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A POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA.
O caso de Moçambique
João Mosca
Maio de 2014
Sociedade de Geografia de Lisboa
Junho de 2014
http://portals.flexicadastre.com/mozambique/pt/
Cadastro mineiro de
Moçambique
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
http://portals.flexicadastre.com/mozambique/pt/
Cadastro mineiro de Moçambique
– adaptado, província de Tete
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
PO
LÍTICA
S
GO
VER
NA
ÇÃ
O
BENÇÃO MALDIÇÃO ou
Moçambique como um país rico em recursos.
A grande questão:
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Descoberta
Expectativas
Investimentos
PO
LÍTI
CA
S Crescimento com desenvolvimento
Equilíbrio macroeconómico
Endogeneização da economia
Benefícios e equidade social
Não agressão ao ambiente
Sustentabilidade dos RN
Alianças políticas internas
Crescimento sem desenvolvimento
Desequilíbrios macro
Externalização da economia
Desigualdades sociais
Agressão ao ambiente
Extracção predadora dos RN
Alianças políticas externas
BENÇÃO MALDIÇÃO
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Investimento Politica Económica da Abundância
Monetária Orçamental
/fiscal
Cambial
M1 e M2,
Juros e
Crédito
Despesas
Sectores/
territórios
Fiscalidade
Democracia
Transparência Sociedade
civil
Comunidades Governação
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Dívida pública das famílias e
Ajustamento severo
Endividamento externo e
doença holandesa
“Aquecimento” da economia, políticas populistas e
voluntariosas, e novo-riquismo das elites
Esgotamento de recursos naturais
Desigualdades e conflitualidade social
Retrocesso da democracia
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Políticas expansivas
Gastos públicos com aumento do défice
Entrada de capitais e aumento do défice da BC
Investimento Investimento
Aumento do consumo e endividamentos
das famílias
Hipótese principal:
Megaprojectos (RN) têm implicado políticas expansivas
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Políticas com recursos acima dos gerados pela
economia, com endividamento do país, do Estado, das
empresas e das famílias, contando com valores
futuros, neste caso as receitas dos recursos naturais.
Aplica-se com emissão de moeda ou influxos externos
de capital. Geralmente as previsões de desempenho da
economia são optimistas e os riscos subestimados
Políticas expansivas:
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Hipótese secundária 1:
O período dos megaprojectos coincide com melhores
desempenhos nos indicadores macroeconómicos e sociais
Hipótese secundárias 3:
Megaprojectos são respeitadoras da ambiente e possuem
sistemas de produção sustentáveis
Hipótese secundária 4:
Megaprojectos contribuem para a melhoria da democracia
Hipótese secundária 2:
Megaprojectos contribuem para o reforço das instituições
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
APRESENTAÇÃO:
• Políticas praticadas após o inicio (ou expectativas) da
abundância de recursos naturais.
• Análise do comportamento das variáveis de gestão
macroeconómica e das variáveis objectivo.
• Quando possível, relacionar o comportamento
macroeconómico com os megaprojectos-
• Período estudado: 2001 -2012.
• Fontes: BdeM, INE, WB, D.N. Orçamento e outras
(referidas local).
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Hipótese secundária 1:
O período dos megaprojectos coincide com melhores
desempenhos nos indicadores macroeconómicos e sociais
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
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14,0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Crescimento económico (%) Linear (Crescimento económico (%))
Fonte: Banco Mundial
Crescimento económico, em %
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
91,4 83,5
102,1 96,0
0
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em
PIB Consumo final
Fonte: Banco de Moçambique.
