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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA Curso de Pós Graduação – Direito Desportivo TÍTULO DO TRABALHO A Profissionalização da Arbitragem do Futebol no Brasil Por: Antonio Carlos da Costa <> <> <> Orientador Prof. Willian Rocha

A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

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Direito Desportivo

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Page 1: A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

Curso de Pós Graduação – Direito Desportivo

TÍTULO DO TRABALHO

A Profissionalização da Arbitragem do Futebol no Brasil

Por: Antonio Carlos da Costa

<>

<>

<>

Orientador

Prof. Willian Rocha

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

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TÍTULO DO TRABALHO

A Profissionalização da Arbitragem do Futebol no Brasil

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Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Direito Desportivo.

Por: . Antonio Carlos da Costa

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Page 3: A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

AGRADECIMENTOS

A Minha Esposa Sandra Cristina e aos

meus filhos Carlos Eduardo e Marcello,

que tiveram paciência comigo e me

incentivaram durante o curso.

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Page 4: A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

DEDICATÓRIA

Aos meus familiares em especial aos

meus pais(in memoria), que contribuíram

na formação do meu caráter e me

ensinaram a retidão, honestidade,

simplicidade e os caminhos da vida.

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Page 5: A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

RESUMO

Este trabalho, tem por objetivo, demonstrar a sociedade os caminhos,

sucessos, fracassos e agruras do árbitro de futebol. Ademais, como é visto

esse “profissional do apito”, pelos apaixonados do futebol; a falta de

reconhecimento tanto pelo trabalho, quanto por uma remuneração justa por

parte dos órgãos administrativos que envolvem o futebol. Despertar naqueles

que desejam trilhar pelo atalho difícil e político da arbitragem no Brasil, que

não esmoreça e lute para a solidez da categoria, não se deixe envolver por

propostas e manipulações de resultados nas partidas de futebol sejam

independentes nas suas convicções; seja um permanente estudioso das

regras do futebol, mantenha sempre o seu corpo em forma, pratique

regularmente as atividades físicas propostas, tenha uma conduta ilibada, seja

discreto e honesto no sentido amplo, não só na arena de futebol; mas em

todos os segmentos da vida.

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Page 6: A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

METODOLOGIA

Os métodos que levam ao problema proposto, como leitura de livros,

jornais, revistas, questionários.... e a resposta, após coleta de dados, pesquisa

bibliográfica, pesquisa de campo, observação do objeto de estudo, as

entrevistas, os questionários, etc. Contar passo a passo o processo de

produção da monografia. É importante incluir os créditos às instituições que

cederam o material ou que foram o objeto de observação e estudo.

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Page 7: A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - A História 10

CAPÍTULO II - O Mercado 17

CAPÍTULO III – A Proposta 29

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA E CITADAS 35

INDICE 36

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Page 8: A Profissionalização da Arbitragem de Futebol no Brasil

INTRODUÇÃO

Os primeiros e antigos juízes, hoje árbitros vestiam-se impecavelmente com calças vincadas e não bermudas ou calções como hoje e jaquetas bem cortadas; com relação ao calçado não se tem noticias nesse período os que eram usados nas pelejas ou partidas de futebol.Não utilizavam apito, corriam por campos cheios de lama, e para parar o jogo só no grito. 

     A partir do século XIX, foram criadas as regras de futebol para distingui-lo do rugby (o futebol vem do rugby), e as regras determinavam apenas como o esporte deveria ser jogado. No início tinha-se uma comissão que durante as partidas, ficavam em um palanque, e que só se pronunciavam ou interferiam se houvesse alguma reclamação de uma das equipes. As reclamações nem sempre eram feitas de forma moderada, aí o pior acontecia, o palanque ia ao chão com comissão e tudo. 

Para evitar bagunça na hora da reclamação, foi criada a figura do jogador "reclamador" e para saber quem era, o escolhido deveria usar um boné, o que deu origem ao nosso conhecido capitão do time,que hoje utiliza a conhecida braçadeira, porque boné em inglês é "cap". Em 1881 surge a figura do árbitro, que ainda não tinha regras para aplicar. O arbitro com regras surge em 1890. Os primeiros juízes de futebol, vestiam-se impecavelmente com calças vincadas (aquela dobrinha no meio da perna) e jaquetas bem cortadas. Não utilizavam apito, corriam por campos cheios de lama, e para parar o jogo só no grito. No ano seguinte o juiz ganha para auxiliá-lo dois assistentes. Em 1896 o juiz ganha autonomia para punir por sua própria iniciativa, e suas decisões seriam sem apelo, porque até então só puniam se houvesse reclamação de um dos times. O ex-árbitro britânico Ken Aston foi quem inventou os  cartões amarelo e vermelho e eles foram usados pela primeira vez na  Copa do Mundo de 1970 no México. Aston foi presidente da comissão de árbitros da FIFA durante quatro anos e foi ele também quem colocou as bandeiras utilizadas pelos árbitros assistentes, para que suas sinalizações fossem mais visíveis. O quarto árbitro também foi invenção do ex-árbitro britânico, então hoje em dia o quadro de arbitragem é composto pelo árbitro central, dois árbitros-assistentes e o quarto arbitro e, em algumas federações no Brasil utiliza-se a figura do árbitro assistentes adicionais, posicionado na linha de fundos lateral em cada baliza, a fim de dirimir possíveis controvérsias na decisão do gol, mas lembrando que toda e qualquer decisão definitiva é sempre do árbitro central ou principal.

A pratica esportiva do futebol é o mais praticado no nosso planeta, tanto na forma amadora, quanto na forma profissional.; nesse esporte movimenta-se anualmente alguns bilhões de dólares, caracterizando-se assim em uma

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importante atividade econômica, que prolifera seus efeitos para várias atividades paralelas no esporte, destacamos, propagandas, industria e comércio, onde anualmente movimenta cifras em torno de 3,5% do Produto Interno Bruto; ademais se tem noticias que o futebol é o segundo maior empregador no Brasil; só sendo ultrapassado pelos funcionários do Governo Federal.

O futebol é disciplinado por dezessete regras simples e, por tais razões é praticado em qualquer lugar, sem a necessidade de grande estrutura para essa prática desportiva. Existem alguns defensores da implementação de alguns equipamentos eletrônicos, onde facilitaria a conclusão de lances polêmicos; pois esquecem que a simplicidade é o que permite o futebol em qualquer parte do mundo, mesmo em com poucos ou quase nenhum recursos financeiros ou materiais. Possivelmente é que a FIFA, tem aproximadamente 200 Associações Nacionais e 06 Confederações Continentais ( não podemos afirmar exatamente, pois nesse momento poderá está ocorrendo alguma filiação ou desfiliação), enquanto a ONU tem 191 países membros ). Certamente a introdução de regras ou normas, para a aplicação de aparelhos eletrônicos sofisticados no futebol, para auxiliar os árbitros de futebol nas decisões, possivelmente transformará e elitizará esse esporte e poderá caminhar a passos largos para a morte do futebol em muitas partes do universo, dentre aquelas populações de baixo poder econômico. Como afirma o velho e conhecido ditado popular “ Futebol é praticado e jogado por humanos, deve ser apitado por humanos e, consequentemente, estará sujeito aos erros humanos”.

Argumentando sobre a árdua atividade desses mediadores no futebol, não poderia me furtar em dizer que com a evolução e crescimento populacional da humanidade, diversificaram-se as atividades laborais; inicialmente como mero deleite amador, hoje se transformou em atividades mal ou bem remuneradas, de acordo com a região e verdadeiras e respeitadas profissões em nossos dias pelo mundo afora. Infelizmente, por questões políticas a atividade de árbitro ou juiz de futebol, não tem regulamentação formal no Brasil.A lei Zico e Lei Pelé, fundamentada nos artigos 24,inciso IX e 217 da Constituição Federal, disciplina a constituição de associações, formação de árbitros e sobre a inexistência de vinculo trabalhista dos mencionados árbitros com as entidades de práticas desportivas.

O Direito Desportivo, ciência relativamente nova, vem se empenhando em interpretar as normas jurídicas publicas e privadas e aplicando-as na relação com os atletas e clubes de futebol.

