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A PROCURA
AO
LOBISOMEM
ÍNDICE
..............................................A lenda
..........................................Os amigos
................................As assombrações
.............................O início da procura
......................................O lobisomem
.........................A perda de um amigo
............................................A derrota
................................A volta para casa
...................O final das assombrações
A lenda
Todos conhecem a lenda do lobisomem:
A transformação ocorre em noite de Lua
cheia, em uma encruzilhada. O monstro passa a
atacar animais e pessoas para se alimentar de
sangue. Volta à forma humana somente com o
raiar do Sol. Se o lobisomem morder a pessoa
sem matá-la essa pessoa vira um lobisomem.
Mas isso tudo é somente mito, ou, será que
não?...
Esses lobisomens atacam principalmente no
sertão. As histórias contadas pelos adultos são
arrepiantes, mas só servem para assustar
crianças.
Já em outros casos, a história é bem
diferente. Vejam esse caso que aconteceu
comigo:
No verão passado fui visitar minha tia, que
mora no interior do Nordeste. Assim que
cheguei lá, ouvi passos suaves, estava sozinha,
em plena noite de lua cheia. De repente...
Buuuuuuuu...
Apareceram três garotos que estavam
escondidos detrás de uma árvore. No começo,
levei um susto daqueles, e morri de medo, mas
depois me acalmei.
Minha tia disse que quando chegasse iria
ganhar uma surpresa, então fui correndo
procurar ela.
Ela e todos os moradores estavam sentados
em volta de uma fogueira. Rapidamente, me
sentei ao lado de minha tia Nessa mesma hora
ela sussurrou em meus ouvidos:
-Preste atenção, essa é sua surpresa.
Um homem, que parecia ter no mínimo uns
oitenta anos, começou a falar sobre o
lobisomem. Disse que ele mesmo já viu um,
com seus próprios olhos e começou a contar
uma história:
-Era meia noite, semana de lua cheia, não
tinha jantado e estava com muita fome. Fui à
cozinha ver se tinha alguma coisa, mas a
geladeira estava vazia. Saí de casa e fui até o
galinheiro para pegar alguns ovos. Quando
cheguei lá, não havia mais nenhuma galinha.
Peguei todos os ovos que vi pela frente e
quando ia pegar o último, ouvi um uivo!Saí
correndo e derramei todos os ovos no chão.
Quando ia abrir a porta da minha casa, lembrei-
me que tinha trancado a porta como de
costume. Desesperadamente, procurei a chave,
mas era tarde demais. Quando ia colocando a
chave na fechadura ele me atacou...
Nesta mesma hora interrompi sua fala:
-Quem atacou o senhor?
Ele respondeu rindo:
-O que? Você não o conhece?
-Não conheço, quem?
-O lobisomem!
-Lobisomem?
Minha tia interrompeu nossa conversa:
-Tudo bem! Vamos deixar o Seu João falar!
E ele continuou a história:
-Onde eu estava mesmo? Ah é!...Comecei a
lutar e brigar com ele, mas ele me mordeu e fui
correndo para o hospital . Ainda era jovem, por
isso consegui despistá-lo. Mas a dor era tanta,
que cheguei até a desmaiar.
Minha tia continuou a história:
-Fui eu que o salvei! Por sorte nesta mesma
hora eu estava colhendo umas frutinhas.
Encontrei-o desmaiado e corri com ele para o
hospital...
Quanto mais eles falavam, com mais
medo eu ficava.
Minha tia parou de contar a história por
um instante e disse:
-Tudo bem, está na hora de dormir!
Ela me chamou e levou-me até o quarto
que iria ficar.
Antes de dormir, tomei um copo de leite
e me acalmei.
Os amigos
No dia seguinte, acordei com o canto do galo,
penteei os cabelos, escovei os dentes e tomei
um bom banho.
Quando terminei de tomar o café da manhã,
minha tia disse que podia ir brincar no campo.
Estava com medo, mas mesmo assim fui.
Lá havia mais três crianças: um menino e
duas meninas. Resolvi falar com eles:
-Oi, meu nome é Bruna!E vocês?
Os três se levantaram e começaram a dizer
seus nomes:
-Oi, sou Thiago!
-Prazer, Liz!
-Sou Sarah!
- Você quer ler um livro?-Perguntou Liz.
-Sim, por favor! -Eu respondi -Mas qual
livro?
- A Caça ao Lobisomem!
-Lo... Lo... Bisomem?
-É!Tudo bem?
-Claro.
Uma hora depois, nós quatro terminamos de
ler o livro e fomos brincar (nós todos tínhamos
dez anos).
-De que vocês gostam de brincar? -Perguntei.
-Sempre, depois de lermos este livro,
brincamos de Caça ao Lobisomem – Respondeu
Liz.
Estava apavorada, depois de ontem, comecei
a morrer de medo de lobisomens, mas como era
nova na cidade, tive que concordar.
Brincamos até a hora do almoço.
-O que tem para comer? -Perguntei a minha
tia.
-Omelete de queijo e presunto, milho,
mugunzá, caldo de cana, canjiquinha, costelinha
com mamão verde...
Enquanto ela falava, minha boca se enchia
de água. Era tanta coisa, que não sabia por onde
começar. Não parava de observar. Tudo parecia
tão delicioso!
Assim que ela terminou de falar, percebi que
havia esquecido algo...
-Tia, o que é isso?
-Ah! É simplesmente a minha mais famosa e
deliciosa receita!
-Nossa tia, você faz cada receita melhor que
a outra! É tão boa assim?
-Mas é claro!
-E... O que é?
- Língua de lobisomem!
Eu saí correndo, não agüentava mais essa
história de lobisomem.Comecei a pensar que o
povo daqui era maluco,obcecado por esse papo
de lobisomem!
As
assombrações
Estava correndo tão rápido, que nem me
toquei que fui parar na Floresta Proibida.
Minha mãe me disse que lá havia fantasmas,
monstros, vampiros, dragões, ciclopes,
gárgulas, dráculas, cães de três cabeças, entre
outros. Mas que havia principalmente
lobisomens. Quando cheguei lá, procurei a pedra mais
próxima, mas estava tão escuroque não podia
enxergar nada, a não ser um monte de mato
com várias árvores. Sentei no chão mesmo.
Chorei e chorei... De repente, ouvi seis uivos
seguidos. Será que era algum tipo de maldição?
Quando me toquei, estava cercada por um
bicho muito estranho que aparentava ser um
leão, com patas traseiras de cabrito, o rabo de
cabeça de cobra e as costas com uma cabeça de
cabrito que produzia um som mais ou menos
assim: lecker mick mestreck. Eram vários e todos repetiram a mesma
frase dezenas de vezes.
Comecei a ficar tonta e desmaiei.Quando
acordei estava em meu quarto. Imaginei que
tudo aquilo não passava de um sonho. Mas estava muito enganada!
No dia seguinte, após o café da manhã, vi
que havia um jornal em cima do sofá. Resolvi
ler.
A manchete dizia:
Sonhos de Fantasmas Continuação página 2
Abri na página:
Ocorre um Assassinato! Dona Rosa conta que estava colhendo
umas maçãs, quando viu Seu José sendo
atacado por um bicho estranho que aparentava ser um homem.
Só faltavam dois minutos para aparecer a lua cheia.
Dona Rosa rapidamente pegou o celular e
ligou para a polícia. Mas era tarde demais. Assim que a lua apareceu o homem
transformou-se em uma espécie de lobo,
matou Seu José e feriu gravemente os policiais e Dona Rosa.
Fiquei mais assustada ainda!
Durante um mês todos os jornais mostravam
a mesma manchete, mudavam somente os
nomes:
Sonhos de Fantasmas Continuação página 2
Ocorre um Assassinato! Dona Marta conta que estava colhendo
umas uvas quando viu Seu Carlos sendo
atacado por um bicho estranho que... O medo aumentava a cada dia e parecia que
o lobisomem estava cada vez mais perto de
mim.
Uma noite, antes da semana de lua cheia,
assim que fui me preparar para dormir ouvi seis
uivos idênticos aos que ouvi na Floresta
Proibida. Começou a ventar muito forte, as
janelas se abriram e consegui ver a sombra do
malvado lobo.
O início da
procura
Percebi que aquele medo estava me
dominando. Resolvi ir procurar esse terrível
monstro e derrotar meu medo!
Pensei que como Sarah, Liz e Thiago eram
obcecados por esses horrorosos lobos, poderiam
e queriam ajudar-me nesta procura.
Procurei-os pelo sertão inteiro. Quando os
encontrei expliquei tudo o que havia acontecido
e disse, que como só tinha mais três semanas de
férias, queria vencer logo o meu medo.
Os três concordaram e formos logo arrumar
nossas malas.
À meia noite, partimos para a Floresta
Proibida à procura do temido lobisomem.
Os três estavam super animados enquanto eu
estava tremendo de medo!
Estávamos no meio do caminho, quando
ouvimos vinte quatro uivos seguidos, um mais
alto que o outro. Fomos ver o que era.
Cinco árvores estavam em nossa frente,
tampando nossa vista. Eram árvores escuras,
com no mínimo cinqüenta metros de altura.
Passamos por detrás delas e vimos dez filhotes
de lobo cinzento.
Mas, impossível ter vindo daqueles lobinhos
uivos tão fortes e altos.
Ficamos observando aqueles lindos
lobinhos, durante uns quatro minutos, e de
repente, diante de nossos olhos, o que pareciam
ser lindas e belas criaturas viraram feios e
horríveis lobisomens com dentes amarelos, pelo
negro e um bafo de tigre.
Sarah, Liz, Thiago e eu ficamos
impressionados e apavorados. Nunca havíamos
visto um lobo de perto, muito menos um
lobisomem. Gritamos tão alto que talvez até a
China tenha ouvido!
A perda de
um amigo
Estávamos com muito medo mesmo! Mas
como a maioria das histórias tem seu herói,
Thiago resolveu combater os lobisomens!
