9

Click here to load reader

A prática da mediunidade

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: A prática da mediunidade

A prática da

mediunidade Grupo Espírita Bezerra de Menezes

O público pode freqüentar as reuniões mediúnicas do Centro

Espírita?

As reuniões mediúnicas são atividades íntimas da casa espírita e só devem ser freqüentadas por pessoas habilitadas para a tarefa. Allan

Kardec ensina que: "a concentração e a comunhão de pensamentos sendo as condições necessárias de toda reunião séria, compreende-se

que o grande número de assistentes é uma das causas mais contrárias à homogeneidade". Portanto, as reuniões mediúnicas

devem ser realizadas apenas pela equipe da casa, formada por médiuns, doutrinadores, passistas e secretário. O hábito de realizar

reuniões mediúnicas na presença de pessoas obsediadas ou do público estranho ao quadro de trabalhadores é completamente

inadequado e não atende aos propósitos kardequianos dessa atividade. Além de não resolver nenhum problema na área

desobsessiva, ainda coloca as pessoas sob risco do desequilíbrio.

Quantas reuniões mediúnicas podem existir numa Casa

Espírita? A quantidade de reuniões mediúnicas de um Centro Espírita fica a

critério de cada casa, de acordo com a necessidade apresentada. Entretanto, via de regra, deveria ter, no mínimo, três sessões: uma

reunião de desenvolvimento ou educação da mediunidade, uma de desobsessão e uma de psicografia.

Quais os pré-requisitos para participar de reuniões mediúnicas? E quando a pessoa que participa não se encontra

bem (ex: transtorno do pânico), como proceder? A primeira condição a ser considerada é se a pessoa faz parte do

quadro de trabalhadores do centro espírita. Não se pode admitir ninguém em um trabalho dessa natureza se não fizer parte da equipe

de tarefeiros, estando integrada nos ideais da casa. O simples fato de ser médium não credencia ninguém a trabalhar nas sessões espíritas

de intercâmbio espiritual. Sendo trabalhador do centro espírita, ela deve estar inserida nas reuniões de estudo das Obras Básicas para

que possa se instruir sobre a doutrina que professa. O trabalhador que não estuda não se instrui, estando, portanto, despreparado para

desempenhar tão grave tarefa. Deve trabalhar incessantemente pela sua melhoria a fim de merecer a assistência dos bons Espíritos.

Precisa participar ativamente dos trabalhos da casa, inclusive no

Page 2: A prática da mediunidade

campo da assistência social, desenvolvendo assim o sentimento de

amor ao próximo, quando em contato com o sofrimento dos irmãos necessitados. Se a pessoa, quando no exercício da mediunidade, não

se encontra bem psiquicamente, deve ser afastada das atividades

práticas, submetendo-se à assistência dos Espíritos no tratamento que a casa espírita deve oferecer. Os transtornos do pânico são

ligados a processos obsessivos e como tal devem ser tratados. As comunicações vindas de um médium sob o império da obsessão não

devem ser consideradas, diz Allan Kardec.

Todo trabalho mediúnico deve ser pautado pela disciplina dos trabalhadores com relação à assiduidade e ao

comprometimento com a tarefa abraçada. Quais seriam os melhores procedimentos a serem adotados no caso de

trabalhadores que faltam com alguma freqüência?

Todo trabalho da casa espírita deveria ser pautado em normas que norteassem uma disciplina, o que facilitaria sobremaneira a tarefa de

todos os integrantes da equipe. Entretanto, existe no movimento uma estranha aversão à disciplina devido à mentalidade de que no centro

espírita tudo pode ser feito por todo mundo, bastando para isso que tenham boa vontade, mesmo que não se tenha preparo ou

maturidade para a tarefa. Dizem que fazer o contrário é falta de caridade. Este procedimento tem trazido imensos prejuízos para o

crescimento das casas espíritas como um todo. A tarefa mediúnica deve, mais que qualquer outra, obedecer a critérios de admissão que

são os mecanismos de segurança de que fala Allan Kardec, em o Livro dos Médiuns, capítulo 29, quando trata da questões das