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CAPÍTULO I

TÍTULO DO CAPÍTULO

A Formação do Árbitro de Futebol

No Brasil, temos 27 federações de futebol e

inúmeras ligas vinculadas ou não as federações, que inclusive

promovem cursos de árbitros de futebol de curta e longa

duração. Algumas federações reconhecem esses cursos e

admitem os árbitros por elas formados nos quadros de

arbitragem. Temos que reconhecer que os cursos de melhores

projeções estão situados no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas

Gerais e Rio Grande do Sul; infelizmente no norte, nordeste e

centro oeste os cursos não tem muita visibilidades; haja visto o

número de árbitros suas origens e formações no quadro nacional

(CBF) e internacional ( FIFA).Citamos como exemplo o curso de

formação no Rio de Janeiro. Requisitos: Comprovante de

escolaridade do ensino médio ou equivalente ou declaração de

estar cursando a última série do ensino médio – cópia

autenticada, ou em caso de apresentação de declaração que

esteja cursando o curso superior, tal declaração deverá ter a

firma reconhecida.

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Atestado médico de capacitação, incluindo eletrocardiograma e teste

ergométrico; atestado de Acuidade Visual para exercer a atividade

de Árbitro de Futebol prescrito por um oftalmologista.

02 retratos 3x4 (recente)

Documento de identidade – cópia autenticada

Titulo de eleitor com cópia da comprovação de comparecimento a

ultima eleição

Certificado de reservista – cópia autenticada

Os documentos acima deverão ser apresentados também em seus

originais.

Tenham altura mínima de 1,60m

Não sejam portadores de doença ou deficiência física incompatível

com a

função de árbitro de futebol.

O curso tem a duração de 360 horas aulas.

I.I – A Carreira de Árbitro.

Após a conclusão do curso teórico e prático, conforme as normas

emanadas pelas federações e comissões de arbitragens de cada Estado

da Federação. O concludente é inscrito nos quadros de árbitros, que

mediantes escalas ou sorteios, iniciam-se as carreiras nas divisões de

base (Mirim, infantil, juvenil, juniores), como “profissionais” autônomos e a

ascensão se dará em regra pela capacidade demonstrada nas atuações,

tempo na categoria ou módulo (no caso do Rio de Janeiro ), desempenhos

satisfatórios nas avaliações físicas, cursos e aferições que a critério da

comissão de arbitragem são alçados a pertencerem a classe de elite do

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futebol estadual, ou seja aptos a trabalharem nas divisões de profissionais;

lembrando que desde as divisões de base o trabalho da arbitragem é

remunerado; porem as taxas em regra, são diferenciadas e aumentadas,

conforme a escalada nas categorias, pois as melhores remunerações são

das arbitragens nas primeiras divisões, onde também há critérios.

Exemplos: Atuação nos jogos de times tidos como grandes; grandes e

médios, médios e médios, grandes e pequenos etc....

I.2 – Ingresso na Confederação Brasileira de Futebol ( CBF )

Assunto: Normas para RENAF e CNA

O presente comunicado traz as informações necessárias para composição da RENAF, estabelecimentodas categorias e as normas para a classificação nacional de seus integrantes – Experimental – Fase 2.Uma linha simples e vertical à margem esquerda do texto indica retificação em relação ao OC 007/CACBF/2012.Glossário – A expressão “árbitros”, quando usada sem qualquer especificidade, abrangerá todos osárbitros e árbitros assistentes tanto do gênero masculino como do feminino.I – DAS NORMAS PARA COMPOSIÇÃO DA RENAF E ESTABELECIMENTO DE CATEGORIAS1 – INGRESSO NA RENAF1.1 – Os árbitros indicados pela primeira vez para integrar a RENAF iniciarão suas carreiras nacategoria CBF-2 e deverão preencher os seguintes requisitos:1.1.1 – ter no máximo 30 (trinta) anos, até 31 de dezembro no ano de ingresso;1.1.1.1 – na impossibilidade do atendimento ao disposto no item 1.1.1, as federações poderão indicarárbitros que completem 33 (trinta e três) anos até 31 de dezembro do ano de ingresso, sendo taisindicações limitadas à 20% (vinte por cento) dos correspondentes números de vagas;1.1.2 – comprovar, perante a CA-CBF, conclusão do terceiro grau, ou de encontrar-se cursando ocorrespondente nível. Neste último caso, apenas e exclusivamente, para os de idade máxima de 25(vinte cinco) anos, até 31 de dezembro do ano de ingresso;1.1.3 – haver atuado na primeira divisão do seu estado no mínimo por duas temporadas.1.1.4 – Em complemento ao item 1.1.3, a CA-CBF autoriza que as comissões estaduais possam indicar

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árbitro ou assistente com idade menor ou igual a 30 (trinta) anos, até 31 de dezembro no ano deingresso; [ANO BASE 1982, para 2012], com apenas 1 (um) ano na primeira divisão.1.1.5 – ser aprovado em avaliação física e teórica, realizada pela CA-CBF.1.1.6 – ter sua indicação homologada pela CA-CBF.1.1.7 – apresentar toda documentação exigida em dia e em ordem.1.2 – Após o cumprimento dos itens acima, os nomes dos indicados serão homologados para compor aRENAF.1.3 – Até a homologação pela CA-CBF, se necessário poderá utilizar os que pertenciam a RENAFanterior.1.4 – validar todas as indicações de árbitros e assistentes anteriores a 2012, revogando as disposiçõescontrárias.CA-CBFCOMUNICADO OFICIAL Nº 003/CA-CBF/03.04.12NORMAS PARA COMPOSIÇÃO E DA CNA EXPERIMENTAL – FASE 22 – REINGRESSO NA RENAF2.1 – Todo árbitro que haja pertencido à RENAF, cuja saída não tenha sido por motivo ético, poderáreintegrá-la, desde que tenha no máximo 38 (trinta e oito) anos de idade, até 31 de dezembro do anodo reingresso.2.2 – A restrição de idade para reingresso não se aplica aos árbitros que hajam pertencido as categoriasFIFA, ESP e ASP-FIFA, não lhe sendo assegurado, todavia, retorno à categoria que pertenceu.2.2.1 – Para reingresso o árbitro deverá comprovadamente ter atuando nas 2 (duas) últimastemporadas da principal divisão.3 – ATUAÇÕES EM COMPETIÇÕES MASCULINAS – ARBITRAGEM FEMININA3.1 – Indicar, para atuar nas competições masculinas, até 2 (dois) árbitros e 4 (quatro) assistentes, semque isto altere o número preestabelecido de vagas para a RENAF masculina, desde que as indicadassejam aprovadas nas avaliações físicas com os índices do referido gênero. No caso de reprovação, asindicadas deverão obter os índices para o seu gênero.3.2 – Na falta do número de árbitras para atuar no futebol masculino, a CA-CBF não autoriza que asvagas sejam preenchidas pelo gênero masculino.II – ESTABELECIMENTO DE CATEGORIASEm consonância com a RDP específica, os integrantes da Relação Nacional de Árbitros – RENAF serãoclassificados em uma das seguintes categorias em ordem hierárquica:

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CATEGORIA 1 – INTERNACIONAL1 – FIFA1.1 – A categoria FIFA, para ambos os gêneros, será composta pelo número de vagas estabelecido pelaFIFA anualmente;1.2 – São indispensáveis para ser indicado à lista FIFA, além dos requisitos impostos pela entidadeinternacional, atendimento às seguintes condições estabelecidas pela CA-CBF:1.2.1 – pertencer à categoria ESPECIAL-1 ou ASP-FIFA;1.2.2 – encontrar-se, além de bem classificado entre os integrantes da categoria de origem em fasetécnica que justifique a indicação;1.2.3 – ser aprovado em avaliações físicas padrão FIFA, teóricas e outras realizadas pela CA-CBF.CATEGORIA 2 – NACIONAL (CBF), subdividida, como segue:2 – ESPECIAL-12.1 – A categoria ESPECIAL-1 do gênero masculino será composta por até 05 (cinco) árbitros e 05(cinco) árbitros assistentes e a do gênero feminino, por até 02 (duas) árbitras e 02 (duas) árbitrasassistentes;2.2 – São condições indispensáveis para integrar a categoria ESPECIAL:2.2.1 – ter deixado de integrar a categoria FIFA, antes da idade limite;2.2.2 – ser aprovado em avaliações físicas padrão nacional, teóricas e outras realizadas pela CA-CBFCA-CBFCOMUNICADO OFICIAL Nº 003/CA-CBF/03.04.12NORMAS PARA COMPOSIÇÃO E DA CNA EXPERIMENTAL – FASE 232.2.3 – A inclusão e/ou a permanência do ex-árbitro FIFA nesta categoria não será automática, tantoporque lhe será exigido desempenho físico e técnico compatíveis, como porque, havendo um númerode ex-árbitros FIFA superior ao de vagas, o de faixa etária inferior terá preferência, em caso deequivalência técnica com outro de faixa etária superior.2.2.4 – O excedente será remanejado para categoria ASP-FIFA, observando-se a faixa etária opossibilitar, ou para a categoria CBF-1.3 – ASPIRANTE-FIFA (ASP-FIFA)3.1 – A categoria ASP-FIFA, para ambos os gêneros, será composta pelo mesmo número de vagasdestinadas aos internacionais.3.2 – São condições indispensáveis para integrar a categoria ASP-FIFA ou ESP-2:3.2.1 – haver pertencido a categoria CBF-1, observado o item 3.2.3 (faixa etária);

