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A política externa no governo de Jânio Quadros e João Goulart Renata Cavalcanti Lays Alves Eliza Salvador Raíssa Silveira UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA POLÍTICA EXTERNA I de Braz José de Araújo e Rodrigo Amado

A política externa no governo de Jânio Quadros e João Goulart · A política externa no governo de Jânio Quadros e João Goulart Renata Cavalcanti LaysAlves. Eliza Salvador. Raíssa

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A política externa no governo de Jânio Quadros e João Goulart

Renata CavalcantiLays Alves

Eliza SalvadorRaíssa Silveira

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCOCENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA POLÍTICACURSO DE GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA POLÍTICA

POLÍTICA EXTERNA I

de Braz José de Araújo e Rodrigo Amado

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Jânio da Silva Quadros(31 de jan. 1961 – 25 de ago.1961)

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Antecedentes

• 1945 – Fim da Segunda Guerra Mundial;• Aproximação do Brasil com os Estados Unidos.

• Com o suicídio de Vargas (1954), Café Filho abre caminho para umaPEB mais próxima dos EUA;

• JK – “política externa independente”• Novos laços com a América Latina (em especial com a Argentina e o México);• Busca de novos produtos brasileiros, com o leste europeu, a Ásia e a África.

• 1961 – Jânio Quadros assume o governo do Brasil.

Renata Cavalcanti

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Jânio Quadros

• “Vencemos o comunismo. Nossaadministração lutará contra a corrupção ea exploração. Darei cada minuto de cadahora de cada dia ao interesse dacoletividade não teremos nem senhores,nem amigos, nem cidade e de seushabitantes, sobretudo das classes menosfavorecidas” (Diário da Noite 25.11.1953);

• Oposição ao comunismo e à corrupção,honestidade e trabalho, democratização pelovoto, defensor dos pobres contra os ricos.

• “Varre, varre vassourinha, varre acorrupção”. –https://www.youtube.com/watch?v=_x3kZAb2pJA Disponível em <

http://www.filateliamaconica.org/loja/products.php?product=Brasil-%252d-Janio-Quadros> Acesso em 08 de nov. 2015.

Renata Cavalcanti

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Campanha presidencial

• 1959 – visita a URSS;• “Ao Brasil corresponde, em nome de suas

mais caras tradições, a garantia dasliberdades democráticas de seus filhos e poruma política exterior autêntica, odesabrochar para que o mundo viva em paz,liberado das influências imperialistas dequalquer tendência e das manifestaçõescolonialistas e neofascistas” (Tribuna daImprensa, 09/01/1960).

Disponível em < http://tribunadainternet.com.br/tempos-de-janio-quadros/> Acesso em 08 de nov. 2015. Renata Cavalcanti

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Campanha presidencial

• 1960 – visita Cuba;• Em 15 de setembro de 1960 declarou

que: “eu serei o primeiro a afrontarCuba, na minha obrigação de missãoe de cidadão de uma democraciaamericana vigorosa, como esta doBrasil” (OESP 15/9/1960);

• 1960 – Jânio Quadros é eleito com44,8% dos votos e para a vice-presidência, João Goulart, com36,1% dos votos. Disponível em < http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/4239-janio-

quadros-50-anos-da-renuncia> Acesso em 08 de nov. de 2015.

Renata Cavalcanti

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Quadro econômico, social e político do Brasil em 1961

• Economia:• Recuperação do dinamismo na economia

• Aumento da taxa de investimento;• Correção de diversos equilíbrios:

• Desequilíbrio estrutural – aumento da produção agrícola;• Desequilíbrio regional – maior centralização e coordenação de diversos

organismos encarregados de aplicar recursos escassos;• Desequilíbrio monetário – combate à inflação;• Desequilíbrio da balança de pagamentos – exportação.

Renata Cavalcanti

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Quadro econômico, social e político do Brasil em 1961

• Social• Aumento do salário real;• Diminuição dos preços e dos lucros• Liberdade sindical;• Reestruturação dos ministérios da saúde, educação e de seguridade

social;• Habitação;• Urbanização.

