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EDUCAÇÃO PARA ERA DIGITAL
DISCIPLINA: TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
Prof. Alexandre Lisbôa da Silva M. Eng.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 5
1.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................. 5
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO ................................................................................... 5
2 EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS ............................................................. 8
3 PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA? .................... 24
4 PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DAS NOVAS TECNOLOGIAS ................... 38
5 SOFTWARES EDUCACIONAIS ......................................................................... 51
6 INTERNET NA EDUCAÇÃO ............................................................................... 66
7 PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICIPIO .................................................... 83
8 GUIA SOBRE O USO DE TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA ...................... 95
9 JOGOS EDUCACIONAIS ................................................................................. 115
10 NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE ......... 129
11 BLOGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO? ......................................................... 160
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ......................................................................... 182
1 INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
5
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista a evolução das tecnologias nas escolas, o estudo dobre a
relação entre a Tecnologia e Educação tornou-se peça fundamental na construção
do conhecimento do educador. Assim, a disciplina pretende através da discussão e
reflexão estudar os fundamentos teóricos da tecnologia educacional enfatizando e
potencializando o uso das mídias computacionais na exploração e construção do
conceito.
Assim, estaremos buscando neste curso:
Reconhecer processos de inclusão e exclusão digital na sociedade brasileira;
Identificar as potencialidades (social e cognitiva) do uso da Internet na
Educação;
Identificar e introduzir uma Teoria de Aprendizagem em seus planejamentos,
aliando-se ao uso da Internet;
Identificar e reconhecer as potencialidades das ferramentas de pesquisa da
Internet no processo de ensino-aprendizagem;
Identificar e reconhecer as potencialidades das ferramentas de aprendizagem
colaborativa na Internet, no processo de ensino-aprendizagem.
1.1 OBJETIVO GERAL
Desenvolver a competência de avaliação crítica dos recursos tecnológicos
disponíveis de modo a cooperar para o enriquecimento da prática pedagógica.
1.2 OBJETIVO ESPECÍFICO
Apresentar subsídios teóricos que permitam a percepção e a conscientização sobre o impacto da tecnologia na sociedade e na educação, especialmente em relação à mudança do papel do professor, do aluno, e de ambientes de aprendizagem.
Explanar acerca dos principais recursos tecnológicos e de comunicação e suas aplicações em ambientes educacionais;
Propiciar o conhecimento e análise de softwares voltados à educação;
INTRODUÇÃO
6
Incentivar o uso da internet como veículo de pesquisa, comunicação e publicação de trabalhos;
Desenvolver projetos envolvendo o uso de tecnologias aplicadas à educação.
2 EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
8
2 EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
AFINAL, O QUE É TECNOLOGIA EDUCACIONAL?
Texto de Cassiano Zeferino de Carvalho Neto e Maria Tais de Melo
Nunca se falou com tanta frequência, e de modo tão genérico e impreciso, em
Tecnologia Educacional. Entretanto com a chegada da informática nas escolas, uma
expectativa tornou-se crescente: os computadores finalmente vieram para
revolucionar o ensino?
No entanto, ao longo dos últimos - e poucos! - anos que temos de experiência
com as mídias e software disponíveis fomos descobrindo, muitas vezes a duras
penas, que não basta ter computadores e software na escola: é preciso algo mais,
inclusive de natureza diferente desta mídia, por mais versátil que ela possa parecer
à primeira vista, para que se produzam ganhos significativos nos processos
educacionais, contando com tais recursos.
A imprecisão e impropriedade como a que se verifica na nomeação de um
conceito como o de Tecnologia Educacional não é meramente uma questão
semântica. Passa, afinal de contas, a se constituir em um reducionismo, obstruindo
possibilidades efetivas na elaboração de aulas e processos educacionais mais
consistentes e ricos.
Computador não é tecnologia educacional. Software não é tecnologia
educacional. Livro não é tecnologia educacional, e apostila também não. Sala com
computadores PC, com ou sem ar condicionado, não é tecnologia educacional.
Discurso sofisticado não é, necessariamente, Tecnologia Educacional. Videocassete
não é tecnologia educacional também, nem o enferrujado projetor de slides que
quase ninguém mais usa. Giz e apagador não são tecnologias educacionais em
extinção, nem o pobre quadro-negro também o é...
UMA PARTE DE TUDO AQUILO QUE NÃO É TECNOLOGIA EDUCACIONAL.
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
9
Vamos descobrir algumas possíveis respostas a esta pergunta, ao longo de
nossa jornada. Neste momento vamos propor uma questão para você, leitor (a).
Suponha que durante o final de semana tenhamos nos deparado com o
seguinte problema:
“Durante uma visita ao sítio de alguns amigos somos incumbidos de acender o fogo
para a churrasqueira. Já nos informaram onde está o álcool, a lenha e o fósforo. Por
ser um dia de outono, venta forte. Apesar disso, vamos animadamente cumprir a
importante e prazerosa missão, mas... tentamos acender o fogo de um jeito, e não
conseguimos! Tentamos de outro e... também não conseguimos. Começamos a ficar
incomodados e, já meio sem jeito, alguém nos pergunta se está tudo bem e dizemos
que sim. Mas o vento continua soprando forte e o fogo não pega!. Agora já estamos
impacientes. Como resolver o problema, efetivamente?”
AFINAL, ENTÃO: O QUE É TECNOLOGIA EDUCACIONAL? Tecnologia Educacional ou Tecnologias Educacionais: apenas uma
questão semântica, ou o estado de criação e aplicação de uma arte?
ATIVIDADE
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
10
Sugira soluções para este problema:
Assim como nós, todas as vezes que alguém se depara com um problema – a
menos que simplesmente o abandone – tende a buscar para ele alguma solução.
Provavelmente devemos ter imaginado o que teria de ser feito para acender o fogo
para o churrasco, apesar do forte vento dificultar nossa intenção. É possível que
tenhamos pensado numa forma de envolver o carvão com jornal, proteger a chama
do fósforo, perguntar para o dono da casa se havia álcool na forma de gel, enfim,
tentamos e encontramos pelo menos uma solução satisfatória, embora não única,
para o problema de dar início à queima do carvão.
Utilizamos o exemplo acima para destacar que quando criamos uma solução
para um problema construímos conhecimento. Se a solução mostra-se eficaz, para
um número significativo de casos semelhantes, então estamos diante de uma
tecnologia! O conhecimento é produzido como resposta a um problema, como
menciona Gaston Bachelard , em sua obra O novo espírito científico. Uma tecnologia
é uma solução elaborada que pode ser aplicada em situações-problema
semelhantes. Assim já temos uma primeira pista e referência: tecnologia pode ser
entendida como um sinônimo para solução, solução que pode ser aplicada a um
problema ou a um conjunto deles.
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O que é Tecnologia?
É tudo aquilo que o ser humano cria para expandir seus
conhecimentos, tornar seu trabalho mais fácil e fazer seu vida mais
agradável. O'Brien, James A.
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
11
Podemos também começar a perceber através deste simples exemplo que
uma tecnologia está vinculada à solução de um problema e esta solução produz
conhecimento. Deste modo – estamos buscando aqui apresentar o tema com
simplicidade, embora fugindo de simplismos – é freqüente acontecer que o
conhecimento científico, produzido como resposta a um dado problema acabe por
estimular a criação de aplicações, viabilizadas através de novas tecnologias, isto é,
soluções. A invenção da válvula eletrônica, por Lee de Forest, em 1905, por
exemplo, foi a base para a criação do rádio que ocorreu poucos anos depois. O
problema de enviar mensagens a grandes distâncias e de modo muito rápido foi
resolvido pela tecnologia das radiocomunicações. Do mesmo modo, a lógica binária
criada por Charles Babage, por volta de 1860, seria a base para a tecnologia da
computação quase cem anos depois, tempo em que ninguém podia disso suspeitar.
Neste ponto nos enriquecerá conhecer e refletir sobre a etimologia da palavra
Tecnologia: tecn(o) do grego techno – de téchné ‘arte ou habilidade’, que se
documenta em alguns compostos formados no próprio grego (como tecnologia) e em
muitos outros introduzidos a partir do século XIX na linguagem erudita; logia - log(o)
derivado do grego ‘palavra, estudo, tratado, conhecimento’ .
Pelo exposto, podemos inferir que uma tecnologia é uma solução, dentre
outras tantas possíveis, a um dado problema ou conjunto deles. Portanto já
começamos a perceber que não existe uma única tecnologia educacional, mas
tecnologias, isto é soluções resultantes do enfrentamento de problemas. Tecnologia
também denota, como a origem grega do termo referencia, o conhecimento de uma
arte e será esta, para a Educação, a definição que melhor nos servirá de base para
uma nova concepção operacional.
Para Thomas Alva Edison chegar a um tipo de filamento de lâmpada que não
se queimasse muito rapidamente, por excessivo aquecimento devido à passagem de
eletricidade, foi preciso levar em conta dois aspectos centrais: primeiro, retirar uma
significativa quantidade de ar de dentro da ampola de vidro, já que o ar, por conter
oxigênio, favorece a combustão; segundo: encontrar uma composição química que
TECNOLOGIA: APROXIMAÇÕES SUCESSIVAS PODEM ALCANÇAR UM IDEAL?
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
12
permitisse uma durabilidade bem maior do filamento, já que nas primeiras tentativas
ele se queimava em poucos minutos. Eram esses os dois problemas básicos para
serem enfrentados. Edison buscava por soluções; ao encontrá-las estaria
produzindo conhecimento e conhecimento é a base para a criação de novas
soluções, novas tecnologias.
Após mais de duas mil tentativas frustradas, porém não menos importantes na
medida que o erro aproximava-o cada vez mais do acerto ele e sua equipe de
trabalho chegaram a um ponto, o mais próximo possível do ideal: o filamento
permanecera aceso por mais de 12 minutos! Estava criada a primeira lâmpada, e
também se criava com ela a tecnologia de sua produção, ainda que em caráter
artesanal.
Uma tecnologia, em geral, conduz a soluções, as mais próximas possíveis
daquilo que se pretende resolver, do ideal digamos. Esta é uma das razões pelas
quais até hoje, ao longo da História, não se conheceu uma tecnologia definitiva, pois
que ela se aproxima cada vez mais do ideal.
Ao que parece não existe tecnologia absoluta, completa ou definitiva; sempre
tem sido possível alcançar soluções cada vez melhores – no sentido de serem mais
próximas da solução ideal de um problema – e esta característica central tende a
permanecer. A partir do momento em que a primeira lâmpada permaneceu acesa
por mais de dez minutos, tornou-se viável reproduzir outras tantas lâmpadas
aproximadamente nas mesmas condições da inicial. A lâmpada que hoje ilumina o
ambiente em que você se encontra tem um parentesco histórico direto com a
primeira lâmpada criada, embora novas formas de produzir luz têm sido
desenvolvidas, como por exemplo, através da tecnologia de lâmpadas a gás, uma
solução mais eficiente, do ponto de vista do consumo de energia.
Embora novas soluções sejam encontradas, ao longo do tempo, nada se pode
afirmar a respeito de sua permanência: outras soluções, mais eficazes, poderão vir a
substituir as já existentes. Neste sentido as tecnologias buscam alcançar a solução
ideal sem jamais, no entanto, a terem alcançado.
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
13
Enquanto é relativamente fácil reproduzir uma lâmpada, a partir do domínio de
uma tecnologia, o mesmo não se aplica ao universo social. A Educação trabalha no
universo da diversidade, das individualidades, das subjetividades, das socializações.
Pessoas não se produzem ou constroem como lâmpadas, é claro. Neste sentido,
crítico, o conceito de tecnologia – enquanto solução a um determinado problema ou
conjunto deles – deve ser ampliado e revisto na perspectiva educacional e é
precisamente isto que vamos fazer a partir de agora, nos tópicos que seguem.
Alguém já viu computador dando aula, sozinho, sem que, pelo menos, alguém
o tenha ligado à tomada? Ao longo de sua carreira já vimos uma lousa, quadro-
negro, quadro-verde ou quadro-branco apresentando sozinho “a matéria”, sem que
alguém a houvesse elaborado antes? Em algum momento dos últimos vinte anos
algum professor foi demitido do seu emprego só porque a escola comprou um
videocassete? Um laboratório de ciências, totalmente equipado, mas completamente
sem uso, trancafiado, ensina ciências para alguém? Um toco de giz percorre a lousa
ensinando filosofia aos alunos?
Por mais absurdas ou hilariantes que possam parecer estas perguntas, elas
escondem, na verdade, uma percepção equivocada: a de que “coisas” ensinam ou
passam conhecimento. Para começar, já identificamos aqui um equívoco conceitual:
chamar de tecnologia aos meios, aos recursos materiais, à mídia!
Recursos materiais, mídia, meios: vamos às suas origens?
Meio: do latim ‘médius’ – ‘médio’: que está no meio ou entre dois pontos.
A origem da palavra revela-se numa excelente pista para o que estamos buscando:
um meio, por si só, é incapaz de promover ou de realizar uma ação de natureza
educacional. Por quantas vezes acompanhamos a chegada de computadores nas
TECNOLOGIA EDUCAÇÃO
CONSTRUINDO UM CONCEITO PARA TECNOLOGIA EDUCACIONAL
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
14
escolas sem que, efetivamente, se tenha avançado em termos efetivos na qualidade
de ensino? Para que serve um quadro, do preto ao branco, sem que o registro de
idéias e outras informações sejam através dele veiculadas pelo professor e mesmo
pelos alunos? E o que dizer do videocassete e da TV? Apostava-se que eles iriam
substituir o professor na sala de aula...
Um laboratório de ciências, totalmente equipado, mas sem professores
habilitados para dele fazerem uso, não passa de um “elefante branco” e um toco de
giz, por si só, não viola a lei da gravidade: cai e não ensina filosofia, a menos que
sua queda seja problematizada... Começamos aqui a construir um conceito amplo e
crítico para a Tecnologia Educacional.
Neste primeiro ponto estamos falando dos meios, também chamados de
mídias, que englobam todos os recursos materiais, mecânicos, elétricos, e
eletrônicos, dentre outros, que se utilizam com fins educacionais. No inglês é comum
utilizar o termo “hardware” (algo que é duro, as coisas físicas, em si, os corpos e
objetos).
As mídias, como iremos chamá-las daqui para frente, são um dos pilares, um
dos componentes essenciais, indispensáveis para a construção de um conceito
melhor estruturado de Tecnologia Educacional. As mídias sejam elas quais forem,
não são em si e nem por si mesmas, Tecnologia Educacional.
Computador, videocassete, lousa e retroprojetor, carteira e ar condicionado,
dentre inúmeros outros meios, portanto, não são tecnologias educacionais.
Podemos, no máximo, dizer que são instrumentos, ferramentas de trabalho ou
recursos de apoio, mas vale repetir: não são tecnologia educacional e sim um dos
componentes de uma possível Tecnologia Educacional.
A mídia, como a origem da palavra sugere, é algo que se coloca entre, no
mínimo, dois participantes da dinâmica educacional: aluno-professor, aluno-aluno,
professor-aluno, aluno-aluno, alunos-professor, dentre outras possibilidades de
configuração.
A mídia não é a mensagem. Toda mídia, como meio que se interpõe e viabiliza
a interação entre pessoas participantes de um processo educacional, não é o agente
criativo; ela pode carregar mensagens em informações, mas, por si só, é incapaz de
produzir conhecimento, pronto para ser oferecido.
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
15
Iremos, a seguir, investigar uma outra classe de componentes fundamentais na
produção de uma Tecnologia Educacional: publicações e software.
A concepção, criação, produção e publicação de uma obra está
invariavelmente ligada às idéias-conhecimento, idéias-concepção, numa palavra –
aos paradigmas – de um ou de mais autores. Toda obra refletirá uma ideologia que
a comporta e sustenta, como fruto social e histórico do seu tempo, bem como das
concepções e visões de mundo de seu autor.
É bem verdade que há obras que se imortalizaram, na medida em que
permaneceram vivas além do tempo histórico e social em que foram concebidas.
Outras, no entanto, tiveram um ciclo próprio de vida contribuindo mais ou
menos significativamente num determinado período e depois se tornando obsoletas,
porém sem jamais perder o seu valor histórico.
De qualquer modo, uma obra carrega valores e idéias, acalentam ideais e
afeta, de variadas maneiras, o pensar a respeito do mundo e as ações humanas.
Obras carregam idéias e estas, se revistas ou mesmo indiretamente colocadas
em prática, podem produzir mudanças, alterar rumos e pontuar a História,
independentemente da dimensão de seus impactos. Da mesma forma que a mídia,
como vimos, um componente fundamental da tecnologia educacional, a publicação é
um outro componente e não é tecnologia educacional em si, ou por si, somente.
Mais recentemente, com o advento e a disseminação da informática na
educação, o software passou a ocupar um lugar importante e de destaque nos
processos educativos. Um software – que não foi idealizado para apenas substituir
um livro! - qualquer que seja ele, também carrega uma mensagem, tal como uma
publicação. Na verdade é correto dizer que um software é uma publicação com
características próprias, tem sua própria legislação e tudo mais que as publicações
convencionais detém, incluindo direitos autorais. Na concepção e criação de um
software existe uma intencionalidade do autor ou dos autores. Mesmo quando um
software é apenas uma ferramenta e não trás ou carrega conteúdo puramente
informativo, ainda assim ele reflete uma proposta e um conjunto de intenções,
carrega uma mensagem.
Por sua natureza o meio sobre o qual um software é transportado é diferente
daquele de uma publicação. Enquanto uma publicação tradicionalmente vem
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
16
impressa em papel, um software vem gravado em discos magnéticos, em CD laser
ou DVD, dentre outras mídias. Mas atentemos para o seguinte: software também
não é, por si só, tecnologia educacional!
Talvez a esta altura o leitor possa estar intrigado e se perguntando: mas, afinal,
o que é Tecnologia Educacional?
É claro que Tecnologia Educacional existe, mas não do modo como estamos
habitualmente acostumados a considerá-la. Precisamos, primeiramente, afirmar o
que não é Tecnologia Educacional, depois definir com maior precisão mídias e
publicações impressas e software, ampliando e reformulando conceitos. Num
domínio mais preciso, operacional e amplo este conceito deverá afetar
significativamente a criação pedagógica e a atuação docente. Vamos agora para o
último – e mais importante – dos elementos do processo de criação e utilização de
tecnologias educacionais: a mediação.
Para podermos compreender bem o significado da mediação, tanto na criação
quanto na aplicação de uma tecnologia educacional, vamos recorrer a alguns fatos
históricos. A História nos ajudará nesta caminhada. Até o final do século XIX e início
do XX, as metodologias de ensino se apoiavam essencialmente no discurso do
professor (não nos assombremos se isto nos parecer tão atual e familiar...). A
cátedra era o assento docente, uma posição de poder na hierarquia educacional, e o
púlpito o nobre local de onde o educador professava suas aulas.
Notemos bem: a prática pedagógica valorizava uma mediação essencialmente
discursiva do professor.
A chegada de uma nova mídia, no final do século XIX, pregada ou
simplesmente pintada na parede, em tom negro ou verde, representava uma
verdadeira heresia institucional e profissional, uma vez que docente que se prezava
não deveria, jamais, descer do púlpito e, muito menos ainda, aporrinhar-se com um
incômodo pó branco, fruto de um riscar incessante e irritante de uma pedra sobre um
toco de giz...
Pois bem: um século se passou e devemos nos perguntar: há um único
docente neste planeta, que não esteja totalmente familiarizado como o uso da mídia
lousa? A lousa veio para ficar?
O papel discursivo do professor não se arrefeceu muito nas últimas décadas, é
bem verdade, mas o suporte oferecido pela mídia lousa nunca mais foi abandonado.
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
17
Há professores que realizam verdadeiras maravilhas empunhando um giz. Em geral
os professores de Biologia se esmeram em suas construções de células, tecidos e
outros sistemas vitais; os de Matemática se sentiriam limitadíssimos sem contar com
o apoio do quadro-negro; os de História não teriam como esboçar seus mapas,
linhas do tempo e questões de verificação; os de física, querem em geral transformá-
lo no laboratório que não possuem e os de Português e Língua Estrangeira, para
parar por aqui, não se limitariam ao idioma falado. O quadro-negro chegou e foi
sendo incorporado, definitivamente, como a mais importante mídia escolar do século
XX. Nenhuma outra mídia que se tenha história ocupou um lugar de destaque tão
notável, por tempo tão longo e com utilização praticamente universal, como o
quadro-negro e seus sinônimos.
Ao acompanharmos a história da mídia quadro-negro podemos evidenciar uma
das principais referências que temos, na construção do conceito de tecnologia
educacional. A mera existência do quadro-negro não significou que o mesmo foi
prontamente incorporado ao universo escolar; pelo contrário, houve muita resistência
de início à sua utilização, pois mudar uma mídia já existente (comunicação
estritamente oral!) significava alterar os modos de mediação e intervenção do
professor. Há diferenças fundamentais quanto à natureza dos processos
pedagógicos que incluam ou não o quadro-negro. As atitudes dos docentes –
principalmente estas – são muito diferentes em cada circunstância.
Imaginemos, só para fazer uma idéia mais precisa do que queremos
evidenciar, que amanhã, ao chegar à escola e irmos para a sala de aula, não
encontrassemos mais a lousa instalada. E nenhum giz à disposição, nem mesmo
apagador. O que significaria isso para a nossa conduta de aula, na prática? Como
isto afetaria os nossos modos de ação, mediação e intervenção pedagógica?
O professor acostumado a proferir suas aulas de modo freqüentemente
expositivo tendo por mídia de apoio somente o quadro-negro pode estranhar o termo
mediador. Mesmo estranhando, suas intervenções e ações de informar contam com
o suporte de determinadas mídias e publicações.
O PROFESSOR É O MEDIADOR, AQUELE QUE INTERVÉM NO PROCESSO EDUCATIVO.
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
18
Como o exemplo histórico nos pode mostrar, a simples chegada de uma mídia,
como o quadro-negro, não significou sua imediata incorporação como elemento do
processo educacional. Foi preciso que alguns docentes, de início, se
entusiasmassem, experimentassem e criassem novas aplicações, utilizando-se
delas nas aulas para que ao longo do tempo a incorporação efetiva do quadro-negro
se desse. Há claramente aqui vistas para um processo de criação, de incorporação e
de disseminação do uso do quadro-negro como mídia educacional.
Durante determinados períodos as publicações, que serviam de base para os
processos educativos, permaneciam praticamente as mesmas sem sofrerem
alterações significativas. No entanto a forma do agir pedagógico estava se alterando,
significativamente, com o advento do quadro-negro incorporado como mídia em sala
de aula. Decisivamente as ações pedagógicas estavam sofrendo uma alteração
singular: se antes o professor se comunicava utilizando-se apenas de símbolos
verbais, mídia verbal, apenas como orador, agora ele passava a incorporar uma
nova forma de comunicação, mais abrangente, que incluía símbolos visuais,
facilitando a comunicação e enriquecendo os processos educacionais.
Vemos neste exemplo histórico, estudado, que não foi simplesmente a
colocação do quadro-negro na sala de aula que alterou a forma das soluções –
tecnologias – educacionais.
Foi, juntamente com as mídias disponíveis e as publicações de cada época, a
forma de atuação, de mediação, de intervenção, enfim, as decisões tomadas pelos
professores e educadores na construção e condução de suas aulas que
configuraram outras inúmeras possibilidades de tecnologias educacionais.
Temos aqui o exemplo que utilizamos como chave para organizar o conceito de
tecnologia educacional que viemos construindo desde o início deste passo. Agora
podemos apresentar, numa aproximação conceitual, um esquema que ajudará a
organizar ainda melhor a idéia.
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
19
Como podemos inferir, o conceito de Tecnologia Educacional encerra um
paradigma complexo, envolvendo pelos menos três pilares estruturais: Mídias,
Mediação e Publicações.
De fato alterações substanciais em uma dada Tecnologia Educacional ocorrem
na medida que a incorporação efetiva de mídias e publicações acontecem por ação
mediada. Nesta perspectiva a inserção de novas mídias dedicadas a educação pode
trazer re-significados conceituais e operacionais pedagógicos, pressupondo a
tomada de consciência dos mediadores, contando com suas competências e
habilidades para a gestão dos processos de ensino-aprendizagem.
Tecnologia Educacional, portanto, é mais do que um conceito recorrente:
representa, a cada momento, no tempo histórico, a complexidade dos processos
pedagógicos, na esteira da tomada de decisão de seus gestores.
O que é Tecnologia Educacional?
É um meio pelo qual se conecta o professor, a experiência
pedagógica e o estudante para aprimorar o ensino.
Newby (1996)
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
20
AS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS NO CONTEXTO DE TRABALHO E SUAS
IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Texto de Lindalva de Freitas Silva
Hoje o valor principal já não está na combinação da terra, capital e trabalho,
mas sim no nível de conhecimento que uma população dispõe e sua capacidade de
transmitir e reconstruir conhecimento, o que traduz sua competência no manuseio do
instrumental tecnológico moderno. (Moraes, 1997)
É inegável a influência das tecnologias da informação e da comunicação em
nosso dia a dia, na prática profissional em geral e na pratica educacional em
particular. A rapidez com que a tecnologia evolui e a complexidade desse avanço é
realmente de difícil mensuração, pois ela transforma inteiramente vários processos e
causa verdadeira revolução nas relações em nossa sociedade.
Partimos do pressuposto de que ao pensarmos em educação, é preciso,
primeiramente compreender que ela não se explica por si mesma, mas pelas
transformações materiais que ocorrem na sociedade. Nesse sentido, a leitura
histórica do processo educacional implica em reconstruir, através de ferramentas
conceituais apropriadas, as relações reais que caracterizam como um fenômeno
concreto no contexto da sociedade capitalista, considerando a totalidade de relações
e de múltiplas determinações. (PAULO NETTO, 1998).
Portanto, pensar na realidade atual da educação, implica analisar o contexto
das novas configurações sociais e de um novo patamar tecnológico. Para
compreendermos essa nova conjuntura, é preciso analisar a relação existente entre
tecnologia e educação.
A introdução da informática na educação, sob diversos ângulos, é a tecnologia
atual que não pode estar ausente da escola. Começa, no Brasil, a haver um
investimento significativo em tecnologias de alta velocidade para conectar alunos e
professores no ensino presencial e a distância.
Desta forma, onde a incentivação das trocas de saberes entre professores e
alunos, do diálogo constante onde todos se tornam aprendentes, aproximamo-nos
do proposto por Paulo Freire em toda a sua obra. Para Freire, falar com os
educandos é uma forma despretensiosa mas altamente positiva que tem a
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
21
professora democrática de dar, em sua escola, sua contribuição para a formação de
cidadãos e cidadãs responsáveis e críticos. Algo de que tanto precisamos,
indispensável ao desenvolvimento de nossa democracia (FREIRE, 1997, p. 56).
A questão da educação com qualidade, a construção do conhecimento na
sociedade da informação, a inclusão, a diversidade humana e social, tão enfática em
nosso imenso país, as novas concepções do processo de aprendizagem
colaborativa, revisão e a atualização do papel e das funções do professor, a
formação permanente deste, a compreensão e a utilização das novas tecnologias,
visando à aprendizagem dos nossos alunos e não apenas servindo para transmitir
informações. Porém fazendo o uso da informática no e para o ensino, para a
educação e para a inclusão.
Nesse contexto, desenvolver a construção da inteligência coletiva, resgatando
os diversos tipos de saberes, proporcionará uma nova forma de ensinar, fomentando
um aprendizado dinamizador que transforma paradigmas, dando liberdade para
descobrir e criar, contribuindo assim, para a formação de cidadãos críticos e
conscientes de seu papel na sociedade, (re) construindo uma nova prática
pedagógica na educação e (re) organizando o processo ensino/aprendizagem, a fim
de se formar uma sociedade que ponha em prática seus pensamentos, idéias e
sonhos.
“E a sociedade passa assim, aos poucos, a se conhecer a si mesma. Renuncia
à velha postura de objeto e vai assumindo a de sujeito”. (FREIRE, 1980, p.52).
A TECNOLOGIA E A POSTURA DO PROFESSOR
O papel do professor é, segundo BELLONI (1999), o de: “(...) orientar os alunos
nos estudos da disciplina pela qual é responsável, esclarecendo dúvidas e
explicando questões relativas aos conteúdos, mas não somente isso. Ele deve fazer
com que os alunos busquem e que não esperem uma resposta já decifrada, pois é
precisamente esta situação que eles vão encontrar na vida e no trabalho”.
Há que se buscar, portanto, novas atitudes e posturas e, tanto professores
quanto alunos, devem se adaptar às exigências de um mundo cada vez mais
dominado pela tecnologia. O cenário atual requer a superação do método da
transmissão de conhecimentos do professor para o aluno, além da ruptura da
EDUCAÇÃO E NOVAS TECNOLOGIAS
22
segmentação e do fracionamento para a busca de um ensino mais contextualizado
e, por conseguinte, mais adequado às exigências do mundo do trabalho.
MORAM (1998) considera que o ensino com as novas mídias deveria
questionar as relações convencionais entre professores e alunos. Para tanto, define
o perfil desse novo professor ser aberto, humano, valorizar a busca, o estímulo, o
apoio e ser capaz de estabelecer formas democráticas de pesquisa e comunicação.
PRÁTICA PEDAGÓGICA E TECNOLOGIA
As mudanças que vêm ocorrendo no contexto escolar têm despertado cada vez
mais o interesse e necessidade de buscar recursos transformadores para
metodologias do trabalho pedagógico, tornando-se este movimento um desafio.
Essas mudanças vêm gerando novas reflexões e atitudes na estrutura pedagógica,
fazendo-se necessário a interação e apropriação das pessoas envolvidas neste
processo, apresentando um novo modo de aprender, um novo processo de
construção do conhecimento onde a dinâmica e suas implicações envolvam a inter-
relação e a articulação entre pedagogos e tecnologia.
Segundo PRADO, 2005: “embora a tecnologia seja um elemento da cultura
bastante expressivo, ela precisa ser devidamente compreendida em termos das
implicações do seu uso no processo de ensino e aprendizagem.” Essa compreensão
é que permite ao professor integrá-la à prática pedagógica.
Entretanto, cabe lembrar que este processo de construção não acontece
simplesmente disponibilizando o acesso ao aluno do vídeo, do computador e da
internet, mas existem vários elementos inter-relacionados que apontam a própria
mediação pedagógica.
Desta forma, esse trabalho inovador no ambiente pedagógico precisa ser
construído com a participação coletiva dos sujeitos envolvidos no processo de
trabalho pedagógico onde a pedagogia e a tecnologia articulem-se fluentemente no
processo de informações e comunicações.
3 PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
24
3 PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
As relações entre a escola, a tecnologia e a sociedade
Texto de Edla Ramos
Se este texto estivesse sendo lido por você a vinte e tantos anos atrás, uma
questão que provavelmente apareceria seria se deveríamos ou não usar as novas
(nem tanto mais) tecnologias na educação. No início da década de 80, havia o
anseio de que essa tecnologia poderia produzir a massificação do ensino,
descartando a necessidade do professor, ou que pudesse levar a aceleração
perigosa de estágios de aprendizagem com consequências graves. Argumentava-se
também sobre o disparate de usar microcomputadores em escolas que eram
carentes de outros tantos recursos. Hoje em dia, no entanto, já há bastante
concordância sobre o fato de que a informática deva ser incorporada ao processo
educacional. Permanecem, contudo, as dúvidas sobre por que (ou sob qual
perspectiva) e sobre como essa incorporação deve acontecer.
Se você também não se contenta com esse argumento, está convidado para
uma reflexão mais ampla acerca do tema! Neste texto, apresento diversos
argumentos para demonstrar que a superação das exclusões não vai se dar pela via
da empregabilidade apenas. A crise que estamos vivendo vai muito além do
PARA REFLETIR Antes de prosseguir a leitura, pare um pouco, pense nas questões a seguir e registre por
escrito suas respostas numa folha:
Por que precisamos usar a tecnologia na escola?
Você já apresentou esse questionamento a colegas, pais ou mesmo aos estudantes?
Caso tenha feito, que respostas ouviu?
Teria por acaso ouvido que precisamos preparar os educandos para o mercado de
trabalho?
Você ficou satisfeito com esta resposta ou pensou em outros aspectos além deste?
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
25
desemprego, pois estar empregado é condição necessária, mas cada vez menos
suficiente, para a cidadania.
É preciso superar a lógica da empregabilidade, pois esta não dá conta da
sutileza e da complexidade da relação entre escola, tecnologia e sociedade. Não
contribui também para a construção de uma educação para a solidariedade, para a
equidade, para o consumo ecologicamente sustentável. Está impregnada por um
conceito de desenvolvimento predatório e dependente.
Em síntese, como diz Hugo Assmann, não basta educar a massa trabalhadora
para alimentar a máquina produtiva, é preciso educar para provocar indignação
frente à aceitação conformista da relação tecnologia X exclusão. É preciso formar
cidadãos aptos a construir uma sociedade solidária, principalmente quando se
considera que uma sociedade sensivelmente solidária precisa ser permanentemente
reconstruída. Cada geração precisa aprender a dar valor à solidariedade.
A educação para a solidariedade persistente se perspectiva como a mais avançada
tarefa social emancipatória. (ASSMANN..., 1998, p. 21).
O uso ou a incorporação das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)
nos processos educativos tem implicações que ultrapassam de longe os muros de
uma sala de aula ou de uma escola. Afinal, estas tecnologias favoreceram grandes
mudanças neste período que está sendo chamado de revolucionário.
Analisando a história da nossa civilização, percebemos que em vários
momentos ocorreram mudanças revolucionárias no modo como o homem vivia.
Aprofundando a nossa análise destas revoluções históricas, percebemos que entre
seus motivos estava sempre a invenção de alguma ferramenta que expandiu a
nossa capacidade de ação sobre o mundo (ou sobre a nossa realidade), ou, que
expandiu a nossa capacidade de comunicação e de expressão. Tomemos como
exemplo a revolução industrial com seus inventos principais: a máquina a vapor e a
criação da imprensa . As novas tecnologias ampliam essas capacidades de modo
extraordinário, e, por isso, a dimensão das mudanças que elas estão produzindo
vem gerando profundas crises e desequilíbrios. O mercado de trabalho, que afeta a
vida de todos, também vem se transformando continuamente: muitas profissões e
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
26
postos de trabalho foram extintos; novos produtos são criados constantemente; há
desemprego em muitos setores e falta de trabalhadores em outros.
A mutação das técnicas produtivas é acompanhada por novas formas de divisão do trabalho
e, logo também, pelo surgimento de novas classes sociais, com o desaparecimento e a
perda de poder das classes precedentes, por uma mudança da composição social e das
próprias relações políticas. (ROSSI apud MUSSIO, 1987, p. 20).
Muitas incertezas afligem as pessoas nessa nossa época de uso intensivo de novas
tecnologias. Dentre as questões em destaque estão:
Como garantir a continuidade de sociedades democráticas e participativas?
Como garantir o acesso à informação por todos e evitar o aumento das formas
de controle e vigilância da mesma?
Como conseguir eficiência econômica e evitar o desemprego em massa e mais
concentração de renda?
Como conseguir segurança pública e evitar a instalação do terror?
.Face às diferenças que se acirram, como conseguir uma sociedade com
respeito mútuo, com justiça distributiva e sem invasão da privacidade ou
massificação?
PARA REFLETIR Convidamos você novamente a parar um pouco a leitura e tentar fazer uma síntese do que foi
dito. Uma boa estratégia para fazer uma síntese é construir um mapa conceitual. Vamos dar um
exemplo iniciando a construção de um para os parágrafos acima; se você achar interessante
pode completá-lo a partir do ponto em que paramos. Figura 1.3
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
27
Novamente voltando, alguns anos atrás havia grandes expectativas sobre os
efeitos da expansão do uso destas tecnologias. Muitos estavam bastante otimistas,
mas já havia quem alertasse que não deveríamos sê-lo, pois
nada está decidido a priori” (LÉVY, 1993, p. 9). Lévy (1993, p. 7) nos lembrava já em 1993
que teríamos que inventar como gostaríamos que esta nova sociedade da informação fosse,
do mesmo modo que inventamos a sua tecnologia. Ele ressaltava que havia um grande
descompasso e distanciamento entre “a natureza dos problemas colocados à coletividade
humana pela situação mundial da evolução técnica e o estado do debate coletivo sobre o
assunto.