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3.2.2 – encontrar-se, além de bem classificado entre os integrantes da categoria CBF-1 em fase técnicaque justifique a indicação;3.2.3 – ter no máximo 37 (trinta e sete) anos, até 31 de dezembro do ano de ingresso;3.2.4 – ser aprovado em avaliações físicas padrão nacional, teóricas e outras realizadas pela CA-CBF;3.2.5 – A partir de 2013, a CA-CBF poderá, excepcionalmente, promover para a categoria ASP-FIFAárbitros comprovadamente talentosos da categoria CBF-2, todavia limitado a 20% (vinte por cento) donúmero de vagas e desde que tenha realizado na temporada anterior, pelo menos, 15 (quinze) partidasnas Séries A e B.3.3 – Os árbitros e árbitros assistentes ASP-FIFA que deixarem de pertencer a tal categoria, porqualquer motivo, salvo por promoção ao quadro internacional, reverterão à categoria CBF-1.4 – ESPECIAL–24.1 – A categoria ESP-2, para ambos os gêneros, será composta pelo mesmo número de vagasdestinadas aos ASP-FIFA.4.2 – São condições indispensáveis para integrar a categoria ESP-2:4.2.1 – ter deixado de integrar a categoria ASP-FIFA.4.2.2 – ser aprovado em avaliações físicas padrão nacional, teóricas e outras realizadas pela CA-CBF.4.2.3 – A inclusão e/ou a permanência do ex-árbitro ASP-FIFA nesta categoria não será automática,tanto porque lhe será exigido desempenho físico e técnico compatíveis, como porque, havendo númerode ex-árbitros ASP-FIFA superior ao de vagas, terão preferência os que obtiveram maior pontuação natemporada anterior.4.2.4 – Os excedentes ao limite de vagas serão remanejados à categoria CBF-1.5 – CBF-15.1 – Excluindo-se o número de integrantes das categorias FIFA, ESPECIAL e ASP-FIFA, os demais serãodistribuídos em duas categorias, a saber: Categoria CBF-1: um terço (1/3); e, CBF-2 dois terços (2/3)seguintes.CA-CBFCOMUNICADO OFICIAL Nº 003/CA-CBF/03.04.12NORMAS PARA COMPOSIÇÃO E DA CNA EXPERIMENTAL – FASE 245.2 – Se dentre os integrantes da categoria CBF-1 existir árbitro / assistente com a idade máxima, ou

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mesmo completando durante a temporada (45 anos), estes perdem a numeração na CNA,possibilitando que a CA-CBF promova o mesmo número de árbitros / assistentes entres os mais bemclassificados da categoria CBF-2.5.3 – São condições indispensáveis para integrar a categoria CBF-1:5.3.1 – haver pertencido à categoria CBF-2 no mínimo por uma temporada completa;5.3.2 – encontrar-se, além de bem classificado entre os integrantes da categoria CBF-2 em fase técnicaque justifique a indicação;5.3.3 – ser aprovado em avaliações físicas padrão nacional, teóricas e outras realizadas pela CA-CBF;5.3.4 – a CA-CBF poderá promover os árbitros que completam a idade limite da categoria CBF-2 paraCBF-1.6 – CBF-26.1 – A categoria CBF-2, para ambos os gêneros, será composta pelos demais árbitros e árbitrosassistentes da RENAF.III – ACESSO E DESCENSOO acesso e descenso de árbitros de uma para outra categoria, além dos elementos mencionados no item2, também se darão considerando as faixas etárias; a necessidade de renovação; o tempo dearbitragem; as perspectivas de aproveitamento em competições internacionais, especialmente pelaCONMEBOL (para os árbitros FIFA); a necessidade de regionalização das diversas categorias deárbitros, com vistas a que o princípio da neutralidade seja respeitado e para que haja possibilidade deindicação de árbitros de categoria elevada para todas as partidas etc.IV – DOS PRAZOSa) A Lista FIFA abrange o período de 1º de janeiro a 31 de dezembro.b) A RENAF da CBF abrange o período de 1º de maio a 30 de abril do ano seguinte, ou até o fechamentoda relação.V – CLASSIFICAÇÃO NACIONAL DOS ÁRBITROS – CNAConforme regulamento específico.VI – NOMENCLATURASAs nomenclaturas para árbitros, agentes e órgãos utilizadas pela FIFA serão adotadas pela CA-CBF,ajustadas às especificidades de sua organização.VII – DELEGADOS ESPECIAIS DE ARBITRAGEM E ASSESSORES DE ARBITRAGEM1 – A Relação Anual dos Delegados Especiais de Arbitragem será composta pela CA-CBF, emconformidade com a RDP da respectiva função.

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2 – A Relação Anual dos Assessores de Arbitragem será composta em conformidade com a RDP darespectiva função, ou seja, por pessoas que satisfaçam os requisitos de reputação ilibada e,preferencialmente, de notório conhecimento das regras de futebol e da técnica de arbitragem, estes 2(dois) últimos a serem aferidos pela CA-CBF.CA-CBFCOMUNICADO OFICIAL Nº 003/CA-CBF/03.04.12NORMAS PARA COMPOSIÇÃO E DA CNA EXPERIMENTAL – FASE 252.1 – Os Assessores de Arbitragem indicados pelas federações, preferencialmente por ex-árbitros,serão submetidos a avaliações teóricas e, os que obtiverem nota 7,0 (sete) serão habilitados a atuar nascompetições coordenadas pela CBF.2.2 – A CA-CBF poderá, ainda, determinar avaliações práticas.3 – Compete aos Delegados Especiais de Arbitragem e aos Assessores de Arbitragem emitir relatóriostécnicos e atribuir notas aos trabalhos dos integrantes da arbitragem, cumprindo ainda aos DEAexercer atribuições delegadas pela CA-CBF, na forma prevista pela competente RDP da respectivafunção.VIII – DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS1 – Anualmente, a CA-CBF fixará o número de árbitros para compor a RENAF e fará movimentação –acesso e descenso – desses oficiais entre as diversas categorias. Em casos especiais – surgimento devagas; elevado destaque técnico etc, a movimentação pode ocorrer no curso da temporada.2 – Os árbitros integrantes da RENAF poderão atuar em jogos de qualquer competição coordenada pelaCBF, embora as categorias mais elevadas devam ter preferência de indicação para os jogosconsiderados de maior grau de dificuldade.3 – Embora, normalmente, cada árbitro deva atuar em competições do correspondente gênero, nadaimpede que os integrantes de um atuem nas competições do outro, sem que haja alteração do númerode vagas das correspondentes categorias.3.1 – Na hipótese de não haver número de árbitras suficientes para dirigir as competições femininas oude dificuldade de regionalização, os integrantes da RENAF masculina poderão ser indicados para taiscompetições.3.2 – A árbitra para atuar em competições do gênero masculino deverá:

