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A Pequena Economia Insular como objecto de estudo: o exemplo de Cabo Verde (1982-2012) João Estêvão CEsA/CSG/ISEG, Universidade de Lisboa Seminários em Estudos de Desenvolvimento 2015 CEsA – Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional Lisboa, 23 de Abril de 2015

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A Pequena Economia Insular como objecto de

estudo: o exemplo de Cabo Verde (1982-2012)

João Estêvão CEsA/CSG/ISEG, Universidade de Lisboa

Seminários em Estudos de Desenvolvimento 2015

CEsA – Mestrado em Desenvolvimento e Cooperação Internacional

Lisboa, 23 de Abril de 2015

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Principais tópicos

1. A Pequena Economia Insular (PEI) como categoria de análise

2. Dois quadros de análise que se cruzam: PEI soberanas (Estados) e não

soberanas (regiões autónomas)

3. Emergência e evolução dos estudos de desenvolvimento em contexto

insular: a dimensão do fenómeno e as gerações de estudos

4. Os percursos do desenvolvimento cabo-verdiano analisados na perspectiva

dos estudos insulares

5. A aproximação do processo de desenvolvimento cabo-verdiano ao modelo

próprio dos PEI: as transformações institucionais e a dinâmica das

mudanças estruturais

6. Os dilemas actuais do desenvolvimento cabo-verdiano

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A PEI como categoria analítica

Os Pequenos Estados Insulares (PEI) constituem uma categoria de análise que

pode ser definida em relação a três aspectos fundamentais:

• a condição insular

• a pequena área terrestre

• a população reduzida

A condição insular, desde logo, porque a separação em relação ao espaço

continental cria uma base para o isolamento económico.

A área e a população

• porque introduzem um constrangimento de dimensão.

• e porque configuram uma situação particular, que potencia aspectos como a

homogeneidade cultural e religiosa, a estabilidade social, bem como a

propensão da pequena dimensão para o reforço da democracia.

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A dimensão do fenómeno dos PEI

O aparecimento de Pequenos Estados Insulares na cena internacional é um

fenómeno relativamente recente e que se desenvolveu rapidamente.

A “inovação” começou com a entrada da Islândia para a ONU, em 1946, mas o

fenómeno só ganhou expressão com as adesões dos anos de 1960 e com a

grande vaga de novos Estados durante a década de 1970 (15, sendo 10 na

segunda metade da década).

Este número de Estados poderá continuar a aumentar dada a tendência de

desagregação dos conjuntos insulares e a quantidade de territórios com

estatutos de autonomia ou administrados, com certa autonomia, por vários

países industrializados, heranças ainda dos antigos impérios coloniais. O

fenómeno dos Pequenos Estados Insulares é, pois, uma realidade importante e

que coloca desafios de desenvolvimento específicos.

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O fenómeno dos SIDS (Small Island Development States)

UNCED – Conferência das Nações Unidas sobre Ambiente e Desenvolvimento

[Também conhecida por “Cimeira da Terra”, Rio de Janeiro, 2 de Junho de 1992.

Aprovou a Agenda 21 e introduziu a ideia de uma conferência mundial sobre o

desenvolvimento sustentável dos SIDS].

1ª Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento sustentável dos

SIDS, Barbados, 25 de Abril de 1994. A Conferência adoptou o Programa de Acção de

Barbados (PAB).

2ª Conferência Mundial sobre os SIDS, Maurícias, 10-14 de Janeiro de 2005. Revisão do

PAB, introdução de novas temáticas (ODM) e de novos mecanismos de aplicação.

3ª Conferência Mundial sobre os SIDS, Samoa, 1-4 de Setembro de 2014. A importância

de apoiar e investir neste conjunto de países. Criação de uma plataforma de parcerias e

de um mecanismo de acompanhamento e monitorização pelas Nações Unidas.

Criação da AOSIS, Alliance of Small Island States.

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A primeira geração de estudos insulares

Um ponto de partida teórico: Kuznets, Simon (1960). “Economic Growth of Small Nations.” In: Robinson, E.A.G. (ed.), The Economic Consequences of the Size of Nations: Proceedings of a Conference Held by the International Economic Association. London, Macmillan.

A questão central, na primeira geração, era a percepção dos constrangimentos da pequena dimensão sobre o processo de desenvolvimento económico:

• A estreita dimensão do mercado interno conflitua com a dimensão óptima da produção, o que reduz as possibilidades de tirar proveito das economias de escala.

• O conflito entre a dimensão de mercado e a dimensão óptima da produção só pode ser resolvido através do mercado externo, donde uma elevada propensão para a abertura da economia.

Deste modo, a primeira geração de estudos orientou-se para a análise do modelo de funcionamento da pequena economia insular, procurando compreender os constrangimentos da pequena dimensão e os factores que permitem explicar a sua dinâmica de crescimento económico.