Pegou algumas pedras que tinham ao seu
lado e começou a jogar na cabeça dos lobos.
Liz queria ajudar também: pegou um
pedaço de madeira que estava ao seu lado e
começou a bater neles.
Sarah e eu também queríamos ajudar.
Ela estava usando um tênis de couro e sabia
que se chutasse alguém, iria doer muito. Por
isso começou a chutar os lobisomens um por
um.
Eu peguei minha mochila que estava cheia
de coisas e comecei a bater neles.
Foi uma briga e tanto! Mas sabíamos que
eles não agüentariam muito!
Os monstros se levantaram ficando
somente de duas patas, estavam maiores que
um urso. Os vinte quatro lobisomens uivaram
mais seis vezes cada um. Em seguida,
começaram a nos arranhar e saímos correndo
Mas esquecemos de uma pessoa, Thiago.
Voltamos desesperadamente atrás dele.
Assim que chegamos, o Sol apareceu, os
lobisomens voltaram a ser gente e voltaram
para o sertão.
Mas era tarde demais. Thiago estava todo
arranhado e mordido.
Começamos a chorar, pensávamos que ele
iria virar um lobisomem, ou pior, que iria
morrer.
Na mesma hora, ouvimos uns risinhos
vindos ao longe. De repente, apareceram várias
fadas, que com sua mágica, fizeram Thiago
flutuar.
Pensávamos que estavam machucando ele e
tentamos impedir.
Cinco minutos após o acontecimento, elas
puseram, calmamente, Thiago no chão e
desapareceram.
Thiago, rapidamente, se levantou e estava
melhor do que nunca.
Nós pulamos de alegria e foi neste mesmo
instante, que percebemos que a Floresta
Proibida não tinha somente criaturas más e
horripilantes, havia também criaturas místicas e
bondosas.
A derrota
Mas sabíamos que nossa jornada ainda não
havia acabado.
Tínhamos que derrotar os lobisomens!
De acordo com a lenda, um lobisomem
só morre se for atingido por uma bala ou outro
objeto feito de prata.
Por sorte, Liz havia ganhado de
aniversário um pingente de prata, que ela
sempre usava quando ia ler um livro sobre
lobisomens ou achava que iria encontrar um.
Nós fomos atrás da terrível fera.
-Acho que é para lá – disse Liz
-Não, é para lá - gritou Sarah
-Tenho certeza que é para lá – exclamou
Thiago.
Estávamos completamente perdidos. Não
sabíamos para onde ir. O que fazer naquela
hora?
De repente, ouvimos vários galopes
seguidos. Pareciam de cavalos, mas eram mais
altos e graciosos.
Dois minutos depois apareceram vários
unicórnios em nossa frente. Um mais lindo do
que o outro!
-Subam vamos!-disseram os unicórnios –
Temos um monstro para derrotar.
Nós quatro subimos!Os unicórnios corriam
tão rápido, que parecia que estávamos voando!
Uma hora depois, chegamos à caverna dos
lobisomens. Era cheia de teias de aranha,
baratas pelo chão, ratos no telhado...
Era horrível, dava nojo andar por lá.
Os unicórnios haviam nos abandonado.
Estávamos sozinhos outra vez.
Assim que Liz tirou o colar do pescoço,
os lobisomens apareceram!
Retirem o colar da mão dela, mas não
sabia em qual deles jogar. Como saber quem
era o verdadeiro?
Thiago, rapidamente, tirou a jóia da
minha mão e jogou num lobisomem que estava
a sua frente.
Rapidamente, todos os lobisomens de
todo o mundo começaram a se dissolver.
De repente, todos os lobisomens sumiram
e nós estávamos a salvo!
A volta para
casa
Nossa jornada havia acabado, mas
precisávamos voltar para casa.
Acho que minha tia tinha ficado super
preocupada.
Quando chegamos, ela me abraçou
durante uns quinze minutos e foi correndo ligar
para minha mãe. Me disse que estava muito
feliz por eu ter voltado bem (só estava com
alguns arranhões, fora isto, estava ótima), mas
que nunca mais poderia sair sem avisar.
Nem liguei para o que ela disse. Além do
mais, aquele foi um orgulho que nós quatro
nunca sentimos e jamais iremos esquecer.
O final das
assombrações
Todos os lobisomens voltaram a ser gente
e as assombrações acabaram. Assim como as
minhas férias.
Estava super ansiosa para voltar nas
próximas férias!
Reencontrar Sarah, Thiago e Liz e
desvendar novos mistérios!
FIM!
Prazer queridos leitores!Chamo-me Bruna, tenho dez anos e moro em
Valinhos!
Este livro foi dedicado as historias de suspense e aventura, a todos vocês que estão lendo este livro e principalmente a imaginação!
A PROCURA
AO
LOBISOMEM
Este livro conta sobre a história de uma
garota sai da grande São Paulo para passar as
férias de verão no rancho de sua tia.
Lá ela faz mais três amigos e os quatro
saem à procura de um temido lobisomem.