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a) ser indicada por suas federações à atuar a RENAF masculina, respeitado o limite máximoestabelecido no item 3.3.b) ser aprovada na avaliação física com os índices do referido gênero. No caso de reprovação, asindicadas deverão obter os índices para o seu gênero, se houver.3.3 – CA-CBF faculta a cada Federação a indicação, para atuar nas competições masculinas, de até 2(duas) árbitras e 4 (quatro) árbitras assistentes, sem que isto altere o número preestabelecido devagas para a RENAF masculina.3.3.1 – Na falta do número de árbitras para atuar no futebol masculino, a CA-CBF não autoriza que asvagas sejam preenchidas pelo gênero masculino.IX – DISPOSIÇÕES FINAIS1 – TRANSFERÊNCIA, DISPENSAS PARCIAIS OU TOTAIS, AFASTAMENTO E/OU PENAS:1.1 – TEMPORÁRIA: A entidade que convidar árbitro para atuar em suas competições deverá informarà CA–CBF e, nas competições nacionais, o referido convidado não atuará em jogos de equipes do estadoem questão.1.2 – DEFINITIVA: A transferência definitiva deverá ser feita, todavia a vaga não acompanha otransferido.CA-CBFCOMUNICADO OFICIAL Nº 003/CA-CBF/03.04.12NORMAS PARA COMPOSIÇÃO E DA CNA EXPERIMENTAL – FASE 262 – DAS INSÍGNIAS2.1 – A critério das federações estaduais, as insígnias de árbitros das categorias ESP-1, ASP-FIFA, ESP-2, CBF-1 e CBF-2 poderão ser utilizados em suas competições.3 – AFASTAMENTOS:3.1 – DISPENSAS PARCIAIS OU TOTAIS: os pedidos de dispensa por motivos profissionais, pessoaisparciais (apenas para competições locais, nacionais ou internacionais) e por lesão devem serinformados à CA–CBF com antecedência, via comissão estadual.3.2 – TRIBUNAIS DESPORTIVOS (TJ): toda e qualquer penalidade aplicada ao árbitro/assistente peloTribunal de Justiça Desportiva deve ser informada imediatamente à CA–CBF pelo árbitro e pelacomissão estadual.3.3 – AFASTAMENTO ADMINISTRATIVO: Fica a critério de cada comissão a comunicação sobreafastamento administrativo de árbitro/assistente, sendo necessário informar os motivos. A CA-CBF,

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por sua vez, não está obrigada a acatar tal decisão.As situações não previstas nestas normas serão deliberadas pela CA-CBF, sempre submetida aapreciação da presidência da CBF.Ficam revogadas as disposições anteriores.Rio de Janeiro, 3 de abril de 2012.SÉRGIO CORRÊA DA SILVAPRESIDENTE DA CA-CBFLUIZ CUNHA MARTINSCA-CBFMANOEL SERAPIÃO FILHOCA-CBFPAULO JORGE ALVESCA-CBFCLAUDIO FREITASCA-CBF

CAPITULO II

Mercado de Trabalho

O labutar dos árbitros ficam cada vez mais complexos, já que eles tem de administrar e dirigir os acontecimentos dentro do campo e extra campo, que envolvem vários personagens, tais como: Jogadores, dirigentes, jornalistas, torcedores e outros atores no mundo do futebol. Muitos fanáticos e apaixonados pelos seus times, por vezes possessos e de ações inesperadas e instintivas, que desperta o lado mais animal do ser humano, o que vem a gerar a violência que hoje se faz presente no futebol. Normalmente o árbitro é o centro dos acontecimentos. Podemos citar como exemplo marcante; nos idos de 2005 a partida de futebol entre Grêmio Futebol Porto Alegrense e Náutico de Recife do Estado de Pernambuco, pelas

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finais do Campeonato Brasileiro, da segunda divisão, disputado no Estádio dos Aflitos, que foi arbitrada pelo Carioca Djalma Beltrami, onde os acontecimentos e o trabalho da arbitragem foram noticias na mídia impressa e televisada, com comentários tendenciosos de favorecimentos ao time do Grêmio que foi naquela ocasião alçado a primeira divisão do campeonato brasileiro. “A polêmica decisão de Beltrami “. Relata que, imediatamente após a marcação da penalidade, o árbitro sofreu um encontrão do jogador Patrício do Grêmio que “acertou o peito do juiz com o ombro” e prossegue:

“Beltrami quase caiu com o impacto. Recuou, mas no momento seguinte, estava firme outra vez. Do bolso direito da bermuda preta, retirou o cartão vermelho e o esticou na frente de Patrício. O vermelho do cartão vibrou no ar. Próximo da grande área, possessos, os gremistas cercaram Beltrami. O juiz estancou. Então foi andando para trás, pressionado. Patrício lhe deu outro encontrão, porém mais leve, e tentou, com esperança, argumentar: Ele estava com o braço colado ao corpo. Não foi pênalti, não foi. O juiz avançou, saltou dois passos e mandou um peitaço de militar em direção aLipatin, que recuou. Beltrami à época com quase oito anos de experiência nos batalhões de choque da PM carioca, onde é oficial daquela corporação. O volante Nunes recebeu cartão vermelho 24 segundos depois da expulsão de Patrício, por tentar segurar a camisa do árbitro. A pressão era insuportável e ele precisava mostrar mais autoridade ainda.”

Os fatos mencionados apenas nos remetem a uma pequena amostragem das situações inusitadas e imprevisíveis e complicadas que a atividade do Juiz de Futebol, pode trazer aos abnegados seres humanos que se dedicam a dirigir partidas, que envolvem paixões, bem como interesses outros, tais como; políticos, econômicos de vulto; pois envolvem prestígios e as vezes alguns milhões. Mas temos que destacar que a atividade não é só amarguras, pois também traz muitas alegrias e satisfações, na órbita pessoal e profissional. Pena que a imprensa , destaca na maioria das vezes os fatos negativos e os erros da arbitragem , limitando espaços menores aos desempenhos acertivos dos juízes de futebol. Podemos afirmar que para o árbitro que atua numa partida e passa despercebido é porque trabalhou bem.

Fonte: O jogo de uma vida. Porto Alegre: LPM – p.86-87

No Brasil, a atividade de árbitro de futebol é considerada amadora. Desde 1990 houvera várias iniciativas políticas, com o fito para a regulamentação da profissão de árbitro de futebol. Em 1990,o então deputado federal Nelson Jobim apresentou o Projeto de Lei 5.578/1990, que recebeu apenso em 1993 do projeto de lei 4.252/1993, do deputado José Tomaz Nono. Esses projetos, entretanto acabaram arquivados. Em 2000, os referidos projetos foram desarquivados, mas não tiveram andamento. Em 2001 foi apresentado no Senado Federal pela CPI do Futebol, o PLS (7) 294/2001, que posteriormente

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tomou o número PL 6.405/2002 na câmara dos deputados, o qual juntamente com o PL número 6.212/2005, apresentado pelo deputado Fernando Sabino, com breve justificativa, trata do reconhecimento legal da profissão e encontra-se em tramitação no congresso nacional, com parecer emitido na comissão de constituição e justiça e de cidadania da câmara dos deputados em 26 de abril de 2007, por intermédio do respectivo relator, Deputado Geraldo Pudim, analisando inclusive Emenda apresentada pelo Relator da Comissão de Educação, Cultura e Desporto da Câmara. O Relator manifestou-se favorável à aprovação do PL 6.405/02, cujo o parecer foi aprovado, por maioria, em sessão de 8 de abril de 2008 daquela Comissão e prossegue em sua tramitação legislativa. O PL número 6.212?2005 foi desapensado e ARQUIVADO. Por hora foi enterrado mais uma proposta de tornar realidade o sonho dos árbitros no Brasil.~

