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8/16/2019 A Prática Da Consultoria Urbanístico-Ambiental Na Elaboração Do Plano Diretor Do Município de Rio Quente - Go
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIAINSTITUTO DE GEOGRAFIA
CURSO DE GEOGRAFIA
DOUGLAS DIVINO DE CARVALHO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO
A PRÁTICA DA CONSULTORIA URBANÍSTICO-AMBIENTAL NA ELABORAÇÃO DOPLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE RIO QUENTE - GO
Uberlândia2008
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DOUGLAS DIVINO DE CARVALHO
A PRÁTICA DA CONSULTORIA URBANÍSTICO-AMBIENTAL NA ELABORAÇÃO DOPLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE RIO QUENTE - GO
Relatório de estágio supervisionadoapresentado ao Instituto de Geografia
da Universidade Federal de Uberlândia,como requisito final para obtenção detítulo de bacharel em Geografia.
Orientador: Prof.(a) Dra. Denise LabreaFerreira
Uberlândia
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2008
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DOUGLAS DIVINO DE CARVALHO
A PRÁTICA DA CONSULTORIA URBANÍSTICO-AMBIENTAL NA ELABORAÇÃO DOPLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE RIO QUENTE - GO
Relatório de estágio supervisionadoapresentado ao Instituto de Geografia
da Universidade Federal de Uberlândia,como requisito final para obtenção detítulo de bacharel em Geografia.
Uberlândia, 18 de julho de 2008
Banca Examinadora
Prof(a).Dra. Denise Labrea Ferreira – IG / UFU (Orientadora)
Geógrafo Lázaro Vinícius de Oliveira – Equilíbrio Consultoria Urbanístico – Ambiental(Supervisor do Estágio)
Prof(a).Dr(a).Marlene T. de Muno Colesanti – IG / UFU
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http://www.ig.ufu.br/pessoal/marlene.htmlhttp://www.ig.ufu.br/pessoal/marlene.html
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AGRADECIMENTOS
À minha família, que sempre me proporcionou liberdade para as diversas
escolhas que fiz durante o período de graduação, a minha orientadora, que me
mostrou o caminho a se seguir diante de um horizonte de dúvidas, ao meu supervisor
de estágio, que me disponibilizou a oportunidade de aprender e de ter acesso a um
conhecimento que dificilmente teria acesso sem ele.
Quero agradecer em especial, a minha querida e amada irmã, Dagma Divina
de Carvalho, que é mais do que irmã, é uma super mãe, devido o seu carinho,
compreensão e paciência comigo. Devo muito a ela a realização deste trabalho, pois
esteve sempre comigo, acompanhando o desenvolvimento deste trabalho e corrigindotodo o texto.
Aos meus amigos que sempre me apoiaram: meu irmão Denis (Denão), Alécio,
Lucão, Cintinha Natal, Mateus de Paula, Gustavo (Doda), Rodrigo (Digão), professor
Rosselvelt (LAGEOCULT), Arley-Harley, professor e mestre Pedro (Pedrão), Paulo
(LAGEOCULT), Leomar (LAGEOCULT), minha sobrinha Taís, Fábio do CREA – MG
(Fabito) e a todos aqueles que convivem diariamente comigo e reparto as dificuldades
e alegrias da vida.
Agradeço também à minha esposa (Lelê), que eu amo muito e que é a minhacompanheira de todas as horas.
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“O tempo real do homem é o tempo da conversa calma, otempo de perambular pela cidade, o tempo de encontrar os
amigos, o tempo de ser feliz”.
Ana Clara – Professora do IPPUR / RJ
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SUMÁRIO
1 – APRESENTAÇÃO----------------------------------------------------------------------------------06
2 – OBJETIVOS------------------------------------------------------------------------------------------073 – JUSTIFICATIVA-------------------------------------------------------------------------------------08
4 - MERCADO DE CONSULTORIA URBANÍSTICO – AMBIENTAL-----------------------09
5 - A EMPRESA----------------------------------------------------------------------------------------- 10
6 - METODOLOGIA APLICADA AO ESTÁGIO------------------------------------------------- 12
7 - REVISÃO TEÓRICA SOBRE O TEMA DO ESTÁGIO------------------------------------ 14
7.1 – A NOVA FUNÇÃO DAS CIDADES------------------------------------------------ 14
7.2 – A GESTÃO DAS CIDADES---------------------------------------------------------- 17
7.3 – A ORIGEM DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE CIDADES------- 217.4 – ESTATUTO DA CIDADE------------------------------------------------------------- 26
7.5 – PLANO DIRETOR---------------------------------------------------------------------- 28
7.6 – HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE RIO QUENTE – GO----------------------- 33
8 – DESCRIÇÕES DAS ATIVIDADES EXECUTADAS---------------------------------------- 34
8.1 - ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE RIO QUENTE – GO---
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------34
8.1.1 – METODOLOGIA----------------------------------------------------------------------34
8.1.2 – LEITURA TÉCNICA-----------------------------------------------------------------37
8.1.3– LEITURA COMUNITÁRIA----------------------------------------------------------53
9 – CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS-----------------------------------------------------------------62
10 – AVALIAÇÃO PESSOAL DO ESTÁGIO E EXPECTATIVAS FUTURAS-------------63
11 – REFERÊNCIA--------------------------------------------------------------------------------------66
FICHA DE AUTO-AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO-----------------------68
FICHA DE AVALIAÇÃO DE ESTÁGIO SUÉRVISIONADO-----------------------------------70
ANEXOS----------------------------------------------------------------------------------------------------71
ANEXO I-------------------------------------------------------------------------------------------72
ANEXO II-------------------------------------------------------------------------------------------73
ANEXO III------------------------------------------------------------------------------------------74
ANEXO IV------------------------------------------------------------------------------------------75
ANEXO V-------------------------------------------------------------------------------------------78
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1 – APRESENTAÇÃO
Este relatório tem como objetivo descrever o estágio supervisionado realizado
na empresa Equilíbrio – Consultoria Urbanística e Ambiental LTDA, no período de 10
de outubro de 2007 a 26 de fevereiro de 2008, sob a supervisão do sócio proprietário
Lázaro Vinícius de Oliveira e sob a orientação da Professora Dr a. Denise Labrea
Ferreira. O tema escolhido para a realização do estágio é a Prática da Consultoria
Urbanístico-Ambiental, visto que essa atividade possibilita um conhecimento maior dos
campos de atuação do profissional da área de Geografia, assim como, possibilita a
percepção da aplicabilidade dos conhecimentos adquiridos no decorrer do curso de
graduação.
Além da descrição de todas as atividades realizadas no estágio, este
documento se propõe a diagnosticar o nível de preparação em que o graduando em
Geografia se encontra frente às exigências impostas pelo mercado de trabalho, que
neste caso se refere à atuação na área da consultoria urbanístico-ambiental. Além
disso, desejamos, paralelamente, estabelecer uma relação com as competências
designadas ao Profissional Geógrafo, definidas na Resolução do CONFEA de nº
1.010/05 , e pela Lei Federal 6.664/79, que dispõe sobre as competências e
atribuições desses profissionais.
Ainda, consideramos relevante destacar que, a prática da consultoria
urbanístico - ambiental engloba atividades diversificadas, como: trabalhos de campo
para fins de diagnóstico; coleta de informações; produção de documentos técnicos
como relatórios de Leitura comunitária e técnica; consulta ao Estatuto da Cidade e as
legislações ambientais ; utilização de ferramentas de geoprocessamento e Cartografia;
realização de procedimentos burocráticos; dentre outros. Esses itens compuseram as
atividades do estágio supervisionado, que estão detalhadas neste documento.
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2 - OBJETIVOS
Objetivo Geral
Inserir o estagiário em uma empresa atuante na área de Consultoria
Urbanístico-Ambiental, objetivando a aquisição de novos conhecimentos e experiência
profissional.
Objetivos Específicos
• Participar, de forma atuante, na elaboração de trabalhos técnicos desenvolvidos pela
empresa, como: elaboração de Plano Diretor; implementação dos instrumentos da
política urbana; assessoria em processos de adequação ambiental; elaboração de
laudos técnicos; diagnósticos ambientais; etc;
• Trabalhar em equipes multidisciplinares, envolvendo profissionais de diversas
formações, sendo alguns deles arquitetos e advogado.
• Aplicar os conhecimentos adquiridos durante o curso, principalmente nas disciplinas
de planejamento Ambiental e Regional. Tais disciplinas são específicas do
bacharelado, estabelecendo, para isso, uma relação entre o que foi aprendido no
curso e o que é exigido pelo mercado de trabalho.
• Diagnosticar o nível de preparação em que o graduando em Geografia se encontra
frente às exigências impostas pelo mercado de trabalho.
• Estabelecer uma relação com as competências designadas ao Profissional Geógrafo,
definidas na Resolução CONFEA nº 1.010/05 e pela Lei Federal 6.664/79.
