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DOCUMENTOS - CNPMF N? 55 ISSN Oflll-741 1 MAIQIlW4 A PESQUISA NO BRASIL COM A CULTURA I MlnlnlÇMi da Agrisuliurn, ck> Ahlecinien to e Jli Itcforn~o AgrArici - MANIA Eiiiprea Hrasileira dc l'equisa Agirifxculirin - EM I 3!lA13A Cent ra Nncicinsl de Pcsquisn dc Mandiwa e I~ruiiculiurri 'I'rtipitx~l- CNI'MF f'3-117rlar Atm~s Ilnlii:i Ilrndt

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DOCUMENTOS - CNPMF N? 55

ISSN Oflll-741 1 MAIQIlW4

A PESQUISA N O BRASIL COM A CULTURA

I MlnlnlÇMi da Agrisuliurn, ck> Ahlecinien to e Jli Itcforn~o AgrArici - M A N I A Eiiiprea Hrasileira dc l'equisa Agirifxculirin - EM I 3!lA13A Cent ra Nncicinsl de Pcsquisn dc Mandiwa e I~ruiiculiurri 'I'rtipitx~l- CNI'MF f'3-117rlar A t m ~ s Ilnlii:i Ilrndt

DOCUMENTOS CNPMF Ni 55

A PESQUISA NO BRASIL COM A CULTURA

DO MARACUJA

CRUZ DAS ALMAS - BAHKA

Excrnplares <Icst;i puhlicaçáo podem scr s i ) ! içi kiilos :io: (-'NPMF - Ruii Embrana, siri" Tclchne (075) 721-2120 - Tclex (07.5) 2074 Fax: (075) 721 -1 18 - Correio Eletrfinicu STM-l(l0: I 82YV/EMBIIAPA Ctiixa Postal 907 - CEP 44380-6W10 - Cruz das Almas. BA.

Tiragem: 1 .O00 exemplares

Ctimitê de Piiblicagfies: Mfirio Augusto Pinto da Cunha - Presidente Joselito da Silva Motta - Vice-Presidente Edna Maria Saldanh;~ - Seçrethria Antrinia Fonseca de Jesus MRgalhãcx Ygor da Silva Coelho Marilene Fancel'ti Luciano da Silva Souza C higeru Fu kudii Gctulio Augus~o Pinto da Cunha

LIMA, A. de A. A pesquisa no Brasil com a cultura do maracinj6. Cruz das Almas, BA: EMBRAPA-CNPMF, 1994. 14p. (EMBRAPA-CNPMF. Documentos, 55).

Termos para indexaçáo: Fitopatologia; Nutrição;' Melhoramento genbtim; Manejo cultural; Morte prematura.

Pág .

a RESUMO

srru~çÁo ATUAL E TENDÊNCIA DA CULTURA M) MARACUJA NO BRASIL ...........................

PESQUISA EM MARACUSA ....................... 1 . Conhecimento atuais ..............................

................................. 1.1. Fitopatologia 1.2. Nutriçiio e adubação ...... .c. .................... 1.3. Melhoramento genético ......................... 1.4. Práticas de cultivo ............... ; .............

PRIORIDADES DE PESQUISA COM A CULTURA DO MARACUJA .....................................

A PESQUISA NO BRASIL COM A CULTURA DO MARACUJÁ

Adelise de Aimeida Lima

RESUMO - Originíirio de regiócç tropicais, o maracujh encontra w Brasil excelente çondiçOes para seu cultivo. O Brasil é o primeiro produ- tor mundial com produc;ão de 1 72.290 toneladas anuais. O maior volume dc trabalhos de pesquisa desenvolvidos no país encontra-se nas hreas de fiiopa tologiu, nu triqíio, melhoramento genético e manejo cultural. As in- brmaçóes existentes nas outras áreas têm pouca expressáo. Dentre os aspectos apresen tados pelo maracujazeiro dcs tacam-se wmo problemas ou demandas de pesquisa: controle' integrado da morte prematura de plantas; de~envolvimen to de variedades .para direntes agro-emitemas; ohtençlo de material proprgrtivo selecionado e multiplicado vegetati- vrmente; controle integrado de doenqas do caule e sistema radicular; de- senvolvimento de tecnologias visando o timizar as praticas culturais do maracujazeiro ; dc lcrrninação das necessidades hldricas e nutricionais; controle integrado de pragas coin ênfase para broca da haste, ficaros, la- garltcs e percevejos e controle integrado de doenças da parte aérea.

Termos para indexaçiio: msracuj& fitopatologia, nutrição, melhoritmen- to genético, manejo cultural, morte prematura.

A PESQUISA NO BRASL C 0 A CULTURa4. r DO MARACUJÁ

01-iginhrio de regices tropicais, o rnnrnçuj 5 encontra no Brasil excelcnlcs coiitli~óes para seu cultivo. Rui« rico etn miiierais e vilami- ii;is, sobretudo A e C,-& l an~hérn muito apreciado pela qualidade clo seu soco <Ic nronia e s:tlior hasta11 te agradivcis (Tahelas 1 e 2), além de suas propriedntlcs Siirmacoldgicas. A tnaracuji~ia, passiflorine c a calmofilase sáo cspccislidndes hriniicêuticas de amplo uso como sed;i~ivo e anties- p;~s~~~'í'dico.

