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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A PRODUÇÃO MUNDIAL DE PETRÓLEO E SUA SUSTENTABILIDADE, IMPACTOS PARA AS GERAÇÕES ATUAIS E FUTURAS. Por: Leonardo Fontes Farias Orientador Profª. Emilia Maria Mendonça Parentoni Rio de Janeiro

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A PRODUÇÃO MUNDIAL DE PETRÓLEO E SUA SUSTENTABILIDADE,

IMPACTOS PARA AS GERAÇÕES ATUAIS E FUTURAS.

Por: Leonardo Fontes Farias

Orientador

Profª. Emilia Maria Mendonça Parentoni

Rio de Janeiro

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2008

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A PRODUÇÃO MUNDIAL DE PETRÓLEO E SUA SUSTENTABILIDADE,

IMPACTOS PARA AS GERAÇÕES ATUAIS E FUTURAS.

Apresentação de monografia à Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de especialista em Gestão no

Setor Petróleo e Gás.

Por: Leonardo Fontes Farias.

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AGRADECIMENTOS

Á Deus, minha família, amigos e

mestres, meu muito obrigado.

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais dedico esta obra; pelo

amor incondicional, incentivo e confiança

transmitidos. Mesmo nas horas mais

difíceis.

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RESUMO

A dependência da humanidade na geração de energia pela queima de

combustíveis fósseis, principalmente petróleo, tem gerado apreenção

generalizadado em governantes e populações por todo o globo. O quanto

ainda existe, quanto tempo ainda temos antes que acabe, quais as

conseqüências deste modelo de desenvolvimento, essas questões assombram

o sono da humanidade a cada noite.

A economia global cresceu rapidamente graças á energia barata e farta

provida pelo petróleo, mas esse modelo de desenvolvimento teve seu custo,

que ainda está sendo pago e que as futuras gerações ainda vão conhecer

devido á grande agressão que o meio ambiente sofreu a ainda sofre

decorrente da exploração e utilização do “ouro negro”.

O estudo mostra que há muita polêmica em torno do tema pico de

produção de petróleo. Com duas vertentes diametralmente opostas, dizendo

que ainda temos muito óleo ou que o pico está próximo ou já aconteceu,

dificultam a tomada de decisão sobre mudança ou não do modelo energético

mundial. Esta tomada de decisão deve ser abreviada frente ás previsões de

mudanças climáticas catastróficas para os próximos cem anos, mudanças que

poriam em risco a própria sobrevivência da raça humana.

O estudo chegou á comclusão de que a era do petróleo não vais acabar

pelo esgotamento do mesmo, mas pela quebra do modelo de desenvolvimento

baseado na queima de hidrocarbonetos e sua substituição por uma ampla

matriz de fontes renováveis e não poluentes de energia.

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METODOLOGIA

A metodoligia empregada para a elaboração deste estudo foi o da

pesquisa bibliográfica, leitura de livros correlacionados com o assunto,

reportagens que abordassem os diferentes temas abordados no trabalho e

pesquisa em outras fontes, principalmente Internet, onde foram pesquisados

sites das principais organizações internacionais ligadas ao tema petróleo,

como o Consenlho Mundial de Energia, a Organização para o estudo do pico

da produção de óleo e até mesmo artigos publicados pelo senado Norte

Americano. As fontes pesquisadas para a elaboração foram as mais diversas;

embaixadas, grupos de pesquisa, sites especializados em política, economia,

defesa e segurança, automobilismo e energia, citando os principais. As

informações expostas neste trabalho foram checadas em pelo menos duas

fontes diferentes quando possível, para averiguar sua veracidade.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - História Londa, Suja e Sangrenta 13

CAPÍTULO II - Alternativas 23

CAPÍTULO III – Futuro sombrio 33

CAPÍTULO IV – Início do fim 37

CAPÍTULO V – Pagando o preço 43

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 54

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 80

LINKOGRAFIA CONSULTADA 81

ÍNDICE 82

FOLHA DE AVALIAÇÃO 83

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INTRODUÇÃO

Quando olhamos para a sociedade e vemos como vivemos a economia

de mercado, chegamos á simples conclusão; de o modo de vida da

humanidade moderna é baseado na queima de petróleo.

Praticamente tudo em nossa vida está relacionado ao petróleo. Ao ligar

um carro ou tomar um ônibus estamos consumindo um pouco do precioso do

precioso líquido negro. Quando compramos alimentos no supermercado,

embalados em plástico oriundo dos gases associados ao petróleo. Ele está

presente nas nossas roupas de tecidos sintéticos, nos eletrodomésticos, nos

interiores de nossos carros e aviões, está em praticamente tudo o que

consumimos; até mesmo os alimentos que não são embalados ou receberam

em sua preparação aditivos com origem no petróleo, foram cultivados com

fertilizantes nitrogenados produzidos a partir da amônia, quem origem no

petróleo. Sonia Shah conta em seu livro “A História do Petróleo”, o advento da

descoberta e do início da produção de fertilizantes nitrogenados:

“O petróleo permitira que Haber encontrasse o Santo

Graal da química inorgânica, algo que havia eludido os

químicos por mais de cem anos.

“O resultado no campo campo foi impressionante. A

produção agrícola dobrou entre 1947 e 1979, e a

população global se multiplicou. Antes dos fertilizantes

nitrogenados, havia menos de 2 bilhões de pessoas no

planeta; em 1979, eram mais de 4 bilhões. O geógrafo

Vaclav Smil calcula que, sem esses fertilizantes, cerca de

dois quintos da atual população de 6 bilhões não estaria

viva.” Pg 42.

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As sementes superdezemvolvidas graças aos fertilizantes nitrogenados

foram colhidas por grandes máquinas movidas a díesel, processadas e

transportadas por máquinas, caminhões, e trens movidos pelo mesmo

combustível até chegarem a nossa casa para serem preparados com gás

liquefeito de petróleo.

Nosso modo de vida, nossa cultura e economia são baseados e

possíveis graças ao “ouro negro”.

Até mesmo nossas guerras são travadas com uso intenso do petróleo.

Nossos exércitos não mais marcham longas distâncias até o campo de

batalha, mas são transportados por veículos, navios, aviões e helicópteros

potentes e sedentos de combustível. Nossas possantes máquinas de guerra

marcham e combatem movidas a ”ouro negro”. Não é surpresa então, que

façamos tantas guerras para garantir que o precioso líquido viscoso continue

chegando a nossas refinarias.

“Hoje, um sexto de toda a economia global é dedicado ao

tremendo esforço de obter petróleo dos depósitos

dispersos pela crosta terrestre. Do nascimento à morte,

nossa mobilidade, saúde e manutenção dependem, de

várias maneiras do óleo cru e de seus derivados.

Crianças vêm ao mundo com ajuda de mãos enluvadas,

são envolvidos em cobertores de poliéster e levadas

rapidamente para se esquentar com aquecedores a óleo.

Mais tarde, afiveladas a motores reluzentes, movidos a

petróleo, ampliarão de forma gloriosa o alcance e o poder

de seus corpos frágeis e macios” pg 07.

Essa dependência naturalmente gera apreensões acerca da

manutenção deste estilo de vida. Até quando o petróleo vai jorrar com

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abundância dos poços cavados até as entranhas da terra, até onde podemos

chegar com uma economia baseada no carbono?

Quanto mais agressão o planeta pode suportar sem cobrar o preço da

queima desenfreada de combustível fóssil?

Existem perguntas atormentam cada vez mais tanto os líderes globais

quanto a própria população, e parece que as respostas começam a ser

respondidas neste início de século XXI.

A cada ano, o mundo precisa de mais petróleo que no ano anterior

enquanto a produção dos campos conhecidos declina.

As descobertas de novos campos de petróleo estão cada vez mais

difíceis e os campos descobertos são pequenos comparados á demanda

crescente.

Á despeito das somas astronomicamente altas investidas pelas

empresas petrolíferas na pesquisa geológica em busca de novos campos de

petróleo. Estas descobertas não estão sendo suficientes para dar suporte ao

ritmo de crescimento da economia global.

O crescente consumo da China atrai investidores para o oriente,

interessados em vender para o grande dragão, enquanto gera incerteza e

desconfiança no ocidente; onde programas da TV americana discutem a

possibilidade deste crescente consumo privar os EUA de seu direito inato pelo

petróleo. Os EUA, maior consumidor mundial e superpotência militar

dominante, já demonstraram várias vezes até aonde podem ir para garantir o

fornecimento de tanto óleo quanto seja necessário para manter o sedento de

óleo “Americam Way of Life”.

A mais poderosa máquina de guerra que a humanidade já viu é

constantemente renovada e polida para garantir que nenhum aventureiro se

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atreva a contestar sua supremacia e consequentemente, tentar privar a

América do precioso combustível.

Muita coisa mudou na exploração e uso do petróleo.

Desde os tempos antigos, quando os mesopotâmios recolhiam o óleo

das poças formadas pelo afloramento dos reservatórios para prever o futuro e

vedar casas e navios até os dias de hoje, quando usamos as mais avançadas

tecnologias disponíveis para encontrar os reservatórios e trazer o óleo até a

superfície, seja em terra ou no mar.

Sondas investigam as profundezas da crosta terrestre, plataformas

gigantescas, ligadas aos poços por tubos flexíveis, de materiais especiais,

sugam o óleo das maiores profundezas dos mares do mundo. Nossa

necessidade nos leva cada vez mais longe e profundo, já retiramos o óleo de

poços a mais de 2.000 metros abaixo da superfície do mar e operamos

plataformas a centenas de quilômetros do litoral; tudo isso simplesmente por

que precisamos dele para viver.

Mas a verdade é que consumimos o petróleo a uma taxa milhares de

vezes mais rápida do que ele leva para se formar, ou seja, petróleo é um

recurso limitado e não renovável para a dimensão da vida humana. Isso leva a

uma conclusão; o petróleo vai inevitavelmente acabar. Talvez acabar seja uma

palavra muito forte e este fato pode até estar muito distante, mas

inexoravelmente estamos caminhando para o momento em que a produção e

as reservas não serão suficientes para sustentar nosso modo de vida.

Essa constatação leva a uma reflexão necessária acerca de como

vamos lidar com essa realidade cada vez mais próxima. É essa discussão que

pretendo desenvolver neste trabalho.

Para responder esta questão existem duas correntes de pensamento:

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De acordo com o senso comum, a sociedade ocidental, baseada em

hidrocarbonetos e em alta tecnologia, está no limite natural e inevitável de um

caminho desenvolvimentista. Segundo esse ponto de vista, não é preciso

mudar de rumo mesmo em face do declínio do petróleo. Podemos continuar

usando a mesma quantidade de energia que já usamos no último século do

óleo cru. A única diferença é que teremos de obter essa energia de outras

fontes, como carvão, gás natural, força nuclear ou biomassa.

Uma visão alternativa defende justamente o contrário: a petrovida é uma

anomalia, baseada na descoberta na descoberta improvável de depósitos

subterrâneos de energia limitada e relativamente cara, criada em uma era de

condições climáticas extraordinariamente estáveis. De acordo com esse ponto

de vista, a descoberta do petróleo, o aproveitamento de seu poder, o rápido

desenvolvimento de uma sociedade dependente de suas vantagens de curto

prazo, apesar de seus custos distantes e de longo prazo; nada disso estava

predeterminado ou era inevitável. Se a fonte que propicia esse meio de vida

está se reduzindo, não há motivos para continuar no mesmo caminho. Esse é

o momento, dizem, de buscar formas radicalmente novas de energia.

Podemos optar por seguir por qualquer um dos caminhos propostos, o

continuísmo ou a ruptura, mas devemos estar prontos para o futuro cada vez

mais acelerado e conturbado que nos espera. A história não vai voltar; a

humanidade não vai desacelerar, vamos continuar avançando e acelerando,

temos que nos perguntar como poderemos continuar e ainda assim preservar

nosso planeta para que nosso futuro como raça não se torne insustentável.

A origem do petróleo, do início da sua formação á centenas de milhões

de anos até sua exaustiva e desenfreada extração nos últimos 150 anos, seu

futuro como base da economia mundial, as alternativas ao ouro negro e as

perspectivas de transição serão estudadas nas páginas a seguir.

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CAPÍTULO I

HISTÓRIA LONGA, SUJA E SANGRENTA

Petróleo, história e influência na humanidade.

"Energy and persistence conquer all things." (Energia e persintencia conquistam qualquer coisa)

Benjamin Franklin

Segundo os registros históricos, a humanidade conhece e utiliza o

petróleo á milênios. Cinco mil anos antes de cristo, os egípcios já o usavam

para embalsamar os mortos e construir suas espetaculares pirâmides. Tês mil

anos antes de Cristo, já era comercializado na arábia e utilizado para uma

infinidade de fins, desde argamassa até artefatos bélicos, passando por

iluminante, que seria uma de suas principais utilizações até o desenvolvimento

das técnicas de destilação.