Hoje em dia a realidade já não nos permite mais ser otimistas. É um fato
bastante triste que no mundo de hoje, onde nunca tanta riqueza foi produzida, há
tanto ou mais fome, doenças e injustiças do que sempre houve. Logo, tanta
tecnologia por enquanto não produziu os efeitos desejados. Está ficando bastante
claro que a forma de uso que damos às TIC é determinante nas respostas dadas a
todas as questões que apresentamos acima. De modo geral, pode-se dizer que a
tecnologia abre muitas possibilidades, mas a determinação do que vai se tornar
realidade, dentre o que é possível, é do âmbito da política.
Então, se queremos uma tecnodemocracia, vamos precisar formar os sujeitos
para isso. Precisamos pensar em alfabetização
tecnológica para todos, pois quem não
compreende a tecnologia não vai poder opinar
sobre o que fazer com ela. Felizmente a sociedade
está mais atenta sobre esta necessidade e tem
buscado equipar as escolas; há também muitos
SAIBA MAIS Pierre Lévy (Tunísia, 1956) é um filósofo da informação que se ocupa em estudar as interações
entre a Internet e a sociedade. Fez mestrado em História da Ciência e doutorado em Sociologia
e Ciência da Informação e da Comunicação, na Universidade de Sorbonne, França. Trabalha
desde 2002 como titular da cadeira de pesquisa em inteligência coletiva na Universidade de
Ottawa, Canadá.
A tecnodemocracia é uma nova formação política onde os meios técnicos viabilizariam o desenvolvimento de comunidades inteligentes, capazes de se autogerir, onde todas as vozes poderiam ser ouvidas levando todos à inclusão social. Você acha que no Brasil já temos o estágio de uma tecnodemocracia?
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
28
projetos de inclusão digital que buscam ampliar o acesso às
novas tecnologias.
Mas o quadro ainda não é satisfatório. Segundo dados
de 2008 do Comitê Gestor da Internet, no Brasil a taxa média
brasileira de acesso à internet nos domicílios é de 20%. Esse
já parece ser um número interessante, mas não se pode
esquecer que esta é só a taxa média, há grande diferença
entre as regiões, sendo a região sudoeste a mais conectada, com 26%, e as regiões
norte e nordeste as menos conectadas, com 9%. Essa diferença se propaga por
qualquer critério que esteja relacionado com os indicadores econômicos e sociais.
Uma rápida olhada nos dados
ao lado permite concluir que o
Brasil conectado é
essencialmente urbano, bem
educado, bem alimentado e
branco.
É importante também
considerar que a escola é um
lugar especialmente adequado
para a promoção da inclusão
digital, uma vez que a grande
maioria dos jovens a frequenta
num tempo em que estão
bastante abertos ao
aprendizado. Além disso, o uso coletivo que ali se pode dar aos computadores torna
a inclusão digital a partir das escolas um investimento socialmente relevante.
A melhor forma de combater o apartheid digital a longo prazo é investir diretamente nas
escolas, de modo que os alunos possam ter acesso desde cedo às novas tecnologias.
(BAGGIO, 2003).
Proveniente de estudo feito em parceria com o Ministério da
Educação (MEC) e o Instituto Sangari, com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra
de Domicílios (Pnad) de 2005.
Disponível em :http://www.agenciabrasil.gov.br
/
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
29
No Brasil, o número de escolas com computadores e acesso à internet ainda
está muito longe do ideal. Resultados de 2005 indicavam que o uso da internet nas
escolas é ainda muito baixo. Segundo a pesquisa,
apenas 5,4% da população com 10 anos de idade ou
mais declarou ter usado a internet na escola.
Há outro estudo mais objetivo que aponta que
das 142 mil escolas brasileiras, apenas 8% dispõe de Internet
com velocidade superior a 512 Kbps. (SANTOS, 2008).
Tentando mudar esta realidade, o governo Brasileiro muito recentemente lançou o
Programa Banda Larga nas Escolas, em parceria com as operadoras de telefonia
fixa. O programa pretende que todos os alunos das escolas públicas do ensino
fundamental e médio situadas na área urbana tenham acesso à Internet banda larga
(2megabits) até o final de 2010.
Suponhamos, então, que, como nação, tenhamos realizado um grande esforço
e investimento e tenhamos chegado a promover a alfabetização tecnológica para
todos. Ainda assim não teria sido o bastante. Vamos fazer uma comparação com a
alfabetização para a escrita e a leitura. Sabemos muito bem que o que é entendido
como ser alfabetizado muitas vezes é apenas ter atingido a capacidade de ler uma
página impressa e de assinar o próprio nome. Sabemos que um cidadão precisa
muito mais do que isso. Um cidadão precisa poder decidir sobre o que quer ler e ter
acesso aos materiais que lhe interessam; precisa poder escrever com competência
sobre o que desejar; e, acima de tudo, precisa, quando julgar necessário, ter
assegurado o direito de ser lido.
O que queremos dizer é que a massificação de competências técnicas é
necessária mas não é suficiente. É preciso mais. É preciso promover compreensão
crítica sobre as tecnologias.Piero Mussio, abordando a questão da alfabetização
tecnológica, destaca:
Há dois níveis de compreensão de um instrumento tecnológico. O primeiro é o da
compreensão técnica, típico dos especialistas (...) O segundo nível é o da compreensão do
512Kbps corresponde aproximadamente a 500 mil
bits por segundo, ou metade de um megabit. O megabit por
segundo (Mbps ou Mbit/s) é uma unidade de transmissão de dados
equivalente a 1.000.000 bits por segundo. Já o bit (simplificação
para dígito binário, “BInary digiT” em inglês) é a menor unidade de medida de dados usada na
Computação.
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
30
uso do instrumento (...) sendo capaz de avaliar, julgar o instrumento proposto não por seus
mecanismos internos mas pelas suas funções (globais) externas. (MUSSIO, 1987, p. 16).
Mussio lembra que é preciso fazer crescer a consciência do significado cultural do
instrumento de forma a minimizar a “delegação” de poder aos especialistas. Nesse nível de
compreensão, o usuário passa a naturalmente ser ator do projeto de inserção tecnológica.
Acontece que esta atuação para se tornar explícita exige um processo trabalhoso de
aprendizado, de compreensão e de adaptação.
A questão que Mussio levanta nesta problemática é: “como permitir a quem quiser usar
convenientemente um artefato tecnológico informar-se, não para ser civilizado ou
alfabetizado apenas, mas para melhorar a si mesmo, ativando funções críticas autônomas
de avaliação de tais sistemas, por aquilo que fazem e pelo modo como fazem. (RAMOS,
1996, p. 6).
Em outras palavras, já que as novas tecnologias mudam profundamente os
meios de produção e de consumo, o que está em jogo é o controle político e social
desses meios. Illich (1976) lembra que as próprias características técnicas dos
meios de produção podem tornar impossível este controle. Novamente, é preciso
compreender a tecnologia para poder dizer como elas devem ser. Vemos assim que,
para Illich, dominar uma ferramenta é muito mais do que aprender a usá-la, significa
a garantia da possibilidade de se definir conjuntamente o que vamos fazer com elas.
A intenção com o que foi até agora dito é a de sublinhar a necessidade de criar
posturas autônomas e críticas de aprendizado sobre a tecnologia. Boff (2005)
explicita essa idéia dizendo que precisamos educar os sujeitos para que sejam
críticos, criativos e cuidantes.
Ser crítico, para ele, é a capacidade de situar cada evento em seu contexto
biográfico, social e histórico, desvelando os interesses e as conexões ocultas entre
as coisas. É ser capaz de responder: quais tecnologias servem a quem? Boff (2005,
p. 9) explicita que
somos criativos quando vamos além das fórmulas convencionais e inventamos maneiras
surpreendentes de expressar a nós mesmos [...]; quando estabelecemos conexões novas,
introduzimos diferenças sutis, identificamos potencialidades da realidade e propomos
inovações e alternativas consistentes.
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
31
Enfim, ser criativo significa ser capaz de recriar-se e de recriar o mundo, ou de
inventar as tecnologias que queremos. Por último, e mais importante, é preciso ser
cuidantes. Ser cuidante é ser capaz de perceber a natureza dos valores em jogo, de
estar atentos ao que verdadeiramente interessa, discernindo que impactos nossas
ideias e ações têm sobre as outras pessoas, e sobre o planeta. Sem o cuidado e a
ética esvaziamos as capacidades críticas e criativas, pois, não nos esqueçamos que
vivemos um tempo em que nossas ações estão em vias de inviabilizar a vida no
planeta.
Como já dissemos: quem não compreende não opina. Por isso perguntamos:
Existiria um conjunto de conceitos fundamentais sobre as Tecnologias de
Informação e Comunicação (TIC) que precisariam ser dominados por todos os
cidadãos? Não temos dúvidas sobre isto nas disciplinas de matemática, de língua
portuguesa, de história etc. Quais seriam esses conceitos no caso das TIC? Alguns
nos vêm à mente:
o O que é digital?
o O que é hipertexto?
o Como se estrutura a Web física e logicamente?
o Qual é a geopolítica da Web?
o O que é um banco de dados?
o Princípios daslinguagens de programação?
o O que é um computador?
o Estruturas hierárquicas de classificação?
o Medidas de Informação (bits, gigabytes)?
PARA REFLETIR No caso do aprendizado sobre a tecnologia, podemos então entender que, além de aprender a
usar, é preciso ser capaz de dizer para que usar e para que não usar e, ainda, ser capaz de
dizer como deve ser a tecnologia a ser usada. Levando isso em conta sugerimos que você
pense então na importância dos profissionais da educação nesse processo. Você e seus
colegas na sua escola, já haviam sentido antes a necessidade de fazer esta reflexão? Pode
anotar em que situações essa necessidade havia surgido?
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
32
o Transmissão de dados?
Tudo o que discutimos até agora são questões que podem orientar sobre como
usar as tecnologias na escola. Elas podem ajudar a definir os currículos (seus
conteúdos, objetivos e métodos); a definir a orientação da prática pedagógica; os
tipos de software educacional que devemos usar; a formação dos professores, a
organização da distribuição e uso dos recursos computacionais etc. Enfim, elas
podem ajudar a definir como o nosso dia-a-dia na escola deverá ser reorganizado.
Mas, finalizando, precisamos considerar que o computador é também uma
importante ferramenta pedagógica que pode ajudar a desenvolver o raciocínio das
pessoas. Na verdade, acreditamos que a incorporação da tecnologia ao processo
educativo cria uma oportunidade ímpar para a estruturação e implantação de novos
cenários pedagógicos. Sabemos que o nível de interatividade dessa ferramenta tem
potencial para produzir novas e riquíssimas situações de aprendizagem. Pelo seu
potencial pedagógico, podem também ser espaço da cointegração entre disciplinas.
E, por isso tudo, podem contribuir para a valorização dos educadores e para o seu
reencantamento pelo ato de educar. Além disso, frente a essa interatividade, as
debilidades da educação baseadas na transmissão, no treino e na memória ficam
tão evidentes que é difícil não percebê-las.
Piaget já nos falava que a aceitação de erros é fundamental para a construção
significativa e verdadeira do conhecimento. Sem errar não se chega ao
conhecimento. É preciso experimentar, tentar e tentar de novo. Então o professor
que vai fazer o uso de novas tecnologias de um modo proveitoso precisa perder o
medo de experimentar junto com seus alunos, precisa negar o verticalismo da sua
relação com eles buscando mais confiança e companheirismo. Ninguém está aqui
anunciando o fim da autoridade do professor, mas sim o abandono do autoritarismo
que está intrínseco ao ensino das soluções prontas e acabadas, adotadas sem
crítica nem compreensão. Nem estamos advogando que tudo precise ser
reinventado, pois há muitas soluções excelentes para muitos problemas. Não
estamos também negando a importância do treino e dos exercícios de repetição no
aprendizado.
Estamos sim negando o seu uso acrítico e alienado. Acreditamos que a
aprendizagem significativa e crítica que queremos ver implementadas com as novas
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
33
tecnologias pressupõem o coletivo, a cooperação entre pessoas e disciplinas e o
diálogo franco e livre.
Por que precisamos usar a tecnologia na escola?
Você já apresentou esse questionamento a colegas, pais ou mesmo aos
estudantes?
Caso tenha feito, que respostas ouviu?
Teria por acaso ouvido que precisamos preparar os educandos para o mercado
de trabalho?
Você ficou satisfeito com esta resposta ou pensou em outros aspectos além
deste?
Convidamos você a fazer uma síntese do que foi dito. No caso do aprendizado
sobre a tecnologia, podemos então entender que, além de aprender a usar, é
preciso ser capaz de dizer para que usar e para que não usar e, ainda, ser capaz de
dizer como deve ser a tecnologia a ser usada. Levando isso em conta sugerimos
que você pense então na importância dos profissionais da educação nesse
processo.
Você e seus colegas na sua escola, já haviam sentido antes a necessidade de
fazer esta reflexão?
Pode anotar em que situações essa necessidade havia surgido?
ATIVIDADES - Elaborando o seu texto
Elabore um pequeno texto refletindo sobre o modo de inserção das TIC nas escolas.
Agora que você já terminou a leitura, pense se conhece algumas escolas que
possuem laboratórios de informática. Elabore, então, um pequeno texto descrevendo
como o laboratório é utilizado. Considere os seguintes aspectos:
Quem usa o laboratório? O que os alunos fazem no laboratório? Os alunos
gostam de trabalhar com os computadores?
Foi ou não criada uma disciplina de informática na escola?
Que mudanças a chegada do laboratório trouxe para essa escola em geral?
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
34
Continue a construção do seu texto analisando o modo como a tecnologia está
sendo utilizada nessa escola. Procure basear sua análise nas reflexões que a leitura
do texto lhe proporcionou. Sinta-se livre para incluir o que julgar necessário na sua
análise. Sugerimos considerar alguns aspectos:
O uso das TIC na escola conhecida está promovendo ou não a capacidade dos
alunos de serem críticos, criativos e “cuidantes” (como diz Leonardo Boff)?
Por quê?
Esse uso está promovendo ou não uma aprendizagem significativa e crítica?
Por quê?
Se você não conhece nenhuma escola que já faça uso das TIC, deve então
construir um pequeno texto com alguns parágrafos desenvolvendo alguma ideia ou
questionamento que a leitura lhe suscitou. Ou, se preferir e houver tempo e
oportunidade, você poderia visitar uma escola próxima que possui esses recursos e,
entrevistando os seus professores e funcionários, você poderia coletar as
informações necessárias.
Após ter lido, refletido e ter expressado suas reflexões num texto, prepare-se
para discutir com os seus colegas e formadores elegendo quais aspectos você quer
discutir com eles.
Lembre-se: em caso de dúvidas, procure conversar com o(a) seu(sua)
formador(a) ou procure colegas e constitua grupos de estudo, de reflexão e
discussão presenciais. Isso consolida a sua formação e a parceria com a
comunidade escolar. Quando sentir que as ideias discutidas estão amadurecidas,
que tal abrir o debate com os alunos da sua escola e, se for o caso, com alunos de
escolas circunvizinhas? É um bom momento para ampliar a sua formação para o
coletivo social.
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
35
ATIVIDADES - Reflexão com Vídeo
Nesta atividade você vai assistir a alguns vídeos que estão disponíveis na
Internet.
Há hoje uma grande quantidade de documentos de vídeo na rede, e há um site
em especial, chamado YouTube, que permite que as pessoas publiquem suas
produções em vídeo para divulgá-las. Há de tudo neste site, muita coisa sem
nenhuma importância, mas também muito material de grande valia. Selecionamos
alguns para você assistir.
Se você tem dúvidas sobre o que é a Internet ou o que seja um site, pergunte
para o(a) seu(sua) formador(a) ou colega. Nós ainda vamos falar disso mais adiante.
Assim queremos lhe dar uma ideia inicial da potencialidade da nova linguagem
midiática do vídeo digital, que é diferente do cinema e da televisão, e também do
potencial da Internet como ferramenta de interação e compartilhamento. Queremos
ao mesmo tempo, com o conteúdo selecionado, levá-lo a refletir sobre aspectos
diversos desta tão controversa relação entre tecnologia, escola e sociedade. Por fim,
queremos também alertá-lo para a importância de que a escola defina o seu papel
neste processo e que os seus profissionais preparem-se para assumi-lo.
Após assistir aos vídeos sugeridos, você deve discuti-los com seus colegas e,
em seguida, todos vão escolher um tema condutor que será depois desdobrado nos
pequenos grupos para a realização dos seus projetos integradores de
aprendizagem.
Assista agora, então, aos seguintes vídeos:
Os formadores vão ajudá-lo(a) a acessar o site do YouTube, o endereço é
http://www.youtube.com (Curioso o modo como estes endereços são escritos,
não? Falaremos sobre isso mais adiante).
Após ter acesso ao site do YouTube, você deve localizar cada um dos títulos
dos vídeos a seguir e assisti-los:
Criança – a alma do negócio: este é um trailler do documentário de Estela
Renner e Marcos Nisti sobre publicidade, consumo e infância. Convida você a
refletir sobre seu papel dentro deste cenário e sobre o futuro da infância;
PORQUE PRECISAMOS USAR A TECNOLOGIA NA ESCOLA?
36
Viciado em world of warcraft: é possível, literalmente, ficar viciado em um jogo
de computador? Segundo os autores deste vídeo, é possível sim;
Fases da Revolução Industrial: aula de História destinada a alunos do Ensino
Fundamental, produzida pela Profa. Alessandra Nóbrega;
O impacto da tecnologia da informação na vida social: reportagem do canal
Futura abrangendo diversos impactos das TIC nas nossas vidas. Tem um
conteúdo mais otimista;
Ladislau Dowbor – Educação e tecnologia: parte inicial de uma longa
entrevista à Rede Vida que argumenta que, frente à explosão atual do universo do
conhecimento, e das tecnologias correspondentes, a escola tem de repensar o
seu papel. A visão do entrevistado é que precisamos de uma escola um pouco
menos lecionadora. Se desejar ver o restante da entrevista, ela está disponível,
em várias partes, no site do YouTube.
4 PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DAS NOVAS TECNOLOGIAS
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
38
4 PAPEL DO PROFESSOR DIANTE DAS NOVAS TECNOLOGIAS
Texto de Luiz Fernando Máximo
De fato, estamos abordando a questão do papel dos professores diante das
novas tecnologias de uma forma um pouco diferente da convencional. Na maioria
dos textos que você já encontrou ou, ainda, vai encontrar sobre o uso de tecnologias
na educação, existe uma imposição de que todos os professores devem se apropriar
das tecnologias o mais rápido possível sob a pena de perderem seus espaços.
Aparece, também, a ideia de que o professor deve mudar de uma postura tradicional
para uma postura de facilitador da aprendizagem a partir da incorporação das
tecnologias e sua prática pedagógica.
Assim iremos trabalhar a ideia de que não são as tecnologias em si que vão
facilitar ou melhorar a qualidade do ensino e da aprendizagem. Nem tampouco, são
as tecnologias que vão credenciar um professor ou professora a ganhar ou perder
espaços na educação. Trata-se de abordar a questão da apropriação das
tecnologias na educação a partir dos diferentes papéis que os professores assumem
em decorrência da postura comunicativa que adotam. Vamos também He oferecer
algumas dicas e princípios norteadores para a apropriação das tecnologias mais
comumente utilizadas hoje na educação: o vídeo e a informática.
Ao final deste texto você deverá ser capaz de compreender que papéis e
posturas dos professores podem levar ao melhor aproveitamento das tecnologias na
educação.
Vamos começar a desfiar este novelo? Iniciamos pelos modelos ou padrões de
comunicação.
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
39
MODELOS DE COMUNICAÇÃO
Segundo Bordenave (2002), em uma situação de ensino aprendizagem, três
padrões principais de comunicação entre professor e alunos, podem ocorrer num
dado momento:
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
UNILATERAL, LINEAR OU ESTRELA
BILATERAL OU BIDIRECIONAL
MULTILATERAL OU EM REDE
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
40
Para Bordenave (2002), o modelo de comunicação linear ou estrela representa
a educação tradicional, vertical ou bancária. O modelo bidirecional representa um
começo de diálogo onde o desnível professor-aluno é diminuído, embora não
eliminado. Já o modelo de comunicação em rede traz um sério desafio a professores
e alunos acostumados ao ensino tradicional. Nesse modelo o professor participa de
uma dinâmica de comunicação como um membro mais experiente do grupo. Vejam
nas figuras que o professor deixa o centro do processo para apoiar a comunicação
entre alunos, não ficando só na direção professor-aluno-professor.
Portanto, o grande desafio a ser vencido pela educação é superar o modelo de
comunicação linear ou em estrela, no qual, na maioria das vezes, o professor age
como se fosse a única fonte de informação para o aluno, é o único emissor diante de
vários receptores sem direito a voz. De que nos adiantaria, por exemplo, um
laboratório de informática ou acesso à internet num modelo de comunicação deste
tipo? Para refletir na tela a mensagem que o professor quer passar? Vamos ainda
mais longe dizendo que mesmo o modelo bidirecional de comunicação, no qual o
aluno pode interagir com o professor, já não é suficiente. Seria importante
conseguirmos adotar um modelo de comunicação em rede, ou seja, todos
interagindo entre si. A comunicação ocorre em vários sentidos, entre alunos e entre
professor e alunos. Todos são emissores e receptores, ou melhor dizendo, todos são
sujeitos comunicantes.
Pense um pouquinho! Se no modelo de comunicação linear o professor é quem
tem o poder de falar e ser a única fonte de informação do aluno, de nada ou muito
pouco adianta termos a disposição deste professor e, principalmente, dos seus
alunos os recursos da Internet, por exemplo. Ou então, se um professor com tal
postura comunicativa usasse um computador na sua exposição este serviria tão
somente como um retro-projetor ultramoderno. Ou seja, para professores que
adotam constantemente uma postura comunicativa o tipo linear as tecnologias tem
um baixo aproveitamento do seu potencial informativo e comunicativo. Funcionam
mais como um brilhante ilustrador das aulas.
MAS, QUE RELAÇÃO ISSO TEM COM O USO DA TECNOLOGIA NA EDUCAÇÃO?
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
41
Já os professores que assumem um modelo de comunicação bidirecional,
acabam tendo mais chances de explorar melhor o potencial das tecnologias de
informação e comunicação. Isto porque, neste modelo, o professor já não se põe
mais como única fonte de informação, permitindo aos alunos explorem um pouco
mais o caráter informativo das tecnologias. O modelo de comunicação bidirecional
parece ser aquele que hoje mais ocorre em relação aos demais.
No caso do modelo de
comunicação em rede temos a
situação de maior possibilidade de
aproveitamento do potencial das
tecnologias. Além de excelentes
fontes de informação, que podem
ajudar muito no trabalho com o
trabalho por projetos ou pedagogia
de projetos, as tecnologias podem
possibilitar a ampliação do espaço
e tempo da sala de aula ao permitir
a troca de mensagens e o contato
entre os alunos e destes com seus
professores mesmo não estando no
espaço físico da escola e no horário
de aula.
Ao analisarmos o papel dos professores diante do uso das tecnologias na
educação pelo viés do modelo de comunicação adotado passam a fazer mais
sentido as frequentes afirmações de que o professor deve deixar de ser um mero
transmissor de informações para se tornar um orientador/mediador dos seus alunos.
Ao mudar do papel de transmissor de informações para mediador da construção do
conhecimento, na verdade o professor está deixando para trás uma postura
comunicativa tradicional linear para uma postura comunicativa em rede. Assim,
poderá aproveitar melhor todo o potencial informativo e comunicativo que as
tecnologias têm para nos oferecer.
VOCÊ SABIA?
Que a Internet é a fonte de informação mais popular.
Com larga vantagem, a internet é a mais popular fonte de
informação e a escolha preferencial para obter notícias,
superando televisão, jornais e rádio, de acordo com uma
nova pesquisa realizada nos Estados Unidos. Mais de
metade dos entrevistados pela afirmaram que selecionariam
a internet, se tivessem de escolher uma única fonte de
notícias. A televisão ficou com 21% dos votos, seguida por
rádio e jornais, que ficaram com 10% cada.
A internet também foi apontada como a mais confiável das
fontes de notícia por cerca de 40% dos adultos, contra os
17% que optaram pela televisão, os 16% que ficaram com
jornais e os 13% do rádio. Fonte: http://g1.globo.com/
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
42
Para finalizar esta unidade, gostaríamos de deixar algumas dicas e princípios
norteadores para o uso de tecnologias mais frequentemente utilizadas na educação:
o vídeo e a informática.
O USO DO VÍDEO NA SALA DE AULA
Moran (2000), ao tratar sobre o uso
do vídeo em sala de aula traz importantes
contribuições para aqueles que já utilizam ou gostariam de utilizar esta tecnologia.
Inicialmente faz uma classificação dos usos inadequados do vídeo na educação os
quais dever ser evitados.
Lembre-se que estas dicas podem ser estendidas a
quase todas as tecnologias utilizadas em sala de
aula como computador, rádio, projetor multimídia,
dentre outros.
Colocar vídeo quando há um
problema inesperado, como ausência do
professor. Usar este expediente
eventualmente pode ser útil, mas se for
feito com frequência, desvaloriza o uso
do vídeo e o associa, na cabeça do
aluno, a não ter aula.
VÍDEO-TAPA BURACO
Exibir um vídeo sem muita ligação
com a matéria. O aluno percebe que o
vídeo é usado como forma de camuflar a
aula. Pode concordar na hora, mas
discorda do seu mau uso.
VÍDEO-ENROLAÇÃO
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
43
O professor que acaba de descobrir
o uso do vídeo costuma empolgar-se e
passa vídeo em todas as aulas,
esquecendo outras dinâmicas mais
pertinentes. O uso exagerado do vídeo
diminui a sua eficácia e empobrece as
aulas.
VÍDEO-DESLUMBRAMENTO
Existem professores que questionam
todos os vídeos possíveis porque
possuem defeitos de informação ou
estéticos. Os vídeos que apresentam
conceitos problemáticos podem ser
usados para descobri-los, junto com os
alunos, e questioná-los.
VÍDEO-PERFEIÇÃO
Não é satisfatório didaticamente
exibir o vídeo sem discuti-lo, sem integrá-
lo com o assunto de aula, sem voltar e
mostrar alguns momentos mais
importantes.
SÓ VÍDEO
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Viu só? Certamente, seja como estudante ou professor, você já vivenciou algumas
das situações acima, mas, Moran também nos traz boas pospostas de utilização do
vídeo na educação, das quais destacamos algumas.
É, do ponto de vista de Moran (2000), o
uso mais importante na escola. Um bom
vídeo é interessantíssimo para introduzir um
novo assunto, para despertar a curiosidade,
a motivação para novos temas. Isso facilitará
o desejo de pesquisa nos alunos para
aprofundar o assunto do vídeo e da matéria.
VÍDEO como SENSIBILIZAÇÂO
O vídeo, muitas vezes, ajuda a mostrar o
que se fala em aula, a compor cenários
desconhecidos dos alunos. Por exemplo, um
vídeo que exemplifica como eram os
romanos na época de Julio César ou Nero,
mesmo que não seja totalmente fiel, ajuda a
situar os alunos no tempo histórico. Um vídeo
traz para a sala de aula realidades distante
dos alunos, como por exemplo, a Amazônia
ou a África. A vida se aproxima da escola
através do vídeo.
VÍDEO como ILUSTRAÇÃO
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É uma ilustração mais sofisticada. O
vídeo pode simular experiências de
química que seriam perigosas em
laboratório ou que exigiriam muito tempo e
recursos. Um vídeo pode mostrar o
crescimento acelerado de uma planta, de
uma árvore - da semente até a maturidade
- em poucos segundos.
VÍDEO como SIMULAÇÃO
Vídeo que mostra determinado
assunto, de forma direta ou indireta. De
forma direta, quando informa sobre um
tema específico orientando a sua
interpretação. De forma indireta, quando
mostra um tema, permitindo abordagens
múltiplas, interdisciplinares.
VÍDEO como CONTEÚDO DE ENSINO
Para análise do grupo e dos papéis de
cada um, para acompanhar o
comportamento de cada um, do ponto de
vista participativo, para incentivar os mais
retraídos e pedir aos que falam muito para
darem mais espaços aos colegas. O
vídeo-espelho é de grande utilidade para o
professor se ver, examinar sua
comunicação com os alunos, suas
qualidades e defeitos.
VÍDEO ESPELHO
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COMO VER O VÍDEO:
Antes de escolhermos um vídeo para utilizarmos em sala de aulas devemos
nos ater algumas dicas importantes que levarão a uma boa apresentação em sua
aula.
Informar somente aspectos gerais do vídeo (autor, duração, prêmios...).
Não interpretar antes da exibição, não pré-julgar (para que cada um possa fazer a
sua leitura). Checar o vídeo antes. Conhecê-lo. Ver a qualidade da cópia. Deixá-lo
no ponto antes da exibição.
Anotar as cenas mais importantes. Se for necessário (para regulagem ou fazer
um rápido comentário) apertar o pause, sem demorar muito nele, porque danifica a
fita. Observar as reações do grupo.
Voltar a fita ao começo. Rever as cenas mais importantes ou difíceis. Se o
vídeo é complexo, exibi-lo uma segunda vez, chamando a atenção para
determinadas cenas, para a trilha musical, diálogos, situações. Passar quadro a
quadro as imagens mais significativas. Observar o som, a música, os efeitos, as
frases mais importantes. Quantos detalhes não acha? Se o vídeo que hoje é considerado uma
tecnologia relativamente simples precisa de tantos cuidados para seu bom uso na
educação, já imaginou, então, quantos cuidados precisamos ter para integrar a
informática na nossa prática?
ANTES DA EXIBIÇÃO
DURANTE A EXIBIÇÃO
DEPOIS DA EXIBIÇÃO
Mais dicas sobre como utilizar e analisar vídeos na educação podem ser encontradas em
HTTP://www.eca.usp.br/prof/moran/
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PRINCÍPIOS A SEREM OBSERVADOS NO USO DA INFORMÁTICA NA
EDUCAÇÃO
Vidal, Maia e Santos (2002), de forma bastante interessante definiram dez
princípios a serem observados para um bom uso da informática na educação:
1) O software educativo não deve isolar a criança do contexto educador e
socializante que é a sala de aula. É imprescindível que o software promova a
integração de conteúdos curriculares.
2) Softwares que isolam a criança do contato com seus pares, que propõem
atividades excessivamente repetitivas e pouco criativas vão na contramão dos
objetivos da escola.
3) A exploração pedagógica da internet requer um projeto pedagógico sólido e
bem estruturado, para que alunos e professores tenham em direcionamento
preciso e objetivo para navegarem no chamado ciberespaço.
4) Jogos educativos, tão comuns e sedutores, precisam ser cuidadosamente
escolhidos para que os alunos e professores não sejam conduzidos no
caminho falacioso da “pirotecnia” (show) em detrimento do desenvolvimento
do raciocínio lógico e da criatividade.
5) O laboratório de informática não deve ser um ambiente a parte, que os alunos
apreciam, em detrimento da sala de aula, que os alunos deploram. Ambos os
ambientes constituem um único espaço pedagógico, onde atividades
complementares contribuem para a construção de conhecimentos, para a
dinamização das mensagens e para o avanço coletivo rumo a novas
possibilidades de aprender e ensinar.
6) O professor, que tem o compromisso de dinamizar a sala de aula, não deve
eclipsar-se (esconder-se atrás) diante do técnico de informática, que atua no
laboratório de informática. Ambos têm que desenvolver um trabalho conjunto
e integrado, conduzindo os alunos a irem e virem do real para o virtual, do
livro-texto para o computador, do software para o trabalho em grupo, da
observação e coleta de dados para a digitação, compilação e tratamento de
informações de informações com o auxílio da tecnologia da informática.
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
48
7) A informática não é pré-requisito para a educação de qualidade e para a
realização de um trabalho pedagógico sério e renovador. No entanto, o uso
do computador pode redimensionar a prática do professo, tornando a sala de
aula espaço conectado com a sociedade tecnologia emergente como um foco
para fazer com que os alunos avancem de modo prazeroso na aprendizagem.
8) A delimitação de projetos educativos interdisciplinares é condição sine qua
non para que iniciativas de uso do computador tenham maior sentido,
vitalidade e longevidade e para que não empreguemos tecnologias novas
com estratégias velhas, para que não avancemos por caminhos inovadores
munidos de paradigmas ultrapassados.
9) A seleção de softwares e de recursos telemáticos a serem usados em sala de
aula é tarefa pedagógica fundamental para assegurar qualidade no ensino e
para apoiar adequadamente as aprendizagens.
10) Professor e alunos têm que caminhar juntos no processo pedagógico
assistido por computadores. Os conhecimentos de ambos têm que ser
associados a investidos na realização de um objetivo maior: construir
conhecimentos de modo colaborativo, criativo, dinâmico e centrados na
formação para a cidadania, na sociedade nova em que adentramos.
RECAPTULANDO Muito bem! Esperamos que com estas dicas e princípios norteadores você
tenha condições de aplicar estas tecnologias nas suas aulas de forma mais
consciente e proveitosa para a aprendizagem dos seus alunos. Nesta unidade desenvolvimentos a ideia de que o grande desafio a ser vencido
para uma apropriação eficiente das tecnologias na educação é anterior ao próprio
uso das tecnologias. Trata-se de uma mudança de postura comunicativa na relação
entre professores e alunos. Vimos que o tipo de comunicação entre professores e
Uma forma de utilização pedagógica da internet de modo investigativo e ligado ao trabalho com
projetos chama-se webQuest. Veja mais sobre WebQueste em HTTP://webquest.sp.senac.br/
EDUCAÇÃO DIGITAL PARA ERA DIGITAL
49
alunos que tem a possibilidade de aproveitar melhor o potencial das tecnologias de
informação e comunicação em rede. Além disso, vimos também alguns pontos
importantes a serem observados antes e durante a apropriação de tecnologias com
o vídeo e a informática na prática pedagógica.
Agora é a sua vez, em grupo busque um tema e tente estruturar uma vídeo-
aula colocando em prática as técnicas explanadas no texto acima.
ATIVIDADE
Nome do Filme: ___________________________________________________
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Objetivo: _________________________________________________________
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5 SOFTWARES EDUCACIONAIS
SOFTWARES EDUCACIONAIS
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5 SOFTWARES EDUCACIONAIS
Texto de Mauricio Pessoa Gebran
CONCEITO DE SOFTWARE EDUCACIONAL
As utilizações de novas tecnologias em sala de aula propiciam um ambiente
rico e possibilitam melhorias no nosso sistema educacional, mas para que isso
ocorra é importante salientar a necessidade de realizar alguns investimentos
necessários, proporcionar aos professores a formação adequada e obter um
ambiente de trabalho apropriado para os alunos e professores.
Como nos diz Moran (1997), a maioria das pessoas vai utilizar essas
tecnologias no que elas têm de mais superficial e previsível, como o faz com suas
vidas e com as tecnologias até agora disponíveis. Mas os que têm uma atitude mais
ativa, confiante e criativa diante da vida continuarão utilizando as velhas e as novas
tecnologias de comunicação de forma cada vez mais libertadora e mais criativa, para
comunicar-se melhor, para aprender mais e tornar a nossa sociedade mais humana.