Renata Cavalcanti

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Quadro econômico, social e político do Brasil em 1961

• Política• Afastamento de exigências sobre o progresso, bem-estar e de segurança;• Retomar estudos sobre reforma constitucional;

• “O objetivo fundamental do governo será, assim, manter e aumentar odinamismo econômico do país, pois ‘de um desenvolvimentoeconômico acelerado dependerá a preservação de nossasinstituições’. Destaca-se a importância da tecnologia, a necessidadede criar institutos de pesquisa, como também ‘apoio por todos osmeios ao desenvolvimento da energia nuclear’”(ARAUJO, 2006, p.368).

Renata Cavalcanti

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Nações Unidas

• Jânio Quadros considera a ONU essencial para a diminuição deconflitos mundiais;

• Salienta que a ONU não deve servir para a expansão dos blocos, massim para:

• Proteger os países menores;• Ajudar a permitir a aplicação do princípio de autodeterminação dos povos;• Permitir o respeito aos direitos do homem;• Tornar efetiva a cooperação mundial, visando o desenvolvimento

econômico;• Estimular o Direito Internacional.

Renata Cavalcanti

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Países socialistas

• Atender aos interesses comerciais e estabelecer relações diplomáticas;

• 1961= acordos com a Hungria, Romênia e Bulgária;

• Apoio à representação da Republica Popular da China;

Lays Alves

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• Importância da Republica Alemã para o desenvolvimento do Brasil;

• Europa dos Seis: Itália, Bélgica, França, Alemanha, Países Baixos,Luxemburgo;

Europa

Lays Alves

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• Novos países africanos também lutam pelo desenvolvimento;• Ajuda para a conquista da independência;• Brasil é o porta-voz dos “conceitos de vida ocidentais”;

• “Contribuição para a integração efetiva de todo um continente no sistemaao qual somos ligados pela nossa filosofia e tradição histórica” Quadros,1961.

Lays Alves

O mundo Afro-asiático

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• Apoio a integração econômica da América Latina, ao Tratado deMontevidéu que institui a Associação Latino-Americana de LivreComercio(ALALC);

• Sustentação da autodeterminação de Cuba;• Colaborar com a pacificação continental;• Apoio ao fortalecimento do sistema interamericano.

Lays Alves

A política continental

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• Política anticolonialista;• Posicionamento em relação as colônias europeias na África – Angola,

Argélia e Congo;• Portugal – Ação do Capitão Galvão contra o regime de Salazar.

Lays Alves

A política anticolonialista e Portugal

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• Preocupação com representação diplomática no novos estadosafricanos;

• Criação da embaixadas no Senegal, Camarões, Guiné, Serra Leoa,Costa do Marfim e Etiópia;

• Comercialização de café;• Política de aproximação com países do, então chamado, terceiro

mundo;

Lays Alves

A política com a África

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• Conferência de Punta del Este -“Melhorar e fortalecer as instituições democráticas pela aplicação do princípiode livre determinação dos povos.”

• Brasil assina acordos com o Chile, Argentina, Paraguai.• Brasil e Peru assinam a Convenção de Amizade e Consulta;• Apoio à autodeterminação cubana;

Lays Alves

As relações com os países na América do Sul

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• Apoio inicial, no plano interno, da UDN e do PSD;• Situação cubana representa mudança do apoio;• Duas missões implementaram as políticas com os países socialistas

1. Liderada pelo jornalista João Dantas percorrendo o leste europeu;2. Liderada pelo diplomata Paulo Leão de Moura com direção a moscou.

• As ações nos países socialistas aumenta as oposições contra a políticaexterna.

• Agosto de 1961 – o vice-presidente viaja à China;

Lays Alves

As relações com os países socialistas

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As relações com os Estados Unidos e a Crise Cubana

Eliza Salvador

• Conjunto de atitudes de Jânio Quadros em relação aos EUA quesugeriam dificuldades crescentes.

• Preferência por declarações ao jornal Cubano ao invés do norte-americano; expressa sua “grande admiração por Guevara”.

• Ambiente de tensão nas relações dos EUA durante todo o período dogoverno de Quadros.

• Viagem do presidente Nixon à América Latina como ponto de partidade uma reformulação da política americana no continente.

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As relações com os Estados Unidos e a Crise Cubana

Eliza Salvador

• Estudos realizados pelo MIT no qual a premissa básica é de que oprocesso revolucionário de mudança em curso pode ser afetado pelasações ou omissões dos EUA.

• Capacidade dos EUA influenciar as opções de governos e dos povosdessas nações, define-se a estratégia de “terceira escolha”.