Apesar de conhecido e utilizado há tanto tempo, não se pode falar de

uma indústria do petróleo antes da revolução industrial do século XIX. As

alterações da sociedade impulsionadas pela Revolução industrial

demandavam que a noite não poderia mais ser um fator limitador para a

sociedade.

O óleo de baleia e o “óleo de carvão” forneciam iluminação cara e

precária, mas o petróleo bruto gerava gases tóxicos e fuligem quando

queimado. Apesar disso, sabia-se que o petróleo tinha bom potencial

iluminante quando processado.

Técnicas rudmentares de refino começaram a ser desenvolvidas mundo

afora. Samuel Kier, na década de 1940, processava e comercializava “óleo de

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pedra” na Pensilvânia. Outros vieram e em 1854 o “kerosene” começou a ser

comercializado em Nova York.

Na década de 1850, industrializava-se petróleo na Europa Central, na

Romênia era construída uma refinaria rudmentar, em Viena produzia-se

lampiões próprios para queimar o recém descoberto querosene. No final da

década, a produção do continente era estimada em trinta e seis mil barris por

ano, insuficiente para suprir a crescente demanda.

No mundo todo, procurava-se reservatórios grandes o suficientes para

atender à demanda crescente. Em 1853, George Bissel submeteu ao químico

Benjamim Silimam Jr. Uma aomstra de “óleo de pedra” extraído na

Pensilvânia. A partir da conclusão de que a destilação desse petróleo fornecia

querosene de ótima qualidade, Bissel atraiu investimentos e fundou a primeira

companhia dos Estados Unidos.

Edwin Drake foi o responsável pela perfuração do primeiro poço de

petróleo da Pensilvânia. Apesar da descoberta de Drake ser considerada o

início da moderna indústria do petróleo, um ano antes, James Miller já achara

óleo na região de Oil Springs, no Canadá.

Iniciou-se assim a corrida ao “ouro negro”, dezenas de poços e

refinarias surgiram na esteira da descoberta de Drake.

Apesar do rápido crescimento, a falta de regulação foi uma das rasões

do verdadeiro caos que dominou o negócio petróleo em seus primórdios.

John D. Rockfeller, fundador da Standard Oil Company, merece

destaque como uma das figuras principais da história do início da indústria do

petróleo. Já em 1862, estava em Titusville, mas ao contrário dos demais

aventureiros, investiu em destilação e comercialização de derivados. Em 1870,

fundou a Standard Oil Company, e, com o intuito de tornar o negócio petróleo

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além de rentável, seguro, utilizou-se de meios até mesmo inescrupulosos para

conseguir seu objetivo, a integração e o monopólio.

A companhia de Rockfeller rapidamente conquistou rapidamente 90%

do mercado americano. Em 1885, a Sheep Agency, braço comercial da

Standard Oil, anunciou que o preço que pagaria pelo óleo bruto seria o “do

mercado internacional”, cuja cotação diária seria por ela calculada e divulgada.

Consolidava assim o truste da Standard Oil, exercendo o completo domínio do

mercado americano e, por extensão, do mundial.

Em 1882, o cientista Thomas Alva Edison apresentou o protótipo de um

artefato que abalaria profundamente o mercado do querosene no final do

século XIX. O invento de Edison, a lâmpada elétrica, oferecia uma iluminação

infinitamente superior a qualquer iluminante antes utilizado.

Em 1902, dezoito milhões de lâmpadas elétricas estavam em uso nos

Estados Unidos. Entretanto, quase que simultaneamente ao refluxo do

mercado de querosene, outro começou a florescer.

Os automóveis, com seus motores a gasolina, impulsionaram a indústria

do petróleo, que em conjunto com a automobilística, movimentou uma

quantidade de recursos e influência jamais vista em outro segmento industrial.

Na virada do século, a Standard Oil era a concretização do plano

germinado por Rockefeller. Constituía uma empresa integrada de petróleo,

participando de todas as atividades do setor: exploração, perfuração,

produção, transporte, refino, distribuição e comercialização. O tamanho e a

influência da Standard Oil Co. despertaram críticas em diversos segmentos

sociais norte-americanos. Os trustes e monopólios, até então vistos pelos

defensores do capitalismo como sua realização definitiva, passaram a

representar a face pervertida do sistema.

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As críticas se avolumavam e em 1911, após longo processo judicial, a

Suprema Corte de Justiça dos Estados Unidos determinou a dissolução da

Standard Oil Company em trinta e três sociedades. Para dar uma idéia da

magnitude da Standard, três das empresas oriundas do fracionamento da

Standard viriam a compor o grupo das gigantes que dominaria o mercado na

segunda metade do século XX.

Na Europa, em meados da década de 1890, os irmãos Nobel

dominavam o mercado do petróleo russo exportado para a Ásia através da

futura Sell, companhia que pela primeira vez ameaçou a hegemonia da

Standard Oil á nível mundial.

Em 1907, acontecia a fusão da Shell com a Royal Dutch, empresa

fundada por Aeiko Zijler com apoio da coroa holandesa.

Em 1901, o contrato de D’Arcy inaugurou a era das primeiras

concessões, que prolongar-se-ía até após a Segunda Guerra Mundial. As

concessões primitivas caracterizavam-se pelas gigantescas áreas, pela longa

duração, pela ausência do direito de desistência e revisão por parte do Estado

hospedeiro, pelos direitos exclusivos outorgados ao concessionário sobre o

petróleo extraído na área concedida e pela remuneração mínima ao país

produtor.

O petróleo na Pérsia só veio a jorrar em 1908.

A descoberta reveste-se de simbolismo, pois marca a entrada em cena

do Oriente Médio como grande produtor e a afirmação, ao nível mundial, de

outra grande companhia de petróleo – a Anglo-Persian (posteriormente Anglo-

Iranian e, finalmente, British Petroleum).

Em 1914, ás vésperas da Primeira Guerra Mundial, Winston Churchill

comanda a migração da Royal Navy do vapor a carvão para os modernos

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motores movidos a derivados de petróleo. Patrocinou também a participação

do governo inglês na Anglo-Persian, o que veio a ocorrer neste ano, com a

aquisição de 51% das ações daquela empresa. A futura BP torna-se a primeira

empresa de petróleo estatal. A França seguiu a mesma estratégia de comprar

empresas estrangeiras para estabelecer sua estatal de petróleo.

Na América Latina, o modelo mexicano de propriedade do subsolo de

direito do estado e a fundação de uma empresa estatal, foi muito bem seguida

por Brasil, Venezuela e Argentina.

Em 1928, a indústria mundial do petróleo vivia uma crise de

superprodução, cujas raízes ligavam-se à produção soviética após a revolução

bolchevique de 1917.

Após violenta competição entre as empresas pelo domínio das fontes de

produção e do mercado, e do vislunbramento de que o mercado estava

estabelecido e que nenhuma das grandes era suficientemente robusta para

suplantar as outras e retirá-las do mercado, foi feito o Acordo de Achnacarry,

onde foi instituída a política do “como está”, dividindo o mercado mundial entre

as “sete irmãs” de maneira que ninguém poderia aumentar sua participação no

mercado.

As “sete irmãs” dominariam o mercado mundial de petróleo sem reação

eficiente até a década de 1960.

No final da década de 1950, em substituição às ações isoladas, os

países produtores se aliaram, colacionando um color nacionalista à industria

petrolífera mundial. Em abril de 1959, reuniram-se no Egito, então sob o

governo socialista árabe de Gamal Abdel Nasser, os países produtores de

petróleo do Oriente Médio. O ultraje não ficou sem resposta, redução unilateral

em US$ 0,18, por parte do Cartel das “Sete Irmãs”, no preço-referência pago

aos países produtores. Juan Pablo Pérez Afonso e Abdulhah Tariki, ministros

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do petróleo da Venezuela e da Arábia Saudita respectivamente (o primeiro

presente ao Congresso na qualidade de observador), empenharam-se em

firmar um acordo de cavalheiros envolvendo os demais representantes das

nações árabes produtoras através do qual recomendavam a seus respectivos

governos, entre outras posições audaciosas, que defendessem uma estrutura

própria de preços e criassem companhias nacionais de petróleo.

O acordo criava um novo cartel com objetivos opostos aos das “sete

irmãs” No ano seguinte, nova diminuição arbitrária dos preços pagos aos

produtores (desconto de US$ 0,10 no preço-referência) levou à criação da

OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Os cinco

signatários originais do acordo de criação da Organização – Arábia Saudita,

Venezuela, Kuait, Iraque e Irã (posteriormente foram admitidos, pela ordem,

Qatar, Indonésia, Nigéria, Equador e Gabão) - eram responsáveis por mais de

80% das exportações mundiais de petróleo bruto. O jogo de forças na indústria

modificava-se radicalmente.

Apesar de todo o poder da organização, no início, a OPEP não

conseguia exercer a influência que viria a impor nas décadas seguintes. Por

outro lado, as oito gigantes não mais tentaram alterar os preços

unilateralmente.

Com a crescente produção e descoberta de novas reservas, os anos

1960 foram de petróleo farto e barato.

A relação oferta/demanda foi bruscamente alterada na virada dos anos

1960 para 1970.

O consumo mundial de dezenove milhões de barris/dia em 1960 elevou-

se para fantásticos quarenta e quatro milhões em 1970. O mundo, e

especialmente, os EUA, tornava-se cada vez mais dependente do Oriente

Médio (e também da revolucionária Líbia de Kadafi). A nova década seria a

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linha divisória da produção norte-americana, que viu esgotada sua histórica

capacidade excedente. A OPEP tornava-se dia a dia mais forte e as

reivindicações dos países exportadores se avolumavam. Por fim, havia o

conflito árabe-israelense e a questão palestina.

Em 1947, a Assembléia Geral da ONU, fortemente influenciada pelo

governo norte-americano, aprovou a partilha da Palestina em dois Estados, um

judeu (57% da área total, habitado por 499.000 judeus) e outro árabe (43% do

total, habitado por 510.000 palestinos, muçulmanos e cristãos). À partilha

seguiram-se os conflitos de 1948, a Guerra do Suez (1956), a Guerra dos Seis

Dias (1967) e a Guerra do Iom Kipur (1973). Os países produtores árabes

ensaiaram, em 1956 e 1967, utilizar o petróleo como estratégia de guerra, no

que não obtiveram sucesso.

A Guerra do Iom Kipur teve início em outubro de 1973 quando forças

egípcias e sírias atacaram territórios ocupados por Israel nos conflitos

anteriores – a Península do Sinai e as Colinas de Golã. No dia 17 de outubro,

retaliando a franca participação norte-americana no conflito, inicia-se o boicote

do petróleo árabe.

Ao contrário do ocorrido em 1956 e 1967, agora os produtores

mostravam-se unidos no que dizia respeito às exportações de petróleo. Em

julho daquele ano, a OAPEP – Organização Árabe dos Países Produtores de

Petróleo – patrocinou um pacto entre seus membros através do qual cada país

se obrigava a manipular a demanda por petróleo em prol da causa árabe.

A anunciada ajuda militar de US$ 2,2 bilhões dos Estados Unidos para

Israel precipitou os acontecimentos. Em 17 de outubro, os países árabes

produtores aumentaram unilateralmente o valor do barril em 70%, assumindo

inteiramente a incumbência da fixação do preço, como também decidiram por

um embargo na produção de 5% em relação ao nível de setembro, sucedido

por cortes consecutivos de mais 5% a cada mês, enquanto Israel não se

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retirasse dos territórios ocupados em 1967. Além disso, condicionaram os

novos suprimentos à qualificação do consumidor como inimigo, amigo ou

neutro, com o propósito de dividir os países industrializados.

O impacto do choque do petróleo sobre a economia ocidental foi

extraordinário, principalmente no que tange aos países não desenvolvidos e

importadores de petróleo, como o Brasil. O aumento de preço desequilibrou o

balanço de pagamento inibindo sua capacidade de crescimento. Para atender

à demanda, foram obrigados a recorrer a empréstimos externos, absorvendo o

superávit da OPEP (os denominados “petrodólares”) e iniciando o processo de

construção de suas monumentais dívidas externas.

Quanto às “majors”, é indiscutível que o choque de 1973 representou o

assentamento de uma nova realidade, em que as “Sete Irmãs” já não mais

impunham sua vontade na determinação do preço e dos volumes a serem

produzidos. Entretanto, não tiveram dificuldade de transferir o aumento de

preço para os consumidores, que arcaram com o salto de US$ 3,25 para US$

15,70, em média, do barril. Manipulando com o sistema de isenções para os

“países amigos”, as gigantes conseguiram não só evitar prejuízos, como até

mesmo realizar lucros superiores aos anos pré-1973.

