade eclesial deve abrir-se para acolher dinamicamente os vários carismas, serviços e ministérios. De cada uma dessas comunidades, exige-se que sejam alicerçadas na Palavra de Deus, celebrem e vivam os sacramentos, manifestem seu compromisso evangelizador e missionário, principalmente com os afastados, sejam solidárias com os mais pobres.

Importa reconhecer que o investimento nestas pequenas

comunidades traz consigo o desafio de se pensar naqueles que as vão pastorear, bem como na diversificação dos ministérios confiados aos leigos. A pastoral vocacional se torna prioritária neste novo momento da história da evangelização.

Perspectivas de ação

39. No interior da comunidade eclesial, o diálogo é o caminho para uma boa convivência e o aprofundamento da comunhão. Neste sentido, grande é o desafio da educação para a vivência da unidade na diversidade, fundada no princípio de que todos são irmãos e iguais em dignidade (cf. Gl 3,28).

A paróquia tem importante papel na vivência da fé, por isso,

é urgente que se torne, cada vez mais, comunidade de comunidades vivas e dinâmicas. As paróquias, de modo geral, precisam de renovação e “reformulação de suas estruturas, para que sejam rede

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de comunidades e grupos”, capazes de propiciar a seus membros uma real experiência “de discípulos e missionários de Jesus Cristo, em comunhão” (DAp, nn. 172-173).

Entre as formas de renovação da paróquia está a urgência

de sua “setorização em unidades territoriais menores, com equipes próprias de animação e de coordenação que permitam maior proximidade com as pessoas e grupos que vivem na região” (DAp, n. 372).

Fruto de longa experiência em muitas regiões do Brasil,

destacam-se as CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), forma privilegiada de vivência comunitária da fé, inseridas no seio da sociedade em perspectiva profética.

“Junto com as CEBs, existem outras formas válidas de

pequenas comunidades, e inclusive redes de comunidades, de movimentos, de grupos de vida, de oração e de reflexão da Palavra de Deus” (DAp, n. 180).

Para que a nossa seja de fato uma Igreja comunidade de

comunidades, faz-se necessário promover: a) a diversidade ministerial, na qual todos, trabalhando em comunhão, manifestam a única Igreja de Cristo; b) o carisma da vida consagrada, em suas dimensões apostólica e contemplativa, presente em fronteiras missionárias; c) a formação e o funcionamento de comissões, assembleias pastorais e conselhos, tanto em âmbito pastoral como em âmbito econômico-administrativo; d) a articulação das ações evangelizadoras, através da pastoral orgânica e de conjunto, para evitar o contra-testemunho da divisão e a competição entre grupos.

A efetivação de uma Igreja comunidade de comunidades

com espírito missionário, manifesta-se também na bela experiência das paróquias-irmãs. Faz-se necessário estimular, sempre mais, com oportunas iniciativas, a partilha e a comunhão dos recursos da Igreja do Brasil.

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Propostas do Regional Sul II

1. Assumir com urgência a setorização das paróquias;

2. Estimular e fortalecer os conselhos das paróquias e comunidades, como um meio de articulação da ação evangelizadora e descentralização burocrática;

3. Estimular o protagonismo dos leigos através da sua participação também no planejamento, nas decisões e na avaliação, e não somente na execução;

4. Fortalecer a Pastoral Familiar como meio de ajudar a família a se tornar a primeira e fundamental experiência de comunidade;

5. Inspirar as comunidades no modelo das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), uma vez que, além de todos os elementos eclesiais, levam ao compromisso social em nome do Evangelho, e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres.

5ª Urgência: Igreja a serviço da vida plena para todos

Diagnóstico

40. “O Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus. Amorosamente acolhido cada dia pela Igreja, há de ser fiel e corajosamente anunciado como Boa-Nova aos homens de todos os tempos e culturas” (EV, n.1).