Fonte: Biblioteca da Câmara dos Deputados e Senado Federal

Há de se afirmar que, mesmo sendo a atividade de árbitro de futebol, considerada amadora no Brasil, os árbitros brasileiros, sempre se destacaram no cenário mundial, sendo classificados entre os melhores árbitros do mundo da bola. Nessa esteira, desde 1930, atuaram em todas as Copas do Mundo . O árbitro brasileiro que mais atuou em Copas do Mundo foi Carlos Eugênio Simon, com cinco jogos, seguido do hoje comentarista esportivo José Roberto Wrigt com quatro jogos. O mercado de trabalho para esses “Profissionais do Apito” é muito amplo; mas infelizmente o árbitro de futebol para atuar e ser escalado tem que obrigatoriamente está filiado a uma Comissão de Arbitragem, vinculada indiretamente a Federação do seu Estado e ainda ao sindicato da classe; no sul e sudeste as taxas de arbitragem dos jogos da primeira e segunda divisão do Estado, costumam ser generosas, mas as taxas das categorias de base são muito baixas, mal cobre as despesas de alimentação e transporte. Destacamos, que nos últimos anos as melhores taxas de arbitragem são do Estado do Rio de Janeiro e logo a seguir as pagas no Estado de São Paulo. Somente os árbitros da FIFA, poderão sobreviver exclusivamente da arbitragem, os demais vinculados a federações e CBF, necessariamente deverão ter outra atividade profissional, sendo a arbitragem para esses um “bico de luxo”. As próprias federações exigem que o árbitro comprove que tem um rendimento fora do futebol. Por uma série de questões materiais e pelo vinculo empregatício, ninguém quer assumir o árbitro de futebol no Brasil, ele está entregue a própria sorte. Tem de treinar por conta própria ( a maioria das federações não dispõe de centros de treinamentos para árbitros ), destacamos a do Rio de Janeiro, que já há alguns anos disponibiliza o Estádio Célio de Barros ( Maracanãzinho) durante a semana para a preparação física dos árbitros. Muitos árbitros quando se destacam no Cenário do Futebol, são convidados para trabalharem em decisões de campeonatos estaduais de outras federações nacionais ou internacionais, isto no Brasil, na América do Sul e Central é costumeiro acontecer e, a taxa de arbitragem costuma ser diferenciada e bem remunerada. A CBF, tem hoje nos seus quadros cerca de 450 árbitros de futebol, incluindo os assistentes. Os quadros

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de arbitragem no Brasil estão em permanentes renovações, pois a média de idade dos atuantes situa-se na faixa dos 28 anos, podendo ingressar na CBF até os 30 anos e permanecer nos quadros até aos 45 anos; sendo uma carreira em ascensão, devendo melhorar em muito as perspectivas , em razão da Copa de 2014 ser no Brasil, certamente impulsionará a carreira e o mercado de trabalho.

Quem nunca sonhou em ser um jogador de futebol no Brasil? São muitos sonhos para poucas vagas. Porém, alguns não se contentam, são viciados, precisam conviver com o esporte. Transformam-se em empresários, fisioterapeutas, preparadores físicos, técnicos, cartolas de clubes e (ou) “árbitros de futebol – alvos do artigo”.

A profissão requer bastante perseverança. Vive-se ofendido e hostilizado nos estádios tanto pelos torcedores como pelos representantes oficiais dos clubes. O processo regulatório profissional prejudica o andamento do pagamento dos cachês suscetíveis a calote – quem paga é o clube mandante que utiliza um contrato social sem vínculo com o contratado. Existem muitos casos de times mandantes derrotados que não cumpriram suas obrigações trabalhistas.

O árbitro de futebol deve viajar por todo país. A saúde é denegrida, um dia na Venezuela apitando com 35 graus; depois de dois dias, no Rio Grande do Sul com três graus de temperatura. Não existem diretos, benefícios ou regulamentação trabalhista. Para ser árbitro é estritamente obrigatório o exercício de outra profissão para capitalização de renda extra, tentativa de, a meu ver em vão, evitar a corrupção.

Para virar um juiz de futebol é necessário fazer o curso especializado na Federação de Arbitragem do próprio Estado, onde se aprende a interpretar as regras de futebol que constam no livro oficial da FIFA. Depois, é só esperar o convite para apitar nos juniores. Este é o momento onde o candidato deve se empenhar ao máximo para que os “juízes de avaliação” (comissão de ex-árbitros que avaliam futuros candidatos) selecionem o mesmo para atuar pela Federação nas divisões dos campeonatos estaduais.

Existem dois momentos especiais em uma carreira de sucesso: ser considerado árbitro do quadro oficial da FIFA e apitar algum jogo da Copa do Mundo. O destaque vai para o ex-árbitro e hoje comentarista de arbitragem, Arnaldo Cesar Coelho, que apitou a final da Copa do Mundo de 1982 entre Itália e Alemanha com os italianos vencedores em terras espanholas.

As guerras políticas são evidentes. Muitas vezes o árbitro é envolvido sem a própria vontade. Em certo campeonato paulista realizado no final do século passado, o então presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol), Eduardo José Farah, estava comprando uma grande briga com a rede Globo. Com isso, Farah anunciou para imprensa que o jogo da “super quarta”

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começaria 21h30, no meio da principal novela global. No início da partida logo após o cara e coroa o celular do arbitro da partida, Alfredo Loeblin, tocou. Conclusão, o jogo começou as 21h50, logo após a novela, com a imprensa caindo em cima de Loeblin que ainda teve que atender ao telefonema, escondido das câmeras.

Apesar de características físicas antagônicas, as mulheres estão a cada dia ingressando nessa profissão, principalmente as formadas em educação física. Porém, alguns exemplos femininos acabam denegrindo a imagem das arbitras. Foi o caso de Ana Paula de Oliveira que surgiu com uma grande representante do movimento feminino no esporte e acabou saindo do foco, vulgarmente, diante o afastamento obrigatório que a Federação impôs à mesma depois da divulgação das fotos na revista Playboy.

A “imagem” para a profissão é extremamente cobrada. Deve-se estar sempre trajado formalmente, em campo ou fora dele, demonstrando credibilidade. O árbitro pode ter uma sequência de trinta partidas com boa atuação, porém, se errar um jogo está perdido. A imprensa pressiona a Federação que bota o cidadão na geladeira. Hoje em dia, o mínimo erro é identificado pelas câmeras de vídeo de alta resolução.

Referência bibliográfica

Awaad, Elias. Curso de Jornalismo Esportivo. Palestrante: Alfredo Loeblin. Faculdade Cásper Líbero. São Paulo. SP. Jun/2007

Fonte: Internet - http://euquerotrabalho.com/arbitros-do-futebol-brasileiro-um-trabalho-autonomo.html 13.04.2012

2.1 - A Justiça Desportiva e o Árbitro

De início, é necessário referir alguns aspectos importantes da história e da legislação desportiva brasileira. No final do século XIX e início do século XX, foram fundadas as primeiras associações e os primeiros clubes desportivos no Brasil; bem como as primeiras entidades de administração ( Ligas, Federações e Confederações ).No campo legislativo, foi por meio do Decreto-lei nº 1056 de 19 de janeiro de 1939, que a normatização do desporto nacional teve a sua gênese, com a criação de mecanismos para desenvolver estudos sobre a questão do Desporto Nacional, inclusive a criação de uma comissão formada por cinco membros, designados pelo Presidente da República. Fruto do trabalho dessa Comissão, o Decreto-lei 3.199, de 14 de abril de 1941, instituiu o Conselho Nacional de Desportos (CND), subordinado ao Ministério da Educação e Cultura ( MEC), com a competência para regular e organizar o desporto no Brasil. De 1941 a 1990, foi regido subsidiariamente por meios de portarias e resoluções do

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CND. Importante ressaltar que a Lei nº 5.988, de 14 de dezembro de 1973, criou o Direito de Arena para os clubes de futebol e a participação dos seus atletas.A Lei nº 6.251 de 8 de outubro de 1975, instituiu normas gerais sobre o desporto ( Lei do não pode). A Lei nº 6.354, de 2 de setembro de 1976, regulamentou a profissão de atleta de futebol.Em 4 de outubro de 1988, foi promulgada a atual e vigente Constituição Federal, trazendo normas a respeito do desporto/esporte como “um dever do Estado e um direito de cada um”. A Lei Zico ( regulamentada pelo Decreto nº 981/93).

O artigo que arrima a maior parte das denúncias contra árbitros é o 266 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva ( CBJD), ou seja, aquele em que os relatos dos fatos que podem gerar punição aos envolvidos não forem feitos de forma adequada.. Na resolução nº 1 do Conselho Nacional do Esporte – CNE, de 23 de dezembro de 2003 e que editou o CBJD, o art. 266 tinha previsão de pena de suspensão de 120 a 720 dias. Através da Portaria 11, de 31 de março de 2006, publicada no DO da união da mesma data, a pena foi reduzida para 60 a 360 dias o que se encontra atualmente em vigor.

