A Previdência Social Dos Servidores Públicos - Modulo 1

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  • 7/23/2019 A Previdncia Social Dos Servidores Pblicos - Modulo 1

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    A Previdncia Social dos Servidores Pblicos RegimePrprio e Regime de Previdncia Complementar

    Mdulo

    Braslia - 2015

    Entendendo a previdncia socialdo servidor pblico por meiode suas normas constucionais,

    legais e infralegais

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    Fundao Escola Nacional de Administrao Pblica

    Presidente

    Gleisson Rubin

    Diretor de Desenvolvimento Gerencial

    Paulo Marques

    Coordenadora-Geral de Educao a Distncia

    Natlia Teles da Mota Teixeira

    Autor do Contedo

    Valria Porto (2013)

    Reviso textual e diagramao 2015 realizada no mbito do acordo de Cooperao TcnicaFUB/CDT/

    Laboratrio Latude e ENAP.

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    SUMRIO

    Unidade 1 - Entendendo a previdncia social do servidor pblico por meio de suas normas constucionais,

    legais e infralegais ..................................................................................................................................5

    1.1 Introduo ........................................................................................................................................5

    1.2 Entendendo a previdncia social do servidor pblico por meio de suas normas constucionais, legais

    e infralegais ............................................................................................................................................7

    1.3 A EC n 20/98: o carter contribuvo ................................................................................................8

    1.4 A EC n 41/2003: contribuio e solidariedade ..................................................................................9

    1.5 A EC n 47/2005: mais uma regra de transio, vigncia a parr de 31.12.2003 ............................... 12

    1.6 A EC n 70/2012: alterao na aposentadoria por invalidez .............................................................14

    1.7 A Lei n 12.618/2012 e o Decreto n 7.808/2012: instuio do regime de previdncia complementar

    e criao da Funpresp-Exe .................................................................................................................... 15

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    1.1 Introduo

    Breve histrico da proteo social dos servidores pblicos no Brasil

    At a promulgao da Constuio de 1988, a proteo social dos servidores pblicos sempre

    foi tratada como uma extenso da polca de pessoal do Estado. O direito aposentadoria

    decorria do fato de os servidores terem trabalhado para o Estado, e no porque haviam

    contribudo para isso.

    Enquanto a aposentadoria cava a cargo do Tesouro Nacional (administrao direta), os demais

    benecios, tais como penso, peclio, auxlio-funeral etc., cavam a cargo das Caixas ou dos

    Instutos de Aposentadorias e Penses (administrao indireta).

    A Constuio de 1891 previa, em seu art. 75, a concesso da aposentadoria por invalidez aos

    servidores pblicos e a Constuio de 1934, em seu art. 170, estabeleceu uma srie de regras

    sobre a aposentadoria, mas nada disps sobre as penses. A Constuio de 1937 tratou da

    aposentadoria, no art. 156, mas tambm silenciou-se sobre a concesso de penses.

    Somente em 1938 os servidores pblicos comearam a ter um sistema de proteo mais

    organizado, quando foi criado o Instuto de Previdncia e Assistncia dos Servidores do Estado

    (Ipase).

    A Constuio de 1946 disps, pela primeira vez, sobre a competncia do Tribunal de Contas

    da Unio para julgar a legalidade das aposentadorias, reformas e penses (art. 77, III).

    MduloEntendendo a previdncia social do

    servidor pblico por meio de suas normas

    constitucionais, legais e infralegais

    1

    Ol parcipante! Seja bem-vindo ao Mdulo 1!

    Aqui voc aprender sobre a previdncia social do servidor pblico por

    meio de suas normas constucionais, legais e infralegais, que esto

    organizadas desta forma:

    - A EC 20/98: o carter contribuvo

    - A EC 41/2003: contribuio e solidariedade

    - A EC 47/2005: mais uma regra de transio

    - A EC 70/2012: alterao na aposentadoria por invalidez

    Bons estudos!

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    A Constuio de 1967, com a redao da Emenda Constucional 1/1969, disps sobre a

    aposentadoria por invalidez, a aposentadoria compulsria aos 70 anos de idade e, ainda,

    sobre a aposentadoria voluntria.