A Igreja no Brasil sabe que “nossos povos não querem

andar pelas sombras da morte. Têm sede de vida e felicidade em Cristo” (DAp, n. 350). Por isso, proclama com vigor que “as condições de vida de muitos abandonados, excluídos e ignorados em sua miséria e dor, contradizem os projeto do Pai e desafiam os discípulos missionários a maior compromisso a favor da cultura da vida” (DAp, n. 358).

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Num tempo que tende a privilegiar o indivíduo, a ganância e o culto ao corpo em detrimento do bem comum, o discípulo missionário sabe que Jesus Cristo veio dar a vida em resgate de todos, voltando-se de modo especial para a ovelha perdida, desgarrada, fragilizada. O discípulo missionário não se cala diante da vida impedida de nascer seja por decisão individual, seja pela legalização do aborto. Não se cala igualmente diante da vida sem alimentação, casa, terra, trabalho, educação, saúde, lazer, liberdade, esperança e fé. Não se cala diante das agressões sofridas pela vida no planeta, dilapidada, tanto ética quanto ecologicamente, pelo uso ganancioso e irresponsável.

Os discípulos missionários reconhecem que os pobres e

excluídos são sujeitos da evangelização e da promoção humana integral. Em tudo isso, a Igreja reconhece a importância da atuação no mundo da política e assim incentiva os leigos e leigas à participação ativa e efetiva nos diversos setores diretamente voltados para a construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário.

Perspectivas de ação

41. Em meio a um mundo marcado por tantos sinais de morte e inúmeras formas de exclusão, “a Igreja, em todos os seus grupos, movimentos e associações, animados por uma Pastoral Social estruturada, orgânica e integral” (DAp, n. 401), tem a importante missão de defender, cuidar e promover a vida, em todas as suas expressões.

O serviço à vida começa pelo respeito à dignidade da pessoa

humana, através de iniciativas como: a) defender e promover a dignidade da vida humana em todas as etapas da existência, desde a fecundação até a morte natural; b) tratar o ser humano como fim e não como meio; c) tratar todo ser humano sem preconceito nem discriminação, acolhendo, perdoando, recuperando a vida e a liberdade de cada pessoa.

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Um olhar especial merece a família. Tamanha é sua importância que precisa ser considerada “um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora” (DAp, nn. 118; 302) e, portanto, respaldada por uma pastoral familiar intensa, vigorosa e frutuosa.

Crianças, adolescentes e jovens, que constituem parcela

importante da população brasileira, precisam de maior atenção por parte de nossas comunidades eclesiais. Além da pastoral da juventude e em sintonia com ela, é urgente uma pastoral infanto- juvenil mais consistente e efetiva em nossas Igrejas.

No serviço à vida, é necessário acompanhar as alegrias e

preocupações dos trabalhadores e das trabalhadoras. Urge lutar contra o desemprego e o subemprego. Atenção especial merecem também os migrantes, forçados pela busca de trabalho e moradia.

Cabe aos cristãos apoiar as iniciativas em prol da inclusão

social e o reconhecimento dos direitos das populações indígena e africana.

Importante campo de ação, hoje, é educar para a preservação

da natureza e o cuidado com a ecologia humana, através de atitudes que respeitem a biodiversidade e de ações que zelem pelo meio- ambiente.

Incentive-se cada vez mais a participação social e política

dos cristãos leigos e leigas nos diversos níveis e ações concretas. Incentive-se a participação, ativa e consciente, nos Conselhos de Direitos.

Como cidadãos cristãos, cabe nos empenharmos na busca

de políticas públicas que ofereçam as condições necessárias ao bem-estar de pessoas, famílias e povos. Urge uma presença mais efetiva da Igreja em regiões suburbanas. Especial atenção precisa ser dada à pastoral carcerária, pois ela é mediação importante para a presença eficaz da Igreja junto à numerosa população reclusa em condições desumanas.

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Tarefa de grande importância é a formação de pensadores e pessoas que estejam em níveis de decisão, evangelizando com especial atenção e empenho, os “novos areópagos” (DAp 491): o mundo universitário; o mundo da comunicação social; o mundo dos empresários, dos políticos, dos formadores de opinião no mundo do trabalho, dos dirigentes sindicais e comunitários. Cabe também incentivar a pastoral da cultura, viva e atuante, através de centros culturais católicos e de projetos que visem atingir os núcleos de criação e difusão cultural.