Percentagem do consumo final sobre o PIB
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
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20
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Inflação Taxa de cambio Linear (Inflação) Linear (Taxa de cambio)
Inflação (%) e taxa de câmbio (MT/USD)
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
25
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38
46
58
17 14
23
0
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Despesas totais/PIB Défice sem RE/PIB
Fontes: Para orçamento, Direcção Nacional do Orçamento
Para PIB, INE. Valores de 2011 a 2014, calculados pelo autor com base nas taxas de crescimento anuais
Despesas públicas e défice sem recursos externos
sobre o PIB, em percentagem
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
(2.500)
(2.000)
(1.500)
(1.000)
(500)
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Mil
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SD
Conta corrente Conta capital Conta financeira Saldo da BP
Pagamento de empréstimos
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Dívida externa (BP) em milhões de USD
Entre 2000 e 2006:
Redução da dívida: 4546 (106) de USD
Perdão da dívida: 4453 (106) de USD
Fonte: Banco Mundial
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
94,92 94,51 97,63 98,4 98,93
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
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0
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40
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100
120
140
160
180
200
2004 2005 2006 2009 2010 2011 2012
Ind
ice
Ranking Ranking/Nº paises IDH
Fonte: PNUD
Índice de Desenvolvimento Humano
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Evolução percentual da pobreza, em percentagem da população
Fontes: Inquérito aos orçamentos familiares - IOF (MPD, 2010)
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Evolução da população pobre, 1997 – 2003 – 2009
Fontes: IOF - MPD, (2010) para as percentagens de pobreza e INE (2010) para a população.
Mais 2,8 milhões de pobres Menos 1,2 milhões de pobres
Mais 1,6 milhões de pobres
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Orçamento público
Despesas
funcionamento
Défice
público
Dívida
pública
Receitas Impostos
Despesas de
Investimento
Cortes
orçamentais
Impostos
Fase 1: expansão Fase 2: recessão
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
-
20,000,000
40,000,000
60,000,000
80,000,000
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140,000,000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Mil
hares d
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T
Evolução das despesas públicas totais a nível central e
provincial, a preços constantes de 2011
Expansivo
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Receitas fiscais/PIB (%)
Fonte: OGE (vários anos) para receitas fiscais e INE para PIB.
0%
10%
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30%
40%
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Per
cen
tage
m
Recursos externos/défice público
9,9
22,4
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Castel-Branco, 5 de Outubro de 2011, seminário em Tete:
Estimativas mostram que o Estado perde anualmente por volta de 400-500
milhões de dólares (± 15 biliões de meticais) com estes “incentivos”
(excluindo fugas ao fisco), o que grosso modo corresponde a 20% do OGE
corrente ou mais de 10 vezes o total de recursos financeiros distribuídos
anualmente pelos distritos.
Dados do Banco de Moçambique mostram que em média apenas entre 3% e
5% dos lucros do capital privado internacional são reinvestidos em
Moçambique, e que cerca de 1 bilião de dólares são repatriados (para fora
da economia nacional) todos os anos.
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Embora os cenários sejam apenas ilustrativos, alguns pontos se sobressaem:
O aumento prolongado do investimento em infra-estruturas financiado
por empréstimos externos em condições comerciais gera muitos riscos.
Os onerosos empréstimos externos podem gerar um círculo vicioso de
dívida interna, instabilidade externa, ou a necessidade de um forte
ajuste fiscal.
O aumento prolongado do endividamento fará com que a
sustentabilidade da dívida de Moçambique fique vulnerável a choques.
Moçambique. Análise da Sustentabilidade da Dívida, Março de 2010. FMI e Banco Mundial (Power Point)
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
O ideal é que os investimentos sejam financiados através da
redução do défice primário interno (com o aumento da receita ou
o corte dos gastos não prioritários).
Deve-se usar de cautela caso os recursos não sejam empregados
para fins produtivos.
Uma postura cautelosa seria a expansão temporária dos
investimentos em projectos prioritários com forte impacto sobre o
crescimento.
Se os investimentos forem altamente produtivos e elevarem a
taxa de crescimento, será possível contrair mais empréstimos.