A cultura digital tem sido um dos meios que mais tem auxiliado os professores
nessa busca de interação e qualidade nas relações, portanto o compromisso que
toda escola deve assumir hoje é conciliar a tecnologia e a pedagogia,
essencialmente na formação do professor. Cabe a ele saber orientar e desafiar o
aluno para que a atividade computacional contribua para a aquisição de novos
conhecimentos. Pois os alunos já não conseguem ter uma atitude passiva no mundo
de hoje, dominado pela tecnologia, onde os processos de busca e troca de
informação ocorrem de maneira rápida e precisa, justificando a utilização da
informática dentro da sala de aula.
Portanto, ao invés de simplesmente memorizar uma informação, os nossos
estudantes devem ser ensinados a procurar e usar a informação na solução de
problemas. Essas mudanças estão sendo introduzidas com o auxílio do computador
que é uma ferramenta que complementa e aperfeiçoa uma possível mudança na
qualidade do ensino e para que tais mudanças ocorram há necessidade de
utilização de softwares educacionais adequados.
SOFTWARES EDUCACIONAIS
52
A principal característica do software educativo é a interatividade, característica
na qual se destaca como principal diferencial entre as outras tecnologias, tais como
a televisão, vídeo, retroprojetor etc. Quando se trabalha com um software educativo
num laboratório, se observa que o comando da máquina é exercido pelo aluno e,
neste caso, cada aluno tem seu ritmo para aprofundar-se no programa, sendo que o
professor facilmente percebe os alunos que têm mais dificuldades que os outros.
Tapscott (1999) comenta que a mídia digital permite que os alunos sejam
tratados como indivíduos, que tenham experiências de aprendizado altamente
individualizadas, baseadas na sua experiência, em talentos individuais e na faixa
etária, no estilo cognitivo e em preferências pessoais.
Uma pesquisa feita por Cook e Cook (1999, p. 61) demonstra que o importante
no processo de ensino-aprendizagem é ser centralizado no aluno e, assim, quanto
mais se utiliza adequadamente a tecnologia, mais fixa-se o conteúdo.
Os softwares educacionais são programas que auxiliam o aluno a desenvolver,
aperfeiçoar e ampliar de forma interativa o seu aprendizado, tendo o professor a
função de mediador do processo de reconstrução do conhecimento.
Segundo Valente (1989, p. 2),“o software educacional vem atender objetivos
educacionais preestabelecidos onde as considerações pedagógicas que orientam
seu desenvolvimento superam em importância a qualidade técnica.”
SOFTWARES EDUCACIONAIS
53
O software educacional vem diferenciar o ensino da informática pela
informática, onde o primeiro se caracteriza pelo ensino de conceitos de informática,
como programação e funcionamento do computador e o segundo, é o ato de
promover o ensino com o uso da ferramenta computador, utilizando o software
educacional. Sendo assim, o aluno tem acesso de forma interativa, no seu ritmo, às
diversas áreas do conhecimento de uma forma lúdica e prazerosa.
Uma pesquisa da revista Veja, citada por Gimenes (1998, p. 7) revelou que
83% dos pesquisados acham que a utilização do computador permite as pessoas
adquirirem conhecimentos de forma mais prazerosa. Porém, é de suma importância
lembrar que muitos softwares educacionais disponíveis no mercado, nos dias de
hoje, deixam a desejar quanto à metodologia, são produtos de grande avanço
tecnológico (cores, animações, navegação e interface), mas têm o conteúdo
específico e a prática pedagógica, muitas vezes, ignorados.
Com a introdução no mercado desse novo instrumento educacional, temos
possibilidades de mudanças no processo de ensino e aprendizagem, práticas
pedagógicas difíceis ou até desinteressantes. Podem agora ser concebidas e
realizadas com a presença do computador e do software educacional apropriado,
que proporcionará diferentes formas de aprender ao nosso aluno, através de vários
canais de aprendizagem, utilizando os largos recursos visuais de animação e
multimídia para despertar um maior interesse e motivação.
Esse prazeroso instrumento educacional pode ainda possibilitar a
aprendizagem por descoberta, onde o aluno produz o seu próprio conhecimento,
bem como a possibilidade de aprender no seu ritmo, pois o software educacional
possui paciência infinita, além dos recursos tecnológicos embutidos, que prendem a
atenção do aluno. Para isso, o trabalho deve ser proposto e orientado pelo professor
sempre buscando um objetivo definido, e nunca utilizar um software educacional fora
do conteúdo trabalhado em sala de aula.
A tabela, proposta por Lucena citado por Gimenes (1998, p. 8), mostra as
vantagens e desvantagens de seu uso.
SOFTWARES EDUCACIONAIS
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CLASSIFICAÇÃO
Existem vários autores que classificam os softwares educativos. Dentre as
classificações, vamos descrever a de Vieira (2008), que é baseada nos objetivos
pedagógicos. SOFTWARES DE EXERCÍCIO E PRÁTICA
Forma mais tradicional de aplicação da informática na Educação. É o tipo de
software mais fácil de ser desenvolvido e utilizado, principalmente na década de
1990, visto que a Educação tinha mais esta característica. Visa à aquisição de uma
habilidade ou a aplicação de um conteúdo já conhecido pelo aluno, mas não
inteiramente dominado.
Características:
facilidade de uso;
inclusão de elementos de jogo;
pequena duração;
instrução clara;
reforço para respostas certas, e auxílio ao aluno para identificar e corrigir as
respostas incorretas. SOFTWARES TUTORAIS
Têm como principal característica a transmissão da informação de forma
SOFTWARES EDUCACIONAIS
55
organizada, como se fosse um livro eletrônico. Algumas vezes utiliza-se de um
professor/tutor digital e é muito utilizado para o ensino de línguas.
Características:
uso de estratégias;
apresentação de objetivos a serem alcançados;
apresentação de estímulos (definições, exemplos e contra-exemplos);
orientação que inclua pistas e diretrizes;
modularidade das lições;
possibilidade de retenção e transferência.
SOFTWARES DE SIMULAÇÃO E MODELAGEM
É a representação ou modelagem de um objeto real, de um sistema ou evento.
É um modelo simbólico e representativo da realidade que deve ser utilizado a partir
da caracterização dos aspectos essências do fenômeno. É o modelo mais difícil de
ser desenvolvido.
Características:
apresentação dos dados da situação a ser simulada;
oportunidade de o aluno escolher a ação;
apresentação de versão modificada do cenário em cada ponto e decisão, de
acordo com as respostas acumuladas;
apresentação de uma descrição clara das consequências de suas respostas,
ou solicitação que as indique antes da continuação da simulação, incorporando
os conceitos de método científico e teste de hipótese.
SOFTWARES JOGOS EDUCATIVOS
Os jogos devem ser fonte de recreação com vista à aquisição de um
determinado tipo de aprendizagem, geralmente incluindo elementos como regras,
competição e contagem de pontos.
SOFTWARES EDUCACIONAIS
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Características:
instruções claras;
atração e manutenção do interesse e do entusiasmo;
controle, tanto na interação quanto no andamento;
incorporação do desafio;
exploração da fantasia;
exploração da competição.
SOFTWARES MULTIMÍDIA / AUTORIA
São softwares que trabalham a multimídia, podem ser fechados, servindo
apenas como fonte de informação, ou com o uso de sistemas de autoria, em que o
aluno mesmo sem conhecimento de informática pode desenvolver seu próprio
software.
Características:
ferramentas mais abertas;
fácil programação para usuários finais;
liberdade na criação;
o aluno se sente mais motivado pelo desafio de criar. SOFTWARES DE PROGRAMAÇÃO
São softwares que trabalham com uma linguagem de programação e
possibilitam o desenvolvimento do raciocínio lógico matemático. Sua característica
principal é permitir a realização do ciclo:
Características:
ferramenta aberta;
desenvolvimento do raciocínio lógico matemático;
liberdade na criação.
SOFTWARES EDUCACIONAIS
57
SOFTWARES DE AUTORIA
Quando a criança aprende a programar, o processo de aprendizagem é
transformado. Com esse foco é que surgiram os softwares de autoria que nada mais
é do que um programa equipado com diversas ferramentas que permitem o
desenvolvimento de projetos multimídia. Sem ter conhecimentos de programação, o
aluno e/ou o professor poderá criar projetos agregando elementos como sons,
imagens, vídeos, textos, animações etc. A relação ensino-aprendizagem fica mais
dinâmica, com professores e alunos trabalhando juntos durante o processo de
criação.
A pesquisa se torna uma atividade atrativa porque é de fundamental
importância para o conteúdo do projeto multimídia que será desenvolvido. O aluno
desenvolve sua autonomia, organizando as informações, podendo o professor
assumir o papel de orientador dentro do processo de confecção dos projetos.
É claro que, muitas vezes, esses programas desenvolvidos tornam-se muito
simples, devido aos limitados recursos oferecidos pelas ferramentas, o que não
influencia no conteúdo do software. De nada adianta um software educativo repleto
de recursos gráficos se não existe um conteúdo que disponha de relevância
pedagógica.
Além disso, os usuários podem buscar apoio de técnicos em informática,
através da criação de equipes interdisciplinares, o que fará com que o software seja
adequado quanto aos recursos da informática e também possua um conteúdo
relevante pedagogicamente. Mesmo assim, esses sistemas de autoria possuem uma
linguagem de programação que pode ser utilizada para programar ações mais
elaboradas do ponto de vista computacional.
Cabe ao usuário aproveitar todos os recursos oferecidos por esses ambientes.
Se o usuário não tem um grande conhecimento do funcionamento do computador,
ele pode simplesmente utilizar esse ambiente como um sistema de autoria e criar
seu software educativo a partir da interface, utilizando uma barra de ferramentas.
Pode incluir textos, botões, imagens, gráficos, sons etc., de maneira rápida e fácil.
Caso o usuário necessite de algum recurso mais elaborado, que não é
fornecido de maneira interativa, torna-se necessário escrever algumas linhas de
código (ou muitas linhas, dependendo do recurso desejado). Isso requer algum
SOFTWARES EDUCACIONAIS
58
conhecimento de programação e, face ao exposto, requer que o usuário possua
noções de programação ou busque o auxílio de alguém que o saiba.
O que se percebe é que muitas vezes essas ferramentas são mais úteis na
mão dos alunos, pois a adaptação e a facilidade do uso da tecnologia dessa geração
produzem resultados mais eficazes, tornando o professor um especialista de
conteúdo, um facilitador no processo de desenvolvimento do produto multimídia.
Para concluir, devemos ter em mente que o software de autoria não deve ser
usado apenas como propósito de desenvolver softwares educativos, pois o mais
importante é o processo de planejamento, criação e pesquisa. Numa visão
construtivista, a aprendizagem ocorre quando a informação é processada na cabeça
das pessoas. Assim, o conhecimento construído vai sendo incorporado num
processo gradativo de construção, sempre criando situações desafios.
SOFTWARES EDUCACIONAIS
59
TEXTO COMPLEMENTAR
AVALIAÇÃO DE SOFTWARE EDUCATIVO: REFLEXÕES PARA UMA ANÁLISE
CRITERIOSA. (VIEIRA, 2008)
I. Base pedagógica de um software educativo:
A primeira tarefa do professor que se propõe a analisar um software
educativo é identificar a concepção teórica de aprendizagem que o orienta, pois um
software para ser educativo deve ser pensado segundo uma teoria sobre como o
sujeito aprende, como ele se apropria e constrói seu conhecimento. Numa
perspectiva construtivista, a aprendizagem ocorre quando a informação é
processada pelos esquemas mentais e agregadas a esses esquemas. Assim, o
conhecimento construído vai sendo incorporado aos esquemas mentais que são
SOFTWARES EDUCACIONAIS
60
colocados para funcionar diante de situações desafiadoras e problematizadoras.
Piaget aborda a inteligência como algo dinâmico, decorrente da construção
de estruturas de conhecimento que, à medida que vão sendo construídas, vão se
alojando no cérebro. A inteligência, portanto, não aumenta por acréscimo, e sim, por
reorganização.
Essa construção tem a base biológica, mas vai se dando na medida em que
ocorre a interação, trocas recíprocas de ação com o objeto do conhecimento, onde a
ação intelectual sobre esse objeto refere-se a retirar dele qualidades que a ação e a
coordenação das ações do sujeito colocaram neles. O conhecimento lógico-
matemático provém da abstração sobre a própria ação.
Os fatores de desenvolvimento, segundo Piaget, são a maturação biológica, a
experiência física com objetos, a transmissão social (informação que o adulto passa
à criança) e a equilibração.
A equilibração contrabalança os três primeiros fatores, ou seja, equilibra uma
nova descoberta com todo o conhecimento até então construído pelo sujeito. Os
mecanismos de equilíbrio são a ASSIMILAÇÃO e a ACOMODAÇÃO.
Todas as ideias tendem a ser assimiladas às possibilidades de entendimento
até então construídas pelo sujeito. Se ele já possui as estruturas necessárias, a
aprendizagem tem o significado real a que se propôs. Se, ao contrário, ele não
possui essas estruturas, a assimilação resulta no ERRO CONSTRUTIVO. Diante
disso, havendo o desafio, o sujeito faz um esforço contrário ao da assimilação. Ele
modifica suas hipóteses e concepções anteriores ajustando-as às experiências
impostas pela novidade que não foi passível de assimilação. É o que Piaget chama
de ACOMODAÇÃO: o sujeito age no sentido de transformar-se em função das
resistências impostas pelo objeto.
O desequilíbrio, portanto, é fundamental para que haja a falha, a fim de que
o sujeito sinta a necessidade de buscar o reequilíbrio, o que se dará a partir da ação
intelectual desencadeada diante do obstáculo: A ABSTRAÇÃO REFLEXIVA. É na
abstração reflexiva que se dá a construção do conhecimento lógico-matemático
SOFTWARES EDUCACIONAIS
61
(inteligência), resultando num equilíbrio superior e na consequente satisfação da
necessidade.
Duffy e Jonassem (1991) sugerem que, para aprender significativamente, os
indivíduos têm que trabalhar com problemas realistas em contextos realistas. Devem
ser explorados problemas que apresentem múltiplos pontos de vistas, para que o
aprendiz construa cadeias de ideias relacionadas. Dessa forma o aprendiz deve
engajar-se na construção de um produto significativo relacionado com sua realidade.
É o que Valente denomina de “construcionismo contextualizado”.
A noção de “erro” é relativizada na teoria construtivista. Nela o erro é uma
importante fonte de aprendizagem, o aprendiz deve sempre questionar-se sobre as
consequências de suas atitudes e a partir de seus erros ou acertos ir construindo
seus conceitos, ao invés de servir apenas para verificar o quanto do que foi
repassado para o aluno foi realmente assimilado, como é comum nas práticas
empiristas. Portanto, um software educativo que se propõe a ser construtivista deve
propiciar à criança a chance de aprender com seus próprios erros.
O simples fato de um software possuir sons e animações não são indicativos
para que o mesmo seja classificado como construtivista.
[...]
Outro ponto a ser considerado na avaliação de um software para uso
educacional está no fato de verificar se ele busca ser autônomo, descartando,
desconsiderando a figura do professor como “agente de aprendizagem” ou se ele
permite a interação do aluno com esse agente, com outro aluno ou mesmo com um
grupo de alunos.
Se o software tem a pretensão de ser autônomo, tem como fundamento o
ensino programático, onde as informações padronizadas e “pasteurizadas”, por si só,
promovem o ensino de qualquer conteúdo, independente das condições específicas
da realidade educacional de uma escola. Além do mais, qualquer software que se
propõe a ser educativo tem que permitir a intervenção do professor, como agente de
aprendizagem, como desencadeador e construtor de uma prática específica e
SOFTWARES EDUCACIONAIS
62
qualificada que objetiva a promoção do aprendiz.
O “feedback” dado ao“erro” do aluno é um ponto fundamental na análise do
software educativo. Se o mesmo não dá um feedback imediato e subjetivo, podemos
classificá-lo como “comportamentalista”, onde só há estímulo e resposta e esta
resposta não permite a continuidade do processo.
II. O CICLO DESCRIÇÃO – EXECUÇÃO –
REFLEXÃO – DEPURAÇÃO – DESCRIÇÃO
Dentro da concepção construtivista, um software para ser educativo deve ser
um ambiente interativo que proporcione ao aprendiz investigar, levantar hipóteses,
testá-las e refinar suas ideias iniciais, dessa forma o aprendiz estará construindo o
seu próprio conhecimento.
Para Valente (1998), a realização do ciclo descrição – execução – reflexão –
depuração – descrição é de extrema importância na aquisição de novos
conhecimentos por parte do aprendiz.
Descrição da resolução do problema: o aprendiz lança mão de todas as
estruturas de conhecimentos disponíveis (conceitos envolvidos no problema sobre o
computador e a linguagem de programação, estratégias de aplicação desses
conceitos etc.) para representar e explicitar os passos da resolução do problema em
termos da linguagem de programação no computador.
Execução dessa descrição pelo computador: a execução fornece um
“feedback” fiel e imediato para o aprendiz. O resultado obtido é fruto somente do que
foi solicitado à máquina.
Reflexão sobre o que foi produzido pelo computador: a reflexão sobre o
que foi executado no computador, nos diversos níveis de abstração, pode provocar
alterações na estrutura mental do aluno. O nível de abstração mais simples é a
empírica, que permite a ação do aprendiz sob o objeto, extraindo dele informações
como cor, forma, textura etc. A abstração pseudoempírica permite ao aprendiz
SOFTWARES EDUCACIONAIS
63
deduzir algum conhecimento da sua ação ou do objeto. A abstração pseudoempírica
permite ao aprendiz pensar sobre suas próprias ideias. Esse processo de reflexão
sobre o resultado do programa pode provocar o surgimento de uma das alternativas:
a resolução do problema apresentado pelo computador corresponde às ideias
iniciais do aprendiz e, portanto, não são necessárias modificações no procedimento
ou a necessidade de uma nova depuração do procedimento porque o resultado é
diferente das ideias inicias.
Depuração dos conhecimentos por intermédio da busca de novas
informações ou do pensar: o processo de depuração dos conhecimentos acontece
quando o aprendiz busca informações (conceitos, convenção de programação etc.)
em outros locais e essa informação é assimilada pela estrutura mental, passando a
ser conhecimento e as utiliza no programa para modificar a descrição anteriormente
definida. Nesse momento, repete-se o ciclo descrição – execução – reflexão –
depuração – descrição.
Levando em consideração esse ciclo, o software pode ser interpretado como a
explicitação do raciocínio do aprendiz, fornecendo dois ingredientes importantes
para o processo de construção do conhecimento. Primeiro, o “feedback” é fiel, se
houver problema no funcionamento do programa, esse é produto do pensamento do
aprendiz. Segundo, a resposta imediata fornece os resultados que são construídos
passo a passo pelo computador, podendo confrontar suas ideias originais com os
resultados obtidos na tela. Essa comparação constitui o primeiro passo no processo
reflexivo e na tomada de consciência sobre o que deve ser depurado.
Valente ressalta ainda que o “processo de identificar e corrigir o erro constitui
uma oportunidade única para o aluno aprender um determinado conceito envolvido
na solução do problema ou sobre estratégias de resolução de problemas”.
O ciclo descrição – execução – reflexão – depuração – descrição só é possível
se for mediado pelo “agente de aprendizagem” que tenha conhecimento do
significado do processo de aprender por intermédio da construção do conhecimento.
[...]
SOFTWARES EDUCACIONAIS
64
ATIVIDADES
1) O que é um software de simulação? Cite algum exemplo que você conhece.
2) O que é um software de autoria?
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O artigo “Avaliação de software educacional”, disponível no site <
<http://www.inf.ufpr.br/urban/CI-204/LeiturasRecomendadas/206-2010_2-
AvaliacaoSwEducativo.pdf >, mostra como classificar um software educativo
quanto à sua utilização, de acordo com sua função e de acordo com o seu
fundamento educativo. Destaca também que o importante é criar critérios
mínimos para se escolher um bom software educativo.
6 INTERNET NA EDUCAÇÃO
INTERNET NA EDUCAÇÃO
66
6 INTERNET NA EDUCAÇÃO
Texto de Mauricio Pessoa Gebran
Sabendo-se que o ato de educar implica em estar mais atento às
possibilidades do que aos limites, visando estimular o desejo de aprender,
ampliando as formas de sentir, perceber e de se comunicar, tem-se na internet a
ferramenta ideal para promover uma maior eficiência no processo de ensino-
aprendizagem, ampliando a relação professor x aluno para a sociedade x escola x
professor x aluno.
Assim, conteúdo tem por objetivo demonstrar as origens da internet, a sua
funcionalidade na Educação e as ferramentas de busca e de comunicação que
auxiliam na didática em sala de aula, aumentando a capacidade de ensino dos
professores e, em paralelo, a aprendizagem dos alunos.
[...]
ESTRUTURA DA INTERNET
A internet é construída a partir de uma estrutura sem hierarquia, formada
apenas por nós (finais ou intermediários) e canais. Os nós finais são os servidores e
clientes os quais podem fornecer um conjunto de serviços como também podem
solicitá-los; os nós intermediários, por sua vez, são os roteadores e bridges (pontes)
que fornecem a possibilidade de filtro informacional, onde nem todos os clientes ou
servidores podem acessar determinados serviços que os nós intermediários
oferecem.
Esses nós encontram-se em dispositivos diferentes, identificados por um único
endereço denominado IP1 (Internet Protocol), e como canais de comunicação
geralmente são utilizados cabos coaxial ou de fibra ótica, e, conforme o canal
utilizado, tem-se uma velocidade distinta. Inexistem regras sobre como os nós
precisam ser conectados, sendo que, na maioria das vezes, os clientes possuem um
link (ligação) para outros nós, enquanto que os servidores e roteadores possuirão
mais de um link. Apesar da aparente estrutura caótica, a internet oferece para cada
1 TCP/IP – Transmission Control Protocol /Internet Protocol, protocolo de comunicação utilizado universalmente por todos os computadores interligados à internet.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
67
conexão entre dois nós, na maioria dos casos, mais do que apenas um meio de
conexão. Em caso de um nó intermediário falhar, a conexão pode ser redirecionada
por meio de outros segmentos de rede, sem qualquer tipo de interação do usuário,
ou seja, tem a capacidade de se auto-organizar.
A internet não pertence a ninguém em particular, e surpreendente ela funciona
perfeitamente, devido à utilização de conexão backbones, ou seja, conexões muito
velozes que unem segmentos de rede fisicamente separados e fornecem conexões
que pertencem a outras redes, mediante pontos de intercâmbio ou gateways.
As siglas mais comuns na internet são:
HTML que significa Hypertext Markup Language (linguagem de marcação de
hipertextos), linguagem de programação utilizada para construir home pages;
HOME PAGES – página www de um usuário, normalmente escrita na
linguagem HTML, onde o mesmo coloca as informações que deseja,
deixando-as disponíveis para ser consultada por qualquer pessoa ligada a
internet;
SITE – qualquer lugar virtual da internet, correspondendo a uma home Page,
situado fisicamente em um servidor www. A tradução livre para o português é
“sítio”.
CIBERCULTURA
Pode-se dizer que início do século XXI apresenta a internet como um novo
meio de comunicação, influenciando diretamente a essência da atividade humana,
construindo-se sob uma diversidade de formas, ocasionando transformações na vida
das pessoas, envolvendo a história e a cultura de todo o planeta, variando do âmbito
individual ao global. Todas as esferas são atingidas pela velocidade da informação
proporcionada pela internet.
"A Internet é de fato uma tecnologia da liberdade - mas pode libertar os poderosos para oprimir os
desinformados, pode levar a exclusão dos desvalorizados pelos conquistadores do valor. Nesse
sentido geral, a sociedade não mudou muito. Mas nossas vidas não são determinadas por verdades
transcendentes, e sim pelos modos concretos como vivemos, trabalhamos, prosperamos, sofremos
e sonhamos. Assim, para agirmos sobre nós mesmos, individual e coletivamente, para sermos
capazes de utilizar as maravilhas da tecnologia que criamos, encontrar sentido em nossas vidas,
melhorar a sociedade e respeitar a natureza, precisamos situar nossa ação no contexto específico
de dominação e libertação em que vivemos: a sociedade de rede, construída em torno das redes
de comunicação da Internet." (CASTELLS, 200, p. 225)
INTERNET NA EDUCAÇÃO
68
Este advento provocou uma revolução nos chamados meios tradicionais de
comunicação (rádio, televisão, jornal e revista), com uma reformulação de conceitos
e formas de produção adaptadas à cibercultura.
A cibercultura deriva do conceito de ciberespaço, historicamente demarcado
pelo escritor William Gibson, que criou o termo em seu romance de ficção científica
Neuromancer em 1984, definindo-o como um tipo de rede de computadores
conectados por via mental (neural), gerando uma comunicação global, utilizando-se
de um espaço não-físico.
A visão de Gibson não poderia se concretizar totalmente, em virtude da
conexão da comunicação não ser efetivada por vias orgânicas (neurais). Contudo, a
rede de comunicação global promovida pelo advento da internet poder ser
considerada o boom na área de integração global, afinal, tem-se acesso ao fato no
momento tão longe ele ocorre.
A maior transformação na vida social se dá pelo fato de que o ciberespaço,
além de um espaço de dados, está se configurando como um espaço de
convivência, de interação social e de comunicação, onde as pessoas formam
comunidades virtuais2. A internet, entre outras peculiaridades, conecta inteligências
e é preciso entender como ela afeta a vida, os negócios, a política e a educação.
Seu processo de comunicação distribuída permite algumas ações como acessar
informações à distância em caminhos não-linares; enviar mensagens que ficam
disponíveis sem valores hierárquicos; realizar ações colaborativas na rede; coexistir
em espaços reais e virtuais; visualizar espaços distantes; viver e agir em espaços
remotos; circular em ambientes inteligentes.
Afinal, a internet se situa como um espaço de comunicação onde inexistem
exclusões, dogmas e leis, onde quase todo material pode ser divulgado sem
censuras. De acordo com Pierre Lévy (in LEMOS, 2002, p. 14) “já que tudo é
possível, ela manifesta a conexão do homem com a sua própria essência, que é a
aspiração à liberdade”.
2 Também denominadas de comunidades on-line, são agregações sociais que surgem na internet, com uma quantidade suficiente de pessoas motivadas por interesses que vão do conhecimento científico ao conhecimento espontâneo, utilizando esses espaços para trocas intelectuais, sociais, afetivas e culturais que permitem a expressão dos seus sentimentos e estabelecimentos de teias de relacionamentos, mediadas pelo computador e conectadas à rede.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
69
A INFLUÊNCIA DA INTERNET NA EDUCAÇÃO
Abordando a aprendizagem, em sua classificação mecânica e significativa,
pode-se dizer que ela é muitas vezes efêmera, ou seja, logo esquecida pelo cérebro
e outras vezes guardada e fácil de ser retomada. A primeira constitui a
aprendizagem mecânica, produto já superado das velhas “decorebas” ensinada na
escola; a segunda representa a aprendizagem significativa, que precisa ser
praticada em sala de aula. Não existe consenso sobre o processo de construção da
aprendizagem significativa pelos neurônios, no qual as diferentes e múltiplas
inteligências são estimuladas. Alguns educadores defendem a teoria inatista,
compreende a aquisição do conhecimento como um dado da natureza humana;
outros defendem a teoria empirista, segundo a qual as experiências ”riscam” o
cérebro, gravando dados que ficam como cicatrizes na mente.
Nesse sentido, Moram (2000) explica como a aprendizagem significativa e
como a teoria interacionista concebe o conhecimento. O conhecimento é sempre
resultante das interações do indivíduo (e suas bagagens hereditárias) com o meio e
sua diversidade de estímulos sociais e culturais.
Ao nascer, o indivíduo já possui todas as inteligências, embora algumas mais
aguçadas que outras, e os estímulos que recebemos do ambiente interagem com
elas, gerando conhecimento. Não se nasce com o cérebro vazio, aprende-se por
meio das próprias ações sobre os objetos do mundo. Considerando-se essa visão de
aprendizagem, duas premissas parecem ficar bastante claras:
o aluno que não aprende é mal estimulado para interagir sobre os objetos
do mundo;
o professor que faz discursos em sala de aula é um apaixonado defensor da
teoria empirista e, portanto, não ensina absolutamente nada, ainda que
trabalhe muito.
Além dessas premissas, tem-se o verdadeiro professor, que estimula as
inteligências múltiplas do aluno a interagir com o meio, desafiando-o a perceber as
inúmeras “leituras” possíveis.
Informações que não apresentam relação com o conhecimento do aluno são
desperdiçadas, é necessário fazer de cada nova lição um significado para que
interajam com os outros que fazem parte da estrutura dos neurônios. Deste modo,
INTERNET NA EDUCAÇÃO
70
as inteligências serão estimuladas a “aprender a aprender”. Razão pela qual, deve-
se compreender a importância das tecnologias na educação, como a internet.
FERRAMENTAS DE BUSCA
Pela web, parte da internet acessada por protocolo (http3) e por browsers4,
podem-se visualizar na tela do usuário sites com informações hospedadas em
computadores remotos.
A gama de sites armazenados na web é imensa, face a possibilidade de
interligação global, assim, pode-se imaginar a internet como uma grande biblioteca,
na qual os usuários são agentes ativos do processo de armazenamento, indexação,
recuperação e disseminação de documentos eletrônicos hipertextuais (sites).
Para efetuar a indexação e a recuperação dos documentos utilizam-se
ferramentas de busca, que possibilitam aos usuários a busca de informações
disponíveis na rede.
As ferramentas de busca (Search Engines) são programas desenvolvidos com
o objetivo de indexar informações descritivas e temáticas dos sites em bases de
dados, visando possibilitar a recuperação de documentos solicitados, pelos usuários
de internet segundo as estratégias de busca e os critérios adotados.
As primeiras ferramentas foram criadas na década de 1990, por universidades
norte-americanas, e, logo em seguida, apresentaram-se iniciativas privadas
disponibilizando suas próprias ferramentas com acesso gratuito ou não.
As ferramentas mais conhecida são Google, Yahoo, AltaVista e Cade, as quais
utilizam-se de um método de pesquisa que apresentam os resultados de forma
hierarquizada, de acordo com o s critérios de relevância para qual foi programado.
Essas ferramentas são de fácil utilização, possuindo uma interface amigável,
onde a busca é concretizada em segundos com as respostas apresentadas
diretamente pelos links das páginas ou por categorias de assuntos ou, ainda pela
3 Hypertext Transfer Protocol - protocolo de transferência de hipertexto. Por hipertexto compreende-se um agrupamento de textos em meio digital, unidos por elos semânticos e ancorados em uma palavra ou uma frase proporcionando uma leitura não linear. 4 Visualizadores, softwares aplicativos capazes de ler um arquivo no formato HTML e interpretá-lo, mostrando imagens, textos e sons, por exemplo: Internet Explorer da Microsoft.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
71
forma de exibição dos resultados. Todas apresentam roteiro de ajuda e exemplos de
estratégias de busca.
Quanto aos tipos, as ferramentas de busca podem ser:
Catálogos – organizados a partir de páginas cadastradas informando dados
com título, resumo ou descrição, palavras-chave e endereço de localização da
página (URL), posteriormente, a página é analisada e recebe um tratamento
manual, sendo classificada por assunto ou categoria, como exemplo tem-se o
Yahoo. Índices – são criados automaticamente a partir de uma busca na web realizada
por spider (aranhas), os quais percorrem a internet, efetuando uma varredura
periódica, procurando páginas e criando, automaticamente, bases de dados
com informações recuperáveis sobre a página e criando, automaticamente,
bases de dados com informações recuperáveis sobre a página, englobando
título, texto, URL, porém não recebem nenhuma classificação temática
manual. Sua característica principalmente é a constante atualização de seus
dados, como exemplo tem-se o AltaVista. Metapesquisadores – esse tipo de ferramenta não possui banco de dados
próprio, contudo acessa os bancos de dados de outras ferramentas de busca,
onde o usuário pode escolher quais ferramentas de busca serão acessadas.
No Brasil tem-se o metaminer utilizando as seguintes ferramentas de busca:
AltaVista, AOLNetfind, Excite, Lycos, WebCrawler, Yahoo! e Fast e as
nacionais: RadarUOL, ZeeK, Achei, Cadê?, Yahoo! Brasil.
É importante salientar que as ferramentas de busca visam auxiliar no processo
de pesquisa por informações armazenadas na web, independente desta ser em
texto, imagem, notícias etc. Saber utilizá-las é fundamental, pois, a pesquisa de
informações na web sem uma estratégia e/ ou um instrumento adequado significa
obter milhares de documentos irrelevantes.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
72
FERRAMENTAS DE COMUNICAÇÃO
Inquestionável é o fato de a internet potencializar a comunicação influenciando
cada vez mais o planeta. A otimização desse potencial de comunicação é efetuada
mediante a utilização de ferramentas específicas. Na área pedagógica essas
ferramentas podem estimular no aluno o desenvolvimento de habilidades de
pesquisa entre as necessárias para adquirir e manipular informações de forma crítica
e eficiente, mediante a formação de grupos de discussão que podem se comunicar
por e-mail, blogs ou MSN, entre outros, sem sair de casa.
Para a troca de mensagens ou correspondência podem ser utilizadas as
seguintes ferramentas:
e-mail ou correio eletrônico – sistema de mensagens eletrônicas enviadas de
uma pessoa a outra ou a grupos mediante o uso de computadores
conectados à rede e do cadastro em um provedor, onde é liberado um
endereço eletrônico como [email protected]. Local este onde serão
armazenadas as mensagens enviadas e recebidas.
e-list ou lista de discussão – sistema de discussões classificado por assuntos
predeterminados, em que um computador gerencia o envio e o recebimento
de mensagens para uma lista de e-mails (mailling lists).
Chat ou bate-papo – processo de teleconferência – comunicação síncrona
(em tempo real) para troca de mensagens entre dois computadores. Alguns
programas permitem a criação de um quadro em que se pode desenhar ou
mostrar arquivos de imagens, além da janela de texto.
Fórum – área de publicação de mensagens que permite a participação de
vários usuários para discussão de temas predefinidos. Sistemas mais
avançados que permitem a troca de áudio e vídeo são conhecidos como
sistemas de teleconferência e de videoconferência.
E-forms ou formulários eletrônicos – recursos que permitem ao usuário a
entrada de dados em um site mediante acionamento de um programa,
fornecendo um resultado previamente definido (página web, e-mail, etc.).
INTERNET NA EDUCAÇÃO
73
E-group, news group ou grupo de discussão – ferramentas mantidas em um
servidor de internet que permitem discussões separadas por assunto dentro
do qual os usuários podem enviar e ler mensagens. Para acompanhar as
discussões o usuário precisa acessar o provedor de grupos de discussão.
Mural – quadro de avisos, notícias e mensagens, disponível a todos os
participantes de um grupo.
Newsletter – é um boletim de notícias enviado periodicamente aos assinatnes
de um grupo.
Para a conversação e troca de arquivos (imagens, sons, textos) podem ser utilizadas
várias ferramentas, abaixo citaremos algumas mais conhecidas:
Skype- ferramenta que possibilita telefonar a outras pessoas mediante o uso
do computador ou do telefone, tanto para celular como para rede fixa. A sua
utilização é gratuita para as comunicações entre computadores, mas, a
comunicação por telefone tem custos. Podem ser trocadas mensagens
instantâneas, transferir arquivos ou fazer chamadas em conferência. Para
instalação basta transferir o software e ter auscultadores, microfones ou um
telefone USB. A informação é codificada antes de ser enviada através da
internet, e automaticamente descodificada quando é recebida. MSN Messenger – ferramenta para chats e para áudio ou videoconferências,
onde podem ser adicionados à conversa ícones de emoções e imagens.
Permite compartilhar fotografias, ficheiros e fundos. Também funciona como
ferramenta de busca na internet.