O empenho da Igreja pela promoção humana e pela justiça

social exige amplo e decidido esforço para educar a comunidade eclesial como um todo no conhecimento e na aplicação da Doutrina Social da Igreja, como decorrência imprescindível da própria fé cristã.

Propostas do Regional Sul II

1. Defender e promover a dignidade da vida humana, desde a fecundação até a morte natural. Ênfases: meio ambiente, dependentes, vítimas da violência, prostituição e marginalização;

2. Fortalecer na paróquia e comunidades as pastorais sociais atividades ligadas à Caritas;

3. Incentivar a participação social e política dos cristãos leigos e leigas nos diversos níveis, instituições, conselhos municipais e estaduais;

4. Estimular lideranças das comunidades para que conheçam a Doutrina Social da Igreja;

5. Ter uma pastoral social estruturada, orgânica e integral, tanto em nível diocesano quanto paroquial, dotada de recursos humanos e materiais suficientes.

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CAPÍTULO IV

PRIORIDADES DA AÇÃO EVANGELIZADORA NA DIOCESE DE APUCARANA: MISSÃO, JUVENTUDE E FAMÍLIA

42. Ao longo do primeiro semestre de 2012, nas reuniões

do Conselho Diocesano da Ação Evangelizadora, chegou-se à conclusão acerca da necessidade de propor a toda a Diocese de Apucarana algumas prioridades na ação evangelizadora. São elas: a Missão, a Juventude e a Família. Tais prioridades devem ser trabalhadas por todos – presbíteros, diáconos, religiosos(as), leigos e leigas, pastorais, serviços, movimentos e associações, presentes em nossa Igreja Particular – ao longo dos próximos três anos. De modo algum estas prioridades devem abafar as urgências na ação evangelizadora propostas pelas DGAE 2011-2015, pelo contrário, pretendem ser uma forma criativa de responder às urgências.

MISSÃO

43. “A Conferência de Aparecida nos convocou a ser uma Igreja toda missionária e em estado permanente de missão: “Ai de mim se não evangelizar!” (1Cor 9,16). A Igreja nasce da missão e existe para a missão. Existe para os outros e precisa ir a todos. No processo de evangelização, o testemunho é condição para o anúncio. A própria comunidade cristã precisa ser ela mesma anúncio, pois o mensageiro é também Mensagem. Os mensageiros de Jesus Cristo são, antes de tudo, testemunhas daquilo que viram, encontraram e experimentaram. Este fato implica irradiar a presença de Deus, de Jesus Cristo, Deus-Conosco, e, na força do Espírito Santo, proclamar com a palavra e com a vida que Cristo está vivo entre nós. Vendo a comunidade cristã reunida no amor e em oração, as pessoas de hoje exclamarão, como o visitante de quem fala Paulo aos Coríntios: ‘Verdadeiramente, Deus está entre vós!’ (1Cor 14,25).” (DGAE 2011-2015, n. 76)

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Nosso primeiro objetivo é “missionarizar”, na medida do possível, todas as atividades eclesiais realizadas em nossa diocese. Despertar nos cristãos católicos o ardor missionário é uma tarefa primordial em nossa ação evangelizadora. Para tanto, e tendo em vista o Jubileu de Ouro de nossa Diocese, pretendemos realizar as Santas Missões Populares no ano de 2015. São elas uma oportunidade muito boa para formar, entusiasmar e enviar os fiéis para a missão. São também nosso jeito de celebrar a vida e os trabalhos de tantos que ajudaram a construir nossa Igreja Particular. Para que a celebração das Missões Populares seja frutuosa, pretendemos:

Em 2012:

1º. Passo

Criar o COMIDI – Conselho Missionário Diocesano. O COMIDI, formado por presbíteros, religiosos(as), diáconos, leigos e leigas, é chamado a organizar o trabalho missionário na Diocese. Sob a direção do Senhor Bispo e de um padre assessor, esse grupo de cristãos apaixonados pela missão, tem a responsabilidade de incentivar iniciativas missionárias na Igreja Particular, através de encontros, momentos de formação, preparação de material, organização de calendários etc.

