31
ENCONTRO A Santa Missa

Os sacramentos da igreja - Aula 07

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Os sacramentos da igreja - Aula 07

7º ENCONTROA Santa Missa

Page 2: Os sacramentos da igreja - Aula 07

O que significa a Eucaristia na vida da Igreja?

A Eucaristia é a fonte e o ápice da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o auge a ação santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são significadas e realizadas na Eucaristia. Pela celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna.

Page 3: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Introdução

O centro da liturgia da Igreja é a Eucaristia - a Missa -, que os Apóstolos celebraram desde o primeiro momento; desde então até agora, a Missa tem permanecido essencialmente a mesma.

Page 4: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Ideias principais

Page 5: Os sacramentos da igreja - Aula 07

A Missa

A missa é um memorial de Nosso Senhor. “Fazei isto em memória de mim”, disse Jesus ao ordenar sacerdotes os seus Apóstolos. É inerente ao coração humano o desejo de conservar viva a lembrança das pessoas que se amou ou se admirou. Quer se trate de um retrato desbotado dos nossos falecidos pais, ou de um monumento a um herói nacional, o mundo está semeado de memoriais. Nosso Senhor Jesus, que tanto nos ama e que tanto deseja o nosso amor, deixou-nos um memorial de Si mesmo como só Deus o podia conceber. Não é um quadro, um monumento, uma estátua; é a presença viva de Si mesmo, que vem diariamente a nós na missa.

Page 6: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Na Missa, temos o próprio Corpo e o próprio Sangue de Jesus imolado na Cruz. Nela, Jesus continua através do tempo o oferecimento de Si no Calvário, aplicando à nossa alma os méritos que nos ganhou no Gólgota. Não é apenas a sua morte que recordamos na Missa, mas também a sua ressurreição, pela qual Jesus nos arrebatou das garras da morte, de uma vez para sempre; e também a sua Ascensão aos céus, à glória para a qual nos predestinou, e que um dia partilhará conosco, se nós o quisermos.Além de ser uma recordação de Nosso Senhor, a Missa é um banquete sagrado. À sua mesa, Jesus alimenta-se com o seu próprio corpo e sangue.

Page 7: Os sacramentos da igreja - Aula 07

A Missa é um memorial do Senhor Jesus. É um memorial perfeito, em que a sua presença viva nos mantém vividamente conscientes dEle. É também um banquete divino, em que Deus provê a mesa com seu próprio corpo e o seu próprio sangue. Mas é mais do que um memorial e mais do que um banquete. É sobretudo um sacrifício.

Page 8: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Com o transcorrer dos séculos, a palavra sacrifício perdeu grande parte do seu significado exato, e passou a indicar antes algo doloroso e, por isso, desagradável: a renúncia a alguma coisa que gostaríamos de ter ou de fazer. Originariamente, no entanto, essa palavra tinha um só significado: aplicava-se à ação pela qual se oferece a Deus um dom, e esse é ainda hoje o seu sentido estrito e mais apropriado. Deriva de duas palavras latinas: sacrum, sagrado e facere, fazer. Fazia-se sagrada uma coisa subtraindo-se à posse e ao uso humano, e oferecendo-a a Deus por um ato simbólico de doação.

Page 9: Os sacramentos da igreja - Aula 07

A Missa é o sacrifício perfeito. Todos os sacrifícios anteriores à Missa tinham um grande defeito: para Deus, os dons oferecidos não tinham, em si, valor nenhum. Simplesmente devolviam a Deus as coisas que Ele mesmo havia criado: touros, ovelhas, pão e vinho. Mesmo todo ouro que é guardado nos bancos do mundo, em si, não teria valor nenhum para Deus. O Senhor comprazia-se nas oferendas porque se dignava fazê-lo, aceitava graciosamente os nossos insignificantes dons por serem expressão do amor dos homens.