    A Constuio de 1988 manteve regras diferenciadas para a aposentadoria dos servidores

    pblicos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, bem como dos das

    autarquias e fundaes pblicas, de acordo com o art. 40, caput, da Constuio de 1988.

    A EC 3, promulgada em 17 de maro de 1993, trouxe profundas alteraes no regime de

    previdncia social dos servidores pblicos, trazendo a obrigatoriedade de contribuio para o

    custeio de aposentadorias e penses, e modicaes ainda mais signicavas vieram por meio

    de outras emendas constucionais, tais como a EC 20/1998, a EC 41/2003, a EC 47/2005 e a

    EC 70/2012.

    Os regimes de previdncia dos servidores pblicos: o regime prprio e o regime de

    previdncia complementar

    No Brasil existem trs pos de regimes previdencirios: o

    regime geral da previdncia social (RGPS), regimes prprios

    de previdncia social (RPPS) e regime de previdncia

    complementar (RPC).

    O RGPS, administrado pelo Instuto

    Nacional do Seguro Social (INSS),

    obrigatrio a todos os trabalhadores

    da iniciava privada (art. 201 da

    CF/1988).

    Os RPPS so aqueles regimes dos

    servidores pblicos de cargos

    efevos da Unio, dos Estados e dosMunicpios, que organizaram seu

    pessoal conforme estatuto prprio.

    De carter contribuvo e solidrio,

    est assegurado no art. 40, caput, da

    Constuio de 1988.

    O RPCvisa assegurar benecios previdencirios complementares s prestaes asseguradas

    pelo RPPS. A instuio do regime de previdncia complementar do servidor pblico

    foi autorizada pela Emenda Constucional 20/1998, que acrescentou o 14 ao art. 40 da

    Constuio de 1988.

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    A Lei n 12.618, de 30 de abril de 2012, instuiu o regime de previdncia complementar

    para os servidores pblicos federais tulares de cargo efevo e xou o limite mximo para a

    concesso de aposentadorias e penses pelo regime de previdncia de que trata o art. 40 da

    Constuio de 1988.

    1.2 Entendendo a previdncia social do servidor pblico por meio de suas

    normas constucionais, legais e infralegais

    A Unidade I tem por objevo introduzir o tema da previdncia social do servidor pblico por

    meio de suas normas constucionais, legais e infralegais.

    As principais regras de funcionamento dos regimes prprios de previdncia social esto

    contempladas no argo 40 da CF de 1988 e comearam a ser modicadas com a promulgao

    da EC 3, de 17 de maro de 1993, EC 20, de 15 de dezembro de 1998, para alguns anos mais

    tarde sofrerem alteraes ainda mais signicavas com a edio da EC 41, de 19 de dezembro

    de 2003, e da EC 47, de 5 de julho de 2005. Em 2012, a EC 70, de 29 de maro, introduziu

    mudanas na aposentadoria por invalidez. E a Lei n 12.618, de 30 de abril de 2012, instuiu

    o regime de previdncia complementar para os servidores pblicos federais tulares de cargoefevo, cuja autorizao remontava promulgao da EC 20/1998.

    Enquanto a Lei n 9.717, de 27 de novembro de 1998, trouxe as regras gerais para a organiza-

    o e o funcionamento dos regimes prprios dos servidores pblicos da Unio, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municpios, a Lei n 10.887/2004 dispe sobre a aplicao de disposi-

    vos da EC 41/2003, e trouxe as formas de clculo dos proventos de aposentadoria.

    Mencione-se ainda a Lei n 9.796, de 5 de maio de 1999, que dispe sobre a compensao -

    nanceira entre o regime geral de previdncia social e os regimes de previdncia dos servidores

    da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, nos casos de contagem recproca

    de tempo de contribuio para efeito de aposentadoria.

    Embora implementado na grande totalidade dos Estados e em aproximadamente dois mil mu-

    nicpios, ainda pende de regulamentao o regime prprio de previdncia social dos servido-res pblicos da Unio; os servidores pblicos federais contam, at o momento, com um Plano

    de Seguridade Social (PSS), em consonncia com os arts. 183, 184 e 185 da Lei n 8.112, de 11

    de dezembro de 1990.

    Por outro lado, a Lei n 12.618, de 30 de abril de 2012 instuiu o regime de previdncia com-

    plementar para os servidores pblicos federais e autorizou a criao de endade fechada de

    previdncia complementar, denominada Fundao de Previdncia Complementar do Servidor

    Pblico Federal (FUNPRESP), essa criada pelo Decreto n 7.808/2012, com o objevo de admi-

    nistrar e executar os planos de benecios do novo regime complementar.

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    1.3 A EC n 20/98: o carter contribuvo

    O art. 40 da Constuio Federal de 1988, em sua redao original, trazia as regras para

    que servidores tulares de cargos efevos da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos

    Municpios, ademais de suas autarquias e fundaes, pudessem aposentar-se:

    a) voluntariamente com proventos integrais,

    b)voluntariamente com proventos proporcionais ao tempo de servio,c)voluntariamente por idade, com proventos proporcionais ao tempo de servio, ou

    d)compulsoriamenteaos 70 anos de idade.

    Regra especial foi concedida aos professores da educao infanl, do ensino fundamental e

    mdio, que nham direito aposentadoria voluntria com proventos integrais, com tempo

    de servio reduzido.

    A EC 20, de 1998, revesu o regime previdencirio do servidor pblico de carter contribuvo,

    observados critrios que preservassem o equilbrio nanceiro e atuarial1. Portanto, a parr

    do advento da referida emenda constucional, o tempo de servio, que era o mote para aconcesso de aposentadoria, deu lugar contribuio ao sistema dos regimes prprios de

    previdncia social do servidor pblico.

    O argo 3 da EC 20, de 1998, assegurou o direito adquirido aposentadoria conforme as

    regras do art. 40 da CF/1988, em sua redao original, queles servidores pblicos que, at

    16 de dezembro de 1998, data da publicao da referida emenda constucional, vessem

    cumprido todos os requisitos exigidos, nos termos dos diplomas legais at ento vigentes.

    A base de clculo para os proventos era a lma remunerao percebida pelo servidor nocargo efevo em que se deu a aposentadoria.

    1. Cf. art. 40 da CF/1988, caput.

    A EC 20/1998 trouxe as seguintes modalidades de aposentadoria:

    a)voluntria com proventos integrais atendidos os requisitos, cumulavos, de 35 anos de contribuio e 60

    anos de idade se homem; e 30 anos de contribuio e 55 anos de idade, se mulher;

    b)voluntria por idade, com proventos proporcionais ao tempo de servio, atendidos os requisitos de 65 anos

    de idade, se homem, e 60 anos de idade, se mulher; e

    c)compulsria aos 70 anos de idade, com proventos proporcionais.

    Ademais, fez-se necessrio comprovar :

    10 anos de servio pblico;e

    5 anos de exerccio no cargo efevo.

    Importante!

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    Tratamento especial foi dado aos professores da educao infanl, do ensino fundamental

    e mdio, que podiam aposentar-se voluntariamente, com proventos integrais, atendidos osrequisitos de 30 (trinta) anos de efevo exerccio em funes de magistrio, se homem, e 25

    (vinte e cinco) anos, se mulher.

    A EC 20/1998 trouxe, ainda, em seu art. 82, as regras de transio para o novo regime, queagora nha como base a contribuio ao regime.

    Importante ressaltar, neste ponto, que aos servidores ocupantes exclusivamente de cargos emcomisso, bem como queles que possuem contrato temporrio com a Administrao Pblica

    ou emprego pblico, decidiu-se pela aplicao, nesses casos, do regime geral de previdncia

    social - RGPS3.

    EC 20/1998: APOSENTADORIA VOLUNTRIA

    A seguir so destacados aspectos da aposentadoria voluntria referentes EC 20/1998.

    CARTER CONTRIBUTIVO

    10 anosservio pblico

    5 anoscargo efevo

    Basede clculo: remunerao do cargo efevo

    Preenchimentorequisitos at 16.12.1998

    1.4 A EC n 41/2003: contribuio e solidariedade

    Em 19 de dezembro de 2003, com a edio da EC 41/2003, a solidariedade foi agregada aocarter contribuvo do novo regime previdencirio do servidor pblico e a base de clculo

    dos proventos, que era a remunerao do servidor, passou a ser a mdia aritmca daremunerao4.

    2. O art. 8 da EC 20/1998 foi revogado pela EC 41/2003.

    3. Art. 40, 13 da CF/1988.

    4. Cf. a Lei n 10.887, de 18 de junho de 2004.

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    A referida emenda estabeleceu a contribuio do ente pblico, dos servidores avos,

    aposentados e pensionistas, cujos percentuais foram xados pela Medida Provisria n 167, de

    19.2.2004, converda na Lei n 10.887, de 2004, tendo determinado que a contribuio social

    do servidor pblico avo da Unio para ns de manuteno do respecvo regime prprio de

    previdncia social, includas suas autarquias e fundaes, ser de 11% sobre a totalidade da

    base de contribuio.

    Os aposentados e os pensionistas contribuiro tambm com os mesmos 11% incidentes

    sobre a parcela dos proventos de aposentadorias e penses que excederem o limite mximoestabelecido para os benefcios do regime geral de previdncia social, conforme deciso do

    Supremo Tribunal Federal no julgamento das ADIs ns 31055 e 31286.

    Por sua vez, a contribuio da Unio, de suas autarquias e fundaes para o custeio do referido

    regime de previdncia ser odobro da contribuioaportada pelo servidor avo. Assim, a

    EC 41/2003, ressaltou a necessidade de cozao tambm do ente federavo, que passou a

    assumir a condio de patrocinador do regime dos servidores, semelhante ao que ocorre no

    regime geral de previdncia social.

    Exceo a essa regra foi estabelecida pela EC 47/2005, determinando que a contribuio dosaposentados e pensionistas incida apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e

    de penso que superem o dobro do limite mximo estabelecido para os benefcios do regime

    geral de previdncia socialde que trata o art. 201 da CF/1988, quando o benecirio, na

    forma da lei, for portador de doena incapacitante7.

    O art. 3 da referida EC 41/2003 assegurou o direito adquirido queles que j haviam

    implementado as condies de aposentao nos regimes anteriores. Assim, passaram a ter

    direito adquirido aqueles que atendessem os ditames:

    a)do art. 40 da CF/1988, em sua redao original, vigente at o dia 16.12.1998 (art.

    3 da EC 20/1998);

    b) do art. 40 da CF/1988 com aredao dada pela EC 20/1998; e

    c)do art. 8 da EC 20/1998.

    Com vigncia a parr de 31 de dezembro de 2003, data da publicao da referida EC 41/2003,

    a base de clculo para os proventos de aposentadoria passou ento a ser a mdia aritmca

    das maiores remuneraesulizadas como base para a contribuio do servidor aos regimes

    de previdncia aos quais esteve vinculado.

    5. ADI n 3105, Red. para o acrdo Min. Cezar Peluso, DJ de 18.2.2005.

    6. ADI n 3128, Red. para o acrdo Min. Cezar Peluso, DJ de 18.2.2005.

    7. Cf. 21 do art. 40 da CF/1988, acrescentado pela EC 47/2005.

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    O referido abono de permanncia ser devido a parr do cumprimento dos requisitos para a

    obteno do benecio. Os perodos de licena-prmio adquiridos e no usufrudos somente

    sero considerados, para ns do referido abono, mediante manifestao irretratvel do

    servidor9.

    A EC 41/2003 trouxe importantes regras de transio em seus arts. 2 e 6. As regras de

    transio vieram resguardar os servidores que j possuam direitos adquiridos relavos

    aposentadoria na data de promulgao das reformas previdencirias.

    Regra do art. 2 da EC 41/2003

    O argo 2 da EC 41/2003, assegurou o direito de opo pela aposentadoria voluntria quele

    que tenha ingressado regularmente em cargo efevo na Administrao Pblica direta, suas

    autarquias e fundaes, at a data de publicao da EC 20/98 (16.12.98), com proventos

    calculados de acordo com os 3 e 17 do art. 40, da CF/1988 (mdia aritmca).

    Assim, no clculo dos proventos da aposentadoria, por ocasio de sua concesso, sero

    consideradas as remuneraes ulizadas como base para as contribuies do servidor aosregimes de previdncia de que tratam o argo 40 (regime prprio de previdncia social - RPPS)

    e o argo art. 201 (regime geral da previdncia social - RGPS)- ambos da Constuio de 1988

    - quando o servidor, cumulavamente, atender os requisitos de aposentadoria previstos.

    O 5, do art. 2, da EC 41/2003, estabelece que: o servidor que tenha completado as exigncias

    para a aposentadoria voluntria, estabelecidas nesta regra de transio, far jus a um abono

    de permanncia equivalente ao valor da sua contribuio previdenciria, at completar as

    exigncias para aposentadoria compulsria.

    Clculo de Proventos de Aposentadoria

    Aps muitos quesonamentos dos servidores pblicos e de unidades de recursos humanos

    de diversos Ministrios, a Secretaria de Gesto Pblica do Ministrio do Planejamento, por

    meio da Nota Tcnica n 119/2009/COGES/DENOP/SRH/MP, de 3 de agosto de 2009, rmou

    entendimento de que o clculo dos proventos de aposentadoria dos servidores, conforme

    previsto na EC 41/2003, dever ser realizado ulizando-se a mdia aritmca simples de

    80% (oitenta por cento) das maiores remuneraes de todo o perodo contribuvo do

    servidor, sendo o resultado da mdia proporcional ao seu tempo de contribuio, e no

    poder, o valor decorrente (proventos de aposentadoria), ser inferior ao salrio-mnimo e

    nem superior remunerao do cargo efevo em que se deu a aposentadoria.

    Instuiu-se a gura do abono de permanncia, que permiu ao servidor a opo por

    permanecer em avidade aps haver completado as exigncias para aposentadoria voluntria,

    desde que contasse com, no mnimo, vinte e cinco anos de contribuio, se mulher, ou trintaanos de contribuio, se homem, at o dia 31.12.2003; atendidos esses requisitos, o servidor

    far jus a um abono de permanncia equivalente ao valor da sua contribuio previdenciria,

    at completar as exigncias para a aposentadoria compulsria8.

    8. Cf. 1, do argo 3,da EC 41, de 2003.

    9. Os requisitos para o abono de permanncia encontram-se no 19 do art. 40 da CF/1988, no 5 do art. 2 da EC 41/2003,

    e no 1 do art. 3 da EC 41/2003.

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    1.5 A EC n 47/2005: mais uma regra de transio, vigncia a parr de 31.12.2003

    O argo 3 da EC 47, de 2005, estabelece que, ressalvado o direito de opo aposentadoria

    pelas normas estabelecidas pelo art. 40 da Constuio Federal ou pelas regras estabelecidas

    pelos arts. 2 e 6o da EC 41, de 2003, o servidor da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e

    dos Municpios, includas suas autarquias e fundaes, que tenha ingressado no servio pbli-

    co at a data de publicao da EC 20/1998 (16.12.1998) poder aposentar-se com proventos

    integrais, que correspondero totalidade da remunerao do servidor no cargo efevo em

    que se der a aposentadoria.

    Art. 7 Observado o disposto no art. 37, XI, da Constuio Federal, os proventos de

    aposentadoria dos servidores pblicos tulares de cargo efevo e as penses dos

    seus dependentes pagos pela Unio, Estados, Distrito Federal e Municpios, includas

    suas autarquias e fundaes, em fruio na data de publicao desta emenda, bem

    como os proventos de aposentadoria dos servidores e as penses dos dependentes

    abrangidos pelo art. 3 desta emenda, sero revistos na mesma proporo e na mesmadata, sempre que se modicar a remunerao dos servidores em avidade, sendo

    tambm estendidos aos aposentados e pensionistas quaisquer benecios ou vantagens

    posteriormente concedidos aos servidores em avidade, inclusive quando decorrentes

    da transformao ou reclassicao do cargo ou funo em que se deu a aposentadoria

    ou que serviu de referncia para a concesso da penso, na forma da lei.(BRASIL,2003).

    Nesta regra, no h paridade entre os proventos da aposentadoria e a remunerao dos

    servidores avos para ns de reajuste, pois o 8 do art. 40 da CF/1988 foi alterado e recebeu

    nova redao dada pela EC 41/2003, regulamentado pelo art. 15 da Lei n 10.887/2004,

    vigente a parr de 20.2.2004 (data de publicao da Medida Provisria n 167, converda na

    Lei n 10.887/2004), que determina que o reajuste dos proventos de aposentadoria ocorra

    na mesma data e ndice em que for concedido o reajuste dos benecios do regime geral da

    previdncia social.

    Regra do art. 6 da EC 41/2003

    O art. 6 da EC 41/2003 estabelece que - ressalvado o direito de opo aposentadoria pelas

    normas estabelecidas pelo art. 40 da CF/1988 ou pelas regras estabelecidas pelo art. 2 dessa

    emenda - o servidor da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, includas suas

    autarquias e fundaes, que tenha ingressado no servio pblico at a data de publicao da

    referida emenda (31 de dezembro de 2003), poder aposentar-se com proventos integrais,

    que correspondero totalidade da remunerao do servidor no cargo efevo em que se der

    a aposentadoria, na forma da lei.

    Conforme o disposto no art. 2 da EC 47/2005, aplica-se aos proventos de aposentadoriasdos servidores pblicos, que se aposentarem na forma do caput do art. 6 da EC 41/2003, o

    instuto da paridade, conforme o disposto no art. 7 da mesma emenda, o qual determina:

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    A nova regra de transio trazida pela EC 47/2005, a chamada PEC paralela,

    alm de ter conferido o direito aposentadoria com proventos integrais, trouxe

    o direito paridade com os servidores avos queles que ingressaram no

    servio pblico at 16 de dezembro de 1998. Nesse caso, o servidor dever

    comprovar:

    a)35 anos de contribuio, se homem, e 30 anos, se mulher;

    b)25 anos de efevo exerccio no servio pblico;

    c)15 anos de carreira; e

    d)5 anos no cargo efevo.

    No que se refere idade mnima para a aposentadoria, essa ser diminuda em um ano a cada

    perodo de doze meses que ultrapassar o tempo de contribuio mnima.

    Estudo de caso 1:

    Joo ingressou no servio pblico federal em 1 de janeiro de 1989, com 19 anos, no cargo de

    tcnico de nvel mdio do Ministrio da Fazenda. Mais tarde ele foi aprovado em um segundo

    concurso pblico, tambm no Ministrio da Fazenda, tomando posse em 6 de junho de 1996, onde

    passou a exercer o cargo de economista. Por m, foi aprovado em um terceiro concurso pblico,

    tomando posse em 5 de junho de 1998, em que passou a exercer o cargo de especialista de

    polcas pblicas e gesto governamental, do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto.

    Considerando que Joo nunca contribuiu para o Regime Geral de Previdncia Social; aps analisar

    as Emendas Constucionais 20/1998, 41/2003 e 47/2005, responda as seguintes perguntas:

    a) Considerando apenas a melhor regra para sua aposentadoria, quando e por qual regra Joo

    estar apto aposentadoria?

    Considerando que Joo j estava no servio pblico em 15 de dezembro de 1998 (data

    anterior a EC 20/1998), a melhor regra para sua aposentaria a prevista na EC 47/2005:

    Conforme previsto na EC 47/2005, em seu argo 3, Joo poder se aposentar em dezembro

    de 2026, com aposentadoria voluntria com proventos integrais, ocasio em que ter

    cumprido todos os requisitos exigidos. Por essa regra, Joo tem que contar com, no mnimo,

    25 anos de efevo exerccio no servio pblico, 15 anos na carreira e 5 anos no cargo efevo.

    O tempo mnimo de contribuio deve ser de 35 anos e a idade mnima de 60 anos. Nesse

    caso, Joo poder reduzir um ano na idade mnima, para cada ano de contribuio que ele

    ver acima de 35 anos de contribuio. Considerando que o tempo de contribuio no

    pode ser reduzido, o que pode ser feito reduzir a idade Em outras palavras, o somatrio

    do tempo de contribuio com a idade mnima exigida de Joo tem que ser no mnimo 95

    (frmula dos 85/95 - 85 para mulheres e 95 para homens). Nesse caso, em dezembro de

    2026 Joo ter 38 anos de contribuio e 57 anos de idade, somando os 95 da frmula,cumprindo assim os requisitos.

  • 7/23/2019 A Previdncia Social Dos Servidores Pblicos - Modulo 1

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    Na verdade, a EC 70/2012 alterou a base de clculo da aposentadoria por invalidez permanente

    para aqueles que j nham ingressado no servio pblico na data da publicao da EC 41/2003,

    deixando de ser a mdia das remuneraes sobre as quais incidiu contribuio para o RPPS

    e passando a considerar a remunerao do cargo efevo, no tendo alterado, entretanto, a

    questo dos proventos integrais ou proporcionais.

    Nota Informava N 412/2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP

    1.6 A EC n 70/2012: alterao na aposentadoria por invalidez

    A EC 70/2012 outorgou queles servidores que ingressaram no servio pblico at o dia 31 de

    dezembro de 2003, data da publicao da EC 41/2003, o direito aposentadoria por invalidez

    com proventos correspondentes remunerao integral do cargo efevo e ao critrio de

    reajuste pela paridade.

    A referida emenda acrescentou o art. 6o-A EC 41/2003, estabelecendo regra transitria de

    critrio de clculo para a aposentadoria por invalidez.

    A EC 70/2012 no garante a aposentadoria com proventos integrais, mas que os proventos

    sejam calculados com base na remunerao do cargo efevo. Os proventos sero integrais

    (100% da remunerao) quando a invalidez for decorrente de acidente em servio, molsa

    prossional ou doena grave, contagiosa ou incurvel; e sero proporcionais ao tempo de

    contribuio nos demais casos.

    https://conlegis.planejamento.gov.br/conlegis/redirectDownload.htm?id=9490https://conlegis.planejamento.gov.br/conlegis/redirectDownload.htm?id=9490
  • 7/23/2019 A Previdncia Social Dos Servidores Pblicos - Modulo 1

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    Dentre os pases membros da OCDE, informa o relatrio que poucos lograram traar

    estratgias para rar vantagem das oportunidades criadas por um funcionalismo pblico

    em envelhecimento. Referidas estratgias incluem os desaos de manter a capacidade e

    a qualidade no servio pblico e, ao mesmo tempo, rewduzir custos e realocar pessoal em

    reas prioritrias, num grande exerccio de adaptao dos servios pblicos sociedadeem envelhecimento.

    1.7 A Lei n 12.618/2012 e o Decreto n 7.808/2012: instuio do regime de

    previdncia complementar e criao da Funpresp-Exe

    A Lei n 12.618, de 30 de abril de 2012, instuiu o regime de previdncia complementar para

    os servidores pblicos federais tulares de cargo efevo, inclusive para os membros do Poder

    Judicirio, do Ministrio Pblico e do Tribunal de Contas da Unio, previsto nos 14, 15

    e 16 do art. 40 da CF/1988, e autorizou a criao da FUNPRESP Fundao de Previdncia

    Complementar do Servidor Pblico Federal10.

    O Decreto 7.808/2012 criou a Fundao de Previdncia Complementar do Servidor Pblico

    Federal do Poder Execuvo, a Funpresp-Exe.

    A Organizao para a Cooperao e Desenvolvimento Econmico (OCDE) desenvolveu no

    Brasil, entre 2009 e 2010, uma Avaliao da Gesto de Recursos Humanos no Governo Relatrio da OCDE BRASIL 2010 Governo Federal1, na forma de peer review reviso

    por pares.