Uma parte importante dos trabalhos desenvolvidos relaciona-se com a definição e avaliação das vulnerabilidades dos espaços insulares (do exterior, sociais, ambientais, etc.)

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A segunda geração de estudos insulares

Apesar dos constrangimentos e das vulnerabilidades, bem como das

transformações operadas na economia mundial, os Pequenos Estados Insulares

revelaram um grau de desempenho que superou todas as expectativas da

primeira geração de estudos.

Comparando a evolução de vários Estados insulares, alguns autores

concluíram que:

• A influência da dimensão populacional sobre o crescimento económico é

praticamente irrelevante

• A pequena dimensão territorial, embora seja um constrangimento, não constitui

propriamente uma “barreira sistemática ao desempenho económico”.

A importância do modelo de integração internacional da pequena economia

insular:

• A dinâmica das PEI não soberanas.

• A proximidade das PEI em relação a zonas dinâmicas da economia mundial.

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A terceira geração de estudos insulares

Nos últimos anos, uma terceira geração de estudos vem desenvolvendo uma

nova perspectiva analítica, através de um olhar mais compreensivo das

realidades políticas, sociais, culturais e históricas das sociedades insulares,

analisando o modo como elas constroem relações com espaços dinâmicos da

economia mundial, enquanto opções estratégicas que procuram obter desses

espaços as condições de suporte ao seu processo de desenvolvimento.

A questão central é, portanto, o modo como a pequena economia insular

constrói as suas relações com o exterior, procurando que estas constituam um

processo compensatório relativamente à ausência de um espaço interior com

dimensão suficiente para estimular comportamentos económicos e políticos

dos insulares.

A intensidade de relações com o exterior não é uma fatalidade, mas uma opção

estratégica que visa construir um determinado espaço interior externo, real ou

imaginário, como alternativa à ausência de um interior local.

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Percursos do desenvolvimento económico

cabo-verdiano

A metodologia analítica dos PEI permite-nos olhar para o percurso da economia cabo-verdiana distinguindo três fases recentes:

• 1982-1991: Construção do mercado interno, protecção comercial, “estratégia ambiciosa” de industrialização, “vocação geoeconómica” e reorientação das trocas externas, privilegiando o desenvolvimento de relações económicas com os países da sub-região oeste-africana. Esta fase não teve em conta a natureza dos constrangimentos da pequena dimensão.

• 1991-2000: Ideia da “inserção dinâmica na economia mundial” e de “aproveitamento das oportunidades potenciais”. Nesta fase, o país aproximou-se do modelo específico das PEI.

• Desde 2000: Os serviços como motor. A economia é cada vez mais conduzida pelo turismo. Mas a crise internacional recente mostra a necessidade de dar atenção aos perigos de uma política de monoprodução.

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Percursos do desenvolvimento económico

cabo-verdiano As principais realizações alcançadas nessas três fases foram as seguintes:

1982-1991: Foram criadas algumas bases estruturais para o funcionamento da nova economia cabo-verdiana (pós-independência), mas ficou perceptível a inviabilidade do modelo de industrialização, bem como a ausência de condições práticas para a reorientação das relações (económicas) externas de Cabo Verde para a região próxima. Na segunda metade da década de 1980 começou-se a sentir a necessidade de mudança de regime político.

1991-2000: Foi assumido claramente o objectivo prioritário da integração económica internacional.

• Mudança de regime político e de modelo de desenvolvimento.

• Mudança das estruturas institucionais (desde a ordem constitucional ao vasto conjunto de arranjos institucionais que passaram a sustentar a governação das relações políticas, económicas e sociais)

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Percursos do desenvolvimento económico

cabo-verdiano

• Mudanças no funcionamento da economia:

Novo modelo de relacionamento entre o Estado e outros sectores

económicos e sociais.

Novo papel para o sector privado da economia.

Privatizações e incentivos ao investimento directo estrangeiro (IDE).

Acordo de Cooperação Cambial com Portugal (Julho de 1998),

reconhecido pela União Europeia em 21-12-1998.

O aprofundamento (“inserção dinâmica”) da integração económica

internacional secundarizou a opção pela integração oeste-africana.

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Percursos do desenvolvimento económico

cabo-verdiano

• Os efeitos dessas mudanças foram significativos, com estabilidade monetária e cambial e crescimento conduzido pelo IDE, o que criou condições para a expansão observada a partir de 2000.

Desde 2000: A economia cresceu rapidamente, tendo como motor principal o crescimento do turismo. Mas a partir de meados da década começaram a surgir indícios de dificuldades. Causas dessas dificuldades são, por exemplo:

• A crise internacional e as quebras no IDE e no turismo.

• Os limites da “economia de monocultura”.

• A ausência de efeitos de “arrastamento” das actividades de turismo.