Page 10: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Mas, no Sacrifício da Missa, irrompe um elemento novo e maravilhoso: pela primeira vez e todos os dias, a humanidade pode já oferecer a Deus um dom digno dEle: o dom do seu próprio Filho, um dom de valor infinito, digno de Deus infinito. Aqui temos um dom que Deus não só digna aceitar, mas tem que aceitar, um dom que Deus não pode recusar, um dom precioso aos seus olhos porque é um dom de Deus a Deus.A Missa é as três coisas: memorial, banquete, sacrifício, mas acima de tudo, é sacrifício. É o sacrifício que durará enquanto o tempo durar.

Page 11: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Que constitui um sacrifício?

O sacrifício é um dom feito a Deus. No entanto, nem todos os dons oferecidos a Deus são sacrifícios. O dinheiro com que contribuímos para as despesas da paróquia ainda que seja um dom oferecido a Deus (se nossa intenção é reta), não constitui um sacrifício no sentido estrito da palavra.Num autêntico sacrifício, a oferenda é subtraída ao uso humano e de alguma maneira destruída, para significar que é um dom que se faz a Deus. Nos sacrifícios pré-cristãos, se se oferecia um animal, este era morto sobre o altar e, frequentemente, consumido pelo fogo. Se se oferecia vinho, este era derramado no chão, diante do altar. Essa destruição do dom era e é essencial à ideia de sacrifício.

Page 12: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Há um nome especial para o dom que se oferece a Deus em sacrifício: vítima. A palavra latina victima significava especificamente o dom que se oferecia a Deus em sacrifício. E o mesmo sentido que “vítima” tem a palavra hóstia.

Page 13: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Outro ponto a sublinhar é que o sacrifício não é um ato de piedade individual. A oferenda de um sacrifício é um ato de culto social, quer dizer, de grupo. Isto significa que quem oferece um sacrifício não o faz em nome próprio, como indivíduo particular. Oferece-o em nome do grupo que representa, do qual ele é o porta-voz. Nos tempos pré-cristãos, o patriarca oferecia o sacrifício em nome da sua tribo ou família; o rei, em nome dos seus súditos; os filhos de Aarão, em nome dos israelitas.

Page 14: Os sacramentos da igreja - Aula 07

E isto revela-nos o último requisito de um sacrifício genuíno: deve haver um sacerdote. Quem oferece um sacrifício deve ter o direito de representar o grupo em cujo nome faz a oferenda. Seja patriarca-sacerdote, rei-sacerdote ou aaronita-sacerdote, deve ter o direito de se dirigir a Deus em nome do povo de Deus.

Page 15: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Passo a passo, fomos construindo a definição de sacrifício. Podemos agora descrevê-lo como a oferenda de um dom (chamado vítima) que um grupo faz a Deus, e a destruição dessa vítima para indicar que é um dom feito a Deus, realizado por alguém (chamado sacerdote) que tem o direito de representar esse grupo.

Page 16: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Devemos ter ideias claras sobre a razão pela qual chamamos à Missa o Santo Sacrifício. Tem todos os elementos essenciais a um verdadeiro sacrifício. O primeiro e o principal é que há a oferenda de um dom infinitamente precioso, da vítima infinitamente perfeita: o próprio Filho de Deus. Há o grupo pelo qual o dom é oferecido: todos os cristãos batizados em união com o Vigário de Cristo na terra, o Papa; quer dizer, o Corpo Místico de Cristo. Há também o sacerdote: o homem que, por meio do sacramento da Ordem Sagrada, recebeu de Deus não só o mandato, mas também o poder necessário para oferecer a Deus esse dom sublime, o poder de mudar o pão e o vinho no Corpo e Sangue de Cristo.

Page 17: Os sacramentos da igreja - Aula 07

O sacerdote humano, no entanto, não passa de uma figura secundária. É o próprio Jesus Cristo quem representa realmente o povo de Deus, um povo que Ele comprou com o seu sangue. É o próprio Cristo o sacerdote real de cada missa: é Cristo-sacerdote quem oferece Cristo-vítima a Deus por todos nós. O sacerdote humano é simplesmente o “instrumento vivo de Cristo-Sacerdote”, como nos lembra o Concílio Vaticano II. Pelo sacramento da Ordem Sagrada, Jesus designou esse homem e deu-lhe poderes para ser seu agente livre e cooperante, para dizer as palavras pelas quais Ele mesmo, num ponto determinado do tempo e do espaço, renova a oferenda de Si feita na cruz.