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Política monetária
Procura de crédito
Inflação
Oferta
monetária
Medidas anti-
inflacionistas
Rendimentos
Emprego
Crescimento Impostos e
Exportações
Défice
púbico e
externo
Fase
1: e
xpan
são
Fa
se 2
: ret
racç
ão
Crescimento
Emprego
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
27,21
33,61
20,51
21,34
-
5
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2.000
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16.000
18.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
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cen
tag
em
Mil
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T
Notas e moedas em circulação (preços constantes de 2010) Taxas de juro
Taxas de juro e notas e moedas em circulação, a preços de 2010
Nota: Escala da direita para taxas de juro.
Fonte: Banco de Moçambique.
Expansivo
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
0
1
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Agricultura Indústria Construção Indústria de turismo Comércio Transportes e comunicações
Evolução do crédito por sector a preços constantes de 2011, 2001 = 1
Evolução crédito do total entre 2001 a 2011 a preços constantes de 2011
Fo
nte
: M
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Bru
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(20
13
)
-
5
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15
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40
-
20,000,000
40,000,000
60,000,000
80,000,000
100,000,000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Percen
tagemM
ilh
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de
MT
Total de crédito Taxa de juros
Expansivo
Expansivo
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
8%
15%
6%
3%
22%10%
36%
Agricultura Indústria Construção Indústria de turismo Comércio Transportes e comunicações Outros sectores
Basicamente consumo
Percentagem por sector, do total do crédito entre 2001 e2011
Fonte: Mosca, Abbas e Bruna (2013)
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Balança de Pagamentos
Influxo de
capitais
Valorização
da moeda Importações
Exportações
tradicionais
Inflação
Balança de
Pagamentos
Exportações
recursos
Balança de
Pagamentos
Reestruturação do tecido produtivo
Reestruturação do comércio externo
Reestruturação do
padrão de crescimento e
de acumulação
Dívida
externa
Doença Holandesa?
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
(2.500)
(2.000)
(1.500)
(1.000)
(500)
-
500
1.000
1.500
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Mil
hõ
es d
e U
SD
Conta corrente Conta capital Conta financeira Saldo da BP
Pagamento de empréstimos
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
(1.400.000,00)
(1.200.000,00)
(1.000.000,00)
(800.000,00)
(600.000,00)
(400.000,00)
(200.000,00)
-2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Mil
har
es d
e U
SD
Défice da BC Défice da BC alimentar
Evolução do défice da balança comercial total e da balança
comercial alimentar
Fonte: FAO.
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
-1.200
-900
-600
-300
0
300
600
900
1.200
1.500
1.800
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Sector externo dos megaprojectos - (em US$ milhões)
Exportações dos mega projectos (X)
Importações dos mega projectos (M)
Saldo dos rendimentos dos mega projectos (Y)
Saldo dos rendiemntos dos mega projectos sem incentivos fiscais
Saldo comercial dos mega projectos [X-(+M)]
)
Fonte: Banco de Moçambique (vários relatórios anuais), gentilmente cedido pelo IESE
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Fo
nte
: C
IP
Receitas do Estado projectadas e receitas reais
Preço do gás de Moçambique em comparação com referências europeias e asiáticas
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Cre
scim
en
tos
e G
est
ão d
as
Exp
ecta
tivas
Investimento
público, privado e
das famílias
Consumo
Poupança
Endividamento
público, privado e
das famílias
Crescimento com
equilíbrios
macroeconómicos
Crescimento e
desenvolvimento
Crise
POLÍTICAS - GOVERNAÇÃO
Investimento
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Investimento total aprovado
Fonte: CPI
-
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
9.000
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Mil
hões
de
US
D
Investimento total aprovado Linear (Investimento total aprovado)
Expansivo
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
0%
20%
40%
60%
80%
100%
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Percen
tagem
IDE IDN Empréstimos
Evolução do IDE, IDN e empréstimos. Projectos aprovados
Fonte: CPI (vários anos).