O CBJD também contém artigos que tratam da questão do doping, tão presente no cenário desportivo em geral, principalmente nos esportes de alto rendimento, como é o caso do futebol. Os fins (vitórias e recordes), na filosofia de alguns, precisam ser atingidos a qualquer custo, inclusive com utilização de meios ilícitos para aumentar o desempenho dos atletas. Entre os árbitros, felizmente, ainda não se tem noticias de utilização de produtos ou métodos enquadrados como dopagem.

Diante de tudo isso, é importante que os árbitros e seus assistentes, além de terem uma boa atuação no campo de jogo, elaborem sumulas e relatórios com os detalhes dos fatos acontecidos, especialmente a descrição adequada dos respectivos fatos geradores.

2.2 – O relatório do árbitro do futebol a luz do CBJD e do Estatuto do Torcedor.

2.2.1. Sucintas Considerações Introdutórias

A figura do árbitro sempre foi e é o centro de críticas e debates de torcedores, dirigentes, jogadores e jornalistas que

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circulam em torno do futebol. É oportuno repisar que o árbitro, embora seja peça fundamental e indispensável às partidas de futebol, desenvolve atividade que, no Brasil, ainda se caracteriza pelo mais absoluto amadorismo. Enquanto os jogadores se submetem, diariamente, a preparação física, técnica e psicológica, visando a um aperfeiçoamento profissional constante, muitos árbitros treinam individualmente e por conta própria, sem a estrutura necessária para o preparo que se espero de um juiz de fato. Mesmo assim, o nível da arbitragem no Brasil está entre os melhores do mundo.

2.2.2. Súmula e relatório

A súmula é o documento que deve espelhar todos os detalhes e incidentes de uma partida de futebol.Constitui-se de informações padronizadas e objetivas. O professor e membro do Tribunal Superior de Justiça Desportiva, com sede no Rio de Janeiro, Paulo Schmitt, esclarece que “Súmulas são documentos oficiais que resumem dados técnicos de partidas, provas ou equivalentes das mais variadas modalidades esportivas”

A súmula é complementada obrigatoriamente pelo relatório do árbitro. Paulo Schmitt denomina tal documento de “Relatório Arbitral”, que não parece ser a denominação mais adequada. É que o chamado “relatório arbitral” (art. 26, inciso I da Lei 9.307/96), que trata da arbitragem como forma de resolução de conflitos. Arbitragem que, por sua vez, também é usada por organismo internacionais ligados ao esporte para resolver conflitos e julgar casos de doping, cujas decisões também contem o relatório arbitral dos fatos em apreciação. Diante disso, parece mais adequado denomina o documento em questão de relatório do árbitro de futebol.

A FIFA adota o relatório de Árbitros ( Referee’s Report). Com cerca de 21 (vinte e um ) itens bastante simples. Numa expulsão, é relatado: o número e o nome do jogador, a equipe que pertence, o tempo de jogo e, sucintamente, os motivos da expulsão. No julgamento evidentemente, são utilizadas outras provas, tais como vídeos e relatórios, tais como vídeos e relatórios de delegados e observadores. Um relatório falho ou omisso pode gerar distorções e impunidades, dificultando a ação de órgãos, especialmente da Justiça Desportiva, que tem a incumbência de julgar os fatos e infratores. A atual Constituição Federal Brasileira de 1988, eis que reconhece a autonomia e independência da Justiça Desportiva em relação ao Poder Judiciário.

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2.2.3. Relatório Súmula e Estatuto do Torcedor (Lei 10.671/2003)

Abstraída qualquer discussão sobre eventuais inconstitucionalidades contidas na Lei 10.671, de 15 de maio de 2003, é oportuno referir algumas disposições do estatuto do torcedor, que dizem respeito ao tema a saber:

Art. 11 É direito do torcedor que o árbitro e seus auxiliares entreguem, em até quatro horas contadas do término da partida, a súmula e os relatórios da partida ao representante da entidade responsável pela organização da competição.

§ 1º Em casos excepcionais, de grave tumulto ou necessidade de laudo médico, os relatórios da partida poderão ser complementados em até vinte e quatro horas após o seu término.

§ 2º A súmula e os relatórios da partida serão elaborados em três vias, de igual teor e forma, devidamente assinadas pelo árbitro, auxiliares e pelo representante da entidade responsável pela organização da competição.

§ 3º A primeira via será acondicionada em envelope lacrado e ficará na posse do representante da entidade responsável pela organização da competição, que a encaminhará ao setor competente da respectiva entidade até as treze horas do primeiro dia útil subseqüente.

§ 4º O lacre de que trata o § 3º será assinado pelo árbitro e seus auxiliares.

§ 5º A segunda via ficará na posse do árbitro da partida, servindo-lhe como recibo.

§ 6º A terceira via ficará na posse do representante da entidade responsável pela organização da competição, que a encaminhará ao Ouvidor da Competição até as treze horas do primeiro dia útil subseqüente, para imediata divulgação.

Art. 12. A entidade responsável pela organização da competição dará publicidade à súmula e aos relatórios da partida no sítio de que trata o parágrafo único do art. 5º até as quatorze horas do primeiro dia útil subseqüente ao da realização da partida”.

Recomenda-se, pois, aos árbitros que entreguem a súmula e o respectivo relatório logo após a partida, quando isso é viável. Nos jogos realizados à noite, ou quando o representante da entidade não estiver presente ao jogo, ou quando houver necessidade de relatar fatos excepcionais, os documentos devem ser entregues até o fim

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do dia útil imediatamente posterior ao dia do jogo. Isso evidentemente não impedirá que documentos adicionais e aditivos sejam elaborados pelos árbitros e enviados a respectiva entidade, nos dias subseqüentes, se as circunstâncias assim o exigirem. Os assistentes e o quarto árbitro devem fazer relatórios sobre fatos por eles presenciados ou quando ocorrerem acidentes graves.

2.2.4 – A Justiça Desportiva e suas decisões específicas

A Justiça Desportiva no Brasil tem como órgão máximo o STJD ( Superior Tribunal de Justiça Desportiva ) em cada modalidade desportiva, para apreciar e julgar os fatos ocorridos nas competições nacionais e interestaduais. O STJD, tem a sua sede no Rio de Janeiro – Capital e, seu Tribunal Pleno é composto por nove AUDITORES, dos quais um é o Presidente e outro Vice-Presidente. Os auditores, são indicados da seguinte forma: dois pela CBF; dois pelos clubes; dois advogados pela OAB; um auditor representantes dos árbitros e indicado pela entidade representativa e dois representantes dos atletas, indicados pela respectiva entidade representativa. Junto ao STJD funcionam Comissões Disciplinares compostas cada uma por cinco auditores, para julgar as infrações de primeiro grau de jurisdição, das quais cabe Recurso ao Pleno daquele Tribunal. Junto ao Pleno e as Respectivas Comissões funciona a Procuradoria da Justiça Desportiva, a quem cabe oferecer as denúncias, emitir pareceres, requerer a instauração de inquéritos, interpor recursos e outras atribuições prescritas no CBJD. Assim por exemplo, se um árbitro não relatar ou relatar de forma incompleta, uma expulsão na súmula ou no relatório, num jogo do Campeonato Brasileiro, poderá ser denunciado com base no artigo 266 do CBJD e julgado, inicialmente, por uma das Comissões Disciplinares, com possibilidade de recurso posterior, pelo árbitro ou pelo Procurador da Justiça Desportiva, para o Tribunal Pleno do STJD.

Nos Estados, existem os Tribunais de Justiça Desportiva – TJD, que também são compostos por nove auditores, indicados da mesma forma que os integrantes do STJD, apenas com a diferença de que dois auditores são indicados pela respectiva Federação Estadual de Futebol. Funcionam, também, junto ao TJD as Comissões Disciplinares, que julgam a maioria das infrações e denúncias em primeiro grau. Há, também, a Procuradoria que atua em nível estadual. Assim, eventual denúncia contra árbitro que atua nos Campeonatos Estaduais ou os promovidos pela respectiva Federação, dentro do seu respectivo Estado, é julgada pelas Comissões e Tribunal Pleno de cada TJD.