• Para obter os resultados necessários, os EUA precisam coordenartodos instrumentos da PEX.

• Elaboram um conjunto de estudos que contém recomendações parapolíticas dos EUA na América Latina.

- Recomendações políticas, diplomáticas, militares e econômicas.

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As relações Brasil/EUA em 1961

• Duas fases das relações, divididos pelo momento de fracasso dainvasão da Baía dos Porcos.

• Afonso Arinos recomendava Quadros fixar uma linha de conduta emquatro pontos:

1. Solidariedade com a A.L. .2. Confiança nas instituições existentes3. Propósito de reintegrar Cuba ao sistema continental4. Firme posição ao lado do ocidente democrático.

Eliza Salvador

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Negociações

• As negociações da dívida externa duram até maio. - A instrução 204 SUMOC- Ajuste da política financeira de acordo com às sugestões do FMI- Visita Adolf Berle a A.L. e de Douglas Dillon ao Brasil

• Com esse claro apoio americano, Quadros faz declarações ao gosto dos visitantes. Logo após, envia ao Congresso projeto de lei contra o abuso de poder econômico.

• Campanha para revisão constitucional introduzindo o parlamentarismo.

Eliza Salvador

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Negociações

• As reações do Brasil à tentativa de invasão de Cuba se limitam ainstruções à delegação na ONU para apoio à proposição mexicanapedindo cessação de hostilidades.

• Brasil se abstém de votar na resolução II, proposta pelo México.

Eliza Salvador

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Diplomacia americana

• Lodge e Arinos buscava o funcionamento dos mecanismos da OEA“contra a penetração comunista e por uma intervenção coletiva diretade Cuba”.

• Posição brasileira: o Brasil declara-se que é favorável àautodeterminação de Cuba e contra toda intervenção estrangeira, diretaou indireta.

• Internamente, aumentam as pressões contra a PEX.• Editorial do Estadão denunciando virada à esquerda de Quadros.

Eliza Salvador

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As negociações da dívida externa, crise Cubana e renúncia

• As negociações da dívida foram feitas por Moreira Salles nos EUA e Roberto Campos na Europa, durante menos de quatro meses.

• Em 17 de maio anuncia-se o reescalonamento da dívida “Para ajudar o povo brasileiro na realização de seu novo programa econômico, decisivo para a manutenção de governos livres da A.L.”.

• Ampliação do prazo, reescalonamento da dívida e abertura de um crédito stand by, negociações com bancos privados para prorrogação das dívidas, participação europeia nesse programas e outros acordos.

Eliza Salvador

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As negociações da dívida externa, crise Cubana e renúncia

• Um dos programas básicos do programa de Quadros estava atingidono final de julho: equilibrar as contas externas para possibilitar ocrescimento interno.

• Fim das negociações causa euforia e abre caminho para novasiniciativas da diplomacia americana.

• Internamente, crescem as pressões contra a política cubana dogoverno.

• Quadros reafirma que o Brasil recusará a esmola e a caridade;aceitaria somente ajuda econômica como parte de um plano conjuntopara toda a A.L..

Eliza Salvador

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As negociações da dívida externa, crise Cubana e renúncia

• A PEX brasileira em relação ao caso cubano se colocava cada vezmais frontalmente contra a política americana.

• A polarização política brasileira vai chegando ao clímax da renúnciade Jânio.

• Ato de 15 de agosto como tentativa muito mal preparada de um golpede estado.

Eliza Salvador

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João Belchior Marques Goulart

(1961 – 1964)

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A síndrome da China

• Armadilha de Jânio na renúncia ao enviar Jango à China (até então,um provável parceiro comercial)

• Estigma de porta-voz do peleguismo sindical X Amor ao povo• Para Jânio, a PEI funcionaria como contraponto da política interna

conservadora e moralista• A China envolvia os três principais atores da PEI: Brasil, Estados

Unidos e Cuba

Raíssa Silveira

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A PEI: origens

• Resultado da consciência de que o Brasil tinha que ir além do pan-americanismo.