Em 2013:

2º. Passo

Criar e formar os COMIPA’s – Conselho Missionário Paroquial

O Conselho Missionário Paroquial (COMIPA) é um organismo eclesial paroquial, em comunhão com o COMIDI (Conselho Missionário Diocesano), formado por representantes das pastorais e movimentos da paróquia.

O COMIPA tem como finalidades e atribuições:

1. Animar missionariamente as pastorais;

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2. Planejar e avaliar a ação e animação missionária da paróquia conforme suas características e programações;

3. Inserir a dimensão Missionária e Universal na vida e na

ação Evangelizadora e pastoral da paróquia, a fim de que se torne decididamente Missionária;

4. Promover e incentivar agentes de formação Missionária

dos Agentes de Pastoral,

5. Incentivar e estimular a Paróquia na criação e Formação da Infância Missionária e Juventude Missionária;

6. Promover dias de formação e animação missionária para

a comunidade.

3º. Passo

Preparar o material para formação dos missionários.

Sob a direção do COMIDI, a Diocese preparará e oferecerá aos missionários um material para sua formação humana e cristã. Esse material poderá ter como base a Bíblia e o Catecismo (proposta do Ano da Fé) e servirá como “formação permanente” para nossos Diáconos e leigos (iniciação à vida cristã). Nessa etapa do trabalho missionário, de certo modo, respondemos a três urgências da ação evangelizadora: Igreja em estado permanente de missão; Igreja, casa da iniciação à vida cristã e Igreja, lugar da animação bíblica da vida e da pastoral.

Em 2014:

4º. Passo

Convocar os missionários “paroquiais” e formá-los.

Sob a direção do COMIDI e dos COMIPA’S, os missionários serão preparados para as Santas Missões Populares nas paróquias e, possivelmente, nos decanatos.

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Em 2015

5º. Passo

Realizar as Santas Missões Populares

Através de visitas às famílias, de encontros celebrativos e outras atividades, nossas paróquias serão convidadas a trabalhar a missão com empenho e disponibilidade. Os párocos, juntamente com os Conselhos Paroquiais, poderão priorizar determinadas áreas do território da Paróquia ou determinados grupos, juntos aos quais serão realizadas as atividades das Santas Missões. Esse é, por excelência, o espaço da criatividade dos padres, diáconos e leigos. Cada Paróquia terá liberdade para fazer as os trabalhos missionários do modo como achar melhor. Não será permitido ficar de braços cruzados. Isso não. Deus nos livre do comodismo e da preguiça.

Na Solenidade de Cristo Rei do Universo de 2015

celebraremos o “Jubileu” Diocesano dos Missionários e Missionárias. Nessa festa, apresentaremos ao Senhor os frutos de nosso trabalho, bem como nossa alegria e disposição em servi-lo na Diocese de Apucarana.

Que metas pretendemos no horizonte da missão:

Ao findar deste Plano Diocesano, gostaríamos de apresentar ao Senhor como frutos da prioridade “missão:

a. O COMIDI – como organismo permanente de articulação

e promoção de atividades missionárias a nível diocesano;

b. Os COMIPA’s – como organismos paroquiais responsáveis por “missionarizar” as atividades das paróquias;

c. A articulação, em nível diocesano, da Infância Missionária;

d. Uma Igreja em estado permanente de missão.