Vamos destacar e exemplificar um dos maiores escândalos de repercussão internacional, envolvendo um árbitro da FIFA o

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Sr. Edilson Pereira de Carvalho e o Campeonato Nacional de 2005. A revista Veja publicou reportagem intitulada como a “Máfia do Apito”. Em razão dos fatos, foi instaurado inquérito junto a Justiça Desportiva, que foi presidido pelo Auditor Marcus Henrique Pinto Basílio, da quarta comissão do STJD ( inquérito 154/2005), que tinha como envolvido principal o árbitro acima mencionado. Mesmo durante o curso das investigações, o árbitro foi suspenso preventivamente pelo STJD, com base no artigo 35 do CBJD.

Concluído o Inquérito, a procuradoria ofereceu denúncia contra o árbitro, como incurso nas sanções dos artigos 241-II e 275 do CBJD. Paralelamente, requereu Medida Cautelar, objetivando a anulação dos onzes jogos em que o referido árbitro atuou. A Medida Cautelar foi deferida (decisão de 1º de outubro de 2005, do presidente do STJD a época Luiz Zveiter), e onze jogos foram anulados e novamente disputados, situação que mudou o rumo do Campeonato,que acabou vencido pelo EC Corinthians Paulista, causando muita polêmica. A decisão cautelar proferida, tecnicamente analisada, foi adequada e célere, e, no momento em que foi proferida, não era possível vislumbrar qualquer favorecimento a quem quer que fosse.O referido despacho analisou os requisitos do fumus boni júri(7)s e do periculum in mor(8)

(7) fumaça do bom direito

(8) Perigo na demora da medida judicial.,

“Importante repisar que ‘escândalos na arbitragem de futebol” não acontecem só no Brasil. Na Alemanha, por exemplo, em 1971 e em 2005 houve casos da espécie. Em 1971, um grande esquema de corrupção foi descoberto, envolvendo dirigentes, atletas e árbitros, desaguando na punição de 53 atletas, seis árbitros e dois clubes. Em 2005,o árbitro Robert Houyzer admitiu que manipulou resultados e cooptava colegas para fazer o mesmo, por tais razões foi expurgado do futebol. “Na Itália, na temporada de 2002/2003, houve uma investigação na região da Toscana, sobre cinco árbitros que estariam vendendo jogos; bem como recentes investigações no chamado ‘Novo Totonero” ( na Alemanha, Itália e França as conseqüências implicaram punição de equipes, inclusive com rebaixamento, dirigentes e árbitros, bem como indenizações as equipes prejudicadas com os “esquemas” ). Inúmeros outros países já tiveram seus escândalos envolvendo arbitragens, tais como: Portugal, Rússia, Colômbia, Cingapura e a própria Finlândia. As chamadas “crises da arbitragem” são cíclicas e acontecem em muitos países, inclusive naqueles sob a jurisdição da UEFA , como ocorreu, por exemplo no ano de 2007. Felizmente há noticias de preocupação com renovação e aperfeiçoamento dos árbitros em todo o mundo.

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Em Portugal, no desfecho do caso conhecido como “Apito Final”, derivado do caso conhecido como “Apito Dourado”, que apurou a corrupção e coação sobre árbitros no Futebol Português, nos anos de 2003 e 2004, a Comissão Disciplinar da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, puniu em 2008, o FC Porto, com perda de seis pontos e multa de 150.000 (cento e cinqüenta mil euros) e seu presidente foi suspenso por dois anos; o Boavista foi rebaixado de divisão e multado em 180.000 (cento e oitenta mil euros )e seu ex presidente foi suspenso por quatro anos e multado em 25.000 (vinte e cinco mil euros). Também foram suspensos os árbitros Jacinto Paixão (04 anos) e Jose Chilrito e Manuel Quadrado ( 2 anos e seis meses).

CAPITULO III

PROPOSTAS PARA A ARBITRAGEM NO BRASIL

A nossa proposta para a mudança do perfil na arbitragem de futebol no Brasil, consiste no total apoio das federações as comissões de arbitragens, implementando e fomentando cursos regulares de árbitros de futebol com o mínimo de 360 horas e 01 ano de duração, compondo a grade curricular de matérias regulares (português, matemática, história do futebol, língua estrangeira, noções de primeiros socorros, direitos humanos, ética, postura, etiqueta e comportamentos dentro e fora dos gramados ) na parte prática, educação física e aula de campo com o mínimo de 80 horas e semestralmente testes físicos e finalmente após cumprido dois terço do curso, estágio obrigatório junto a comissão de arbitragem onde atuariam nas divisões de base inicial fraldinha ,mirim e infantil). Exigindo para o ingresso no curso o mínimo de

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18 anos e escolaridade de grau médio completo, os cursandos que obtiverem notas médias iguais ou superiores ao grau 7, seriam automaticamente inscritos nos quadros de árbitros das respectivas federações nos módulos iniciais; onde permaneciam nesses módulos tidos como amadores no mínimo 03 anos; onde após esse interstício, os que melhores se destacarem e aprovados nos testes físicos seriam alçados a um módulo intermediário, onde permaneceriam por 01 ano e os melhores finalmente seriam progredidos ao módulo profissional da arbitragem na respectiva federação.

3.1 - Ingresso na Confederação Brasileira de Futebol ( CBF). O Árbitro de Futebol, para ingressar nos quadros da CBF, teria que está devidamente inscrito na sua respectiva federação, comissão de arbitragem, sindicalizado e atuando initerruptamente por 02 anos no módulo profissional do seu Estado e Federação. Ter sido aprovado nos exames médicos e físicos; não ter sido punido por indisciplina junto ao TJD ou STJD no último ano, ter participado ativamente no mínimo dois terços dos cursos e palestras promovidos pela Federação de Futebol, Comissão de Arbitragem ou outra entidade esportiva, devidamente comprovada. Ter idade mínima exigida para o ingresso e possuir escolaridade de nível superior em qualquer área.

3.2 – Ingresso nos quadros Internacional de Arbitragem ( FIFA )

O Árbitro deverá ter a idade mínima exigido, aprovado no teste físico exigido para essa categoria, ter a escolaridade necessária, está atuando no mínimo três anos pela Federação do seu Estado originário e ter participado e atuado no mínimo em 12 (doze) partidas de futebol como arbitro principal ou arbitro-assistente nas categorias profissionais da primeira e segunda divisão dos campeonatos promovidos e reconhecidos pela Confederação Brasileira de Futebol e dominar escrito e falado duas línguas estrangeiras, obrigatoriamente Espanhol e Inglês.

Estes seriam os requisitos e composições necessários para homens e mulheres que pretendam conhecer, abraçar e seguir essa apaixonante carreira de árbitro de futebol; conforme nossa ótica.

3.3 – Escalas e Taxas de Arbitragem no Futebol.

Com exceções do Estado do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, onde temos federações mais atuantes e um futebol rentável, são detentores das melhores condições (não ideais), de preparação e formação dos árbitros. No tocante as escalas, ainda é muito comum o apadrinhamento e privilégios para determinados árbitros, normalmente os que fazem parte das “panelinhas” da federação,

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comissão de arbitragem ou sindicato, senão estiverem atrelados e afinados a qualquer desses órgãos dificilmente terão reconhecimentos e prosperidade na carreira e muito menos entrarão nos sorteios de escala para um jogo de futebol importante, uma semifinal ou final de campeonato; por essa e outras razões, muitos bons profissionais abandonam precocemente a carreira por não aceitarem conluios e as vezes propostas indecentes de dirigentes para certas manipulações de jogos e resultados.

Com relação as taxas de futebol, vejam os valores praticados no ano de 2012 pela Comissão de Arbitragem do Estado do Rio de Janeiro no quadro abaixo:

1a. DIVISÃO DE PROFISSIONAIS – 2012 – RIO DE JANEIRO

P x P P x G G x G Semifinal = 1 = Final = 1 = Final Est.ÁRBITRO 900,00 1.900,00 2.800,00 4.200,00 5.000,00 7.500,00AA - 1 450,00 950,00 1.400,00 2.100,00 2.500,00 3.750,00 (árbitro assistente)AA - 2 450,00 950,00 1.400,00 2.100,00 2.500,00 3.750,00 (árbitro assistente)AAA - 1 300,00 700,00 950,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00 (árbitro assist.adicional)AAA - 2 300,00 700,00 950,00 1.500,00 2.000,00 2.500,00 (árbitro assist.adicional)

4º Árbitro 200,00 450,00 600,00 800,00 1.200,00 1.500,00

Informações:PxPP ( times pequenos x pequenos)PPxGG (pequenos x grandes)GGxG ) ( grandes x grande )

(fonte) Sindicato dos Árbitros do Estado do Rio de Janeiro - SAPERJ

TAXA DE ARBITRAGEM - 2012 - CEARÁPRIMEIRA DIVISÃO e TAÇA

Fortaleza e Reg. Metropolitana

Interior do Estado do Ceará

Região do Cariri

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FARES FUNÇÃO Árbitro R$ 600,00 R$ 600,00 + R$ 75,00 R$ 600,00 + R$

145,00 Assistente 01 R$ 300,00 R$ 300,00 + R$ 75,00 R$ 300,00 + R$

145,00 Assistente 02 R$ 300,00 R$ 300,00 + R$ 75,00 R$ 300,00 + R$

145,00 Árbitro Reserva R$ 150,00 R$ 150,00 + R$ 75,00 R$ 150,00 + R$

145,00 TOTAL R$ 1.350,00 R$ 1.650,00 R$ 1.930,00

(fonte: Federação Cearense de Futebol)

3.4 – Taxa de Arbitragem. Para melhor segurança e independência dos Árbitros de Futebol que atuam nas divisões profissionais, as taxas de arbitragem deveriam ser compostas de um salário base nunca inferior a 02 mínimos e participação de uma cota de 3% na renda do espetáculo, que seria rateada entre o árbitro principal, assistentes e o quarto árbitro; só assim esses profissionais, poderiam arcar com uma boa academia para o seu preparo físico; contratar profissionais de psicologia e da área de saúde, cursos voltados para reciclagem e preparação intelectual para o desempenho de qualidade das suas atribuições, quando necessário; além de encarar essa árdua carreira, como profissão essencialmente e não como “bico”, pois apenas os árbitros que chegam a Fifa, poderão viver exclusivamente da arbitragem; os demais não tem condições de se dedicarem com exclusividade a carreira de árbitros, a maioria tem outras profissões como atividade principal. Uma grande parcela da arbitragem de futebol no Brasil é composta por empresários, profissionais liberais e funcionários públicos, pois esses têm melhores condições e flexibilidades nas suas ocupações para cumprirem concentrações, pré-temporadas, treinos, cursos, viagens etc.

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CONCLUSÃO

A nossa ótica e propostas nos estudos e pesquisas no tocante aos problemas que cercam a Profissionalização da Arbitragem no Brasil; esperando que possamos dessa forma, contribuir em muito para o engrandecimento dessa nobre classe dos árbitros de futebol; lembrando aos dirigentes e apaixonados por futebol, que esses homens que ganham migalhas em comparação ao giro financeiro que o milionário futebol brasileiro proporciona, onde um jogador mediano dos times da primeira divisão das principais equipes do eixo-Rio São Paulo, auferem salários superiores a R$50.000,00, fora patrocínios, direito de imagem e premiações, etc. Enquanto um árbitro de futebol altamente qualificado e preparado na sua maioria as próprias custas, em uma decisão de campeonato no Rio de Janeiro, ganham aproximadamente R$7500,00, brutos, descontando taxas e impostos recebem aproximadamente uns R$5.000,00; se aplicássemos os princípios da nossa proposta de um salário fixo e participação na renda do jogo, em uma decisão onde em média a renda chega a aproximadamente R$1.200.000,00; o que daria R$36.000,00 para ser rateado entre o árbitro principal, assistentes e quarto árbitro; seria proporcionalmente um valor razoável que pouco pesaria aos clubes e, seria uma grande motivação a esses esquecidos e mal valorizados profissionais, que muitas das vezes sacrificam seus finais de semanas e feriados juntos com os seus familiares para proporcionar aos apaixonados pelo futebol, momentos de alegrias. Pois uma grande parte dos árbitros de futebol, complementam os seus salários com os modestos ganhos da arbitragem; muitos sem qualquer plano de saúde, garantias profissionais e outros benefícios que a maioria dos trabalhadores tem direitos e são amparados por Lei.

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Importante: Os deputados aprovaram no plenário a regulamentação do árbitro de futebol. A proposta tem ainda que ser aprovada no Senado parar ser levada a sanção da presidente Dilma Rousseff. Por este projeto a profissão fica regulamentada. O árbitro de futebol cometerá crime que prevê detenção de seis meses a dois anos e multa em caso de arbitragem fraudulenta. A lei vai dizer que arbitragem fraudulenta é a que interfere de forma dolosa no resultado natural da partida. Esta regulamentação da profissão de árbitro de futebol diz que a função será dirigir as partidas fazendo cumprir as regras futebolísticas, intervindo no andamento normal do jogo sempre que a seu juízo forem violados o regulamento e os princípios a que está submetido o esporte. Os profissionais poderão criar junto com os auxiliares entidades em todos os estados e a nacional  para recrutar e formar novos árbitros. O projeto quer também proibir vínculo empregatício com as entidades desportivas de forma direta e indireta. Serão pagos e as entidades não assumirão as responsabilidades trabalhistas. A avaliação aqui é de que esta regulamentação da profissão de árbitro vai proteger o profissional.

Fonte: http://blogs.jovempan.uol.com.br/deolhonocongresso/camara-aprova-lei-que-cria-a-profissao-de-arbitro-de-futebol/16.05.2012

FIM

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OBRAS CONSULTADAS E CITAÇÕES

A ARBITRAGEM NOS CAMPEONATOS NACIONAIS – Edição dos sindicatos dos árbitros de futebol do Estado de São Paulo. 2008.

BITTAR, Carlos Alberto. Direito de autor 2. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 1994.

KRIEGER, Marcilio. Lei Pelé e legislação desportiva brasileira anotadas. Rio de Janeiro: Ed. Forense 1999

MACHADO, Rubens Aprprobato et. Al. Curso de Direito Desportivo Sistêmico. São Paulo: Ed. Quartier Latin 2007.

MIRANDA, Martinho Neves. O direito no desporto – 2ª ed. Lumen Juris 2011.

REZENDE, José Ricardo. Código Brasileiro de Justiça Desportiva Anotado – All print editora. 2010.

LEI PELÉ – 9.615 de 24 de março de 1998

SCHEFFLER, Ademar Pedro. Arbitragem de Futebol. Ed. LTR – São Paulo. 2008.

SINDICATO DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – SAPERJ.

FEDERAÇÃO DE FUTEBOL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

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INTERNET (artigos e matérias diversos)

PROPOSTA E CONCLUSÃO FINAL DO AUTOR

PROJETO DE LEI - REGULAMENTANDO A PROFISSÃO DE ÁRBITRO DE FUTEBOL.

ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2AGRADECIMENTO 3DEDICATÓRIA 4RESUMO 5METODOLOGIA 6SUMÁRIO 7INTRODUÇÃO 8CAPÍTULO I A HISTÓRIA1.1 – A carreira do árbitro 111.2 – Ingresso na Confederação Brasileira de Futebol ( CBF ) 12 a 18CAPÍTULO II – MERCADO DE TRABALHO 192.1 – A Justiça Desportivo e o Árbitro 232.2 – O Relatório do Árbitro do Futebol 242.2.1 – Considerações Introdutórias 242.2.2 – Súmula e Relatório 252.2.3 – Relatório Súmula e Estatuto do Torcedor (Lei 10.671-2003) 252.3.4 – A Justiça Desportiva e suas decisões especificas 27CAPITULO III – Propostas para a Arbitragem no Brasil 293.1 - Ingresso na Confederação Brasileira de Futebol (CBF) 303.2 – Ingresso nos Quadros Internacional de Arbitragem (FIFA)303.3 – Escalas e Taxas de Arbitragem 303.4 – Taxa de Arbitragem 32CONCLUSÃO 33BIBLIOGRAFIA E OBRAS CONSULTADAS 35ÍNDICE 36

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes – Projeto A Vez doMestreTítulo da Monografia: A Profissionalização da Arbitragem do Futebol no

Brasil

Autor: Antonio Carlos da CostaData da entrega: 13 de agosto de 2012.Avaliado por: Conceito:Avaliado por: Conceito:Avaliado por: Conceito:Conceito Final:

Conceito Final:

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