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Ana Margarida Simões dos Santos A Produção Oral na Aula de LE: Atividades de Motivação Relatório de Estágio do 2º Ciclo em Ensino de Inglês e de Espanhol no Ensino Básico e no 3º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário, orientado pela Doutora Ana R. Luís e pela Doutora María Luisa Aznar, apresentado ao Departamento de Línguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra 2014

A Produção Oral na Aula de LE: Atividades de Motivação

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  • 1

    Faculdade de Letras

    Ana Margarida Simes dos Santos

    A Produo Oral na Aula de LE:

    Atividades de Motivao

    Relatrio de Estgio do 2 Ciclo em Ensino de Ingls e de Espanhol no Ensino

    Bsico e no 3 Ciclo do Ensino Bsico e no Ensino Secundrio, orientado pela

    Doutora Ana R. Lus e pela Doutora Mara Luisa Aznar, apresentado ao

    Departamento de Lnguas, Literaturas e Culturas da Faculdade de Letras da

    Universidade de Coimbra

    2014

  • Faculdade de Letras

    A Produo Oral na Aula de LE:

    Atividades de Motivao

    Ficha Tcnica:

    Tipo de trabalho Relatrio de estgio

    Ttulo A Produo Oral na aula de LE:

    Atividades de Motivao

    Autora Ana Margarida Simes dos Santos

    Orientadora Doutora Ana R. Lus

    Orientadora Doutora Mara Luisa Aznar Juan

    Jri Presidente: Doutora Cludia Raquel Cravo da Silva

    Vogais:

    1. Doutora M Teresa de Castro Mourinho Tavares

    2. Doutora Mara Luisa Aznar Juan

    Identificao do Curso 2 Ciclo em Ensino

    rea cientfica Formao de professores

    Especialidade/Ramo Ensino de Ingls e de Espanhol

    Data da defesa 24-10-2014

    Classificao 13 valores

  • Aprender a nica coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se

    arrepende.

    Leonardo Da Vinci

  • Agradecimentos

    Ao meu marido, que sempre acreditou em mim, apoiando-me de forma

    incondicional. Obrigada pelo seu amor, pela sua ajuda e pela sua compreenso

    sem limites.

    minha me, ao meu pai e minha irm, por mais esta oportunidade que

    me proporcionaram e por estarem sempre ao meu lado.

    Aos meus amigos, pela fora e pela compreenso sempre que no pude

    estar presente e partilhar momentos especiais.

    s orientadoras da escola, Lucy Garcia e Clia Garcia, sempre

    disponveis e empenhadas. Obrigada por todos os sbios e valiosos conselhos e

    por me terem motivado a ser e a fazer mais e melhor.

    s orientadoras da FLUC, Ana Lus e Mara Luisa Aznar, por tudo o que

    me ensinaram, pela disponibilidade e pelas preciosas orientaes e sugestes.

    A toda a comunidade escolar, pela forma como me acolheu e integrou.

    Aos alunos do 7 A e do 9 D, pela colaborao e empenho demonstrado

    durante o ano letivo.

  • ndice

    Introduo

    1. Contexto socioeducativo

    1.1. Meio Envolvente

    1.2. Escola

    1.3. Caracterizao das turmas

    1.3.1. Perfil da turma de Ingls

    1.3.2. Perfil da turma de Espanhol

    2. Reflexo geral sobre a prtica pedaggica supervisionada

    2.1. A professora estagiria

    2.2. Expetativas e desafios

    2.3. Atividades curriculares e extracurriculares

    3. A Produo Oral e a motivao na aula de Lngua Estrangeira

    3.1. A Produo Oral na aula de lngua estrangeira

    3.2. A Produo Oral nos programas oficiais e manuais didticos

    adotados

    3.2.1. Programa e manual de Ingls

    3.2.2. Programa e manual de Espanhol

    4. Atividades para a motivao da Produo Oral na aula de

    Lngua Estrangeira

    4.1. Atividades de motivao Produo Oral

    4.2. Proposta de atividades para as aulas de Ingls e de Espanhol

    4.2.1. Proposta de atividades para as aulas de Ingls

    4.2.2. Proposta de atividades para as aulas de Espanhol

    Concluso

    Bibliografia

    Anexos

    1

    3

    3

    5

    7

    7

    11

    15

    15

    16

    17

    21

    21

    28

    28

    31

    34

    34

    41

    42

    54

    65

    68

    73

  • ndice de Anexos

    Anexo 1: Distribuio dos alunos por sexo

    Anexo 2: Encarregados de educao

    Anexo 3: Emprego/Desemprego entre as mes

    Anexo 4: Emprego/Desemprego entre os pais

    Anexo 5: Distribuio dos alunos por sexo

    Anexo 6: Encarregados de educao

    Anexo 7: Emprego/Desemprego entre as mes

    Anexo 8: Emprego/Desemprego entre os pais

    Anexo 9: Inqurito realizado aos alunos de Ingls e de Espanhol

    Anexo 10: Resultados do inqurito realizado aos alunos de Ingls

    Anexo 11: Resultados do inqurito realizado aos alunos de Espanhol

    Anexo 12: Ficha de trabalho

    Anexo 13: Transcrio do texto usado com o programa Voki

    Anexo 14: PowerPoint para guiar a apresentao oral

    Anexo 15: Cartes com imagens

    Anexo 16: Citaes projetadas em PowerPoint

    Anexo 17: Ficha de trabalho

    Anexo 18: Lista de Tpicos/questes

    Anexo 19: Ficha de trabalho

    Anexo 20: PowerPoint

    Anexo 21: PowerPoint

    Anexo 22: Cartes

    Anexo 23: Cartes com dilogos

    Anexo 24: Cartes com imagens

    Anexo 25: Ficha de trabalho

    Anexo 26: PowerPoint

    Anexo 27: Transcrio das audies

    74

    74

    74

    75

    75

    75

    76

    76

    77

    78

    80

    82

    83

    83

    85

    89

    92

    97

    98

    99

    99

    101

    102

    111

    113

    114

    115

  • Anexo 28: PowerPoint

    Anexo 29: Ficha para realizar desenhos

    Anexo 30: Desenhos de alguns alunos

    116

    118

    119

  • 1

    Introduo

    O presente relatrio tem como objetivo apresentar o trabalho

    desenvolvido durante a Prtica Pedaggica Supervisionada de Ingls e Espanhol,

    no Agrupamento de Escolas da Sert, durante o ano letivo de 2013-2014. Este

    trabalho desenvolve-se ao longo de quatro captulos nos quais se expem

    aspetos fundamentais das atividades levadas a cabo com os alunos durante o ano

    letivo.

    Assim, no primeiro captulo deste relatrio abordam-se as questes

    relacionadas com o contexto socioeducativo do agrupamento de escolas onde

    realizei a Prtica Pedaggica Supervisionada e descrevem-se as turmas nas quais

    lecionei. No segundo captulo faz-se uma breve reflexo sobre a Prtica

    Pedaggica Supervisionada, tendo em conta o percurso da professora estagiria

    at ao incio do estgio, as expetativas e desafios que se impunham mesma e as

    atividades curriculares e extracurriculares que a estagiria levou a cabo.

    O terceiro e o quarto captulos do presente trabalho, incidem sobre o tema

    monogrfico, apresentando os fundamentos tericos que guiaram este trabalho e

    relatando a sua aplicao em aulas de Ingls e de Espanhol.

    A escolha deste tema para o relatrio de estgio deve-se sua pertinncia

    no ensino de LE, pois quando se aprende uma lngua o objetivo us-la para

    fins comunicativos. Na medida em que a produo oral constitui uma

    competncia complexa, frequentemente relegada para segundo plano na sala de

    aula, essencial criar atividades que contribuam para o seu desenvolvimento.

    Subjacente a todo este trabalho esteve a preocupao em perceber os

    objetivos dos discentes relativamente aprendizagem de Ingls e Espanhol

    como LE, para saber como motiv-los para a expresso oral na aula e para

    pensar e desenvolver atividades que realmente os motivassem para a produo

    oral. Por esse motivo, foi feita uma anlise socioeducativa s turmas nas quais se

    realizou a Prtica Pedaggica Supervisionada e realizado um questionrio.

  • 2

    Conhecer os alunos , de facto, importante para que as atividades funcionem e

    os discentes se empenhem.

  • 3

    1. Contexto socioeducativo

    Ao longo do primeiro captulo proceder-se-, em primeiro lugar, a uma

    anlise e descrio do contexto socioeducativo, caracterizando o meio

    envolvente em termos geogrficos, econmicos e culturais. Posteriormente, ser

    feita uma breve descrio da comunidade escolar e uma caracterizao das

    turmas nas quais decorreu o estgio pedaggico, designadamente o 9D, turma

    de Ingls nvel 5, e o 7A, turma de Espanhol nvel 1.

    1.1. Meio Envolvente

    O Agrupamento de Escolas da Sert localiza-se no Concelho da Sert,

    situado no distrito de Castelo Branco. A Sert a principal vila do Pinhal

    Interior Sul, sendo o seu concelho constitudo por 14 freguesias: Cabeudo,

    Carvalhal, Castelo, Cernache do Bonjardim, Cumeada, Ermida, Figueiredo,

    Marmeleiro, Nesperal, Palhais, Pedrogo Pequeno, Sert, Troviscal e Vrzea de

    Cavaleiros. Este concelho abrange uma rea de 446,6 km2 possuindo, em 2011,

    um quantitativo populacional de cerca de 15927 habitantes (Censos 2011: 111).

    Dentro do concelho, so as freguesias da Sert e de Cernache do Bonjardim as

    que possuem maior concentrao populacional. Os agrupamentos populacionais

    possuem pequenas dimenses e encontram-se dispersos por todo o concelho. A

    restante rea coberta por floresta. Este concelho tem assistido, nas ltimas

    dcadas, reduo e envelhecimento da sua populao, semelhana do que

    acontece no pas e de forma mais agudizada no interior, devido a problemas

    socioeconmicos como a subida do desemprego e a escassez de oportunidades

    aos mais vrios nveis.

    No que concerne aos setores de atividade econmica, o setor tercirio

    apresenta um peso bastante significativo, sendo o setor predominante. Nos

    ltimos anos tem-se vindo a apostar na rea do turismo o que tem contribudo

    para o desenvolvimento econmico da regio. Relativamente ao setor

    secundrio, tambm com algum peso, predominam as empresas ligadas

  • 4

    indstria transformadora de madeira, carnes, papel e carto, corte e acabamento

    de pedra, indstria das confees e produo de energia eltrica (hdrica,

    biomassa e elica). O setor primrio tem pouca expresso na regio,

    verificando-se alguns rendimentos provenientes do pinhal e predominando uma

    agricultura de subsistncia que ocupa pouca mo-de-obra e que utiliza poucos

    recursos tecnolgicos (Agrupamento de Escolas da Sert 2011: 4).

    Em termos de patrimnio histrico, cultural e natural encontramos vrios

    motivos de interesse no concelho, tanto a nvel de monumentos histricos como

    no que diz respeito riqueza natural e cultura popular. Entre os diversos

    monumentos histricos que se podem visitar na vila da Sert destaca-se o

    Castelo da Sert, o Convento de Sto. Antnio, o Edifcio dos Passos do

    Concelho, o Pelourinho da Sert, a Igreja Matriz de S. Pedro, entre muitos

    outros.

    Relativamente ao patrimnio natural, o concelho da Sert de uma

    riqueza enorme. Podem-se encontrar vrias praias fluviais, diversos percursos

    pedestres que atravessam paisagens de extraordinria beleza, por entre serras e

    rios. Encontram-se, tambm, alguns exemplares de arte rupestre. Por entre estas

    belezas naturais e estes monumentos histricos tambm possvel praticar

    geocaching, visitar as aldeias de xisto ou participar em visitas guiadas a vrias

    vilas do concelho e Barragem do Cabril. No que cultura popular diz respeito,

    o concelho da Sert muito rico em artesanato regional: latoaria, ferraria,

    cestaria, bordados e tecelagem. No entanto, este no tem grande expresso

    econmica e tem tendncia a desaparecer visto as geraes atuais procurarem

    outras profisses (Cmara Municipal da Sert).

    No mbito cultural da vila da Sert, encontra-se o cineteatro Tasso do

    Clube da Sert, onde se pode assistir a sesses de cinema, teatro e exposies, e

    a Casa de Espetculo e da Cultura, onde decorrem concertos, exposies e

    outros eventos de cariz cultural. De referir tambm os principais rgos de

    comunicao social do concelho, nomeadamente o jornal A Comarca da Sert

  • 5

    e a Rdio Condestvel. No concelho existem ainda vrias associaes

    recreativas, culturais e desportivas que demonstram o dinamismo da populao

    residente.

    Por todos os motivos de cariz econmico e cultural mencionados, a aposta

    no setor do turismo pode, no futuro, fomentar o emprego na regio, e a formao

    bem como o conhecimento de lnguas estrangeiras serem uma mais-valia e um

    fator de diferenciao na obteno de emprego, conforme referido no Projeto

    Educativo do Agrupamento de Escolas da Sert (Agrupamento de Escolas da

    Sert 2011: 3 4).

    1.2. Escola

    A Escola Bsica do 2 e 3 Ciclos Padre Antnio Loureno Farinha

    (doravante referida como EBPALF), na qual realizei o estgio pedaggico,

    insere-se no Agrupamento de Escolas da Sert, homologado em 2003 por

    Despacho do Secretrio de Estado da Administrao Educativa. Para alm deste

    estabelecimento, o Agrupamento rene outros estabelecimentos de ensino: 8

    jardins-de-infncia, 7 escolas bsicas do 1 CEB, a Escola Bsica So Nuno de

    Santa Maria, a Escola Bsica da Sert (1 e 2 CEB) e a Escola Secundria

    (Agrupamento de Escolas da Sert 2011: 5).

    A EBPALF foi construda de raiz no ano de 1993, mas evidencia j

    algumas necessidades de requalificao. Existe um edifcio central no qual se

    localizam as salas de aula, a biblioteca, o bar, a cantina e a papelaria. Usufrui

    tambm de um campo ao ar livre bem como de algumas reas de lazer. A

    biblioteca possui um vasto leque de recursos, entre os quais literatura portuguesa

    e estrangeira, nomeadamente inglesa, espanhola e francesa. Neste espao so,

    ainda, dinamizadas diversas atividades. As salas de aula possuem computador,

    projetor e tela, mas apenas cinco possuem quadros interativos. Contudo, foi

    implementado no Agrupamento o Plano Tecnolgico para a Educao (PTE)

    tendo-se assistido a um progressivo apetrechamento das escolas com quadros

  • 6

    interativos e outros equipamentos de tecnologia, informao e comunicao

    (TIC), bem como a videovigilncia (Agrupamentos de Escolas da Sert 2011: 5

    6).

    Este estabelecimento no tem pavilho para a prtica de Educao Fsica,

    razo pela qual os alunos frequentam as aulas de educao fsica no campo, ao

    ar livre ou se deslocam ao pavilho municipal situado a poucos metros da

    escola. Existem trs reas destinadas aos professores: a sala de professores,

    apetrechada com equipamento informtico; outra pequena sala para reunies ou

    para trabalhar, tambm com computadores; e uma outra sala equipada com

    micro-ondas e frigorfico.

    Ao longo do ano, a escola promove a realizao de diversas atividades

    extracurriculares previstas no Plano Anual de Atividades. So de destacar as

    visitas de estudo, a realizao da Semana Cultural, da Semana das Lnguas, da

    Semana da Leitura e da Feira do Livro.

    No que concerne ao corpo docente do agrupamento, tem-se verificado

    uma estabilidade crescente devido ao facto de os concursos levarem

    permanncia dos professores na escola durante quatro anos. Para alm disso, no

    caso dos professores contratados, possvel a renovao anual em caso de

    necessidade. Relativamente ao nvel de formao acadmica e profissional

    destes docentes, tem-se verificado um aumento da mesma ao longo dos ltimos

    anos. O agrupamento possui, ainda, sete professores do ensino especial e um

    psiclogo.

    O pessoal no docente mostra-se bastante empenhado nas suas funes,

    sendo atencioso e prestvel tanto para com os docentes como para com os

    alunos.

    No que populao discente diz respeito, verifica-se que esta, para alm

    de ter vindo a decrescer nos ltimos anos, bastante heterognea tanto em

    termos socioeconmicos como culturais. Quanto aos resultados escolares,

    nomeadamente, a percentagem de sucesso, verifica-se que esta tem rondado os

  • 7

    noventa porcento no caso especfico do 3 Ciclo, no qual realizei a minha prtica

    pedaggica. De referir ainda que uma elevada percentagem de alunos que

    termina o ensino secundrio neste agrupamento tem ingressado no ensino

    superior (Agrupamento de Escolas da Sert 2011: 10).

    1.3. Caracterizao das turmas

    De seguida, faz-se uma breve caracterizao das turmas de Ingls e de

    Espanhol nas quais se realizou a prtica pedaggica supervisionada, com base

    nos dados fornecidos pelas diretoras de turma. A caracterizao tem em conta a

    composio das turmas em termos de nmero de alunos, sexo e idades; o local

    de residncia e o seu dia-a-dia; o ncleo familiar, o papel de encarregado de

    educao, as habilitaes literrias dos pais e profisso que desempenhavam ou

    o facto de estarem desempregados. Para alm disso, os dados incluem as

    atividades de tempos livres dos alunos, as perspetivas de futuro em termos

    educacionais e profissionais e os fatores que (no entendimento dos alunos) mais

    contribuem para o seu insucesso escolar. Para alm destes dados, a professora

    estagiria realizou, no incio do ano letivo, inquritos (Anexo 9) que tinham

    como objetivo conhecer o interesse dos alunos pelas lnguas estrangeiras em

    questo, os modos de trabalhar e os materiais/recursos que mais os motivam nas

    aulas, em especial nas aulas de lngua estrangeira.

    1.3.1. Perfil da turma de Ingls

    A turma do 9 D1 (nvel 5), onde foi realizada a prtica pedaggica

    supervisionada de ingls, era composta por vinte alunos, onze do sexo feminino

    e nove do sexo masculino (Anexo 1), sendo a mdia etria dos alunos de 13,8

    anos.

    1 A descrio do perfil desta turma foi realizada com base nos dados fornecidos pela Diretora de Turma e nos

    resultados do inqurito realizado aos alunos pela professora estagiria (Anexo 9).

  • 8

    A maior parte dos alunos residiam em aldeias do concelho da Sert

    vivendo, na sua maioria, com os pais e com os irmos. Havia um aluno que vivia

    com a me, o padrasto e a irm, e uma aluna que vivia com os avs e a irm.

    O papel de Encarregado de Educao era desempenhado, na quase

    totalidade, pelas mes dos alunos, sendo que apenas dois pais e uma av

    desempenhavam essa funo (Anexo 2).

    Relativamente s habilitaes literrias dos pais e das mes, estas

    variavam entre o 1 Ciclo e o Ensino Superior. Conforme se pode constatar no

    grfico seguinte, a maioria dos pais e mais de metade das mes completaram

    apenas o Ensino Bsico Obrigatrio, ou seja, o 9 Ano; cinco mes terminaram o

    Ensino Secundrio e uma concluiu uma Licenciatura. Deste modo, poder-se-

    dizer que as mes possuem habilitaes literrias superiores aos pais.

    Grfico 1

    Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 9 D

    A situao socioeconmica das famlias dos alunos era bastante

    homognea, enquadrando-se em estratos sociais de nvel econmico mdio

    baixo e baixo. Havia apenas trs desempregadas entre as mes (Anexo 3), sendo

    que, de acordo com os dados fornecidos pelos alunos Diretora de Turma, no

    havia desemprego entre os pais (Anexo 4). As profisses desempenhadas pelos

    0

    2

    4

    6

    8

    1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo Ensino Secundrio Ensino Superior No

    responde/sabe

    8

    2

    3

    5

    1 1

    5

    4

    8

    2

    0

    1

    Habilitaes Literrias Pais dos Alunos

    H.L. Mes H.L. Pais

  • 9

    pais e pelas mes dos alunos eram bastante diversificadas, incluindo-se

    maioritariamente no setor tercirio, relacionado com os servios. A profisso

    que maior nmero de mes tinha em comum era a de domstica, servio

    desempenhado por sete mes.

    Todos os alunos referiram possuir computador e acesso Internet em

    casa. Entre as atividades de ocupao de tempos livres preferidas estavam ouvir

    msica, ver televiso, jogar futebol, andar de bicicleta e jogar computador.

    No que diz respeito s perspetivas de futuro, oito alunos referiram o 12

    ano como o nvel de ensino a atingir. Onze alunos pretendiam prosseguir para o

    Ensino Superior e, um aluno ainda no tinha definido o que pretendia fazer.

    Quando questionados sobre que profisses gostariam de desempenhar no futuro,

    os alunos revelaram, na sua maioria, ainda no saber.

    No que concerne aos problemas da turma, os alunos identificaram como

    principais causas do insucesso escolar a falta de hbitos de estudo, a falta de

    ateno/concentrao, a indisciplina na sala de aula e o desinteresse pela

    disciplina. No grfico que se segue podem ver-se, mais detalhadamente, as

    respostas dadas pelos alunos.

  • 10

    Grfico 2

    Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 9 D

    A disciplina de Ingls estava entre as que causavam maiores dificuldades

    aos alunos. Contudo, alguns consideraram-na uma das suas favoritas. Mais de

    metade dos alunos referiu que a lngua inglesa era importante para o seu

    currculo (Anexo 10). Quando questionados sobre os seus mtodos de trabalho,

    as respostas ficaram equitativamente distribudas: seis alunos preferiam

    trabalhar individualmente, sete em pares e outros sete em grupo (Anexo 10). Os

    materiais e recursos que mais os motivavam eram os meios audiovisuais e as

    apresentaes em PowerPoint (Anexo 10).

    0 5 10 15 20

    Falhas na compr. da linguagem dos professores

    Falta de oport. para esclarecimento de dvidas

    Rapidez no tratamento dos assuntos

    Mudana de professores

    Esquecimento rpido do que foi trabalhado

    Antipatia do professor

    Antipatia pelo professor

    Falta de hbitos de estudo

    Contedos difceis

    Indisciplina na sala de aula

    Falta de ateno/concentrao

    Desinteresse pela disciplina

    Existncia de outro tipo de solicitaes

    7

    4

    8

    8

    9

    5

    3

    16

    6

    13

    15

    13

    3

    Fatores que mais contribuem para o insucesso dos alunos - perceo dos

    alunos

  • 11

    Dos vinte alunos, trs encontravam-se a repetir o 9 ano, sendo que

    nenhum tinha tido retenes noutros anos de escolaridade. A turma tinha dois

    alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE), abrangidos pelo Decreto-

    Lei 3/2008 de 7 de janeiro que recebiam apoio pedaggico personalizado e

    beneficiavam de adequaes curriculares individuais e adequaes no processo

    de avaliao a todas as disciplinas, incluindo a disciplina de Ingls.

    1.3.2. Perfil da turma de Espanhol

    A turma do 7 A2 (nvel 1) era constituda por vinte e seis alunos, sendo

    dezassete do sexo feminino e nove do sexo masculino (Anexo 5). A mdia etria

    dos alunos era de 12,2 anos, variando entre os 11 e os 15 anos.

    Todos os alunos residiam na Sert, sendo que a grande maioria dos alunos

    vivia com os pais e os irmos. Os que no viviam com os dois pais era por

    motivos de separao dos mesmos, exceo de um aluno cujo pai j tinha

    falecido.

    O papel de Encarregado de Educao era desempenhado, na sua maioria,

    pelas mes dos alunos, sendo apenas quatro os pais que cumpriam essa funo

    (Anexo 6).

    Relativamente s habilitaes literrias dos pais e das mes, estas

    variavam entre o 1 Ciclo e o Ensino Superior, nomeadamente, a licenciatura.

    De um modo geral, e conforme se pode constatar nos grficos seguintes, as mes

    possuam graus de escolaridade mais elevados que os pais.

    2 A descrio do perfil desta turma foi realizada com base nos dados fornecidos pela Diretora de Turma e nos

    resultados do inqurito realizado aos alunos pela professora estagiria (Anexo 9).

  • 12

    Grfico 3

    Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 7 A

    A situao socioeconmica das famlias dos alunos era bastante

    heterognea, enquadrando-se em estratos sociais de nvel econmico mdio e

    baixo. Entre pais e mes podiam-se contabilizar 13 desempregados sete mes e

    seis pais (Anexos 7 e 8). As profisses desempenhadas por estes eram bastante

    diversificadas, incluindo-se maioritariamente no setor tercirio. A profisso que

    maior nmero de mes tinha em comum era a de domstica, servio

    desempenhado por cinco mes.

    Todos os alunos tinham computador, sendo que apenas quatro no tinham

    acesso Internet em casa. Ver televiso, jogar computador, danar e estar com

    os amigos eram as atividades de ocupao de tempos livres a que mais alunos

    diziam dedicar-se.

    Relativamente s perspetivas de futuro, cinco alunos mencionaram o 12

    ano de escolaridade como o nvel de ensino a atingir. Os restantes vinte e um

    alunos pretendia prosseguir estudos at ao ensino superior. As profisses que

    ambicionavam exercer eram muito diversificadas, passando pela medicina,

    desporto, agricultura, ensino, biologia, foras de segurana, entre outras.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    1 Ciclo 2 Ciclo 3 Ciclo Ensino

    Secundrio

    Ensino Superior No

    responde/sabe

    2 1

    7

    11

    4

    1 2

    6 7

    4

    2

    5

    Habilitaes Literrias dos Pais dos Alunos

    H.L. Mes H.L. Pais

  • 13

    No que concerne ao insucesso escolar, os alunos identificaram como

    principais causas a falta de ateno/concentrao, a falta de hbitos de estudo, a

    indisciplina na sala de aula e o esquecimento rpido do que foi trabalhado. No

    grfico que se segue podem ver-se as respostas dadas pelos alunos.

    Grfico 4

    Fonte: Adaptado de Caracterizao de Turma 7 A

    Entre as razes que estes alunos referiram para ter escolhido a disciplina

    de Espanhol, no incio do terceiro ciclo, destacaram-se a importncia desta

    lngua para o seu currculo; a possibilidade de terem que ir estudar ou trabalhar

    para Espanha ou outro pas estrangeiro no futuro; e o facto de os amigos tambm

    terem escolhido esta lngua (Anexo 10). Quando questionados sobre os mtodos

    de trabalho, sete alunos preferiam trabalhar individualmente, oito em pares e dez

    em grupo (Anexo 10). Os materiais e recursos que mais os motivavam eram os

    meios audiovisuais e as apresentaes em PowerPoint (Anexo 10).

    0 5 10 15 20 25 30

    Falhas na compr. da linguagem dos professores

    Falta de oport. para esclarecimento de dvidas

    Rapidez no tratamento dos assuntos

    Mudana de professores

    Esquecimento rpido do que foi trabalhado

    Antipatia do professor

    Antipatia pelo professor

    Falta de hbitos de estudo

    Contedos difceis

    Indisciplina na sala de aula

    Falta de ateno/concentrao

    Desinteresse pela disciplina

    6

    5

    5

    1

    16

    2

    10

    20

    1

    19

    26

    9

    Fatores que mais contribuem para o insucesso dos alunos - perceo dos

    alunos

  • 14

    A turma revelava alguma falta de hbitos de estudo, j que apenas dez

    alunos referiram estudar diariamente. Os restantes disseram que estudavam s

    vezes. A grande maioria dos alunos estudava em casa e alguns revelaram ter o

    apoio da famlia na realizao dos trabalhos de casa e no estudo. No entanto,

    oito alunos referiram no ter ajuda de ningum. No ano letivo anterior metade da

    turma teve apoio pedaggico a diferentes disciplinas.

    Dos vinte e seis alunos, oito apresentavam repetncias. A turma tinha um

    aluno com Necessidades Educativas Especiais (NEE), abrangido pelo Decreto-

    Lei 3/2008 de 7 de janeiro que frequentava o 7 ano de escolaridade pela terceira

    vez. O referido aluno tinha tido acompanhamento ao longo de todo o Ensino

    Bsico, tendo beneficiado durante este ano letivo de apoio pedaggico

    personalizado e adequaes no processo de avaliao.

  • 15

    2. Reflexo geral sobre a prtica pedaggica supervisionada

    Tendo em conta que o perodo durante o qual decorre a prtica

    pedaggica supervisionada fundamental para a formao de um professor, deter-

    me-ei, neste captulo, na apresentao e descrio da minha experincia prvia

    como professora, bem como nas expectativas e desafios que este estgio

    suscitou. Farei tambm referncia s atividades curriculares e extracurriculares

    desenvolvidas ao longo do ano, presentes no Plano Individual de Formao

    (PIF).

    2.1. A professora estagiria

    Desde cedo manifestei o desejo de ser professora. Quando me candidatei

    pela primeira vez ao Ensino Superior, todas as minhas opes estavam ligadas

    ao ensino das lnguas ou da Geografia. Nessa altura, decorria o ano de 1998,

    entrei na licenciatura de geografia que terminei com a realizao do estgio

    pedaggico no ano letivo de 2003-2004. Aps o estgio, lecionei Geografia e

    Cidadania e Mundo Atual em colgios privados, a alunos de currculo regular,

    alternativo e Cursos de Educao Formao (CEF). Os constantes horrios

    incompletos e sem contratos que me permitissem alguma estabilidade, o facto de

    ter que trabalhar noutras reas para conseguir alguma independncia econmica,

    e a vontade que se mantinha de continuar no ensino, levaram-me em 2008 a

    regressar Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra para realizar a

    licenciatura em Lnguas Modernas na variante de Ingls e de Espanhol.

    Durante o meu percurso escolar, as minhas disciplinas favoritas sempre

    foram as lnguas. Este gosto deve-se, provavelmente, ao facto de ter comeado a

    aprender uma lngua estrangeira desde muito cedo. Mesmo depois de terminar a

    minha formao superior decidi aprender Espanhol numa escola de lnguas. Este

    curso que fiz, despertou em mim o gosto por esta lngua. Alm disso, o aumento

    na procura de professores de Espanhol levou-me de novo universidade.

  • 16

    A falta de professores de Espanhol que existia quando iniciei esta minha

    licenciatura levou a que, desde o primeiro ano, comeasse a lecionar Cursos de

    Formao de Adultos (UFCDs). J no segundo ano da licenciatura fiquei

    colocada em dois estabelecimentos do ensino pblico. No ltimo ano da

    licenciatura fui professora de Ingls nas Atividades de Enriquecimento

    Curricular (AECs), situao que se repetiu no ano seguinte.

    Dada a dificuldade crescente em conseguir uma colocao como

    professora de Ingls ou de Espanhol, sem uma profissionalizao, decidi

    ingressar, no ano letivo de 2012/2013, no mestrado em ensino de Ingls e de

    Espanhol no Ensino Bsico e no 3 Ciclo do Ensino Bsico e no Ensino

    Secundrio.

    2.2. Expetativas e desafios

    Quando iniciei o segundo ano do Mestrado e a Prtica Pedaggica

    Supervisionada no Agrupamento de Escolas da Sert, estava ciente do desafio

    que tinha pela frente. Principalmente na rea do Ingls sabia que tinha que

    trabalhar arduamente para ultrapassar as minhas dificuldades e conseguir um

    bom resultado. Estando consciente das minhas limitaes, tive o cuidado de

    preparar de forma cuidada e pormenorizada cada uma das aulas que lecionei de

    forma a colmatar falhas ou imprevistos que pudessem surgir. Dediquei-me e

    preparei-me da mesma forma e com a mesma responsabilidade para as aulas de

    espanhol. No entanto, nestas sentia menos presso devido ao facto de possuir um

    domnio mais proficiente da lngua.

    O facto de ir trabalhar com pessoas novas orientadoras, alunos, pessoal

    docente e no docente cria sempre alguma expectativa e ansiedade. Contudo,

    todos se revelaram fundamentais neste processo, contribuindo de forma positiva

    para a minha formao.

  • 17

    Atualmente, o comportamento dos alunos nas escolas est na ordem do

    dia e, portanto, aquando do incio do estgio no Agrupamento de Escolas da

    Sert, preocupava-me o perfil das turmas com as quais teria que trabalhar. Para

    meu agrado, os alunos de ambas as turmas mostraram-se empenhados e

    interessados nas aulas e, apesar de alguns serem um pouco conversadores, no

    houve problemas de comportamento a registar, o que facilitou a minha tarefa

    enquanto professora estagiria.

    Com o decorrer do estgio e com a ajuda das orientadoras, fui

    progredindo e desenvolvendo a minhas capacidades para planificar e executar as

    aulas. Aprendi a criar um fio condutor entre os vrios momentos da aula e entre

    as aulas, a desenvolver atividades variadas e inovadoras adaptadas ao nvel,

    idade e aos interesses dos alunos, tendo em conta o programa e os contedos

    temticos a abordar.

    Terminado o estgio posso afirmar que este constituiu uma experincia

    muito enriquecedora, tanto a nvel profissional como pessoal. Foi um ano de

    aprendizagem intensa e imensa, e que culminou com uma sensao de dever

    cumprido e de superao das dificuldades. Apesar do muito que ainda tenho que

    aprender, creio que evolui em ambas as reas lingusticas. Considero que

    qualquer professor deve estar num processo contnuo de aprendizagem, de

    forma a poder melhorar a sua performance enquanto docente.

    2.3. Atividades curriculares e extracurriculares

    No incio do ano letivo estabeleci o meu Plano Individual de Formao

    para cada uma das lnguas. Neste ficaram registadas todas as atividades

    obrigatrias e facultativas, curriculares e extracurriculares, que me comprometi

    a realizar durante a minha prtica pedaggica supervisionada.

    Deste modo, e no que respeita s atividades curriculares desenvolvidas na

    rea do Ingls, comecei por lecionar, em conjunto com a colega estagiria, trs

    aulas de carter formativo, cada uma das quais com a durao de quarenta e

  • 18

    cinco minutos. A primeira destas aulas foi sobre o tema Halloween traditions

    and vocabulary, a segunda sobre Job interviews e a terceira sobre Christmas

    vocabulary. Estas aulas foram fundamentais para facilitar a minha adaptao aos

    alunos e ao contexto de sala de aula, mais especificamente aula de Ingls.

    Posteriormente, lecionei seis aulas de noventa minutos e duas de quarenta

    e cinco, todas com carter avaliativo. Estas foram distribudas ao longo do ano

    para que pudesse trabalhar as vrias unidades e alguns dos contedos presentes

    em cada uma delas. Assim, abordei temas como Unusual jobs, Healthy and

    unhealthy food, Healthy diets and eating habits, Environmental disasters e

    Holiday habits in the past and present.

    Na rea de Espanhol, lecionei quatro aulas de noventa minutos e sete de

    quarenta e cinco, todas de carter avaliativo. A distribuio das mesmas

    permitiu que abordasse praticamente todas as unidades didticas contempladas

    na planificao anual, nomeadamente En el instituto, Navidades, En famlia, Ven

    a divertirte, Dime lo que comes, Cudate!, Vamos de compras, Historias de

    misterio e De vacaciones.

    Relativamente s atividades extracurriculares, participei sempre de forma

    empenhada e cumpri todas as atividades obrigatrias e facultativas a que me

    propus no meu Plano Individual de Formao, quer da rea de ingls quer da

    rea de espanhol. Esta era uma forma de aprender e de me integrar na

    comunidade escolar.

    Assisti e participei em todos os seminrios pedaggicos realizados ao

    longo do ano e dirigidos quer pela orientadora de Ingls quer pela de Espanhol,

    bem como em todas as sesses de auto e heteroavaliao de atividades letivas.

    Estes seminrios foram importantes para a minha formao enquanto professora

    de lnguas estrangeiras, pois permitiram que aprendesse a elaborar testes e

    respetivas matrizes. Para alm disso, como entregava sempre as planificaes

    com antecedncia estes seminrios serviam tambm para as rever e, sempre que

    necessrio, melhorar ou alterar alguns aspetos sugeridos pela orientadora.

  • 19

    Participei tambm, com o estatuto de observadora, numa reunio de

    Subcoordenao de rea Disciplinar (SCAD), bem como numa reunio de

    Conselho de Turma do 7 A, com a qual realizei a minha Prtica Pedaggica de

    Espanhol.

    Tentei integrar-me o mais possvel na comunidade escolar, desenvolvendo

    algumas atividades extracurriculares para os alunos do agrupamento. Desta

    forma elaborei, alternadamente com a colega estagiria, desafios semanais para

    as bibliotecas do 2 e 3 Ciclos como forma de promover e divulgar a lngua

    inglesa e a lngua espanhola entre os alunos. No final do ano letivo recolhi a

    participao dos mesmos de forma a presentear os participantes mais assduos.

    Preparei, em conjunto com a colega estagiria, atividades letivas para o

    dia de Halloween e para celebrar o Christmas. J a Espanhol realizei um vdeo

    sobre Espanha para ser apresentado na biblioteca do 3 Ciclo no Da de la

    Hispanidad.

    Participei no Dia do Fumeiro com pratos tradicionais ingleses e

    espanhis, tendo levado chs tpicos ingleses, doce de laranja e uma tortilla.

    Esta atividade foi realizada em conjunto com a colega estagiria, com as

    orientadoras, com outros professores e com o apoio e dedicao dos alunos do

    Curso de Educao e Formao de servio de mesa.

    Realizei, com a turma de Ingls, uma atividade para o Natal em conjunto

    com a colega estagiria e com a colega de Educao Visual. Infelizmente esta

    atividade no foi concluda a tempo, no tendo sido posta em prtica.

    Com o objetivo de dar a conhecer aos alunos o Pancake Day no Reino

    Unido e as tradies carnavalescas em Espanha, preparei uma pequena

    exposio, a qual foi elaborada em conjunto com a colega de estgio. Para alm

    disto, disponibilizei materiais e atividades na plataforma Moodle da escola.

    Para alm das atividades facultativas que me propus realizar no Plano

    Individual de Formao, tive ainda a oportunidade de desenvolver, em

    colaborao com a colega estagiria, uma atividade extracurricular para o Dia de

  • 20

    S. Valentim, na qual os nossos alunos escreveram em cartes com forma de

    corao pequenas mensagens em Ingls e em Espanhol que depois foram

    afixados na escola num muro que designamos como The Friendship Wall para

    as mensagens em Ingls, e El muro de la Amistad para as mensagens em

    Espanhol.

    Propus-me tambm realizar um concurso de traduo (Ingls Portugus;

    Espanhol Portugus) para o 3 Ciclo, que decorreu durante a Semana da

    Leitura. Nesta atividade contei com a ajuda da colega estagiria. Selecionei os

    textos para os diferentes nveis, elaborei as tradues modelo, o regulamento, os

    cartazes que anunciavam esta atividade e os diplomas para entregar aos

    participantes.

    Para a Semana das Lnguas, preparei, em conjunto com a colega de

    estgio, o jogo Who wants to be a billionaire/Quin quiere ser millonario: que

    acabou por ser realizado apenas com uma turma de Espanhol, devido

    calendarizao feita pela escola das diversas atividades a decorrer.

  • 21

    3. A Produo Oral e a motivao na aula de Lngua Estrangeira

    A produo oral uma competncia fundamental a desenvolver na aula de

    lngua estrangeira (LE), na medida em que, quando se aprende uma LE o

    objetivo principal poder fal-la. Deste modo, essencial que o professor crie

    atividades que motivem os alunos e que lhes permitam, simultaneamente,

    praticar e desenvolver a produo oral.

    Pelo que se acaba de referir, neste captulo far-se-, em primeiro lugar,

    uma caracterizao da produo oral mencionando as suas especificidades e os

    mecanismos de produo de textos orais, nomeadamente a adequao, a

    coerncia e a coeso. Ter-se- tambm em conta a sua importncia enquanto

    competncia a desenvolver na sala de aula, bem como as dificuldades que causa,

    tanto a alunos como a professores.

    Para alm disto, far-se- uma breve anlise da forma como esta

    competncia abordada quer nos programas de ingls e espanhol LE quer nos

    manuais adotados no agrupamento onde realizei a Prtica Pedaggica

    Supervisionada.

    3.1. A Produo Oral na aula de Lngua Estrangeira

    A produo oral uma das quatro competncias lingusticas bsicas e,

    juntamente com a compreenso oral faz parte da competncia oral. Por sua vez,

    a produo e a compreenso escrita formam a competncia escrita. A produo

    oral possui diversas caractersticas que a identificam e diferenciam da produo

    escrita. Contudo, segundo Martn Peris (1993: 183), possvel servirmo-nos de

    ambas as competncias para comunicar, visto que tanto uma como outra se

    materializam de acordo com processos de expresso, compreenso e interao

    independentes. Apesar de ambas serem competncias produtivas e utilizarem o

    mesmo sistema lingustico, na realizao do mesmo que se concretizam as

    suas particularidades.

    Segundo o Plano Curricular do Instituto Cervantes:

  • 22

    Aprender a usar una lengua extranjera supone aprender a categorizar e interpretar

    las situaciones y las relaciones sociales tal y como las categorizan e interpretan los

    hablantes nativos; implica tambin aprender a interactuar de manera adecuada en funcin

    del contexto y del interlocutor, de acuerdo con esquemas de actuacin y recursos propios de

    la comunidad de hablantes a la que se accede (Instituto Cervantes 20073).

    Assim, a produo oral constitui um processo interativo de construo de

    significado, que engloba a produo, a receo e o processamento de informao

    por dois ou mais interlocutores, em tempo real, ou seja, de forma imediata e

    espontnea (Pinilla Gmez 2004: 883; Thornbury 2005: 2).

    A expresso tempo real traduz de forma muita clara e objetiva a

    realidade da produo oral, pois o tempo de que os falantes dispem para

    planear o discurso muito limitado e, portanto, esse mesmo planeamento no

    pode ser muito detalhado. Devido a esta especificidade, o discurso oral

    manifesta as seguintes propriedades lingusticas: o recurso a oraes

    sintaticamente mais curtas e simples, predominando as oraes coordenadas e

    justapostas em detrimento das oraes subordinadas; um raro uso da voz

    passiva; a utilizao de um vocabulrio mais limitado e genrico que serve para

    diversos fins; o uso frequente de coloquialismos e vulgarismos, bem como o

    recurso a frases feitas e expresses idiomticas. Aqui permitido o uso de frases

    incompletas ou interrompidas, de falsos comeos, de vacilaes, de pausas, de

    silncios, de repeties e de expresses para preencher os momentos em que o

    falante pensa e formula ou reformula a informao que vai transmitir (Pinilla

    Gmez 2004: 883 884; Thornbury 2005: 2 8).

    Para alm dos elementos lingusticos que caracterizam a produo oral,

    como o conhecimento do sistema lingustico, o vocabulrio, a gramtica, a

    pronncia, o ritmo, o acento e a entoao, h que ter em conta os elementos

    3

    http://cvc.cervantes.es/ensenanza/biblioteca_ele/plan_curricular/niveles/06_tacticas_pragmaticas_introduccion.ht

    m. Consultado a 03 de setembro de 2014.

  • 23

    paralingusticos e extralingusticos nos quais esta se apoia e que constituem uma

    parte fundamental do domnio desta competncia (Thornbury 2005: 9 26).

    De acordo com as consideraes de Brown (2000: 262) e Pinilla Gmez

    (2004: 884), os elementos paralingusticos esto associados comunicao no-

    verbal, a qual constitui uma dimenso importantssima da comunicao oral. Os

    gestos, a expresso facial, os movimentos corporais, o contacto visual e a

    distncia fsica so fundamentais para completar o significado da mensagem que

    se pretende transmitir.

    Por sua vez, os elementos extralingusticos tambm condicionam a

    produo oral. Estes relacionam-se com os conhecimentos que os falantes tm

    da cultura e do contexto, bem como do grau de familiaridade que tm com os

    outros falantes (Pinilla Gmez 2004: 884; Thornbury 2005: 11). Ao estarem cara

    a cara os falantes podem comprovar a reao do seu interlocutor e, em caso de

    necessidade, pedir esclarecimentos ou reformular a informao transmitida (Briz

    Gmez 2004: 222; Thornbury 2005: 12).

    Em conjunto, todos estes elementos facilitam a transmisso e a

    compreenso da informao, permitindo a existncia de reciprocidade e

    interao, caractersticas inerentes produo oral (Pinilla Gmez 2004: 883).

    Assim, tambm o feedback imediato, j que os falantes organizam o

    discurso de acordo com o princpio de cooperao, o que permite que este

    evolua, modificando-se e reorganizando-se medida que a situao

    comunicativa se desenvolve (Pinilla Gmez 2004: 883). Por tudo o que foi

    referido, parece incuestionable que la expresin oral es menos densa

    conceptualmente, ms cercana a nuestra experiencia, ms universal y menos

    abstracta que la escrita (Salaberri Ramiro 1999: 335).

    Para alm dos elementos mencionados anteriormente, h que ter em conta,

    aquando da produo de textos orais, os mecanismos envolvidos na produo de

    textos. Isto porque um texto quer seja oral ou escrito, s adquire sentido pleno

    quando os princpios de carcter textual, contextual e lingustico que o

  • 24

    constituem funcionam de forma harmoniosa e conexa (Aznar Juan 2012: 188).

    Os mecanismos de produo de textos so a adequao, a coerncia e a coeso

    textual. Todos estes aspetos integram a competncia comunicativa de qualquer

    falante, sendo fundamentais para a produo de textos orais.

    Segundo Aznar Juan (2012: 188), h uma relao estreita entre adequao

    e contexto, na medida em que a adequao de um texto, oral ou escrito, depende

    do contexto em que o mesmo se produz. O falante, ao expressar-se oralmente,

    deve ter em conta a situao comunicativa, o tema, a finalidade, as intenes e

    as caractersticas dos interlocutores, escolhendo sempre modelos lingusticos

    adaptados a todos estes aspetos. Deste conjunto de fatores depende, segundo

    Briz Gmez (2004: 224) o xito da interao oral e, consequentemente, o maior

    ou menor sucesso e eficcia do discurso.

    A coerncia e a coeso so indispensveis para a estruturao do texto e

    para a compreenso da mensagem que se deseja transmitir (Aznar Juan 2012:

    191). Apesar da relao existente entre estes conceitos, os mesmos no podem

    ser vistos como sinnimos, pois coerncia no o mesmo que coeso. A

    coerncia um conceito mais amplo, que abarca o de coeso. Atendendo s

    consideraes de Calsamiglia Blancafort & Tusn (2008: 212), a coerncia

    engloba, para alm das relaes intratextuais, as relaes pragmticas. A

    coerncia alude ao significado transmitido pelo texto e relao deste com o

    contexto e com os interlocutores (Calsamiglia Blancafort & Tusn 2008: 212).

    Por sua vez, diz-se que um texto coeso quando os seus elementos

    lingusticos (lexicais e gramaticais) esto interligados, apresentando-se sinttica

    e semanticamente encadeados, conferindo unidade a esse mesmo texto. Isto

    permite a compreenso do texto na sua globalidade (Thornbury 2006: 32 33;

    Calsamiglia Blancafort & Tusn 2008: 220).

    Segundo Thornbury (2006: 32 33), entre os elementos lingusticos de

    carcter lexical, destacam-se a repetio de palavras ou o uso de sinnimos, o

    recurso a palavras gerais para mencionar algo especfico referido anteriormente,

  • 25

    a substituio e a elipse. Em termos gramaticais, o falante recorre ao uso de

    pronomes e determinantes, de substituies, elipses, conetores e paralelismos.

    Atualmente a produo oral constitui uma competncia central no mbito

    das metodologias do ensino das lnguas. Ao aprender uma lngua estrangeira, o

    aprendente f-lo tendo em conta objetivos concretos, entre os quais se destaca o

    facto de poder utiliz-la para fins comunicativos especficos. Deste modo,

    fundamental que, no processo de aprendizagem, se promova o desenvolvimento

    desta competncia, implementando atividades que motivem, desde cedo, os

    alunos para o uso oral da lngua que aprendem. Ao estarem motivados para

    praticar a produo oral, estes vo sentir-se menos inibidos para usar a lngua

    estrangeira e desenvolver melhor esta competncia. Esta prtica preparar os

    discentes para situaes reais de comunicao nas lnguas alvo, dando-lhes

    ferramentas para se expressarem com maior fluidez, correo e adequao,

    produzindo textos orais coerentes e coesos que lhes permitam interagir

    eficazmente em diversos contextos.

    Outro fator que influencia a produo oral dos estudantes no contexto de

    sala de aula a personalidade e a diversidade dos discentes. Alguns so

    extrovertidos, sentindo-se muito vontade para participar, quer seja na lngua

    meta ou na lngua materna, quer seja com maior ou menor grau de correo;

    outros so tmidos e tm pouca confiana em si prprios, pelo que ficam

    ansiosos quando tm que falar em pblico. Todas estas personalidades

    influenciaro a produo oral dos alunos no contexto da sala de aula (Alonso

    2012: 153 154).

    Praticar e desenvolver a competncia da produo oral no uma tarefa

    fcil para muitos discentes nem para os professores. A sua complexidade,

    decorrente das suas caractersticas, tem levado a que muitos estudantes, aps

    vrios anos a aprenderem uma lngua estrangeira, se deparem com problemas

    quando necessitam de a utilizar em situaes comunicativas reais especficas.

    Isto deve-se ao facto de uma das grandes dificuldades da expresso oral estar

  • 26

    relacionada com a falta de tempo para planear o discurso, pois este acontece de

    forma espontnea e em tempo real (Thornbury 2006: 208).

    Segundo Moreno Garcia (2011: 329) e Alonso (2012: 153 155), outras

    causas para as dificuldades sentidas pelos alunos quando se expressam

    oralmente so a timidez, a vergonha e o medo de se exporem e errarem em

    frente aos colegas e ao professor. Esta falta de confiana deve-se aos limitados

    recursos lingusticos que possuem para transmitir mensagens de forma adequada

    e inteligvel. Esta pode igualmente estar relacionada com o receio de manifestar

    uma opinio prpria perante o grupo.

    A ausncia de motivao, predisposio e interesse para se expressarem

    na aula usando a lngua estrangeira tambm impede os discentes de arriscar o

    que limita a sua aprendizagem e o desenvolvimento desta competncia. Tal

    situao pode ficar a dever-se, em alguns casos, ao tipo de atividades propostas

    aos alunos, bem como aos temas eleitos e o conhecimento que tm dos mesmos

    (Moreno Garcia 2011: 329; Alonso 2012: 329).

    O facto de estarem pouco habituados realizao de atividades

    comunicativas e, consequentemente, terem poucas oportunidades para praticar a

    produo oral, tambm explica o medo de os alunos se exporem, bem como a

    sua insegurana e falta de motivao (Moreno Garcia 2011: 329; Alonso 2012:

    329). Desta forma, como aponta Moreno Garcia (2011: 329), fundamental

    criar um bom ambiente na sala de aula e promover atividades comunicativas

    pensadas em funo das caractersticas e especificidades dos alunos e das

    turmas.

    Estes problemas afetam no s os discentes mas tambm os professores

    que, nem sempre, so bem-sucedidos quando implementam atividades para

    praticar a produo oral. Para alm disto, o nmero de estudantes por turma

    pode, igualmente, condicionar a prtica da produo oral na aula de lngua

    estrangeira.

  • 27

    Em suma, pode afirmar-se que, quando se pretende que os alunos

    desenvolvam e pratiquem a produo oral na sala de aula, h que ter em ateno

    todos os aspetos referidos anteriormente. Nomeadamente, o conhecimento dos

    elementos lingusticos, paralingusticos e extralingusticos associados

    produo oral, os mecanismos de produo de textos e a diversidade dos alunos,

    a sua personalidade e nveis de motivao.

    Deste modo, preciso motivar os discentes para que estes se empenhem

    nas atividades pensadas e desenvolvidas pelo docente e possam praticar esta

    competncia. Assim, o docente deve ter a flexibilidade e o discernimento de

    saber adaptar as vrias atividades existentes aos alunos em questo. Pois todos

    os estudantes so diferentes, nem todos aprendem da mesma forma e nem todos

    possuem a mesma capacidade para aprender uma LE.

    Portanto, deve ser sempre uma preocupao do professor fornecer aos

    alunos diversos materiais e atividades que lhes permitam visualizar, ouvir e ler,

    de forma a poderem adequar a sua expresso oral s diversas situaes

    comunicativas propostas. Esta integrao de competncias, onde em primeiro

    lugar se fornece input e, numa fase posterior, se pede aos alunos que produzam

    output, fundamental para que percebam melhor o registo oral e os mecanismos

    de produo de textos. Isto igualmente importante para manter os nveis de

    motivao elevados e para diminuir a insegurana e a falta de interesse. As

    vrias oportunidades dadas para a prtica desta competncia permitem aos

    alunos desenvolver a expresso oral na aula de LE.

    Atualmente, a produo oral uma preocupao constante no mbito das

    metodologias de ensino de LE e, consequentemente, nos programas, contedos e

    materiais de ensino da lngua. Por esta razo, no ponto seguinte, expe-se o

    tratamento que se faz desta competncia nos programas e nos manuais utilizados

    na Prtica Pedaggica Supervisionada.

  • 28

    3.2. A Produo Oral nos Programas Oficiais e Manuais Didticos

    adotados

    Visto que a produo oral constitui um tema relevante no ensino e

    aprendizagem de qualquer LE, os programas e os manuais refletem igualmente

    esta preocupao. Assim, de seguida, apresentar-se-, num primeiro ponto, o

    tratamento do tema no Programa e no Manual de Ingls e, posteriormente, num

    segundo ponto, no Programa e no Manual de Espanhol.