Faz-se importante especificar dois tipos de ferramentas muito utilizadas, atualmente,
e que podem efetivamente auxiliar no processo de ensino-aprendizagem:
Blogs- abreviação de weblog, site que consiste em textos ordenados
cronologicamente, com o conteúdo mais recente no topo. O termo abrange
blogs diários, sites com notícias e opiniões, e muitos outros gêneros. Os
pontos fortes dessa ferramenta são a acessibilidade e a liberdade de
expressão, conquistando milhares de adeptos a cada dia que passa, visto a
possibilidade de se tornar um autor e ter seus quinze minutos de fama, não
sendo possível em TVs, rádios ou revistas. A sua utilização na Educação
possibilita o enriquecimento das aulas e projetos através da publicação e da
interação de ideias. Para tal, faz-se necessário adequá-los aos objetivos
INTERNET NA EDUCAÇÃO
74
educacionais, para que o conhecimento seja construído através de recursos
informáticos e das capacidades individuais, criando um ambiente favorável
para a aprendizagem. Orkut – rede social (comunidade) filiada ao Google, criada em 2004, visando
incentivar seus membros a criarem novas amizades e manter
relacionamentos. No Brasil são mais de 23 milhões de usuários. O cadastro
no Orkut inclui a divulgação de um perfil próprio que é dividido em três partes: Social – perfil social ou geral o usuário pode falar um pouco de si
mesmo, de características como gostos, livros preferidos, músicas,
programas de TV, filmes, etc.
Profissional – seleção da atividade profissional com informações
sobre seu grau de instrução e carreira.
Pessoal – apresenta o perfil pessoal do indivíduo de forma a facilitar
as relações interpessoais. Apresenta informações físicas, e sobre o
tipo de pessoa que ela gostaria de se relacionar, ou mesmo até mesmo
namorar/casar.
Pode-se criar e interagir com comunidades onde é possível formar enquetes e
fóruns. O Brasil é o país com maior número de membros, mais de 50% dos usuários
declaram-se brasileiros.
O objetivo primordial do presente capítulo é de demonstrar o vasto potencial
que a internet proporciona à Educação, não se limitando apenas ao ensino, onde
serve apenas para transmitir informação, mas, também, como um recurso de
construção do conhecimento, onde o indivíduo possa transformar essas informações
em conhecimento. A internet é fato e deve ser trabalhada, não como novidade e
fonte inesgotável de informação, mas como ferramenta que pode potencializar a
aprendizagem. A aprendizagem acontece quando o estudante manipula a
informação, transforma, e principalmente, sociabiliza esse conhecimento.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
75
TEXTO COMPLEMENTAR
Como utilizar a internet na Educação (MORAN, 1997) .
[...]
Avaliação da utilização
da Internet na Educação presencial.
Nos projetos brasileiros que temos acompanhado podemos observar algumas
dimensões positivas e alguns problemas. Aumenta a motivação, o interesse dos
alunos pelas aulas, pela pesquisa, pelos projetos. Motivação ligada à curiosidade
pelas novas possibilidades, à modernidade que representa a Internet. Há uma
primeira etapa de deslumbramento, de curiosidade, de fascínio diante de tantas
possibilidades novas. Depois vem a etapa de domínio da tecnologia, de escolha das
preferências. Depois, começa-se a enxergar os defeitos, os problemas, as
dificuldades de conexão, as repetições, a demora.
Comparando as minhas aulas, agora e antes da Internet, posso afirmar que
aumentou significativamente a motivação, o interesse e a comunicação com os
alunos e a deles entre si. Estão mais abertos, confiantes. Intercambiamos mais
materiais, sugestões, dúvidas. Trazem-me muitas novidades. Já me aconteceu de
em alguns seminários apresentarem resultados com informações que eu
desconhecia sobre tópicos do meu programa, por estarem extremamente
atualizadas, o que traz novas perspectivas para a matéria.
O aluno aumenta as conexões linguísticas, as geográficas e as interpessoais.
As linguísticas, porque interage com inúmeros textos, imagens, narrativas, formas
coloquiais, e formas elaboradas; com textos sisudos e textos populares. As
geográficas, porque se desloca continuamente em diferentes espaços, culturas,
tempos e adquire uma visão mais ecológica sobre os problemas da cidade. As
INTERNET NA EDUCAÇÃO
76
interpessoais, porque se comunica e conhece pessoas próximas e distantes, da sua
idade e de outras idades, on-line e off-line.
O aluno desenvolve a aprendizagem cooperativa, a pesquisa em grupo, a
troca de resultados. A interação bem sucedida aumenta a aprendizagem. Em alguns
casos há uma competição excessiva, monopólio de determinados alunos sobre o
grupo. Mas, no conjunto, a cooperação prevalece.
A Internet ajuda a desenvolver a intuição, a flexibilidade mental, a adaptação
a ritmos diferentes. A intuição, porque as informações vão sendo descobertas por
acerto e erro, por conexões "escondidas". As conexões não são lineares, vão
"linkando-se" por hipertextos, textos interconectados, mas ocultos, com inúmeras
possibilidades diferentes de navegação. Desenvolve a flexibilidade, porque a maior
parte das sequências são imprevisíveis, abertas. A mesma pessoa costuma ter
dificuldades em refazer a mesma navegação duas vezes. Ajuda na adaptação a
ritmos diferentes: a Internet permite a pesquisa individual, em que cada aluno vai no
seu próprio ritmo e a pesquisa em grupo, em que se desenvolve a aprendizagem
colaborativa.
Na Internet também desenvolvemos formas novas de comunicação,
principalmente escrita. Escrevemos de forma mais aberta, hipertextual, conectada,
multilinguística, aproximando texto e imagem. Agora começamos a incorporar sons e
imagens em movimento. A possibilidade de divulgar páginas pessoais e grupais na
Internet gera uma grande motivação, visibilidade, responsabilidade para professores
e alunos. Todos se esforçam por escrever bem, por comunicar melhor as suas
ideias, para serem aceitos, para "não fazer feio". Alguns dos endereços mais
interessantes ou visitados da Internet no Brasil são feitos por adolescentes ou
jovens.
A aprendizagem de línguas, principalmente do inglês, é um dos principais
motivos para o sucesso dos projetos. Os alunos enviam e recebem mensagens,
muitas vezes em inglês, o que exige uma boa fluência na língua estrangeira. Com
programas de comunicação na Internet em tempo real, a necessidade de domínio de
INTERNET NA EDUCAÇÃO
77
línguas estrangeiras é mais percebida. Em programas de IRC, de audiofone (como o
Iphone), de videoconferência os alunos escrevem ou falam ao vivo, com rapidez.
Outro resultado comum à maior parte dos projetos na Internet confirma a riqueza de
interações que surgem, os contatos virtuais, as amizades, as trocas constantes com
outros colegas, tanto por parte de professores como dos alunos. Os contatos virtuais
se transformam, quando é possível, em presenciais. A comunicação afetiva, a
criação de amigos em diferentes países se transforma em um grande resultado
individual e coletivo dos projetos.
ALGUNS PROBLEMAS
Criam-se todos os dias mais de cento e quarenta mil novas páginas de
informações e serviços na rede. Há informações demais e conhecimento de menos
no uso da Internet na educação. E há uma certa confusão entre informação e
conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação
os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura
determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso
paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. O conhecimento não se
passa, o conhecimento se cria, se constrói.
Há facilidade de dispersão. Muitos alunos se perdem no emaranhado de
possibilidades de navegação. Não procuram o que está combinado deixando-se
arrastar para áreas de interesse pessoal. É fácil perder tempo com informações
pouco significativas, ficando na periferia dos assuntos, sem aprofundá-los, sem
integrá-los num paradigma consistente. Conhecer se dá ao filtrar, selecionar,
comparar, avaliar, sintetizar, contextualizar o que é mais relevante, significativo.
Há informações que distraem, que pouco acrescentam ao que já sabemos,
mas que ocupam muito tempo de navegação. Perde-se muito tempo na rede. Onde
mais se percebe é ao observar a variedade de listas de discussão
e newsgroups sobre qualquer tipo de assunto banal. Mas, em contrapartida, a
Internet espelha nessas listas, os desejos reais de cada um de nós, sem termos o
INTERNET NA EDUCAÇÃO
78
controle do Estado ou de outras Instituições, que em outras mídias sempre estão
"orientando-nos", oferecendo-nos os "melhores" produtos econômicos e culturais.
Constato também a impaciência de muitos alunos por mudar de um endereço para
outro. Essa impaciência os leva a aprofundar pouco as possibilidades que há em
cada página encontrada. Os alunos, principalmente os mais jovens, "passeiam"
pelas páginas da Internet, descobrindo muitas coisas interessantes, enquanto
deixam por afobação outras tantas, tão ou mais importantes, de lado.
É difícil avaliar rapidamente o valor de cada página, porque há muita
semelhança estética na sua apresentação, há muita cópia da forma e do conteúdo:
copiam-se os mesmos sites, os mesmos gráficos, animações, links.
Nem sempre é fácil conciliar os diferentes tempos dos alunos. Uns respondem
imediatamente. Outros demoram mais, são mais lentos. A lentidão pode permitir um
maior aprofundamento. Na pesquisa individual esses ritmos diferentes podem ser
respeitados. Nos projetos de grupo, isso depende muito do coordenador e do
respeito entre seus membros.
A participação dos professores é desigual. Alguns se dedicam a dominar a
Internet, a acompanhar e supervisionar os projetos. Outros, às vezes por estar
sobrecarregados, acompanham à distância o que os alunos fazem, e vão ficando
para trás no domínio das ferramentas da Internet. Esses professores terminam
pedindo aos alunos as informações essenciais. Em avaliações dos projetos
educacionais que utilizam a Internet há queixas de que muitos professores vão
deixando de estar atentos aos projetos dos alunos, que não se atualizam, não
mexem no computador e empregam mal o tempo de aula e de pesquisa.
Professores e alunos se relacionam com a Internet como se relacionam com
todas as outras tecnologias. Se são curiosos, descobrem inúmeras novidades nela
como em outras mídias. Se são acomodados, só falam dos problemas da lentidão,
das dificuldades de conexão, do lixo inútil, de que nada muda.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
79
INTEGRAR A INTERNET EM UM NOVO PARADIGMA EDUCACIONAL
Ensinar na e com a Internet atinge resultados significativos quando
está integrada em um contexto estrutural de mudança do ensino-aprendizagem,
onde professores e alunos vivenciam processos de comunicação abertos, de
participação interpessoal e grupal efetivos. Caso contrário, a Internet será uma
tecnologia a mais, que reforçará as formas tradicionais de ensino. A Internet não
modifica, sozinha, o processo de ensinar e aprender, mas depende essa mudança
da atitude básica pessoal diante da vida, do mundo, de si mesmo e do outro e das
atitudes fundamentais das instituições escolares.
A palavra chave é integrar: Integrar a Internet com as outras tecnologias na
educação - vídeo, televisão, jornal, computador. Integrar o mais avançado com as
técnicas convencionais, integrar o humano e o tecnológico, dentro de uma visão
pedagógica nova, criativa, aberta.
Há um pouco de confusão entre tecnologias interativas - que permitem
interação - e processos interativos. Uma tecnologia pode ser profundamente
interativa como, por exemplo, o telefone, que permite o intercâmbio constante entre
quem fala e quem responde. Isso não significa que automaticamente a comunicação
entre pessoas, pelo telefone, seja interativa no sentido profundo. As pessoas podem
manter formas de interação autoritárias, dependentes, contraditórias, abertas. O
telefone facilita a troca, não a realiza sempre. Isso depende das pessoas envolvidas.
A mesma situação acontece com a Internet. Fala-se das inúmeras
possibilidades de interação, de troca, de pesquisa. Elas existem. Mas, na prática, se
uma escola mantém um projeto educacional autoritário, controlador, a Internet não
irá modificar o processo já instalado. A Internet será uma ferramenta a mais que
reforçará o autoritarismo existente: a escola fará tudo para controlar o processo de
pesquisa dos alunos, os resultados esperados, a forma impositiva de avaliação. Os
alunos, eventualmente, ou alguns professores poderão estabelecer formas de
comunicação menos autoritárias, mas para isso precisam contrariar a filosofia da
escola, mudando-a por conta própria, sem o endosso institucional.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
80
Compreendo perfeitamente que a Internet é uma ferramenta fantástica para abrir
caminhos novos, para abrir a escola para o mundo, para trazer inúmeras formas de
contato com o mundo. Mas essas possibilidades só acontecem se, na prática, as
pessoas estão atentas, preparadas, motivadas para querer saber, aprofundar,
avançar na pesquisa, na compreensão do mundo. Quem está acomodado em uma
atitude superficial diante das coisas, pesquisará de forma superficial.
Vejo inúmeras pessoas - adultas e jovens - que se aborrecem com a Internet.
Acham só problemas em pesquisar. Reclamam de que encontram milhares de sites,
que só tem propaganda, que muitos endereços não entram, que nunca acham o que
procuram, e de que o que encontram está em inglês. Colocam desculpas para não
pesquisar mais, porque realmente para eles pesquisar é um problema. Enquanto
isso, ficam horas seguidas, provavelmente, em programas de bate-papo, de
"conversa" superficial, interminável e pouco produtiva, para quem olha de fora.
Nossa mente é a melhor tecnologia, infinitamente superior em complexidade
ao melhor computador, porque pensa, relaciona, sente, intui e pode
surpreender. Faremos com as tecnologias mais avançadas o mesmo que fazemos
conosco, com os outros, com a vida. Se somos pessoas abertas, as utilizaremos
para comunicar-nos mais, para interagir melhor. Se somos pessoas fechadas,
desconfiadas, utilizaremos as tecnologias de forma defensiva, superficial. Se somos
pessoas autoritárias, utilizaremos as tecnologias para controlar, para aumentar o
nosso poder. O poder de interação não está fundamentalmente nas tecnologias mas
nas nossas mentes.
Ensinar com a Internet será uma revolução, se mudarmos simultaneamente
os paradigmas do ensino. Caso contrário servirá somente como um verniz, um
paliativo ou uma jogada de marketing para dizer que o nosso ensino é moderno e
cobrar preços mais caros nas já salgadas mensalidades . A profissão fundamental
do presente e do futuro é educar para saber compreender, sentir, comunicar-se e
agir melhor, integrando a comunicação pessoal, a comunitária e a tecnológica. [...]
INTERNET NA EDUCAÇÃO
81
ATIVIDADES
1) O que é cibercultura?
2) Cite três vantagens e desvantagens da internet para uso educacional?
3) Dentre as ferramentas de comunicação, pesquise e explique a diferença entre
blog e o site Orkut.
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7 PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
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7 PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICIPIO
Texto Proposta Curricular do Município de São José
INFORMÁTICA
[...]
Novos riscos e desafios é sem dúvida um sinônimo de globalização.
Conduzir o desenvolvimento humano frente à diversidade de situações políticas,
econômicas e financeiras numa “aldeia global”, é proporcionar meios ao
desenvolvimento sustentável através de políticas educativas consistentes.
Como entender as desigualdades e a exclusão social, e ao mesmo tempo
adaptar-se as novas culturas e modernização? O que exatamente estamos
globalizando ou mundializando?
Tensões explodem a todo momento entre nações, grupos étnicos e, se não
somos capazes de vivermos junto as comunidades as quais pertencemos,
enfrentaremos desafios cada vez maiores para aprender a juntos vivermos nesta
“aldeia global”.
Uma política educativa que enriqueça os conhecimentos e assegure conceitos
de fundamental importância como família, comunidade, nação, torna-se
indispensável para o ingresso neste novo universo, adaptando-se as novas
tecnologias, para a construção da própria pessoa. Este, um passo seguro na
compreensão mútua dos povos, visto que na medida em que se dá a construção da
própria pessoa, constroem-se as relações entre indivíduos tornando possível então,
a comunicação universal, dentro desse contexto de multiplicidade de línguas e
culturas. Só então acontecerá de fato a expansão da humanidade, tendo como
aliada a tecnologia de comunicação e informação que encurta tempo, espaço e
barreiras geográficas.
Cabe então à educação, uma tarefa nada fácil: a de despertar a necessidade
de um processo de conscientização, segundo as tradições e convicções de cada um,
reconhecendo o pluralismo, lidando com as tensões entre a tradição e a
modernidade, entre o que é universal e o que é singular, entre o que é global e o
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
84
que é local, para que pouco a pouco, possamos nos tornar cidadãos do mundo, sem
porém, perdermos nossas raízes.
Preparar então o indivíduo para uma participação ativa, num projeto para a
sociedade que queremos, é poder permitir a cada um, ao longo de toda a sua vida, o
desenvolvimento de competências que permitam a sua construção e a construção
do mundo em que pretende atuar, respeitando-se os direitos fundamentais de cada
um, possibilitando a expressão de sua criatividade e sua manifestação pessoal,
adaptada às exigências desse novo tempo. Na medida que a educação resgata
valores do individual e traz para o coletivo, estaremos então de fato conduzindo o
desenvolvimento humano.
E como se dará o desenvolvimento humano no século XXI? Como será o
aprender deste século? Aqui encontraremos nosso maior desafio, pois frente as
novas tecnologias de comunicação e informação, ajudar a construir pessoas
dinâmicas e autônomas, estimulando o desejo de saber, para que estas saibam
trabalhar em equipe, num processo de educação e de atualização permanente é
reforçar a intenção de responder, na condição de educadores, a interrogantes como:
Que sociedade queremos neste século?
Que tipo de ser humano, de cidadão o mundo precisa formar, desenvolver?
Consequentemente, que tipo de educação precisa ser desenvolvido, que
saberes precisa ser trabalhado, que valores norteiam a vida das gerações que
farão o século XXI?
Com certeza a sociedade que queremos não é esta que se apresenta. A que é
vislumbrada, segundo análises prospectivas que vem sendo feitas, é imperativa a
condição da redução da jornada de trabalho para uma grande parcela da população,
tempo ocioso para uma grande maioria, buscas de espaços alternativos para
trabalhar informalmente por grande parcela que se vê a margem do processo
produtivo, ou seja, seis bilhões de pessoas no planeta, onde cerca de oitocentos
milhões vivem a margem da sociedade, nos leva a afirmar que o processo de
globalização, rompeu fronteiras, ampliou possibilidades de negócios, firmou alianças,
mas permitiu, de forma acelerada o empobrecimento do mundo, ao mesmo tempo
em que, paradoxalmente, trouxe uma série de possibilidades para o planeta, porém
sem condições de acesso pela grande maioria da população mundial.
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
85
Então, educar para o século XXI, certamente é ter presente que o ser humano
enfrentará desafios bastante diferentes do século anterior, face a todo o processo de
evolução da humanidade apresentado pelos cenários de natureza
sócio/político/econômico/cultural, aliado a alta tecnologia, que supera-se dia-a-dia.
Cada indivíduo, inserido nesse contexto e protagonizando papéis em cenários
de mundo globalizado, necessita desenvolver uma consciência de mundo
ultrapassando os limites dos espaços escolares, acessando a esse mundo via
espaços cibernéticos, desenvolvendo uma curiosidade insaciável com o intuito de
movimentar-se em um planeta de riscos e de possibilidades.
A compreensão deste mundo passa pela compreensão das relações que ligam
o indivíduo ao seu contexto, para que cada indivíduo defina-se em relação ao outro,
aos outros e, aos vários grupos a que pertence. A descoberta dessa multiplicidade
de relações, sendo iniciada pela família, a comunidade local, até a comunidade
global, leva a busca de valores comuns, como a capacidade de cada um comportar-
se como verdadeiro cidadão, consciente de uma participação democrática.
Neste contexto, a definição de um homem para o século XXI, que vive uma
revolução tecnológica, elemento essencial para a compreensão da nossa
modernidade, na medida em que cria novas formas de socialização e até mesmo de
novas definições de identidade individual e coletiva, estende-se a conceitos de
agentes empreendedores, caracterizados por saberes e fazeres técnico/científicos
aliando-se ao desenvolvimento da compreensão pessoal, social e mundial, com o
intuito de estimular a autogestão, a autonomia, rompendo com os vínculos de
dependência, de servilismo a que fomos submetidos.
Percebemos que o uso das tecnologias assume uma dimensão fundamental no
processo do aprender para a autonomia exigida pelo mundo do trabalho do século
XXI. O desenvolvimento da própria tecnologia se dá com uma rapidez exponencial
abrindo continuamente novas e inesperadas possibilidades.
Assim, dentro de novos conceitos de mundo, de ser humano, de espaço e
tempo, é preciso que a educação não se distancie dos quatro pilares que a
sustentam ao longo da vida, ou seja, o aprender a conhecer, o aprender a fazer, o
aprender a conviver e o aprender a ser. Segundo a Unesco, o imperativo da diversidade mundial exige de instituições
educativas, conseqüentemente de todos os que fazem educação, o conhecimento e
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
86
a conscientização sobre o que cada um destes alicerces desencadeiam na
formação/desenvolvimento do ser humano.
Aprender a conhecer – combina uma cultura geral, suficientemente vasta,
com a possibilidade de trabalhar em profundidade com um pequeno número
de matérias. O que também significa: aprender a aprender, para beneficiar-se
das oportunidades oferecidas pela educação ao longo de toda a vida.
Aprender a fazer – a fim de adquirir, não somente uma qualificação
profissional mas, de uma maneira mais ampla, competências que tornem a
pessoa apta a enfrentar numerosas situações e a trabalhar em equipe. Mas
também, aprender a fazer, no âmbito das diversas experiências sociais ou de
trabalho que se oferecem aos jovens e adolescentes, quer espontaneamente,
furto do contexto local ou nacional, quer formalmente, graças ao
desenvolvimento do ensino alternado com o trabalho.
Aprender a viver juntos – desenvolvendo a compreensão do outro e a
percepção das interdependências – realizar projetos comuns e preparar-se
para gerir conflitos – no respeito pelos valores do pluralismo, da compreensão
mútua e da paz.
Aprender a ser – para melhor desenvolver a sua personalidade e estar à altura
de agir com cada vez maior capacidade de autonomia, de discernimento e de
responsabilidade pessoal. Para isso, não negligenciar na educação nenhuma
das potencialidades de cada indivíduo: memória, raciocínio, sentido estético,
capacidades físicas, aptidão para comunicar-se. (Delors, J. 1997 – 101-102)
Assim, é possível afirmar que um projeto educativo só terá sustentação se
esses princípios forem respeitados e que o processo de construção do
conhecimento está sempre sofrendo redimensionamentos, enriquecendo-se com
qualquer experiência, pois vivendo em uma sociedade em permanente
transformação, olhar sob diferentes perspectivas não é somente fundamental mas,
absolutamente necessário para o desenvolvimento de um mundo com maiores
possibilidades de coesão social, de justiça social, de oportunidades de vida e
trabalho para todos.
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
87
Portanto, como premissa de aprendizagem, para a informática educativa, se
faz uma leitura fundamentada em uma concepção crítica das relações entre
educação, sociedade e trabalho, que, em sintonia com as tendências educativo-
laborais do novo milênio, entende que educar para um mundo globalizado é uma
das metas mais significativas e ao mesmo tempo complexas. Desenvolver cidadãos
esclarecidos, que busquem interação harmônica com a ecologia das relações
técnico/profissionais e intra/interpessoal da forma mais consciente possível, implica
em ressaltar a necessidade de rever o processo educativo em sua totalidade.
Neste contexto, o papel de todos os que fazem educação sofre
redimensionamentos. A realidade de mundo que vivemos exige que muitos dos
valores da educação tradicional, fundamentados no saber do Mestre, sejam
substituídos por valores emergentes de uma sociedade que começa gradativamente
a legitimar o saber, o saber fazer e o saber ser do grupo, assessorados por alguém
do próprio grupo.
Enquanto a educação tradicional se caracteriza pela ação centralizadora de
alguém que ensina e que faz do receptor o mero depositário de quem diz ser a
“fonte da verdade”: o mestre, a educação, no modelo atual, exige a substituição da
centralização pelo compartilhamento das informações, da pesquisa conjunta, da
interação, dos resultados alcançados pelo esforço comum. Fugir do convencional e
partir para algo mais problematizador, mais reflexivo, mais integrado, é a proposta
de Informática educativa, onde aprender é, muito mais amplo do que meramente
ensinar.
Ensinar, segundo Rogers (1986: 39), só tem sentido em um mundo imutável,
em uma sociedade primitiva, estagnada. Em um mundo que vive o aceleramento das
mudanças, propõe-se facilitar a aprendizagem, permitir a transformação e promover
a mudança, pois, como afirma este autor, o homem educado é aquele que aprendeu
como aprender, como adaptar-se ou gerar mudanças, ou seja, transformar.
Para que um indivíduo aprenda, Piaget afirma ser necessário que ele seja o
agente de sua aprendizagem. Isto implica nas concepções desenvolvidas por
Vygotzki sobre o processo de mediação, do como aprendemos e potenciamos esse
aprender que, aliado a algumas premissas formuladas por Gardner, promovem a
Informática Educativa a um campo integrado de saberes , onde o conteúdo a ser
trabalhado pelo professor, passa a ser o “centro de interesse” para o aluno ou seja
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
88
a sua ilha de produção, sintonizando com o contexto, otimizando e potencializando
esferas do conhecimento que permitem o desenvolvimento de um conjunto de
habilidades gerando como desdobramentos a autonomia, a auto gestão do ser
humano, requisitos imprescindíveis para atuar em diferentes cenários propostos por
um mundo pleno de impermanências.
Portanto, fica claro, que aprender para um mundo cuja ênfase é a
imprevisibilidade, a impermanência, não se restringe a um processo que conduz
apenas à acumulação de novos conhecimentos, mas sim, à integração, modificação,
estabelecimento de relações e coordenação desses conhecimentos.
Visto por esta ótica, aprender em Informática Educativa significa dizer que é um
processo pelo qual o ser humano se prepara para fazer frente às novas situações. É
o resultado de uma atividade do ser humano, histórico e culturalmente estabelecido
e que desenvolve estratégias muito próprias para aprender, ou seja, reafirma que
ninguém aprende no lugar de outrem, reforçando, portanto que, não há
aprendizagem que não seja uma autoaprendizagem.
Supõe saber atuar diante dos desafios que se apresentam através da realidade
cotidiana. Parte da premissa de que o agente principal da aprendizagem é uma
pessoa que está em processo de desenvolvimento biológico, de processo de
construção da sua identidade como pessoa enquanto ser histórico, psicológico,
sociológico, jurídico entre outras categorias, uma vez que começa, gradativamente a
assumir e responder por valores que vem sendo instalados pela família, pela escola,
pelo meio social em que se insere, consequentemente aprendendo a atuar no seu
contexto, no seu mundo.
Portanto, parte do princípio de um aprender que enfatiza a sintonia com o
aprender a conhecer, sustentado pela curiosidade constante, do aprender a fazer,
vivenciando experiências desencadeadas pelas propostas de atividades da
disciplina, tendo como desdobramentos o aprendizado do viver juntos, respeitando
limites e possibilidades enfatizando a importância do fomento à busca da autonomia
do indivíduo, para fazer frente ao mundo de incertezas, provocado pelo processo de
globalização gerando como consequência o aprender a ser.
É proposta da Informática Educativa, desencadear um processo de construção
ativa e significativa do conhecimento, dentro de uma perspectiva interdisciplinar,
remetendo ao processo de construção com significado pessoal, mas na qual não
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
89
intervém apenas o sujeito que aprende. Os outros significativos, ou seja, os agentes
sócio/histórico/culturais, que contribuem como organizadores prévios, são peças
imprescindíveis para essa construção, para esse desenvolvimento que se alude.
Tais elementos, geram uma postura pró ativa, buscando satisfazer internamente as
necessidades do ser humano, impulsionado pelos desafios externos que a
sociedade impõe. Tal concepção está privilegiada no uso de estratégias de uma
abordagem de aprendizagem que compromete o ser humano, com propostas
significativas, concretas e que contribuirão com o desenvolvimento de atitudes onde
estes sejam capazes de:
Começar a compreender a realidade, vendo-a como um todo, onde cada
circunstância tem conexão com outra circunstância, cada fenômeno é provocado
por outro fenômeno;
Extrair do seu processo de desenvolvimento físico, psíquico, social assim como
das experiências concretas que a vida vai proporcionando, um valor, dando
significado às coisas, decidindo sem imposições externas, extraindo a essência
positiva, o que lhe interessa e o que não lhe interessa;
Agir sobre as circunstâncias, tendo por base os valores em formação e que
gradativamente podem ser livremente constituídos tendo por meta, a
transformação;
Romper com o imediatismo e tornar sua vontade em algo transformador, do qual
nasça o projeto de vida de um homem, de uma classe, de um povo.
Diante de toda esta perspectiva, entende-se que em Informática Educativa, a
proposta curricular deve estabelecer os elementos que todo processo de
aprendizagem contempla, ou seja, conteúdos, habilidades, atitudes, e que este
tripé seja devidamente organizado conforme faixa etária, cuja proposta privilegia dos
três anos de idade, ou seja, a partir da metade da Educação Infantil, e atinja a idade
jovem e adulto, sendo imperativo neste tripé, a sintonia com os quatro pilares
definidos pela UNESCO e que sustentam a Educação para o século XXI (aprender a
conhecer, a fazer, a conviver, a ser), e, a integração com as demais disciplinas que o
currículo escolar contemplar.
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
90
BLOCOS TEMÁTICOS INTEGRADOS
Assim, parte-se da premissa que a proposta curricular seja levada a efeito através
de Blocos Temáticos Integrados, contemplando faixas etárias que correspondem a:
Educação Infantil (aqui, em Informática Educativa, vista a partir dos três anos de
idade até 06 anos)
Séries Iniciais (dos 07 aos dez anos de idade)
Ensino Fundamental (dos 11 aos 14 anos de idade) e
Educação de Jovens e Adultos (conforme as diferentes faixas etárias que vem
sendo apresentadas).
Descobrindo o Mundo, onde os conteúdos a serem trabalhados através de softwares educativos, tenham atividades com animações, figuras, sons e que a criança possa explorar neste lúdico, desafios próprios dessa faixa etária como distinguir figuras, criar histórias, desencadeando neste momento competências como:
Noções de distância, de posição geográfica, tipo brincando de artista através
de cenários criados; Sentido de direção, atravessando labirintos ou seguindo caminhos sugeridos
pelo próprio software; Noções de tempo, através de exercícios que privilegiem diferenças entre dia e
noite, primeiro e último etc;
Noções de discriminação visual, com jogos interativos e divertidos relativos a cor, tamanho, posição e,
De forma divertida, começa o desenvolvimento da prática da leitura, da escrita e de conceitos matemáticos, ou seja, inicia-se aí o processo da alfabetização.
A ferramenta que mais será acionada é o mouse, o teclado e o microfone.
Portanto estabelece-se aí, o desenvolvimento da coordenação motora.
EDUCAÇÃO INFANTIL – dos 03 aos 06 anos, um Bloco Temático denominado:
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
91
Descobrindo a Tecnologia, cujo objetivo é permitir a criança a exploração dos
recursos da informática levando-a a aprender como utilizar o computador, porém explorando conteúdos de outras disciplinas. Para tanto, a partir deste bloco, sugere-se o desenvolvimento de projetos integrados com todas as demais áreas de conhecimento que a escola trabalha, ou seja, História, Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Matemática, Geografia etc.
Para tanto, neste Bloco Temático, sugere-se atividades com projetos integrados
e softwares educativos e de autoria, tipo jogos, que estimulem e permitam: Desenvolver o raciocínio lógico, do trabalho em equipe; Incrementar o aprendizado de português, matemática, artes, estudos sociais,
ciências, etc; Desenvolver habilidades de leitura, escrita, matemática; Estabelecer relações criativas e interativas entre vogais, consoantes, dando
sequência ao processo de alfabetização; Fazer simulações de situações da vida real ou de fenômenos da natureza
através de sua própria autoria; Enriquecer vocabulário etc.
Os recursos do computador que passam a ser explorados neste bloco temático e
nesta faixa etária têm a ver com a sequência do mouse, teclado, som, e trabalhando com vídeo, impressora, aplicativos e softwares de autoria. A Tecnologia e o mercado de Trabalho, cujo objetivo é desenvolver
habilidades de uso do computador através de ações integradas com outras disciplinas dotando-os de saberes e fazeres adequados ao desenvolvimento sócio/político/econômico/cultural em níveis de entendimento do global para o local.
A ênfase de conteúdos referente a informática será com o uso de aplicativos
como processadores de textos, planilhas eletrônicas, softwares de apresentação, de animação e de autoria com o intuito de desencadear competências como:
Desenvolvimento da capacidade crítico/criativa/reflexiva sobre a tecnologia e
a ação humana;
SÉRIES INICIAIS (1ª a 4ª Séries), ou faixa etária de 07 a 10 anos, a proposta de
Bloco Temático denomina-se:
Ensino Fundamental (5ª a 8ª séries), a proposta para a Informática Educativa
como Bloco Temático é:
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
92
Proporcionar elementos para reflexão sobre o desenvolvimento da vida e sua contribuição para com o planeta;
Desenvolver visão integrada de mundo, socializando conteúdos e ações próprias de cada faixa etária;
Desenhar e desenvolver trabalhos em grupo; Usar adequadamente o recurso tecnológico com a qualidade, a estética, o
conhecimento que o mercado exige; Identificação de parâmetros da comunicação icônica/pessoal/coletiva; Valorização da necessidade de saber simbologia local, nacional,
internacional, bem como normatização tecnológica, como forma de estar sintonizado com um mundo globalizado;
Capacidade de valorização de informações colhidas de diferentes fontes (por exemplo: o uso da internet) etc;
Para a Educação de Jovens e Adultos, a proposta de informática Educativa é a fusão de vários conteúdos, consequentemente do desencadeamento de competências que inicia na Educação Infantil, como por exemplo: a questão da coordenação motora, e se estende aos conteúdos do Ensino Fundamental, considerando o perfil desta clientela em termos de necessidades, de exigências, mas muito mais, de características psicológicas, de maturação para aprender, o que implica primeiro no diagnóstico do grupo, para, a partir daí construir o seu currículo.
Entretanto ressalta-se a importância das ações integradas com outras disciplinas como fonte motivadora ao mesmo tempo em que esta clientela revela maiores condições de ver o mundo mais concretamente integrado, ou seja, que um fenômeno relaciona-se com outro e assim sucessivamente.
Assim, propõe-se que em nível de conteúdos seja utilizado primeiro softwares educativos que manifestem o aprender a navegar, permitindo coordenação motora e descobertas sobre as possibilidades da tecnologia.
Após, o uso de aplicativos que os leve a fazer uso pessoal como redigir uma correspondência, criar uma apresentação, utilizar uma tabela etc, implicando sempre em uma leitura interdisciplinar.
Para esta clientela propõe-se como bloco temático – Vida Tecnológica.
Educação de Jovens e Adultos
PROPOSTA CURRICULAR DO MUNICÍPIO
93
ATIVIDADES
1. Agora que você já sabe o que usar em cada blobo temático, crie um grupo de 4 a 5 integrantes, escolha um tema a ser trabalhado em sala de aula, a faixa etária e crie uma plano aula utilizando as tecnologias disponíveis em sua instituição de ensino para que esta aula seja incrivelmente inesquecivel!
(Cada aula obedecerá a um plano específico) I. Plano de Aula: Data:
II. Dados de Identificação: Instituição: Professor (a): Professor (a) estagiário (a): Disciplina: Período: Turma: III. Tema: - o tema específico a ser desenvolvido nesta aula - conceito fundamental: referência sucinta de base historiográfica que sustenta o tema
IV. Objetivos: a serem alcançados pelos alunos e não pelo estagiário; objetos da avaliação (item VIII); Objetivo geral: projeta resultado geral relativo a execução de conteúdos e procedimentos Objetivos específicos: especificam resultados esperados observáveis (geralmente de 3 a 4).