• Escolha de Afonso Arinos durante a Guerra Fria.• No pós-guerra, o alinhamento com os EUA perdeu muito do seu poder

de barganha.• Despertar tardio ao nacionalismo• “A ação política externa se move em torno dos mesmo jogos que

mantêm suas posições”

Raíssa Silveira

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Jânio Quadros e a institucionalização da PEI

• A figura de Jânio concentrava no presidente as expectativas detransformação

• Enraizamento da bipolaridade em decorrência da Guerra Fria,formando novas matrizes de pensamento

• ISEB X ESG• Industrialização como pedra de toque dos países subdesenvolvidos• Descolonização, desarmamento e desenvolvimento

Raíssa Silveira

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Os pressupostos da PEI

• Política externa: projeção no mundo daquilo que o país éintrinsecamente.

• Universalização: presença no foro das Nações Unidas• Teatralidade de Jânio – uma incoerência.• Com a questão cubana, a PE ganha sentido mais profissional.

A Posse de Jango• Até os anos 60: interno X externo.• A posse impôs a instituição de um parlamentarismo casuísta.• Desconfiança da PEI.

Raíssa Silveira

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A política externa de João Goulart

• Parlamentarismo híbrido – Presidencialismo.• A diplomacia profissional assume nos dois períodos.

A independência• PEI como instrumento de renovação e impulso ao desenvolvimento do país.• “Desenvolver-se é sempre emancipar-se”.1- princípio de não-intervenção e de autodeterminação dos povos.2- opção pelo anticolonialismo.• Pacifismo, independência e neutralismo.• Flexibilidade como traço de maturidade.• Independência: “...é um reforço a que os povos atingem pela transformação de

sua consciência e que lhes permite adotar (...) ora uma das posições propostas,ora uma alternativa diversa, mas sempre nacional (...), autônoma.” Raíssa Silveira

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• Neutralidade: “...linha de ação (...) que tende para a rigidez de umaposição intermédia.”

• Paralisia decisória a partir da fragmentação de recursos de poder,radicalização ideológica, fragilidade e inconstância das coalizões einstabilidade governamental.

• Elevado grau de rotatividade.

A questão cubana• Autodeterminação e não-intervenção• Tentativa americana de ressuscitar a Aliança – instrumento de pressão

e aliciamento de votos para a expulsão de Cuba.• Apesar da intensa ação de grupos internos, o Brasil continuou a

aperfeiçoar-se nos dois princípios da PEI.• Manifesto à imprensa: “sem ferir o princípio da não-intervenção, isole

Cuba do nosso comércio”.Raíssa Silveira

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Os reflexos da crise cubana• Embaixada americana ativa no acompanhamento da questão cubana e na

vigilância ao governo Goulart – importante linha auxiliar na conspiração.• PC, Lacerda e os ramos da esquerda.• Questão da reforma agrária – “pátria ou morte!”• “Comunizar ou cubanizar o Brasil”.• International Telephone and Telegraph e a Emenda Hickenlooper.• Crise dos mísseis: apoio a Kennedy• Apoio dos EUA nas eleições de 1962.

• Revolução cubana como ameaça de comunização – tratamento de “defesa dohemisfério”.

• San Tiago Dantas: governo contrário ao isolamento de Cuba, às sañçoeseconômicas e diplomáticas.

Raíssa Silveira

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Novos tempos?• Novas negociações de alto nível com San Tiago Dantas e Celso

Furtado na Fazenda.• Apoio dos EUA para um programa de estabilização e

desenvolvimento.• Compromisso de solidariedade a Cuba.• Dantas X Brizola: esquerda positiva X esquerda negativa.• Fim do Plano Trienal e novas desconfianças do governo americano.

A ruptura• Rumos menos ideológicos e mais pragmáticos.• Questões mais universais – “mudança de ênfase”.

Raíssa Silveira

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Ilusões desfeitas• Negociação americana com as “ilhas de sanidade administrativa”.• “Goulart se acha definitivamente envolvido numa campanha para

conseguir poderes ditatoriais”.• Golpe de 64: “tinham conhecimento, acompanharam, estavam preparados

para um eventual apoio, acolheram e inauguraram uma política de apoio ecolaboração.”

• Continua a PEI, agora mais madura (embora ainda contraditória).

Os caminhos do universalismo• A PEB só atinge plenitude no governo Geisel.• Os “3 Ds”, desideologização, China, lobby português.• Um hiato (1964-1967): retrocesso na defesa da autodeterminação e não-

intervenção e clara preferência ao atrelamento à política de segurança dosEUA na Guerra Fria.

Raíssa Silveira