Uma conseqüência do realinhamento político do setor petróleo foi a

criação das gigantescas empresas estatais dos países produtores.

Em 1979, a crise iraniana causa um impacto na oferta mundial de

petróleo que foi seguido de uma disparada dos preços aos maiores patamares

da história.

Em 1980, o Iraque invade o território do Irã, provocando uma nova

quebra na produção. Apesar desse novo percalço, a reação foi diferente da

crise de 79. Os estoques estratégicos foram utilizados e as produções do Mar

do Norte, do México e do Alasca foram incrementadas, além da providencial

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boa vontade da Arábia Saudita que aumentou sua produção em quase 1

milhão de barris/dia.

Os anos que se seguiram presenciaram uma nova estruturação da

indústria petrolífera mundial. O novo patamar de preço do barril era

elevadíssimo, mais de 1000% acima do praticado antes do primeiro choque.

Uma das conseqüências desta nova realidade foi um espetacular surto de

crescimento na indústria. Antigas jazidas, antes subeconômicas, voltaram a ser

explotadas; técnicas de exploração e produção antes inutilizáveis, tornaram-se

viáveis, permitindo um vigoroso incremento na produção e o descobrimento de

novas e prolíferas jazidas. A tecnologia para exploração-produção em águas

profundas desenvolveu-se rapidamente, especialmente no Brasil e no Mar do

Norte, abrindo um novo horizonte de campos gigantes.

O início da década de 1980 viu uma redução do consumo de petróleo,

em parte á implantação com sucesso de outras fontes de energia, mais limpas

e renováveis como o álcool, em parte pelas políticas governamentais no

sentido de economizar combustível. Apesar disso, perto de 1990, a demanda

voltou a crescer e a incômoda dependência do ocidente em relação ao oriente

só fazia aumentar; aumentando também o risco de uma nova crise de

fornecimento dada a alta instabilidade política da região.

Em 1990, os temores se tornam reais, o Iraque invade o Kwait, com o

intuito de dominar até 20% das reservas de óleo do planeta.

A resposta foi igualmente imediata e pesada; os americanos, seguidos

de outras quinze nações debelaram uma campanha arrasadora sobre os

exércitos de Saddam Hussein.

As condições impostas ao Iraque para o cessar fogo foram draconianas:

embargo à venda de petróleo, eliminação das armas de destruição maciça e

criação de zonas de exclusão aérea ao norte e ao sul. O recado foi claro: a

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geopolítica do Oriente Médio é assunto crítico para a segurança dos países

industrializados, especialmente os EUA. O petróleo, definitivamente, não é

uma “commodity” qualquer.

Nas últimas décadas, a história das guerras está intimamente ligada á

do petróleo, os terroristas sempre estão em países produtores ou estratégicos

para a obtenção de petróleo barato e segurança de exploração e transporte

para os grandes mercados consumidores, primordialmente o dos Estados

Unidos. Recentes investidas na região do Mar Cáspio mostram o interesse dos

americanos em investir em fontes mais estáveis de fornecimento do “ouro

negro”.

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CAPÍTULO II

ALTERNATIVAS

Possibilidades e perspectivas das novas fontes de energia.

“L’intelligence c’est la faculté d’adaptation.” (Intelligence is the ability to adapt.)

(Inteligência é a abilidade de se adaptar) André Gide

Agora que sabemos que o petróleo não vai durar para sempre, e que,

mesmo se durasse, não poderíamos continuar queimando-o deliberadamente

sem sofrer pelas graves alterações climáticas causadas pelas emissões de

CO2, nos voltamos para as alternativas possíveis para a sua substituição, ao

menos para algumas aplicações.

As opções são variadas tanto na origem da energia quanto na sua

complexidade e custo de implementação e pesquisa para que se tornem

comercialmente viáveis na escala gigantesca com a qual trabalhamos hoje.

A seguir serão apresentadas as principais opções a disposição da

humanidade para a substituição do petróleo e uma rápida análise de cada uma

delas.

Já é possível prever que nenhuma delas pode ser considerada a única

resposta ao dilema da substituição do petróleo. O futuro impõe uma matriz

energética muito diversificada e pulverizada, se aproximando cada vez mais

dos centros consumidores para reduzir custos e pernas na transmissão.

2.1 – Biocombustíveis

Entre os bioconbustíveis, os mais conhecidos são o etanol e o biodíesel,

ambos considerados bons substitutos do petróleo para os motores de

combustão interna.

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O álcool combustível (Etanol) é um biocombustível produzido,

geralmente, a partir da cana-de-açúcar, mandioca, milho ou beterraba.

Ele é utilizado desde o início da indústria automotiva, servindo de

combustível para motores a explosão do tipo ciclo Otto. Este, aliás, era o

combustível preferido de Otto. Porém, com a utilização de combustíveis

fósseis, no começo do século XX, mais barato e abundante, o etanol tornou-se

uma opção praticamente ignorada.

A partir da crise do petróleo, na década de 1970, o Governo brasileiro,

numa atitude isolada internacionalmente, criou o programa Pró-Álcool, e o

etanol novamente recebeu as atenções como biocombustível de extrema

utilidade.

Enquanto o governo promovia estudos econômicos para a sua produção

em grande escala, oferecendo tecnologia e até mesmo subsídios às usinas

produtoras de açúcar e álcool, as indústrias automobilísticas instaladas no

Brasil na época - Volkswagen, Fiat, Ford e General Motors - adaptavam seus

motores para receber o álcool combustível. Daí surgiriam duas versões no

mercado: motor a álcool e a gasolina.

O primeiro carro a álcool lançado foi o Fiat 147 em 1978. Daí até 1986,

o carro a álcool ganhou o gosto popular dos brasileiros, sendo que a quase

totalidade dos veículos saídos das montadoras brasileiras naquele ano

utilizava esse combustível.

A partir de então, o consumo de álcool apresentou queda gradual. Os

motivos passam pela alta no preço internacional do açúcar, o que

desestimulou a fabricação de álcool. Com o produto escasseando no mercado,

o Governo brasileiro iniciou a importação de etanol dos Estados Unidos, em

1991, ao tempo que ia retirando, progressivamente, os subsídios à produção,

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promovendo a quase extinção do Pró-Álcool. A queda no uso desse

biocombustível também se deveu, ao longo da década de 1990, a problemas

técnicos nos motores a álcool, incapazes de um bom desempenho nos

períodos frios, principalmente. Durante a década, com altas inesperadas no

preço do petróleo, o álcool seria misturado à gasolina, numa taxa em torno de

vinte por cento, como forma de amenizar o preço da gasolina ao consumidor.

No início do século XXI, na certeza de escassez e de crescente

elevação no preço dos combustíveis fósseis, priorizam-se novamente os

investimentos na produção de etanol por um lado e, por outro, um amplo

investimento na pesquisa e criação de novos biocombustiveis. Diante de uma

situação nacional antiga e inconstante, justamente causada pelas altas e

baixas do petróleo, as grandes montadoras brasileiras aprofundaram-se em

pesquisas e, dessa forma, lançaram uma tecnologia revolucionária: os carros

dotados de motor bicombustível, fabricados tanto para o uso de gasolina

quanto de álcool.

O biodiesel é um combustível renovável (biocombustível) e

biodegradável, obtido comumente a partir da reação química de óleos ou

gorduras, de origem animal ou vegetal, com um álcool na presença de um

catalisador (reação conhecida como transesterificação). Pode ser obtido

também pelos processos de craqueamento e esterificação.

O biodiesel substitui total ou parcialmente o óleo diesel de petróleo em

motores ciclo diesel automotivos (de caminhões, tratores, camionetas,

automóveis, etc) ou estacionários (geradores de eletricidade, calor, etc). Pode

ser usado puro ou misturado ao diesel em diversas proporções.

Vários países, principalmente na Europa, têm projetos em andamento

para a inclusão do biodiesel no diesel comum, com a finalidade de diminuir a

dependência de petróleo e as emissões de gases poluentes.

A maior questão acerca dos biocombustíveis é que eles precisam ser

cultivados, e a demanda por combustíveis é enorme se comparada á produção

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atual e ata mesmo futura. Mas a questão maior e a de sustentabilidade de uma

megacultura agrícola unicamente voltada para a produção de combustível em

um planeta onde mais de 800 milhões de pessoas passam fome. Plantar para

dirigir ou para comer? A humanidade deve fazer sua escolha.

2.2 – Eólica

A energia eólica, retirada do movimento do ar atmosférico que move as

hélices dos grandes geradores, pode ser uma alternativa importante para

algumas regiões do planeta.

Em 2005 a capacidade mundial de geração de energia elétrica através

da energia eólica era de aproximadamente 59 gigawatts, - o suficiente para

abastecer as necessidades básicas de um país como o Brasil - embora isso

represente menos de 1% do uso mundial de energia.

Em alguns países a energia elétrica gerada a partir do vento representa

significativa parcela da demanda. Na Dinamarca esta representa 23% da

produção, 6% na Alemanha e cerca de 8% em Portugal (dados de setembro de

2007) e na Espanha. Globalmente, a geração através de energia eólica mais

que quadruplicou entre 1999 e 2005.

A energia eólica é renovável, limpa, amplamente distribuída

globalmente, e, se utilizada para substituir fontes de combustíveis fósseis,

auxilia na redução do efeito-estufa.

O custo da geração de energia eólica tem caído rapidamente nos

últimos anos. Em 2005 o custo da energia eólica era cerca de um quinto do

que custava no final dos anos 90, e essa queda de custos deve continuar com

a ascensão da tecnologia de produção de grandes aerogeradores. No ano de

2003 a energia eólica foi a forma de energia que mais cresceu nos Estados

Unidos.

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A maioria das formas de geração de eletricidade requerem altíssimos

investimentos de capital, e baixos custos de manutenção. Isto é

particularmente verdade para o caso da energia eólica, onde os custos com a

construção de cada aerogerador pode ficar na casa dos milhões de reais, os

custos com manutenção são baixos e o custo com combustível é zero. Na

composição do cálculo de investimento e custo nesta forma de energia levam-

se em conta diversos fatores, como a produção anual estimada, as taxas de

juros, os custos de construção, de manutenção, de localização e os riscos de

queda dos geradores. Sendo assim os cálculos sobre o real custo de produção

da energia eólica diferem muito, de acordo com a localização de cada usina.

Apesar da grandiosidade dos modernos moinhos de vento, a tecnologia

utilizada continua a mesma de há 1.000 anos, tudo indicando que brevemente

será suplantada por outras tecnologias de maior eficiência, como é o caso da

turbovela, uma voluta vertical apropriada para capturar vento a baixa pressão

ao passar nos rotores axiais protegidos internamente. Esse tipo não oferece

riscos de colisões das pás com objetos voadores (animais silvestres) e não

interfere na audio-visão. Essa tecnologia já é uma realidade que tanto pode ser

introduzida no meio ambiente marinho como no terrestre.

2.3 – Solar

A energia solar é uma boa opção para os países tropicais mas apenas

em pequena escala, a tecnologia atual ainda permite que uma pequena

parcela da energia solar seja aproveitada; apenas 30% nas melhores células.

Apesar de ainda ser uma tecnologia cara, seu preço vem caído ao longo

dos anos e a capacidade de produção também tem aumentado. Em 2004, a

HexxonMobil calculava que a enrgia solar custava entre US$100,00 a

US$200,00 para gerar o equivalente a um barril de petróleo. Com os preços

atuais constantemente perto de US$100,00, a tecnilogia atual já pode ser

considerada viável, levando es consideração a vantagem ecológica.

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Embora exista certo preconceito quanto á tecnologia solar,

principalmente das empresas de petróleo, a tecnologia tem avançado e deve

exercer um papel mais relevante no canário da matriz energética mundial,

principalmente na forma de pequenas usinas em locais isolados.

O potencial da energia solar é enorme. Se instalados em todos os

telhados dispooníveis, mesmo em um pais nublado como a Inglaterra, os

painéis poderiam gerar mais eletricidade do que o consumo de toda a nação

em um ano. Se 0,4% da superfície do planeta fosse coberto por painéis de

15% de eficiência, eles poderiam suprir eletricidade para todas a necessidades

básicas de energia do planeta.

A grande disparidade, que pode atrasar este processo se não houver

mudança na política internacional é que a despeito dos países tropicais serem

os de maior potencial em relação á geração de energia a partir do sol, as

pesquisas mais avançadas estão nos países mais desenvolvidos e

subtropicais.

2.4 – Nuclear

Desde os ataques a Hiroshima e Nagazaki, a energia tem gerado

controvérsia entre as nações.