Page 18: Os sacramentos da igreja - Aula 07

E é aqui que se dá a destruição da Vítima. Cada Missa não é um novo sacrifício em que Jesus morra outra vez, mas a continuação e prolongamento – no tempo – da morte, realizada de uma vez por todas, de Jesus, na cruz. A Missa torna-nos presente e eficaz, aqui e agora, a Vítima oferecida no altar da cruz. A morte de Jesus é muito mais que um fato histórico. É um sacrifício eterno. Não há ontem para Deus. Na sua mente infinita, para a qual todas as coisas passadas são presente, Jesus pende eternamente da cruz.Não é uma verdade fácil de captar, mas é a verdade: na Missa, o tempo e a distância são aniquiladas num sentido místico, e você e eu nos encontramos ao pé da cruz na qual o Filho de Deus se oferece em reparação pelos nossos pecados.

Page 19: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Finalidades da Missa

A Missa tem um fim quádruplo, e esses quatro objetivos dizem respeito à relação que existe entre Deus e nós. Deus é o Dono e Senhor de toda a criação. Tudo o que existe, foi Ele que o fez. Somos criaturas de Deus, propriedades de Deus; pertencemos-lhe em corpo e alma. Da própria natureza da relação entre criatura e Criador surgem certas obrigações indispensáveis.

Page 20: Os sacramentos da igreja - Aula 07

A primeira de todas é reconhecer essa própria relação: reconhecer o infinito poder, sabedoria e bondade de Deus, reconhecer que Ele é tudo e nós não somos nada comparados com Ele. O próprio fim da nossa existência, a razão pela qual Deus nos fez, é dar-lhe glória. Abaixo do nível humano, as coisas criadas dão glória a Deus simplesmente por existirem. Os minerais, as plantas e os animais dão testemunho da grandeza de Deus simplesmente sendo o que são. Mas o caso do homem é diferente, e dele se espera mais. Com a sua alma imortal, com o seu livre-arbítrio e a sua capacidade de pensar e falar, o homem não pode ser um mero testemunho mudo da glória divina. Com a sua liberdade, que é seu privilégio exclusivo, o homem deve dar glória a Deus livremente, deve cantar livremente os louvores divinos.

Page 21: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Em resumo, o homem deve adorar a Deus. Adorar a Deus é o primeiro dos seus deveres, o elemento mais essencial da sua oração, o fim primordial de todos os seus sacrifícios. Em consequência, a adoração é o fim primordial da Missa. Na Missa, pela primeira vez, a humanidade pôde adorar a Deus adequadamente, na pessoa do próprio Filho de Deus que nos representa.

Page 22: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Depois da adoração, o segundo dos nossos deveres para com Deus é a gratidão. Sendo Deus a fonte de todo o bem, sabemos que tudo o que somos, temos ou esperamos, vem dEle. Nem sequer poderíamos continuar a existir se Ele nos deixasse fora da sua mente por um simples instante. A vida física e a vida espiritual, as graças que continuamente recebemos todos os dias, o amor e a amizade, as ondas da televisão e a água que sai da torneira: tudo, absolutamente tudo, é de Deus e a Ele devemos agradecer. Dar graças a Deus é, pois, o segundo elemento essencial de toda oração e sacrifício verdadeiros.É o segundo fim da Missa. Nela, Jesus Cristo oferece a Deus, em nosso nome, uma ação de graças que sobrepuja os dons que recebemos, uma ação de graças infinita, que a própria infinita bondade de Deus não pode superar.

Page 23: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Além de adorar e dar graças, a nossa relação com Deus impõe-nos outro dever: o de pedir-lhe as graças de que nós e os demais homens necessitamos para alcançar o céu. Dotando-nos de uma vontade livre, Deus fez com que a nossa salvação dependesse da nossa livre cooperação. Ele não nos força a aceitar umas graças que não queremos. Mostramos a nossa disposição de cooperar quando pedimos a Deus as graças de que necessitamos.