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3 – JUSTIFICATIVA
Seria relevante destacar em primeiro momento que as áreas de atuação
profissional acessíveis ao graduado do curso de Bacharel em Geografia são diversas
e variadas, podendo abranger a pesquisa acadêmica, o planejamento urbano e
regional, agrário e ambiental, gestão e consultorias ambientais, dentre outros. Sendo
tanto em instituições públicas quanto privadas. Mais especificamente, a atuação em
consultoria urbanística - ambiental, que é a área que se pretende focar neste estudo,
requer experiência profissional na área, principalmente, no quesito prático. Tal
exigência só é possível de ser adquirida em empresas que atuam no ramo e fornecem
abertura para estagiários como a Equilíbrio – Consultoria Urbanístico e Ambiental
Ltda.
Neste sentido, pode-se justificar a importância desse trabalho e a realização do
presente estágio supervisionado, pois esse enriquecerá a minha qualificação
profissional como bacharel em Geografia. Esse fato me levará, assim, a adequar
minhas qualificações, estudos e pesquisas às necessidades e às exigências do
mercado de trabalho.
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4 – MERCADO DE CONSULTORIA URBANÍSTICO - AMBIENTAL
O mercado de Consultoria Urbanístico - Ambiental é caracterizado pela
prestação de serviços por empresas e/ou profissionais autônomos especializados.
Esses profissionais especializados, geralmente, atuam para empresas,
empreendimentos rurais ou para qualquer empreendimento potencialmente
impactante, a níveis sócio-ambientais, que necessite de alguma regularização em
relação à atual legislação.
Desse modo, devido à diversidade de tipos de serviços que esse mercado
engloba, há um grande leque de profissionais de diferentes formações capacitados
para atuar nessa área.
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Serviços
A empresa Equilíbrio: Consultoria Urbanístico - Ambiental Ltda oferece uma
gama de serviços e produtos, dentre outros, podemos destacar: assessoria em
processos de adequação ambiental; elaboração de laudos técnicos; elaboração de
PRAD – Projeto de Recuperação de Área Degradada; elaboração do RAP – Relatório
Ambiental Preliminar; elaboração de EIA/RIMA – Estudo de Impacto Ambiental /
Relatório de Impacto Ambiental; elaboração de PCA/RCA – Plano de Controle
Ambiental / Relatório de Controle Ambiental; elaboração de Plano Diretor;
implementação dos instrumentos da política urbana; elaboração de EIV - Estudo de
Impacto de Vizinhança; elaboração de IPAC - Inventário do Patrimônio Artístico e
Cultural; elaboração de Leis específicas de parcelamento, uso e ocupação do solo.
Clientela
O perfil dos clientes atendidos pela empresa é amplo, contemplando as
empresas privadas de pequeno a médio porte, prefeituras municipais e até
empreendimentos rurais de pequeno, médio e grande porte.
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6 - METODOLOGIA APLICADA AO ESTÁGIO
O estágio supervisionado é um procedimento didático-pedagógico constituído
por “atividades de aprendizagem social, profissional e cultural, proporcionadas ao
estudante pela participação em situações reais de vida e trabalho de seu meio, sendo
realizada na comunidade em geral ou junto às pessoas jurídicas de direito público ou
privado, sob responsabilidade e coordenação da Instituição de Ensino”. É
regulamentado pela Lei n.º 6.494 de 07/12/77, pelo Decreto n.º 87.497 de 18/08/82 e
pela Resolução n.º 04/85 do Conselho Universitário da UFU.
Na metodologia aplicada no estágio, foram levadas em consideração as
seguintes etapas do processo:
1º Etapa: Contato inicial entre graduando e empresa.
Esse primeiro contato entre graduando e empresa teve a finalidade de buscar
disponibilidades de realização do estágio naquele local. Fez-se um levantamento das
possibilidades de atuação do estagiário dentro da empresa e também a escolha do
supervisor de estágio.
2º Etapa: Estabelecimento do Convênio entre Empresa e Instituição de Ensino.
Para que o estágio fosse reconhecido oficialmente pela UFU, foi necessário
que a empresa efetivasse um convênio com a instituição de ensino, de acordo com as
normas estabelecidas pelo Núcleo de Estágio da Universidade Federal de Uberlândia.
3º Etapa: Formalização do estágio supervisionado.
O estágio foi formalizado a partir da matrícula na disciplina “EstágioSupervisionado”, da entrega do Plano de Estágio e do Termo de Compromisso.
Destaca-se que o Plano de Estágio é o documento que estabelece os objetivos
e as atividades desenvolvidas na empresa. Esse documento foi elaborado em conjunto
com o Supervisor e o Orientadora do estágio, conforme os interesses do aluno e as
possibilidades oferecidas pela empresa, sendo submetido à aprovação por parte de
ambos.
Além disso, explica-se que o Termo de Compromisso é o documento que
regulamenta a vigência do estágio supervisionado. Nele, são definidos o período de
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realização do estágio, jornada de trabalho semanal, direitos e deveres do estagiário e
da empresa.
De tal maneira, essa prática de estágio na empresa só foi possível mediante a
regulamentação de tais documentos.
4º Etapa: Desenvolvimento das atividades.
As atividades realizadas se dividiam em trabalhos de escritório e trabalhos de
campo, contabilizando uma jornada de 20 horas semanais.
Para os trabalhos em escritório, os materiais utilizados englobam recursos de
informática, como buscas realizadas pela internet, estudo do material bibliográfico que
serviu como referencial teórico, e a utilização das ferramentas da cartografia digital. Já
para os trabalhos em campo, utilizou-se gravador MP3, prancheta, questionário,
cardeneta e máquina fotográfica digital.
5º Etapa: Elaboração do Relatório de Estágio Supervisionado.
O Relatório de Estágio Supervisionado é o documento que relata todas as
atividades desenvolvidas, assim como faz uma avaliação do estágio num contexto
geral, indicando se os objetivos previstos no Plano de Estágio foram alcançados.
Sendo que este relatório consistiu no produto final do estágio supervisionado.
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7 - REVISÃO TEÓRICA SOBRE O TEMA DO ESTÁGIO
7.1 – A NOVA FUNÇÃO DAS CIDADES
Desde os meados do século XX, estamos presenciando uma intenso processo
de urbanização, pois já é possível constatar que mais de 70 % da população mundial
reside nas cidades. Esse acontecimento contemporâneo leva-nos a pensar a função e
a importância das cidades como lugares onde há diversas realidades conflitantes, nas
quais contradições e atrativos se misturam, fascinam e estimulam os desejos e
anseios humanos.
Apesar de todas as desvantagens existentes nas cidades, tais como, poluição,
violência e congestionamento, ainda são nelas que encontramos vários elementos
necessários para se viver bem.
A história nos revela que a expulsão de camponeses dos antigos feudos, com o
processo de cercamento ocorrido na era da revolução industrial no século XVIII, viria
acarretar o maior acontecimento de marcha migratória do mundo, o êxodo rural, cujo
destino seria uma só: as cidades.
No Brasil, o processo marcante de migração da população rural para cidades,
deve-se ao período da Revolução Verde na década de 70, devido à substituição em
grande escala da mão-de-obra do campo por máquinas, tornando assim insuficiente a
oferta de trabalho no meio rural. Dessa forma, a única opção para as pessoas que
viviam no campo era deslocarem-se para as cidades em busca de condições dignas
de sobrevivência e na ilusão de prosperidade financeira.
Outro fator histórico importante que caracteriza a funcionalidade das cidades é
a globalização, ao ditar as novas realidades econômica, social e política, e de maneira
coercitiva, impor a necessidade das cidades se organizarem de forma que os espaços
urbanos interajam e relacionem em níveis locais, regionais e mundiais.
As cidades tornaram-se palcos dos acontecimentos sócio-econômicos ecentros de decisões políticas que regem toda a sociedade. São lugares de extensas
inovações, impulsões tecnológicas e de metamorfoses culturais. São exatamente
nelas que sucedem todo dinamismo do poder e controle global.
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Nos escritos de Lopes (1998) quando ele caracteriza as megacidades, é
possível detalhar as funções que cabem às cidades.
São os centros de dinamismo econômico, tecnológico e empresarial
em seus países e no sistema global. São os centros de inovação cultural, decriação de símbolos e de investigação científica, ou seja, dos processos
decisivos na era da informática. São os centros de poder político, inclusive no
caso em que o governo reside em outras cidades, pela força ideológica e
econômica que representam. São os pontos de conexão do sistema mundial
de comunicação (LOPES, 1998, p.36).
Se por um lado a globalização anseia pela homogeneização do espaço urbano,
por outro lado o sistema capitalista, que predomina na imensa aldeia global, tem sido
responsável pela polarização espacial representado por classes sociais antagônicas.
As cidades, ao mesmo tempo em que oferecem novas oportunidades, elas
também apresentam novos problemas a serem discutidos. Devemos considerar que o
crescimento da maioria delas não é planejado, o que nos leva a entender que o
processo não está causando a expansão das cidades, e sim, procedendo à
concentração, isso significa processo de “inchaço urbano”.
O crescimento acidental das cidades tem gerado um alto custo social que
excede a capacidade de receita fiscal do Estado, principalmente, as verbas voltadas
ao custeamento social e de infra-estrutura.