OBS.: começa-se sempre com verbos indicativos de habilidades como, por exemplo: ao nível de conhecimento – associar, comparar, contrastar, definir, descrever, diferenciar, distinguir, identificar, indicar, listar, nomear, parafrasear, reconhecer, repetir, redefinir, revisar, mostrar, constatar, sumariar, contar; ao nível de aplicação – calcular, demonstrar, tirar ou extrair, empregar, estimar, dar um exemplo, ilustrar, localizar, medir, operar, desempenhar, prescrever, registrar, montar, esboçar, solucionar, traçar, usar; ao nível de solução de problemas – advogar, desafiar, escolher, compor, concluir, construir, criar, criticar, debater, decidir, defender, derivar, desenhar, formular, inferir, julgar, organizar, propor, ordenar ou classificar, recomendar. V. Conteúdo: conteúdos programados para a aula organizados em tópicos (de 4 a 8) VI. Desenvolvimento do tema: descrição da abordagem teórica e prática do tema VII. Recursos didáticos e tecnológicos: (quadro, giz, retro-projetor, etc.) e fontes histórico-escolares (filme, música, quadrinhos, etc.) VIII. Avaliação: pode ser realizada com diferentes propósitos (diagnóstica, formativa e somativa). Discriminar, com base nos objetivos estabelecidos para a aula: - atividades (ex: respostas às perguntas-problema ao final da aula, discussão de roteiro, compreensão de gravuras, trabalho com documentos, etc.) - critérios adotados para correção das atividades. XIX. Bibliografia: indicar toda a bibliografia consultada para o planejamento da aula dividindo-a entre básica
e complementar
8 A TECNOLOGIA QUE AJUDA A ENSINAR
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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8 GUIA SOBRE O USO DE TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA
Texto de Amanda Polato
UM PAINEL PARA TODAS AS DISCIPLINAS MOSTRA QUANDO - E COMO - AS
NOVAS FERRAMENTAS SÃO IMPRESCINDÍVEIS PARA A TURMA AVANÇAR.
TICs, tecnologias da informação e comunicação. Cada vez mais, parece
impossível imaginar a vida sem essas letrinhas. Entre os professores, a
disseminação de computadores, internet, celulares, câmeras digitais, e-mails,
mensagens instantâneas, banda larga e uma infinidade de engenhocas da
modernidade provoca reações variadas. Qual destes sentimentos mais combina com
o seu: expectativa pela chegada de novos recursos? Empolgação com as
possibilidades que se abrem? Temor de que eles tomem seu lugar? Desconfiança
quanto ao potencial prometido? Ou, quem sabe, uma sensação de impotência por
não saber utilizá-los ou por conhecê-los menos do que os próprios alunos?
Se você se identificou com mais de uma alternativa, não se preocupe. Por ser
relativamente nova, a relação entre a tecnologia e a escola ainda é bastante confusa
e conflituosa. NOVA ESCOLA quer ajudar a pôr ordem na bagunça buscando
respostas a duas questões cruciais. A primeira delas: quando usar a tecnologia em
sala de aula? A segunda: como utilizar esses novos recursos?
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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Dá para responder à pergunta inicial estabelecendo, de cara, um critério: só
vale levar a tecnologia para a classe se ela estiver a serviço dos conteúdos. Isso
exclui, por exemplo, as apresentações em Power Point que apenas tornam as aulas
mais divertidas (ou não!), os jogos de computador que só entretêm as crianças ou
aqueles vídeos que simplesmente cobrem buracos de um planejamento malfeito.
"Do ponto de vista do aprendizado, essas ferramentas devem colaborar para
trabalhar conteúdos que muitas vezes nem poderiam ser ensinados sem elas",
afirma Regina Scarpa, coordenadora pedagógica de NOVA ESCOLA.
Da soma entre tecnologia e conteúdos, nascem oportunidades de ensino -
essa união caracteriza as ilustrações desta reportagem. Mas é preciso avaliar se as
oportunidades são significativas. Isso acontece, por exemplo, quando as TICs
cooperam para enfrentar desafios atuais, como encontrar informações na internet e
se localizar em um mapa virtual. "A tecnologia tem um papel importante no
desenvolvimento de habilidades para atuar no mundo de hoje", afirma Marcia
Padilha Lotito, coordenadora da área de inovação educativa da Organização dos
Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI). Em outros
casos, porém, ela é dispensável. Não faz sentido, por exemplo, ver o crescimento de
uma semente numa animação se podemos ter a experiência real.
As dúvidas sobre o melhor jeito de usar as tecnologias são respondidas nas
próximas páginas. Existem recomendações gerais para utilizar os recursos em sala
(veja os quadros com dicas ao longo da reportagem). Mas os resultados são
melhores quando é considerada a didática específica de cada área. Com o auxílio
de 17 especialistas, construímos um painel com todas as disciplinas do Ensino
Fundamental. Juntos, teoria, cinco casos reais e oito planos de aula (três na revista
e cinco no site) ajudam a mostrar quando - e como - computadores, Internet,
celulares e companhia são fundamentais para aprender mais e melhor.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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Fontes: Adriano Canabarro Teixeira, especialista de Educação e tecnologia da UFRGS, Maria de Los Dolores Jimenez Peña, professora de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação Da Universidade Mackenzie, e Roberta Bento, diretora da Planeta Educação.
NOVE DICAS PARA USAR BEM A TECNOLOGIA
O INÍCIO - Se você quer utilizar a tecnologia em sala, comece investigando o potencial das ferramentas
digitais. Uma boa estratégia é apoiar-se nas experiências bem-sucedidas de colegas.
O CURRÍCULO - No planejamento anual, avalie quais conteúdos são mais bem abordados com a
tecnologia e quais novas aprendizagens, necessárias ao mundo de hoje, podem ser inseridas.
O FUNDAMENTAL - Familiarize-se com o básico do computador e da internet. Conhecer processadores
de texto, correio eletrônico e mecanismo de busca faz parte do cardápio mínimo.
O ESPECÍFICO - Antes de iniciar a atividade em sala, certifique-se de que você compreende as funções
elementares dos aparelhos e aplicativos que pretende usar na aula.
A AMPLIAÇÃO - Para avançar no uso pedagógico das TICs, cursos como os oferecidos pelo Proinfo
(programa de inclusão digital do MEC) são boas opções.
O AUTODIDATISMO -A internet também ajuda na aquisição de conhecimentos técnicos. Procure os
tutoriais, textos que explicam passo a passo o funcionamento de programas e recursos.
A RESPONSABILIDADE - Ajude a turma a refletir sobre o conteúdo de blogs e fotologs. Debata qual o
nível de exposição adequado, lembrando que cada um é responsável por aquilo que publica.
A SEGURANÇA - Discutir precauções no uso da internet é essencial, sobretudo na comunicação online.
Leve para a classe textos que orientem a turma para uma navegação segura.
A PARCERIA - Em caso de dúvidas sobre a tecnologia, vale recorrer aos próprios alunos. A parceria não
é sinal de fraqueza: dominando o saber em sua área, você seguirá respeitado pela turma.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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O USO DE RECURSOS DA INFORMÁTICA NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA
FERRAMENTAS DIGITAIS AJUDAM NA EDIÇÃO E REVISÃO DE TEXTOS
O texto - aquela composição escrita ou falada, que nasceu juntamente com a
invenção da linguagem - segue sendo o mesmo. Nossa relação com ele, não. Em
suas pesquisas, o historiador da leitura Roger Chartier afirma que o suporte material
(papel, áudio, vídeo ou formato digital) exerce influência na relação que
estabelecemos com o texto. Nesse sentido, blogs, fotologs e podcasts são novos
gêneros, com características próprias. É possível, por exemplo, relacionar links para
que o leitor tenha a liberdade de seguir diferentes caminhos - é o chamado
hipertexto. Cada vez mais, a turma vai precisar conhecer esses aspectos. A boa
notícia é que trabalhos recentes como o do professor Jorge Luiz Marques de
Moraes, um dos ganhadores do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10 em 2008
(leia a reportagem na página 64), mostram que dá, sim, para conjugar o aprendizado
de novos gêneros (no caso dele, o podcast) com conteúdos tradicionais (a
comunicação oral).
Além de gerar novas demandas, as
ferramentas digitais modificam procedimentos
consagrados na disciplina. O exemplo mais
significativo diz respeito à edição e revisão de
textos. Em processadores como o Word, a
verificação ortográfica é muito facilitada. "O
professor pode deixar o corretor ortográfico
ligado para que os estudantes tentem resolver,
com autonomia, alguns dos erros - o que não
o isenta de seguir ensinando ortografia",
aponta Cláudio Bazzoni, assessor da
LÍNGUA PORTUGUESA
Tecnologias - Ferramentas de publicação - Processadores de texto - Sites de áudio e vídeo Conteúdos - Comunicação oral - Produção de textos - Análise e reflexão sobre a língua Oportunidades de ensino - Criar blogs - Produzir podcasts - Realizar e publicar vídeos - Revisar e editar textos no computador
P
Português
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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prefeitura de São Paulo e selecionador do Prêmio. Em termos de organização
textual, a vantagem é poder mudar de lugar, ampliar, cortar e eliminar frases e
parágrafos, experimentando novas soluções para a composição sem precisar
escrever tudo de novo a cada nova versão.
A informática também pode ajudar no trabalho com gêneros textuais. Na
Escola da Vila, na capital paulista, a professora Andressa Mille Fernandes propôs à
turma do 4º ano a construção de um informativo sobre o ciclo da água, um conteúdo
que já havia sido tratado nas aulas de Ciências. Depois de planejar o texto, decidir o
destinatário, selecionar as informações e escrever, as crianças foram para o
computador fazer títulos e quadros e escolher fontes e cores. Assim, tanto a forma
como o conteúdo da produção se aproximaram ainda mais dos exemplos de jornais,
aprofundando a caracterização do gênero estudado.
FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS NAS AULAS DE
MATEMÁTICA
CALCULADORA E PLANILHAS ELETRÔNICAS AUXILIAM A TURMA NA RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS
Nenhuma das inovações tecnológicas substitui o trabalho clássico na
disciplina, centrado na resolução de problemas. Estratégias como cálculo mental,
contas com algoritmos e criação de gráficos e de figuras geométricas com lápis,
borracha, papel, régua, esquadro e compasso seguem sendo essencias para o
desenvolvimento do raciocínio matemático.
Entretanto, saber usar calculadoras e conhecer os princípios básicos de
planilhas eletrônicas do tipo Excel são hoje demandas sociais. Você deve introduzir
esses recursos nas aulas - mas com o cuidado de pontuar que eles não fazem
mágica alguma. Ao contrário, sua utilidade se aplica apenas a situações específicas.
"O professor deve mostrar que eles são importantes para poupar tempo de
M
Matemática
INTERNET NA EDUCAÇÃO
100
operações demoradas, como cálculos e construções de gráficos, quando o que
importa é levantar as ideias mais relevantes sobre como resolver a questão",
defende Ivone Domingues, coordenadora pedagógica da Escola da Vila.
Enquanto as propostas com calculadora
parecem estar mais disseminadas (é comum em
várias escolas, por exemplo, utilizá-las para
conhecer propriedades do sistema de numeração
ou validar contas), o trabalho com planilhas
eletrônicas ainda ensaia os primeiros passos.
Vale a pena considerar o uso desses aplicativos,
já que eles permitem aliar vários conteúdos:
coleta de dados, inserção de fórmulas algébricas
para cálculos, elaboração de tabelas e tratamento
da informação (leia a sequência didática no
quadro ao lado).
É importante que as atividades incluam
desafios que questionem e ampliem o conhecimento da turma: o que acontece com
os resultados da tabela se modificarmos um dos dados da fórmula? E com o gráfico,
caso troquemos os valores da tabela? Para mostrar dados cuja soma chega a 100%,
qual o tipo mais adequado de gráfico: o de colunas, o de linhas ou o de pizza?
"Nessas explorações, o aluno aprende a controlar melhor as alternativas de
resolução que a ferramenta oferece", argumenta Ivone.
Por fim, na área de Espaço e Forma, a mesma economia de tempo - dessa
vez, na construção de figuras - é possibilitada por programas como o GeoGebra
(disponível gratuitamente em www.geogebra.org) e o Cabri Gèométre (pago), que
deixam a garotada analisar as propriedades de sólidos e planos, movimentando-os,
marcando pontos ou traçando linhas sem a necessidade de redesenhar.
MATEMÁTICA
Tecnologias - Programas educativos - Planilhas eletrônicas - Calculadora Conteúdos - Espaço e forma - Tratamento da informação - Números e operações Oportunidades de ensino - Explorar propriedades de figuras sólidas e planas - Construir gráficos no computador - Exploração e validação de cálculos
INTERNET NA EDUCAÇÃO
101
QUE TAL REGISTRAR HISTÓRIAS LOCAIS USANDO
TECNOLOGIA? SAIBA COMO É POSSÍVEL PESQUISAR CONTEÚDOS DE HISTÓRIA, UTILIZANDO RECURSOS TECNOLÓGICOS.
A internet apresenta leitura quase inesgotável de fontes de pesquisa. Para
que se faça bom proveito de tanta riqueza, a classe precisa ter claros os objetivos da
investigação. Em seguida, é importante discutir onde encontrar informação confiável.
Nesse ponto, seu trabalho é ensinar que, diferentemente do que a garotada costuma
acreditar, fatos históricos não são contados de maneira neutra. Qualquer relato traz
embutido certa dose de opinião do autor (se isso já é verdade mesmo para os
verbetes enciclopédicos, imagine o risco de um aluno confiar cegamente, ao
pesquisar sobre a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, em um site que defende o
revisionismo do Holocausto, argumentando que o extermínio de judeus não
ocorreu).
As tecnologias também permitem que os
estudantes produzam e compartilhem com
facilidade registros da história local. Um exemplo
é a parceria do Museu da Pessoa
(www.museudapessoa.net), uma instituição que
mantém um site sobre histórias de vida, com
escolas municipais de São Paulo. Professores,
estudantes e funcionários contam relatos
pessoais em vídeo, áudio e texto e os colocam
em uma comunidade virtual. Narrando suas
experiências e contemplando outras, os alunos
aprendem que os testemunhos são um
importante ponto de partida para conhecer melhor uma realidade ou determinada
cultura. "A história de cada um importa", explica Marcia Elias Trezza, coordenadora
do projeto.
H
História
HISTÓRIA
Tecnologias - Internet - Áudio - Vídeo Conteúdos - História geral e do Brasil (pesquisa) - História local (pesquisa e produção) Oportunidades de ensino - Pesquisar conteúdos e documentos históricos - Produzir relatos pessoais no computador
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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ATIVIDADES EM VÍDEO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
COM ESSE RECURSO, OS ALUNOS PODEM ESTUDAR REGRAS DE JOGOS
O grande recurso tecnológico para as aulas da disciplina é mesmo o vídeo, na
forma de DVDs ou na internet. Com ele, é possível trabalhar as práticas corporais
por meio da apreciação. "Há esportes que são impraticáveis na escola, como
canoagem e paraglider, mas que podem ser estudados por causa das tecnologias",
diz Marcos Garcia Neira, professor de metodologia do ensino de Educação Física na
Universidade de São Paulo (USP). Preparar uma
atividade em vídeo sobre o judô, por exemplo,
pode servir para explicar as regras que não ficam
claras nas transmissões dos Jogos Olímpicos na
TV (clique aqui e veja uma sequência didática
sobre esse tema). É também uma oportunidade
para desmistificar preconceitos causados pelo
desconhecimento cultural. "O futebol americano é
um caso clássico. A primeira impressão que se
tem é a de um caos violento. Há brutalidade,
mas, examinando as partidas trecho a trecho, é
possível analisar os sofisticados esquemas
táticos que regem o jogo", explica Neira. A apreciação, entretanto, não é a única
alternativa em relação aos vídeos. Pedir que os alunos registrem nesse meio uma
apresentação de dança ou uma partida de basquete na escola mostra a eles como
avaliar a própria prática.
EF
Educação Física
EDUCAÇÃO FÍSICA
Tecnologias - Internet - Vídeo Conteúdos - Esportes, jogos, lutas e ginásticas (apreciação) Oportunidades de ensino - Entender regras de jogos - Conhecer práticas corporais - Refletir sobre a prática
INTERNET NA EDUCAÇÃO
103
UTILIZE MAPAS VIRTUAIS PARA ENSINAR CARTOGRAFIA
SAIBA COMO USAR A TECNOLOGIA NAS AULAS DE GEOGRAFIA
"Revolução" é provavelmente a palavra mais adequada para descrever o
impacto das novas invenções sobre o espaço, o principal objeto de estudo da
disciplina. Com mapas virtuais, praticamente todos os lugares do mundo estão
acessíveis aos olhares curiosos da turma (leia a sequência didática abaixo). Sites
como o Google Maps e programas como o Google Earth possibilitam a visualização
de partes do globo em versão cartográfica, imagens de satélite, fotos aéreas e até
em 3D - algumas vezes, com uma resolução que permite perceber características
das construções, quantidade de árvores e até de carros em uma paisagem.
"Mapas e atlas impressos continuam tendo utilidade. Porém aprender a
utilizar a cartografia digital permite converter o aluno em sujeito ativo do processo de
construção da informação geográfica", avalia Levon Boligian, autor de livros
didáticos e professor de Metodologia de Ensino
de Geografia da Universidade Estadual do Norte
do Paraná (Uenp). O maior diferencial dos
mapas virtuais é a interatividade. Além de livre
escolha de local, escala e tema (vegetação,
fronteiras políticas ou malha de transporte, por
exemplo), o usuário ainda tem mobilidade de
observação - pode ir para cima e para baixo,
para a direita e para a esquerda e até rotacionar
as imagens. No Google Earth, há também uma
ferramenta que permite ver a transformação na
ocupação de um local ao longo do tempo. Para
os anos iniciais do Ensino Fundamental, é mais indicado trabalhar com a
identificação de elementos geográficos próximos, como ruas e bairros da cidade, ou
G
Geografia
GEOGRAFIA
Tecnologias - Internet - Sites e programas de visualização de mapas Conteúdos - Representação da paisagem - Cartografia Oportunidades de ensino - Ler mapas virtuais - Orientar-se usando serviços e sites de localização online
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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a comparação dessas áreas com as de cidades de outros países. Já turmas do 6º
ano em diante podem avançar nos mapas temáticos ou internacionais.
A TECNOLOGIA EM EXPERIMENTOS CIENTÍFICOS
A TURMA PODERÁ ESTUDAR CIÊNCIAS, UTILIZANDO RECURSOS TECNOLÓGICOS, COMO A INTERNET
Por meio das novas tecnologias, amplia-se a experimentação e a observação,
procedimentos indispensáveis ao método científico. Comecemos pela realização de
experimentos. Por razões de segurança, não é todo tipo de experiência que dá para
fazer no ambiente escolar. Simuladores online permitem aos alunos testar hipóteses
e reproduzir resultados de investigações complexas, como os fatores que causam a
erupção de um vulcão, qual o melhor lubrificante para fazer uma roda girar ou o
número de árvores necessárias para compensar as emissões de dióxido de carbono
de cada aluno de sua turma. O ponto fraco é que vários recursos estão em inglês -
como os dois primeiros exemplos da nossa lista. As iniciativas em português focam
mais conteúdos do Ensino Médio - uma busca por "laboratórios virtuais" no Google
mostra os resultados. Também é possível superar limitações de infraestrutura.
"Diversos sites de universidades e museus oferecem imagens e vídeos de
microscópios potentes, recursos antes inacessíveis às escolas. É possível ver e entender melhor as características de micro-organismos, como as bactérias", afirma
Luciana Hubner, bióloga, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento da Sangari
Brasil e selecionadora do Prêmio Victor Civita - Educador Nota 10. Neste site, a
garotada do 8º e do 9º ano pode ainda tomar contato com uma versão virtual do
aparelho (em inglês).
C
Ciências
INTERNET NA EDUCAÇÃO
105
Já a observação tem seu ponto alto nos sites de Astronomia.
O Stellarium transforma a tela do computador em um planetário. Outra oportunidade
ainda mais ousada é pôr a turma para
manipular remotamente um telescópio
usado por cientistas. O projeto
Telescópios na Escola, mantido por
órgãos governamentais de apoio a
pesquisas, permite que a escola agende
um horário e controle um telescópio via
internet. Na EE Patriarca da
Independência, em Vinhedo, a 75
quilômetros de São Paulo, as observações
do Sistema Solar são feitas,
principalmente como atividades
extraclasse, mas também são aproveitadas nas aulas de Ciências.
COMO UTILIZAR FERRAMENTAS DIGITAIS PARA ENSINAR LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
BLOGS, VÍDEOCONFERÊNCIAS PELA INTERNET E OUTROS RECURSOS TECNOLÓGICOS PODEM SER USADOS EM SALA DE AULA
Além das propostas mais comuns -
pesquisa na internet, criação de blogs,
troca de e-mails ou mensagens
instantâneas e revisão no computador
nos mesmos moldes da Língua Portuguesa -, as novas tecnologias também vêm
promovendo uma espécie de redescoberta da comunicação oral nas aulas.
CIÊNCIAS
Tecnologias - Internet - Simuladores online - Telescópios e microscópios eletrônicos Conteúdos - Física - Biologia Oportunidades de ensino - Simular experimentos complexos - Explorar remotamente a Terra e o Sistema Solar
LE
Língua Estrangeira
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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O maior estímulo está na possibilidade de realizar videoconferências pela
rede mundial (leia a sequência didática). No mercado de trabalho, os contatos entre
empregados de diferentes países de uma multinacional, antes restritos a viagens e
conversas telefônicas, são hoje muito mais rotineiros com as imagens transmitidas
por programas como Skype e Google Talk. "No caso das escolas, não é necessário
que os destinatários das videoconferências ou videochats sejam falantes nativos.
Muitas vezes, vale mais contatar estudantes da Romênia que também estejam
aprendendo os mesmos conteúdos, como estruturas de apresentação", explica
Andrea Vieira Miranda Zinni, formadora de professores e selecionadora do Prêmio
Victor Civita - Educador Nota 10.
Ainda mais completo, o trabalho com
gêneros textuais com a ajuda da tecnologia
pode envolver fala, leitura e escrita. No
Colégio Miró, em Salvador, o professor
Cláudio Muzzio propôs que a turma da 5ª
série produzisse um programa de culinária
em espanhol para ser apresentado para toda
a escola. O trabalho, que começou com a
pesquisa de receitas fáceis de fazer, incluiu a
escrita de um roteiro passo a passo (até com
propagandas para os intervalos), a gravação
do programa em câmera digital e celulares e
a edição no Movie Maker, um programa
presente nas versões mais atuais do
Windows. "Trabalhamos o vocabulário referente à comida, o uso de verbos no
imperativo e a entonação, já que o jeito de ensinar uma receita é bem diferente da
maneira de promover um produto nos comerciais", conta Cláudio.
LÍNGUA ESTRANGEIRA
Tecnologias - E-mail - Videoconferência - Celulares e câmeras Conteúdos - Produção oral - Leitura - Produção de textos Oportunidades de ensino - Trocar e-mails - Criar blogs - Comunicar-se oralmente via web - Revisar no computador
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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O USO DE RECURSOS DIGITAIS PARA ENSINAR ARTE
A TURMA APRENDE A TRANSFORMAR IMAGENS DIGITAIS COM SOFTWARES
Câmeras digitais e celulares popularizaram a fotografia. Saber tratar e
modificar imagens em softwares de edição é uma competência cada vez mais
valorizada. E programas de desenhos no computador ampliam as formas de criação.
Mas atenção: não se pode incorporar tantas novidades de maneira apressada, sem
uma boa discussão. "Antes, o professor precisa mostrar à turma de que forma essas
ferramentas têm sido usadas não só pelos artistas, mas pela sociedade", diz Rosa
Iavelberg, diretora do Centro Universitário Maria Antonia, na capital paulista.
Com essa perspectiva em mente, a
professora Ana Cláudia de Oliveira Soares
Cattani, da EE Professor Edsson Heráclyto
Cerezer, em Bagé, a 384 quilômetros de Porto
Alegre, começou a usar o Paint, programa de
desenho que vem com o Windows, para
expandir a produção de ateliê da 7ª série.
"Tomei o cuidado de mostrar como artistas
contemporâneos utilizam ferramentas similares,
o que trouxe bons exemplos de como os alunos
poderiam aproveitar o computador para
acrescentar intervenções às criações com
lápis", conta ela. O diálogo entre o ateliê "real" e o computador, aliás, é essencial
para fazer a produção da turma avançar. "O trabalho de fazer e refazer uma imagem
desenvolve a objetividade na composição da obra, no uso do espaço e no domínio
dos instrumentos artísticos, sejam eles tradicionais ou virtuais", defende Paulo Nin
Ferreira, coordenador da área de Arte do Colégio I. L. Peretz, na capital paulista.
A
Arte
ARTE
Tecnologias - Internet - Editores de imagens - Programas de desenhos Conteúdos - Desenho, pintura, escultura e colagem (produção e apreciação) Oportunidades de ensino - Editar imagens virtuais - Trabalhar digitalmente técnicas de ateliê.
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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No que diz respeito à fotografia, o trabalho também precisa incluir a
indispensável etapa de familiarização com os diferentes gêneros. No CE Presidente
Kennedy, em Rolândia, a 393 quilômetros de Curitiba, a professora Denise Maria
Ramos Lugli iniciou um projeto com as turmas de 8ª série por uma conversa sobre
fotos como registro pessoal. Em seguida, explorou características de outras
modalidades - fotografia de moda, publicidade, fotojornalismo e artística. Só depois
chegou a hora de produzir - nessa etapa, a cabeça cheia de referências fez a
diferença. "O olhar dos alunos mudou com a ampliação de repertório", conta ela. O
conhecimento dos tipos de fotografia ajudou ainda na edição das imagens. Usando
programas específicos, como o Photoshop, a garotada pôde mudar a luz, refinar
cores e fazer cortes - técnicas muito usadas em revistas de moda, por exemplo.
ATIVIDADES
1 - GRÁFICOS NO EXCEL NA AULA DE MATEMÁTICA
OBJETIVO
- Produzir, analisar e comparar gráficos em computador.
CONTEÚDO
- Coleta e organização de dados.
TEMPO ESTIMADO
Oito a dez aulas.
ANOS: 4º e 5º
Material necessário
Computador com o programa Excel.
Desenvolvimento
INTERNET NA EDUCAÇÃO
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Flexibilização para deficiência intelectual
Faça adequações nas instruções e na quantidade de recursos quando necessário. Privilegie
a qualidade em detrimento da quantidade de comparações. A análise de apenas um modelo
de gráfico pode proporcionar aprendizagem mais significativa para esse aluno.
1ª etapa
Peça que a classe selecione um tema para pesquisa. Uma sugestão é começar com mês de
aniversário, tipo de música, animal preferido etc. Outra opção são valores, como o número
do calçado ou da vestimenta. Em seguida, inicie a coleta de dados com os alunos, anotando
os resultados no quadro e pedindo que copiem. É importante ter claro o conceito de
variáveis e de que tipos elas podem ser. Variável é o conjunto de resultados possíveis.
Exemplo: para o fenômeno "número de filhos", os resultados possíveis são: 0, 1, 2, 3, 4, ...,
n; para "estatura", temos uma situação diferente, pois os resultados podem tomar um
número infinito de valores numéricos dentro de um determinado intervalo. As variáveis são,
portanto, quantitativas e qualitativas. Nas primeiras, os valores são expressos em números
(salário dos operários, idade dos alunos etc.). As que podem assumir qualquer valor entre
dois limites recebe o nome de variável contínua. E a que só pode assumir valores
pertencentes a um conjunto enumerável recebe o nome de variável discreta. Nas
qualitativas, os valores são expressos por atributos, como sexo (masculino, feminino), cor da
pele (branca, preta, amarela) etc. Organize duplas e peça que listem cinco itens que
aparecem nos dois folhetos e façam parte da cesta básica.
2ª etapa
Proponha que os alunos, em grupos, pesquisem gráficos e tabelas e levem à sala. A
intenção é que eles decidam como apresentar os dados. Em seguida, disponha as
informações numa tabela.
3ª etapa
Flexibilização para deficiência intelectual
Proponha o trabalho em dupla e entregue as instruções por escrito e numeradas. Depois de
INTERNET NA EDUCAÇÃO
110
orientar o aluno oralmente, faça referência ao número da instrução. Preveja um tempo maior
para ele realizar cada etapa.
Divida os estudantes em grupos diante de cada computador. Usando o programa de Excel,
peça que abram uma planilha e digitem uma tabela de dados: por exemplo, os meses de
aniversário (na coluna A) e o nome dos alunos (na coluna B). Selecionando a tabela e
escolhendo a opção "inserir" e "gráfico", solicite que construam um gráfico de colunas.
Convide-os a explorar os recursos (introduzindo títulos ou retirando e acrescentando rótulos
de dados nos eixos X e Y). Em seguida, peça que optem por construir gráficos diferentes,
como os de barras, linhas e pizza. Discuta em qual das opções a informação fica mais clara.
A turma deve perceber que os gráficos de barras e de colunas são os mais adequados para
comparar os valores de diferentes categorias; os de linhas, para mostrar o sobe e desce de
uma variável ao longo do tempo; e os de pizza, para registrar a proporção das categorias de
um universo. No exemplo do aniversário, o único gráfico que não é adequado é o de linhas.
Avaliação
Verifique se a turma estabelece categorias, consegue criar gráficos e percebe a utilidade de
cada tipo.
Flexibilização para deficiência intelectual
Repita a proposta no AEE.
2 - A HISTÓRIA LOCAL DOS AFRO-DESCENDENTES
Objetivos Estabelecer relações entre passado e presente, discutindo mudanças e permanências nas relações sociais. Estabelecer uma ponte entre o conteúdo estudado e sua vida cotidiana por meio de estudos da história local. Compreender e valorizar elementos das culturas africanas e de afrodescendência. Ampliar o conceito de cidadania, discutindo questões como respeito à diversidade, religiosidade e sincretismo, preconceito, direitos, inclusão.
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Anos: 7º, 8º e 9º anos Tempo estimado 3 aulas e atividades extra-classe em prazo a ser definido pelo professor. Material necessário Câmeras fotográficas, gravadores ou mp3 player, computador com acesso à internet. Introdução A importância de se estudar a história de africanos e de afro-descendentes está relacionada às profundas relações que guardamos com a África. No geral, somos frutos dos encontros e confrontos entre diferentes grupos étnicos como indígenas, europeus, africanos e outros. Entendemos que história do Brasil e história da África estão intimamente relacionadas, cabendo ao professor ampliar a discussão sobre, por exemplo, a escravidão, introduzindo elementos da história dos africanos, de sua cultura e não tratá-los como simples mercadoria que enriquecia europeus e tiveram seu trabalho explorado à exaustão no Brasil antes e após a independência política. Nessa perspectiva, não podemos tratar a questão africana apenas do ponto de vista da escravidão, como se fosse uma questão isolada e superada pela assinatura da Lei Áurea em 1888. Um ponto de partida para ampliar nossa visão e tentar superar as visões estereotipadas sobre o tema é procurar recuperar os elementos da resistência negra, suas formas de luta e de organização, sua cultura, não apenas no passado, mas também no tempo presente. Desenvolvimento 1ª. etapa Comece o trabalho explorando com os alunos os elementos da história africana e/ou da presença africana na História do Brasil que eles já tenham estudado. Procure levantar os conhecimentos dos alunos acerca das relações sociais estabelecidas, das visões que foram construídas sobre africanos e afro-descendentes no Brasil, sobre a cultura africana e/ou a mescla de culturas que se convencionou chamar "cultura brasileira" com forte influência de elementos africanos. É possível que surjam respostas que remetam a determinados assuntos como alimentação, música, dança, lutas e religiosidade. Se não surgirem, instigue-os a refletir sobre a presença ou ausência desses elementos no modo de vida deles. Após essa conversa inicial, convide os alunos para explorar o site www.acordacultura.org.br, que mostra informações sobre a cultura negra africana em forma de jogos, livros animados, vídeos, músicas e textos. Dica: veja textos sobre a importância da cultura negra na coluna da esquerda da página inicial - "valores civilizatórios". A exploração do site é apenas um ponto de partida para a discussão que poderá ser fundamentada em conhecimentos anteriores dos alunos, de acordo com os conteúdos
INTERNET NA EDUCAÇÃO
112
previstos no currículo de História, como: - História da África, incluindo elementos da cultura e religiosidade etc. (o período variando de acordo com o ano/série dos alunos). - Escravidão no Período Colonial e/ou no Período do Império. As lutas e as formas de resistência, e elementos da cultura trazida pelos africanos. Proponha aos alunos um trabalho de investigação da presença da cultura negra na localidade e das relações sociais estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos, por meio de entrevistas. O objetivo é fazer com que os alunos percebam as relações entre o passado (os conteúdos estudados em História) e o tempo presente, observando as mudanças e permanências nas relações estabelecidas entre os diferentes grupos étnicos e da situação dos afro-descendentes na sociedade brasileira. Essas pesquisas podem ser incluídas em um blog produzido pela classe. Será um espaço de debate virtual em que os alunos da escola e os moradores da comunidade local poderão trocar idéias sobre o assunto. 2ª etapa Agora é o momento de planejar as entrevistas. Divida a turma em grupos de quatro ou cinco alunos e faça a mediação dos seguintes pontos: - O levantamento de afro-descendentes que sejam moradores antigos da localidade para serem entrevistados. - Combinar com os alunos se as entrevistas serão realizadas na escola ou na casa dos entrevistados. - Elaborar as questões que serão feitas aos entrevistados. Exemplos de coleta de bons depoimentos podem ser encontrados no portal do Museu da Pessoa (www.museudapessoa.net). O questionário deverá ter: Nome Idade Há quanto tempo mora na localidade, Profissão, atividades que exerceu Religião O lazer no passado e no presente Os tipos de música e de dança preferidos do passado e do presente Se sofre ou já sofreu discriminação por ser afro-descendente Participa de organizações como clubes, associações de moradores, ONGs que lutem pela defesa dos direitos dos afro-descendentes Outras questões sugeridas pelos alunos a partir dos estudos realizados - A definição das formas de registro da entrevista - Reforçar com os alunos a importância do respeito aos entrevistados. - O estabelecimento de uma data para que os materiais coletados sejam levados para a
INTERNET NA EDUCAÇÃO
113
classe. 3ª. etapa Os grupos de alunos deverão realizar as seguintes atividades: - Contatar os moradores escolhidos, explicando o objetivo da entrevista. - Gravar as entrevistas com equipamentos de áudio (gravadores, mp3 player etc.) - Pedir permissão para fotografar os entrevistados - Perguntar se eles possuem fotos antigas ou outros objetos e se permitem que eles sejam fotografados para compor o trabalho final. No retorno do trabalho, em sala de aula, você deverá mediar a socialização das experiências de cada grupo por meio da discussão: - como se deu a interação com os entrevistados - quais foram as informações obtidas - as semelhanças e diferenças entre as respostas dos entrevistados 4ª. etapa A partir das entrevistas e dos materiais coletados, é possível recuperar um pouco da história das relações sociais na localidade, da presença (ou não) de discriminação de afro-descendentes e de elementos da cultura de origem africana. Produto final O material coletado pode ser organizado: - em um painel com fotos e informações escritas - elaboração coletiva de um blog que poderá conter as gravações das entrevistas, depoimentos de alunos sobre o tema, mudanças e permanências nas relações sociais na localidade, espaço para postagem de sugestões sobre a formas de combate ao preconceito e à discriminação racial. Avaliação Os pontos que deverão ser avaliados são: - envolvimento e participação dos alunos nas discussões em grupos - pertinência das informações e dos materiais coletados - organização e clareza das informações no painel e nos textos e áudios postados no blog.
Caso você queira outras astividades acesse:
http://revistaescola.abril.com.br/edicoes-impressas/223.shtml
9 JOGOS EDUCACIONAIS
JOGOS EDUCACIONAIS
115
9 JOGOS EDUCACIONAIS
Texto de Mauricio Pessoa Gebran
A integração entre tecnologia e Educação proporciona ao processo de ensino-
aprendizagem melhorias face a utilização de inúmeras ferramentas disponíveis na
escola, para o professor e para o aluno. A eficiência da didática em sala de aula
depende de uma dinâmica que envolve invariavelmente, traços de ludicidade
fazendo com que seja utilizada a imaginação do aluno.