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
0%
25%
50%
75%
100%
0% 25% 50% 75% 100%
% d
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roje
ctos
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ulad
os
% do valor dos projectos acumulados
-10,000 20,000 30,000 40,000 50,000 60,000 70,000
Agri
cu
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e
pesca
Ou
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mero
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mp
rego
cri
ad
o
Emprego dos GP Emprego sem GP
Curva de Lorenz – Nº projectos aprovados / valor dos projectos
Emprego, com e sem grandes projectos
Fonte: CPI (vários anos).
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Qualidade, prioridade e custos de oportunidades
do investimento publico Há estudos económicos, sociais e ambientais?
Ematum
Ponte da
Catembe Hotel
na JC
Estradas
Edifícios
públicos Circular de
Maputo
FMI adverte Governo a melhorar sistemas de investimento público Fonte: Jornal País, 28 de Março de 2014-
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Hipótese secundária 2
Megaprojectos contribuem para o reforço das instituições
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Sistema do poder - Processo de decisão
Capacidade
política
Capacidade
técnica
Transparência Corrupção
Relações com as
comunidades
Planeamento – Legislação – Regulação – Fiscalização –
Serviços públicos - Políticas redistributivas
Sociedade
civil
Competitividade e ambiente de negócios
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
19
77
19
85
19
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87
19
93
19
96
19
97
19
99
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00
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01
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03
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04
20
05
20
06
20
07
20
08
20
09
20
10
20
11
Compra
FONTE: Carrilho (2013)
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
19
75
19
77
19
79
19
82
19
85
19
87
19
90
19
94
19
97
20
00
20
02
20
04
20
06
20
08
20
10
Oferta e alocação pelo Estado
Evolução da aquisição da terra por compra e oferta em Mecúfi, Cabo Delgado
Debilidades executivas e na fiscalização :
o caso da Lei de Terras e das Florestas
Estima-se que menos de 5% da explorações possuem DUAT,
Carrilho e Rose (2012).
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
“ProSavana não irá usurpar terras”
Armando Guebuza na 5ª edição da Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento Africano
(TICAD V), Junho de 2013. Fonte: http://macua.blogs.com
“Se houver espaços livres, o Governo poderá atribui-los a empresários
para a produção de cereais e legumes”, esclareceu o governador do Niassa. Fonte: http://comunidademocambicana.blogspot.com
“ Camponeses moçambicanos
desconfiam do projecto Pro-Savana” Fonte: http://ndhaneta.blogspot.com
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
LEI DE TERRAS - Lei nº 19/97, de 1 de Outubro
ARTIGO 3
(Princípio geral)
“A terra é propriedade do Estado e não pode ser vendida ou,
por qualquer forma alienada, hipotecada ou penhorada.”
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
“Cerca de dois terços de toda a extracção de madeira em Moçambique é ilegal,
conclui um estudo da Universidade Eduardo Mondlane, em parceria coma FAO”. Fonte: http://noticias.sapo.mz
Fonte: http://pt.mongabay.com
Troncos empilhados em Moçambique: Foto © : EIA. APPETITE FOR DESTRUCTION
Fonte: EIA (2012)
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Fonte: World Economic Forum
Índice de Competitividade Global
93
121
137
91,2
77,8
96,8 93
3,17
2,94 3,3
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
0
20
40
60
80
100
120
140
160
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Ranking Ranking/Nº países Índice
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
110
140 134 141 135
126 139
146
71 80
75 78 74 69
76 79
0
20
40
60
80
100
120
140
160
2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Ranking Ranking/Nº países Linear (Ranking) Linear (Ranking/Nº países)
Fonte: World Economic Forum
Doing Business
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
86
130 119
64,7 61,6 61,7
72,2
68,0
0
20
40
60
80
100
120
140
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Ranking Ranking/Nº países
Fonte: Transparência Internacional
Índice de Percepção da Corrupção
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
Hipótese secundária 3
Megaprojectos são respeitadoras da ambiente e possuem
sistemas de produção sustentáveis
POLÍTICA ECONÓMICA DA ABUNDÂNCIA
NEGOCIAÇÃO: CONTRATOS E
TRANSPARENCIA
Ambiente e sustentabilidade
Ambiente
Sustentabilidade
dos R. Naturais
Ar
Água
Terra
Legislação e
fiscalização Tecnologias
Intensidade de
exploração
Go
ver
na
ção
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Faltam estudos conclusivos sobre os efeitos ambientais dos
megaprojectos?