J? uiiia cul t~ irn que tein longo perío<lo de snlra. variiivcl de oito Iiiescs i i c i Sudeste (dcz niescs no Nrirdcsk) até doze riieses rio Norte, pcmitindo uni I lux) dc rciida niclissl equilihi-;ido, aspecto que contribui p;ii.n elçv;ii- 0 p;1drã0 dc vida cin pequenas ~irripriedadcs rurais de expla- i-;i(;áti L~iiiili;ii-. Sua ~>iodutividade. cntiet;into, de um motlo geral é baixa c o pn~dulo i~krccido 6 de qu;ilidadc inkrior . Desta marieira, a pesquisa c0111 i)~at';~ctiili IIO R r i l ~ i l , coin hitsc nos kitrires litiiiiiin tcs a o cultivo, ccms- L i lu i 1arcl:i d>i-igalí>ri;i. I:\iilo para org5os govcriiamenl;~is como priva- d o s , i ~ o cinpcttlio dii-igi~lo 5 st,luc;iio dos pri11cip;iis prol~lcinas da cultura.

O Brasil 6 ( i priineii-r> pi-r>clulos niiinclial dc niarawjii critn pro- l l 172.290 ioiiel;idas anu:iis (Anuário EslniÍsi ico. 1 990). A Re- gi& Nortc i*eslx>i~tlc por 33% da ~~r<nluc;5o, ;i Nordestc piirticipa coin L

40,9% c a Sudeste com cct-<ri dc 20,096 ( S a i o ct ;i1. 1992).

l~ ;~lcs i ra proferida no IV Simpósio Brfisileiro sobre a Cultura do MaracujS, Vitrciria da Ccinquisla, Buhia, 13/09 a 17/W/1993.

2 ~ ~ i g z Agri, M:Sc., Pesquis:idora da EMBRAPA/Ceiitro Naciotial de Pesquisa tlç Mandioca c Rulicul tura Tropical, C. Postal 007 - CEP 44380-000 - Cruz das AI tiias, Baliia.

Eqsii Srtilcii-a C. çultivarla predominnntctnenlc cin licquc~ios 1:"- ~nai-es, ctii iiiédia I,O n 4,O Iicct;ires, onde os produtores ccin~luzccin a cui - tura coin b;lixo n k l lecnol6gico.

Os estiidos que intiis produzcm maracujh s5o: tia Regino Norte. (1

Par6 com 57 mil toneladas; na Regiiio Nordeste, Sergipe (65 mil tonela- das). Ceiirii (8 mil ~oncltidas) e Bahia (4 mil toneladtis). NH Regiiío Sii-

dcste. Minas Geriiis, Rio de Janeiro e Sáo Paulo com 20% dii produc;Do tol;il (Seto et al, 1992). A produtividade média cs~R em t(~rn« cle I I O t/ha.

O rnaiacujli am;trelo 1'assiflura e<liilis Sims f. lavienrpti Dcg. pode ser cultivado na inliioria das regiões tropicais e sul>-tropicais, coiii

allitudc eiitrc 100 e 900 ni, 1einperalur;t media em lorntl de 23 a 25% ~iinidade relativa baixa e ausênçiit de velitos [rios e geadas (Mriiiiça. 198 1 ). O iilnrticujií r h (1)assifloni edulis Sims) é iniiis indicado parli Ioc;iis cle c1evad;i ul tilude e clirniis mais LTios. Os solos mais indicados são os aicnmos ou levemente argilosos, profuiidos e bem drenados. Os ni;il drcnriclos favorecem o alaque de rnicrorgaiiismos q uc causam pocl ridao n:is raizes.

A exprins5o do cultivo dc mtiracujii dthpcnde da solucáo de pro- blcma Luis coino morte prematura, contwle integrado de pragas e dom- p s , n u iriç5o desequili brxla e práticas dc çu1 i h r o dciicientes.

Segundo Snlo et ;i1 (1992) 0 cresciinento da produçáo e comer- cializa<;ao do rnarac~ijií no Brasil indica que existe uina tendência no nicrctrdo iiiterno dc aumento do consumo da fruta "ia natura" e do suco pi+occssad« (Ry ura I).

O iiiiiior volume de ~rahalhai de peqquisa desenvolvidos no país eiiçon li-a-sc tiiis Breas tle l i h l > t i lologin. nu tric;áo, mellioramentu yetid tico e ni;iitcjo çuliural. As iiili~riniiçõcs exisiciiles nas outras iircns tem pouçti expressio.

O controle Iitossrnitiirio para doenças do sistema radicular (inurclia de fusarium e podridáo do colo) é feito com medidas preventi- vas tais coiiio: escolha de terrenos bem drenados em locais altos e que nEo contenham restos de mata ou capoeira; evitar frequentes gradagem com bcos descober tos; el iminaç5o de plantas a tacadas, com destruição das mesmas na cova-e nfio repln~itio ne5ta área. A enxertia de porta-en- xertris resislcntes lem se mostrado como uma alternativa para a solwl;ão do problema :i curto prazo (Yatniishiro, 1991). As doençns da parte aé- rca coin» a nnlraçiiose, verrigosc ou çladosporiose c bacteriose podem ser controladas com pulverizaçlo quinzeiiril de oxiclorelo de cobre (50%) a 0,25%. acrescido de espalhanie adesivo, em períodos de chwas inteiisas (Ynmashiro, 199 1).