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JUVENTUDE

44. “Atenção especial merecem os nossos jovens. A beleza da juventude e os inúmeros desafios para a plenitude de sua vida exigem urgentes iniciativas pastorais nas diversas instâncias de nossa ação evangelizadora. O Documento 85 da CNBB motiva e norteia nossos projetos em vista disso. A crescente participação do Brasil nas JMJ nos convida, também, à organização de um caminho que garanta o crescimento da animação dos jovens em vista de sua identidade de discípulos missionários de Jesus Cristo. O combate à apologia e ao uso de drogas, a todo tipo de violência e extermínio de jovens, uma atraente proposta vocacional e a oferta de um itinerário para a organização de seu projeto pessoal de vida contribuirão com a vida plena desta parcela tão significativa de nossa Igreja e sociedade.” (DGAE 2011-2015, n. 81)

É-nos dada uma oportunidade de ouro para fortalecer a

evangelização da juventude em nossa Diocese. Há pouco tempo a CNBB lançava o Documento 85, sobre este tema. Em 2013, a juventude será tema da Campanha da Fraternidade e, pela primeira vez a Jornada Mundial de Juventude (JMJ) acontecerá no Brasil, na cidade do Rio de Janeiro. Esses acontecimentos chamam nossa atenção para a juventude e nos estimulam a promover mais eficazmente sua evangelização. Para que isso ocorra, é necessário valorizar o trabalho já realizado pela Pastoral da Juventude, pelos movimentos de espiritualidade e por aqueles organismos eclesiais que trabalham com jovens. Nossas Paróquias precisam criar espaços para que os jovens se reúnam, rezem, sejam evangelizados e evangelizem.

Em nível diocesano pretendemos:

Em 2012:

1º. Passo

Formar o “Setor Juventude” Diocesano

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Leigos oriundos das Pastorais, Movimentos e Associações voltados para a juventude: Pastoral da Juventude, Pastoral do Adolescente, Catequese, Cursilho, Renovação Carismática, Marianos, Movimento Eucarístico Jovem, Juventude Palotina etc.

2º. Passo

Elaborar o calendário de atividades e preparar alguns eventos diocesanos: Bote fé na vida (22/07), DNJ 2012 e recepção da Cruz da JMJ e do Ícone de Nossa Senhora.

Em 2013:

3º. Passo

Recepcionar a Cruz da JMJ e o Ícone de Nossa Senhora, no dia 12/02 – Carnaval

4º. Passo

Realizar a Campanha da Fraternidade 2013, que terá como tema a Juventude.

5º. Passo

Celebrar a Semana Missionária, de 15 a 20 de julho (semana que antecede a JMJ Rio 2013), com a presença de jovens de outros países.

6º. Passo

Celebração da JMJ Rio 2013, de 23 a 28 de julho

7º. Passo

Pós-JMJ: Que trabalhos podemos realizar com nossos jovens?

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a. Criação dos “Grupos de Vida”:

Na tentativa de favorecer a evangelização da juventude e responder à urgência da animação bíblica da vida e da pastoral, pretendemos formar, em 10 paróquias-piloto, grupos de vida com jovens. Esses grupos seriam pequenos, uma espécie de grupo de amigos, não mais que 10 jovens, que se reuniriam (mensalmente?) para realizar a Lectio Divina, conforme material oferecido pela Diocese.

Para isso, seria necessário:

a) Escolher 10 paróquias que “topem” o desafio; b) Formar uma equipe que auxilie os grupos, sobretudo

quanto ao método da Lectio Divina;

c) Desenvolver o material que será utilizado (Equipe redacional);

d) Acompanhar os grupos, pelo menos ao longo de 1 ano.

b. Articulação de um trabalho diocesano de Pastoral Universitária

FAMÍLIA

45. “Um olhar especial merece a família, patrimônio da humanidade, lugar e escola de comunhão, primeiro local para a iniciação à vida cristã das crianças, no seio da qual, os pais são os primeiros catequistas. Tamanha é sua importância que precisa ser considerada ‘um dos eixos transversais de toda a ação evangelizadora’ (DAp, n. 435) e, portanto, respaldada por uma pastoral familiar intensa, vigorosa e frutuosa. A pastoral familiar poderá contribuir para que a família seja, de fato, lugar de realização humana, de santificação na experiência de paternidade, maternidade e filiação e de educação contínua e permanente da fé.” (DGAE, 2011-2015, n. 108).