A energia nuclear tem muitas vantagens frente á queima de combustível

fóssil. Para efeito de comparação, dez gramas de U235, o combustível nuclear,

gera a mesma energia que 700 quilos de óleo, ou 1.200 quilos de carvão. A

opção nuclear também gera pouco resíduo, apesar deste ser altamente

perigoso e de precisar de armazenamento especial.

A energia é tida por muitos como a substituta do petróleo a médio e

longo prazos, uma vez que a indústria tem dado muita ênfase ao gás natural

como alternativa de curto prazo.

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Usinas nucleares, a despeito dos altos custos de investimento iniciais,

são uma das poucas alternativas viáveis em grande escala.

Esta provavelmente vai ser a opção de muitos países, principalmente os

mais ricos e detentores da tecnologia de reatores.

Após um movimento de retração nos projetos de novas usinas,

desencadeado por preocupações ambientais, principalmente na Alemanha,

que pretendia fechar todas as suas usinas até 2021, entendeu-se que a opção

nuclear na verdade não é apenas uma opção, mas talvez a melhor, apesar dos

riscos.

Recentemente, a Grã-Bretanha aprovou a construção de novas usinas

nucleares. O secretário de Negócios inglês John Hutton afirmou na Câmara

dos Comuns que a energia nuclear "deve ter um papel a desempenhar entre

as fontes futuras de energia daquele país, junto com outras fontes com baixa

emissão de carbono". Para ele, a energia nuclear é uma fonte "testada e

segura".

O mais provável é que notícias como as do dia 10 de janeiro de 2008,

reproduzidas no anexo 1 sejam cada vez mais freqüentes.

A fusão nuclear controlada ainda é pesquisada e a fusão a frio não

passa de sonho dos cientistas. Desse modo, a fissão ainda vai reinar por

décadas antes que os problemas de energia da humanidade sejam

permanentemente resolvidos pela fusão nuclear por volta de 2060.

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2.5 – Solar Tower

O conceito da Solar Tower é assustadoramente simples, mas a

transformação deste conceito em realidade palpável e viável vai requer uma

revolução na engenharia.

O princípio da “torre solar” é construir uma torre de 1000 metros de

altura, com uma base aberta, onde são instaladas 32 turbinas, acionadas pelo

vento gerado pelo aqucimento do ar em uma enorme área coberta de material

transparente. O sol aquece o ar dentro da gigantesca estufa construída ao

redor da torre, este aquecimento expande o ar, quie tem que ir para algum

lugar. Este lugar é a base da torre, onde a diferença de pressão gerada pelo

vento no alto da enorme torre, gera um certo “vácuo” e ajuda a sugar o ar

quente para a base da torre. O ar em movimento aciona as turbinas eólicas

que geram a energia a partir do vento de 15 metros por segundo. Cada torre

teria a capacidade de geração de 200 Megawatts de energia. Perto da base da

torre, o ar chega a 70°C, mas á medida que a distância aumenta, a

temperatura varia na casa dos 30°C, possibitando o cultivo de alimentos em

“estufa”, certamente uma qualidade a mais para a usina.

O projeto deve ser instalado inicialmente na Austrália, onde tem apoio

governamental e já está em testes na Espanha.

Este conceito pode ser muito interessante para países como o Brasil e a

própria Austrália, pois podem desenvolver a tecnologia para o projeto e

construção dessas mega estruturas.

Apesar de ainda ser uma idéia com um protótipo, o governo da Austrália

acredita no seu potencial e outros países devem investir nessa tecnologia no

futuro.

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2.6 – Hidrogênio

Entre as alternativas pesquisadas para substituir o petróleo, a de

geração a partir do hidrogênio é a mais viável, já que, entre todos os elementos

químicos, esse é de longe o mais abundante no planeta e poderia ser extraído

da água do mar, dentre outras possibilidades. Entre as suas vantagens está o

fato de ser inesgotável e que a sua “queima” (combinação com o oxigênio)

gera água denovo, o único resíduo do processo. A energia liberada é

transformada dentro de um gerador desenvolvido especialmente para este fim,

batizado de célula de combustível.

“Acredito que as células de combustível vão, afinal, afinal cabar com reinado

de cem anos do motor a explosão”.

Bill Ford, presidente da Ford Motor Company.

Toda a indústria automobilística está atualmente envolvida na avaliação

de protótipos de carros movidos a hidrogênio.

O físico alemão Willian Grove desenvolveu a primeira célula de

combustível a mais de 150 anos, 1839. Há atualmente ao menos seis

tecnologias diferentes para combinar hidrogênio e oxigênio, com basicamente

o mesmo princípio de funcionamento. De um lado entra o hidrogênio, do outro

o oxigênio, e no meio, entre os eletrodos, existem o eletrólito e o catalizador.

Apesar de estarem em desenvolvimento paraserem usadas, por

exemplo, em MP3 players, laptops, e na geração de energia em residências,

indústrias e automóveis, a célula de combustível já é aproveitada em paises

como Alemanha, Austrália, Canadá, China, Espanha e Estados Unidos para

movimentar ônibus. Também já fornece energia limpa a fazendas, hospitais,

shoppings, indústrias e automóvei em todo o mundo, inclusive nas cidades

brasileiras de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro. As aplicações em

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transporte varias de automóveis até motocicletas e aviões, nos quais é

possível diminuir o consumo de combustível em até 75%. A Alemanha já tem

quatro submarinos militares movidos a hidrogênio.

Para o transporte terrestre, a previsão é que o início da comercialização

em massa aconteça até 2015 no mundo todo, por conta dos importantes

investimentos feitos pelas montadoras.

O sucesso comercial em meios de transporte ainda depende, contudo,

da solução de alguns quesitos, garantir confiabilidade e eficiência, fornecer alta

densidade de potência, permitir o consumo flexível comoutros combustíveis e

facilitar a utilização e manutenção.

O custo se um sistema competitivo para o segmento automotivo é

estimado em US$ 50,00 por kW. Em 2003 era estimado em 270 dólares por

kW. Dois anos depois reduziu-se para 110 dólares por kW.

Alternativas existem, infelizmente hoje estas são escolidas por

conveniência econômica e política e não em seu potencial real de geração de

energia limpa. Ainda há resistência, mas os contecimentos climáticos estão

tornando a necessidade de tomar-mos uma decisão cada dia mais urgente.

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CAPÍTULO III

FUTURO SOMBRIO

Geopolítica e perspectivas da segurança de fornecimento.

“The only limit to our realisation of tomorrow will be our doubts about today.”

(O único limite para as nossas realizações do amanhã será nossas dúvidas sobre o presente) Franklin D. Roosevelt

A era do petróleo também pode ser compreendida como a era da

incerteza e da dúvida.

Mas o ser humano não lida bem com estes dois sentimentos. Incerteza

e dúvidas geram medo, e medo normalmente gera reações nada amistosas

com relação ao objeto do medo.

Mas os combustíveis mais explosivos nesse caldeirão geopolítico que

ferve desde a sua descoberta são a ganância, o fanatismo religioso, e a sede

de poder.

Estes três fatores, dinheiro, religião e poder, foram os estopins de todas

as muitas guerras travadas na sangrenta história da humanidade.

O petróleo, o mais lucrativo insumo natural disponível no planeta desde

a sua descoberta como fonte de energia, não poderia deixar de ser o principal

motivo das guerras travadas no século XX e início do século XXI.

Atualmente grande parte do petróleo mundial se encontra em áreas

politicamente instáveis, o que tira o sono dos governantes e estrategistas

ocidentais.

O oriente médio, onde estão as maiores reservas do mundo, está

mergulhado em fanatismo religioso, um barril de pólvora prestes a explodir.

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Isso ainda não aconteceu pois mesmo com a OPEP, os países divergem entre

si, o que foi prontamente aproveitado pelo ocidente, principalmente pelos

Estados Unidos na Península Arábica. Mas essa influência tem se

enfraquecido e a América tem procurado outras fontes mais seguras de manter

o abastecimento de óleo para sua economia sedenta.

Mas a procura não é fácil, outras grandes reservas também estão em

áreas de grande instabilidade política.

As reservas da região do mar Negro estão no quintal da Rússia, que vai

utilizar o poder do óleo negro para retornar á cena internacional como grande

potência.

A Rússia de Putin, detentora de grandes reservas, principalmente de

gás, já deu sinais de que vai se utilizar do poder do petróleo para tentar

reconstruir o grande império soviético. Os mais informados sabem que ex-KGB

Vladimir Putin tem sede de poder e não pretende abrir mão da condução da

nação russa rumo ao seu glorioso futuro. Ele já começou quando retomou a

Yukos de seu bilhionário e corrupto dono; assim como as pequenas repúblicas

visinhas á Chechênia, incluso esta, dificilmente realizarão seu somho de

escapar das garras do Grande Urso.

Aspirações e semelhantes podem ser encontradas em outro país

detentor de grandes reservas de petróleo. A Venezuela é hoje governada pelo

excêntrico e obstinado líder bolivariano Hugo Chaves.

A ascensão de Chaves, seus métodos de governo que beiram a

ditadura, e o pesado investimento em material bélico, são considerados fatores

geradores de instabilidade na América Latina.

Sua crescente influência política na região, principalmente na Bolívia, e

sua proximidade com as FARC (Forças Revolucionárias da Colômbia),

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consideradas um grupo terrorista pelos Estados Unidos, geram preocupação

tanto na América do Norte quanto em seus visinhos.

Em outubro de 2007, a revista VEJA publicou uma matéria com o título

“O Brasil deve ter medo dele?”, afirmando que o crescente poderio bélico de

Chaves é um ameaça á liderança do Brasil na região e descreve a reação do

governo brasileiro com o maior programa de compra de armas desde a

ditadura.

A reportagem cita alguns políticos e militares que afirmam que o

programa militar brasileiro nada tem a ver com Chaves e suas pretensões de

instalar a grande República Bolivariana, mas apenas renovação e substituição

de material obsoleto.

Causa suspeita, no entanto, que o governo de um partido de esquerda,

histórico opositor dos militares desde a ditadura, iniciar o maior programa de

compra de armas da história recente da república.

Por enquanto a briga é política, mas a política venezuelana de

intervenção em assuntos de outros países e o apoio político e financeiro á

ideologia bolivariana dentro do Brasil devem ser levadas muito a sério se o

país quiser maner a liderança política na região. O presidente Lula pensou que

essa liderança era do Brasil por direiro, mas ao que parece, descobriu que a

liderança tem um preço; e não se paga com inércia, seja política, econômica

ou militar.

A África é a nova fronteira do petróleo, descobertas na Argélia, em

Angola e outros países têm atraído muitos investidores. Mas a África pós-

colonial é um amálgama de povos inimigos misturados dentro das fronteiras de

países criados pelos impérios que os dominavam. Estas fronteiras não são o

único motivo do caos, da guerra e da miséria que assolam o continente

africano.

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As constantes guerras e a corrupção extrema vão atrasar o

desenvolvimento do continente, além de contribuir para a incerteza do

fornecimento de óleo vindo destes países, embora o poder militar ainda seja

efetivo para estes casos.

A questão da pressão militar na África será ainda mais complexa no

futuro, pois a China está muito interessada no petróleo da região e tem planos

de instalar pelo menos uma base militar no continente.

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CAPÍTULO IV

INÍCIO DO FIM

O pico da produção e perspectivas futuras.

O petróleo dá a ilusão de uma vida totalmente mudada, uma vida sem trabalho,

uma vida de graça (...). O conceito do petróleo expressa com perfeição o

eterno sonho humano de riquesa conquistada com um golpe de sorte (...).

Neste sentido, o petróleo é um conto de fadas e, como todo conto de fadas,

um pouco mentiroso.

Ryszard Kapuscinski

A espectativa é que, em quinze anos, apenas seis países sejam

exportadores de petróleo: Arábia Saudita, Iraque, Kwait, Emirados Árabes,

Venezuela e México. Isso caso não sejam feitas novas grandes descobertas.

Apenas a Arábia Saudita responde atualmente por 25% das reservas

mundiais de óleo (seguida pelo Iraque, com 10,7%, e dos Emirados Árabes

Unidos, com 9,3%) e a Federação Russa, por 30,5% de gás natural (seguida

por Irã, 14,8% e Quatar, 9,3%).

A discussão sobre quando a produção mundial vai acontecer, ou

aconteceu, já perdura por décadas, mas parece que não estamos longe de

descobrir finalmente a verdade terrível. Atingimos o pico, daqui pra frente é

ladeira abaixo, será a conclusão. Existem muitas teorias, das mais pessimistas,

que dizem que o pico está próximo e que não temos muito mais tempo, ás

mais otimistas, que afirmam que ainda teremos petróleo por pelo menos mais

cem anos.