Page 24: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Deus fez também com que, em certo grau, a nossa salvação dependesse dos outros. Jesus Cristo dignou-se fazer-nos participar do seu trabalho redentor; as nossas orações beneficiam os outros, do mesmo modo que a dos outros nos beneficiam. Uma vez que é lei de Deus que amemos os outros como a nós mesmos, é lógico que tenhamos que rezar por eles – pelas graças de que necessitam – como rezamos por nós. Naturalmente, rezamos pelos que estão ligados a nós por laços de sangue, de dever ou de afeto; mas as nossas orações devem ir mais longe e abranger todos os homens. Se queremos, podemos pedir favores temporais, mas devemos pedir pelas nossas necessidades espirituais e pelas do próximo. A petição é o terceiro fim pelo qual se oferece a Missa, e é o próprio Jesus Cristo quem nela intercede conosco e por nós.

Page 25: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Além de adorar, dar graças e pedir, devemos a Deus reparação pelos nossos pecados. Pela própria natureza da nossa relação com Deus – a de uma criatura com o seu Criador – devemos obediência absoluta à vontade divina. Rebelar-nos pelo pecado contra Deus que nos fez é um ato de injustiça infinita, e ao mesmo tempo uma ingratidão monstruosa. Se assim nos rebelamos, é nossa obrigação restaurar a balança da justiça reparando o nosso pecado. Mais ainda, dada a unidade do gênero humano e a interdependência entre todos, é também necessário que ofereçamos reparação pelos pecados alheios.

Page 26: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Nenhum de nós pode oferecer uma satisfação adequada pelo pecado; só Jesus podia fazê-lo, e foi o que fez na cruz e o que continua a fazer todos os dias, tirando-a daquele depósito inesgotável. O valor infinito da satisfação de Cristo pelo pecado não dispensa, evidentemente, a nossa reparação pessoal. É precisamente pela infinita satisfação pelo pecado, oferecido por Jesus na cruz, que os nossos atos de reparação, oferecidos em união com os de Cristo, ganham valor aos olhos de Deus. Este é o quarto dos fins pelos quais se oferece a Missa: reparação a Deus pelos pecados dos homens.

Page 27: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Frutos da Missa

Os teólogos distinguem três espécies de frutos na Missa. O primeiro é o fruto geral. Em consonância com a intenção de Nosso Senhor e da sua Igreja, o sacerdote oferece em cada missa o Santo Sacrifício pelos presentes; pela Igreja, pelo Papa e pelo bispo da diocese; por todos os fiéis cristãos, vivos e defuntos, e pela salvação de todos os homens. Por vontade de Cristo e da sua Igreja, estas intenções estão presentes em cada missa, e o sacerdote que a oferece não pode excluí-las nem que queira. As graças que resultam dessa intenção são as que poderíamos chamar “graças comuns” da Missa.

Page 28: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Além do fruto geral da Missa, temos o fruto especial, que se aplica à pessoa ou às pessoas (vivas ou mortas) por quem a missa é oferecida pelo celebrante. Quando damos uma espórtula para que se celebre uma missa, esse fruto especial aplica-se às pessoas por quem se oferece a intenção da missa, isto é, a nós ou a terceiros. Não se deve perguntar nunca: “Quanto custa uma missa?” A missa tem valor infinito e não se pode fixar-lhe um preço. A espórtula não é um preço que pagamos, é uma oferenda que fazemos. E quando o sacerdote a aceita, é obrigado em consciência, sob pena de pecado mortal, a procurar que essa missa seja oferecida de acordo com as intenções do doador.

Page 29: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Além dos frutos geral e especial da Missa, há um terceiro: as graças que resultam da participação pessoal do sacerdote celebrante, e que contribuirão para a sua própria santificação e reparação dos seus pecados. Este fruto é chamado fruto pessoal da Missa.

Page 30: Os sacramentos da igreja - Aula 07

Perguntas

Page 31: Os sacramentos da igreja - Aula 07

www.conhecendominhafe.blogspot.com.br

1. O que é Missa?

2. Quais as finalidades da Missa?

3. Quais são os frutos da Missa?