    3.2.1. Programa e Manual de Ingls

    O ensino do ingls como LE em Portugal baseia-se em dois documentos

    orientadores elaborados pelo Ministrio da Educao: o Programa de Ingls do

    3 Ciclo do Ensino Bsico e as Metas Curriculares de Ingls para o 3 Ciclo, as

    quais foram homologadas a 13 de maio de 2013.

    No que diz respeito ao Programa, este refere-se aprendizagem de uma

    LE como parte da construo de cada individuo que, como aprendente, deve

    desenvolver diversas competncias que contribuiro para o seu crescimento e

    desenvolvimento enquanto membro de uma sociedade cada vez mais global

    (Ministrio da Educao 1997a: 5). Por esta razo, o docente deve recorrer a

    metodologias centradas no aluno, que o tornem mais responsvel, autnomo e,

    consequentemente, agente ativo no processo de aprendizagem. Desta forma, e

    privilegiando contedos que se relacionem com a circunstncia do discente,

    favorece-se a motivao e o empenho, bem como a vontade de participar e

    aprender (Ministrio da Educao 1997a: 61).

    Durante o processo de ensino-aprendizagem, todo o docente deve

    proporcionar aos seus alunos vrias oportunidades para desenvolver as

    competncias comunicativas, designadamente a produo oral, pois s

    praticando e experimentando a LE, neste caso a lngua inglesa, que o aluno se

    pode tornar autnomo e consciente da sua importncia e utilidade enquanto

  • 29

    meio de comunicao em diversas situaes (Ministrio da Educao 1997a:

    61).

    Assim, o Programa de Ingls baseia-se no mtodo comunicativo, visto ter

    em conta fatores como os seguintes:

    favorece o desenvolvimento equilibrado de todos os domnios da personalidade do

    aprendente []; privilegia aquisies que integram o novo em estruturas e conceitos

    anteriormente adquiridos, estimulando uma reflexo constante sobre os processos que mais

    se adequam ao estilo cognitivo do aprendente; valoriza a dimenso scio-cultural da lngua,

    no pressuposto de que ela o repositrio de identidades individuais e coletivas (Ministrio

    da Educao 1997a: 5 6).

    O Programa de Ingls prev, pois, que os discentes sejam capazes de

    comunicar utilizando a lngua inglesa com crescente autonomia, seguindo as

    suas regras de funcionamento e desenvolvendo os vrios mecanismos de

    produo de textos, bem como a fluncia, a competncia discursiva e a

    competncia estratgica.

    No que concerne s novas Metas Curriculares de Ingls, verifica-se que

    estas assentam, tambm, no desenvolvimento da competncia comunicativa,

    pois do grande importncia compreenso, interao e produo tanto oral

    como escrita. De acordo com estas metas, devemos proporcionar aos alunos

    oportunidades para usarem a lngua inglesa em contextos que se aproximem da

    realidade (Cravo et al. 2013: 4).

    De entre os vrios domnios que devem fazer parte da competncia

    comunicativa dos discentes, importa aqui focar a interao oral e a produo

    oral, as quais constituem o motivo para a realizao deste relatrio. No que

    respeita interao oral na sala de aula predominam os dilogos entre professor

    e alunos. Deste modo fundamental que os docentes criem oportunidades de

    interao oral entre os estudantes, permitindo que estes se tornem mais

    autnomos na utilizao desta LE na aula (Cravo et al. 2013: 4). Atualmente,

    com a diversidade de recursos existentes na sala de aula os alunos tm mais

  • 30

    oportunidades para interagir utilizando a LE. Esta variedade de recursos e

    atividades que se podem levar a cabo na aula, para promover a interao oral,

    facilita o empenho e a motivao dos discentes.

    Relativamente produo oral, visa-se motivar os alunos para a utilizao

    da lngua inglesa num crescendo de autoconfiana, o que lhes permitir falar

    sobre os contedos abordados. Para isto fundamental que, ao longo da sua

    aprendizagem, realizem atividades que lhes permitam desenvolver a sua

    oralidade (Cravo et al. 2013: 4). Praticar a produo oral reveste-se de uma

    importncia vital para o desenvolvimento do uso comunicativo da lngua, pois a

    prtica permite que o aluno adquira mais confiana e -vontade no uso da

    mesma, o que vai permitir que o processo de aprendizagem seja mais eficaz.

    Quanto ao Manual de Ingls adotado pelo Agrupamento de Escolas da

    Sert4, utilizado na Prtica Pedaggica Supervisionada, e importncia que d

    produo oral, pode concluir-se que est muito aqum daquilo que o programa e

    as novas metas curriculares estipulam.

    Trata-se de um manual que adota uma metodologia bastante tradicional,

    privilegiando a leitura e a compreenso de textos escritos, e insistindo em

    estruturas gramaticais corretas que nem sempre se encontram inseridas num

    contexto especfico.

    A produo oral, apesar de estar presente em vrias atividades propostas

    ao longo das unidades no apresenta grande inovao nem diversidade, dando-se

    nfase discusso e ao debate, bem como tcnica de pergunta resposta. So

    atividades pouco motivadoras e incapazes de esclarecer inequivocamente os

    alunos quanto aos objetivos que se pretendem atingir com a sua realizao.

    Deveriam ser mais pensadas, tendo em conta a diversidade de alunos e os meios

    socioeducativos e culturais em que estes se inserem.

    4 Marques, A. & Morais, F. (2008). Click me! Lisboa: Edies ASA.

  • 31

    3.2.2. Programa e Manual de Espanhol

    De acordo com o Programa do Ministrio da Educao, o ensino do

    espanhol como LE no Ensino Bsico e Secundrio deve privilegiar o mtodo

    comunicativo, de modo a permitir que o aluno cresa e se desenvolva como um

    todo, com competncias que o tornem capaz de ser um agente ativo numa

    sociedade cada vez mais multicultural e global. Por esta razo, o aluno

    considerado o centro da aprendizagem e a competncia comunicativa surge

    como uma macrocompetncia, que integra um conjunto de cinco competncias

    lingustica, discursiva, estratgica, sociocultural e sociolingustica que

    interagem entre si (Ministrio da Educao 1997b: 5).

    A produo oral , assim, considerada uma competncia fundamental no

    processo de ensino-aprendizagem de Espanhol LE. Segundo o programa

    (Ministrio da Educao 1997b: 5) dizer algo e utilizar a lngua para algo so,

    pois, elementos chave no ensino-aprendizagem da LE. Deste modo, a prtica

    desta competncia essencial e deve estar bem presente no currculo de

    Espanhol como LE.

    Ainda de acordo com o programa, o professor deve proporcionar aos

    discentes oportunidades que os tornem capazes de produzir oralmente []

    enunciados de complexidade adequada ao seu desenvolvimento lingustico,

    psicolgico e social, bem como utilizar estratgias que permitam responder s

    suas necessidades de comunicao, no caso em que os seus conhecimentos

    lingusticos e/ou seu uso da lngua sejam deficientes (Ministrio da Educao

    1997b: 9).

    A prtica da produo oral fundamental para que o aluno se torne cada

    vez mais autnomo, responsvel e autoconfiante na aprendizagem e aquisio da

    LE. tambm importante como forma de promover a educao para a

    comunicao enquanto fenmeno de interao social, como forma de

    incrementar o respeito pelo(s) outro(s), o sentido da entreajuda e da cooperao,

  • 32

    da solidariedade e da cidadania (Ministrio da Educao 1997b: 7). Por este

    motivo fundamental que as atividades de produo oral propostas espelhem o

    melhor possvel a realidade, pois s assim fazem sentido e mantm os alunos

    motivados e empenhados na sua realizao.

    No que concerne ao Manual de Espanhol adotado pela Escola para a

    turma de espanhol nvel 1, pode dizer-se que se aproxima bastante da

    metodologia comunicativa defendida no Programa de Espanhol do Ministrio da

    Educao, pois nele encontramos atividades diversificadas e que permitem a

    compreenso e a produo oral e escrita.

    Segundo o autor, todos os materiais didticos refletem uma metodologia

    acional e comunicativa (Pacheco 2012 b: 2). As unidades esto organizadas em

    vrias rubricas, entre as quais esto atividades de interao e produo oral que

    visam estimular o aluno a exprimir-se num contexto real de comunicao. H

    neste manual a preocupao de fornecer o input necessrio para que os alunos

    possam, numa fase posterior, produzir output.

    De entre as atividades propostas encontram-se dilogos, role play ou

    simulaes que lhes permitem interagir com os colegas, semelhana da vida

    real.

    Aps a anlise dos Programas e dos Manuais de Ingls e de Espanhol

    pode-se concluir que, no que diz respeito ao Ingls, h bastantes diferenas entre

    o que refere o programa como metodologia a adotar no ensino da lngua e as

    atividades propostas no manual para motivar a produo oral. Relativamente ao

    Espanhol, pode-se dizer que o manual se baseia nas metodologias que o

    programa privilegia, contendo diversas atividades que permitem motivar os

    alunos para a produo oral.

    Em suma, pode constatar-se que o tratamento da produo oral nos

    programas de Ingls e de Espanhol bastante similar, visto que ambos assentam

    no mtodo comunicativo. O mesmo no se verifica com os manuais, pois o

  • 33

    Manual de Ingls adota uma metodologia mais tradicional. No que concerne s

    atividades que motivam a produo oral verificamos que nem o programa de

    ingls, nem o de Espanhol aludem aos aspetos das atividades que motivam os

    alunos e tambm no propem exemplos de atividades que permitam motivar e

    desenvolver a produo oral dos discentes nas aulas de LE.

  • 34

    4. Atividades para a motivao da Produo Oral na aula de Lngua

    Estrangeira

    Uma vez apresentadas as concluses da anlise dos programas e manuais

    de ingls e de espanhol sobre a motivao na produo oral, far-se- agora uma

    breve anlise dos aspetos das atividades que estimulam os alunos, descrevendo

    alguns tipos de atividades que permitem motivar e desenvolver a produo oral

    dos discentes nas aulas de ingls e de espanhol LE com base em exemplos

    especficos. Posteriormente, num segundo momento, apresentar-se- uma

    proposta de atividades para motivar a produo oral aplicadas na Prtica

    Pedaggica Supervisionada.

    4.1. Atividades de motivao Produo Oral

    Segundo afirma Lorenzo Bergillos (2004: 306 310), a motivao

    constitui um aspeto fundamental no processo de ensino-aprendizagem de uma

    LE. No entanto, os seus nveis podem alterar-se por diversas razes. Esta

    variao nos nveis de motivao pode estar relacionada com os intervenientes

    no processo de ensino-aprendizagem (professores, alunos, autores dos

    programas oficiais, autores de materiais e de recursos, responsveis,

    responsveis pelas polticas educativas). Assim, fundamental que o docente

    identifique a melhor forma de motivar os seus alunos e manter essa motivao

    em nveis elevados e estveis.

    Desenvolver atividades que motivem os alunos no uma tarefa fcil, na

    medida em que, dentro da sala de aula, o professor tem estudantes muito

    diferentes em termos de personalidade, de aptido para a aprendizagem de uma

    LE e de motivao.

    Aquando da planificao da aula, o professor deve ter sempre como

    objetivo proporcionar aos alunos atividades que os motivem. Estas devem ter

    objetivos claros e bem definidos e estar adaptadas quer ao nvel quer idade dos

    alunos. Para alm disso, e de acordo com Salaberri Ramiro (1999: 361 363), o

  • 35

    material deve ser interessante e relevante, mas no difcil, j que a dificuldade

    extrema de uma atividade pode desmotiv-los. Por isso o grau de dificuldade das

    atividades propostas deve ir aumentando, de forma progressiva. Deste modo,

    evita-se uma rotura comunicativa causada pela falta de recursos lingusticos por

    parte do aluno para se exprimir ou pela dificuldade em compreender o input

    (Moreno Garcia 2011: 330).

    Sendo a produo oral uma competncia produtiva, fundamental que os

    alunos sejam sujeitos a atividades que lhes permitam receber input para que,

    posteriormente, possam ser bem-sucedidos na prtica desta competncia,

    mantendo assim os nveis de motivao (Salaberri Ramiro 1999: 362). Neste

    sentido, para aumentar o envolvimento dos alunos nas atividades propostas e

    mant-los motivados, fundamental criar e desenvolver atividades variadas e

    que constituam um desafio para os mesmos. Estas devem ser sempre adaptadas

    aos interesses dos alunos em questo e incluir algo de novo e/ou diferente.

    Outros elementos igualmente importantes para manter os alunos

    motivados incluem os jogos didticos, atividades ldicas, elementos

    imaginativos que atraiam as emoes dos alunos, bem como atividades que

    incluam vazios de informao ou de opinio e que possam criar uma verdadeira

    necessidade comunicativa. Segundo autores como Drnyei (1994: 281) e

    Salaberri Ramiro (1999: 362 363), o trabalho em pares ou em grupos tambm

    pode contribuir para aumentar o grau de motivao dos alunos, pois podem

    sentir-se mais vontade para participar oralmente recorrendo ao uso da LE.

    O desenvolvimento de atividades integradas no mtodo comunicativo gera

    atitudes mais positivas perante a lngua que se aprende, produz elevados nveis

    de motivao e garante a aprendizagem. Isto acontece porque este mtodo tem

    em conta a competncia pragmtica e sociocultural, a contextualizao das

    mensagens e a relevncia temtica dos contedos, podendo falar-se de uma

    relao entre comunicao e motivao (Lorenzo Bergillos 2004: 318 319).

  • 36

    Atualmente existe uma ampla gama de atividades que o professor pode

    levar a cabo na sala de aula quando tem por objetivo desenvolver e praticar a

    produo oral. Entre estas destacam-se os dilogos, ampla e eficazmente

    utilizados nos diversos nveis de aprendizagem; os questionrios e as entrevistas;

    as tcnicas dramticas como as dramatizaes, os role plays e as simulaes; as

    exposies e apresentaes de temas; os debates e as atividades de carter ldico

    (Salaberri Ramiro 1999: 367 369; Pinilla Gmez 2004: 891 894; Harmer

    2007: 348 353).

    Os dilogos so, segundo Pinilla Gmez (2004: 891), atividades s quais

    o professor pode recorrer em qualquer nvel de aprendizagem. Nos nveis

    iniciais, utilizam-se pequenos dilogos para praticar e assimilar estruturas

    bsicas atravs da repetio. Neste caso, constituem uma atividade guiada pois

    faculta-se aos alunos alguma informao para que se consigam expressar. Por

    exemplo, split dialogues (Salaberri Ramiro 1999: 368).

    medida que o nvel dos alunos vai avanando, os dilogos tornam-se

    mais livres, espontneos e autnticos, verificando-se uma verdadeira interao

    que se aproxima mais da realidade (Pinilla Gmez 2004: 891). Nestes dilogos,

    os alunos podem trocar informaes sobre a sua prpria vida interesses,

    gostos, experincias preenchendo-se um vazio de informao natural de uma

    forma mais natural (Salaberri Ramiro 1999: 368).

    Os dilogos so, como j foi referido, atividades muito eficazes no

    desenvolvimento da produo oral dos alunos, por isso essencial que estes

    tenham tempo para os trabalhar e praticar, j que podem desta forma usufruir

    muito mais desta experincia e sentirem-se mais confiantes e motivados

    (Harmer 2007: 349).

    Por sua vez, os questionrios e as entrevistas tambm podem realizar-se

    nos vrios nveis de aprendizagem de uma LE, pois o que varia o grau de

    dificuldade dos contedos e os temas; a estrutura fixa (Pinilla Gmez 2004:

    892). Os alunos podem preparar os questionrios e as entrevistas que serviro

  • 37

    posteriormente de base para outras atividades de produo oral, tais como

    discusses ou debates.

    Quanto s tcnicas dramticas, Pinilla Gmez (2004: 892) refere que so

    atividades abertas e flexveis, cujo principal objetivo passa por criar contextos

    nos quais a interao se processe de forma natural, aproximando-se das

    situaes comunicativas reais. Para que tal possa acontecer, importante que os

    alunos tenham oportunidades para praticar, tendo em conta a pronncia, a

    acentuao, a entoao, a velocidade, os gestos, a expresso facial, o contato

    visual e os movimentos (Harmer 2007: 349).

    Segundo Pinilla Gmez (2004: 892), no caso especfico das

    dramatizaes, os alunos interpretam um dilogo lido previamente, o qual serve

    de guio para a improvisao. No se trata apenas de memorizar, mas sim de dar

    largas imaginao e de criar. Por sua vez, no role play o aluno interpreta uma

    personagem diferente (mdico, detetive, chefe, cantor, ator) e com o papel que

    lhe atribudo interage com os seus companheiros. Aqui o contexto pode ser

    fictcio (por exemplo, um jantar em casa de uma pessoa famosa) ou pode estar

    relacionado com algum aspeto da vida quotidiana (tais como, apanhar um

    autocarro, ir ao cinema). Neste sentido Scrivener (2005: 155), afirma que os

    alunos representam os seus papis usando no s a informao fornecida, mas

    tambm as suas prprias ideias.

    Nas simulaes, o discurso dos alunos ocorre sempre num contexto

    imaginrio fornecido pelo professor, sendo que os alunos continuam a ser eles

    mesmos. Nestas atividades, a informao fornecida aos alunos depende do grau

    de criatividade e aproximao realidade pretendido, bem como do nvel dos

    estudantes (Pinilla Gmez 2004: 892). No entanto, para Salaberri Ramiro (1999:

    369) e para Harmer (2007: 353), importante dar-lhes informaes claras e

    precisas sobre a situao comunicativa. Este tipo de atividades tem a vantagem

    de poder ser divertida e manter os alunos motivados, garantindo uma maior

    eficcia no processo de aprendizagem da LE (Harmer 2007: 353).

  • 38

    As exposies ou apresentaes de temas, apesar de poderem realizar-se

    em qualquer nvel de ensino, so mais comuns nos nveis intermdios e

    avanados de aprendizagem de uma LE, j que os alunos tm um conhecimento

    mais alargado da lngua meta. Este tipo de atividade exige uma preparao

    cuidada e detalhada, com recurso a documentos, fotos ou vdeos que a tornem

    atrativa e sirvam de suporte ao que se pretende transmitir. Os temas abordados

    podem ir da realidade dos alunos a temas contemporneos que sejam do seu

    interesse (Pinilla Gmez 2004: 893; Harmer 2007: 351).

    As exposies no se podem equiparar a um exerccio de leitura, pois

    perdem a sua essncia que passa por desenvolver e praticar a produo oral

    (Pinilla Gmez 2004: 893). Segundo Harmer (2007: 351), o professor deve dar

    tempo aos seus alunos para que eles preparem e pratiquem as suas

    apresentaes, pois assim podem melhorar a sua performance final e ser uma

    mais-valia para a aprendizagem da lngua.

    Os debates e as discusses so atividades utilizadas em nveis intermdios

    e avanados, na medida em que exigem fluncia e conhecimento do cdigo oral.

    Os temas mais frequentes neste tipo de atividades relacionam-se com temas da

    atualidade, temas de carter social ou temas ligados cultura da LE que se

    aprende (Pinilla Gmez 2004: 893). Nestas atividades, fundamental dar aos

    alunos algum tipo de preparao prvia para que estes alarguem os seus

    conhecimentos sobre o tema de modo a que, na hora do debate, possam

    participar dando a sua opinio com base em argumentos vlidos e coerentes

    (Harmer 2007: 350).

    As atividades de carter ldico associam-se, normalmente, a jogos cujo

    principal objetivo pr os alunos a falar o mais fluentemente possvel (Harmer

    2007: 349). Os jogos mais frequentes na sala de aula so os de tabuleiro, de

    descoberta, de vazio de informao ou outros jogos existentes no mercado, na

    televiso ou na rdio, e adaptados aos contedos que se pretendem trabalhar

    (Pinilla Gmez 2004: 893 894; Harmer 2007: 349).

  • 39

    Atividades ldicas com jogos podem ser utilizadas nos diversos nveis de

    aprendizagem da LE, constituindo muitas vezes uma forma motivadora e

    divertida de desenvolver a fluncia (Salaberri Ramiro 1999: 369; Harmer 2007:

    350). Passaremos, de seguida, a apresentar alguns exemplos de atividades que

    segundo Harmer (2007), Moreno Garcia (2011) e Alonso (2012), podem

    desenvolver-se na sala de aula, com o objetivo de motivar a produo oral e,

    assim, manter elevados os nveis de motivao.

    Information gap game (Harmer 2007: 349, 356 357)

    Neste tipo de atividade os alunos trabalham em pares, sendo que cada um

    tem informao distinta que no pode partilhar. Essa informao pode passar por

    mapas ou imagens com algumas diferenas que os discentes tm que identificar.

    Para isso devem falar sobre as mesmas imagens detalhadamente.

    O facto de os alunos terem sempre que descobrir/identificar informao

    constitui uma maneira de os motivar para a produo oral, pois vai permitir que

    os estudantes interajam recorrendo LE com o objetivo de solucionar a

    atividade proposta com sucesso.

    O recurso a mapas e imagens nas atividades que visam motivar a

    produo oral constitui uma forma de manter o interesse dos alunos em nveis

    elevados, na medida em que, atualmente, vivemos numa sociedade e numa

    poca muito dependente e centrada na imagem.

    Role play (Harmer 2007: 359 360)

    Neste tipo de atividades h igualmente um vazio de informao, o que lhe

    d uma dimenso comunicativa mais real. Depois de os discentes terem

    trabalhado o tema do turismo -lhes pedido que trabalhem em pares e

    representem uma situao que decorre numa agncia de viagens. Um aluno

    representa o papel de cliente e outro de agente de viagens. Cada um recebe a sua

  • 40

    informao, sendo-lhes dado algum tempo para se debruarem sobre a mesma.

    Posteriormente os pares representam o seu role play.

    Este tipo de atividade aproxima-se daquilo que ocorre quando

    comunicamos na vida real numa situao especfica da realidade. Esta

    aproximao, em sala de aula, ao que realmente acontece na vida real

    importante para manter os alunos motivados pois f-los perceber a verdadeira

    necessidade de se exprimirem oralmente na LE.

    Tu palabra preferida (Moreno Garcia 2011: 346)

    Nesta atividade o aluno seleciona uma palavra de que goste e tem que

    explicar turma por que razo gosta dessa palavra e o significado que esta

    possui para ele. Numa fase posterior, todos os alunos procuram palavras que

    estejam relacionadas com a que o seu colega escolheu.

    O facto de ser dada aos discentes a oportunidade de escolherem uma

    palavra de que gostem ou que lhes diga algo uma estratgia para os motivar

    para a produo oral, pois quando os contedos so do interesse dos estudantes,

    estes apresentam-se empenhados e mais -vontade para se expressarem

    oralmente.

    Noticias en la radio (Alonso 2012: 165)

    Nesta atividade o professor pede aos alunos que, em casa, preparem uma

    notcia autntica que tenham ouvido na televiso ou lido na internet ou num

    jornal. Na aula prope-lhes como atividade fazer um programa de rdio. Os

    alunos agrupam-se por seces de notcias e recorrendo a notas, mas sem ler,

    apresentam o noticirio do dia.

    Este tipo de atividades importante para motivar a produo oral na

    medida em que se d aos alunos a oportunidade de escolherem a notcia que vo

    apresentar. Assim, sendo o contedo da notcia do seu interesse, o aluno vai

    sentir-se mais motivado para usar a LE na aula.

  • 41

    O facto de fazerem um programa de rdio por si s uma atividade

    diferente e inovadora, o que tambm contribui para motivar os alunos e mant-

    los empenhados durante todo o processo, pois tm que escolher a notcia e

    prepar-la para a apresentar oralmente.

    O tempo dado para preparar a apresentao tambm se reveste de grande

    importncia, na medida em que ao terem tempo para praticar vo conseguir uma

    melhor performance e vo estar mais confiantes e menos inibidos quando

    tiverem que se expressar oralmente.

    Ao escolherem e prepararem a notcia, tm ainda a oportunidade de

    praticar outras competncias, tais como a compreenso escrita ou oral,

    fundamentais para o desenvolvimento da produo oral.

    Na realidade, as atividades apresentadas anteriormente forneceram

    algumas ideias para as atividades propostas aos alunos durante a Prtica

    Pedaggica Supervisionada, as quais tinham como objetivo motiv-los para a

    expresso oral. Esta proposta de atividades ser exposta no ponto que se segue.

    4.2. Proposta de atividades para as aulas de Ingls e de Espanhol

    Neste ponto far-se- uma breve descrio das atividades levadas a cabo

    durante a Prtica Pedaggica Supervisionada e que tiveram como objetivo

    motivar a produo oral tanto em Ingls como em Espanhol.

    Assim, num primeiro ponto, aludir-se- s atividades desenvolvidas na

    rea de Ingls e, num segundo ponto, s da rea de Espanhol.

    Em ambos os casos mencionar-se-o os tipos de atividades, as unidades

    temticas em que foram desenvolvidas, os objetivos gerais e especficos das

    atividades, bem como os materiais utilizados na sua realizao. Proceder-se-

    ainda a uma breve explicao do desenrolar de cada uma das atividades e far-se-

    um comentrio aula, tendo em conta, entre outros aspetos, o empenho dos

  • 42

    alunos na sua realizao, o sucesso da aula, a concretizao dos objetivos

    propostos e sugestes de melhoria.

    No final, tecer-se-o algumas consideraes gerais sobre as atividades

    levadas a cabo nas duas turmas.

    4.2.1. Proposta de atividades para as aulas de Ingls

    Atividade 1 Apresentao oral / Trabalho individual

    Unidade

    Temtica Work it out

    Objetivos

    Gerais

    Fomentar a utilizao da lngua inglesa como meio de

    comunicao na aula.

    Expressar-se oralmente, recorrendo ao uso de frases curtas na

    lngua meta.

    Motivar os alunos para o desenvolvimento da produo oral na

    lngua inglesa.

    Objetivos

    Especficos

    Usar vocabulrio relacionado com empregos/profisses.

    Usar a estrutura To be skilled in/at something/doing something.

    Comunicar usando o vocabulrio aprendido na aula.

    Material

    Ficha de trabalho (Anexo 12).

    Texto transcrito atravs do programa Voki (Anexo 13).

    PowerPoint para guiar apresentao oral (Anexo 14).

    Descrio

    A realizao desta atividade decorre no seguimento de

    outras levadas a cabo na aula com o objetivo de fornecer o input

    necessrio para que os alunos possam participar oralmente

    mantendo elevados nveis de motivao e empenho.

    A professora pede aos discentes para prestar ateno aos

    pontos dois e trs da ficha de trabalho distribuda anteriormente

    (Anexo 12).

  • 43

    Dos empregos apresentados na aula, cada aluno seleciona o

    seu favorito, no podendo transmitir turma a sua escolha. Os

    estudantes devem pensar em algumas ideias para descrever o que

    fazem nesse emprego, que competncias possuem para o

    desenvolver e como o conseguiram.

    A docente mostra-lhes um exemplo recorrendo ao Voki

    (Anexo 13) para esclarecer qualquer dvida que possa haver.

    Os alunos praticam as suas apresentaes orais em pares

    para as apresentarem posteriormente turma, que tem que as

    identificar.

    Comentrio

    Esta atividade desenrolou-se na primeira aula avaliativa

    observada. Creio que esse contexto, juntamente com o facto de os

    alunos estarem pouco habituados a desenvolver atividades de

    produo oral, contribuiu para que alguns se tenham mostrado um

    pouco reticentes aquando da sua realizao. Muitos discentes

    manifestaram muitas dificuldades na produo oral. Por esse

    motivo, o medo de cometerem erros impedia-os de participar.

    Tendo em conta as dificuldades dos estudantes na disciplina

    de ingls e a falta de motivao para aprenderem a lngua, tive o

    cuidado de lhes fornecer parte do input necessrio atravs de

    atividades de compreenso oral e escrita.

    Aquando da planificao desta atividade, este fatores foram

    tidos em conta e, por isso, foi dado tempo aos alunos para

    planearem e preparem a sua apresentao oral e, inclusivamente,

    para a praticarem com os seus pares antes de a apresentarem

    turma. Segundo Harmer (2007: 346), students [] will perform

    much better if they have the chance to think about what they are

    going to say and how to say it.

  • 44

    Os discentes trabalharam, na sua maioria, de forma

    empenhada nas suas apresentaes, tendo alguns alunos sido

    capazes de se expressar oralmente sem recorrer s notas que

    tinham escrito aquando da preparao. Ainda assim houve

    estudantes que leram o que tinham preparado, apesar de ter ficado

    bem claro, aquando da descrio da atividade, que os alunos no

    poderiam ler. No entanto, permiti que alguns o fizessem como

    forma de os motivar para futuras atividades de produo oral e

    tambm porque ler em voz alta importante para o

    desenvolvimento da competncia oral. Segundo Thornbury

    (2005: 70), reading aloud is the next step between writing and

    speaking.

    Com esta atividade, todos os alunos tinham de estar atentos

    s apresentaes dos colegas, uma vez que precisavam de

    identificar a profisso escolhida por estes. Creio que consegui

    motivar os alunos, pois praticamente todos quiseram participar.

    Apesar dos erros cometidos pelos discentes enquanto se

    expressavam, estes conseguiram fazer passar a sua mensagem,

    tendo os seus colegas conseguido perceber o que diziam.

    Sendo o intuito desta atividade motivar os estudantes para a

    expresso oral, e tendo esta turma srias dificuldades no domnio

    desta competncia, decidi que seria melhor no corrigir os erros,

    exceto aqueles que impediam o entendimento da mensagem.

    O feedback dos erros cometidos foi feito posteriormente,

    pois os alunos tiveram que entregar as suas notas para que eu as

    pudesse devolver corrigidas.

  • 45

    Atividade 2 Jogo didtico

    Unidade

    Temtica Green your way

    Objetivos

    Gerais

    Fomentar a utilizao da lngua inglesa como meio de

    comunicao na aula.

    Expressar-se oralmente, recorrendo ao uso de frases curtas na

    lngua meta.

    Motivar os alunos para o desenvolvimento da produo oral na

    lngua inglesa.

    Promover a interao.

    Objetivos

    Especficos

    Identificar problemas ambientais.

    Falar sobre problemas ambientais usando os seus conhecimentos

    gerais, bem como o vocabulrio aprendido nas aulas.

    Material Cartes com imagens (Anexo 15)

    Descrio

    Esta atividade surge no decurso de uma aula cujo tema era

    Environmental disasters e aps a realizao de outras tarefas

    subordinadas a este tema.

    A docente procede explicao do jogo e distribui o

    material pelos alunos. Cada discente tem um carto com uma

    imagem (Anexo 15) que no pode mostrar aos seus

    companheiros, pois h sempre outro colega com a mesma

    imagem. Os estudantes descrevem oralmente a sua imagem em

    frente turma e o colega que possui o carto igual levanta o brao

    para mostrar a sua imagem.

    Comentrio

    Nesta atividade os alunos puderam praticar no s a

    produo oral, mas tambm a compreenso oral, na medida em

    que tinham de prestar ateno descrio feita pelos colegas para

    identificarem se era igual sua. A prtica da compreenso oral

  • 46

    fundamental para o desenvolvimento da produo oral. Nation &

    Newton (2009: 38) afirmam que listening is the way of learning

    the language. It gives the learner information from which to build

    up the knowledge necessary for using the language. When this

    knowledge is build up, the learner can begin to speak.

    Os discentes mostraram-se muito entusiasmados quando

    lhes foi explicado o desenrolar desta atividade. O recurso a

    imagens e a componente ldica existente permitiram que os

    alunos participassem com gosto e no se sentissem inibidos por

    estarem a falar ingls em frente turma. Apesar de alguns erros

    cometidos na oralidade pelos estudantes e de usarem palavras

    isoladas, em vez de frases, na descrio das suas imagens, a

    atividade foi bastante positiva, na medida em que manteve os

    discentes com nveis de motivao e empenho bastante elevados.

    Os alunos no deixaram de participar e todos conseguiram

    descobrir as imagens que os colegas descreveram. O facto de o

    tema no ser novo para eles, pois j tinha sido abordado

    anteriormente no ingls e noutras disciplinas, juntamente com as

    atividades realizadas na aula, tambm contrib