Outro fato importante a ser ressaltado é a percepção de que as funções das
cidades estão submetidas às vontades da lógica de mercado, fazendo com que sejam
obrigadas a buscar vocações e especializações que atendam os interesses de
mercados multinacionais. Sendo assim, a importância de proveitos globais passam a
ser superiores e capazes de enfraquecer as estratégicas geopolíticas locais.
Várias cidades, que estavam à margem da ação e influência no cenário
mundial, estão buscando inserirem no espaço de fluxo, tomando um ritmo de
aceleração para integrarem o mundo globalizado. Nesse processo inicial de
integração, as cidades são denominadas “cidades Nódulos”.
O que definirá o ritmo e o sucesso dessa integração será segundo Lopes
(1998) é “o grau de competitividade local como centro de atração de novas atividades,
a qualidade da infra-estrutura urbana que for implantada e o condicionamento da sua
sociedade”.
Através da leitura de Lopes (1998), entende-se que existem dois tipos de
cidades nódulos: a diversificada e a especializada.
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Neste momento, devido o foco desta pesquisa que é o estudo do município de
Rio Quente, é importante sabermos que as cidades nódulos especializadas são
cidades integradas no espaço de fluxo por meio de vocações orientadas para o
consumo. Podemos entender que a cidade de Rio Quente caracteriza-se como cidade
nódulo especializada por ser uma cidade dotada de infra-estrutura específica para
prestar serviços exclusivamente ao turismo.
Independentemente de ser especializada ou diversificada, a função das
cidades não pode ser definida como algo sem movimento. No espaço de fluxos de um
mundo globalizado as funções das cidades são dinâmicas. Elas buscam acompanhar
o ritmo das modificações geradas pelo fluxo do espaço global para manter o equilíbrio
do meio ambiente e das transformações que alteram esse meio.
Tais transformações geram novos problemas que questionam a eficiência da
funcionalidade das cidades. Sujeitas à lógica de mercado, a organização das
sociedades urbanas são condicionadas prioritariamente a uma ótica unilateral da
dinamização econômica.
Ao considerar todo o processo de transformação do espaço urbano como
resposta da imposição de mercado, torna-se evidente a disparidade de classes
sociais, em que, uma minoria é beneficiada e a outra é gradualmente atenuada.
Sendo assim, torna-se perceptível que as funções das cidades estão baseadas
em: imposições da lógica de mercado; na autonomia, porém numa relação de
interdependência, com o espaço global; e por último, na inter-relação dos grandes
processos mundiais – globalização, informatização e o crescimento urbano.
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7.2 – A GESTÃO DAS CIDADES
Na atualidade, administrar uma cidade tem sido sinônimo de buscar soluções
para os problemas e desafios que surgem em conseqüência das novas necessidades
locais. Tais conflitos sociais e de gestão das cidades estão ocorrendo pelo
desajustamento da capacidade de arrecadação de recursos públicos, que segundo
vários discursos condizentes, não são suficientes para atender as demandas locais.
A principal parte dos recursos dos cofres públicos é destinada a investimentos
nos locais mais nobres das cidades, visando, notavelmente, atender um grupo de
pessoas de maior potencial econômico.
É possível perceber que maior parte dos investimentos é voltado,
principalmente, ao atendimento dos anseios da população urbana, já que a demanda
de necessidades desta população são superiores às da população rural.
Nas cidades, a administração local tem que garantir infra-estrutura básica para
população urbana, como: extensas redes de água e esgoto e um complexo sistema de
tratamento; coleta e deposição de lixo; e sofisticados sistemas viários e de transporte
de massa.
Entende-se que o crescimento das cidades criou problemas econômicos e
administrativos para os governos locais, tais como: dificuldades na tomada de
decisões; problemas na administração da coisa pública; a visão de curto prazo; a
ineficiência e o descaso do funcionalismo público; a dificuldade de recrutamento
adequado; irracionalidade dos dirigentes; problemas em função da extensão de
serviços públicos demandados; e as ofertas de infra-estrutura e de serviços públicos
que se tornam cada vez mais caro e mais problemático.
Na administração governamental há duas categorias básicas de falha na
gestão pública: a Deficiência Administrativa e a Deficiência Estratégica. A primeira
envolve a incompetência nas operações do dia a dia, como serviços descuidados por
parte de muitos administradores públicos e as vagarosas tomadas de decisões. ADeficiência Estratégica deve-se a pouca consideração a fatos de longo prazo, como
processos fracos ou inexistentes de projetos, e limitados ou ausentes planos e ações.
Para resolver os problemas criados com o crescimento das cidades e assim, da
necessidade de atender a demanda da população local de forma compatível com os
recursos obtidos pela arrecadação pública, é necessário, ampliá-la, favorecendo as
condições de acumulação de riquezas. Para que isso aconteça, é preciso estender a
reestruturação e especialização da cidade urbana e o processo de integração à nova
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sociedade em rede cada vez mais crescente. Tais procedimentos são necessários
para suprir as demandas por infra-estrutura e serviços sociais.
Com recursos limitados, busca-se qualificar as áreas urbanas específicas e
assim permitir a integração da cidade no global que cria condições reais de
desenvolvimento econômico. Isso deixa de ser uma opção dos governos locais, porém
uma condição determinante da sociedade em rede.
Ditados pela lógica de mercado, os investimentos são cada vez mais limitados
e insuficientes em áreas de pobreza, inviabilizando as possibilidades de integração
dessas áreas, criando situações de crise e problemas de gestão permanentes para os
governos locais.
A primazia de investimentos em áreas urbanas específicas pelos governos
locais para atingir elevado desenvolvimento econômico, obriga as cidades a criarem
ambientes mais competitivos. A principal causa dos problemas de gestão dos
governos locais é o desajustamento que há entre atender as demandas primárias da
sociedade e a necessidade de construir um ambiente competitivo.
Contudo, a gestão dos governos locais entende a necessidade de criar,
primeiramente, em ambiente competitivo e condicioná-lo a níveis elevados para
possibilitar a geração de recursos necessários ao atendimento de demandas da
sociedade local.
A economia global exige que as cidades sejam cada vez mais competitivas
para tomarem parte da economia globalizada. Segundo Lopes (1998), “na sociedade
em rede, em uma economia globalizada, a competitividade da cidade está
intrinsecamente definida pela integração econômica global”.
Porém, é possível desmistificar a dicotomia que se criou entre competitividade
X integração social e crescimento X qualidade de vida. Conforme Lopes (1998),
“quase sempre, as cidades mais competitivas internacionalmente são aquelas que
oferecem maior qualidade de vida a seus cidadãos”.
A tendência é a concentração das empresas em cidades que possuem umaconstância na estabilidade e até mesmo tradicionalidade na competitividade em
termos globais, ou que apresente condições oportunas de vantagens ao processo de
crescimento e centralização de atividades econômicas.
O fator primordial para o desenvolvimento de uma cidade e a eficiência de sua
administração voltada para este objetivo é a realização de parceria e ações
convergentes entre o governo local e as empresas privadas. Somente assim, a cidade
conseguirá aumentar o seu potencial econômico perante o mercado global
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competitivo, passando a ter influência e favorecimento dos investidores de capital.
Isso contribuiria no processo de acumulação de riquezas.
Perante a precisão da participação da economia privada, a administração
pública deve criar um novo posicionamento do seu sistema de gestão, passando a ter
apoio constante e suporte de investidores privados. Isso, por outro lado, limita o
governo local na sua capacidade de ação, regulamentação e administração do espaço
urbano de sua jurisdição.
Tanto o setor público como o setor privado possui potencialidades que
precisam ser consideradas. Mesmo sendo distintos, o setor público e privado são ao
mesmo tempo integrados, e cada um exerce o seu importante papel para o
desenvolvimento das cidades.
A gestão do setor público é fundamental para: administração de políticas;
regulamentação; promoção da equidade; prevenção da discriminação ou da
exploração; garantia de continuidade e de estabilidade dos serviços; e a coesão social.
Já o setor privado possui potencialidades voltadas para: realização de atividades
econômicas; inovação; duplicar experiências de sucesso; adaptação a mudanças
rápidas; abandono de atividades fracassadas ou obsoletas; e a realização de ações
complexas ou técnicas.
É importante ressaltar a importância de garantir aos setores públicos a sua
capacidade de fiscalização e de regulamentação das atividades privatizadas.
Atualmente, tanto nos setores públicos ou privados, os desafios na capacidade
de gestão estão baseados na busca de dominar as enormes pressões que favorecem
os problemas de curto prazo sobre os de longo prazo na administração de grandes
organizações; as forças externas que criam necessidades de mudanças; forças
internas resistindo às mudanças; pressões de grupos de interesse; e dificuldade de
encontrar e reter empregados produtivos.
Para superar os desafios, tanto a gestão privada quanto a pública estão
reduzindo o tamanho da administração de suas organizações, principalmente, asgrandes e complexas. Esse fato é perceptível na descentralização das atividades
operacionais e administrativas; na especialização de funções e trabalho; e na
terceirização de serviços.
Pode ser considerado inevitável na decisão da competitividade das cidades o
seu nível de adequação de entendimento e parceria entre governos, empresas e
população, assim como a sua infra-estrutura física e social e identidade cultural que
precisam ser atraentes, tornando-se um local onde as pessoas queiram viver.
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A gestão pública precisa dar uma atenção especial ao local que é conhecido
pela sua estrutura social e cultural, tornando-se capaz de superar os seus pontos
fracos e potencializar os seus pontos fortes, como também considerar a sua
capacidade de competir com sucesso em ambientes externos e internos, definindo o
seu espaço de fluxo por meio da integração na sociedade em rede.
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7.3 – A ORIGEM DO PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DE CIDADES
A palavra “estratégia” é de origem grega. Para os gregos essa palavra
significava conjunto de operações militares utilizadas para ganhar vantagens sobre os
adversários.
Até então, a palavra estratégia era confundida com tática. Porém, essas
palavras possuem definições distintas. A primeira é mais extensiva, já a segunda tem
definição mais limitada.
Desde a Idade Antiga, os planejamentos estratégicos eram apenas utilizados
para fins militares. Apenas nos tempos modernos, as pessoas foram percebendo que
poderiam utilizá-los para fins empresariais e, logo em seguida, estender o seu uso
para fins de planejamento público. Os planejadores, gestores, pensadores e
governantes perceberam a importância do planejamento público para explicitar as
relações de poder, assim como, definir melhor as estruturas e sistemas das cidades,
as ações de melhoria do bem-estar social e criação de oportunidades novas.
Em 1966, o professor John Friedmann definiu a existência de quatro escolas de
pensamento referentes ao planejamento estratégico que, segundo ele, são: Análise
Política, Aprendizado Social, Reforma Social e Mobilização Social.
A Análise Política utiliza métodos de engenharia, análise de sistemas, ciência
política e administração pública por meio da aplicação de técnicas racionais de
decisão, baseando-se no modelo Engenharia Social. Essa escola de pensamento
busca chegar a decisões utilizando um sistema científico imperfeito, mas que poderia
ser aperfeiçoado, por meio de políticas sujeitas a contextos pessoais, paixões e jogos
de interesse. Segundo Lopes (1998), “encontra-se nos instrumentos de economia,
estatística e matemática, o melhor modo de formular e definir objetivos e metas”.
O Aprendizado Social tem como objetivo superar as contradições entre a teoria
e a prática, entre o saber e ação, enriquecendo o conhecimento com lições derivadas
da experiência. O conhecimento deve ser aplicado em um contínuo processo de açãoe mudanças na administração pública e desenvolvimento organizacional. Possui
influência do pragmatismo, materialismo histórico e utopista. Para essa escola, a
sociedade deve ser conduzida por um processo de experimentos sociais, observação
cuidadosa dos resultados e o desejo de estabelecer novos objetivos e metas a partir
desse aprendizado. Sendo assim, formulou o Planejamento Estratégico como uma
nova forma de planejamento aplicado à evolução da sociedade.
A Reforma Social percebe a importância da prática de planejamento
institucionalizado, isto é, o papel do Estado na sociedade, cujo objetivo é tornar a ação
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do Estado mais efetivo. Essa escola surgiu da visão disciplinar da macrosociologia,
economia institucional e da filosofia política. Segundo essa escola, o planejamento é a
aplicação de conhecimentos científicos aos assuntos públicos, devendo concentrar-se,
principalmente, em três áreas de ação estatal: promoção do desenvolvimento
econômico, manutenção do pleno emprego e a redistribuição de renda.
Para a Mobilização Social, o planejamento é definido com a seriedade de
análise política, sem a utilização de ferramentas científicas. O seu fundamento
ideológico deriva da solidariedade social, com a determinação de mudar relações de
poder existentes. É influenciado pelo materialismo histórico, neomarxismo, escola de
Frankfurt, utopistas, anarquistas e radicais. A ação coletiva é considerada o principal
instrumento de desenvolvimento social. A sua formulação vai desde as comunidades
alternativas até as políticas de confronto, como ações necessárias à definição de
metas e objetivos.
Ao final do século XX, passamos a presenciar grandes transformações na
sociedade em meio à globalização, em um espaço de fluxos derivado da
teleinformática que passou a criar necessidades de planejamento que nenhuma das
escolas teóricas analisadas anteriormente foi capaz de abranger.
Sendo assim, em 1980, surge a Prática Comunicativa. É uma nova forma de
planejamento conduzida por novos trabalhos, técnicas e formulações desenvolvidas
por teóricos e planejadores. É definida como mecanismo para controlar e dirigir a
sociedade. Para a Prática Comunicativa a função da teoria do Planejamento é:
disciplinar a capacidade de entender que precede a ação; e disciplinar a função de
planejar com comandos, regulamentos e incentivos às pessoas e organizações que
realizam essas ações.
As pessoas envolvidas na Prática Comunicativa são racionais, mas sua
racionalidade é baseada em intenções e entendimentos negociados e comunicados, e
não em ações individuais e processos de pensamento. As pessoas compreendem e
projetam ações racionais por meio de diálogo entre todos os setores envolvidos,buscando melhorar a qualidade e a abertura do debate. A racionalidade é construída
socialmente e discursivamente em vez de ser imposta.
A partir da Prática Comunicativa, surgiu um novo instrumento e formulação de
Planejamento Estratégico que permitiu à sociedade enfrentar os diferentes desafios da
evolução tecnológica acelerada.
Devemos entender duas orientações básicas de planejamento estratégico: a
escolha e a busca. A primeira focaliza a tomada de decisões difíceis, sendo mais
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tática. A segunda procura projetar e identificar oportunidades inovativas, sendo mais
formulação estratégica.
Os estudos referentes ao planejamento estratégico passaram a observar as
suas formas, considerando os seus focos em visão (Modelo de Harvard, Sistemas de
Planejamento Estratégico e Administração de Participante), em conteúdo (Método de
Portfólio, Análise Competitiva e Administração de Questões Estratégicas) e em
processo (Negociações Estratégicas, Incrementalismo Lógico e Arcabouço para
Inovações).
O Modelo de Harvard procura estabelecer a melhor forma de entrosamento de
uma organização e o seu meio ambiente. Sendo assim, a estratégia é uma
configuração de propósitos e de políticas definindo a organização e seus negócios,
buscando definir as fortalezas e fraquezas internas de uma organização frente às
ameaças e oportunidades externas. Deve-se levar em consideração o valor da
administração e as responsabilidades sociais, pois a concordância das mesmas é
condição básica para a implementação das estratégias. Sendo assim, a estratégia é
definida com o objetivo de construir a partir das fortalezas; obter vantagens em função
das oportunidades; e sobrepujar ou minimizar as fraquezas e ameaças.
O Sistema de Planejamento Estratégico tem como objetivo principal a
coordenação dos vários níveis e funções estratégicas de uma organização em um
projeto global. Os quatro pontos principais dessa visão são: a missão (onde queremos
ir); as estratégias (como chegar lá); o orçamento (o que podemos fazer); e o controle
(como medir o andamento do processo). Por ser muito compreensível e detalhado,
gera uma dificuldade que torna, muitas vezes, difícil manter o foco necessário a um
planejamento estratégico bem-sucedido, principalmente, no caso de organizações
grandes e complexas.
A Administração de Participantes concentra-se no esforço de relacionar o
processo de planejamento estratégico ao entendimento e concordância dos
participantes internos e externos de uma organização. Um participante é definidocomo qualquer grupo ou indivíduo que é afetado ou pode afetar o futuro de uma
organização. A correta identificação dos participantes e a metodologia de construção
de consensos são os elementos importantes de sua implementação. É um típico
modelo de Prática Comunicativa.
O Método Portfólio é um modelo que busca definir uma organização como um
conjunto de unidades diversas com diferentes potenciais a serem balanceados a fim
de maximizar os resultados e reduzir os riscos globais. São utilizados métodos
matemáticos de administração de portfólios, curvas de experiência e matrizes de
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crescimento versus posição de mercado. É um método importante de decisão baseado
em medidas e dimensões identificáveis, porém limitado em termos de objetivos
estratégicos gerais. É difícil sua aplicação a organizações complexas com grande
sinergia entre as suas várias dimensões.
Para a Análise Competitiva, no mundo globalizado o universo de
competitividade tornou-se mais amplo e complexo. Sendo assim, o planejamento
estratégico deve levar em consideração a força dos clientes e dos fornecedores, a
ameaça de produtos substitutos ou de novos concorrentes, o nível de competição e as
barreiras de entrada e saída. É um instrumento importante para ser usado em muitas
de suas etapas do planejamento.
A Administração de Questões Estratégicas tem como objetivo a análise de
desenvolvimento futuro, interno ou externo à organização, que possam ter um
importante impacto na sua capacidade de atingir seus objetivos. É uma etapa
importante para elaboração do planejamento. A construção de cenários futuros é um
passo importante que leva à definição da prioridade das questões estratégicas. Sendo
assim, a análise de cenários permite definir quais as questões que, por sua
vulnerabilidade e influência, tenham efeitos significativos no desenvolvimento da
organização. Constitui-se num exercício paralelo ao planejamento estratégico.