reuniões e sociedades. Trabalhadores que faltam a um trabalho dessa natureza devem ser avaliados para analisar as razões pelas quais

estão faltando. Caso sejam problemas temporários, que possam ser

resolvidos em breve tempo, devem ser afastados da atividade até que se organize de forma a cumprir com dedicação e afinco sua

responsabilidade. Quando resolverem, voltarão para suas atividades. Se forem razões que não atendam a uma justificativa aceitável, ou

seja, cada dia é por um motivo, sem uma razão específica, demonstra que esse trabalhador ainda não compreendeu a gravidade

da tarefa com a qual se comprometeu. Geralmente são pessoas que acham estar fazendo uma grande caridade e que a casa espírita

necessita dela, quando é o contrário. Devem ser afastadas da atividade de intercâmbio espiritual, pois causam mais prejuízos para

o equilíbrio vibratório das reuniões que qualquer outra coisa.

Como estabelecer regras num trabalho de desobsessão?

As regras para um trabalho dessa natureza começam na organização da casa espírita com um todo. Passa pela admissão da pessoa como

trabalhador da casa, pela sua instrução quando entra nos cursos oferecidos pela casa, e pela sua moralização que é a razão de ser do

Espiritismo. Portanto não se pode falar em regras em um trabalho

Page 3: A prática da mediunidade

mediúnico sem observar essas condições básicas antes. Uma vez

obedecidos esses critérios, o médium é admitido na tarefa para experiência, sabendo que poderá ser afastado se não adequar-se às

normas, que são basicamente: estudo, seriedade, regularidade nas

reuniões bem como nas outras atividades da casa espírita e trabalho incessante para vencer suas más inclinações.

Quando um grupo de estudo, com o tempo, transforma-se num

grupo de trabalho mediúnico, trabalhando há mais de 7 anos atendendo Espíritos sofredores, suicidas, endurecidos e com

ódio, fazendo o trabalho de orientação, doutrinação e passe, esse seria um grupo de desobsessão ou um grupo de

desenvolvimento e educação da mediunidade? O trabalho de desobsessão tem o objetivo preciso de trabalhar para

atender os casos de obsessão atendidos na casa espírita. Tem

método e desenvolvimento próprios e só trabalham médiuns já educados, com certa experiência, que certamente já passaram pela

reunião de educação da mediunidade. Não é aconselhável atender entidades endurecidas e com ódio nas reuniões de desenvolvimento,

pelos danos psíquicos que poderão causar ao médium novato por conta de sua natural inexperiência e insegurança. Certamente que

esse critério e controle fica a cargo do dirigente da reunião, que é o responsável por tudo o que ali acontece. Geralmente na desobsessão

atendem-se às evocações dos casos graves de obsessão, os Espíritos maus inimigos da casa e da Causa e as manifestações espontâneas,

onde os mentores trazem aqueles que julgarem necessários.

Por favor expliquem-nos o que vem a ser educação e

desenvolvimento mediúnico e qual a diferença da desobsessão.

O termo educação e desenvolvimento da mediunidade são usados para o mesmo fim. Nós preferimos desenvolvimento, pois na verdade

no trabalho que é feito nessas reuniões, a mediunidade vai se desenvolvendo na medida do esforço e da característica pessoal do

médium. O termo educação pressupõe que a pessoa já tem uma mediunidade ostensiva e vai apenas educá-la, o que na maioria das

vezes não é verdade. Mas isso é uma questão de forma. O que se deve saber é que nas reuniões de desenvolvimento estamos

trabalhando o dom para servir mais e melhor, ou seja desenvolvendo e disciplinando um tarefeiro de intercâmbio espiritual, para

desempenhar suas atividades servindo a Jesus no amparo dos

necessitados da alma. Quando estiver seguro e maduro na compressão do que se propõe, bem como se sua mediunidade for de

fato produtiva, o médium passará a realizar sua tarefa nas reuniões de desobsessão, se lá houver necessidade dela. Nas reuniões de

desenvolvimento ou educação da mediunidade deve-se trabalhar com Espíritos sofredores de uma forma geral. Os Espíritos maus, devem

ser instruídos e doutrinados nas reuniões de desobsessão, pois eles

Page 4: A prática da mediunidade

caracterizam manifestações que necessitam de médiuns mais

maduros e experientes para o serviço.