1º. Passo

Formação do Setor Família – composto por representantes da Pastoral Familiar, Encontro de Casais com Cristo (ECC), Movimento Familiar Cristão (MFC), Equipes de Nossa Senhora, Grande Família do Sagrado Coração (GFASC) etc.

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2º. Passo

Discussão sobre calendário e realização de atividades em conjunto.

Semana Nacional da Família, encontros, retiros, momentos

formativos, palestras, peregrinações etc.

3º. Passo

Valorização dos Grupos de Vivência, da Hora da Palavra, da Novena de Natal e da Campanha da Fraternidade (Via Sacra) como atividades das famílias, como respostas às urgências da iniciação à vida cristã, da animação bíblica da vida e da pastoral e da formação de comunidades.

4º. Passo

Encontros personalizados: As paróquias nas quais a Pastoral Familiar trabalha com a preparação personalizada para noivos têm obtido resultados muito bons. Nesse processo de preparação para o matrimônio, ganham os noivos e ganham os agentes da Pastoral Familiar. A ideia é levar esse modelo de encontro de preparação para os sacramentos e a vida cristã para a Pastoral do Batismo (encontros personalizados para pais e padrinhos) e para catequizandos adultos (Iniciação Cristã de Adultos), além da preparação dos noivos, como é feito na maioria das paróquias da diocese.

5º. Passo

Elaboração de um material para a “catequese familiar”, como continuação dos encontros catequéticos realizados pelas paróquias. Os catequizandos deverão “estudar” junto com seus familiares, ao longo da semana, determinados conteúdos da fé cristã apresentados anteriormente nos encontros da catequese (formação cristã para as famílias e compromisso dos pais/responsáveis com a catequese de seus filhos).

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6º. Passo

Realizar, em cerca de 10 paróquias-piloto, um trabalho missionário de evangelização das famílias dos catequizandos da 1ª. etapa.

Como seria? Casais da comunidade – da Pastoral Familiar, do ECC, do MFC, das Equipes de Nossa Senhora, do Cursilho, da RCC etc. – seriam preparados adequadamente e, ao longo de um ano, em encontros mensais, se reuniriam com os familiares dos catequizandos da 1ª. etapa. Nesses encontros (catequese personalizada de adultos?!), estudariam alguns textos oferecidos pela Diocese. Seria um momento de “missão em família”. Poderia ajudar muito, o Projeto Santuário da Vida (de Londrina), que tem como objetivo trabalhar com os pais dos catequizandos.

7º. Passo

Rearticulação da Pastoral do Batismo em nível diocesano.

8º. Passo

Equipe missionária da Hora da Palavra.

Com o auxílio de uma equipe, especialmente formada para isso, realizaremos, em cerca de 10 paróquias-piloto, um trabalho de formação para a Lectio Divina, a partir de 2013.

Público alvo: Diáconos, Ministros(as), catequistas, animadores

de grupos de vivência, lideranças em geral, que queiram conhecer e utilizar a leitura orante da Bíblia, sobretudo na oração pessoal, na oração em família, nos grupos de vivência e na Hora da Palavra.

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CAPÍTULO V

JUBILEU DE OURO DO CONCÍLIO VATICANO II E DA DIOCESE DE APUCARANA

46. Quis a Divina Providência que a Diocese de Apucarana

fosse criada durante a realização do Concílio Vaticano II, por isso, ao celebrarmos o Jubileu de Ouro do Concílio, celebramos também o Jubileu de Ouro de nossa Igreja Particular (1965-2015). Considerando a intuição do Papa Bento XVI que convocou um Ano da Fé para comemorar o cinquentenário do Vaticano II, pretendemos, na Diocese, em clima de festa e de gratidão a Deus, envolver nossa preparação e celebração jubilar no espírito das três virtudes teologais: fé, esperança e caridade. Em 2013, com a Igreja Universal, celebraremos o Ano da Fé; em 2014, a nível diocesano, o Ano da Esperança e em 2015, o Ano da Caridade. A seguir, elencamos algumas atividades que poderemos realizar tendo como pano de fundo os cinquenta anos do Concílio e da Diocese de Apucarana.