Nesse sentido, os jogos e as brincadeiras na Educação devem ser vistos
como atividades que permitem ao aluno experimentar o mundo à sua volta,
aprendendo a lidar com ele, formando a sua personalidade, moldando o seu
temperamento e construindo o seu conhecimento.
Com o surgimento da tecnologia educativa é possível enfatizar a
participação e a experiência do aluno na construção de seu próprio conhecimento
mediante as suas interações. Os jogos educacionais atuariam como elemento
catalisador na tentativa de melhorar as emoções relacionadas aos resultados
insatisfatórios na escola.
CONCEITOS RELACIONADOS
Os jogos e as brincadeiras em geral se caracterizam por serem atividades
lúdicas, ou seja, atividades espontâneas (geradas de forma espontânea com
essência positiva e construtiva no contexto abrangente do bem-estar humano),
funcionais (atividades produtivas da pessoa sem desperdício de movimento,
produzindo o máximo com o mínimo de utilização de energia) e satisfatórias (gera
felicidade, qualidade de vida envolvendo os valores orgânicos e psicológicos do
indivíduo).
A palavra lúdico tem sua origem na palavra latina ludus indicando jogo,
relativo ao movimento espontâneo e ao brincar. Com as pesquisas relativas à
psicomotricidade a palavra lúdico evoluiu semanticamente, indicando ser uma das
necessidades básicas da personalidade do corpo e da mente.
Por meio das atividades lúdicas há o desenvolvimento de uma estrutura de
organização para as relações emocionais favorecendo condições para o
JOGOS EDUCACIONAIS
116
desenvolvimento das relações sociais. Mesmo que as brincadeiras ocorram em
idades diferentes e de diversas formas, possuem características específicas face a
cada estágio de desenvolvimento de pensamento. No desenvolvimento infantil o
jogo aparece como contribuinte na construção do conhecimento sobre a realidade
que rodeia a criança, podendo se perceber como indivíduo entre outros indivíduos.
O ato de brincar não envolve apenas o universo infantil, parte da
necessidade do ser humano em se relacionar com aspectos do desenvolvimento
cognitivo, social, afetivo e físico. Por meio da brincadeira é possível desenvolver
esses universos, os quais são construídos socialmente e por meio da
experienciação. Para a criança, a brincadeira demonstra como a criança reflete,
ordena, destrói e reconstrói o mundo de sua maneira e como utiliza suas fantasias,
desejos, medos, sentimentos e os conhecimentos a partir da experiência de vida. A
importância dessa atividade é fundamental tanto para o desenvolvimento infantil
quanto para o equilíbrio do ser humano, segundo Winnicott a brincadeira é universal
e se encontra relacionada à própria saúde, pois “brincar facilita o crescimento e,
portanto, a saúde, o brincar conduz aos relacionamentos grupais”, traduzindo-se em
comunicação consigo mesmo e com os outros.
Para Kishimoto a brincadeira nada mais é que a ação infantil desempenhada
ao concretizar as regras de um jogo, ao mergulhar na ação lúdica, ou seja, brincar é
colocar o lúdico em ação.
A junção entre o lúdico e o ato de brincar promove o desenvolvimento de
uma estrutura de organização para relações emocionais e sociais. Em cada estágio
de desenvolvimento do pensamento infantil, os jogos possuem características
específicas, motivando a construção do conhecimento sobre a realidade que rodeia
o universo infantil e percebendo-se como indivíduo entre outros indivíduos.
A problemática se insere na identificação de como aliar essa potente
atividade, o brincar, na educação. A seguir, serão demonstrados os conceitos
relacionados aos jogos, envolvendo o lúdico, a psicomotricidade e o brincar como
maximizadores do processo de ensino X aprendizagem.
JOGOS EDUCACIONAIS
117
JOGOS E JOGOS DIDÁTICOS
Por jogo compreende-se a ação de jogar, um divertimento, por exemplo,
jogo de futebol, jogos de azar, jogo de damas, entre outros.
Mesmo aparentando simplicidade o conceito de jogo traz consigo uma
estrutura complexa que visa o desenvolvimento do indivíduo. Piaget (apud RIZZI;
HAYDT, 1997) divide o jogo em três categorias principais: os jogos simbólicos (onde
o indivíduo põe em atividade o esquema de assimilação); e os jogos de regra
(promove a relação inter-individual que exige total resignação por parte do sujeito).
Os jogos de exercício apresentam as primeiras manifestações lúdicas da
criança tendo como principal objetivo o próprio corpo, possuindo observação, mas
sem ação para modificar tornando-se uma atividade repetitiva, por exemplo, o ato de
chupar o dedo do bebê. Mediante essa categoria é possível observar a formação de
hábitos e a integração do homem ao meio mediante assimilações. É por meio da
estrutura dos jogos de exercício que se formam as demais categorias de jogos.
Nos jogos simbólicos é possível observar a predominância da fantasia
(imaginário), tendo a atividade psicomotora o objetivo de prender a criança à
realidade. Possui como características principais a liberdade de regras, a ausência
de objetivo explícito, a construção de uma lógica própria com a realidade, o
desenvolvimento da imaginação e a assimilação da realidade ao “eu”.
Vygotsky (2001) salienta que nessa categoria de jogo é possível observar
que a criança busca, por meio da imitação, ensaiar comportamentos e papéis ao
projetar-se em atividades de adultos, envolvendo atitudes, valores, hábitos e
situações reais preparando-se para a vida, criando uma zona de desenvolvimento
proximal mediante a formação de conceitos.
Os jogos de regras possuem uma maior importância no desenvolvimento
infantil em virtude da possibilidade da criança aprender a lidar com delimitação
espaço-temporal conforme o tipo de atividade, desenvolvendo limites do que pode
ou não pode fazer e garantindo certa regularidade que organiza a ação tornando-a
orgânica. Mediante esse tipo de jogo a criança se insere no universo das relações
sociais, visto as regras impostas pelo grupo serem obrigatórias, devendo ser
respeitadas, caso contrário implica no fim do jogo social. Essa categoria engloba as
JOGOS EDUCACIONAIS
118
duas anteriores na medida em que é herdeiro das regularidades presentes na
estrutura dos jogos de exercício e simbólico.
Importa salientar que a criança ao jogar compromete toda a sua
personalidade, não o fazendo apenas para passar o tempo. Assim, o jogo se torna
para a criança o seu trabalho diário, para o qual se compromete com prazer.
Contudo, ao ingressar na escola a criança passa por uma mudança abrupta ao ter
que se adaptar às rotinas escolares, tempo este dedicado ao jogo. Por essa razão,
essa transição deve ser efetuada aos poucos, considerando o elevado valor
educativo que a atividade lúdica possui.
O jogo educativo pode ser definido como qualquer atividade de formato de
aprendizagem que envolva competição e que seja regulada por regras e restrições.
A partir de um modelo simbólico da atividade profissional mediante o jogo didático e
ocupacional e outros métodos lúdicos de ensino, por meio do qual é possível
contribuir para formação do pensamento teórico e prática do aluno, contribuindo
para a formação de qualidade tais como: capacidades para dirigir e tomar decisões
individuais e coletivas, habilidades e hábitos próprios da direção e das relações
sociais. Com a aplicação dos jogos educativos em sala de aula é possível romper
com o formalismo proporcionando uma participação ativa do aluno e possibilitando a
melhora do seu índice de atenção em virtude da motivação despertada pelo jogo.
Esse tipo de jogo possui uma abordagem autodirigida, onde o sujeito
aprende por si só, mediante a descoberta de relações e da interação com o jogo. O
professor, nesse contexto, possui o papel de mediador do processo fornecendo
orientações e selecionando ferramentas adequadas e condizentes com sua didática,
pesquisando e selecionando metodologias a fim de obter os resultados esperados.
Basicamente possui como essência a busca de melhora da flexibilidade cognitiva do
aluno, atuando como uma ginástica mental, aumento da rede de conexões neurais e
alterando fluxo sanguíneo do cérebro quando em estado de concentração.
Ao olhar a história que envolve o jogo educacional, observa-se inicialmente
uma visão contraditória entre os objetivos do jogo e da Educação, visto que tenta
associar prazer e estudo, polos estes considerados inicialmente incompatíveis.
Para se aproveitar o potencial do jogo como recurso ao desenvolvimento
infantil deve-se levar em consideração a busca do prazer, da exploração livre e do
não-constrangimento. Fatores estes fundamentais, segundo Kishimoto (2001), pois
JOGOS EDUCACIONAIS
119
quando as situações lúdicas são intencionalmente criadas pelo adulto com vistas a
estimular certos tipos de aprendizagem, surge a dimensão educativa. O educador
estará potencializando as situações de aprendizagem, desde que sejam mantidas as
condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para
brincar.
Complementando o pensamento acima, Miranda (2001) explica que a
ausência do jogo didático não foge a do próprio jogo, ou seja, possuindo como
objetivos o desenvolvimento cognitivo (inteligência e personalidade para a
construção de conhecimento); afetivo (desenvolvimento da sensibilidade da estima e
da atuação visando estreitar laços de amizade e de afetividade); socialização
(simulando a vida em grupo); motivação (envolvendo a ação, o desafio e a
mobilização da curiosidade) e a criatividade.
O jogo didático se torna ferramenta ideal na aprendizagem quando se
propões a estimular o interesse do aluno, desenvolvendo níveis diferentes de
experiência pessoal e social, auxiliando na construção de novas descobertas,
desenvolvendo e enriquecendo sua personalidade e simbolizando um instrumento
pedagógico que leva o professor à condição de estimulador, mediador e avaliador da
aprendizagem.
Os critérios para a escolha de um jogo didático envolvem os propósitos
pedagógicos pretendidos seguindo os seguintes fatores:
Uso pretendido – abrange a seleção de orientação para a vivência ou para
o experimento, por exemplo, quando a meta do jogo se limita à informação, à
percepção ou à apreciação da complexidade de um determinado assunto, buscam-
se jogos que modelem dinâmicas da realidade que se quer expressar, simulando
processos.
Rigor de conteúdo – analise se o jogo ensina algo de forma correta
seguindo uma lógica conceitual factual. Correlaciona o conteúdo informacional
contido no jogo em relação à fidedignidade de seus modelos.
Contexto pedagógico – o jogo deve possuir características ligadas à
estrutura curricular do cursou ou da disciplina para o qual é considerado, sendo
levados em conta três aspectos principais: o motivacional (a temática deve permitir
um elo com a disciplina); a aplicabilidade do conteúdo (a solução do jogo deve ser
objeto de tratamento pela disciplina, sendo que o aprendizado do conhecimento
JOGOS EDUCACIONAIS
120
antes ou depois do jogo são decisivos na busca de soluções ou táticas); abertura do
jogo (possibilidade de interdisciplinaridade com outras disciplinas em nível
metodológico ou informacional).
Dinâmica lúdica – expressa uma variedade de considerações que se
referem à repetibilidade da vivência que o jogo permite, envolvendo uma rede de
dilemas e oferecendo escolhas e alternativas. Um exemplo de dinâmica lúdica são
os jogos de “quebra-cabeça” que apresentam um problema que não admite mais do
que uma solução, independente do processo de obtenção da solução. Nesse caso,
em particular, ocorre a limitação do uso pedagógico dos “quebra-cabeças” visto
existirem truques e segredos que desviam o foco da atenção da realidade
apresentada a fim de superar desvios do próprio jogo.
As vantagens da implantação de jogos educacionais em sala de aula são:
Ambientes colaborativos – mais eficazes que os baseados na
aprendizagem individual visto que a colaboração impõe maior dedicação e
organização do trabalho, incluindo como condição permanente suporte e
encorajamento.
Concepções de Freire – os jogos ligados à prática profissional atendem
algumas concepções sugeridas por Freire como a reflexão crítica sobre a prática, a
apreensão da realidade e a vivência de emoções.
Estudo do comportamento humano – por meio da observação da atuação
dos participantes é possível o estudo do comportamento humano relativo às
relações sociais, à postura ética e aos efeitos das incertezas e da pressão do tempo.
Multidisciplinaridade – os jogos ao envolver conhecimentos e habilidades
de diversas áreas são, por sua natureza, multidisciplinares.
Por meio de jogos educativos, o aluno assume um papel ativo na educação,
construindo o seu conhecimento e buscando exercitar conceitos a partir de situações
simuladas, praticando suas relações e interações sociais tanto com os colegas de
seu grupo (colaborativo) quanto no trabalho com colegas de outros grupos
(competitivo ou colaborativo).
JOGOS EDUCACIONAIS
121
CLASSIFICAÇÃO
Os jogos educativos independente de seu tipo, digitais ou não, são recursos
valiosos no desenvolvimento de habilidades e de conhecimento quando bem
elaborados e explorados, tornando-se estratégia de ensino que pode atingir
diferentes objetivos e áreas do conhecimento.
Levando em consideração a aplicabilidade educativa os jogos podem ser
classificados em jogos de construção, de treinamento, de aprofundamento e de
estratégia.
Os jogos de construção fornecem aos alunos um assunto desconhecido
fazendo com que, por meio da sua prática, o aluno sinta a necessidade de buscar
novos conhecimentos para resolver as questões propostas pelo jogo. Permitem,
portanto, a construção do aprendizado, despertando a curiosidade e levando o
educando a procura de novos conhecimentos.
Os jogos de treinamento fornecem o exercício ou a prática do conhecimento
já construído pelo aluno, estimulando inclusive o aumento da sua autoconfiança e
familiarização com o conhecimento, estendendo-o. O pensamento dedutivo ou
lógico é exercitado e estimulado por esse tipo de jogo mediante o processo de
repetição.
Os jogos de aprofundamento visam a exploração após a construção de ação
pelo aluno visando uma melhor atuação com jogador, fazendo com que os
educandos reforcem o seu entendimento por meio das situações propostas nos
jogos.
Os jogos estratégicos propiciam a criação de estratégias de ação pelo aluno
visando uma melhor atuação como jogador, fazendo com que sejam criadas novas
hipóteses e desenvolvendo um pensamento sistêmico através das análises das
múltiplas alternativas para resolução de um determinado problema, por exemplo, os
jogos de dama, xadrez, batalha naval, campo minado, freecell, entre outros.
Os jogos também podem ser classificados de acordo com os seus objetivos
podendo ser de ação, aventura, cassino, lógicos, estratégicos, esportivos, role
playing games (RPGs), entre outros, mas colocando-os no contexto educacional
destacam-se:
JOGOS EDUCACIONAIS
122
a) Jogos de ação – auxiliam no desenvolvimento psicomotor infantil mediante ampliação de reflexos, coordenação olho-mão e auxílio no processo de rapidez de raciocínio frente a uma situação inesperada. Considerando-se a perspectiva instrucional, o ideal é que o jogo alterne momentos de atividade cognitiva mais intensa com períodos de utilização de habilidades motoras.
b) Jogos de aventura – caracterizados pelo controle, por parte do usuário, do ambiente a ser descoberto. No modelo pedagógico auxilia na simulação de atividades impossíveis de serem vivenciadas em sala de aula, coo um desastre ecológico ou um experimento químico.
c) Jogos lógicos – visam desafiar a mente acima dos reflexos, mesmo com a inclusão de limitação de tempo para que o usuário finalize determinada tarefa, por exemplo, xadrez, damas, caça-palavras e jogos com soluções matemáticas.
d) Jogos RPGs (role playing game) – neste tipo de jogo o usuário controla um personagem em um determinado ambiente, devendo interagir com outros personagens. Conforme acontecem as ações u escolhas do usuário e os atributos do personagem são alterados, construindo-se dinamicamente uma história. Jogo este difícil de desenvolver, mas se aplicado à instrução oferece um ambiente motivador e cativante.
e) Jogos estratégicos – limitam-se ao uso das habilidades e da sabedoria do usuário em ambientes de construção ou administração. Fornecem uma simulação onde o usuário aplica conhecimentos adquiridos em sala de aula na prática.
Importante salientar que independente do tipo e da classificação dos jogos há
possibilidade de treinamento ou de desenvolvimento de habilidades operacionais, de
conscientização e reforço motivacional, de treinamento em comunicação e de
cooperação, de integração e de aplicação prática de conceitos aprendidos e até
mesmo, de avaliações de aprendizagem. Cabendo, então, aos professores perceber
uma forma prática de aplicá-los em sala de aula.
JOGOS DIGITAIS
Os jogos digitais, jogos eletrônicos ou games para computador são jogos
que envolvem a mai elevada tecnologia na área de computação gráfica, de interface,
dispositivos de informação, inteligência artificial e arte. Todos esses fatores unidos
geram uma extrema fascinação o ser humano, independente da sua idade,
JOGOS EDUCACIONAIS
123
tornando-se objeto de imersão, agenciamento, interação e de múltiplas
personalidades.
Crianças e adultos possuem razoável autonomia par escolher esse tipo de
jogo, em sites ou comprando CD-ROMs, acesso este que pode ser feito em casa, na
escola, em clubes e até em lan houses.
A motivação para aquisição desses jogos se dá, na verdade, pelo fato dos
jogos eletrônicos criarem um verdadeiro mundo paralelo, denominado de mundo
virtual, onde os fenômenos físicos, de luminosidade e de textura, gravidade e som,
são simulados com tamanha perfeição que iludem todos os sentidos humanos,
gerando uma cyber-realidae.
Exemplo disso são os videogrames que já oferecem modelos interativos
para exploração, simulando terrenos de aventuras e universos imaginários.
Didaticamente pode-se proliferar os cenários, explorando modelos numéricos
(digitais), que a criança ao jogar um videogame experimenta a escritura do futuro, a
linguagem de imagens interativas e a ideografia dinâmica que permitirá simular
mundos e sistemas.
Muitas vezes o indivíduo conecta-se aos jogos eletrônicos com tamanha
interação que praticamente transfere-se para os mesmos e é coo se o seu sistema
nervoso se conectasse com o computador, neste caso, ele é chamado de Cyborg.
Transportando essas características para os jogos eletrônicos educacionais
(JED) tem-se a ampliação do aprendizado de conceitos, conteúdos e habilidades
que se encontram embutidas no jogo. Utilizando as técnicas de Realidade Virtual
(RV) podem-se aumentar os níveis de imersão e da interatividade do usuário, tais
como: videocapacete, dispositivos para isolamento visual entre o usuário e o mundo
real; óculos colorido azul e vermelho par a visualização de imagem por anaglifo; e
óculos polarizados para serem utilizados em caverna e muros de visualização, os
quais utilizam a estereoscópica de forma análoga aos óculos coloridos, porém, com
imagens em cores reais.
O videogame, como exemplo, favorece a elevação da autoestima e o
reconhecimento social, no caso da criança que adquire destreza motora e
estratégica, fazendo com que isso se torne uma referência social para as demais
crianças.
JOGOS EDUCACIONAIS
124
São inúmeras as ferramentas e as motivações apresentadas no universo
dos jogos digitais e eletrônicos. Outro detalhe importante é o estudo de Moran,
Masseto e Behrens (2007) que afirma existir uma maior facilidade por parte dos
jovens ao lidar com a linguagem dos meios digitais ao invés da linguagem escrita,
identificando-se mais com os meios eletrônicos por possuírem informações visuais e
rápido processamento de múltiplos recursos simultâneos.
Tais estudos indicam a necessidade mais premente dos jogos eletrônicos
serrem utilizados para a maximização do processo de ensino-aprendizagem, visto
que essa potente ferramenta se encontra ainda em descaso.
JOGOS ON-LINE
Tal como os jogos digitais, os jogos on-line possuem as mesmas
características, a única diferença é o seu acesso que somente é possível via
internet.
Muitos jogos interativos da internet são utilizados pelos professores para
empregar, simular, educar e assessorar os alunos, tendendo a modificar a dinâmica
do ensino, mediante a necessidade de elevado comprometimento entre alunos e
professores. Como exemplo pode-se citar jogos dentro de portais educacionais que
visam avaliar o conhecimento do aluno ou, ainda, incentivar a busca de novos
conhecimentos tomando como base a didática apresentada em sala de aula.
Jogos on-line do tipo caça-palavras, palavras cruzadas, entre outros, quando
direcionados para conteúdos curriculares fornecem motivação, desafio e reforço do
conhecimento obtido na escola.
É indiscutível o fato de que a tecnologia auxiliou a construção de jogos
educacionais promovendo uma maior interação entre professor e aluno, fazendo
com que os docentes passem de meros expectadores e avaliadores para produtores
de jogos educativos, contextualizando a grade curricular com os jogos liberados on-
line, tendo os alunos a possibilidade de obterem os seus resultados/feedback
automaticamente.
Mesmo que a atividade lúdica do brincar e do jogar não possua valorização
suficiente nas práticas pedagógicas, em virtude da falta de conhecimento dos
profissionais que atuam na área sobre a importância dessa ferramenta, percebe-se
que os jogos educativos são recursos riquíssimos no desenvolvimento de
JOGOS EDUCACIONAIS
125
habilidades se tornando estratégias de ensino que podem atingir diferentes objetivos
e áreas do conhecimento.
Fundamental é a atenção quanto às novas convenções de leitura que a
tecnologia dos jogos eletrônicos impõe, pois pedagogicamente não se pode mais
trabalhar com esses novos leitores sem compreender a lógica inerente a esses
novos sistemas de leitura. Os jogos educativos ainda estão sendo construídos de
acordo com a lógica dos livros didáticos impressos, possuindo muitas lacunas no
que se refere à interatividade. A realidade, contudo, demonstra que há a
necessidade do reconhecimento desse novo modelo de leitura, o qual é inevitável de
ser incorporado à Educação.
TEXTO COMPLEMENTAR
JOGOS ELETRÔNICOS E VIOLÊNCIA — UM CALEIDOSCÓPIO DE IMAGEN
(Alves, 2008)
O artigo apresenta os resultados da tese de doutorado Game over – jogos
eletrônicos e violência, apontando que os games podem se constituir em espaços de
aprendizagem e ressignificação de desejos, atualizando-os, sem necessariamente
levar os jogadores a comportamentos e atitudes hediondas e socialmente
inaceitáveis.
Dentro desta perspectiva, o trabalho enfatiza que é fundamental analisar a
violência mediante os aspectos sociais, econômicos, culturais, afetivos, etc, já que
este fenômeno se constitui em uma linguagem que o sujeito utiliza para dizer algo. A
investigação conclui que os jogos eletrônicos e de RPG devem ser explorados
principalmente nos ambientes escolares, já que possibilitam a construção de
conceitos vinculados aos aspectos sociais, cognitivos, afetivos e culturais. E
também, que os jogos eletrônicos de diferentes narrativas e conteúdos atuam na
Zona de Desenvolvimento Proximal dos sujeitos, de forma lúdica, prazerosa e
atrativa.
[...]
Visto desta maneira, a violência passa a ser considerada de forma
construtiva, como um dos motores propulsores do desenvolvimento afetivo e
JOGOS EDUCACIONAIS
126
cognitivo dos sujeitos. Nesse sentido, os jogos podem se constituir em espaços de
elaboração de conflitos, medos e angústias.
A violência presente no mundo contemporâneo vem se constituindo em uma
linguagem (ROCHA, 1997; DIOGENES, 1998), isto é, uma forma de dizer. Os
sujeitos que utilizam a violência enquanto linguagem podem estar sinalizando a
necessidade da mediação dos adultos, já que o contato com os seus familiares está
cada vez mais esparso, devido às necessidades de ordem econômica, que tem
levado os adultos (e até alguns jovens) a longas jornadas de trabalho para manter o
orçamento familiar. Estes, portanto, cada vez mais vivem entregues a si próprios,
perdendo a referência dos indivíduos que podem lhes possibilitar a sua estruturação
como sujeito, levando-os a uma perda de identificação e de ressignificação de
valores. Estes valores passam a ser reconstruídos mediante os diferentes grupos em
que o jovem se insere para ser aceito. Esse processo de aceitação pode levar a
comportamentos transgressores, como a utilização de drogas, vandalismos, enfim,
atos que os distanciam dos adultos e os aproximam dos seus pares.
Considerando o desenvolvimento de todo o trabalho de pesquisa, penso que
a interação com os jogos eletrônicos não produz comportamentos violentos nos
jovens. A violência emerge como um sintoma que sinaliza questões afetivas
(desestruturação familiar, ausência de limites, etc) e socioeconômicas (queda do
poder aquisitivo, desemprego, etc...).
Esta averiguação tomou como referencial metodológico à abordagem
qualitativa, que não objetivava “provar” nada, mas demonstrar como foram
apreendidas as questões que nortearam a investigação, analisados os problemas e
o alcance dos resultados.
Percurso que permitiu a concretização dos objetivos e a construção de um
olhar diferenciado da relação jogos eletrônicos e violência.
É importante ressaltar que em alguns momentos, as conclusões referentes
aos sujeitos não puderam ser universalizadas, uma vez que os “participantes
entrevistados” apresentaram posturas e discursos diferentes em relação à
problemática da pesquisa.
Contudo, a conclusão deste trabalho ratificou a tese de que os jogos
eletrônicos considerados violentos não geram violência, isto é, a relação não é de
causa e efeito.
JOGOS EDUCACIONAIS
127
É fundamental analisar o fenômeno da violência mediante os aspectos
sociais, econômicos, culturais, afetivos, etc. [...]
ATIVIDADES
1) Quais são os critérios para escolha de um jogo didático?
2) Os Jogos podem ser classificados de acordo com os seus objetivos, podendo ser de ação, aventura, cassino, lógicos, estratégicos, esportivos, role playing games (RPGs), entre outros. Explique o que é um jogo do tipo RPG ?
3) Qual o conceito de cyborg, quando se trata de jogos eletrônicos?
Dicas de estudo
O livro Game Over: jogos eletrônicos e violência, de Lynn Alves, analisa a influência dos jogos eletrônicos no cotidiano dos jogadores e suas possíveis implicações em um comportamento “violento”, que supostamente poderia se refletir nos ambientes sociais e, principalmente, na escola. O livro aponta que os games podem se constituir em espaços de aprendizagem, dando novos significados e atualizando os desejos dos jogadores, sem necessariamente levá-los a comportamentos e atitudes hediondas e socialmente inaceitáveis.
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10 NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
129
10 NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
Texto de Projeto e-Proinfo
Nesta Unidade , vamos navegar pela rede mundial de computadores! Você já ouviu
falar nesta expressão? Em Internet e World Wide Web?
A rede mundial de computadores é uma rede de comunicação de milhões de
computadores conectados, mais conhecida como Internet, que oferece inúmeros
serviços. Um desses serviços, o mais conhecido, conecta bilhões de páginas
publicadas sobre os mais variados temas. Essas páginas são organizadas em
websites. Essa grande teia mundial é conhecida
como a Web (termo abreviado da expressão World
Wide Web, cuja sigla é a conhecida www e cuja
tradução é exatamente “Teia de Alcance Mundial”).
As vantagens de conectar computadores entre
si foram percebidas desde a época dos grandes
computadores, quando uma grande empresa ou uma
grande universidade tinha apenas um computador,
que servia a muitos usuários. Quando os
microcomputadores chegaram, a necessidade de
compartilhar dados, serviços e equipamentos
aumentou ainda mais. Assim, teve início o processo
da construção daquilo que hoje chamamos de
Internet. Já que há benefícios de se interligar computadores entre si, por que não ligar redes entre si, formando uma rede de redes? Dessa forma, qualquer pessoa poderá ampliar os recursos que dispõe, pois terá outras possibilidades que o ambiente computacional onde trabalha não oferece. Uma rede de redes é também uma rede, vista sob uma perspectiva maior. Quando falamos, por exemplo, da rede de uma universidade, podemos falar de uma rede que é formada por várias redes. Mas interligar redes entre si deu origem à palavra inter-redes, termo pouco usado em português. Em inglês, utiliza-se internetwork ou, abreviadamente, internet. (FILIPPO; SZTAJNBERG, 1996, p. 9). Então, como vimos, o termo Internet significa uma rede de redes. E é isso que
a Internet é, mas em geral usamos o termo Internet para nos referir a um dos seus
Website, ou simplesmente site
(pode também ser dito sítio web),
é um local na web. É na verdade
um conjunto de páginas
interconectadas que é ocupado
com informações (texto, fotos,
animações gráficas, sons e até
vídeos) de uma empresa, governo,
de uma pessoa etc.
Internet é uma rede de milhões de
computadores conectados em
escala mundial.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
130
serviços mais importante e conhecido que é o da busca de conteúdo nos websites.
Na verdade, a Internet é mais do que isso, ela inclui também a troca de mensagens
eletrônicas, as salas de bate-papo, as conferências virtuais com transmissão de
vídeos, a busca de programas, músicas e filmes, a utilização de recursos
computacionais a distância, fazer compras e outras muitas coisas mais.
Nesta Unidade, vamos nos focar, por enquanto, na busca de informação no
conteúdo dos websites. A quantidade de informações disponível na Internet
representa um enorme avanço na democratização de acesso, mas ela cria a
necessidade de que cuidemos de distinguir o que é de interesse, de qualidade e
confiável. Então, precisamos saber realizar pesquisas na Internet utilizando
programas de navegação e ferramentas de busca, que possibilitam localizar
informações e depurar os resultados encontrados
sobre um determinado assunto.
Além disso, nesse mar de possibilidades
também há muitas armadilhas. Daí os cuidados
com a segurança serem primordiais, para não
sermos surpreendidos com invasão, por pessoas
indesejadas, e/ou contaminação, por programas
denominados vírus de computador, que podem
provocar toda sorte de problemas ao usuário
comum e às instituições.
Para navegar bem na Internet, há alguns
aspectos importantes que precisamos saber para
conseguirmos autonomia como usuários. Temos
que conhecer um pouco sobre a estrutura e o funcionamento desta rede. Por
exemplo, temos que entender: como conectar o nosso computador? Quais as
possíveis causas que dificultam o acesso a um site?, dentre outros.
E por fim, mas não menos importante, há o desafio de aproveitar a magnífica
biblioteca virtual na nossa vida cotidiana e na escola. Oportunizar o seu uso por
professores, alunos e gestores que poderão utilizar as várias modalidades de
serviços da Internet na aprendizagem: Esse é o grande desafio de todos nós.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DESTA UNIDADE DE ESTUDO E PRÁTICA
Inclusão Digital: é a promoção do
acesso à informação que está
digitalizada, ou seja, que está
disponível através das tecnologias
digitais.
Processos de inclusão digitais
compreendem ações de ampliação do
acesso a computadores conectados à
Internet e de formação para o seu
uso competente e autônomo,
buscando participação emancipatória
de todos os membros da sociedade.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
131
Compreender a estrutura do conteúdo web, habilitando-se a navegar pela
Internet usando um software de navegação;
Refletir sobre a importância da navegação na Internet na sua vida pessoal e
profissional, identificando a importância de orientar seus alunos sobre como
buscar informações na web, como atribuir-lhes crédito e como julgar-lhes a
relevância;
Identificar alguns procedimentos iniciais de segurança na web;
Utilizar recursos básicos e simples para realizar pesquisa na Internet,
compreendendo como alguns dos
principais mecanismos de busca são
estruturados;
Familiarizar-se com a interface do editor de
texto do BrOffice, compreendendo a sua
organização e usando os seus recursos
mais simples de formatação e edição.
INTRODUÇÃO
Estamos cada vez mais rodeados de artefatos, objetos, bens e símbolos que
remetem à tecnologia. Os meios de comunicação constantemente divulgam produtos
e serviços tecnológicos para facilitar o cotidiano das pessoas, tornando a vida mais
confortável, mais rápida, mais eficiente, mais ágil. Vivemos na era da tecnologia da
informação, também conhecida como Sociedade do Conhecimento.
A possibilidade de se conectar a computadores em rede e a difusão de
informações em larga escala provocaram mudanças significativas nos modos de
comunicação, novos modos de letramento, novos gêneros textuais, novos modos de
relacionamento, ou seja, afetou grandemente o nosso mundo.
A Internet funciona como um oceano pelo qual a informação contida em texto,
som e imagem pode ser navegada, ou melhor,
acessada em qualquer computador conectado a essa
rede. É por essa razão que dizemos que navegamos na
Internet.
Software de navegação: um programa
que permite a visualização
do conteúdo disponível na web.
Há vários disponíveis; usaremos aqui o
programa Firefox, que roda no ambiente
Linux Educacional.
Acesse o texto completo de
Andrea Cecília Ramal (2000),
no seguinte endereço:
http://www.idprojetoseducacio
nais.com.br/artigos/Ler_e_escr
ever_na_cultura_digital.pdf
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
132
A Internet é, de uma vez e ao mesmo tempo, um mecanismo de disseminação
e divulgação mundial da informação e um meio para colaboração e interação entre
indivíduos, independentemente de sua localização geográfica.
Como era o mundo antes da Internet? Ainda nos lembramos disto. Hoje em dia,
mesmo os que não usam a Internet estão sofrendo os seus efeitos, talvez mesmo
sem perceber.
Note que mesmo a grande crise da economia, a que fomos lançados no final
do ano de 2008, não teria acontecido se a Internet não estivesse sendo usada como
suporte para as operações do sistema financeiro global. Por isso, é importante
pensarmos um pouco neste mundo com e sem Internet. Mas, vamos mais longe:
como era o mundo sem a escrita, o mundo das narrativas orais?
Apresentaremos a seguir uma breve síntese do texto de Andrea Cecília Ramal
(2000). O texto vai nos ajudar a compreender melhor o papel da Internet na escola.
Segundo essa autora, no mundo antes da escrita, quando apenas havia a oralidade,
“o saber e a inteligência praticamente se identificavam com a memória, em especial
a auditiva; o mito funcionava como estratégia para garantir a preservação de crenças
e valores” (RAMAL, 2000, p. 1). Era um mundo onde o conhecimento dependia dos
sujeitos (subjetivo).
A escrita nos objetivou. Com a escrita, o conhecimento deixou de depender da
memória dos sujeitos e se distanciou das suas experiências. A escrita nos ajudou,
SAIBA MAIS
Para se ter uma ideia mais concreta da transformação acelerada da sociedade pela
informática, é importante saber que, pelos cálculos dos cientistas e gestores de informação na
Internet, a cada dois anos, em média, cada habitante do planeta produz 800 MB de
informação digital – mais do que cabe em um CD ROM inteiro. Para você ter uma ideia, o
texto desta unidade, incluindo as imagens nele contidas, tem um pouco mais de 1 MB de
informação.
De 2003 para 2006, o número de informações novas cresceu 30%. Calcula-se que foi gerada
informação digital nova suficiente para lotar 500 mil bibliotecas do congresso nacional dos
EUA, a maior do mundo.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
133
assim, “a tecer, linha após linha, as páginas da História [...] A memória de uma
cultura já não cabe apenas no conto: ela é constituída de documentos, vestígios,
registros históricos, datas e arquivos. Tudo passa a ser inscrito numa cronologia.”
(RAMAL, 2000, p. 1). O livro ou o texto prescindem dos sujeitos, como mediadores
ou intérpretes. O livro quer falar por si mesmo. Percebemos isso perfeitamente na
relação da escola com o livro: “cabe ao aluno leitor descobrir ‘o que o autor quis
dizer’, evitando a recriação, entendida como desvio do sentido original e ‘puro’”.
(RAMAL, 2000, p. 2). Sendo assim, a nossa escola, que é toda baseada na escrita,
está confinada a buscar o sentido para os textos que, a cada momento, lhe dão
suporte. E, assim como a leitura se dá numa única direção linear, o significado do
texto também é pressuposto como único.
Ramal (2000) nos chama à atenção também para o fato de que as novas formas de
leitura e escrita que o hipertexto da Internet possibilita servem como mediação para
atingirmos novas formas de pensar e aprender.
Isto porque não só temos múltiplas possibilidades para direcionarmos nossa
leitura, mas também porque cada página é escrita por várias pessoas (artistas,
designers, autores etc.) e porque muitas delas estão abertas para que possamos
também vir a ser seus autores e negociadores de sentido numa construção coletiva
(sujeito coletivo).