Os dados relativos às reservas de petróleo – uma produção de 40 anos

no ritmo atual - causam fortes controvérsias entre escolas de pensamento,

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umas otimistas, outras pessimistas. Esta falta de consenso impede a tomada

de medidas para evitar a crise a tempo”

Os otimistas observam que as previsões passadas de rarefação dos

recursos foram sempre desmentidas

As reservas de petróleo ditas provadas são estimadas de 1 a 1,2 milhar

de bilhões de barris, ou 150 bilhões de toneladas aproximadamente, ou ainda

uma produção de 40 anos no ritmo atual. Elas são desproporcionalmente

repartidas: perto de um terço estão situadas no Oriente Médio. Sua evolução,

entretanto, não permite prever a da produção petroleira, já que os dados

relativos às reservas causam fortes controvérsias entre escolas de

pensamento, umas otimistas, outras pessimistas.

O grupo dos otimistas é essencialmente constituído de economistas,

como Morris Adelman e Michael Lynch, do Massachusetts Institute of

Technology (MIT). Eles observam, para começar, que as previsões passadas

de rarefação dos recursos foram sempre desmentidas. Assim, no fim do século

XIX, numerosos especialistas previam a suspensão de um desenvolvimento

industrial baseado na energia do carvão, cujas reservas estavam então

estimadas em 20 anos de produção da época. Mais perto de nós, em 1979, a

BP publicava um estudo que mostrava um pico da produção mundial de

petróleo (exceto URSS) em 1985. Os otimistas observaram em seguida que a

maior parte das perfurações de exploração eram realizadas nos países já

muito explorados. Além disso, as reservas obtidas pelas técnicas de produção

modernas e pela reavaliação das jazidas antigas custam freqüentemente

menos caro para explorar, em particular no Oriente Médio, do que aquelas

obtidas pela exploração. Daí a limitação dessa atividade em países que

oferecem as melhores perspectivas de descobertas.

Os pessimistas consideram que o pico da produção mundial se situará

entre 2005 e 2010, em um nível da ordem de 90 milhões de barris/dia.

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As produções possíveis, de acordo com M. Adelman, são resultado de

uma corrida de velocidade entre, de um lado, o esgotamento das jazidas

conhecidas, de outro, o progresso técnico que permite acessar novas reservas.

Até agora, esta última levou vantagem, com certos efeitos que conduzem a

evoluções relativamente regulares: diminuição dos custos de perfuração,

melhoria das taxas de recuperação, melhor imagem do subsolo.

Outros efeitos são mais difíceis de prever. Assim, no final dos anos

1980, a produção de óleos extrapesados do cinturão do Orinoco, na

Venezuela, só era considerada como rentável se o preço do barril bruto

ultrapassasse de 30 a 40 dólares da época. Os avanços técnicos,

principalmente a generalização da perfuração horizontal, permitiram reduzir

esse limite a menos de 15 dólares (no curso de 2004).

Visões pessimistas

Os pessimistas estão, na maior parte, agrupados no seio da Associação

para Estudo do Pico do Petróleo e Gás (Association for the Study of Peak Oil

and Gas, ASPO). Eles insistem primeiro de tudo no caráter político das

reavaliações das reservas efetuadas em 1986-1987 pelos membros da

Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), e que não

correspondem às verdadeiras reservas comprovadas. Eles consideram que o

pico da produção mundial se situará entre 2005 e 2010, em um nível da ordem

de 90 milhões de barris/dia, contando-se todos os hidrocarburetos naturais.

Para apoiar sua tese, eles lembram que dispomos hoje de acesso ao

conjunto de dados de todas as bacias petrolíferas, assim como de uma

amostragem suficiente para que as metodologias capazes de prever reservas

restantes a descobrir sejam de agora em diante confiáveis. A incerteza reside,

portanto, essencialmente na evolução futura da parte dos volumes

recuperáveis a partir das reservas existentes. Sobre esse assunto, as

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conclusões divergem: para os otimistas, a taxa média de recuperação dos

volumes poderia passar, no curso dos próximos 50 anos, de 35%

aproximadamente hoje a 50% até mesmo 60%; para os pessimistas, em

contrapartida, as melhorias serão limitadas e se refeririam essencialmente a

óleos pesados e extrapesados.

A incerteza reside, portanto, essencialmente na evolução futura da parte

dos volumes de petróleo recuperáveis a partir das reservas existentes.

Diferentes equipes de especialistas propõem uma visão intermediária,

em particular do United States Geological Survey (USGS), para quem as

últimas reservas de petróleo convencional seriam da ordem de 3.000 bilhões

de barris, dos quais cerca de 1.000 já consumidos, um pouco mais de mil em

reservas comprovadas, o resto correspondendo às reservas por descobrir.

Esta ordem de grandeza corresponde igualmente às estimativas mínimas dos

geólogos do Instituto Francês do Petróleo (IFP), efetuadas a partir de dados

atualmente disponíveis. Ela conduz a um máximo da produção mundial pouco

depois de 2020. Com as hipóteses um pouco mais otimistas sobre os volumes

a descobrir, não mais mínimos, mas médios, e sobre um crescimento das

taxas de recuperação, o pico poderá ser afastado para 2030. Se as estimativas

da USGS fossem revistas na alta, como foi o caso no passado, integrando as

reservas não convencionais, o declínio poderia ser afastado para além de

2030.

Pode-se considerar que existe uma cadeia de fontes em

hidrocarburetos: jazidas de acessos mais difíceis, armadilhas mais complexas,

mais difíceis de detectar, petróleo em mares profundos e muito profundos,

óleos extrapesados, areias asfálticas, xistos betuminosos. Esta cadeia não

está limitada aos hidrocarburetos de origem petrolífera: numerosas são as

pesquisas sobre o desenvolvimento das técnicas de produção de carburantes

líquidos a partir do gás natural (Gas to Liquids: GTL ou GTS) ou a partir do

carvão. Diversos projetos GTL de grande envergadura foram lançados no final

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de 2003 no Qatar, e numerosos outros estão em estudo. Essa cadeia se

estende aos carburantes oriundos de biomassa.

Em um prazo mais longo, é possível considerar uma “carbonação” do

hidrogênio produzido a partir da energia nuclear ou de uma energia renovável.

É preciso, entretanto, lembrar que a produção de petróleo não convencional ou

sintético gera consumo de energia, e portanto, às emissões de CO2 mais

elevadas. Para numerosos analistas, o uso do petróleo corre o risco de ser

limitado muito mais pelos maus efeitos dos gases para o efeito estufa do que

por uma rarefação de reservas.

Desde 1987, a volatilidade dos preços aumentou e parece pouco

provável que ela possa ser reduzida no curto prazo. Entretanto, se as

previsões forem corretas, os choques de petróleo importantes poderiam ser

evitados. É a posição da Agência Internacional de Energia (AIE), que mostra

uma visão otimista das produções possíveis no horizonte de 2030. É também a

hipótese de cenários da Shell, que supõe um desenvolvimento suficientemente

rápido das energias renováveis. Mas uma análise muito diferente é proposta

pelos autores apreensivos com a falta de visão no longo prazo de muitos dos

analistas. Para eles, a aparição de um pico de produção de petróleo mundial,

ou a simples tomada de consciência de sua chegada, corre o risco de se

traduzir em um terceiro “choque”, cuja brutalidade dependerá do grau de

antecipação.

Terceiro “choque” do petróleo

Como em 1980, a escalada de preços poderia acionar as economias de

energia e substituições que diminuem a demanda, permitindo, portanto, afastar

o declínio da produção. Poderíamos então nos ver na presença de um “camelo

de duas corcovas”, para retomar a expressão de M. Pierre Radanne, ex-

presidente da Agência de Meio Ambiente e do Controle de Energia. O cenário

proposto recentemente (2005) por um dos autores dessas linhas (Pierre-René

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Bauquis) avança a hipótese de uma triplicação ou de uma quadruplicação dos

preços em moeda real, que atingiria dentro de 10 ou 15 anos o nível de uma

centena de dólares (de 2003) por barril. A previsão estava correta, mas o praso

foi muito manor. Uma alta assim seria necessária para colocar em prática

políticas de economia de energia, em particular no setor de transporte

automobilístico, aumentar sem subvenções maiores à parte das energias

renováveis, assim como a produção de carburantes sintéticos, reativar

programas nucleares e desenvolver a produção de hidrogênio a partir da

energia nuclear. Os acontecimentos recentes, algus já expostos neste texto,

mostram que Pierre estava correto.

Um futuro sem crises petrolíferas é pouco provável, mesmo se nos

fixarmos nas hipóteses otimistas. Não é suficiente, com efeito, que os recursos

e as técnicas estejam disponíveis, é preciso que os investimentos que

permitem o aumento da capacidade de produção sejam realizados a tempo. O

fator de mais eficácia para evitar uma penúria seria a existência de um

consenso sobre sua chegada.

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CAPÍTULO V

PAGANDO O PREÇO

O impacto passado e futuro da queima de hidrocarbonetos.

O quadro é aterrador: redução do rendimento das culturas em diversos

paídes em desenvolvimento – como o Brasil; aumento do número de pessoas

em risco de fome; desequilíbrio no abastecimento de água; intensidade

crescente de tamporais, incêndios em florestas, inundações e ondas de calor,

elevação do nível dos mares.

Esses e outros impactos ambientais, causados pela crescente emissão

de dióxido de carbono na atmosfera, já são sentidos em todas as regiões do

planeta e vão se agravar em poucos anos. O tom alarmante dos efeitos,

disposto no relatório elaborado pelo economista inglês Nicholas Stern a pedido

do ministro das Finanças da Inglaterra, foi publicado no segundo semestre de

2006.

O Relatório Stern, como ficou conhecido, condena a forma de

crescimento mundial baseada na queima de petróleo e emissão de gases

responsáveis pelo efeito estufa. De acordo com o economista britânico, só no

ano 2000, as emissões energéticas foram responsáveis por 65% do total de

emissões causadoras do fenômeno.

A intervenção danosa do homen na natureza, principalmente no período

pós Revolução Industrial, trouxe uma série de impactos ambientais que vêm

preocupando ambientalistas e pesquisadores. O aquecimento global, uma das

conseqüências mais sentidas pela população, já começa a dar mostras de que

veio para ficar. Segundo o relatório, nos últimos 30 anos, a temperatura global

tem crescido rápida e continuamente, em torno de 0,2 graus Célcius pór

década.

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Os dez anos mais quentes no último século e meio foram registrados

desde 1990. Entre os fenômenos mais devastadores observados estão a morte

de mais de 500 pessoas em tempestades e inundações no Paquistão, no

Afeganistão e na índia em Junho de 2007. Na grécia, as temperaturas já

chegaram a 46 graus Célcius; no norte da Inglaterra e em parte do Texas,

houve chuvas torrenciais e a cidade texana de Austin vive o ano mais húmido

já registrado. Emquanto isso, do outro lado do mundo, a grande barreira de

corais, na Austrália, dá sinais de que já sofre os efeitos do aquecimento da

água do mar; ao corais estão desbotando e a reprodução está cada dia mais

difícil neste frágil ecossistema marinho.

Em 2007, uma comisaão da ONU que reúne o trabalho de mais de

2.500 cientistas afirmou que as atividades humanas ligadas ao uso de

combustíveis fósseis são; muito provavelmente, a principal causa de

aquecimento global no último meio século. A estimativa da comissão é de que

as temperaturas subam entre 1,8 a 4 graus Celcius até 2100. É uma estimativa

ainda pior do que as de Nicholas Stern.

Mas o aquecimento global não é o único prejuiso causado pelo nosso

modo de vida baseado na queima de combustíveis fósseis, principalmente

petróleo. A própria atividade de pesquisa, extração e transporte de óleo causa

transformações traumáticas e desastrosas ao meio ambiente.

Durante as pesquisas por jasidas no mar, os navios de pesquisa

disparam canhões de ar para obter dasos sísmicos do subsolo marinho, a

problema é que estas fortíssimas perturbações sonoras prejudicam seres

marinhos que se utilizam do som para se coumunicar e localizar, como

golfinhos e baleias. Os canhões podem até mesmo danificar permanentemente

os órgãos sensitivos sesses seres marinhos, condenando-os á morte lenta e

dolorosa.

Os vasamentos de óleo devastam as regiões onde acontecem, matando

milhares de animais como pássaros, focas e leões marinhos e milhões de

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peixes que vivem nas áreas atingidas. Os desastres foram muitos; desde o

Exxon Valdez, que em 24 de março de 1989 este derramou cerca de 50.000

m³ a 150.000 m³ de óleo cru no litoral do Alasca. Em conseqüência do

derramamento, milhares de animais morreram nos meses seguintes. De

acordo com as estimativas: 250.000 pássaros marinhos, 2.800 lontras

marinhas, 250 águias, 22 orcas, e bilhões de ovos de salmão.