• Dificuldades em atrair IDE direccionado para outras actividades económicas.

• Dificuldades em aumentar a “coerência interna” da economia cabo-verdiana.

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Os dilemas actuais do desenvolvimento

A crise do modelo de desenvolvimento cabo-verdiano radica, portanto, em

factores de ordem interna e externa. As discussões sobre a forma de superá-la

fez reacender o debate em torno dos modelos prioritários de relacionamento

económico externo: aprofundamento da integração económica

internacional ou recuperação da opção de integração económica regional.

1. Vale a pena, aqui, comparar os resultados do percurso económico de Cabo

Verde com dois espaços diferentes:

• Uma amostra de 28 pequenas economias insulares (semelhantes,

portanto, à realidade cabo-verdiana);

• O grupo dos 14 países da CEDEAO (sem Cabo Verde)

[ver quadros e gráfico anexos]

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Os dilemas actuais do desenvolvimento

2. A experiência das duas últimas décadas mostra que o aprofundamento da

integração económica internacional tende a aproximar Cabo Verde dos

percursos de desenvolvimento das PEI.

3. Mas essa aproximação tende, também, a aprofundar a divergência

económica em relação ao espaço oeste-africano.

4. E esta maior divergência aprofunda também as diferenças de natureza

política e institucional que separa o arquipélago do seu espaço vizinho.

5. Se o percurso de desenvolvimento cabo-verdiano tem ocorrido sem

integrar, na prática, os objectivos de aproximação ao espaço da CEDEAO,

porquê essa viragem no discurso actual dos dirigentes do país?

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Os dilemas actuais do desenvolvimento

6. Duas causas fundamentais parecem evidentes:

• Dificuldades na consolidação da política nacional de desenvolvimento e na capacidade de atrair novos investimentos e mais diversificados, nomeadamente em actividades de transformação industrial.

• As modificações na política de cooperação para o desenvolvimento da União Europeia (UE):

Um novo modelo de condicionalidade: os acordos de parceria económica entre a União e grupos de países organizados numa base regional.

Neste quadro, a UE vem “empurrando” Cabo Verde para uma integração activa na CEDEAO, o que, aliás, está previsto no acordo de Parceria Especial entre a UE e Cabo Verde.

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Os dilemas actuais do desenvolvimento

Retomando a leitura dos modelos de desenvolvimento das pequenas

economias insulares, diz-nos que a maior ou menor dinâmica resulta da

capacidade de combinar:

• A escolha do melhor modelo de integração económica internacional

• A construção de opções de política capazes de suscitar a atracção

externa e de sustentar o processo de integração internacional

A microdimensão interna, ou ausência de dimensão interna crítica, cria

condições de fracasso de mercado – market faillures - que exigem a condução

de políticas económicas e de desenvolvimento apropriadas.

A experiência histórica mostra-nos que a dinâmica económica está associada à

prevalência de uma dimensão nacional da política económica e de

desenvolvimento, hoje muito prejudicada pela crescente “desnacionalização”

das políticas que se observa na generalidade dos países em desenvolvimento.

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Algumas referências sobre o tema

Estêvão, João (2014). “Os Percursos da Integração Económica Internacional e os Dilemas da Política Externa Cabo-Verdiana”. In: Delgado, José Pina; Varela, Odair Barros e Costa, Suzano (Orgs.). As Relações Externas de Cabo Verde. (Re)Leituras Contemporâneas. Praia, Edições ISCJS, pp. 321-346.

Estêvão, João (2013). “Cabo Verde entre a Integração Económica Internacional e a Integração Regional: Dilemas e Contradições”. In: Sarmento, Cristina Montalvão e Costa, Suzano (orgs.), Entre África e a Europa: Nação, Estado e Democracia em Cabo Verde. Coimbra, Almedina, pp. 671-706.

Estêvão, João (2007). "A Economia Cabo-Verdiana 30 Anos Após a Independência: Uma Transição Difícil". In: Jorge Carlos Fonseca (org.), Cabo Verde Três Décadas Depois. Direito e Cidadania (Praia), ano 8, número especial, pp. 125-157.

Estêvão, João (2004). “O Desenvolvimento de Cabo Verde e o Modelo de Integração Económica Internacional”. Estratégia (Lisboa), nº 20, 1º Semestre, pp. 139-157.

Estêvão, João (2001). “As Pequenas Economias Insulares e as Condições do Desenvolvimento Económico”. Cultura (Praia), número especial, Setembro, pp. 71-78.

Estêvão, João (1996). “Bases Metodológicas para uma Abordagem do Desenvolvimento Cabo-Verdiano”. In: IEI/UFRJ, II Encontro de Economistas de Língua Portuguesa. Rio de Janeiro, Instituto de Economia Industrial, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Primeira Parte, pp. 355-361.

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