Sinais preocupantes (por exemplo):
• Contaminação dos solos e água e emissão de gases tóxicos na Matola.
• Contaminação do ar, água e solos pela exploração em Moatize e nas
vias de escoamento do carvão.
• Contaminação de mercúrio pelo garimpo de ouro.
• Deflorestação pela sobre exploração de madeira, negócio informal,
queimadas e concentração populacional.
• Contaminação e assoreamento do lago Urema no PN da Gorongosa.
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“Alguns queimadores de amálgamas tinham níveis de
mercúrio acima de 50 μg/m³ (50 vezes mais elevados que
os níveis aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde
para a exposição pública ao vapor de mercúrio). ….
………
“….. As águas altamente turvas do rio Púnguè
permitem supor que nesta bacia haverá ainda muito
mais focos de mineração artesanal.” Fonte: Justiça Ambiental, Em Busca do Ouro. Garimpo e
Desenvolvimento Sustentável, uma Difícil Conciliação?
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Campanha de desinformação contra a Mozal
Contudo, estes resultados não podem ser associados a nenhuma indústria em
particular. De facto, a porta-voz da JA, Vanessa Cabanelas,
Um estudo da UEM de 2007 mostra que o maior contribuinte de poeiras na
atmosfera e’ precisamente a agricultura – mais concretamente, as queimadas
usadas para limpar a terra para a agricultura emitem anualmente para a
atmosfera em Moçambique quase 465.000 toneladas de poeiras.
Fonte: http://www.portaldogoverno.gov.mz
“ … a pesquisa realizada na Matola, monitorada pela ONG GroundWork, durante
três semanas, concluiu que o nível de poluição que se regista na Matola está
muito acima destes níveis tolerados pela OMS.
Fonte: http://eagora-chauque.blogspot.com
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“Daí que seja muito difícil estancar uma contaminação SPL (p.e.) que ocorra em
qualquer braço desta emaranhada baía.” Fonte:http://zapper.xitizap.com
Lic
hei
ra M
avoco
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O corte é superior ao volume de extracção florestal sustentável
Fonte: UEM (2013), Assessment of Harvested Volume and Illegal Logging in Mozambican Natural Forest
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Fonte: http://gorongosa.blogs.sapo.mz/28969.html,
acessado a 28 de Março de 2014 Fonte: http://forcechange.com/58243/bring-an-end-
to-the-illegal-mozambique-timber-trade/
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Fonte: http://www.fredhoogervorst.com/photo/41405ddb/ Fonte: http://forcechange.com/58243/
bring-an-end-to-the-illegal-mozambique-timber-trade/
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Hipótese secundária 4:
Megaprojectos contribuem para a melhoria da democracia
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DEMOCRACIA
Poder Oposição
Controlo do Estado
Politica / Negócio e Economia
Desconcentração - descentralização / Concentração Centralização
Transparência / Opacidade – corrupção
Equidade / Concentração da riqueza
Inclusividadde / Exclusividade
Democracia/Autoritarismo
Parlamentos
Outros centros de negociação
Co
mu
nid
ad
es
OS
Cs
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Jornalistas de Moçambique exigem lei sobre o
direito de acesso à informação Fonte: http://www.dw.de
Anteprojecto de Lei, depositada em sede da
Assembleia da República, em Novembro de 2005.