A Negociação Estratégica define estratégias como resultados de uma
negociação entre as partes e as questões envolvidas. Considera um processo político
cujo poder de ação é compartilhado. Porém a aplicação é limitada, pois não dá ênfase
a formação de consensos.
O Incrementalismo Lógico busca unir o processo de planejamento à sua
implementação que pode ser realizado em vários níveis e sofrer ajustamentos
sucessivos à medida de sua implementação. As dificuldades desse processo estão na
identificação de linhas estratégicas globais corretas e ao estabelecer limites de tempo
de execução e de escopo.
O Arcabouço para Inovações promove a criatividade e o espírito empresarialem toda a organização, utilizando diversos métodos de planejamento. Enfatiza os
seguintes pontos: a inovação como uma estratégia; as práticas específicas de
administração para sua implementação (grupos de projeto, foco, etc...); a visão de
sucesso como objetivo comum; e o desenvolvimento de uma cultura empresarial. É
uma metodologia bem sucedida, porém, possui risco de concentração em inovações
que exige organização com condições estruturais específicas pra sua aplicação, o que
limita sua aplicabilidade.
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Desde a década de 80 o planejamento estratégico passou a ser intensamente
utilizado no setor público com ênfase no planejamento de cidades.
Todas as técnicas de visão, conteúdo e processo passaram a ser usadas
dentro de condições particulares quando demandados na execução de planejamento
público. Atualmente, a utilização do planejamento estratégico de cidades é geral,
sendo que cada caso apresenta as suas peculiaridades específicas que possibilita
gerar evoluções no processo de sua elaboração e implantação. O planejamento
estratégico tem conduzido à utilização de novas técnicas geradas a partir dos desafios
da evolução da sociedade urbana.
O Planejamento Estratégico tornou-se um instrumento indispensável para
pensar o futuro das cidades e direcionar o seu desenvolvimento, dentro do novo
espaço de fluxos de um mundo globalizado e de uma sociedade em rápida evolução
(LOPES, 1998).
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7.4 – ESTATUTO DA CIDADE
O homem busca a cidade para melhorar de vida, para realizar seus sonhos de
progresso no estudo ou no trabalho, para realizar sua vocação, para oferecer um
futuro tranqüilo para seus filhos e netos, para ser feliz.
Infelizmente as cidades brasileiras têm sido ineficientes, injustas para com a
maioria dos seus habitantes, descuidadas do meio ambiente e da sua história.
Marcadas por uma profunda desigualdade, nossas cidades abrigam, simultaneamente,
áreas que permitem um padrão de vida semelhante aos das cidades do primeiro
mundo, e áreas precárias, desprovidas de condições para o atendimento das
necessidades mais básicas de seus moradores.
A partir da Constituição de 1988, os municípios passaram a ter mais
responsabilidades e mais despesas, ao assumirem algumas competências que eram
próprios dos governos Federal e estadual, em áreas como a saúde, a educação, o
saneamento e a moradia.
Muitas administrações municipais, agindo com seriedade, planejamento, e
inversão de prioridades na arrecadação e no gasto do dinheiro público, conseguiram
melhorar a qualidade de vida de seus moradores, mas encontraram barreiras para
fazer as transformações definitivas no combate às desigualdades e na reestruturação
urbana. Do ponto de vista exclusivamente urbano, essas barreiras dificultaram,
sobremaneira, o enfrentamento do déficit habitacional, a tarefa de levar saneamento
para todos e, principalmente, a tentativa de se organizar a cidade para que o interesse
coletivo sempre se sobrepusesse ao interesse individual ou de um grupo.
O Estatuto da Cidade, Lei Federal que entrou em vigor no dia 10 de outubro de
2001, veio para tentar derrubar a barreira que dificulta ou impede a organização da
cidade, ao definir que a terra e a cidade têm de cumprir a sua função social. A Lei
limita o direito de prioridade e dá mais poder ao município para vencer a força
daqueles que usam a cidade como fonte de acumulação de riquezas, seja pelaretenção de imóveis para valorização, induzindo, empreitando e supervalorizando
obras públicas, seja pelo controle da concessão e da gestão de serviços públicos etc.
A nova Lei traz normas que devem ser incorporadas pelas cidades, numa ação
integrada das diferentes esferas de expressão do poder político: executivo, legislativo,
judiciário e também de toda a sociedade. O Estatuto exige, sobretudo, a participação
direta da população no planejamento e na gestão da cidade.
Cada habitante deseja uma cidade mais saudável, mais justa, melhor de se
viver e tem direito a ter tudo isso. É preciso mudar as regras do jogo, combinando uma
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nova forma de apropriação do espaço, com uma distribuição mais justa dos benefícios
e das desvantagens do processo de urbanização. Essas novas regras já são Lei. É a
Lei Federal n°. 10.257, 10 de julho de 2001, da política urbana nacional, que
regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal.
As principais regras do Estatuto da Cidade são:
1. O interesse coletivo está acima do interesse individual ou de um grupo.
2. Cada um é responsável pela melhoria da cidade.
3. Vale o que está escrito no plano Diretor.
A terra urbana tem de cumprir a sua melhor função em benefício da sociedade.
É o que a Lei chama de função social da propriedade urbana e da cidade, ou
seja, o melhor uso para cada pedaço da cidade deve ser discutido e acordado entre
todos os membros da sociedade.
A decisão sobre o futuro da cidade social da terra urbana é do conjunto da
sociedade. O Estatuto delega à Prefeitura e à Câmara de Vereadores a
responsabilidade de fazer valer esta Lei, mas afirma que o planejamento e a gestão
das cidades, em todas as suas fases, devem incluir a participação direta da população
e de suas associações em debates, audiências, conselhos, nos orçamentos
participativos e em projetos de Lei de iniciativa popular.
As decisões que interferem na cidade, na vida e no futuro de cada cidadão são
tão importantes que não podem mudar, a qualquer hora sem fortes motivos, por
exemplo, quando mudam os prefeitos, os vereadores e os grupos que participam das
discussões.
Essas decisões, que têm a ver com o desenvolvimento dos municípios, têm de
ser cuidadosamente planejadas e previstas no Plano Diretor que, como o próprio
nome diz, é um Plano que dá a direção para a cidade crescer do melhor jeito.
O Estatuto da Cidade é praticamente um conjunto de instrumentos para se
fazer Política Urbana. Sendo esses instrumentos, todos regulamentados pela Lei. Os
objetivos desses instrumentos são:1. Combater á retenção especulativa de terras na cidade para melhorar a
oferta de lotes e reduzir o preço dos imóveis.
2. Melhorar a distribuição dos benefícios e dos ônus do processo de
urbanização.
3. Regularizar o uso do solo de áreas ocupadas por população de baixa
renda.
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7.5 – PLANO DIRETOR
O crescimento urbano desordenado dividiu as cidades brasileiras: de um lado a
cidade formal, planejada, dotada de infra-estrutura de serviços urbanos; do outro lado,
a cidade informal, desenvolvida fora do traçado original, sem infra-estrutura. O
planejamento tradicional ficava nas mãos da esfera técnica, enquanto a gestão era de
responsabilidade da esfera política.
Com a aprovação do Estatuto da Cidade, Lei Federal n° 10.257/2001, que
regulamentou os artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988, foram criados
vários instrumentos tributários, urbanísticos e jurídicos para garantir a democratização
do planejamento e da gestão das cidades. Esses novos princípios gerais de política
urbana aplicados às realidades locais resultam no Plano Diretor Municipal, instrumento
básico do planejamento e gestão no município.
Ter direito a cidades sustentáveis significa direito à terra urbana e rural, à
moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte, à cultura,
ao meio ambiente, à participação econômica, à saúde, à educação, enfim, aos
serviços públicos e ao lazer para as presentes e futuras gerações.
Todos os municípios com mais de 20 mil habitantes eram obrigados a
elaborarem e implantarem seus Planos Diretores até outubro 2006. Quem
descumprisse o prazo estaria sujeito a sanções legais e a perda de financiamentos em
diversas áreas. Também estão obrigados a elaborarem seus Planos diretores aqueles
municípios que integram regiões metropolitanas, aqueles que possuem
empreendimentos de impacto ambiental ou aqueles com potencial turístico. Tudo isso
para que o desenvolvimento seja sustentável, isto é, sem prejuízos para as gerações
futuras. Mesmo aqueles municípios que já possuem Planos Diretores, que infelizmente
são poucos, estão obrigados a revisar seus planos e a legislação urbanística local,
como a Lei de Uso e Ocupação do Solo, para se adaptar à nova legislação Federal.Para não incorrer naquela separação tradicional entre o técnico e o político, o
Estatuto da Cidade estabelece a participação popular no planejamento do
desenvolvimento das cidades e na sua gestão. O conceito de esfera política também
se ampliou não mais se restringe ao prefeito municipal, mas contempla toda
população, por meio de suas entidades representativas e também de seus
representantes nas Câmaras Municipais, os vereadores.
Para elaborar um Plano Diretor, segundo o Ministério das Cidades, devem-se
seguir algumas etapas, tais como:
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1. Mobilizar a sociedade;
2. Constituir o núcleo gestor;
3. Preparar o processo;
4. Lançar e divulgar;
5. Capacitar;
6. Leitura participativa da cidade;
7. Formular a estratégia;
8. Construir o pacto e o projeto de Lei;
9. Discutir na Câmara Municipal;
10. Implementar o Plano;
11. Monitorar o Plano.
O processo de mobilização da sociedade vai estar presente em todas as
etapas da elaboração do Plano Diretor. Deve-se dar início à discussão sobre os
problemas das cidades e a necessidade do Plano Diretor por meio de associações de
moradores, entidades técnicas, grupos sociais e ambientais. A coordenação deve ser
da prefeitura municipal, com apoio de todos. Não há necessidade de um órgão
específico na prefeitura para gerenciar o plano.
Além disso, deve se buscar parcerias com órgãos profissionais como o CREA e
órgãos governamentais como a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Urbano e o
Ministério das Cidades.
O ideal é que esse núcleo gestor seja representativo e com número
significativo de pessoas da comunidade e da administração pública. Ele será o
responsável pela articulação, transparência e participação de todos durante o
processo. O grupo gestor deve preparar um termo de referência, onde estará definidas
e detalhadas cada uma das etapas necessárias para a elaboração do trabalho.
Todas as informações existentes em relação ao município devem ser
levantadas, desde o corpo técnico disponível até mapas, plantas, documentos e
estudos existentes, além da legislação aplicável. Nesse momento pode-se, inclusive,contratar assessoria externa que terá como uma de suas obrigações fundamentais
capacitar a equipe local para a gestão do plano.
O processo de participação popular deve ser definido desde o início levando
em consideração todos os questionamentos possíveis: Como acontecerão os fóruns
de discussão? Quais serão as suas atribuições? Como será a sua atuação nos
diversos momentos do processo?
Vamos falar de uma questão essencial: para garantir a participação da
sociedade no processo, com atuação real, é necessário mobilizá-la e informá-la, por
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meio de oficinas, palestras ou outro método, sobre a relevância do Plano Diretor e a
importância da participação de todos para construir um município no qual queiramos
viver. Uma opção interessante para realização dessa etapa é usar os recursos de
comunicação já existentes, como reuniões comunitárias em igrejas, campo de futebol,
etc.
Para sensibilizar a população não se pode poupar esforços, devem acontecer
encontros em diversos locais, cobrindo todo o município, nos quais será usada uma
linguagem acessível à população. Todo o material a ser utilizado deve ser simples e
claro, para garantir a sua compreensão. Nas atividades junto à comunidade, deve-se
fazer levantamento das demandas e problemas do município. Essa etapa pode ser
muito rica para construir um pré-diagnóstico participativo, na forma de um resumo com
a opinião de todos.
Leitura comunitária é um retrato do município construído sob olhar dos seus
moradores. Leitura técnica é aquela feita pelos técnicos da prefeitura e da assessoria.
Essa Leitura se compõe de dados geomorfológicos, infra-estrutura, uso de solo etc.
Para a execução desse trabalho são necessárias Plantas Topográficas para
servir de orientação aos técnicos no planejamento e execução do Plano Diretor,
encontradas em órgãos públicos e instituto de pesquisa. As Plantas Topográficas
somente poderão ser atualizadas por um Engenheiro Agrimensor ou Cartógrafo. Caso
as bases topográficas não estejam atualizadas, há necessidade de contratação de
serviços especializados para a sua atualização.
A partir da Leitura técnica e da Leitura comunitária são construídos textos e
mapas que reflitam a realidade existente no município. Esses documentos serão a
base para a elaboração do Plano Diretor.
Esse desejo que gerará programas, caminhos, propostas e prioridades, deverá
refletir a realidade local, ou seja, a cidade possível, não a cidade idealizada
utopicamente.
É um momento de discussões e consensos de todos os setores da sociedade. A proposta deve conter pontos básicos como:
• Definir os critérios para o cumprimento da função social da propriedade, ou
seja, como será utilizada de maneira sustentável, cada parte da cidade de
modo a atender todos os segmentos da sociedade. Para isso é preciso
definir os preceitos relativos ao uso e ocupação do solo urbano. Tomada
essa decisão, divide-se o município em zonas rurais e urbanas que se
subdividem em subzonas. Quando elas têm características semelhantes
são agrupadas sob um mesmo nome. Essas definições são feitas a partir
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da capacidade da infra-estrutura e dos equipamentos coletivos (escolas,
postos de saúde), dos serviços urbanos, da capacidade de articulação de
cada área e do patrimônio cultural ou natural existente. A isso se chama
macrozoneamento, base fundamental para utilização dos demais
instrumentos de regularização urbanística;
• Uso do solo da área rural e nas áreas de proteção ambiental;
• Diretrizes para garantir o sistema viário, transporte e a mobilidade;
• Diretrizes para desenvolvimento econômico;
• Instrumentos e metodologia de participação popular;
• Reabilitação de áreas centrais e sítios históricos;
• Projetos prioritários;
•
Políticas habitacionais;• Diretrizes para regularização fundiária;
• Propostas para Implementação e Monitoramento / Gestão do Plano.
As propostas daí resultantes devem utilizar as potencialidades de cada área, de
acordo com a sua vocação, e resolver os seus problemas e restrições de maneira que
todos possam se utilizar, de forma conveniente, do espaço urbano, rural e dos
serviços a eles incorporados.
Uma vez definidos os temas relevantes, os pontos fundamentais consensuados
por toda a sociedade como os mais importantes e fundamentais para odesenvolvimento do município chegou a hora de definir quais os instrumentos
necessários para colocá-los em prática.
Não há necessidade de se usar todos os instrumentos previstos no Estatuto da
Cidade. Eles devem ser utilizados de acordo com as demandas do município e é
preciso definir onde e como serão aplicados.
Com todas as definições prontas, é elaborado o texto final detalhado em formato
de um projeto de Lei com capítulos, artigos, parágrafos e incisos, que será
encaminhado pelo executivo à Câmara de Vereadores. O projeto de Lei encaminhadodeve ser de novo discutido com a sociedade e, quando aprovado e votado pelos
vereadores, ele se transforma em Lei.
O Plano Diretor deverá ser auto-aplicável quando se transformar em Lei. O seu
próprio texto indicará o caminho para a sua implementação e gestão. As fontes de
recursos para a realização do plano e os seus projetos prioritários também definirão
um caminho a seguir. Eles devem ser incluídos na Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei
dos Orçamentos Anuais e do Plano Plurianual do Município, para que o planejamento
se efetive.
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O Plano Diretor deve estabelecer a estrutura e o processo participativo que
possibilite a implementação e monitoramento do mesmo. Esse sistema de gestão deve
ser construído a partir da capacidade do município e indicar quais serão os fóruns,
com participação do poder público e da sociedade que irão monitorar, avaliar, propor
mudanças e revisões para o plano.
A participação da sociedade civil é necessária desde o primeiro momento, pois
quem participa da elaboração, com certeza, estará mais preparado para participar da
gestão do Plano Diretor, contribuindo para que cada cidade brasileira ofereça mais
qualidade de vida a seus habitantes.
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7.6 – HISTÓRICO DO MUNICÍPIO DE RIO QUENTE – GO
No auge do colonialismo brasileiro, mais precisamente em 1722, Rio Quente
teve suas fontes de águas quentes descobertas por Bartolomeu Bueno da Silva
Filho e foi batizada de Caldas Velhas. Somente em 11/05/1988 a cidade foi
emancipada, deixando de ser apenas um distrito de Caldas Novas e passando a
ser, juntamente com sua vizinha, grande ponto turístico, que atrai milhares e
milhares de pessoas todos os anos.
Localizado nas proximidades de grandes centros urbanos como Goiânia,
Brasília, Uberlândia e Uberaba, o município goza de natureza privilegiada. Seu
clima Tropical de Savana propicia aos visitantes condições muito agradáveis para
que se possa desfrutar de suas águas termais, entre outras belezas naturais. O
volume de água produzido pelas nascentes da região fazem com que a cada dia,
milhões de litros de água quente renovem o conteúdo das piscinas do parque
aquático da Pousada do Rio Quente Resorts, além de outros hotéis que também
são beneficiados pelo manancial hidrotermal do Rio Quente e, assim, considerados
um dos maiores complexos turísticos do país.
No Bairro Esplanada, por onde passa o ribeirão de águas quentes, encontram-
se os Hotéis Recanto das Águas quentes, os Chalet's Vivendas das Thermas, o
Condomínio Stay House unidades I e II e os Campings Esplanada e Rio Quente com
estrutura completa para receberem seus visitantes.
Apesar da maior fatia de recursos financeiros da cidade ser proveniente do
turismo, Rio Quente é dotado de boa agricultura, com destaque para o cultivo de
milho e arroz e também pratica a pecuária Leiteira.
O município conta ainda com o Parque Estadual Serra de Caldas e devido a
sua importância ecológica, foi criado em 1970 com o objetivo de proteger a área de
captação de chuvas que abastecem os lençóis termais1. O Parque também é
responsável pela pesquisa e preservação de pequena parte do cerrado goiano, epela educação ambiental da comunidade e dos turistas. Por fim, há o ribeirão das
águas quentes que abriga áreas de camping às suas margens.
A população da cidade é de 3.700 habitantes. As vias de acesso a cidade são
pelas rodovias BR 153, GO 413 e GO 507.
1 A criação do parque de Serra de Caldas foi sancionada pelo Art. 1°. da Lei Estadual den°.7.282 nos termos do Art. 5°. da Lei Federal de n°. 4.771.
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8 – DESCRIÇÕES DAS ATIVIDADES EXECUTADAS
8.1 - ELABORAÇÃO DO PLANO DIRETOR DO MUNICÍPIO DE RIO QUENTE – GO
8.1.1 – METODOLOGIA
As atividades do estágio iniciaram alguns meses antes da formalização do
convênio da empresa com a Universidade Federal de Uberlândia. A empresa
Equilíbrio foi contemplada na licitação para elaboração do Plano Diretor no início do
semestre do ano de 2007. Sendo assim, o supervisor do estágio, geógrafo Lázaro
Vinícius de Oliveira, marcou a primeira reunião da equipe técnica, da qual participei,
para orientar as realizações das atividades, delegando funções compatíveis com as
habilidades e atribuições de cada estagiário. A função delegada a mim pelo supervisor
do estágio foi a parte de estudo das questões sócio-ambientais da bacia hidrográfica
do Rio Quente. Sendo assim, foi necessário realizar uma consolidação teórica
referente ao Estatuto da Cidade, Legislação Ambiental Federal, Lei 4.771 (Código
Florestal) e Manejo do Parque Estadual Serra de Caldas, assim como diversas outras
Leituras referente a essa temática a qual faz parte do referencial teórico deste
relatório.
A empresa utilizou a metodologia proposta no planejamento estratégico de
cidade no processo de elaboração de Plano Diretor de Cidade, criando um quadro
síntese em que descreve a estrutura organizacional e a organização do plano,
conforme apresentado posteriormente.
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Quadro Síntese
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Plano Diretor Participativo do Município de Rio Quente/GO
Equipe Técnica
Municipal
Equipe de
Acompanhamento
Consultoria Comunidade
2ª FASE
Propostas/Diretrizes
3ª FASE
Legislação
Levantamento de
Dados
Capacitação
Reuniões Setoriais
Sistematização
Análise dos Dados
Formulações
das Propostas
Legislações Urbanísticas
Decorrentes
Plano de Ações e
Investimentos
Formação das
Equipes
Escritório
Material de
Divulgação
Plano de Trabalho
3ª Audiência2ª Audiência
Ante Projeto de Lei
do Plano Diretor
Produto:
1
Audiência
1ª FASE
Avaliação Temática
Avaliação Temática
Integrada
Produto: Produto:
Relatório Final
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Dentro da estrutura organizacional a empresa Equilíbrio assumiu o papel de
consultoria, tornando-se assim responsável pelas etapas da elaboração do Plano
Diretor referente à mobilização da sociedade (lançando e divulgando a elaboração do
Plano na cidade), capacitação do grupo gestor, levantamento de dados, Leitura
técnica e comunitária, discussão de idéias na Câmara Municipal, articulação da
formulação de estratégia e da construção do pacto (Projeto de Lei) junto à comunidade
local.
O processo de elaboração do Plano Diretor da cidade de Rio Quente ainda
está sendo executado, porém o estágio foi finalizado no 2° semestre de 2007,
cumprindo assim o período da disciplina de Estágio Supervisionado II do Instituto de
Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. O estágio foi realizado durante o
período da primeira fase de organização do plano, com levantamento, análise e
sistematização de dados, participação no processo de capacitação e participação da
1ª reunião setorial.
Durante o estágio, além da consolidação do referencial teórico, foi necessário o
levantamento de dados em fontes secundárias referentes ao campo de pesquisa e
trabalhos de campo com finalidade de visita técnica e sondagem, além das atividades
de aplicação de questionário, mobilização e divulgação do Plano Diretor. Foi
necessária a organização de material ilustrativo como gráficos, tabelas, quadros,
mapas e fotos. No final do estágio, foi realizada a interpretação e sistematização dos
dados, e a elaboração de relatórios temáticos com abordagem sócio-ambiental da
área estudada resultando nos documentos descritos abaixo: Leitura Técnica e Leitura
Comunitária. Esses documentos tornaram-se embasamento para realização da 2ª fase
do quadro síntese com a criação de propostas e diretrizes do projeto de Lei do Plano
Diretor.
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8.1.2 – LEITURA TÉCNICA
CONTEXTUALIZAÇÃO FÍSICO – AMBIENTAL DE ÁREA E DIAGNÓSTICO AMBIENTAL DA BACIA HIDROGRÁFICA DE RIO QUENTE – GO
Relatório do levantamento, sistematização e análise dos dados geoambientaispara contemplação da 1ª Fase de elaboração do Plano Diretor do Município de RioQuente – GO.
Localização
O município de Rio Quente - GO está inserido na Microrregião Meia Ponte,
Mesorregião Sul Goiânio e macrorregião Centro – Oeste Brasileiro.
Segundo as Informações do ZEE’s2 (1999) da Microrregião Meia Ponte, esta se
localiza ao sul do Estado de Goiás sendo formado por vinte e um municípios: Água
Limpa, Aloândia, Bom Jesus de Goiás, Buriti Alegre, Cachoeira Dourada, Caldas
Novas, Cromínia, Goiatuba, Inaciolândia, Itumbiara, Joviânia, Mairipotaba, Marzagão,
Morrinhos, Panamá, Piracanjuba, Pontalina, Porteirâo, Professor Jamil, Rio Quente e
Vicentinópolis (Figura 01). Abrange uma área do total de 21.327,25 km². Encontra-se
posicionada entre os paralelos 17º05’S e 18º40’S e os meridianos 48º25’WGr e
50º20’WGr, aproximadamente (ZEE”s,1999)
Segundo a Lei da Criação do Município de Rio Quente de n° 10.506 datada em
11/05/1988, esta cidade está localizada a 17º 46' 27''S e 48º 46' 21'' WGr . A cidade
possui uma área de 256,70 km² (ANEXO I).
2 Fonte: Zoneamento Ecológico – Ambiental da Microrregião Meia Ponte (1999).
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FIGURA 01 – Localização da microrregião Meia Ponte / GO. Está localizada ao Sul do
Estado de Goiás.
Fonte: Zoneamento Ecológico – Ambiental da Microrregião Meia Ponte (1999).
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Aspectos geológicos e geomorfológicos
A microrregião Meia Ponte abrange duas grandes unidades geomorfológicas,
tais são: Planalto Central Goiano e Planalto Setentrional da Bacia do Paraná.
Entre as sub-compartimentação topográfica do Planalto Central Goiano, as quepredominam na região do município de Rio Quente, são: o Planalto Rebaixado de
Goiânia e do Planalto do Alto Tocantins – Paranaíba (FIGURA 02).
No município de Rio Quente o Planalto Rebaixado de Goiânia abrange uma
imensa superfície em que a cotas altimétricas variam entre 600 a 750 metros (ANEXO
II). Segundo o ZEE’s da microrregião Meia Ponte (1999) esta subunidade
geomorfológica é caracterizada pelo “predomínio de modelados de dissecação de
formas convexas e do tipo tabular, variando a dimensão dos interflúvios”.
No relevo forte ondulado das áreas do Planalto Rebaixado Goiânia é típica nãohaver cascalho, porém, quando há, é do tipo pedregoso. Já no relevo montanhoso e
escarpado é freqüente a presença de afloramentos rochosos,
Por apresentar forte predisposição à erosão, esta subunidade apresenta alta
instabilidade ambiental. Segundo os estudos do ZEE’s (1999), estas áreas se
encontram “em situação de alerta, com risco de perda do horizonte superficial dos
solos, voçorocas e exposição final da rocha matriz”.
No município de Rio Quente, pode-se perceber a necessidade de ações
preventivas e/ou corretivas, para evitar os impactos ambientais negativos e adversos3,que estão acontecendo decorrente ao mau uso do solo. Essas interferências
antrópicas estão viabilizando o desencadeamento acelerado de processos erosivos
drásticos.
O Planalto do Alto Tocantins – Paranaíba é caracterizado morro testemunha
que se encontra na direção Leste do município, conhecido regionalmente como Serra
de Caldas. É nesta serra que está a nascente do Rio Quente.
3 Em seu livro titulado Pla ne jam ento A m bienta l pa ra a Cida de Sustentável , FRANCO(2001) define que o impacto ambiental negativo ou adverso é “quando a açãoresulta em um dano à qualidade de um fator ou parâmetro ambiental”.
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Segundo o ZEE’s,
A Serra de Caldas apresenta um relevo de topo tabular, forma ovóide, com
cotas altimétricas no topo variáveis entre 900 e 1.043 metros, circundado porescarpas estruturais, com desníveis de até 150 metros, que se unem a uma
rampa dissecada em formas aguçadas, as quais entram em coalescência
com o Planalto Rebaixado de Goiânia. (ZEE’s, 1999).
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FIGURA 02 – Zoneamento Geoambiental da microrregião Meia Ponte – GO. Predomina na
fisionomia do relevo do município de Rio Quente as sub-compatimentação do Planalto Central
Goiano: Planalto Rebaixado Goiânia e Planalto do Alto Tocantins – Paranaíba.
41Fonte: Zoneamento Ecológico – Ambiental da Microrregião Meia Ponte, 1999.
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Acredita-se que as superfícies do Planalto Tocantins – Paranaíba foram
niveladas por ação de processos erosivos mecânicos em condições climáticas muito
severas (pediplanação).
A dinâmica hidrogeológico das águas termáticas do Rio Quente
Famosa pelas suas águas termais, Rio Quente nascem na encosta Oeste da
Serra de Caldas. A preciosidade destas águas fortalece a atratividade turística que
consolidou a economia local.
O aqüífero da nascente do Rio Quente é abastecido pelas águas pluviais que
infiltram no solo do topo da Serra de Caldas de grande potencial de recarga. A
formação da Serra de Caldas ocorreu através de movimentos epirogênicos que deu a
sua forma de arqueamento tectônico obtendo elevações de até 940 metros de altitude.
No alto da serra de Caldas, além de possuir um relevo suavemente achatado
com cerca de 80 Km², o solo é poroso e argila-arenoso com espessura de até 25
metros (GIL, 2005). Sendo assim, a condutividade hidráulica é ideal para que as águas
precipitadas atinjam camadas rochosas cristalinas de fraturamentos primários e
secundários de rochas metamórficas, sendo que o maciço rochoso quartzítico se
encontra assentado no maciço rochoso micaxisto. Ao alcançar grandes profundidades,
as águas infiltradas se aquecem pelo grau geotérmico.
Os falhamentos subverticais das rochas do subsolo da serra, são eficiente
condutores de profundidade e descida destas águas que irão se depositar na zona
inferior à superfície Piezométrica, denominada Zona Saturada. A superfície
Piezométrica se encontra na camada rochosa de quartzitos no ponto limítrofe da
camada rochosa de micaxitos.
Segundo Leinz e Amaral,
[...] superfície piezométrica, designada também por lençol freático ou por
nível hidrostático (expressões atualmente em desuso) cuja profundidade varia
com as mudanças climáticas, com a topografia da região e com a
permeabilidade das rochas. [...] A zona inferior é denominada zona de
saturação porque todos os poros e interstícios da rocha se acham saturados
de água. Reserva-se a expressão água subterrânea à água contida nessa
zona, isto é, à água situada abaixo da superfície piezométrica (LEINZ;
AMARAL, 2001, p.79).
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Durante muito tempo, achava-se que o aquecimento das águas termais de Rio
Quente era acarretado pelo magmatismo ou vulcanismo. Tal teoria foi desmistificada.
Atualmente, apesar de não haver nenhuma teoria exata sobre a verdadeira causa do
fenômeno de elevação da temperatura dessas águas, sabemos que a teoria mais
próxima da verdadeira causa do aquecimento dessas águas termais do Rio Quente é
devida ao aumento do grau geotérmico, isto é, aumento da temperatura com gradativo
aumento da profundidade das águas no subsolo da serra.
Segundo o projeto “Recuperação das Matas Ciliares e Proteção das Nascentes
do Rio Quente utilizado para o abastecimento público da cidade de Rio Quente – GO”,
elaborado pela equipe técnica da Prefeitura Municipal de Rio Quente, às águas
pluviais infiltradas nos solos do topo da serra chegam alcançar até 1000 metros de
profundidade, elevando a temperatura das águas até 50° C mais elevado que as
águas da superfície.
O fluxo das águas do Aqüífero hidrotermal de Rio Quente efetua a percolação
através de células convectivas. Desta maneira, as águas ascendem até a superfície
formando a nascente de águas termais do Rio Quente, no interior da Pousada do Rio
Quente Resort.
Segundo o artigo “Aqüífero termal de Caldas Novas e o reservatório de
Corumbá: modelo hidrogeológico conceitual” 4 do geólogo Gil (2005), ele afirma que
no processo de” [...] ascensão das águas de zonas mais profundas para superfície,
ocorre troca de calor dessas águas com as paredes do maciço rochoso, deixando-as
mais frias no sentido da diminuição da profundidade”.
A percolação de ascendência das águas aquecidas (Pressão Hidrostática) e do
encontro da nascente do Rio Quente com as águas do freático resulta no resfriamento
das águas termais. Porém, essas águas chegam aquecidas à superfície, sendo então,
o estímulo de vários turistas que buscam balnear deste recurso natural enquanto
forma de lazer.
4 Este artigo foi publicado no XXVI Seminário Nacional de Grandes Barragens em
Goiânia – GO, 2005, realizado pelo Comitê Brasileiro de Barragens.
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Caracterização climática
Considerando a classificação climática de Koppen, a região da Serra das
Caldas possui o clima tropical chuvoso de savana. Esta classificação climática é
representada pelas letras “Aw”. A letra “A” indica o tipo climático principal, “Tropical
chuvoso”. E a letra “w” indica a variação sazonal de pluviosidade, “chuvas de
verão”.
É perceptível a presença de elevadas temperaturas e a alternância entre as
estações inverno seco e verão úmido (FIGURA 03).
FIGURA 03 – Climograma do Clima Tropical de Savana. Duas estações bem
definidas em clima frio – seco no meio do ano, e clima quente – úmido no início e fim
do ano.
Fonte: http://www.cocemsuacasa.com.br/ebook/pages/426.htm. Acesso em: 24 ago.
2007.
Conforme o Plano de Manejo do Parque Estadual da Serra de Caldas Novas
(1998),
“A pluviosidade média anual da região é da ordem de 1.500 mm com
precipitações concentrando-se no período de outubro e março e a estação
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http://www.cocemsuacasa.com.br/ebook/pages/426.htmhttp://www.cocemsuacasa.com.br/ebook/pages/426.htm
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seca no período de abril a setembro. A temperatura média anual da região é
da ordem de 23 graus havendo uma correspondência entre os valores
médios mínimos (19 graus) nos meses secos e os valores médios máximos
(24 graus) nos meses chuvosos. A umidade relativa média é de 68 % e a
insolação anual atinge 2.536 horas (1977, p. 20)”.
A amplitude térmica anual é aproximadamente de 5 graus. Em Serra das Caldas,
no verão, há presença da Massa Equatorial Continental (Ec), atraído pelas baixas
pressões e pelo enfraquecimento e recuo da Massa Polar Atlântica (Pa), provocando
chuvas de verão ou convectivas (TERRA; COELHO, 2005).
Segundo Krajewski; Guimarães; Ribeiro (2005) “estas chuvas ocorrem
geralmente no final do dia, depois que o ar quente, menos denso, sobe carregando
a umidade, que se condensa quando se resfria nas altitudes mais elevadas,
gerando chuvas fortes”. A média mensal da umidade relativa fica em torno de 50 a 60% nos meses
mais secos e, na estação chuvosa, ultrapassa 80% (ZEE’s, 1999).
No município de Rio Quente, algumas peculiaridades climáticas são
perceptíveis devido às intensas atividades de construção civil, principalmente no
bairro Esplanada quando comparado ao centro da cidade.
Podemos perceber o intenso processo de asfaltamento nas proximidades da
margem do Rio Quente. Consequentemente gerará a impermeabilização do solo.
Segundo Lucci; Branco; Mendonça (2004), a “impermeabilização do solo pela
pavimentação de ruas e pelas edificações absorve de 98 a 99% da radiação solar
que atinge a superfície”. Sendo assim, podemos entender que esta alteração do
ambiente altera a temperatura do lugar, tornando o ambiente mais quente durante
o dia e mais frio durante a noite.
Como a atividade turística está concentrada no bairro Esplanada, este vem
sofrendo intenso processo de urbanização que está alterando o clima da cidade,
(principalmente neste bairro), gerando características típicas de micro clima
urbano.
No bairro Esplanada é intenso o processo de verticalização das construções de
vários edifícios, hotéis... Os quais estão voltados para a especulação imobiliária,
uma vez que, a maior porção do Rio Quente – atrativo turístico da cidade – está
localizada neste bairro. A verticalização das construções gera dificuldade na
circulação do ar no interior do bairro, resultando em acréscimo na temperatura
ambiente.
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Vegetação
Das vegetações nativas, assim como em toda microrregião Meia Ponte, no município
de Rio Quente são predominantes dois tipos, tais são: Savana Arborizada e Savana
Florestada. São terras desaconselháveis para o uso agrícola, mais indicada para apreservação ambiental (ANEXO III).
Em toda