    O estudo sobre a gesto de recursos humanos no Governo brasileiro contou com a

    parcipao do Secretariado da OCDE e de especialistas de 5 pases pares, a saber

    Espanha, Frana, Canad, Estados Unidos e Japo. No referido estudo foram discudas

    e analisadas questes relavas administrao da fora de trabalho, em termos do

    desenvolvimento de carreiras, da capacitao de pessoal, da gesto por competncia

    e da avaliao de desempenho. Foram tambm avaliadosaspectos relavos ao sistema

    de pagamento de pessoal, relacionamento das reas de recursos humanos no sistema

    federavo de governo e legislaes pernentes e, ainda, o sistema previdencirio dos

    servidores pblicos federais.

    O estudo da OCDE abordou a questo do envelhecimento da fora de trabalho no servio

    pblico brasileiro, onde atualmente cerca de 40% dessa fora encontra-se numa faixa

    etria superior a 50 anos, tendo apontado para a necessidade de, a longo prazo, o setor

    pblico responder s demandas por mudanas de uma sociedade em envelhecimento e a

    necessidade do adequado gerenciamento da fora de trabalho que est a sair do servio

    pblico.

    Segundo a OCDE, o Brasil precisa acelerar o programa de capacitao de servidores epromover melhorias no planejamento das carreiras, pois tem, no momento, uma

    oportunidade nica de, em face do expressivo nmero de aposentadorias a serem

    concedidas nos anos vindouros, ajustar o tamanho e alocar a fora de trabalho em funo

    das prioridades setoriais, por meio de um efevo planejamento de longo prazo.

    10. Cf. art. 4 da Lei n 12.618, de 30 de abril de 2012.

  • 7/23/2019 A Previdncia Social Dos Servidores Pblicos - Modulo 1

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    Dentre os pases membros da OCDE, informa o relatrio que poucos lograram traar

    estratgias para rar vantagem das oportunidades criadas por um funcionalismo pblico

    em envelhecimento. Referidas estratgias incluem os desaos de manter a capacidade e

    a qualidade no servio pblico e, ao mesmo tempo, rewduzir custos e realocar pessoal em

    reas prioritrias, num grande exerccio de adaptao dos servios pblicos sociedade

    em envelhecimento.

    Atualmente, mais da metade dos pases-membros da OCDE tm regimes especiais paraservidores pblicos regimes mais generosos que os regimes de trabalhadores do setor

    privado, o que coloca em risco sua viabilidade nanceira, caso esses regimes no se

    tornem mais contribuvos e sustentveis.

    O relatrio da OCDE destacou, ento, alguns dos mtodos ulizados por seus pases-

    membros com vistas reforma de seus respecvos regimes:

    a) reviso das frmulas de clculo dos valores da aposentadoria os perodos de

    contribuio veram que ser ampliados para 40 anos na grande maioria dos pases-

    membros da OCDE;

    b)aumento da idade para aposentadoria igualdade na idade de homens e mulheres;

    c) limitao de aposentadoria antecipada maior rigor na concesso de aposentadorias

    por invalidez ou doena;

    d)incenvo ao adiamento da aposentadoria manuteno de servidores mais velhos,

    por meio da concesso de bnus; e

    e) desenvolvimento de regimes de capitalizao e contribuio de servidores pblicospara seus regimes de aposentadoria desenvolvimento de regimes prossionais ou

    planos de previdncia complementar.

    As sugestes apresentadas pela OCDE para solues no caso brasileiro coincidem, quase

    que totalmente, com aquelas adotadas por seus pases-membros.

    E muito embora no tendo adotado, at o momento, as sugestes propostas pela OCDE,

    v-se que as solues encontradas pelo sistema brasileiro tm seguido a tendncia

    mundial, diante a necessidade premente da aplicao do princpio do equilbrio nanceiro

    e atuarial.

    Por hora fcamos por aqui!

    No Mdulo 2 ser abordado o seguinte assunto As aposentadorias noregime prprio de previdncia social do servidor voc ter a companhiada ngela.

    At mais e bons estudos.