Estado não impõe a
Lei de Probidade
Publica … e titulares
de cargos públicos
enriquecem à custa do
Estado. Fonte: CIP, Setembro de 2013
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Violação dos direitos humanos em Cateme http://www.wlsa.org.mz/
Ilegalidade, coacção e intimidação marcam o processo de implantação do
projecto de exploração do gás natural pela Anadarko e Eni, em Palma.
Fonte: CTV, , Comunicado de Imprensa
FMI quer «transparência» nas
concessões de minérios em Moçambique Fonte: http://diariodigital.sapo.pt
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Acesso a
mercados
NEGOCIAÇÃO
Reassentamentos
Indemnizações
Participação da sociedade
Legislação
Habitação
Terra
Acesso a serviços
públicos e água
Transportes e
comunicações
ANTES DEPOIS
Produção e renda
Segurança alimentar e pobreza
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Vale Moçambique anuncia melhoria das
condições de vida das populações de
Cateme http://jornaldigital.com/noticias.php
População manifesta-se contra a Vale em Moatize
…..”A FIR é uma unidade da Polícia da República de
Moçambique (PRM) conhecida no País por reprimir
violentamente e usar força excessiva contra civis
desprotegidos”. http://www.oplop.uff.br/boletim/1015/
Manifestantes bloqueiam acesso a mina da
Vale em Moçambique http://www.africa21digital.com/economia/
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878,3
228,1
186,0
1234,8
191,4 193,2
0,0
200,0
400,0
600,0
800,0
1000,0
1200,0
1400,0
Milho Fejões Amendoim
Reassentado Não reassentado
6,2%
81,3%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
Antes do
reassentamento
Pós reassentamento
Sofre (u) conflito de terras
Fonte: António Jone, OMR. Reassentamentos e produção alimentar: o caso de Cateme, Moatize
Diferenças na produção (kgs) de culturas
alimentares entre os grupos Conflito de terras dos reassentados com
as comunidades locais
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Crescimento assente na poupança externa (Orçamento, Balança
de Pagamentos e Investimento)
Políticas monetária e orçamental expansivas, com elementos de
populismo económico (por ex. subsídios urbanos)
Maioria dos indicadores macroeconómicos, sociais e de
desempenho das instituições, não revelam
substanciais melhorias depois do inicio dos megaprojectos
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Debilidades das instituições (regulação e fiscalização) e os níveis
de competitividade, ambiente de negócios e corrupção não se
alteram significativamente
Regressão da democratização da sociedade
Sistema de alianças económicas e sociais: elites nacionais,
actores externos, burocracias e citadinos
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BENÇÃO MALDIÇÃO? ou
COM AS ACTUAIS POLITICAS, OS RECURSOS NATURAIS SÃO:
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Vive-se um período de grandes expectativas, auto-estima e
benefícios para um segmento reduzido de moçambicanos.
Os actuais sinais são preocupantes. Questiona-se sobre a
consciência/solidariedade inter-geracional.
Ricos ou pobres dos nosso netos?
A sociedade civil está tendo um desempenho
activo e construtivo, mesmo ou principalmente
quando fundamentadamente crítica.
SUGESTÃO:
É necessário considerá-la nas decisões de
políticas e na implementação no terreno.
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Os recursos do orçamento não foram, durante o período estudado, prioritariamente
alocados às regiões com maior potencial produtivo.
A participação dos gastos não especificados (não planificados), atingiu 36% em
média, superando em larga medida os sectores notoriamente impulsionadores da
produtividade e produção, como os ligados às funções de extensão, pesquisa e
irrigação.
O orçamento de Estado para a agricultura não tem sido utilizado como um potente
instrumento de política económica e não transparece a existência de alguma
política agrária de longo prazo.
Fonte: Casamo, Mosca e Dadá (2013)
Orçamento do Estado para a Agricultura
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