Depois do acidente, o mundo aboliu os navios petroleiros de casco

simples como o Valdez devem desaparecer do planeta até 2015. Mas essa

decisão provocou outro problema; seus cascos simples estão sendo

transformados em plataformas de exploração e estocagem, os riscos foram

movidos para longe dos olhos da opinião pública.

No outono de 2002, um petroleiro de casco simples construído no Japão

na década de 1970, registrado nas Bahamas, pertencente a uma empresa

registrada na Libéria, com tripulação filipina e capitão grego, navegava ao largo

da costa espanhola. Em 13 de Novembro, o casco simples do Prestige, que

apenas um ano antes rompera e fora concertado, desponda na baía de

Biscaia, uma região de ventos fortes entre a Espanha e a França. Quando o

prestige entrou na baía, uma tempestade começou e rachou o velho petroleiro.

As autoridades deram a ordem de empurrar o navio para fora de vista e

proibiram que o navio fosse rebocado para um porto, onde o óleo poderia ser

bombeado para fora do navio. Em 19 ne novembro, o reapro antigo no casco

se rompeu e o navio se abriu ainda mais, espalando petróleo pelas suas

rachaduras. O navio afundou ainda com 90% do óleo que carragava. O óleo

atingiu a costa e prococou prejuisos ecenômicos e ecológicos incalculáveis.

Problemas com navios carregados de petróleo cruzando os mares não

são os únicos causados pela indústria do petróleo. Espécies marinhas

agressivas se instalam nos cascos das plataformas em construção e quando

seus ovos eclodem, estão em outra parte do planeta, onde vão causar forte

desequilíbrio ambiental, como aconteceu com as larvas da Água-Viva Pintada,

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uma espécie invasiva da Austrália, que encontrou nos cascos das plataformas

o lugar perfeito para reprodução e se instalaram ali. Quando as larvas

cresceram, no verão de 2000, as plataformas haviam se deslocado e as

águas-vivas encontravam-se no Golfo do México. Esses seres altamente

eficientes devoraram os ovos de camarões, carangueijos e outras espécies. Os

pescadores viram as águas-vivas nativas, menos vorases, serem expulsas e os

membros mais jovens das espécies das quais tiravam seu sustento serem

devorados.

Ironicamente, a maior parte dos 6 milhões de tonelada métricas de

petróleo que caen nos oceanos todos os anos não vêm de derramamentos

acidentais, mas de de vazamentos crônicos, de rotina e deliberados. Mais de

40% vazam das estradas e avenidas congestionadas para os rios e córregos,

chegando até o mar. Outros 30% são derramaso porque os petroleiros ficam

muito instáveis quando vazios. Eles enchem os tanques com água do mar para

se estabilizar, e bombeiam essa água de lastro contaminada por óleo quando o

navio é reabastecido de óleo nos portos.

As perfurações marítimas trazem para o leito marinho, tudo o que está

nas profundezas na terra, pedras da era dos dinossauros, água antiga, gás

natural e lama de perfuração carregada de produtos químicos e encharcade de

óleo. Essa quantidade enorme de rejeitos é despejada no fundo do mar.

Hoje, existe cerca de um bilhão de litros de lixo tóxico empilhados nas

colinas viscosas do Merdo Norte. Algumas dessas pilhas de lixo atingem trinta

metros de altura. Elas contaminam a água com bário, óleo, zinco, cobre,

cádmio e chumbo, espalhando-se, em alguns casos, por mais de cem

quilômetros quadrados do campo petrolífero. Os reguladores ficam

preocupados em movê-las, pois a contaminação poderia espalar-se ainda

mais.

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Infelizmente os impactos são enormes e a maioria é irreversível, a

indústria investe bilhões para diminuir o impacto ou ao menos dar a impressão

de que poluímos menos para tirar petróleo das entranhas da terra. Mas esse é

um problema que só acabará quando a exploração acabar, e até que isso

aconteça, a agressão vai continuar; até mesmo porque a maioria está em alto

mar ou nas profundesas dos oceanos; lugares que a maioria da população

desconhece, e por isso, não se importa tanto quanto deveria.

Espécies podem ser extintas antes mesmo de serem descobertas,

privando o homem de exeicitar uma de suas mais marcantes características, a

curiosidade e fascínio pelo desconhecido.

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CONCLUSÃO

“Nous sommes responsables non seulement de ce que nous faisons, mais aussi de ce que nous ne faisons pas.”

(Nós não somos responsáveis apenas pelo que fazemos, mas também pelo

que não fazemos).

Moliére (Jean Baptiste Poquelin)

Apesar da negativa de que vivemos a fase de declínio da produção de

hidrocarbonetos, sobretudo por parte das grandes empresas petrolíferas, é fato

que a indústria mundial corre contra o tempo para encontrar uma solução para

o segmento que responde por um quinto do Produto Interno Bruto mundial: o

de energia.

O conselho Mundial de Energia (World Energy Council) publicou em

2007 o estudo “Deciding the Future: Energy Policy Scenarios to 2050” onde

expõe um estenso estudo sobre a energia no mundo e faz previsões para o

setor da energia global até o ano de 2050. O estudo apresenta estudos e

previões para quatro diferentes cenários, que levam em conta alta ou baixa

cooperação internacional e engajamento por parte dos governos e faz

recomendações tanto para o setor público quanto para o setor privado para

que tenhamos um futuro garantido quanto ao acesso á energia.

Para a maioria dos cenários, quando se fala de petróleo, a previsão é de

aumento de pressão e tensão na relação suprimento versus demanda. Apenas

no cenário mais favorável, com alta cooperação internacional e engajamento

dos governos para incrementar a tecnologia de obtenção e armazenamento de

energia e a sua distribuição a todos os paises, a previsão é de queda da

pressão de demanda, auxiliada também por uma previsão de avanços nas

tecnologias de recuperação de petróleo.

O estudo afirma que a produção global de energia deve dobrar até

2050, para todos os cenários observados, como é mostrado abaixo:

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“It is clear that all the scenarios involve a substantial

increase in global energy supplies by 2050 on the order of

a 100% increase”.

“Está claro que para todos os cenários envolvem um

substancial incremento na oferta de energia em 2050, na

ordem de 100% de aoumento”.

O estudo ainda faz muitas observações e sugestões de ações para

iluminar o caminho da indústria global da energia a um objetivo mais limpo e

diversificado, mas não cita o fim da exploração de petróleo até 2050 ou pouco

depois, até mesmo cita que a América do Norte vai sofrer menos do que o

esperado com o fim de suas reservas convencionais por recorrer ás “oil sands”

ou areias de alcatrão, abundantes a nordeste de Alberta, no Canadá.

A seguir, algumas das principais conclusões do estudo serão

apresentadas.

“Study participants clearly believe that without strong

government involvement and cooperation among

governments on an international scale, greenhouse gás

emissions cannot and will not be controlled. This points to

the importance of a post-Kyoto regime”.

“Os participantes do estudo acreditam que sem um forte

envolvimento do governo e grande cooperação entre

governos em escala internacional, as emissões de gás

não poderão ser controladas. Isso reforça a importância

de um acordo Pós-Kioto”.

“Nuclear power clearly needs strong government

engagement to play an increasing role in the energy mix

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and in reducing climate emissions, but also strong

international cooperation for countries that need to master

the technology”.

“A energia nuclear claramente precisa de forte

engajamento governamental para exercer uma maior

influência na matriz energética e reduzir as emissões;

mas uma forte cooperação internacional entre países é

necessária para aprimorar a tecnologia”.

“By 2035, the number of people without access to modern

energy services can be halved from two to one billion. By

2050, this number can be halved again to 500 million.”

“Em 2035, o número de pessoas sem acesso a serviços

de energia modernos pode ser reduzido pela metade, de

dois para um bilhão. Este número pode novamente ser

dividido por dois em 2050, para 500 milhões”.

“One of the keys to adequate energy production and

infrastructure investment is setting the rules of energy

investment, transmission and trade”.

“Uma das chaves para adequar a produção de energia e

o investimento em infra-estrutura é regulamentar o

investimento, a transmissão e o comércio de energia”.

“Public Private-Partners, adapted for specific regional

needs, can provide a sound mechanism for the transfer of

resourses (energy, knowledge, skills, capital) to where it is

needed”.

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“Parcerias Público-Privadas, adaptadas ás

particularidades regionais, podem ser o mecanismo de

transferência de recursos (energia, conhecimento,

capacidades e capital) para onde é preciso”.

“A new level of wise energy policy, energy regulation, and

energy investment is required now and in the next few

years if we are to achieve energy sustainability in the

2035-2050 timeframe”.

“Um novo patamar de política energética prudente,

regulação e investimento são necessárias agora e nos

próximos anos se queremos alcançar sustentabilidade no

período entre 2035 e 2050”.

O estudo afirma ainda que serão necessários mais de US$ 800 bilhões

por ano em investimentos para acompanhar o crescimento da demanda global

de energia.

Há previsões do ressurgimento da energia nuclear como principal

alternativa ao petróleo, com programas já confirmados na Europa, Estados

Unidos, Rússia, China, Índia, e recentemente, no Brasil. Existem 13 usinas em

construção e 60 outros projetos deverão entrar em operação até 2030 em todo

o mundo.

O Conselho Mundial de Energia aconselha os paises a investirem mais

efetivamente em tecnologias de reatores nucleares avançados, painéis

fotovoltaicos mais eficientes e micro-plantas combinadas de geração de calor e

energia, entre outras, para chegarmos a 2050 com o mesmo nível de emissões

atual, ou até menor.

Apesar da forte dependência de petróleo da economia mundial e dos

altos preços praticados terem tornado viáveis a exploração de jazidas antes

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economicamente inviáveis como as localizadas a grandes profundidades na

Bacia de Campos; estes altos preços também tornam atraentes alternativas

antes não consideradas. A preocupação mundial com a degradação do meio

ambiente também é um fator importante, pois tem levado ao surgimento de

importantes alternativas renováveis, como o álcool e o biodíesel.

É esperado que os países produtores tentem exercer maior influência no

cenário mundial na medida que as novas fontes renováveis que possuem

forem se tornando mais importantes na matriz energética do planeta. Isso será

acompanhado de uma crescente tentativa dos países desenvolvidos de

exercer maior influência sobre os potenciais países produtores, como já

podemos observar na recente aproximação entre Estados Unidos e Brasil.

Apesar de muito contestada, a energia nuclear se tornará uma fonte

importante na medida que o avanço da tecnologia torna essa opção cada vez

mais segura; considerando ainda que a capacidade de produção de

biocombustíveis é limitada e deve ser colocada em segundo plano frente á

produção de alimentos.

Também com o avanço da tecnologia, outras idéias, como a “Solar

Tower” (em testes na Espanha e Austrália), já citada no corpo de texto, e o

trem de levitação magnética alemão, podem se tornar viáveis e se expandir

pelo planeta.

No fim, poderemos ver uma corrida na direção da maximização

do sistema de transporte de massa e carga, no sentido de melhorar sua

eficiência, transportando mais e para mais longe, e ainda consumindo e

poluindo cada vez menos.

A era do petróleo não vai acabar pelo esgotamento do óleo em sí, mas

sim pelo esgotamento do modelo de queima de hidrocarbonetos que tem alto

impacto no equilíbrio do ecossistema global e pela substituição até a onde a

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tecnologia permitir, de um combustível poluente e não renovável por

alternativas mais limpas e renováveis.

O final da era do petróleo ainda está sendo escrito, mas está claro que

a conclusão deste capítulo da história da humanidade está próxima.

Muito dependerá de como a humanidade vai se comportar daqui pra

frente e das escolhas que vai fazer. Os sinais são ambiguos e a resistência é

feroz. Em 2005 foi assinado o Protocolo de Kyoto, em outros lugares,

reguladores governamentais indecisos se debruçam sobre as últimas

descobertas cientificas de que é provável de que um terço das espécies em

três das regiões de maior diversidade biológica do mundo possa estar

condenado á extinção nos próximos cinqüenta anos, em decorrência das

mudanças climáticas. Em 2006, a General Motors divulgou que pretende

diminuir a capacidade de produção de carros e a divisão solar da Britsh

Petroleum divulgou seus primeiros anos de lucro. Emquanto isso, no norte do

Canadá, autoridades proclamam suas intenções de aumentar a exportação

das areias de alcatrão. Em contrapartida, a Ferrari lança seu primeiro modelo

movido a álcool. Em Pequim, uma nova lei exige que 15% da energia do país

seja gerada por fontes renováveis até 2020, enquanto na Índia, os

trabalhadores derramam asfalto em 65 mil quilômetros de novas estradas. Em

Londres, as pessoas são multadas por usar carros, emquanto em Pequim e

Xangai antigos ciclistas se acotovelam em frente às vitrines para conferir os

novos laçamentos das grandes marcas mundiais de automóveis.