A morte prema turn cle plantiis permanece iiidefinida quanto ao seu agente causal.

h rehc;áo as necessidades nutricicionnis. em geral h6 uma carên- cia acentuada de informac;ões sobre R prfitica adcquad~ de adubaçíio e calagem como quantidade, r época, fonte e o moclo de aplicaqáo dos fer- t ilizaii tes.

De um modo geral é adotado o mesmo esquema de adubação pn rn condigóes edall-climá ticas dilerentes, acarretando prejufms emnomicos pata o produtor.

1.3. Melhoramento genéticri

As pesquisas em rnellioramen to vegetal visam obter variedades mais produtivas, tulerri n t a hs pragas e doenças, adversidades ambjen- tais, frutos de melhor qualidade, maior rendimento, etc. Entretanto, em r;izáo do rnaracuj iizeiro ler sido rccentemen f e incorporado às cul~uras de valor wiiiercia I, poucos sáo os trabalhos encontrados na titeratura sobre rnelhornmeii to genetico.

Resultados obtidos consistem nn avali~çiio do cornpor tnmento de maracujá roxo e niarncuirí amarelo, além de melhoramento visando resisiência Hs doenças cio sistema rndicular, resistência R nematóides e

tolerância Bs doenças da parte aérea e hihrida~áo in tcrespecílica (Oli- veira e Ferreira, 1993.).

1.4. Prhticas de cultivo

Em manejo agron0mic0, ùestacani-se tr;tbal hos com poliiiizaçáo do cnaracuja7eii.o (Ruggiero, 1975a; Ruggiero, I Y75b: Rvgy iero, 19 77; Ruggiero, 1978).

Apesar cl;i existência de inror1nac;ócs sobre poda e propngnçáo, ainda há necessidade de pesquisas visando o npriiiiornmen to dessas tcç- iiologias.

Uma série de prohlenias agronomicos afct;iiii o niaracujazeiro, dificullando o seu cultivo, reduziiido a longevidtidc CIOS pliiii lios e siia produ tividndc. E? te3 probleiiiiis sBo ocz~sionndos pela te de iii l i~r- maçóes técnico-cieii tificas, cnusaiido liequentemcn te gnives ~>rejuizt>s aos produtores.

Seghundo Ruggiero (1987) os principais ciitraves no descnvol- viinenlo de cultura do maractijh no Brasil d o a morte prematura dc plantas, coinercializocáv inadequada, esquema incorreto de 1raLamento fitossanitlri«, ERIIH de inSormaçócs sobre ddesidnde populacioiial x nu- triçáo, náo aproveitamento dos sub- produtos da cultura. insuficiência de sementc~ selecionadas, [alta cle conscieiiiizneio no uso de plantas rnatimi- m e enxertiri.

I'WIORIIU~LS DE PESQUISA COM A CULTURA DO MAMCUJA

Dentre os aspectos nprcseotridos pclo miirriçujszciro destncnm- se como problemas ou deinanda de pesquisn diagnosticadas pelo Plano Diretor do Centro Nacional de Pesquisa de Mandioca e Fruticultura Tropical (CNPMF): wii [role integrado da morte pre~né~ lura de plantas; desenvolvitnento de variedades para diferentes agro-ecossisternas; ob- tençSio de material propaga tivo selecionado e iii u1tiplic;ido vegclaliva- mecite; controle integriido de doengss do ~ilule e do sisteiiia ra<liculas; desenvolvimecito de tcciiologias visaiido oiimizíir i is pní tiças çul t urais do mnrncujazeiro; geraç;ío de ~ccnologi;is visando deliiiir as tlecessidades

hídricss e nutricionak de niíiximn eficiência ecw6micn para a cultura; controle integrado de pragas com Qfzlsc para broca da liaste, ficaros, Ia- gartas c percevejos e controle iiitegrndo de doenças da parte aérea.

ANUARIO W~AT~STICO.DO BRASIL, Rio de Janeiro: IBGE, v.50. 1W.783p.

EMBRAPA Ccn tro Nncioi~al dc Pnquisci de Mandioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Alinas. DA). Ilnno Diretor do Centro Nacional de J'wqtiisri de Mmndiuat e L'riiticiiltura Tir~pical. Brssilié~: 19%. 48p

EMURAPA. Centro Nacional de Pesyu isa dc Mmdioca e Fruticultura Tropical (Cruz das Alnias, BA). Proginma NiicionaI de IBesqiiisii em I~riiticnltiirn de Climn Tropiail - IpN1'FCí'. Cruz das Alnins, BA: 1991.7313. ( E M B R A P W P M F , 33).

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PublieadonoCNPMF/EMBRAPA Setor de Pubfia'@o.- SPU

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