Como proceder em relação ao desenvolvimento mediúnico e

de que forma coordenar esse trabalho? Quando o médium estaria apto para vencer essa etapa de "desenvolvimento" e

iniciar o trabalho na desobsessão? Na verdade o trabalho mediúnico é toda uma ciência prática, que

deve estar amplamente fundamentada na teoria kardequiana e nas mãos do dirigente da reunião, que por sua vez deve ser pessoa séria,

disciplinada, dedicada ao ideal do Cristo e com autoridade moral sobre o grupo com quem trabalha. Deve ter uma vida de exemplos,

se quiser realizar um trabalho que produza no campo do Bem. Visto isto, ele forma sua equipe, sempre tendo em mente que vai fazer

experiências com algumas pessoas no campo da mediunidade. Deve

ficar bem claro que se a pessoa não produzir bem, será afastada da tarefa e irá servir em outra área da casa. Dentro da própria reunião

pode ser aproveitado no trabalho de passes ou do secretariado, funções igualmente sérias e importantes. Este procedimento só

poderá ser feito se houver um perfeito intercâmbio entre o dirigente e os membros da equipe, com inteira confiança entre eles, o que

necessariamente depende do tipo de organização e administração que tem a casa espírita. Casas espíritas desorganizadas e que não

tenham muito critério na admissão de trabalhadores e conseqüentemente na composição do quadro de médiuns, esse tipo

de norma é quase impossível de ser implementado, por conta dos melindres que são filhos do orgulho e da vaidade. Se for criado um

laço de compromisso eterno entre o médium e o dirigente, certamente será quase impossível afastar uma pessoa improdutiva da

reunião, permanecendo alguns indivíduos, às vezes, por anos a fio

nas sessões, sem produzirem absolutamente nada. Dormem por todo o tempo e ainda encontram explicações de que "são médiuns

excelentes doadores de fluidos". O médium poderá ser experimentado no trabalho de desobsessão quando já tenha

segurança ou potencial mediúnico confiável. Ele estará pronto quando der mostras de sua maturidade espiritual (seriedade, disciplina,

dedicação, abnegação etc) e se sua mediunidade for produtiva. Ou seja, se der comunicações fáceis, variadas, sem floreios e fantasias.

Médiuns imaturos costumam fantasiar muito, acham-se especiais, rejeitam quaisquer observações, são por demais suscetíveis, resistem

à qualquer mudança de planos, melindram-se por tudo e não aceitam orientação. Esses não deveriam servir no ministério da mediunidade,

pois ainda não compreenderam que o dom é de Deus e que a Ele devemos servir sem barreiras.

Como se dá, em regras gerais, a rotina do trabalho mediúnico? Qual a experiência do Grupo responsável pela seção Perguntas

e Respostas?

Page 5: A prática da mediunidade

Buscamos trabalhar dentro da racionalidade kardequiana, abraçando

o trabalho com a seriedade devida, com o recolhimento necessário, exercendo a mediunidade de forma religiosa, como nos adverte Allan

Kardec, no Evangelho Segundo o Espiritismo. Inicia-se com uma

prece, depois faz-se 1 (uma) hora de estudo do Evangelho, ou então 30 minutos de Evangelho e 30 minutos de O Livro dos Médiuns, caso

não tenha outro dia dedicado ao exame desse Livro, na casa. Depois disso, inicia-se a parte prática que deve durar cerca de 1 hora. Na

parte prática propriamente dita, inicia-se com manifestação de um instrutor e depois abre-se espaço para as comunicações espontâneas

de sofredores. Pode-se também, evocar Espíritos sofredores de determinada faixa vibratória, como suicidas, acidentados etc. Esta

prática ajuda muito no desenvolvimento dos médiuns, bem como serve para aferir o grau de confiabilidade da mediunidade de quem já

está há mais tempo na tarefa. Por fim, abre-se espaço para as manifestações de instrutores ou guias espirituais dos médiuns, para

as considerações finais. Encerra-se com uma prece. Nas reuniões de desobsessão, segue-me o mesmo roteiro, com a diferença de que ao

final, antes das manifestações do Benfeitores, evoca-se os casos

graves de obsessão, que estão sendo tratados na casa. Além, é claro, das manifestações espontâneas dos casos trazidos pelos mentores

espirituais do trabalho.

Como formar e coordenar um grupo de pessoas novas, para "desenvolvimento" e educação mediúnica?

Só se deve formar novos grupos de médiuns na casa, se houver necessidade de aumentar o quadro de trabalhadores dessa área. A

mediunidade não deve ser exercida para atender a necessidade do médium, como comumente se vê, mas para trabalhar em prol de

uma causa. O médium disciplinado pode trabalhar em qualquer das

frentes de serviço da casa, sem prejuízo nenhum para si, desde que o faça com o verdadeiro sentimento de amor ao próximo. Se a casa já

tem sua equipe de desenvolvimento e sua equipe de desobsessão, deverá zelar delas com carinho, tratando de faze-las crescer para

produzirem cada vez mais. Cerca de 10 médiuns em cada reunião é mais do que suficiente para atender as necessidades de uma casa

espírita que tenha uma freqüência de mais ou menos 500 pessoas por semana. Se for um casa menor, pode-se ter uma reunião com a

metade desse número e funciona muito bem, desde que se guie por métodos e deixe de lado o empirismo, as longas conversas com

Espíritos endurecidos, as intermináveis comunicações de "guias" e por aí afora. Não se deve esquecer que a maioria dos casos de

obsessão encontrados na população podem ser tratados apenas com a correta instrução ministrada nas palestras públicas, com a ajuda da

fluidoterapia. Portanto, que não sejam criados novos grupos apenas

para "formar" médiuns se a casa já tem sua equipe formada. Se porventura aparecer alguém do grupo de trabalhadores que tenha

uma mediunidade muito ostensiva, coloque-o na reunião de

Page 6: A prática da mediunidade

desenvolvimento para observar seu comportamento mediúnico por

algumas semanas, não sem antes submetê-la a um tratamento espiritual, pois devemos sempre desconfiar das "mediunidades que

começam prontas para servirem". Tenhamos cautela com isso, diz

Allan Kardec. O ideal em uma casa espírita é que tenha 3 reuniões mediúnicas na semana: uma de Desenvolvimento, uma de

Desobsessão e uma de Psicografia.

Gostaria de saber se Allan Kardec fez alguma alusão à prática de doutrinação, ou seja, se podemos doutrinar mais de um

Espírito ao mesmo tempo. Há uma grande polêmica sobre esta questão. Algumas figuras do

movimento instruem que não se deve colocar barreiras para as manifestações dos Espíritos nas reuniões de intercâmbio, pois isso

seria faltar com a caridade. E defendem a prática das manifestações

simultâneas, deixando a mercê dos médiuns, e evidentemente do mundo espiritual, toda a rotina do trabalho mediúnico. Se o que se

quer é quantidade de manifestações, esta prática serve, mas se o que se almeja é o auxílio aos irmãos necessitados que são trazidos nas

reuniões, deve-se mudar o rumo das coisas. Allan Kardec, na Revista Espírita, instrui incansavelmente sobre a forma de conversar com os

Espíritos, e certamente conversava com um de cada vez. Para analisar com racionalidade a questão basta que apliquemos a dúvida

em nossa vida prática: consegue-se conversar com duas ou três pessoas ao mesmo tempo? Em assembléias onde muitas pessoas

falam simultaneamente logo se estabelece a confusão. Nas reuniões mediúnicas isso deve ser muito mais considerado, pois necessita de

um clima vibratório propício de calma e recolhimento, o que é impossível conseguir com a desarmonia que estabelece um ambiente

de barulho e desordem.

É proibido evocar os Espíritos? Podemos evocá-los nas

reuniões mediúnicas? Sim, podemos e devemos evocar os Espíritos. Allan Kardec dedicou

um capítulo inteiro do Livro dos Médiuns (capítulo 25) ensinando como, por quê e para quê servem as evocações. São suas estas

palavras: "Podemos evocar todos os Espíritos, seja qual for o grau da escala a que pertençam" (item 274 de O Livro dos Médiuns). Disse

ainda que não é possível tratar de obsessões graves sem evocar as entidades envolvidas no processo. Certamente as evocações, bem

como toda e qualquer atividade no campo da mediunidade, só devem

ser praticadas por grupos experientes, que tratam a questão com a seriedade devida. Caso contrário, permanecerão sob jugo de Espíritos

enganadores e brincalhões, pois eles existem por toda parte.

O espírita deve buscar na sua reforma íntima mudar a alimentação, evitando ou eliminando as carnes de seu

cardápio? O consumo de carne prejudica o exercício

Page 7: A prática da mediunidade

mediunidade?

O objetivo da Doutrina Espírita é modificar moralmente o homem, fazendo-o melhor em todos os sentidos. A idéia de que o "não comer

carne" contribui para a purificação do Espírito vem das doutrinas

esotéricas. Isso não tem qualquer fundamento lógico e contraria as orientações dos Espíritos superiores a respeito do assunto. O que

acontece é que a carne vermelha tem uma metabolização mais difícil que as carnes brancas ou alguns vegetais, tendo o organismo que

despender maior gasto energético para concretizá-la. O hábito alimentar ocidental é cheio de vícios e temos que nos disciplinar para

conter os excessos alimentares, que como todo excesso, faz mal para a saúde do corpo. Um corpo em desequilíbrio traz conseqüências

danosas ao Espírito e vice-versa. Portanto, é prudente alimentar-se com moderação sempre. Nos dias de atividades mediúnicas,

aconselha-se o consumo de alimentação mais leve para evitar desgastes energéticos com a digestão e facilitar a tarefa de

intercâmbio, já que em tudo há a movimentação de energias. O consumo de carne em nada prejudica o exercício da mediunidade. O

que o afeta profundamente são os vícios morais, esses um tanto mais

difíceis de serem erradicados, do que o simples costume de se comer carne.

Gostaria de tirar uma dúvida em relação a saídas fora do corpo

(viagem astral). Isto é uma característica de mediunidade? A experiência do Espírito fora do corpo chama-se Desdobramento e é

um dos tipos de mediunidade. Como existe muita facilidade da pessoa fantasiar visões e experiências, deve ser feita com muita

cautela e sem qualquer objetivo de colher informações precisas do mundo espiritual.

Questões sobre as evocações As evocações para tratamento de casos graves de obsessão, devem

ser realizadas sempre em reuniões mediúnicas sérias, com médiuns experientes e seguros. Deve ser realizada uma primeira evocação e

dependendo do caso poderá ser feitas mais duas ou no máximo três, pois se tiver uma boa assistência espiritual não será necessário mais

que isso para se tratar com os Espíritos obsessores. Em qualquer circunstância o médium deverá se concentrar em Jesus e os Espíritos

instrutores do trabalho trarão o Espírito, não importando onde ele esteja, se isso for necessário. Não é necessário que os médiuns se

concentrem na casa do obsediado. De uma maneira geral, os

instrutores espirituais levam o Espírito para locais onde possam ser instruídos.

b) Quais perguntas que um dirigente deve fazer para o

Espírito evocado e quantas vezes é necessário evocá-lo? As perguntas dependem do caso, mas não devem ser muitas, nem se

deve estender nas conversas com Espíritos muito endurecidos. Mais

Page 8: A prática da mediunidade

vale fazer as preces e encaminhá-los aos planos espirituais para que

os amigos espirituais cuidem dele. A necessidade da evocação depende da evolução do processo obsessivo. Mas, na maioria dos

casos graves, não excede três vezes.

c) Como o referido Espírito deve se comportar em um centro

espírita kardecista, isto é o dirigente deve deixar o mesmo à vontade e fazer o que quer, ou deve manter o controle do

referido Espírito, sem cair no chão, dizer palavrões, ficar andando etc.?

O Espírito só faz o que o médium permite. Se o Espírito faz arruaça, quer quebrar, andar, falar palavrões etc, o médium precisa ser

educado, pois provavelmente está sendo mal conduzido em sua mediunidade. O Espírito não pode conduzir o médium, mas o médium

conduz o Espírito. O dirigente é o responsável por essas coisas. Se for

bem orientado na Doutrina Espírita não deixará que coisas dessa natureza aconteçam.

Gostaria de saber se a prática do desdobramento é saudável,

pois há quase 3 anos venho saindo de meu corpo físico. Desdobramento não é coisa muito sadia se não for feito em ambiente

de segurança. Os transes só são mais ou menos seguros quando feitos em casas espíritas kardecistas equilibradas, que possam dar

uma orientação mais fundamentada na Doutrina Espírita. Sair do corpo solitariamente é muito arriscado, ainda mais nesse ambiente

espiritual que aí está. Além disso é muito sujeito à interpretação

pessoal do médium. Portanto aconselhamos ter muita cautela com essa prática, apesar da maioria dos espíritas acharem que não é nada

demais. Nossa experiência com a mediunidade e os estudos da Doutrina Espírita, nos dizem o contrário.

Sobre a evocação dos Espíritos, Kardec fala das equipes que se

prestam às evocações e são procuradas para atender interesses particulares. Ele diz que só com reservas esses

pedidos devem ser atendidos, evitando que o médium se transforme em instrumento de consultas. Diante deste fato o

trabalho de pesquisa mediúnica, realizado no atendimento

fraterno não estaria em contradição com a orientação do Codificador?

O texto de Allan Kardec se refere às pessoas que fazem da mediunidade meio de vida, ou seja, transformam-se em consulentes,

coisa muito comum naquela época e ainda hoje. Portanto ele alertava para esse perigo e orienta nesse sentido, quando trata das

evocações. O exame espiritual realizado em alguns casos sérios detectados nas entrevistas nada tem a ver com isso, pois trata-se de

uma investigação espiritual no sentido de auxiliar o diagnóstico (como um exame complementar). Além disso, a investigação é feita

por solicitação de quem faz a entrevista e não de quem está sendo

Page 9: A prática da mediunidade

entrevistado, ou seja, apenas em casos de necessidade. As pessoas

só são informadas dos resultados em situações de exceção. Portanto a pesquisa mediúnica não entra em contradição com a orientação de

Allan Kardec.

Há centros que alternam médiuns em trabalho ostensivo e

médiuns de apoio à mesa, durante o trabalho mediúnico. Existe razão para isso, como troca de fluidos, ou não tem

fundamento? Essa prática não encontra fundamentação nas obras de Allan Kardec.

Não existe nenhuma razão para ter médiuns de apoio à mesa. A mediunidade serve para intermediar, como diz o nome. Essa idéia

nasceu dos livros subsidiários e encontra ressonância no meio espírita que pouco sabe da obra de Allan Kardec. Esse tipo de alternância na

tarefa mediúnica também não faz sentido e tem pouca ou nenhuma

produtividade.

Como proceder com pessoas que estão envolvidas por um processo obsessivo, que foram forçadas a desenvolver

mediunidade? No Brasil é muito comum encontrarmos pessoas obsedadas pela

prática indevida da mediunidade. São criaturas que acabaram vítimas de dirigentes equivocados, que ainda pensam ser a mediunidade uma

forma de se fazer "caridade". A vulgarização da prática mediúnica, a irresponsabilidade das federações e dos líderes espíritas frente ao

problema deu origem a uma legião de médiuns improdutivos, de

mentalidade fantasiosa que pouco fazem em termos de mediunidade. Quando se percebe que alguém está sob o império da obsessão por

causa do exercício da mediunidade, basta afastá-lo das sessões e submetê-lo, durante algumas semanas, a um tratamento. Ela ficará

livre das contaminações adquiridas na mesa ou da obsessão, caso a tenha, e o mal desaparecerá. Se o problema for num outro centro,

não tenha receio de pedir à criatura que se afaste de lá. Faça-o, pois estará prestando-lhe um grande serviço em nome da caridade.