A tecnologia pode reverter essa tendência de caos e escasses para um

futuro limpo e mais confortável. Precisamos fazer a escolha mais difícil, e não

nos deixar levar por interesses egoístas ou imediatistas.

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ANEXOS

Índice de anexos

Anexo 1 Internet;

Anexo 2 Gráficos; Anexo 3 Tabelas; Anexo 4 Fotos

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ANEXO 1

INTERNET

www.guardian.co.uk/

The end of oil is closer than you think

Oil production could peak next year, reports John Vidal. Just kiss your lifestyle

goodbye

Thursday April 21, 2005 The Guardian

The one thing that international bankers don't want to hear is that the second Great Depression may be round the corner. But last week, a group of ultra-conservative Swiss financiers asked a retired English petroleum geologist living in Ireland to tell them about the beginning of the end of the oil age.

They called Colin Campbell, who helped to found the London-based Oil Depletion Analysis Centre because he is an industry man through and through, has no financial agenda and has spent most of a lifetime on the front line of oil exploration on three continents. He was chief geologist for Amoco, a vice-president of Fina, and has worked for BP, Texaco, Shell, ChevronTexaco and Exxon in a dozen different countries.

"Don't worry about oil running out; it won't for very many years," the Oxford PhD told the bankers in a message that he will repeat to businessmen, academics and investment analysts at a conference in Edinburgh next week. "The issue is the long downward slope that opens on the other side of peak production. Oil and gas dominate our lives, and their decline will change the world in radical and unpredictable ways," he says.

Campbell reckons global peak production of conventional oil - the kind associated with gushing oil wells - is approaching fast, perhaps even next year. His calculations are based on historical and present production data, published reserves and discoveries of companies and governments, estimates of reserves lodged with the US Securities and Exchange Commission, speeches by oil chiefs and a deep knowledge of how the industry works.

"About 944bn barrels of oil has so far been extracted, some 764bn remains extractable in known fields, or reserves, and a further 142bn of reserves are

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classed as 'yet-to-find', meaning what oil is expected to be discovered. If this is so, then the overall oil peak arrives next year," he says.

If he is correct, then global oil production can be expected to decline steadily at about 2-3% a year, the cost of everything from travel, heating, agriculture, trade, and anything made of plastic rises. And the scramble to control oil resources intensifies. As one US analyst said this week: "Just kiss your lifestyle goodbye."

But the Campbell analysis is way off the much more optimistic official figures. The US Geological Survey (USGS) states that reserves in 2000 (its latest figures) of recoverable oil were about three trillion barrels and that peak production will not come for about 30 years. The International Energy Agency (IEA) believes that oil will peak between "2013 and 2037" and Saudi Arabia, Kuwait, Iraq and Iran, four countries with much of the world's known reserves, report little if any depletion of reserves. Meanwhile, the oil companies - which do not make public estimates of their own "peak oil" - say there is no shortage of oil and gas for the long term. "The world holds enough proved reserves for 40 years of supply and at least 60 years of gas supply at current consumption rates," said BP this week.

Indeed, almost every year for 150 years, the oil industry has produced more than it did the year before, and predictions of oil running out or peaking have always been proved wrong. Today, the industry is producing about 83m barrels a day, with big new fields in Azerbaijan, Angola, Algeria, the deep waters of the Gulf of Mexico and elsewhere soon expected on stream.

But the business of estimating oil reserves is contentious and political. According to Campbell, companies seldom report their true findings for commercial reasons, and governments - which own 90% of the reserves - often lie. Most official figures, he says, are grossly unreliable: "Estimating reserves is a scientific business. There is a range of uncertainty but it is not impossible to get a good idea of what a field contains. Reporting [reserves], however, is a political act."

According to Campbell and other oil industry sources, the two most widely used estimates of world oil reserves, drawn up by the Oil and Gas Journal and the BP Statistical Review, both rely on reserve estimates provided to them by governments and industry and do not question their accuracy.

Companies, says Campbell, "under-report their new discoveries to comply with strict US stock exchange rules, but then revise them upwards over time", partly to boost their share prices with "good news" results. "I do not think that I ever told the truth about the size of a prospect. That was not the game we were in," he says. "As we were competing for funds with other subsidiaries around the world, we had to exaggerate."

Most serious of all, he and other oil depletion analysts and petroleum geologists, most of whom have been in the industry for years, accuse the US of

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using questionable statistical probability models to calculate global reserves and Opec countries of drastically revising upwards their reserves in the 1980s.

"The estimates for the Opec countries were systematically exaggerated in the late 1980s to win a greater slice of the allocation cake. Middle East official reserves jumped 43% in just three years despite no new major finds," he says.

The study of "peak oil" - the point at which half the total oil known to have existed in a field or a country has been consumed, beyond which extraction goes into irreversible decline - used to be back-of-the envelope guesswork. It was not taken seriously by business or governments, mainly because oil has always been cheap and plentiful.

In the wake of the Iraq war, the rapid economic rise of China, global warming and recent record oil prices, the debate has shifted from "if" there is a global peak to "when".

The US government knows that conventional oil is running out fast. According to a report on oil shales and unconventional oil supplies prepared by the US office of petroleum reserves last year, "world oil reserves are being depleted three times as fast as they are being discovered. Oil is being produced from past discoveries, but the reserves are not being fully replaced. Remaining oil reserves of individual oil companies must continue to shrink. The disparity between increasing production and declining discoveries can only have one outcome: a practical supply limit will be reached and future supply to meet conventional oil demand will not be available."

It continues: "Although there is no agreement about the date that world oil production will peak, forecasts presented by USGS geologist Les Magoon, the Oil and Gas Journal, and others expect the peak will occur between 2003 and 2020. What is notable ... is that none extend beyond the year 2020, suggesting that the world may be facing shortfalls much sooner than expected."

According to Bill Powers, editor of the Canadian Energy Viewpoint investment journal, there is a growing belief among geologists who study world oil supply that production "is soon headed into an irreversible decline ... The US government does not want to admit the reality of the situation. Dr Campbell's thesis, and those of others like him, are becoming the mainstream."

In the absence of reliable official figures, geologists and analysts are turning to the grandfather of oil depletion analysis, M King Hubbert, a Shell geologist who in 1956 showed mathematically that exploitation of any oilfield follows a predictable "bell curve" trend, which is slow to take off, rises steeply, flattens and then descends again steeply. The biggest and easiest exploited oilfields were always found early in the history of exploration, while smaller ones were developed as production from the big fields declined. He accurately predicted that US domestic oil production would peak around 1970, 40 years after the period of peak discovery around 1930.

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Many oil analysts now take the "Hubbert peak" model seriously, and the USGS, national and oil company figures with a large dose of salt. Similar patterns of peak discovery and production have been found throughout all the world's main oilfields. The first North Sea discovery was in 1969, discoveries peaked in 1973 and the UK passed its production peak in 1999. The British portion of the basin is now in serious decline and the Norwegian sector has levelled off.

Other analysts are also questioning afresh the oil companies' data. US Wall street energy group Herold last month compared the stated reserves of the world's leading oil companies with their quoted discoveries, and production levels. Herold predicts that the seven largest will all begin seeing production declines within four years. Deutsche Bank analysts report that global oil production will peak in 2014.

According to Chris Skrebowski, editor of Petroleum Review, a monthly magazine published by the Energy Institute in London, conventional oil reserves are now declining about 4-6% a year worldwide. He says 18 large oil-producing countries, including Britain, and 32 smaller ones, have declining production; and he expects Denmark, Malaysia, Brunei, China, Mexico and India all to reach their peak in the next few years.

"We should be worried. Time is short and we are not even at the point where we admit we have a problem," Skrebowski says. "Governments are always excessively optimistic. The problem is that the peak, which I think is 2008, is tomorrow in planning terms."

On the other hand, Equatorial Guinea, Sao Tome, Chad and Angola are are all expected to grow strongly.

What is agreed is that world oil demand is surging. The International Energy Agency, which collates national figures and predicts demand, says developing countries could push demand up 47% to 121m barrels a day by 2030, and that oil companies and oil-producing nations must spend about $100bn a year to develop new supplies to keep pace.

According to the IEA, demand rose faster in 2004 than in any year since 1976. China's oil consumption, which accounted for a third of extra global demand last year, grew 17% and is expected to double over 15 years to more than 10m barrels a day - half the US's present demand. India's consumption is expected to rise by nearly 30% in the next five years. If world demand continues to grow at 2% a year, then almost 160m barrels a day will need to be extracted in 2035, twice as much as today.

That, say most geologists is almost inconceivable. According to industry consultants IHS Energy, 90% of all known reserves are now in production, suggesting that few major discoveries remain to be made. Shell says its reserves fell last year because it only found enough oil to replace 15-25 % of what the company produced. BP told the US stock exchange that it replaced only 89% of its production in 2004.

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Moreover, oil supply is increasingly limited to a few giant fields, with 10% of all production coming from just four fields and 80% from fields discovered before 1970. Even finding a field the size of Ghawar in Saudi Arabia, by far the world's largest and said to have another 125bn barrels, would only meet world demand for about 10 years.

"All the major discoveries were in the 1960s, since when they have been declining gradually over time, give or take the occasional spike and trough," says Campbell. "The whole world has now been seismically searched and picked over. Geological knowledge has improved enormously in the past 30 years and it is almost inconceivable now that major fields remain to be found."

He accepts there may be a big field or two left in Russia, and more in Africa, but these would have little bearing on world supplies. Unconventional deposits like tar sands and shale may only slow the production decline.

"The first half of the oil age now closes," says Campbell. "It lasted 150 years and saw the rapid expansion of industry, transport, trade, agriculture and financial capital, allowing the population to expand six-fold. The second half now dawns, and will be marked by the decline of oil and all that depends on it, including financial capital."

So did the Swiss bankers comprehend the seriousness of the situation when he talked to them? "There is no company on the stock exchange that doesn't make a tacit assumption about the availability of energy," says Campbell. "It is almost impossible for bankers to accept it. It is so out of their mindset."

Crude alternatives

"Unconventional" petroleum reserves, which are not included in some totals of reserves, include:

Heavy oils

These can be pumped just like conventional petroleum except that they are much thicker, more polluting, and require more extensive refining. They are found in more than 30 countries, but about 90% of estimated reserves are in the Orinoco "heavy oil belt" of Venezuela, which has an estimated 1.2 trillion barrels. About one third of the oil is potentially recoverable using current technology.

Tar sands

These are found in sedimentary rocks and must be dug out and crushed in giant opencast mines. But it takes five to 10 times the energy, area and water to mine, process and upgrade the tars that it does to process conventional oil. The Athabasca deposits in Alberta, Canada are the world's largest resource, with estimated reserves of 1.8 trillion barrels, of which about 280-300bn barrels may be recoverable. Production now accounts for about 20% of Canada's oil supply.

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Oil shales

These are seen as the US government's energy stopgap. They exist in large quantities in ecologically sensitive parts of Colorado, Wyoming and Utah at varying depths, but the industrial process needed to extract the oil demands hot water, making it much more expensive and less energy-efficient than conventional oil. The mining operation is extremely damaging to the environment. Shell, Exxon, ChevronTexaco and other oil companies are investing billions of dollars in this expensive oil production method.

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2006/11/09

O FIM DO PETRÓLEO

Alexandre Reis Rodrigues

O petróleo é um recurso crucial; é fácil de transportar e de ser conservado sem se degradar; pode ser bombeado através de condutas; pode ser refinado para dar origem a outros tipos de combustível (gasolina, gasóleo, querosene, petróleo, combustível de aviação, etc.); armazena uma quantidade enorme de energia; está na base de quase todas as comodidades e vantagens da nossa vida, graças ao seu abastecimento fiável e barato, até inclusivamente, para a obtenção de formas alternativas de energia, nomeadamente a nuclear. Mal grado esta enorme dependência pensa-se pouco na situação; geralmente, apenas quando há crises petrolíferas e os preços sobem.

A indústria petrolífera moderna é relativamente recente; foi lançada há menos de dois séculos, em 1859, quando foi descoberto petróleo, na Pensilvânia, a apenas 20 metros de profundidade. Quantas mais décadas vai durar nos termos actuais é questão para a qual há várias estimativas, mas nenhuma garantidamente segura; a única certeza é a de que, tratando-se de uma forma de energia não renovável, irá acabar um dia.