Três metas orientam nossas atividades e querem ser um hino

de louvor e agradecimento à Trindade Santa pelo cinquentenário da Igreja Particular de Apucarana:

1. Revestir nossas atividades eclesiais com um “novo ardor

missionário”;

2. Promover o estudo dos Documentos do Concílio Vaticano II;

3. Articular e realizar o projeto paróquias-irmãs, como gesto de amor e partilha entre as diversas paróquias que compõem nossa Diocese.

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JUBILEU DE OURO DO CONCÍLIO VATICANO II

2012 OUTUBRO 11-12: Celebração de Abertura do Ano da Fé

2013 – Ano da Fé - Grupos de vivência: - Reflexões sobre a história do Concílio - Estudo da Sacrosanctum Concilium - Estudo da Lumen Gentium - Formação Litúrgica nos Decanatos (SC) - Formação Litúrgica para o clero - Encontro de Canto Pastoral

2014 – Ano da Esperança - Grupos de vivência: - Estudo sobre a Lumen Gentium e Gaudium et Spes - Formação para missionários – Ad Gentes - Formação para catequistas de adultos - introdutores - Conferências para o clero e laicato

2015 – Ano da Caridade - Grupos de vivência: - Estudo sobre Gaudium et Spes e Dei Verbum - Missões Populares - Celebrações Jubilares da Diocese - Conferências para o clero e laicato

CELEBRAÇÃO DO JUBILEU DE OURO DA CRIAÇÃO E INSTALAÇÃO DA DIOCESE

FEVEREIRO

2012

- Visitas Pastorais de Dom Celso; MAIO - Início da Peregrinação da imagem de Nossa Senhora de Lourdes, Padroeira da Diocese;

OUTUBRO-DEZEMBRO / 2012 – JANEIRO / 2013 - Abertura do Ano da Fé (Cinquentenário do Vaticano II). - Preparação imediata para a chegada da Cruz da Jornada Mundial da Juventude e do ícone de Nossa Senhora.

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FEVEREIRO

2013 – Ano da Fé

- Visita da Cruz Missionária e do ícone de Nossa Senhora – JMJ.

MARÇO - (06): Jubileu de Prata de Ordenação Presbiteral de Dom Celso Antônio; - Visitas Pastorais; - Peregrinação da Imagem da Padroeira.

NOVEMBRO - (28): 49 anos da criação da Diocese: Abertura do Ano Jubilar (Santa Missa).

2014 – Ano da Esperança - Visitas Pastorais; - Peregrinação da Imagem da Padroeira; - Formação dos missionários.

NOVEMBRO - (28): 50 anos da criação da Diocese: Celebração Eucarística e inauguração do Museu Diocesano.

FEVEREIRO 2015 – Ano da Caridade

- (11): Nossa Senhora de Lourdes – Jubileu dos Enfermos.

MARÇO - (28): Celebração dos 50 anos de instalação da Diocese. Santa Missa na Catedral. Lançamento do “livro” que conta um pouco da história da Diocese.

De ABRIL a DEZEMBRO - Celebração dos diversos “jubileus”: - Clero - Ministros não ordenados; - RCC - Cursilho - Pastorais Sociais - Famílias - Juventude - Idosos - Catequistas - etc.

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Textos usados na elaboração deste Plano Diocesano

BÍBLIA de Jerusalém. São Paulo: Paulus, 2005.

CELAM. Documento de Aparecida. Texto conclusivo da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. São Paulo/Brasília: Paulus/Paulinas/Edições CNBB. 2007.

CNBB. Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil 2011 – 2015. Brasília: Edições CNBB. 2011

CNBB. Regional Sul II. Prioridades da ação evangelizadora do Regional Sul II da CNBB. 2012.

COMPÊNDIO do Vaticano II. Constituições, Decretos e Declarações. 29ª. ed. Petrópolis: Vozes, 2000.