Por isso, conclui a autora que o hipertexto subverte a estrutura atual da escola
(é subversivo) em vários sentidos:
Em relação ao monologismo do sentido único, como já dissemos;
Na assimetria entre autor e leitor, pois podemos sempre reeditar o texto digital
e republicá-lo;
SAIBA MAIS
O que é um hipertexto? Como o próprio nome diz, é algo que está numa posição superior à
do texto, que vai além do texto. Dentro do hipertexto existem vários links, que permitem tecer o
caminho para outras janelas, conectando algumas expressões com novos textos, fazendo com
que estes se distanciem da linearidade da página e se pareçam mais com uma rede. Na
Internet, cada site é um hipertexto – clicando em certas palavras vamos para novos trechos, e
vamos construindo, nós mesmos, uma espécie de texto. (RAMAL, 2000, p. 5).
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
134
Com relação à linearidade da sua leitura, podemos criar o nosso percurso de
leitura;
Com relação à forma, ele traz a possibilidade de articular imagens, palavras e
sons (ele transforma também as condições em que a oralidade se dá, criando
uma possibilidade de junção entre fala e escrita);
Na hierarquia interna do texto, através do papel de destaque que as imagens e
o som assumem.
Imagem e som ganham o status de ‘linguagem’ e, portanto, invadem o espaço do
significante escrito para tornar-se, também elas, novos textos, concebidos com diferentes
modelos e igualmente relevantes para a comunicação social. A imagem disponibilizada na
Internet e acessada pelo aluno passa a ser também mediadora para o conhecimento do
mundo. (RAMAL, 2000, p. 6-7)
Há um aspecto pelo qual a autora destaca e analisa que, do livro de rolo - que
não permitia ler, comparar e fazer anotações ao mesmo tempo, já que o leitor devia
segurá-lo com ambas as mãos para poder correr o texto - ao livro encadernado, que
permite virar as páginas, mas sempre em sequência, uma após outra (e nunca uma
e outra), passamos a um texto totalmente maleável... Essa maleabilidade traz a
reflexão sobre o digital – trata-se de outro tipo de materialidade. Muda a relação com
o objeto: o texto não é mais algo palpável, mas feito de bites que ocupam um
espaço difícil de definir ou imaginar.
Ramal (2000, p. 7) termina seu texto nos chamando para a seguinte reflexão:
“o que muda na alfabetização, no letramento, nos processos educacionais de
internalização das formas comunicacionais nesta cultura digital? Parece-me que as
rupturas são tão radicais que exigirão um repensar de alguns dos elementos básicos
da escola”.
A autora, citando apenas alguns deles, nos pede pra rever desde os nossos
referenciais teóricos até nossos currículos com sua linearidade. Os conteúdos não
poderão mais ser percorridos como as páginas de um livro. A autora alerta também
que inclusive as relações de poder dentro da escola estão sendo reconstruídas, pois
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
135
pela primeira vez na história, a tecnologia da dominação é mais conhecida pelo ‘dominado’.
Em
outros termos: até hoje o professor trazia o saber, a norma culta, a escrita ‘correta’, para os
não letrados [...] Hoje, ocorre um paradoxo: aquele a ser educado é o que melhor domina os
instrumentos simbólicos do poder, o aparato de maior prestígio: as tecnologias. (RAMAL,
2000, p. 8).
Por fim, temos a sinalização de que precisamos reinventar a nossa profissão e
nosso papel como educadores. A autora nos dá boas dicas de como fazer isso a
partir da construção de uma pedagogia intercultural. Nessa pedagogia,
a escola da cibercultura pode tornar-se o espaço de todas as vozes, todas as falas e todos
os textos. O desafio mais instigante é o do professor, que pode finalmente reinventar-se
como alguém que vem dialogar e criar as condições necessárias para que todas as vozes
sejam ouvidas e cresçam juntas. (RAMAL, 2000, p. 9).
Vamos agora então navegar na Internet. Enquanto navega, nós lhe
convidamos a já ir pensando e refletindo sobre tudo isto que foi dito no texto “Para
Refletir”.
PARA REFLETIR
As reflexões apresentadas no texto anterior são muitas e diversas. Que tal constituir um
grupo de professores e gestores escolares, incluindo também os funcionários da escola, e os
alunos para discutir esta temática? Outra sugestão é convidar para a discussão o Conselho
Escolar. Será um bom espaço democrático de discussões, reflexões e participação
cooperativa e colaborativa. Nesta discussão, você pode disponibilizar o texto na íntegra,
acessado na Internet, conforme referência acima.
Converse com o(a) seu(sua) formador(a) sobre esta possibilidade. Ele(a) é o seu
parceiro nesta caminhada e com você pode construir percursos e trajetórias. Use a
criatividade e bom trabalho! Depois, registre os resultados desta experiência.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
136
VAMOS NAVEGAR?
Navegar na Internet é o ato de passear pela web, movendo-se de uma página
para outra, seguindo links. Na Internet, há milhões de websites disponíveis (esse
número cresce diariamente) e, às vezes, perde-se tempo precioso procurando pelo
site mais completo, pela informação mais bem elaborada. Você já navegou pela
Internet? Caso tenha navegado, registre no seu Memorial as dificuldades e desafios
enfrentados. E nos casos negativos, registre os motivos da dificuldade de acesso e
que impressões você tinha sobre como deveria ser a experiência de navegar na
Internet.
Neste Curso, vamos utilizar o software Firefox para navegar pela Internet. No
Linux Educacional 3.0 está disponível um outro navegador chamado Iceweasel.
Preferimos utilizar o Firefox, pelo fato de que o Iceweasel é um navegador
exclusivamente destinado às distribuições Linux baseadas no Debian (base do Linux
Educacional). Também porque os navegadores são todos bastante semelhantes no
nosso nível de utilização. O Firefox tem versões para outros sistemas operacionais,
sendo atualmente um dos
navegadores mais usados no
mundo.
Para ter acesso ao
aplicativo Firefox, você pode
clicar no ícone (duplo click) no
desktop da sua máquina ou
através do menu Iniciar.
Para ter acesso a um
website (site, sítio ou página),
precisamos conhecer o seu
endereço.
Podemos imaginar que
cada site é um lugar numa
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
137
cidade, e para encontrá-lo, assim como nestas, temos uma organização padrão que
inclui bairros, ruas etc.
Na Internet a localização de um conteúdo também segue um determinado
padrão. Precisamos conhecê-lo. Mas, antes, vamos navegar um pouco, depois
vamos tratar mais diretamente desta questão do padrão dos endereços das páginas.
Por enquanto, observe livremente os vários endereços que vamos visitar, tentando
abstrair o seu padrão. Vamos começar tomando como exemplo um conteúdo que
está localizado na página do Ministério de Educação. Este é um lugar importante
para nós na web. Então, vamos lá.
ATIVIDADES - Aprendendo a navegar na Internet
Após ter aberto o navegador Firefox, digite no campo de endereços:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br e, em seguida, pressione a tecla “Enter” e
aguarde.
Campo para digitar o endereço eletrônico
Você acessou a tela do Portal do Professor. Esse é o seu Portal, professor(a)!
É uma grande rede de aprendizagem; busca contemplar a diversidade educacional
brasileira com suas ideias, propostas e sugestões metodológicas sobre o uso dos
recursos multimídia e das ferramentas digitais. Seu objetivo central é que se
constitua num espaço de construção cooperativa e colaborativa a partir das
contribuições dos educadores do País. Portanto, a sua participação é fundamental
para dar continuidade à construção desta rede que está apenas começando.
LEMBRETE
Uma habilidade fundamental para trabalhar com o computador é a de “ler a tela” com atenção – prestar atenção nas mensagens que nela aparecem quando se clica alguma coisa, e estar atento aos menus e submenus.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
138
Página Inicial do Portal do Professor
Agora que acessou o site do Portal do Professor e já conhece o seu objetivo
central, vamos navegar e conhecer suas ferramentas e possibilidades. Antes de
iniciar a navegação, sugerimos que você movimente o mouse sobre a tela inicial do
Portal do Professor. O que percebeu? Identifique os links propostos.
Você deve ter percebido que, à medida que o mouse é direcionado, as
imagens se movimentam. Esse recurso possibilita mobilidade e dinamicidade a este
espaço. E isso está diretamente vinculado com a concepção do Portal do Professor!
Que links estão disponibilizados?
Há vários links (ícones) disponibilizados na tela
inicial do Portal do Professor. Cada um deles tem
um objetivo e uma intencionalidade. São eles:
Espaço de Aula, Jornal do Professor, Recursos
Educacionais, Cursos e materiais, Interação e
comunicação e links. Vamos navegar?
Leve o cursor até a imagem da ferramenta
Notou que o cursor deixa de ter o formato de uma seta e passa a ser uma mãozinha quando é colocado nas palavras sublinhadas ou imagens? Isto significa que naquele local existe uma ligação para outro texto. São os chamados links.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
139
disponibilizada (ícone). Que tal começarmos pelo Jornal do Professor? Agora, é só
clicar sobre o ícone. Veja que nas laterais da tela aparecem os mesmos links da tela
inicial, possibilitando a navegação não-linear, ou seja, você pode navegar em
qualquer um dos links independente de sequência.
Bom, na parte interna da tela e na lateral esquerda estão disponibilizadas
informações do Jornal do Professor.
Veja que há: textos elaborados por especialistas, de acordo com a temática em
foco; enquete para escolha da temática de cada versão do Jornal; espaço para envio
de críticas, sugestões, textos e músicas.
Há, também, no Há, também, no centro da tela, textos diversificados sobre a
temática abordada na quinzena. Além disso, são disponibilizadas fotos, vídeos e
áudios.
Agora, com a ajuda do(a) formador(a) ou de um(a) colega de turma, acesse as
outras ferramentas.
Jornal do Professor
É importante destacar que ao longo deste Curso estaremos retomando o Portal do Professor para discutir, em seu contexto, as ferramentas abordadas em nossos estudos. Esse é apenas o início de uma navegação.
O Jornal do Professor é um veículo inteiramente dedicado a revelar o cotidiano da sala de aula, trazendo quinzenalmente temas ligados à educação. Aqui,você vai escolher o assunto de cada edição. A sua participação é muito importante para a construção deste Jornal. Envie sugestões, críticas, textos e músicas!
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
140
ATIVIDADES - Ainda navegando
Muita informação e possibilidades? É só o começo. Acesse outros sites importantes,
como: http://www.wdl.org/pt.
Esse é o site em português da Biblioteca Digital Mundial, que disponibiliza na
Internet, gratuitamente e em formato multilíngue, importantes fontes provenientes de
países e culturas de todo o mundo.
Veja, em seguida, os endereços de alguns jornais on-line:
http://www.oglobo.com.br
http://www.estadao.com.br
http://www.folha.uol.com.br
LENDO UM ENDEREÇO WEB Para compreender o padrão dos endereços na web, vamos retomar alguns
dos endereços visitados: http://www.mec.gov.br http://portaldoprofessor.mec.gov.br
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp http://rived.mec.gov.br/site_objeto_lis.php Olhando os quatro, assim juntos, fica fácil perceber que há um padrão. Vamos
tomar o mais extenso dos endereços acima para examinar melhor. Podemos nele
distinguir alguns elementos. Indicamos na figura ab seguir o significado de cada um
deles:
On-line: Diz-se para uma informação, conteúdo, serviço ou sistema que esteja disponível para acesso através da conexão a uma rede de computadores conectada.críticas, textos e músicas!
Tipo de Conexão
Nome do Domínio Pasta Nome do Arquivo
http:// www.dominiopublico.org /pesquisa/ pesquisaObraForm.jsp \______________________________/
Todos os endereços de páginas da web têm pelo menos esses dois tipos
de elementos
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
141
http:// – é um elemento obrigatório na formação do endereço. Esse conjunto de
letras indica o protocolo de identificação para transferência de documentos na
Internet; a sigla http indica que estamos buscando um documento no formato de
hipertexto;
www.dominiopublico.gov.br – o segundo elemento do endereço, também
obrigatório, é a sua parte principal. Indica o domínio onde este conteúdo deve ser
localizado. Este domínio aponta uma rota para busca na rede Internet, ou seja,
aponta para um ou mais computadores onde ele poderá ser encontrado. É formado
de partes separadas por pontos.
Observando-o melhor podemos compreender qual a origem institucional deste
domínio;
www – indica que o endereço está na World Wide Web (muitos endereços já
prescindem do uso desta sigla);
mec – é o nome principal do domínio do site;
gov - é o código para sites de instituições governamentais;
br – é o código para sites registrados no Brasil.
OBS.: Os sites registrados em outros países terão outras terminações (pt – Portugal,
ar – Argentina etc.). Os Estados Unidos organizaram a Internet, por isso é o único
País que não usa sigla identificadora em seus sites e endereços eletrônicos.
Muitos endereços terminam logo após o código identificador do País, neste
caso estaremos acessando a página principal, a porta de entrada daquele site. O
exemplo que destacamos apresenta após esse código:
/pesquisa/PesquisaObraForm.jsp
Aqui, na primeira parte (/pesquisa), está indicada uma pasta ou local específico já
interno ao disco rígido do computador que hospeda a página; a segunda parte
localiza um arquivo específico chamado “PesquisaObraForm.jsp”
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
142
COMPREENDENDO UM POUCO MAIS SOBRE A REDE. Cada endereço na Internet é também chamado de URL, sigla que significa
Uniform Resource Locator. É a forma padrão de especificar o endereço de qualquer
recurso, site ou arquivo existente em um servidor da Internet. Seria legal também
falarmos sobre o que é um servidor da Internet.
Quando estamos usando rede de computadores, podemos entender que
requisitamos serviços do mesmo modo que fazemos em um guichê de uma
repartição. O acesso a uma página, a pesquisa por um conteúdo, o envio de uma
mensagem, a própria conexão à rede são tipos de serviços prestados. Por isso a
metáfora da relação entre cliente/servidor foi transportada para a rede. Temos na
Internet computadores que são clientes, ou seja, são aptos a requisitar serviços para
outros computadores que são os fornecedores, ou servidores, destes mesmos
serviços. Os computadores clientes ou servidores são fisicamente similares, os
softwares ou programas que neles rodam é que são distintos.
Quando um computador cliente recebe do seu usuário a instrução do pedido
de um serviço, ele se comunica com um programa específico no computador
servidor. Os servidores devem estar à espera dos pedidos, por isso ficam
ininterruptamente on-line executando seus programas. O serviço, após ser
executado pelo servidor, fornece uma resposta que é enviada pela rede para o
computador cliente. A figura a seguir representa este fluxo:
Esquema do modelo de rede cliente/Servidor.
(Fonte: Adaptado de Fillippo e Sztajnberg, (1996, p 18)
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
143
Vamos entender no nosso exemplo de navegação web: quando acionamos a
tecla “enter”, após a digitação do endereço no nosso
browser ou navegador, encaminhamos um pedido ao
computador que responde pelo domínio especificado
em nosso endereço, para que nos envie o conteúdo da
página que solicitamos. O servidor então reconhece o
pedido e envia essa informação para que a vejamos na tela do nosso computador.
Note que se este computador servidor estiver fisicamente localizado na
Austrália ou aqui na sala ao lado, talvez nem notemos a diferença. Tudo vai
depender da velocidade de transmissão e do tráfego da informação na rede.
É bom também entendermos um pouco como se dá esse tráfego na rede. Há
vários computadores que ficam todo o tempo monitorando e direcionando os
pacotes de informação que levam os pedidos e suas
respostas para que cheguem aos endereços corretos (são
como os funcionários de uma companhia de correios que
ficam distribuindo e levando as cartas de um lado para
outro). Mas, por onde viajam estas informações? Como um arquivo em tempo tão
pequeno é transportado em tão grandes distâncias pelo mundo afora?
Ora, como não temos de saber como as várias centrais telefônicas estão interligadas
para conversar por telefone com uma pessoa no Japão, também não é necessário saber
como estão interligadas as diversas redes de computadores para usufruir dos serviços
oferecidos por elas.
Em termos físicos, podemos utilizar fibra ótica, ondas de rádio, linhas telefônicas
comuns e até satélite, sem nem saber disto. Entretanto, saber pelo menos como estão
ligadas as instituições de seu próprio estado ou país é importante para que nos situemos no
ambiente onde estamos trabalhando.” (FILIPPO; SZTAJNBERG, 1996, p. 13)
Dois sites importantes para nos ajudar a entender melhor as afirmações acima
são:
O site da RNP (Rede Nacional de Pesquisa), que conecta todas as unidades
de pesquisa do Ministério da Ciência e Tecnologia, as instituições federais de
ensino superior e as agências do MEC e do MCT: <http://www.rnp.br>.
Browser: é o termo em inglês para navegador. Literalmente significa mostrador.
Verificar o endereço digitado antes de pressionar o botão IR ou ATUALIZAR ou a tecla ENTER, pois um erro de digitação pode levá-lo a não localizar o site desejado.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
144
O site do Comitê Gestor da Internet no Brasil – entidade que congrega
membros do governo, do setor empresarial, do terceiro setor e da
comunidade acadêmica, e é responsável pelas decisões envolvendo a
implantação, administração e uso da rede Internet no País:
http://www.cgi.br.
Para que você tenha uma visão geral do backbone (espinha dorsal) da RNP no
Brasil, incluímos a figura a seguir, disponível no endereço
http://www.rnp.br/backbone/index.php . Nessa figura vemos as principais
conexões ou vias de tráfego de informação. Em cada estado esta rede tem um outro
nível de capilaridade, conectando ainda muitos outros pontos.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
145
ATIVIDADES - Endereços na Web
Vamos exercitar nossa compreensão sobre a estrutura dos endereços de Internet.
Observe os exemplos dos endereços dos sites a seguir:
www.cade.com.br – Cadê, site comercial (.com) localizado no Brasil (.br); www.google.com – Google, site comercial (.com) registrado nos Estados Unidos;
www.linux.org – site dedicado ao sistema operacional Linux, de uma organização
não-governamental (.org);
www.ufcg.edu.br – Portal da Universidade Federal de Campina Grande. O (.edu)
designa que é uma instituição educacional.
Agora faça o mesmo para os seguintes endereços. Pergunte ao(a) seu(sua)
formador(a) como usar as Teclas Ctrl+C e Ctrl+V para fazer esta atividade sem precisar
digitar aquele imenso endereço no navegador:
a. http://www.ufsc.br b. http://caminhodasindias.globo.com/Novela/Caminhodasindias/Fiquepo rdentro/0,,AA1699794-16548,00.html
Agora imagine como deve ser o endereço do Banco do Brasil. Escreva-o e
experimente pra ver se está correto. Digite-o no navegador e tente localizá-lo. Faça o
mesmo para:
a. o endereço web da Fundação Ayrton Senna;
b. da Universidade Federal do Ceará;
c. da Organização não-governamental Green Peace.
SAIBA MAIS:
Ainda há muito mais para saber. Então, se você quiser aprofundar seus conhecimentos
acerca de outros tantos temas sobre a Internet, como sua estrutura de funcionamento,
sua gestão etc., sugerimos as seguintes referências:
Os capítulos de número um e dois do livro “Bem-vindo à Internet”, de Denise Del Re
Filippo e Alexandre Sztajnberg, disponível no endereço <www.filippo.eti.br/livro>.
A vídeo-aula do professor Marcos Teixeira “A história da Internet”, disponível no endereço
<http://www.youtube.com/watch?v=B0VY3jI1D9Y&feature=related>.
„E, há muito mais na Internet. Se quiser continuar buscando, vá em frente.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
146
Tente o endereço de uma outra instituição conhecida sua e que você imagina que
deva ter um site. Não conseguiu descobrir algum endereço? Aguarde, vamos já descobrir
uma maneira de encontrá-lo.
PESQUISAR NA INTERNET
Até aqui vimos como a Internet vem influenciando a maneira das pessoas
trocarem informações, conversar, comunicar, buscar informação etc. De forma
semelhante à criação da imprensa por Gutemberg, a Internet causou uma revolução
em nossa sociedade.
Telégrafo, rádio, telefone, televisão, todas essas tecnologias contribuíram
para tornar a transmissão da informação e a comunicação mais rápidas, mas é a
Internet que vem roubando a cena quando os assuntos são referentes ao acesso
rápido a qualquer tipo de informação e à velocidade da informação e comunicação.
Entretanto, os benefícios dependerão da qualidade de uso dessa tecnologia.
É comum que iniciantes se sintam perdidos ao navegar no gigantesco “mar de
informações” da Internet. Portanto, como educador(a), é importante você se
apropriar dessas tecnologias para orientar os alunos crítica e criativamente, mas,
sobretudo, para a seleção das informações e para as possibilidades de interação,
produção e publicação. Para tornar sua experiência agradável e produtiva, aproveite
as orientações que apresentaremos nas próximas seções!
SAIBA MAIS:
Entre os sites enciclopédicos destaca-se a Wikipedia [http://www.wikipedia.org]. Wikipédia
é uma enciclopédia multilíngue on-line livre, colaborativa, ou seja, escrita internacionalmente
por várias pessoas comuns de diversas regiões do mundo, todas elas voluntárias. Você
mesmo(a) pode colaborar e editar um verbete na Wikipedia. Já havia pensado nessa
possibilidade de participar de um trabalho cooperativo na Internet?
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
147
Como achar qualquer informação nessa montanha de dados?
Conforme já mencionamos, a Internet é uma rede que conecta outras redes
do mundo inteiro, ou seja, a quantidade de informações e recursos presentes nela
tende ao infinito. Compreendendo essa ideia, fica fácil entender por que são
necessárias ferramentas que nos permitem localizar informações na Internet, certo?
Existem excelentes ferramentas de busca na Internet, como o Altavista (http:// br.altavista.com), o AlltheWeb (http://www.alltheweb.com), o Yahoo
(http://br.cade.yahoo.com), entre outras. No entanto, hoje, para muitos, sinônimo
de pesquisar na Internet é Google (http://www.google.com.br). Nenhum dos outros
sites de busca conseguiu ser tão eficiente quanto o Google.
Se a informação existe na Internet, sempre será possível encontrá-la com o
Google, mesmo que o assunto seja complexo ou desconhecido. Para tanto, basta
utilizar as opções corretas dentre as disponíveis para realizar a pesquisa.
Começando a pesquisar
Todas as ferramentas de busca se estruturam de forma bastante semelhante.
Veja como é simples pesquisar utilizando uma ferramenta de busca na Internet.
Basta seguir alguns passos básicos:
1. Abra seu programa de navegação (dê dois cliques sobre o ícone do Firefox
ou Chorme na tela inicial do seu computador);
2. Digite na linha de endereço: www.google.com.br;
3. Clique no botão “IR” na barra de ferramentas do programa ou clique na
tecla “enter” do teclado.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
148
Você irá visualizar uma página com uma caixa de texto no centro da tela, em
que irá digitar o que deseja buscar.
A figura abaixo ilustram um exemplo de pesquisa utilizando a ferramenta de
busca Google. Imagine que precisamos fazer uma pesquisa sobre João Ubaldo
Ribeiro. Experimente e veja os resultados. Espere alguns instantes; em seguida, é
só passar o olho na página de resposta e clicar sobre os links e começar sua
pesquisa. Veja nosso exemplo de pesquisa na figura. Em poucos segundos tivemos
para a resposta de nossa pesquisa o resultado de 171.000 sites. E, se fizermos essa
mesma pesquisa daqui a uma semana, encontraremos mais resultados ainda, pois
há muitas pessoas produzindo conhecimento e divulgando-o na Internet.
Para qualificar suas buscas é importante, ainda, que você conheça outros
recursos oferecidos por grande parte das ferramentas de busca, como a realização
de pesquisas avançadas e a tradução de páginas.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
149
Realizar uma pesquisa usando filtros de busca mais avançados é bastante
simples. Basta clicar no botão “pesquisa avançada” e explorar as opções
disponíveis, conforme ilustra a figura abaixo. Ao fazer a pesquisa simples para João
Ubaldo Ribeiro, encontramos muitas páginas, como vimos. Mas, na imensa relação,
note que as primeiras da lista realmente referenciam ao escritor João Ubaldo
Ribeiro, no entanto, se buscarmos mais adiante na relação, vamos notar que foram
listadas páginas que mostravam apenas uma ou duas destas palavras (João ou
Ubaldo ou Ribeiro). A busca avançada nos dá a possibilidade de trazer apenas as
páginas que realmente contenham a expressão completa “João Ubaldo Ribeiro”.
Podemos ainda adicionar outros conjuntos de palavras que gostaríamos de ter na
página. Por exemplo, se quiséssemos a biografia do escritor poderíamos digitar esta
palavra na opção “com todas as palavras”.
Pesquisa avançada do Google.
SAIBA MAIS: A ferramenta Google oferece uma versão específica para a educação, facilitando a localização de literatura acadêmica, englobando artigos, teses, dissertações, livros etc. Confira esse recurso no endereço: http://scholar.google.com.br
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
150
Alguns sites de busca têm tradutores on-line agregados que possibilitam a
leitura de páginas em outros idiomas. É um recurso com limites, pois a tradução das
palavras é literal na maioria dos casos. O contexto em que as palavras aparecem
não é considerado.
De qualquer forma, é certamente um recurso útil em alguns casos. No
Google, sempre que uma busca trouxer páginas estrangeiras você poderá visualizar
o link “Traduzir esta página” à direita do título em destaque abaixo.
A opção “Traduzir esta página” no resultado de uma pesquisa do Google.
COMO GUARDAR OS ENDEREÇOS QUE MAIS ME INTERESSARAM?
Você pode adicionar uma notícia que achou interessante, ou aquela matéria
técnica que você não teve tempo de ler, mas gostaria de guardar o link. É muito
simples, conforme apresentado nas figuras 1 e 2. Você deve estar visualizando no
navegador a página que deseja adicionar à sua lista de favoritos. No exemplo
mostrado na figura 1 que segue, estamos guardando o endereço da página do Portal
do Professor do MEC. Essa página é mais uma referência importante. Ela vale a
pena ser visitada.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
151
Figura 1 - Adicionando aos favoritos o Portal do Professor do MEC. http://portaldoprofessor.mec.gov.br/index.html
Figura 2. Adicionando aos favoritos o site do Salto para o Futuro. http://tvbrasil.org.br/saltoparaofuturo/
SAIBA MAIS:
O recurso FAVORITOS dos navegadores é uma boa forma de se guardar os endereços de sites que você deseja consultar futuramente. Vamos fazer este teste junto?
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
152
ATIVIDADES - Sabendo aonde ir (nosso projeto)
Com os conhecimentos adquiridos neste módulo você e seu grupo poderão dar
continuidade ao projeto integrado de aprendizagem.
Nossa proposta de atividade é que você aproveite as dicas já apresentadas e
busque novas fontes para qualificar ainda mais o seu projeto, bem como as demais
orientações dos materiais complementares.
Por fim, compartilhem as descobertas com toda a turma! Para isso, basta
postar uma mensagem no fórum, complementando a postagem inicial, aquela na
qual vocês apresentaram a proposta de projeto.
SAIBA MAIS:
Quando for iniciar suas buscas de materiais do projeto, é muito importante definir
palavras-chave realmente significativas e aproveitar ao máximo os filtros para busca
avançada.
Lembre-se que a Internet é um repositório gigantesco de informações, de forma que a
definição vaga do que se procura irá resultar numa busca ineficiente (apresentando um
número muito grande de páginas) ou infrutífera.
Essa orientação é ainda mais importante para o trabalho com seus alunos! Converse
com a turma para a definição de estratégias básicas de pesquisa. Note que não basta a
definição de uma temática muito abrangente, por exemplo: pedir aos alunos que “pesquisem
sobre plantas medicinais” é muito vago. Será preciso detalhar e especificar melhor que
informações estão sendo buscadas. Nesta perspectiva, além de definir o que será pesquisado,
propondo e detalhando junto com eles especialmente palavras-chave relevantes para a busca,
também é produtivo sugerir algumas páginas (previamente selecionadas por você) para
iniciarem a pesquisa. Essa estratégia possibilita que os alunos tenham subsídios para julgar a
adequação do conteúdo disponível em outras páginas.
Sugestões bem interessantes sobre os desafios que um professor vai enfrentar na era
das navegações digitais podem ser encontradas no texto de autoria do professor José
Emanuel Moran, “Desafios da Internet para o professor”, disponível no endereço
http://www.eca.usp.br/prof/moran/desaf_int.htm.
.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
153
NAVEGUE COM SEGURANÇA!
Neste momento você provavelmente já está empolgado(a) navegando pelos
diferentes tipos de sites educativos sugeridos e descobrindo os inúmeros benefícios
que o uso da rede Internet pode lhe proporcionar. Ficamos felizes com seu
entusiasmo!
E, para garantir que você “caia na rede” apenas no bom sentido,
consideramos pertinente abordar questões de segurança no uso da Internet.
Provavelmente, você já ouviu falar de vírus, fraudes, crimes on-line, invasão
de sistemas etc. Sim, infelizmente, esses e outros problemas realmente existem.
Mas, você não precisa se intimidar por causa disso. Da mesma forma que
aprendemos a lidar com ações maliciosas e com a violência no dia-a-dia, também
podemos aprender a nos cuidar na Internet! Para isso, é necessário estar bem
informado(a). Assim, estruturamos uma síntese dos principais aspectos para os
quais você deve estar alerta, bem como dicas e estratégias básicas para navegar
com segurança.
SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO E DO COMPUTADOR:
Inicialmente, vamos abordar uma dimensão de risco bastante comentada
entre os usuários de computador – os vírus. Você sabe o que é um vírus de
computador?
Todas as atividades que realizamos em um computador dependem de um
programa. O editor de textos, por exemplo, é um programa que transforma o
computador numa poderosa máquina de escrever. Programas de correio eletrônico
fazem com que o computador seja capaz de enviar e receber mensagens, usando a
Internet.
Os vírus de computador também são programas, só que em vez de ajudar e
facilitar o uso do computador, eles atrapalham – e muito!!!
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
154
Em diversos aspectos um vírus de computador se
parece com um vírus biológico. Do mesmo modo que os
vírus que infectam seres humanos e animais e se
espalham nos seus corpos, os vírus de computador
infectam programas, se espalham rapidamente e
danificam o funcionamento das máquinas.
O computador pode pegar um vírus quando você faz download de um
arquivo infectado da internet ou quando abre um arquivo de um disquete, de um
memory card ou pen drive. Depois que o vírus estiver integrado aos arquivos do
seu computador, poderá começar imediatamente a danificar ou destruir informações
que você guardou nele. Outra possibilidade é que o vírus espere uma data para
iniciar sua atividade, e aí destruir as informações que você tem no computador.
Cabe aqui tranquilizá-lo(a), dizendo que o
sistema operacional Linux é bastante mais seguro.
Ainda assim, você pode ter arquivos infectados que irão
se manifestar caso sejam utilizados em outros
computadores com sistemas operacionais mais
vulneráveis, como o Windows. Desta forma, é
importante que você também saiba se proteger dos
vírus!
Como as vacinas que nos protegem contra vírus biológicos, os programas
antivírus protegem os computadores da ação de vírus e demais programas
maliciosos conhecidos, e até de alguns desconhecidos. O antivírus é um programa
que vasculha os arquivos dos computadores procurando vírus. Quando encontra,
sugere o que devemos fazer para eliminar o problema e, se for possível, o que fazer
para recuperar nossas informações que tenham sido estragadas ou apagadas pelo
invasor.
Existem muitos programas de antivírus disponíveis na Internet para download.
Fazer download ou baixar um arquivo significa numa rede de computadores a obtenção de cópia, em máquina local, de um arquivo originado em máquina remota. O oposto de upload.
Disquetes, memory card, pen drives: são dispositivos para armazenamento da informação digital. Os disquetes quase não são mais utilizados. Os memory cards são bastante usados em câmeras digitais. Já os pen drives estão em alta, são pequenos como canetas e têm grande capacidade de armazenamento.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
155
SAIBA MAIS:
Nos sites a seguir você poderá encontrar alguns antivírus freeware e shareware:
http://www.tucows.com http://www.baixaki.com.br http://superdownloads.ubbi.com.br/
A maior parte deles fornece a possibilidade de atualizações durante algum tempo. Isso
significa que, por um determinado prazo, cada nova versão do programa que for criada, em
função dos novos vírus que surgem a cada dia, será colocada à disposição do usuário para
que este se mantenha sempre livre desta praga virtual. Ou seja, não há justificativa para
deixar o microcomputador sem proteção.
Os programas antivírus são importantes auxiliares na segurança de um computador. No
entanto, há diferentes tipos de programas maliciosos e nem todos podem ser detectados
pelos programas antivírus. Assim, a atitude descuidada do usuário é a maior responsável
pelas infestações. Como diz o ditado popular “é melhor prevenir do que remediar”, assim,
sugerimos algumas estratégias para evitar riscos:
Fique atento aos sites que visita e, ao notar modificações no funcionamento do seu
computador, procure ajuda especializada;
Procure não abrir e-mails e arquivos anexos de desconhecido;
Quando você estiver navegando na Internet, é importante não baixar arquivos de sites
não confiáveis;
Realize cópias de informações importantes em CDs, DVDs ou outras formas de
armazenamento. Cópias de segurança são importantes, não só para se recuperar de
eventuais falhas, mas também das consequências de uma possível infecção por vírus.
Freeware: Programa de computador oferecido gratuitamente pelo seu autor, em geral disponível na Internet para download.
Shareware: Programa de computador disponível para uso como teste por um determinado período de tempo, após o qual ele deve ser comprado, em geral disponível na Internet para download.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
156
SEGURANÇA PESSOAL E DE SEUS ALUNOS
Em primeiro lugar, salientamos que a Internet é um espaço de grande
liberdade de atuação, ou seja, qualquer pessoa pode divulgar praticamente qualquer
conteúdo on-line.
Desta forma, ao navegar na Web, um dos cuidados mais simples e
importantes que devemos ter é na observação da confiabilidade das informações
que estamos acessando. Para isso, ao acessar um site, procure identificar:
quem são os autores da informação;
qual a formação, especialização, autoridade na área, das pessoas
responsáveis pela página;
quando as informações foram publicadas e se estão atualizadas.
Outra dica, ainda acerca da confiabilidade das
informações, se refere ao tipo de página acessada.
Nesta Unidade, você aprendeu a identificar as URLs ou
endereços dos sites na Internet, lembra? Ao navegar,
fique atento aos endereços para analisar em que tipo de
página você está. Esse conhecimento será útil por
diversos motivos, por exemplo, para realizar uma
pesquisa acadêmica é recomendável obter informações
de instituições educacionais, governamentais, ou
demais entidades reconhecidas na área de interesse.
A análise do endereço possibilita que você evite,
ainda, problemas mais sérios como ser “fisgado” por
páginas falsas, problema conhecido como phishing.
Outra dica referente à análise dos endereços das
páginas é útil especialmente para operações mais arriscadas como compras online e acesso
a bancos. O endereço deve começar com https://, onde o s antes do sinal de dois-pontos
indica que o endereço em questão é de um site com conexão segura. A figura abaixo
apresenta o primeiro item, indicando uma conexão segura. O segundo item a ser visualizado
corresponde a algum desenho ou sinal, também salientando que a conexão é segura.
Conforme ilustra a figura abaixo, o desenho mais adotado nos navegadores recentes é de
Phishing: também conhecido como phishing scam ou phishing/ scam, foi um termo originalmente criado para descrever o tipo de fraude que se dá através do envio de mensagem não solicitada, que se passa por comunicação de uma instituição conhecida, como um banco, empresa ou site popular, e que procura induzir o acesso a páginas fraudulentas (falsificadas), projetadas para furtar dados pessoais e financeiros de usuários.” Fonte: CENTRO DE ESTUDOS, RESPOSTA E TRATAMENTO DE INCIDENTES DE SEGURANÇA NO BRASIL. Fraudes na Internet. In: _______. Cartilha de segurança para Internet versão 3.1. 2007. parte 4. Não paginado. Disponível em: <http://cartilha.cert.br/fraudes/> Acesso em: 5 jun. 2009.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
157
um ‘cadeado fechado’, apresentado na barra de status, na parte inferior da janela do
browser (se o cadeado estiver aberto, a conexão não é segura). (CENTRO DE ESTUDOS,
RESPOSTA E TRATAMENTO DE INCIDENTES DE SEGURANÇA NO BRASIL, 2007).
Página com conexão segura.
Outra dimensão de segurança bastante relevante, especialmente em relação
aos seus alunos, se refere aos cuidados ao interagir com desconhecidos por meio
de ferramentas de comunicação como e-mail, bate-papos (incluindo MSN, Skype,
Google Talk, ICQ) e redes de relacionamentos (Orkut entre outras). Seguem
algumas dicas:
Não receber arquivos enviados por desconhecidos;
Não divulgar informações pessoais, como endereço, telefone, local onde
estuda, entre outras informações pessoais a pessoas desconhecidas;
Não fornecer informações sensíveis, tais como senhas ou números de
cartões de crédito;
Não agendar encontros presenciais sem o conhecimento e autorização dos
pais.
NAVEGAÇÃO, PESQUISA NA INTERNET E SEGURANÇA NA REDE
158
CONCLUINDO
Nesta unidade, aprofundamos nossa discussão sobre a importância das
tecnologias em nossas vidas e no trabalho da escola. Começamos a aventura de
navegar pelos mares da Internet. Tivemos nosso primeiro contato com um
navegador e com alguns portais.
Aprendemos mais possibilidades de pesquisa na Internet, além de termos
conhecido uma coleção de links que podem nos ajudar nas nossas aulas.
Aprendemos a guardá-los na pasta favoritos do nosso browser. Ganhamos mais
autonomia ao usarmos o computador e a Internet, aprendendo sobre várias dicas de
segurança. Avançamos mais um pouco nesta viagem pelo mundo digital.
SAIBA MAIS:
CERT (Centro de estudos, resposta e tratamento de incidentes de segurança no Brasil),
vinculado ao Comitê Gestor da Internet no Brasil: http://www.cert.br/. Principal fonte de
informações oficiais acerca da temática de segurança na Internet no Brasil. Disponibiliza várias
cartilhas e vídeos com orientações aprofundadas sobre o assunto.
SENNINHA – Pilotando com segurança na Internet:
http://www.navegueprotegido.com.br/senninha/ . Site voltado para crianças, com atividades
lúdicas, como jogo e história em quadrinhos, com orientações para navegar com segurança.
MICROSOFT – Segurança em casa:
http://www.microsoft.com/brasil/athome/security/default.mspx. Site organizado pela
empresa Microsoft, com textos e vídeos com dicas de segurança pessoal, da família e do
computador.
11 BLOGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
160
11 BLOGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
Texto de Projeto e-Proinfo
[...] Nesta unidade, vamos trabalhar com blogs. Essa ferramenta, que nos
permite publicar conteúdos na Internet, se tornou muito popular por não demandar,
para sua criação e utilização, conhecimentos especializados em informática,
inclusive porque podemos fazer tudo isso de forma gratuita. Com ela podemos ter
nossa página na Internet, editando-a com muita facilidade.
Blogs têm sido amplamente empregados na condição de diários digitais, na
publicação de notícias e de outros gêneros textuais. Dessa forma, os blogs e
Fotologs (diários de fotos na web) permitem a qualquer pessoa que se prontifique a
mergulhar nos recursos oferecidos pela Internet tornar-se um(a) autor(a).
Nesta Unidade você vai visitar este mundo dos blogs, vai compreender
porque eles estão sendo tão importantes na vida de muitos profissionais liberais,
entre eles muito professores, jornalistas etc. Essa ferramenta é muito utilizada na
organização de muitas comunidades e grupos de ativistas de vários setores. Vamos
conferir como é fácil criar o seu próprio blog. Além disso, vamos aprender a usar os
blogs, neles publicando e interagindo.
Objetivos de aprendizagem desta Unidade de Estudo e Prática:
Reconhecer as principais características dos blogs;
Construir um repertório inicial sobre as possibilidades de escrita digital nos
blogs;
Realizar o processo minimamente necessário para criação de um blog,
percebendo algumas das suas possibilidades de ajustes e configurações;
Refletir sobre o papel dos blogs, a aprendizagem e a comunicação;
Compreender o papel dos blogs na comunicação da era digital.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
161
INTRODUÇÃO
Os blogs são sistemas de publicação na web. A palavra tem sua origem da
abreviação de weblog: web (teia, designa o ambiente de páginas de hipertexto na
Internet) e log (diário) – diário na Web.
Em uma primeira análise, pode causar um certo estranhamento o fato de
alguém desejar publicar seu diário na Internet, visto que esse tipo de produção
costumava ser secreta, de forma a resguardar a vida particular. O que motivaria uma
pessoa a compartilhar a intimidade abertamente com desconhecidos? E na Internet!
Logo de saída, para o mundo todo!
O depoimento de uma blogueira (como são conhecidos os usuários dos
blogs), expresso no livro “Blog: Comunicação e escrita íntima na internet”, de Denise
Schittine, nos ajuda a esclarecer as razões que justificam a popularidade dos blogs:
Como definir o diário? [...] em primeiro lugar, um diário se escreve ao sabor de tempo, é
muito diferente das autobiografias, memórias e outros parentes próximos do gênero. O
diário é observado dia a dia, mais ou menos escrupulosamente, mas é sempre uma espécie
de representação ao vivo da vida.
Ter um diário íntimo também é algo difícil. É uma atividade que exige uma certa disciplina,
que ordena a vida [...].
Pessoalmente o que me anima é uma personalidade que eu classificaria como “arquivista” e
de colecionadora. Ter um diário íntimo é uma maneira de colecionar os dias...
Colocar-se no papel cotidianamente é também uma nova maneira de se desnudar e de
decifrar o próprio interior sem ter que pagar uma terapia [...]
Alguns relêem seus diários e se surpreendem com o que escreveram. Outros não
compreendem mais nada. [...] Um diário é uma encenação, uma representação de si. Nós
somos a personagem principal de nosso diário. Nós temos às vezes a tendência a escrever
as coisas não como elas são, mas como deveriam ser. Escreve-se para embelezar ou
dramatizar a vida, para lhe dar um sabor novo. O diário é, muitas vezes, um dos últimos
refúgios do sonho. (SCHITTINE, 2004, p. 15).
Esse depoimento apresenta motivações bastante abrangentes. Em primeiro
lugar, é clara a função do registro em um blog como uma forma de memória externa,
que auxilia o autor a refletir sobre sua própria vida, a repensar-se e a melhor
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
162
compreender-se. Mas, e por que o desejo de publicação? A autora trabalha a
hipótese da sensação de imortalidade. Historicamente, a escrita se estruturou como
uma possibilidade de registro de informações para as novas gerações, ou seja, uma
forma de deixar um legado, de não ser esquecido. Assim, ao publicar textos na
Internet, qualquer pessoa pode vivenciar a experiência de fama e “imortalização”.
Mas, qual a relação desses aspectos com a educação? Vamos, antes de
começar a navegar e a conhecer bons blogs, tentar compreender as razões que
estão levando diversos educadores a se apropriarem dessa ferramenta como mais
um recurso pedagógico.
Comecemos com o relato de uma educadora, Nize Maria Campos Pellanda,
que usa os blogs em um projeto educativo com jovens do meio rural:
Os jovens, então, vão escrevendo suas autonarrativas nos seus blogs. No início do
projeto essas narrativas eram muito pobres, porque reduzidas a clichês muito simples do
tipo: meu nome é fulano de tal, moro na cidade tal, gosto de festas e de música. As
reflexões sobre si estavam completamente ausentes. Além disso, as sentenças careciam de
estrutura. Muitas vezes não havia pontuações e as frases emendavam uma na outra. Os
erros ortográficos eram a regra.
Com o desenvolvimento do projeto, eles vão se colocando mais nos textos e trazendo
outros fatos do cotidiano sobre os quais vão tomando posição. Começam a emergir idéias
sobre valores, sobre os próprios atos e opiniões sobre os outros. As frases vão ficando mais
estruturadas e diminuem os erros ortográficos, pois eles, ao relerem seus textos, fazem
algum tipo de estranhamento do tipo: será que é assim mesmo que se escreve tal palavra?
Perguntam para os facilitadores que não respondem diretamente mas sugerem que
procurem dicionários on-line. (PELLANDA, 2006, p. 82).
Esse depoimento lembra-nos Paulo Freire,
quando ele nos dizia que só é alfabetizado aquele que é
capaz de escrever a sua própria história: “Talvez seja
este o sentido mais exato da alfabetização: aprender a
escrever a sua vida como autor e como testemunha da
história, isto é, biografar-se, existencializar-se,
historicizar-se.” (FREIRE; GUIMARÃES, 1987, p. 10).
Metacognição: o conceito foi cunhado por Flavell (DAVIS; NUNES; NUNES, 2005) e refere-se ao processo de reconhecer, monitorar e consequentemente regular e coordenar nossos próprios processos de aquisição de conhecimento (aprendizagem), durante a execução de uma tarefa com determinados objetivos. Mais especificamente, diz respeito à nossa capacidade de perceber o que sabemos e o que não sabemos, e, também, a nossa capacidade de perceber como conseguimos aprender.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
163
Por que esta ênfase na escrita? Porque a compreensão e o domínio de uma
linguagem não se adquirem apenas com as atividades de leitura, são necessárias
também as de autoria. O nível de consciência que se atinge quando se está
realizando uma atividade criativa é muito maior do que quando estamos apenas
numa atitude receptiva. Essa consciência é um dos componentes mais importantes
do desenvolvimento do processo cognitivo: a metacognição. Realizando atividades
simples não chegamos a nos dar conta dos nossos próprios processos de
pensamento, só tarefas mais complexas exigem que reflitamos a respeito de como
as estamos realizando.
109 Mas, a possibilidade da publicação não é o único aspecto diferente nos blogs
(diários virtuais). A denominação “diário virtual” é incompleta para abarcar todas as
possibilidades e a diversidade de uso desse recurso. Observe com cuidado todas
estas possibilidades na visita guiada a bons blogs que lhe oferecemos a seguir.
ATIVIDADES - Visitando os blogs
Vamos visitar alguns blogs? Para esta viagem ao mundo dos blogs
recomendamos como porta de entrada o site do Blog BLiBiE (Blogue de
Livros/Leitura, de Bibliotecas ou de Educação), cujo endereço é
http://blibie.blogspot.com.
Você e um dos seus colegas devem navegar juntos por alguns blogs das
diferentes categorias ali apresentadas (alternem-se no uso do mouse). Enquanto
PARA REFLETIR:
Antes de ter ouvido falar em blogs, você deve ter ouvido falar a respeito dos diários de
aprendizagem. Já sabíamos que nos diários de aprendizagem os estudantes sistematizam e
relatam suas aprendizagens. Os diários de aprendizagem são uma importante forma de registro
e divulgação de pesquisas e produções escolares. Pensem agora que o mesmo diário possa ser
publicado em escala mundial. Quem não se sentirá valorizado? Com essa perspectiva vale a
pena caprichar no trabalho, não é mesmo?
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
164
estiverem visitando os blogs indicados, observem e anotem suas reflexões a
respeito de:
Eles são sempre utilizados como diários eletrônicos, ou há ainda outros usos?
Quem são os autores de um blog?
Eles são utilizados nas escolas sob que diferentes formas?
Em que eles se diferem do antigo diário escrito à mão?
Eles são apenas um diário?
Outros aspectos que considerarem relevantes.
É importante que você converse e discuta a respeito de suas observações,
impressões e conclusões com o restante da turma.
Se você quiser navegar em vários sites ao mesmo tempo, você pode abrir novasabas
(janelas internas) no seu navegador usando o comando das teclas Ctrl+T.
ATIVIDADES - Analisando endereços da web
Vamos aproveitar e refinar nossa capacidade de atenção e compreensão sobre
o formato dos endereços da web. Então, volte ao site do blog BliBiE e lá analise os
vários endereços dos links da relação “Melhor Blog feito por uma escola/turma”.
O que você observa de comum entre estes vários endereços?
Note que para ver o endereço de um link, você não precisa visitar a página
correspondente,pois quando o ponteiro do mouse está sobre o texto do link (quando
ele se transforma em mãozinha), o endereço que será visitado se o link for clicado
aparece no canto inferior esquerdo da janela do navegador.
Você deve ter observado que a maioria deles apresenta um padrão do tipo:
umNome.blogspot.com , ou
umNome.wordpress.com , ou ainda
umNome.blog.uol.com.br
Estes endereços indicam que estes blogs são hospedados no servidor da empresa
referenciadano próprio endereço: O BlogSpot.com é o mais usado e é da empresa
Google.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
165
Se uma escola ou prefeitura preferir ter o seu próprio computador servidor de
conteúdos para blog, isso é possível, pois há software livre para montagem de
computadores servidores de blog. Note, por exemplo, os dois blogs citados nos
endereços abaixo (vale a pena visitá-los):
http://blog.colegiosantosanjos.com.br
http://emdebate2008.autonomia.g12.br/blog
Se uma escola ou prefeitura preferir ter o seu próprio computador servidor de
conteúdos para blog, isso é possível, pois há software livre para montagem de
computadores servidores de blog. Note, por exemplo, os dois blogs citados nos
endereços abaixo (vale a pena visitá-los):
http://blog.colegiosantosanjos.com.br http://emdebate2008.autonomia.g12.br/blog
Nestes dois casos, as escolas citadas no endereço montaram seus próprios
servidores. O seu conteúdo está hospedado nos computadores da própria escola.
Uma vantagem ao fazer isso é o fato de que nos endereços temos uma identificação
da escola e não da empresa que hospeda o blog. Este é um serviço que poderíamos
vir a pleitear junto aos nossos gestores (talvez as secretarias Municipais e Estaduais
poderiam vir a ser os hospedeiros dos conteúdos dos blogs escolares).
SAIBA MAIS: Três sites muito interessantes que falam sobre blogs são: Blog: Diário (de aprendizagem) na rede: http://revistaescola.abril.com.br/
lingua-portuguesa/pratica-pedagogica/blog-diario-423586.shtml Neste artigo, apresentado na revista Nova Escola, você irá conhecer uma experiência de sucesso no uso dos blogs para o registro das aprendizagens diárias em um projeto. Recursos da Internet para a Educação:http://webeduc.mec.gov.br/webquest/
index.php Material educativo, organizado pelo MEC, que aborda algumas tecnologias para a produção de conteúdo para a Internet. Dentre elas é apresentada a ferramenta blog. Quer aprender? Crie um blog: http://revistaepoca.globo.com/Revista/
Epoca/0,,EDG76347-6014-456,00.html Texto de Paloma Cotes que discorre sobre como alunos e professores estão usando os diários na Internet para partilhar dúvidas, estimular pesquisas e incentivar a troca de informações.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
166
Agora que já entendemos o que é um blog e que já temos uma ideia do seu
potencial educativo, precisamos entender que esta ferramenta revolucionou a
comunicação na Internet. Um dos aspectos revolucionários desta ferramenta advém
da facilidade técnica em se lidar com ela. A criação e uso de um blog é muito
simples. Em poucos passos é possível criar um blog e iniciar a publicação na
Internet. Então, antes de analisarmos mais atentamente por que os blogs são tão
revolucionários assim, vamos verificar se é tão fácil mesmo criar um, criando-o.
ATIVIDADES - Projeto Integrado de Aprendizagem em blog
Nesta atividade você e seu grupo criarão juntos o blog do seu Projeto Integrado
de Aprendizagem. O objetivo desse blog deverá ser o de divulgar os resultados que
vocês forem obtendo durante a sua realização.
Neste curso, vamos juntos criar os blogs na BlogSpot da empresa Google.
Notem que o Google, além de fornecer o serviço de busca de conteúdos na web,
fornece, dentre outros, o serviço de correio eletrônico (e-mail) e de criação e
publicação de blogs, o BlogSpot.
Para criar o seu blog é preciso antes cadastrar uma conta para uso dos
serviços do Google – seu formador talvez já tenha feito isso com você, caso
contrário, ele vai orientá-lo(a) sobre como fazê-lo. O cadastro no Google dá acesso a
todos os serviços da empresa (e-mail, blog, Orkut, fotologs etc.).
[...]
SAIBA MAIS: No Portal do Professor você pode acessar diferentes blogs no endereço: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/interaction.action. Para acessar este endereço direto no Portal do Professor, siga as orientações abaixo: Digite na barra de navegação da internet o endereço:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br; Em seguida, clique em interação e comunicação; Há várias outras ferramentas, baixe a barra de rolagem ao lado e você terá
acesso a vários blogs, com temáticas variadas.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
167
Texto de Cris Martins Artes –
http://crismartinsartes.wordpress.com/2010/02/12/como-criar-um-blog/
Primeiro, entre com a sua Conta Google no site do Blogspot
(www.blogspot.com) . Caso você ainda não tenha uma Conta Google, entre no site
www.google.com.br e clique na parte superior direita da tela em “Efetuar Login”, em
seguida clique em “Crie uma conta agora” e preencha os dados. Feito isso, vá ao
site do Blogspot e entre com seu login e senha.
Vale lembrar que muitos sites chamam o Blogspot de “Novo Blogger” ou até
mesmo “Blogger”. Não se deve confundir os endereços, afinal o “Blogspot” é de
propriedade da Google e é inteiramente gratuito. O Blogger é de propriedade de
outra empresa e é preciso ser assinante para criar uma conta.
Agora que você já criou a sua Conta Google e já se registrou no Blogspot, é hora de
criar o seu blog. O primeiro passo é clicar em “Criar um blog”. Depois você deve dar
nome ao blog e criar um endereço.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
168
A URL do seu blog dependerá do tipo de blog que você deseja ter. O Blogspot
permite que você use um domínio que já tenha comprado para publicar seu blog.
Neste caso, seu endereço fica de acordo com o seu domínio, por exemplo,
www.nomedoseublog.com. Contudo, se você não possuir um domínio, o Blogspot
vai fornecer um, o resultado é parecido com este:
http://nomedoseublog.blogspot.com.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
169
Depois de ter preenchido todos estes dados corretamente, é hora de escolher
um modelo de layout para o seu blog. Não se preocupe, neste primeiro momento
você pode escolher qualquer um – existem muitos outros modelos para você deixar
o seu blog com a sua cara. Quando você já tiver escolhido qual será o primeiro
layout, clique em “Continuar” e voilà! Seu blog está pronto!
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
170
Com o blog já criado, é hora de postar seu primeiro texto ou imagem. Clique
em “Começar a usar o blog” para dar o pontapé inicial no seu transmissor de idéias.
Você será redirecionado automaticamente para a página de novas postagens. Digite
o que quiser nos campos de postagem, mas lembre-se de não violar nenhuma das
regras de conduta do Blogspot e da Google – caso contrário, seu blog será banido.
Quando terminar a edição do seu texto, basta clicar em “Publicar Postagem” para
que o conteúdo seja enviado para a página principal do seu blog.
Preste atenção nas três abas na parte superior da tela. Por elas você navega
nas configurações do seu blog. Na aba “Configurações” você altera as principais
opções do seu blog como importação e exportação de conteúdo ou até mesmo
excluir o seu blog. As ferramentas de importação e exportação são importantes para
fazer backups do seu conteúdo. Quando você exporta o conteúdo do seu blog, além
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
171
de garantir que terá uma cópia de tudo para o futuro, ainda pode utilizar este mesmo
conteúdo quando for trocar o endereço para um outro sistema, como o WordPress.
Basta exportar e na interface do outro blog, clicar em importar e carregar o
arquivo XML. Ainda falando sobre as configurações do seu blog, você pode moderar
e trocar permissões referentes aos comentários. Nesta tela, você ainda pode
controlar suas opções de feed RSS. Caso você queira, pode inserir aqui o endereço
do seu burner de feeds. Um dos mais populares é o FeedBurner
(www.feedburner.com). Estas feeds servem para que os usuários possam receber
suas atualizações dos leitores de feeds deles. São vários leitores; o Google Reader
é um dos mais utilizados e fáceis de mexer na hora de adicionar feeds. Estes leitores
permitem que os seus visitantes leiam vários blogs simultaneamente.
Na aba “Layout” é possível alterar a ordem dos seus gadgets, ou seja, dos
complementos da barra lateral do seu blog. Um exemplo bastante simples do que
são estes gadgets é a área de perfil, onde você conta um pouco da sua história ou a
sua relação com o blog; o arquivo do blog que vai listar os seus posts de acordo com
a data em que foram publicados e várias outras ferramentas que podem ser
fornecidas pelo próprio Blogspot ou por sites externos – basta copiar o código e
colar em uma nova janela de HTML dos seus gadgets.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
172
Com esta aba ativa, você vê quatro funções diferentes: “Elementos da página”,
“Fontes e cores”, “Editar HTML” e “Escolher novo modelo”. Se você abrir a opção
“Fontes e cores” vai se deparar com uma janela de personalização do tema atual do
seu blog. Nela, é possível mudar as cores do texto, plano de fundo, links e muito
mais. Em “Editar HTML”, é preciso dominar pelo menos o básico desta linguagem
para operar algumas mudanças no seu layout.
“Escolher novo modelo” já é auto-explicativo – nesta janela, há uma lista com
diversos temas para que você escolha qual deles combina mais com o estilo do seu
blog. Se você não gostar de nenhum dos temas que o Blogspot oferece, uma
pesquisa no Google bastará para encontrar o tema perfeito. Lembre-se de salvar
todas as alterações que fizer para que elas tenham efeito no seu blog.
Muito bem, baixanautas. Agora que já aprendemos a criar um blog no Blogspot, faça
já o seu e exponha suas idéias e trabalhos. Um blog pode ser uma ótima maneira de
criar um portfólio virtual e expor trabalhos acadêmicos e até mesmo opiniões.
[...]
Você ainda não escolheu um nome legal para o seu projeto? Então, que tal
fazer agora? Assim, seu blog também vai ter um nome interessante. É muito comum
as pessoas usarem como título do blog o seu próprio nome, o “Blog da Maria”, o
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
173
“Blog do Felipe” (experimente com o Google, você vai
ver que esses blogs existem). Mas, no nosso caso,
não estamos construindo um blog pessoal, por isso
sugerimos um nome que lembre a temática do seu
projeto.
Assim que terminar de criar o blog, você já é
convidado(a) a começar a usá-lo. Você já pode
visualizá-lo. Quando “sair do forno”, ele ainda é só
uma estrutura pronta para receber os conteúdos que
você postará.
Desta forma, após terminar a criação, siga o
botão “começar a usar o seu blog” mostrado na figura
a seguir. Você terá acesso ao painel de controle do
bloguer (blogueiro).
Observe bem esta janela. Vamos falar mais dela em breve. Ela tem algumas
abas maiores na parte superior. Cada uma delas contém um conjunto de opções
que são mostradas na linha logo abaixo (na figura temos acionadas a aba postagem
na opção Criar).
Post: Do verbo “to post” em inglês: ato de publicar uma informação. Sendo assim, nos blogs, o post é um registro de informação. É uma espécie de artigo – independente do tamanho que tenha – e que pode conter não só texto, mas também imagem, áudio e vídeo. Normalmente, um post possui um conjunto mínimo de informações:
• Título (title): o título do post; • Corpo (body): é o conteúdo propriamente dito; • Data (date): é a data (e horário) em que o post foi publicado; • Tags: são palavras ou expressões que ajudam a identificar o assunto tratado no texto; • Link Permanente (permalink): é uma URL que dá acesso direto àquele post e que dificilmente se altera. [...]
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
174
O conteúdo de um blog é estruturado a partir das postagens que você for
realizando.Cada postagem constitui um post. O post é a unidade básica do conteúdo
do blog. Cada post pode estar ou não disponível para comentários, pode ser
reeditado, pode ter nele incluídos texto, imagens, vídeos e links para outras páginas
da web. [...]
[...] A QUESTÃO DA INTERATIVIDADE NOS BLOGS
Outra característica fundamental dos blogs é a interatividade, definida pela
comunicação que se dá entre o autor e seus leitores, levando muitas vezes a um
processo cooperativo para melhorar o conteúdo do blog. O uso de enunciados
interrogativos também explicita um convite aberto à participação do leitor na
discussão dos temas nos blogs. As ideias são divulgadas para que sejam lidas e
discutidas com outras pessoas (visitantes do blog).
Outra característica importante nos textos
veiculados nos blogs é a presença contínua de links que
remetem ao endereço de e-mail do autor, a outros sites,
onde as matérias originais mencionadas no blog estão
disponibilizadas, como artigos, notícias, eventos,
campanhas, vídeos e fotos. Um dos links funciona como
um espaço para enviar comentários, que permite o
contato de pensamentos e opiniões entre o leitor e o
autor do blog.
Tais características são marcas que sinalizam a
crença na necessidade da busca do “outro” em questões
importantes para a construção do sujeito e para a
atribuição de sentido às ideias e imagens, independente
dos suportes materiais que se utilizem para a
comunicação entre eles (KOMESU, 2004, p. 119). [...]
[..] É possível, como vimos até então, inserir efeitos diversificados no seu
blog. Para você ter uma ideia das inúmeras possibilidades de Configurações que
você tem disponível para trabalhar com essa ferramenta, vá até a aba configurações
Interatividade: remete ao conceito de interação, é um atributo da interação. Segundo Silva (1999), é uma predisposição, uma abertura, um potencial para se promover mais interações com maior qualidade (fluxo mais intenso de trocas, mais participação, maior bidirecionalidade, maior controle mútuo). Esse é um conceito que merece mais investigação. Sugerimos visita aos seguintes sites: http://www.moodle.ufba.br/mod/fo
rum/discuss.php?d=11654
http://www.faced.ufba.br/~dept02/sala_interativa/texto_grupo.html
http://poseducacaoestatistica.vilabol.uol.com.br/interatividade.htm
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
175
na mesma página em que você faz sua postagem. Note que sob essa aba há ainda
uma série de outras possibilidades: o Básico do seu blog (que inclue desde a
descrição inicial até umas tantas outras características); a opção Permissões (que
permite dizer quem serão os autores das postagens de um blog).
Como assim? Além do criador, um blog pode aceitar que outras pessoas
postem conteúdo (não apenas como comentários)? Sim, é possível designar que um
grupo de pessoas tenha direito a editar e administrar os conteúdos de um blog.
Vejam só! Esta é uma característica bem importante para trabalhos em grupo. Que
tal dar uma olhada nas outras opções. A aba Layout permite mudar as cores e até o
modelo (também chamado de template – lê-se templêite) da estrutura básica da
página.
BLOGS: UMA IMPORTANTE REVOLUÇÃO
Na escola
Estamos finalizando esta Unidade. Já aprendemos muito sobre blogs, mas há
ainda outros aspectos que devemos compreender sobre a importância de usarmos
os blogs na nossa ação pedagógica.
Fazer uma leitura rápida na forma de varredura no menu de uma ferramenta é uma boa estratégia para ter uma visão geral das suas possibilidades e características. Mas, sem ansiedade, sem esperar compreender tudo.
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
176
Temos de considerar que, com eles, promovemos a integração entre várias
linguagens, pois além de escrever podemos postar arquivos de áudio, vídeo e fotos.
Desbancamos assim a supremacia da linguagem textual frente às outras formas de
linguagem. Temos que perder o medo das outras formas de expressão, afinal,
estamos numa sociedade midiática. Temos que ajudar as novas gerações a se
moverem “entre a cultura da escola, a cultura da letra e da palavra, uma cultura de
códigos lentos (verbais e textuais), e a cultura social, a cultura de fora, uma cultura
de códigos muito mais rápidos (visuais e multimídia) [...]” (ALONSO, 2009).
E já que a nossa
[...] é uma sociedade da imagem, uma concepção da educação inteligente e
contemporânea, deveria recuperar essa peculiaridade da cultura brasileira e vivê-la como
riqueza, não como carência [...] Educar no século XXI exige que trabalhemos a partir de
múltiplas linguagens (oral, escrita, visual, musical etc.) e formar leitores e autores em um
mundo digital implica na necessidade de educar a partir da multiplicidade de linguagens e
multialfabetismos. A escola deve incorporar essa cultura da imagem [...], deve recuperar
essas outras formas culturais e trabalhá-las desde dentro. Não podemos continuar
ignorando, rechaçando ou desprezando essas outras culturas e essas outras linguagens
com as quais a infância e a adolescência chegam às escolas. (ALONSO, 2009).
Com base no texto de Alonso, podemos refletir sobre a importância de
orientar os nossos jovens e as nossas crianças a buscar o sentido para o uso destas
novas mídias. Dentro do mundo digital podemos dizer que nossas crianças sabem
se mover, transitar e navegar neste mundo das novas mídias, mas não sabem
aonde devem chegar, estão sem rumo. Não sabem porque ainda são crianças,
porque vivem o tempo próprio da transgressão, da rebeldia, porque conhecem a
tecnologia, mas ainda não conhecem as pessoas, suas motivações, então não têm
condições de fazer uso consciente desses recursos. Por isso precisam dos cuidados
dos adultos. Já nós, os adultos, por desconhecermos os caminhos do uso das
ferramentas, estamos nos negando a ajudá-los a encontrar o seu rumo.
Voltando ao fato de que o uso dos blogs como mídia comunicativa integra
várias linguagens, analisamos também que este uso é um caminho simples para
conseguirmos uma outra integração importante: a integração entre educação,
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
177
comunicação e mídias. A escola já se furtou a preparar as crianças para a recepção
crítica da televisão.
Fazer Orofino (2005) nos alerta que, ao conseguirmos tal integração, estaremos
obtendo muitos avanços efetivos na construção de uma pedagogia crítica. A autora
destaca que, ao atingirmos esta integração, alcançaremos:
a construção de identidades individuais para além da questão das classes
sociais, a partir da potencialização da memória social;
a promoção de uma escola democrática e participativa;
ganho de terreno na direção de uma concepção mais transdisciplinar da
aprendizagem;
e, finalmente, a ampliação da garantia dos direitos das crianças e dos
adolescentes no que concerne principalmente aos direitos de acesso à
cultura; de cuidado e de proteção; de provisão e de participação.
ATIVIDADES - Navegando entre os blogs
Refletindo sobre tudo isto que foi dito, navegue na blogesfera e busque um
exemplo de uso educacional de blog, examine este uso e tente identificar alguns
elementos que apontem na direção sugerida por Orofino (2005).
Anote suas observações e o endereço do blog visitado. Agora, você e seu
grupo poderão postar no seu blog estas descobertas, compartilhando-as assim com
os seus colegas.
SAIBA MAIS:
Esta atividade, além de levá-lo a refletir, visa ampliar seu repertório sobre os modelos e conteúdos abordados em blogs, como base para reconstruir o seu, se o desejar. Você pode escolher o blog que quiser, pesquisando livremente pela Internet. O blog BiBlie, que referenciamos no início desta Unidade, que é uma boa fonte. Abaixo sugerimos mais alguns endereços de blogs de escolas e de professores com seus alunos: Primeiro blog da escola - http://caicmariano.blogdrive.com Primeiro blog com alunos - http://acelera2005.blogdrive.com Blog colaborativo sobre a Copa do Mundo - http://copamundo.blogspot.com Sites e dicas interessantes para professores - http://of2edu.blogspot.com Blog da escola - http://caicmariano.blogspot.com Alma de Educador - http://almadeeducador.blogspot.com Educação a Distância e Tecnologias – http://tecnologiaseduca.blogspot.com Ciberespaço na escola - http://ciberespaconaescola.blogspot.com
BOLGS: O QUÊ? PARA QUÊ? COMO?
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NAS COMUNICAÇÕES E NA SOCIEDADE EM GERAL
Antes da invenção dos blogs, publicar na Internet exigia uma boa quantidade
de conhecimentos técnicos. A facilidade que o blog nos oferece permite que cada
um possa ser autor de conteúdo web, e possa ser potencialmente lido por todos os
internautas. Segundo Hugh Hewitt, autor do livro “Entenda a Revolução que Vai
Mudar Seu Mundo”,
milhões de pessoas estão mudando seus hábitos no que diz respeito à aquisição de
informação [...] Na blogosfera, há um mundo com uma platéia quase ilimitada. Trata-se de
uma oportunidade extremamente econômica para se estabelecer uma marca e introduzir
novos produtos. (HEWITT, 2007 apud CIA DOS LIVROS, 2009).
Se a Internet já havia trazido a possibilidade da interatividade entre escritor e
leitor, os blogs multiplicaram os centros emissores de informação de um modo
fantástico, sendo então um grande avanço em relação à unilateralidade da mídia
tradicional. Eles estão obrigando todos os antigos meios de comunicação a se
transformarem. Os índices de audiência da TV no horário nobre vêm caindo ano a
ano, porque as pessoas cada vez mais estão conectadas à Internet e não à TV. O
Brasil já é um dos campeões mundiais em tempo de navegação. E à medida que
aumenta o acesso à banda larga e aos computadores conectados, essas mudanças
vão se acentuar.
Vejamos ainda como ficaram estas mudanças no jornalismo:
Jornalista há mais de 20 anos, em abril passado Luiz Carlos Azenha rescindiu seu
contrato com a Rede Globo e passou a se dedicar exclusivamente à Internet. Hoje mantém
o site ‘Vi o mundo’, com mais de 100 mil visitas mensais. ‘Estreei em 2003 e o blog foi
crescendo nas indicações de leitores. Troquei a Globo pelo site porque acho que o futuro
está na Internet’. Para ele, os blogs e sites podem dispor da mesma credibilidade dos meios
tradicionais: ‘como é que você sabe que o que vem escrito no jornal é verdade? A mídia
corporativa realiza um trabalho contínuo de autopromoção, como se detivesse o monopólio
da verdade. Porém, essa credibilidade vem sendo questionada com a disseminação de
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todas as notícias e opiniões que essa grande mídia esconde. Eu sempre pergunto: o que é
que não saiu no telejornal? É tão importante quanto o que saiu. (ANDRADE, 2007).
CONCLUINDO
Nesta Unidade 3, você conheceu uma oportunidade de publicação de
conteúdos e textos na Internet. Você conheceu algumas características dos blogs,
aprendeu a criá-lo e a postar textos e imagens. Teve oportunidade de visitar blogs
de outras pessoas para ampliar seu repertório de possibilidades de escrita digital.
Além disso, pôde refletir sobre o impacto dessa ferramenta sobre a aprendizagem e
a comunicação e analisou blogs de outros professores buscando compreender
melhor o papel dos blogs na sua prática profissional.
Vamos voltar ao estudo do uso da rede mundial de computadores,
focalizaremos a cooperação e como você pode participar desse processo. Já pensou
em escrever textos com outras pessoas, distantes geograficamente de você? E de
receber colaboração na escrita de um texto? Esse é o desafio que ainda
enfrentaremos em algumas das próximas unidades. Publique o seu blog no Portal do
Professor! Essa é uma excelente oportunidade para socializar suas experiências e
vivências. Fica a sugestão!
Mas, antes, vamos para a Unidade 4 olhar mais de perto a questão da
produção de documentos textuais, usando uma ferramenta específica para tal: o
editor de textos.
É TEMPO DE MEMORIAL:
Ao final de cada Unidade deste Curso, é importante que você registre as suas impressões, descobertas, dificuldades, avanços e os desafios enfrentados em sua travessia neste processo de inclusão digital. Inclua também suas dúvidas, indagações, aquelas dicas que não podem ser esquecidas, as ideias para buscas futuras. Não esqueça: o(a) seu(sua) formador(a), além de parceiro(a), é seu(sua) companheiro(a) nesta caminhada. Converse com ele(ela) sobre a escrita do Memorial e discuta com os seus colegas estratégias para a elaboração desta atividade. Ao final do Curso, você disporá de um importante documento de estudo, pesquisa e reflexão. Bom trabalho!!! Agora é com você...
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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Apostilas e-proinfo: http://eproinfo.mec.gov.br
Projeto NTE Aguaina - http://ntearaguaina.blogspot.com.br/p/cursos-proinfo-integrado_05.html