Segundo os mais credíveis estudos, o momento em que se completará a extracção de metade da totalidade das existências, também designado por “pico global de produção” foi previsto para o período entre 2000 e 2008. A partir daí tudo se começará a complicar, embora ainda havendo muito petróleo no solo; o que foi extraído até então era o que estava mais acessível, o que era economicamente mais rentável, o de melhor qualidade e mais facilmente refinável. A rentabilidade do processo - a relação entre a energia investida para a sua obtenção e a energia obtida com o produto recolhido - tornar-se-á cada vez menos atractiva.

Não será possível prever com rigor o momento do pico, mas calcula-se que acontecerá inevitavelmente neste século; surgirá certamente mais cedo do que o previsto alguns anos atrás se a procura continuar a aumentar com o crescimento económico das economias dos dois países mais populosos do mundo (chinesa e indiana). No entanto, esse pico não será imediatamente identificável; só será visível depois de ter passado, eventualmente apenas anos depois, ao longo de um período de travessia de uma espécie de um planalto com altos e baixos, em que os preços oscilarão inconclusivamente, em que os mercados viverão alguma turbulência e em que poderá começar a haver indícios de agitação militar. Será uma espécie de período intermédio, em que a distribuição poderá ter que passar a ser selectiva, para garantir principalmente os melhores clientes, isto é, os que puderem pagar mais; por essa altura começará a haver indícios de instabilidade nas economias e mercados. Depois a produção petrolífera declinará de

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forma acentuadamente crescente e virá a estagnação económica; a austeridade instalar-se-á por toda a parte, mas em especial entre as populações que construíram o seu modo de vida à volta da disponibilidade de petróleo barato.

Para quem tenha dificuldade em visualizar este desfecho, recorda-se que, nalgumas zonas, o pico já foi atingido; é o caso, por exemplo dos EUA que, segundo alguns geólogos, terão tido o pico de produção entre 1966 e 1972. Por essa altura, os EUA extraíam 11,3 milhões de barris por dia (6 milhões em 2004); de maior produtor e exportador a nível mundial durante grande parte do século XX, (“no início da segunda Guerra Mundial literalmente afogados em petróleo”) passaram, a partir daí, a depender de importações que nunca mais pararam de aumentar.

Para alguns mais optimistas, o engenho técnico do homem superará as limitações da realidade geológica do mundo, fazendo aparecer alternativas ao petróleo. Segundo estes, a identificação do pico do petróleo não vai interessar porque os sinais de mercado encarregar-se-ão de desencadear oportunamente a criação de novas tecnologias para produção de energias alternativas ou novas formas de extrair reservas que se julgavam não rentáveis economicamente.

Porém, nada nos garante, bem pelo contrário, que a transição se processará de forma tão suave. Na verdade, “com base em tudo o que sabemos até agora, nenhuma combinação dos chamados combustíveis alternativos nos permitirá manter o nível de vida a que nos habituámos”. Nem mesmo o “sonho do hidrogénio”, que Bush veio prometer no discurso da União em 2003, mas que, na realidade, não é mais do que uma fantasia risível que tem a agravante de levar as pessoas a pensarem que não há razões de preocupação quanto ao futuro.

Sem as enormes quantidades de petróleo barato que os EUA, e os países ocidentais que os seguem de próximo, têm desbaratado com a construção do actual esquema de vida, muita coisa terá que, inevitavelmente, mudar; logo a começar, ficará em causa a possibilidade de manter os enormes investimentos feitos na expansão suburbana, implicando um gasto enorme de petróleo em meios de transporte para as deslocações diárias para o trabalho (a opção de estilo de vida para mais de metade da população americana). Tal como as grandes herdades e as grandes empresas, as grandes cidades, concebidas essencialmente à volta do automóvel, deixarão de corresponder a um estilo de vida que, necessariamente, terá uma escala mais reduzida. O nosso mundo do dia-a-dia será definido em função das distâncias que possamos percorrer a pé. Desaparecerá o consumismo selvagem; a reparação e revenda de bens voltarão a ter uma enorme importância, aliás como acontecia há alguns anos atrás.

A economia não poderá continuar a centrar-se nas actividades actuais; terá que se virar muito mais para a agricultura, que exigirá muito mais mão-de-obra; voltaremos ao passado. Não podendo usufruir das actuais disponibilidades de transporte, não será possível manter as mesmas cadeias de abastecimento; no campo da alimentação, tornar-se-á impossível manter um fluxo constante de abastecimento ao longo do ano de todos os tipos de alimentos e, obviamente, os preços subirão. Voltar-se-á a recorrer, como no passado, a animais de trabalho por não se dispor de energia abundante e barata para

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fazer funcionar as máquinas que tinham permitido poupar mão-de-obra (1,6% da população a trabalhar presentemente na agricultura, nos EUA, contra 30% há cem anos).

É ainda possível que a falta de petróleo provoque uma agitação política de perspectivas extremamente sombrias. Veja-se o que aconteceu com os choques petrolíferos da década de setenta e o seu impacto nas economias, com uma subida geral de preços em flecha e reduções substanciais dos rendimentos pessoais.

A tese, atrás resumida, sobre o fim próximo do petróleo e as implicações sociais, políticas e económicas que daí resultarão, não é minha; pertence a James Howard Kunstler, autor de três ensaios e nove romances, e com artigos publicados no The Atlantic Monthly e o The New York Times Magazine. Está desenvolvida no seu recente livro com o título “The Long Emergency – Surviving the Converging Catastrophes of the Twenty-First Century”[1].

É uma visão algo catastrófica que é interessante comparar com as perspectivas, geralmente optimistas, de que serão encontradas soluções energéticas alternativas. Um recente relatório da União Europeia sobre a “Segurança Energética e a Cooperação Transatlântica”, que assume claramente a realidade do mundo pós-petróleo, no Século XXI, aponta para um futuro bem diferente: que a Europa em 2010 estará já apta a satisfazer 12% das suas actuais necessidades energéticas e cobrir mais de 20% da procura de electricidade através de energias renováveis.

Curiosamente, em relação às potencialidades do hidrogénio – que, como vimos acima, James Kunstler recusa liminarmente - o relatório europeu aponta a European Hydrogen & Fuel Cell Technology Plataform de 2004, como o projecto-demonstração mais bem-sucedido no mundo, permitindo um sistema público de transportes, sem emissões nem ruído, de que já beneficiam 3 milhões de europeus. Energia eólica e os biocombustíveis, entre outras formas de energia, são também apontados como histórias de sucesso, a contribuir crescentemente para a redução da nossa dependência do petróleo.

Ninguém pode garantir, para já, quem está mais perto da realidade futura: se James Kunstler, com a sua visão extremamente pessimista, se os crentes confessos de que as energias alternativas, presentemente sob investigação e desenvolvimento, irão preencher a lacuna resultante do esgotamento das reservas petrolíferas. Por esta razão é que o livro de Kunstler é oportuno e merecedor de leitura por parte de quem se interessa por este assunto, certamente um dos maiores desafios que nos esperam ao longo deste século. No mínimo, é um excelente contributo para lembrar a indispensabilidade de investir mais na procura de novos recursos energéticos.

Da minha parte, tenho uma certeza: a de que o tema da segurança energética – entendida como garantia de acesso, em condições razoáveis de preço, a fontes de energia - veio para ficar como uma questão central que já está e vai continuar a dominar as relações internacionais.

[1] Título em português: “O Fim do Petróleo – O Grande Desafio do Século XXI”.

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Who Has the Oil Reserves?

This chart depicts a map of the world in which the size of each country is proportional to the percentage of the global oil reserves it contains. As evidenced by the chart, many of the world’s reserves are concentrated in regions characterized by political instability and government corruption.

An increasing amount of these global oil reserves are under the direct control of foreign governments through their national oil companies (NOCs). A study by PFC Energy last January estimated that 79% of global reserves were controlled by NOCs, a number that may have increased in recent months given the trend toward greater government control in Russia. Leaders of Iran, Russia, and Venezuela have all made clear their willingness to use their energy exports, and the revenues derived from those exports, to gain leverage around the world and thwart U.S. interests. Furthermore, if current trends projected by the International Energy Agency continue, the world will become increasingly dependent on just a few major oil-producing countries in the Middle East. Saudi Arabia, Iran, Iraq, Kuwait, and the UAE have by far the largest oil reserves in the world.

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Senator Lugar has argued on several occasions that oil dependence reduces U.S. influence on the international stage. In the absence of revolutionary changes to energy policy, we are risking economic, military, and environmental disasters for our country that will constrain our living standards, undermine our foreign policy goals, and leave us highly vulnerable to the machinations of rogue states.

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ANEXO 2

GRÁFICOS - EX

Os resultados dos questionários são transformados em gráficos.

Normalmente, estes são muito grandes para povoar o corpo do texto da

monografia. Então, você deve fazer a referência no texto e remeter o leitor até

esse espaço. Não esqueça de legendar cada gráfico.

Alguns alunos pesquisam em empresas e seus balancetes, caso sejam

utilizados, também devem ser inseridos nesse espaço.

Gráfico 1. Produção global de óleo.

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Gráfico 2. Comparativo entre as concentrações de metano e CO2 na

atimosfera e a temperatura mundial.

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Gráfico 3. Histórico e previsão de produção mundial de petróleo.

Gráfico 4. Reservas provadas de óleo.

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Gráfico 5. Localisação das reservas globais provadas de óleo. Fonte:

ConocoPhilips

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ANEXO 3

TABELAS

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ANEXO 4

FOTOS

Foto 1. Pássaro afetado pelo vasamento do Exxon Valez.

Foto 2. Lontras afetadas pelo vasamento do Exxon Valez.

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Foto 3. Exxon Valdez.

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FOTO 4. Plataforma Hibérnia, Canadá.

Foto 5. Submarino alemão movido a células de hidrogênio.

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Foto 6. Trem de levitação magnética alemão, o MAGLEV, em operação na

China. Esta tecnologia revolucionária promete reescrever a história do

transporte terrestre. Estes trens podem atingir velocidades de 430 km/h

comercialmente e são mais efetivos que os aviões em trajetos menores

que 700 km. Já existem projetos de ligar a Ásia á Amértica do Norte com

esses trens.

Foto 7. Plataforma do tipo FPSO.

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Foto 8. Catavento utilizado para retirar energia do vento

Foto 9. Concepção artística da Solar Tower.

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Foto 10. Reabastecimento de um navio da US Navy, marinha americana.

Foto 11. Reabastecimento aéreo de um bombardeio invisível B-2. Até mesmo os

aviões cisterna da força aérea americana podem ser reabastecidos no ar.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

SHAH, Sonia. A História do Petróleo.,Porto Alegre: L&PM, 2007.

BARROS, Reynaldo. Energia para um Novo Mundo. Rio de Janeiro: CREA-

RJ, 2007.

COUNCIL, World Energy; Deciding the Future: Energy Policy Scenarios to

2050. 2007.

JÚNIOR, Ivan Magalhães, PANORAMA DOS MERCADOS DE PETRÓLEO E

GÁS NATURAL NO BRASIL E NO MUNDO, Área de planejamento do BNDES,

2004.

Revista ÉPOCA, 29 DE OUTUBRO DE 2007.

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LINKOGRAFIA CONSULTADA

http://www.enviromission.com.au/project/project.htm 14/01/2008.

http://www.ecoagencia.com.br 15/01/2008

http://www.defesanet.com.br/mb1/uranium_1.htm 15/01/2008

http://www.mnforsustain.org 17/01/2008

http://www.peakoil.net 17/01/2008

http://www.albany.edu/geosciences/oilngas.html 17/01/2008

http://www.naftc.wvu.edu 17/01/2008

http://www.peakoil.net/ 17/01/2008

http://lugar.senate.gov/energy/security/reserves.cfm 17/01/2008

http://www.conocophillips.com/ 17/01/2008

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

HISTÓRIA LONGA, SUJA E SANGRENTA 13

CAPÍTULO II

ALTERNATIVAS 23

CAPÍTULO III

FUTURO SOMBRIO 33

CAPÍTULO IV

INÍCIO DO FIM 37

CAPÍTULO V

PAGANDO O PREÇO 43

CONCLUSÃO 48

ANEXOS 54

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 80

LINKOGRAFIA CONSULTADA 81

ÍNDICE 82

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia:

Autor: Leonardo Fontes Farias

Data da entrega:

Avaliado por:_________________________________ Conceito:

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Eventos culturais

Foram visitados vários espaços culturais durente o decorrer do curso,

entre os quais quatro serão citados.

Casa França Brasil: exposição...

Centro Cultural Banco do Brasil: Exposição LUSA – A MATRIZ

PORTUGUESA. Que mostra artefatos desde a pré-história até o período

da alta idade média, na região onde hoje é Portugal.

As exposições da Casa França Brasil e do Centro Cultural Banco do

Brasil, assim como o Museu do Palácio do Catete tem entrada franca,

portanto, não fornecem comprovantes de entrada.

Museu Naval:

Museu Histórico Nacional: