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A PUCRS na palavra de seu Reitor · amor pela causa da educação de nível superior de nossa gente, complementando assim o enorme trabalho educacional realizado neste Rio Grande

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A PUCRS NA PALAVRA

DE SEU REITOR

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL

Chanceler: Dom Altamiro Rossato Reitor: Ir. Norberto Francisco Rauch Conselho Editorial:

Antonio Mário Pascual Bianchi Délcia Enricone Jayme Paviani Jorge Alberto Franzoni Luiz Antônio de Assis Brasil e Silva Regina Zilberman Telmo Berthold Urbano Zilles (presidente)

Diretor da EDIPUCRS: Antoninho Muza Naime

EDIPUCRS Av. Ipiranga, 6681 - Prédio 33

C.P. 1429 90001-970 Porto Alegre RS Tel.: (051)339-1511 r: 3323

Fax: (051)339-1564

Ir. Norberto Francisco Rauch

A PUCRS NA PALAVRA

DE SEU REITOR

Coleção: UNIVERSIDADE-2

Porto Alegre 1994

FICHA CATALOGRÁFICA

Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processamento Técnico da BC-PUCRS

Capa: José Fernando Fagundes de Azevedo Digitação e diagramação: Kátia Ribeiro da Rocha Impressão: EVANGRAF – Fone (051) 336-2466

Coleção: UNIVERSIDADE-2

R241p Rauch, Norberto Francisco

A PUCRS na palavra de seu Reitor / Norberto Francisco Rauch. - Porto Alegre: EDIPUCRS, 1994.

72p. - (Coleção Universidade; 2) 1. Rauch, Norberto Francisco - Discursos 2. PUCRS -

Administração 3.Ensino Superior - Rio Grande do Sul I.Título II. Série

C.D.D. 378.8165 8869.54

SUMÁRIO

DISCURSOS PRONUNCIADOS NAS COMEMORAÇÕES DOS 40 ANOS DA

UNIVERSIDADE........................................................................................................... 8

1 - NA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE NO DIA 16 DE JULHO DE 1988 .......... 8 2 - NA FIERGS, NO DIA 8 DE NOVEMBRO DE 1988 .................................................... 13 3 - NA INAUGURAÇÃO DO CENTRO CLÍNICO, 8 DE NOVEMBRO DE 1988 .................... 15 4 - NO LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DO CENTRO DE CIÊNCIA E CULTURA,

9 DE NOVEMBRO DE 1988 .................................................................................... 17 5- NO JANTAR COMEMORATIVO AOS 40 ANOS E HOMENAGENS, DIA 9 DE NOVEMBRO

DE 1988 ............................................................................................................... 19

POSSE COMO REITOR DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO

RIO GRANDE DO SUL – 5° TRIÊNIO - 1991/1993 ................................ ..............22

INAUGURAÇÃO DO SERVIÇO DE LITOTRIPSIA NO CENTRO CLÍNICO

DA PUCRS EM 22 DE MARÇO DE 1991 .......................................... ....................27

PERANTE OS MEMBROS DOS CONSELHOS DA ADMINISTRAÇÃO

SUPERIOR DA UNIVERSIDADE, POR OCASIÃO DA REPECÇÃO OFICIAL

AO CHANCELER, DOM ALTAMIRO ROSSATO, EM 19 DE SETEMBRO DE

1991.. ..................................... ........................................................................................29

INAUGURAÇÃO DO NOVO CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS E

COMPUTADOR IBM 3090 COM VECTOR FACILITIES EM 7 DE OUTUBRO

DE 1991.................................... ........................................................................ ............31

OUTORGA DA “MEDALHA IRMÃO AFONSO” A 38 PROFESSORES E

FUNCIONÁRIOS DA PUCRS EM 7 DE NOVEMBRO DE 1991 ... ......................34

INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE CIÊNCIAS E CULTURA / MUSEU DE

CIÊNCIAS E TECNOLOGIA E FEIRA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO

CONE SUL..... .................................................. ...........................................................36

POSSE COMO REITOR DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO

RIO GRANDE DO SUL -6° MANDATO EM 30-12-1993 ........ .............................40

UNIVERSIDADE: UMA RESPOSTA .........................................................................6

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UNIVERSIDADE: UMA RESPOSTA

É belo e interessante ter uma visão da Universidade em seus começos

longínquos e próximos. A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul é uma resposta a múltiplas demandas da gente rio-grandense em sentido amplo e em sentido restrito.

Observem-se alguns acontecimentos de 1900 aos dias atuais. Nesses 94 anos quantas pessoas solicitaram a presença de educadores religiosos? Os Irmãos Maristas ouviram as vozes súplices e estão aí no Colégio Sagrado Coração de Jesus, em Bom Princípio, desde 3 de agosto de 1900... Numerosas comunidades solicitaram Irmãos e a resposta são os muitos colégios, que surgiram em Garibáldi, Santa Cruz do Sul, Uruguaiana, Santa Maria, Porto Alegre, São Leopoldo, Novo Hamburgo, Alegrete, Tupanciretã, Taquara e outros. A maioria resistiu às inclemências dos tempos e ao vaivém das vontades e decisões sociais, econômicas e políticas.

Em 1927, Irmão Afonso, após longo tirocínio de Diretor em Santa Maria, é nomeado para o Colégio Nossa Senhora do Rosário, na A v. Independência, 359, em Porto Alegre. Aí estava há mais tempo o Ir. Weibert, o operário da primeira hora do dealbar do século. Jovens solicitaram do exímio educador os Cursos Preparatórios para ingresso nas Faculdades de Direito, de Medicina e Escola de Engenharia. Os Cursos Preparatórios facultaram e suavizaram os exames vestibulares de numerosos jovens que se tornaram célebres na Medicina como Elyseu Paglioli, no Direito Ernani Estrela, Elpídio Ferreira Paes e tantos outros.

Os alunos do Rosário pediram o Curso Superior de Comércio. Irmão Afonso examinou as condições e os recursos disponíveis e o Curso funcionou admiravelmente. Os finalistas, contadores, do referido Curso pediram Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, em 1931. No dia 12 de março era dada a primeira aula na Faculdade de Economia, pioneira no Rio Grande do Sul. Os alunos eram nove e os professores três, o que motivou o artigo do Prof. Elpídio F. Paes: Tresfaciunt collegium...

A demanda de tantas escolas sem professores preparados fez com que o Irmão Afonso planejasse a Faculdade de Educação, Ciências e Letras, depois por determinação legal a palavra Educação foi substituída por Filosofia.

O problema da assistência social exigia a preparação de profissionais habilitados científica e tecnicamente. Apareceu a Faculdade de Serviço Social, a pioneira do sul do país.

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Irmão Afonso, naquela Época não chegou a explicitar a vontade de criar uma Universidade... Aos poucos com o Irmão Faustino João, Irmão José Otão, Dr. Armando Pereira da Câmara, Dr. Elpídio Ferreira Paes, Dr. Francisco Juruena, Dom Vicente Scherer (ex-professor), arcebispo de Porto Alegre, chegaram à conclusão de que o Rio Grande do Sul necessitava de uma Universidade Católica. Para tanto fazia-se mister outra unidade acadêmica. Chegou a vez da fundação da Faculdade de Direito, em 1947. Sempre respondendo positivamente às necessidades do tempo, surgiram as demais unidades acadêmicas até as duas últimas criadas em 1993 - Faculdade de Farmácia e Instituto de Ciências Aeronáuticas. Assim como aconteceu com as instituições aconteceu também com as pessoas Em 1948 Dr. Armando Câmara requisitado para ser o primeiro Reitor, respondeu: Presente! Em 1954 o cônego Alberto Etges, respondeu: Presente! Após séria crise administrativa, Irmão José Otão deu o seu sim e iniciou o seu longo período de Reitor em 1954 indo até 2 de maio de 1978 quando o Anjo do Senhor lhe disse: “Servo bom e fiel, entra no gozo do teu Senhor!” Os sacrifícios e as dificuldades do período da enfermidade e do falecimento foram o quinhão do denodado Irmão Libe rato. A 30 de dezembro de 1978, Ir. Norberto Francisco Rauch respondia o sim generoso para prosseguir a caminhada da Universidade.

Novos Cursos, novos prédios, novos planos, todas respostas positivas e generosas às demandas dos alunos e da comunidade do Estado do Rio Grande do Sul e da Igreja: Preparar bons e honestos cidadãos, eis a missão do Instituto dos Irmãos Maristas.

O Prof. Ir. Norberto Francisco Rauch responde às exigências das novas situações econômico-ético-sociais deste final de século.

Os textos publicados neste volume são discursos do Ir. Norberto E Rauch que dão uma visão da realidade da PUCRS dos últimos quinze anos sob o leme seguro e clarividente de seu Reitor.

A cada dia, a cada ano, em cada circunstância a demanda requer a resposta certa e salvadora, eis a missão da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Prof. Ir. Elvo Clemente

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I

DISCURSOS PRONUNCIADOS NAS COMEMORAÇÕES DOS 40 ANOS DA UNIVERSIDADE 1 - Na Câmara Municipal de Porto Alegre no dia 16 de julho de 1988

Tenho a satisfação de dirigir-me aos senhores vereadores e ao distinto

público para dizer que a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul sente-se honrada, estimulada e reconhecida por esta homenagem que o povo da “leal e valorosa cidade de Porto Alegre” lhe presta, através de seu colégio máximo, a Câmara Municipal de Vereadores, por ocasião da comemoração dos 40 anos de Universidade. Minhas primeiras palavras são de cordial saudação e de gratidão aos integrantes desta Casa, de modo muito especial, ao seu presidente, vereador Brochado da Rocha, proponente da homenagem. Nesta oportunidade ímpar, tratarei de oferecer aos senhores vereadores as informações mais significativas sobre a PUC do Rio Grande do Sul e propiciarei algumas reflexões sobre tópicos universitários de interesse deste Colegiado.

A primeira semente da grande instituição educacional, hoje denominada Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, não passava de minúsculo “grão de mostarda”, lançada ao solo no ano de 1931, com o nome de Curso Superior de Administração e Finanças, rapidamente convertido em Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas.

O Irmão Afonso, juntamente com outros educadores porto-alegrenses soube acolher a solicitação e corresponder ao desejo de reduzido grupo de jovens que, na época, poucas oportunidades de formação superior tinham à disposição. É importante, pois, frisar que a Universidade nasceu a pedido de estudantes, em resposta a uma necessidade social.

Cresceu, desenvolveu-se e preencheu, em 1948, as condições de Universidade. Foi-lhe conferido este status pelo Decreto n° 25.794, de 9 de novembro de 1948. O título de Pontifícia data de 1950. A instituição prosseguiu em seu desenvolvimento sempre com o mesmo espírito: dar

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resposta a necessidades sociais de cada época. A pedra fundamental de seu campus atual foi lançada em 9 de março de 1957.

Não vou me alongar em outros detalhes históricos. Para dar aos senhores vereadores e ao povo de Porto Alegre uma idéia mais exata do que é hoje a PUC do Rio Grande do Sul apresento alguns dados mais importantes.

A Universidade exerce suas atividades principais em quatro locais: o Campus de Porto Alegre, o Campus II de Uruguaiana, o Campus Avançado do Alto Solimões - Amazonas e o Campus Aproximado Vila Fátima, em Porto Alegre. Nos dois últimos, exerce uma ação eminentemente social, em função da população carente.

Desde a fundação até hoje, a PUCRS diplomou 65.478 profissionais em seus cursos de graduação. Conta, atualmente, com 25.983 estudantes, assim distribuídos: 22.461 nos cursos de graduação; 531 em Mestrado e Doutorado; 1.168 em Especialização e 1.823 no l e 2° graus. Para atender a população discente, o quadro docente é integrado por 1.955 professores e 806 funcionários administrativos. Além disso, o Hospital Universitário, com aproximadamente 600 leitos, conta com 1.795 funcionários. Portanto, o quadro global de pessoal da Universidade, com o Hospital, soma 4.556 funcionários.

Quanto à titulação, 439 professores possuem o Mestrado ou Doutorado e 944, a Especialização. Em regime de tempo especial T-40, T-30, T-20 trabalham 353 docentes. A instituição oferece, de forma permanente, 44 cursos de graduação, com 62 habilitações distintas, 9 cursos de Mestrado, 5 de Doutorado e 59 cursos de Especialização. Os cursos de extensão e aperfeiçoamento são inúmeros.

Nas atividades de extensão em prol de comunidades e pessoas carentes, a PUCRS ocupa lugar de destaque no cenário nacional. Seria longo demais enumerar o que se faz nas áreas de Medicina, Odontologia, Educação, Serviço Social, Psicologia, Engenharia, Veterinária, etc. no Campus Avançado do Alto Solimões - Amazonas, no Campus Aproximado Vila Fátima - Porto Alegre e no próprio Campus Central.

Na área da pesquisa, existem 210 projetos em andamento. Publica dez revistas científicas especializadas, periódicos, e quatro outras publicações de caráter diversificado.

Todo esse leque de atividades requer uma infra- estrutura físico-administrativa de grande porte que serve de apoio: biblioteca com mais de 170.000 volumes e 2.289 títulos de revistas; Centro de Processamento de Dados com dois computadores de grande porte, terminais, mmi e microcomputadores; central de produção de vídeo e audiovisuais; Museu de Ciências; Laboratórios; salas de aula; Hospital Universitário; Campus Esportivo; Prefeitura Universitária; Restaurante Universitário; etc.

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A área total construída é de 171. 105m². Em síntese, é uma Cidade Universitária. E a maior universidade privada

do País em número de estudantes e em número e complexidade de programas. A síntese que acabo de fazer não tem sentido de vanglória, nem

demonstração de poder e riqueza. E tão somente um brevíssimo relato aos senhores vereadores para melhor compreenderem o que é, hoje, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Tudo foi realizado com muito amor pela causa da educação de nível superior de nossa gente, complementando assim o enorme trabalho educacional realizado neste Rio Grande pelos Irmãos Maristas e seus colaboradores, desde 1900, ano em que aqui chegaram, a pedido do laborioso povo de Bom Princípio.

A administração parcimoniosa dos recursos disponíveis permitiu realizar o que está aí. Permito-me exemplificar, de forma muito concreta: na construção do Ginásio Esportivo, enquanto na PUCRS se gastava mil cruzados por m², numa construção similar pública, em andamento simultâneo, se gastava cinco mil cruzados por m². Talvez deva-se ao fato de realizar muito, com poucos recursos, a impressão de abundância e riqueza.

A Universidade Brasileira não vive seus melhores dias. Múltiplos fatores contribuem para isso. Aliás, ela é um espelho fiel das crises que afetam a sociedade maior. As instituições privadas de ensino superior estão sujeitas ainda a uma dificuldade peculiar, a de ter que conviver com um sistema educacional desequilibrado, inadequado, para não dizer socialmente injusto, em que pequena parcela de estudantes é contemplada com a gratuidade e a grande massa tem que suportar todos os seus ônus. Infelizmente, não existem fontes sociais em número suficiente para custear as despesas de formação profissional superior em instituições não governamentais.

A PUCRS faz um grande esforço nesse sentido, oferecendo reduções e 1.000 bolsas rotativas. Todavia, não é o suficiente. A situação díspar entre estudantes brasileiros que pagam e outros que não pagam gera o inconformismo que serve de ponto de apoio às reivindicações manifestadas pelas lideranças estudantis. As ideologias extremantes reforçam a questão, sem a mínima preocupação com a verdade dos fatos.

A questão do financiamento das universidades é crucial Universidade de boa qualidade e de baixo custo são tecnicamente incompatíveis. Isso nada tem a ver com a propalada afirmativa do lucro. Com ênfase e sinceridade, posso afiançar aos senhores vereadores e à população que as acusações neste sentido às instituições educacionais de nosso Estado são improcedentes.

É exatamente a escassez de recursos das Universidades Privadas que limita o seu desempenho. Quero referir-me, tão somente, à política de pessoal. Todas as Universidades Privadas do Rio Grande do Sul necessitam de um

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quadro bem maior de professores em tempo integral e dedicação exclusiva, com menor carga de horas-aula, para poder intensificar a pesquisa e extensão. A melhoria de titulação é outra urgência. Isso envolve custos adicionais muito elevados para os quais não há cobertura orçamentária na atualidade. A PUCRS, no momento, tem 282 de seus professores em programas de pós-graduação no País e no Exterior. Em 1987, gastamos 93,5% só na rubrica pessoal de tudo quanto tivemos de receita em contribuições escolares.

Afirma-se que as anuidades são caras. Podem até ser, para o poder aquisitivo de parte da população. Todavia, comparemos. Qual o preço do automóvel novo mais barato? Acima de mil OTNs. Ora, na PUCRS, um curso completo de cinco anos de formação em Direito ou Engenharia custa, respectivamente, 511 OTNs e 708 OTNs. Portanto, algo em torno da metade do carro mais econômico do mercado, ou um carro de 3 a 5 anos de uso. É de se perguntar: o que realmente tem mais valor para a vida? O que é mais rentável?

Resumindo toda a questão abordada, concluímos: primeiro, é preciso que a sociedade valorize mais a educação, mesmo sob o ponto de vista de investimento, segundo, é urgente encontrar alternativas sociais de financiamento da educação superior daqueles que não têm possibilidades próprias. O que não se pode é exigir boas universidades, com alta e moderna qualidade, a um custo baixo.

Outro tópico que me permito trazer à reflexão dos senhores vereadores é que a universidade precisa ser compreendida e tratada como universidade, instituição de características próprias e únicas. Não se pode querê-la como simples empresa, nem como miniatura da sociedade maior, à qual se possa aplicar, pura e simplesmente, todos os procedimentos válidos para a macrossociedade. Chamaríamos simplesmente de loucos aos passageiros de uma aeronave que, no afã da prática democrática, e do voto direto, elegessem para piloto a aeromoça mais simpática. Em todas as coisas existe um ‘savoir-faire’, isto é, um saber fazer, uma competência. Isso não pode ser ignorado no ‘affaire’ universitário. Nos dias de hoje, em que, com justa razão, se questiona a universidade, nunca podemos esquecer o princípio básico de que universidade é universidade. Ela tem como missão fundamental e inabdicável, a busca e difusão da verdade, do saber, mediante a pesquisa e o ensino, tendo em vista o bem da Humanidade. Os resultados nem sempre são imediatos e de fácil avaliação.

Nossa sociedade, estigmatizada por situações anômalas e injustas, exige mudanças. A universidade tem um compromisso natural com a transformação e melhoria social. E certo, não podemos continuar convivendo impassivelmente com múltiplos aspectos selvagens e injustos do capitalismo, mas também não podemos optar por soluções que já comprovaram seus efeitos nocivos de burocratismo, estagnação, desestímulo, ineficiência e ineficácia.

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A busca de soluções sociais alternativas é um grande desafio comum para todos os grupos políticos, poderes legislativos e universidades deste País. O primeiro passo da caminhada é uma profunda consciência e sensibilidade social.

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, ao longo desses quarenta anos, contribuiu significativamente para o desenvolvimento social do povo de nossa terra. Passou por diversas etapas e, hoje, o esforço principal concentra-se no processo de consolidação e no trabalho de aprofundamento, no sentido de busca da qualidade.

Isso é mais lento, menos perceptível aos olhos da maioria, mas é indispensável. Programas novos estão previstos, quais sejam; intensificação da pesquisa e pós- graduação, criação de um centro de extensão, voltado aos cursos de aperfeiçoamento e treinamento; construção de um museu de ensino e cultura, destinado especialmente às crianças e jovens das escolas e integrado com o ensino das ciências na Universidade e a formação de novos professores.

Comemorar quarenta anos é avaliar e recordar tudo o que foi feito e discernir o que deve ser feito. Numerosas pessoas mereceriam destaque por sua contribuição a esta grande instituição educacional. Permito-me simbolizar a todas num único nome: Irmão José Otão.

Aproveito a oportunidade para expressar de público o profundo agradecimento a Deus, a Nossa Senhora do Rosário, Padroeira da Universidade, às autoridades e ao povo desta Terra, pelas bênçãos, colaborações e apoio recebidos.

À Câmara de Vereadores, de modo particular ao seu presidente, o muito-obrigado pela homenagem.

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2 - Na FIERGS, no dia 8 de novembro de 1988

Minhas palavras iniciais são de saudação muito cordial e de

reconhecimento ao senhor presidente e aos senhores empresários pela homenagem prestada no 40º Aniversário da PUCRS.

O primeiro curso superior, criado junto ao Colégio Nossa Senhora do Rosário, pelo irmão Afonso e um grupo de professores, efetivamente, data de 1931 Todavia, o status de universidade foi alcançado em 09 de novembro de 1948, existindo, então, a Faculdade de Ciências Políticas e Econômicas, a de Filosofia e a de Direito, com um total de 662 estudantes. A Escola de Serviço Social, na época, era agregada.

O tempo de que disponho é breve e, por isso, não me deterei em aspectos históricos. Haveria fatos importantes a citar, nomes ilustres a lembrar. Basta recordar a notável figura do irmão José Otão.

Quarenta anos de Universidade é pouco no contexto milenar da existência deste gênero de instituições. Todavia, no Brasil, antes de 1912, não tínhamos universidade. A PUCRS ocupa o 12° lugar, pelo critério de antigüidade, entre as universidades brasileiras. Hoje, é a maior e a mais complexa instituição privada de ensino superior do País.

Na universidade, há elementos quantificáveis e outros não quantificáveis, mas não menos importantes. Se olharmos para os números atuais da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, vamos encontrar 25.000 estudantes matriculados nos diferentes cursos (46 de graduação com 62 habilitações, 10 de mestrado, 5 de doutorado e 47 de especialização), área construída de 1 80.027m², a biblioteca com cerca de 200.000 volumes; quadro de pessoal com 4.771 servidores, sendo 1.936 do hospital, 836 da parte administrativo-acadêmica e 1.999 professores. Destes, 505 possuem mestrado ou doutorado, 978 são especialistas e 303 estão cursando mestrado ou doutorado no País ou no Exterior. Há mais de 200 projetos de pesquisa em andamento. Em seus anos de funcionamento, a PUCRS graduou 65.086 profissionais.

Senhor presidente e senhores empresários! Os números da PUCRS são expressivos. Todavia, mais do que isso, nos interessa a qualidade do trabalho que realizamos. Nós nos sentimos alegres e gratificados por aquilo que pôde ser feito ao longo destes quarenta anos. Muito resta por fazer. A universidade é uma instituição sempre inacabada.

A escassez de recursos limita os programas. A contribuição do poder público, nos últimos anos, situou-se em torno de 2% do orçamento da instituição. Não é possível desenvolver os programas de ensino, pesquisa e extensão só a partir dos recursos provenientes das contribuições escolares.

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Diz-se que a universidade é cara. Bem analisada a questão, verificamos que não é assim. Basta um exemplo: o preço do curso completo, isto é, cinco anos, de Direito da PUCRS e a maioria dos outros cursos, equivale a 40% do preço do automóvel mais barato, Chevette, deste País. E não digamos que uma formação de nível superior não vale mais do que isso. Investe-se em automóvel, investe-se em casas de praia e tantas outras coisas, mas não se considera a educação como investimento. E um dos dramas de nossa tradição e de nossa cultura. Persiste-se na tese de que educação é obrigação exclusiva do governo. Depois, queremos colher onde não semeamos.

A PUCRS está realizando um esforço imenso para responder mais prontamente às necessidades da sociedade. Currículos estão sendo reformulados com a participação dos órgãos de classe, para corresponderem melhor às necessidades do mercado; criamos o Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas para apoiar o desenvolvimento tecnológico industrial. Amanhã, às 10 horas, lançaremos a pedra fundamental do Centro de Ciência e Tecnologia, que terá um bloco destinado à formação permanente, mediante cursos de especialização, atualização e treinamento, Outro bloco será o Museu de Ensino de Ciências ou, simplesmente, Museu da PUCRS, onde a população será colocada em contato com o mundo científico, podendo observar os fenômenos e as leis da Física, da Química, da Biologia, etc. Enfim, pretende-se despertar o espírito científico de nossa gente, dos jovens em especial, e elevar o seu nível cultural. Tenho a certeza de que poderemos contar com a ajuda dos senhores empresários.

Senhor presidente, senhores empresários! Não pode haver sociedade tecnologicamente avançada sem excelentes universidades. Programas e desafios não nos faltam. Na universidade, trabalhamos com o mundo dos jovens, o mundo do amanhã. Não podemos frustrar as esperanças.

Senhor presidente, senhores empresários! Obrigado pela homenagem, obrigado pelo apoio.

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3 - Na inauguração do Centro Clínico, 8 de novembro de 1988

Minhas palavras iniciais são de saudação aos que nos honram e

gratificam com suas presenças nesta cerimônia integrante dos festejos de 40 anos de Universidade da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

Temos a satisfação de inaugurar este prédio, sob a denominação de Centro Clínico, que abriga consultórios médicos, o Serviço de Atendimento Médico Permanente Particular e serviços do Hospital da PUCRS. Possibilitará a fixação, em tempo integral geográfico, de grande parte do corpo docente da Faculdade de Medicina e do corpo clínico do Hospital Universitário São Lucas. Isto se traduzirá, de modo indireto mas eficaz, em benefícios para a qualidade do ensino e da assistência médica. E uma forma de atuar que, no mundo inteiro onde se introduziu, constitui um êxito. Os profissionais médicos que aqui têm seus consultórios já não mais serão itinerantes, correndo diariamente de um ponto a outro da cidade, sujeitos aos desgastes e perigos que isto representa.

De outra parte, a inauguração deste prédio de sóbrias mas belas e modernas linhas arquitetônicas, possibilitará um rearranjo completo do espaço destinado aos ambulatórios previdenciários e à Faculdade de Medicina.

A reformulação tornou-se absolutamente necessária e urgente, ainda mais com o grande aumento no afluxo de pacientes aos ambulatórios previdenciários, a partir do Convênio habitualmente denominado Universitário, no qual o atendimento é totalmente gratuito ao usuário.

No prédio que estamos inaugurando, já o afirmei, se localizam os consultórios médicos privados, para a população que busca um atendimento particular diferenciado, Situa-se, igualmente, no térreo, o Pronto PUCRS, ou seja, o Serviço de Atendimento Médico Permanente Particular da PUCRS.

O paciente encontra aqui não apenas o consultório particular de um médico isolado, mas tem à disposição a totalidade das especialidades, além das facilidades de uso dos serviços complementares e meios de diagnóstico. O aumento e a reorganização do espaço físico de todo o complexo hospitalar da PUCRS será igualmente benéfico aos numerosos usuários previdenciários que encontrarão nos atuais ambulatórios e emergência do Hospital condições mais adequadas.

Aproveito a oportunidade para expressar meus agradecimentos a todos os que participaram dos trabalhos desta construção. Ao citar os nomes dos arquitetos Henrique Rocha e Cícero Santini, de nossa Universidade, incluo todos os operários e firmas que aqui deixaram uma parcela de seus esforços e dedicação. A Pró-Reitoria de Administração, às Direções do Hospital São Lucas e da Faculdade de Medicina, aos médicos, por todas as formas de apoio e contribuição, o meu reconhecimento.

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Com esta inauguração, o Campus Universitário atinge 180.027m² de área construída. Isto representa, sem dúvida, uma infra-estrutura física expressiva para o desenvolvimento normal das atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Amanhã, dia exato do quadragésimo aniversário como universidade, com o lançamento da pedra fundamental do Centro de Ciência e Cultura, pretendemos prosseguir na caminhada da consolidação da instituição.

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul constitui um empreendimento social irreversível, fundamental e indispensável ao desenvolvimento da atual e das futuras gerações. Temos confiança de que a gradativa superação dos descompassos culturais possibilite uma melhor compreensão e maior amor à universidade.

A Faculdade de Medicina e o Hospital São Lucas, em poucos anos, atingiram níveis de excelência e da mais alta qualificação, assumindo lugar de destaque no cenário nacional e internacional. São razões justas e fundamentadas para acreditarmos no êxito desta iniciativa.

Que Deus e Nossa Senhora do Rosário protejam e abençoem a todos quantos neste prédio se dedicarem ao seu labor profissional em prol da saúde e bem-estar da população.

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4 - No lançamento da pedra fundamental do Centro de Ciência e Cultura, 9 de novembro de 1988

A celebração dos quarenta anos de universidade constitui uma oportunidade privilegiada para o lançamento da pedra fundamental do Centro de Ciência e Cultura.

Por melhor que seja o planejamento de utilização das instalações físicas da universidade, o desenvolvimento normal dos programas vem sendo tolhido pela falta de espaços. Não se trata de expansões quantitativas, mas da execução de programas de qualidade acadêmica e de atividades de extensão.

O Centro de Ciência e Cultura compreenderá basicamente três blocos: museu, anfiteatro e centro de extensão.

Todos estamos muito conscientes da rapidez com que se processam as mudanças e, conseqüentemente, a obsolescência dos conhecimentos. A missão da formação permanente, mediante cursos de pós-graduação, reciclagem, aperfeiçoamento e treinamento, adquire uma dimensão cada vez mais fundamental nas universidades.

É para essas importantes atividades que a PUCRS está criando um espaço físico próprio, um centro de extensão, um centro de formação permanente. O bloco terá oito pisos, abrigando no seu térreo o Centro de Processamento de Dados, visto que o atual teve que ser abandonado em condições emergenciais devido a problemas estruturais do prédio.

O anfiteatro, para 450 pessoas, suprirá uma séria lacuna. A instituição possui um auditório de grandes dimensões, para 1600 pessoas, e diversos anfiteatros pequenos. Em numerosas circunstâncias, sentimos a falta de um auditório de tamanho médio e em condições de abrigar conferências internacionais, com tradução simultânea, solenidades com platéia da ordem de 500 pessoas, formaturas, apresentações artístico-culturais, etc.

O terceiro bloco do Centro de Ciência e Cultura cuja pedra fundamental estamos lançando é o Museu da PUCRS.

A Universidade, graças, em especial, aos perseverantes esforços e à dedicação do professor Jeter Bertoletti, desde vários anos possui um Museu de Ciências, com parte expositiva e pesquisas. O número de peças do acervo ultrapassa a 300.000. Localiza-se provisoriamente no Instituto de Física, em espaço absolutamente exíguo e inapropriado. Toda esta riqueza científico-cultural terá condições de se expandir e estar ao acesso da população através do novo museu. Além do mais, ele terá características próprias. Será um museu de ensino, dinâmico, em que a população em geral e a juventude em especial poderão observar e experimentar os fenômenos e as leis da Natureza, O

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visitante participará do processo, verificará como funcionam os fenômenos e as leis da Física, da Química, da Biologia. Haverá aulas de demonstração, oficinas pedagógicas de ciências. Pretende-se fazer, em miniatura, algo do que existe em outros lugares como Munique, Paris, Chicago, São Francisco.

Nossa juventude vive mergulhada na ciência e tecnologia e usufrui suas vantagens. Todavia, nossas escolas continuam, via de regra, extremamente pobres em material que desperte e cultive o espírito científico das crianças e dos adolescentes. A ciência e a técnica são componentes importantes da nossa cultura moderno-contemporânea. A sua compreensão eleva o nível cultural e apóia o desenvolvimento social.

O Museu pretende ser um ponto de apoio importante ao aperfeiçoamento do ensino das ciências, da Matemática, da Física, da Química e da Biologia na PUCRS. Servirá para o futuro professor dessas áreas testar a si mesmo e para estabelecer uma ponte entre a universidade e o povo. O Museu será um espaço para Feiras de Ciências, para exposições que favoreçam o desenvolvimento da criatividade e da arte no seio da comunidade.

Como vêem, senhoras e senhores, o projeto é moderno e ambicioso. Sua implantação levará tempo e exigirá o apoio dos órgãos governamentais e da iniciativa privada. Pelas reações que já pude experimentar em relação à idéia do projeto, poderemos contar com valiosas colaborações. Já contamos com fontes de financiamento.

Este Museu, este Centro de Ciência e Cultura cuja pedra fundamental assinala hoje a passagem dos 40 anos de universidade, tenho a certeza, será um marco para os próximos 40 anos e para a história desta Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

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5- No jantar comemorativo aos 40 anos e homenagens, dia 9 de novembro de 1988

Reunidos em torno da mesa, símbolo da fraternidade e partilha, estamos celebrando 40 Anos de Universidade. Partilhamos os momentos de alegria e de sofrimento, de luzes e sombras, de lutas e vitórias, na caminhada dessas quatro décadas.

Na multissecular história das universidades, 40 anos é pouco. Todavia, para uma universidade brasileira, é significativo, pois todas são deste século, ocupando esta Pontifícia o 12° lugar na ordem de criação.

Na data de 09 de novembro de 1948, excelentíssimo senhor presidente da República Eurico Gaspar Dutra e o ministro da Educação e Saúde Clemente Mariani assinavam o Decreto de número 25.794 que, no artigo 1°, reza: “São concedidas à Universidade Católica do Rio Grande do Sul, com sede em Porto Alegre, as prerrogativas de equiparação e fica aprovado o seu Estatuto…”.

O Decreto conferia oficialmente o status de universidade às três faculdades católicas - Ciências Políticas e Econômicas, Filosofia e Direito - que então contavam com um total de 662 estudantes. A Escola de Serviço Social era agregada. Quarenta anos depois, são 25.000 estudantes, matriculados em 46 cursos de graduação, 10 de mestrado, e 5 de doutorado, 47 de especialização e um colégio de 1° e 2° graus.

Conta a instituição com um quadro de 4.771 servidores, dos quais 1.999 professores. Destes, 505 possuem curso de mestrado ou doutorado e 303 estão cursando pós-graduação no País ou no Exterior, 978 são especialistas. Mais de 200 projetos de pesquisa encontram-se em andamento. Graduaram-se 65.086 profissionais.

Para suas atividades, a PUCRS dispõe de sólida infra- estrutura física, com 180.027m² de área construída, inúmeros laboratórios, computadores, Biblioteca Central com aproximadamente 200.000 volumes e tudo que se requer para as atividades acadêmicas.

Não me alongarei em outros fatos históricos nem em descrições. Basta o simples nome da PUCRS para trazer-nos à memória o que vem sendo realizado em prol da educação, da geração e difusão do saber, e, nos últimos anos, também em prol da saúde da população.

Senhoras e senhores, quero afirmar-lhes que a instituição, em todos os momentos desta história de 40 anos, procurou ser fiel aos ideais dos que tiveram a coragem e clarividência de findá-la. Houve momentos difíceis; houve momentos gratificantes. O trabalho na formação dos jovens, por si só, é um constante desafio à nossa capacidade de educadores.

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Esta hora é de alegre confraternização, de homenagem e reconhecimento. Nesta casa, homens ilustres e sábios partilham o seu saber e sua experiência de vida. A nominata seria longa e sempre esqueceríamos alguém. Cito Armando Pereira da Câmara, Dom Alberto Etges, irmão José Otão e irmão Liberato, tão somente para lembrar os nomes dos reitores. Cardeal Vicente Scherer, irmão Faustino João, Francisco Juruena, Antônio César Alves, operários da primeira hora, que nos honram e gratificam com suas presenças nesta noite, assim como estiveram presentes ao Ato Solene de Instalação da Universidade em 1948.

Se lembramos os nomes dos que ilustraram as cátedras, também queremos prestar nossa homenagem aos servidores anônimos, imprescindíveis ao cumprimento da missão universitária.

Autoridades, senhoras e senhores! Nesta ocasião festiva, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul quer prestar sua homenagem de reconhecimento à sociedade porto-alegrense, à sociedade gaúcha, à sociedade brasileira, pois é nesta sociedade, com ela e para ela, que existe a PUCRS. Queremos pedir perdão pelo que não realizamos, ou realizamos de forma inadequada; queremos agradecer pelo estímulo e pelo apoio recebido nas diversas circunstâncias.

Dois atos especiais vão traduzir e concretizar nossos sentimentos: a outorga da Medalha Irmão Afonso e a entrega do troféu “Homenagem PUC 40 Anos”. Na primeira, trata-se de uma distinção universitária, outorgada pelo Conselho Universitário, honraria esta que leva o nome do emérito educador marista irmão Afonso, fundador da universidade. Serão agraciados ex-alunos eminentes que se destacaram por sua atuação e função na sociedade, partilhando com o povo os frutos da formação que receberam nesta casa. Serão agraciados, igualmente, professores das diversas faculdades, praticamente todos eles com um mínimo de 25 anos de meritória atuação na função docente.

No segundo momento, pela entrega do troféu “Homenagem PUC 40 Anos”, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul demonstra sua gratidão, seu apreço a personalidades e instituições que, de uma forma ou outra, lhe prestaram os apoios mais significativos ao longo destes 40 anos.

Foi uma tarefa delicada e difícil a seleção dos homenageados, pois limitamos o número a 40 para simbolizar cada um dos anos desta caminhada.

O troféu, estudado com muito carinho, é o Brasão da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul simbolizando, pois, a própria universidade.

Nesta hora, senhoras e senhores, não poderia deixar de dizer uma palavra de agradecimento muito cordial à comissão organizadora das festividades. Foi um ano todo permeado de comemorações, com muita criatividade e variedade, desde os atos de cunho estritamente acadêmicos, aos artístico-culturais e esportivos. Tudo foi realizado com a participação de muita gente, muitas

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comissões, tendo à frente a Comissão Central, sob a presidência do incansável Irmão Faustino João. Na pessoa dele, o meu muito-obrigado e os aplausos a todos os membros das comissões e organizadores dos eventos.

Distintas autoridades, senhoras e senhores? A PUCRS é jovem, continuará jovem, trabalha com e para os jovens. É desafio, é realidade, é esperança. A sociedade precisa entender que a educação é o melhor e o mais importante dos investimentos, porque é investimento na pessoa, no jovem e é o que de melhor e mais precioso a sociedade possui. Não podemos aspirar a ser um Estado tecnologicamente avançado se não tivermos universidades de ponta, de excelência em ensino e pesquisa. A PUC do Rio Grande do Sul tem tudo para sê-lo, basta um assumir conjunto da comunidade acadêmica e da sociedade maior, poder público e iniciativa privada.

Em quarenta anos muito foi feito. Todavia, com entusiasmo, dedicação e meios, muito mais poderemos fazer nas próximas quatro décadas.

A universidade tem um compromisso com a sociedade para que nela reine cada vez mais justiça e fraternidade.

Esta Pontifícia tem um compromisso com a verdade, expresso em seu brasão: “Ad verum ducit”! Como instituição marista, desejamos ajudar muitos jovens a trilhar nos caminhos do bem e da verdade, formando, na expressão de Marcelino Champagnat, “bons cristãos e virtuosos cidadãos”, que saibam realizar a síntese entre fé, cultura e vida. Com simplicidade de alma, lhes confesso que Deus e a padroeira Nossa Senhora do Rosário muito estiveram presentes nesta história de 40 anos, motivo pelo qual, usando as palavras do Magnficat, dizemos: “Nossa alma glorifica o Senhor e nosso espírito se alegra em Deus nosso Salvador”. Ou, ainda, com as palavras da Escritura: “Como são grandes e admiráveis vossas obras, Senhor!”

É neste espírito de alegria e de gratidão em relação ao passado que queremos olhai para o futuro, cheios de fé, na esperança de corresponder aos planos de Deus e aos desejos e necessidades de nosso povo.

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II

DISCURSO POR OCASIÃO DA POSSE COMO REITOR DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL - 5° TRIÊNIO- 1991/1993 Em 28 de dezembro de 1990

Assumo por mais três anos a missão de dirigir a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Faço-o com o mesmo “élan” e disposição de bem servir à comunidade universitária, como na primeira vez em que aceitei esta responsabilidade.

É de amplo conhecimento que a década de 80 não foi favorável ao Brasil sob o ponto de vista do desenvolvimento sócio-econômico. Os reflexos desse contexto fizeram-se sentir nos sistemas educacionais. Mesmo assim, ao lançar um olhar retrospectivo sobre a caminhada da PUCRS, não sinto pessimismo; ao contrário, encho-me de alegria, reconhecimento e esperança pelo que se pôde realizar. Os indicadores da qualidade acadêmica evoluíram positivamente, demonstrando uma gradativa aproximação do ideal de uma universidade que vai se consolidando e busca constantemente a excelência acadêmica. Por causa das circunstâncias adversas, o ritmo, talvez, não seja o que desejaríamos.

Quando falo do ideal de uma Universidade Católica refiro-me n’ao somente aos aspectos estritamente internos, mas aos compromissos globais que contemplam também o desenvolvimento social da nação e a promoção dos valores cristãos.

Neste meu discurso de encerramento de um triênio e inicio de um novo, prefiro olhar mais para o futuro do que para o passado. Temos um amplo programa de trabalho pela frente. Se n’ao houver quem nos atrapalhe, temos plena confiança em sua realização.

Como a Universidade é um misto de continuidade, renovação e criatividade, alguns projetos marcam o prosseguimento de atividades j[a iniciadas, enquanto outros são novos.

A qualidade acadêmica passa pela qualificação e titulação do quadro docente. Daremos continuidade a este vigoroso programa da PUCRS. Já ultrapassamos o numero de 520 mestres e doutores e temos 370 em formação. Nossa meta é terminar o triênio com 800 mestres e doutores, numero expressivo que Dara boa colocação da Instituição no renque das Universidades brasileiras.

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Naturalmente, não basta despender esforços e dinheiro na qualificação e titulação do pessoal. É indispensável que a Universidade possua as condições para manter este quadro. Isto significa ampliação do numero de professores em regime de tempo integral, salários adequados e condições favoráveis de trabalho. Só assim se poderá melhorar e intensificar o ensino, a pesquisa e extensão. E, para se obter uma produtividade cientifica condizente, indispensável se torna a continuidade do projeto de avaliação de desempenho. Tudo isso significa custos.

A sociedade precisa compreender e assimilar a realidade de que não teremos as universidades com os requisitos exigidos pelo atual estagio de desenvolvimento do país, rumo à modernidade, sem pagar o preço correspondente. Por isso, sociedade, governo e empresa são convocados a nos ajudar com alternativas de bolsas a estudantes financeiramente carentes.

A PUCRS faz a sua parte: já oferece 1.200 bolsas rotativas e tem como meta imediata ampliar o programa para 2.000. O Programa do Crédito Educativo, através da Caixa Econômica Federal, atende nesta Universidade aproximadamente 2.600 estudantes e a Fundação Irmão José Otão, 50. Novas e boas perspectivas se oferecem aos alunos através da aplicação do artigo 201, § 3° da Constituição Estadual.

Educação, senhoras e senhores, é investimento: o mais produtivo e permanente para o indivíduo e para a sociedade.

Dentro do programa do triênio 1991 - 1993, prevemos uma grande proposta de modernização da Universidade em que a informatização não pode ficar de fora. Iniciará com a instalação, em março próximo, do moderno supercomputador IBM 3090, com vector facilities, se bem estou informado, o primeiro no Rio Grande do Sul.

A comissão encarregada de elaborar o Plano Diretor de Informática da PUCRS já realizou a primeira etapa de seus estudos e, acreditamos, possa apresentar o Plano ainda no decorrer de 1991.

O processo de modernização atingirá o conjunto da Instituição nos seus aspectos de ensino, pesquisa e métodos administrativos, incluindo o Hospital Universitário e a Biblioteca Central “Irmão José Otão”. Trata-se de um programa de grande fôlego que exigirá, igualmente, projetos de qualificação e treinamento do quadro de funcionários. Dentro das metas especiais de modernização, enfatizamos a FAMECOS e as áreas tecnológicas.

Outra área a receber especial atenção nos próximos anos será o da formação continuada ou permanente, atividade que assume uma dimensão cada vez mais importante no processo de aceleração da História em que os conhecimentos e as técnicas se tornam obsoletos com rapidez incrível. Neste programa se incluirá também a Universidade da Terceira Idade. O moderno

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Centro de Ciência e Cultura, em fase adiantada de construção, possibilitará uma nova dimensão a esse trabalho.

Lutaremos para transformar em realidade o Salão Nobre para 500 pessoas, e o Museu de Ciências. Nossa meta é realizar sua inauguração em 1992, como parte integrante da comemoração do cinqüentenário da criação dos cursos de Ciências (matemática, física, química e biologia) na PUCRS. Será uma oportunidade ímpar para dinamizar e revalorizar as Licenciaturas, em especial das áreas científicas. O Museu não será meramente expositivo, mas muito mais interativo, em que as pessoas, sobretudo os estudantes, possam verificar e experimentar como a natureza funciona e as leis que a regem.

Na área de graduação, a partir de 1991, no Campus da PUC em Uruguaiana, serão implementados os Cursos: Secretário Executivo, Licenciatura em Matemática, Licenciatura em Biologia e Direito.

Também prosseguiremos no projeto de revitalização das Licenciaturas em geral. Diversos laboratórios serão renovados e/ou complementados e criados novos.

Na área de pós-graduação, stricto sensu, continuarão esforços para atingir em todos os cursos existentes a classificação A, ou, no mínimo, B.

Faz parte da programação do triênio a abertura de três novos cursos de Mestrado e dois de Doutorado, todos eles em fase de preparação.

A pesquisa continuará a ser desenvolvida com mais intensidade, sobretudo nos vários núcleos de excelência. Para isso, todos os professores em condições de fazê-lo, serão orientados para captar recursos para seus projetos junto aos órgãos de fomento. A parte tecnológica deverá aumentar sua integração com a indústria. Merecerá especial atenção a pesquisa dos estudantes.

Ultimamente a PUCRS assinou importantes convênios com Universidades estrangeiras. Pretendemos intensificar e ampliar esses laços.

No Hospital Universitário, terminar-se-á a ampliação do espaço físico, limitado a quatro pavimentos. Serão instalados modernos equipamentos, já adquiridos por sistema de financiamento no exterior: sistema digital de cineangiocoronariografia; sistema moderno de lithotripsia para eliminação de pedras nas vias urinárias e biliares, por choque de onda, sem cirurgia; novo sistema de hemodiálise e outros.

No Campus da Universidade, pretende-se ampliar e melhorar as condições de estacionamento, aumentar a segurança e implantar a urbanização do Campus, já várias vezes postergada por falta de meios.

Como Universidade Católica, com identidade Marista, nossa atenção se volta também aos mais necessitados. Além de todas as ações internas, já em andamento, em várias Unidades Acadêmicas, além da ação social na Vila Fátima, estamos assumindo um importante compromisso de ordem social com

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os treze municípios do litoral gaúcho, através de um Convênio firmado entre PUCRS/Secretaria da Saúde e Prefeituras desses Municípios.

O Centro de Cultura Musical, com ímpar abnegação de seus dirigentes e estudantes e graças ao apoio de importantes empresas, continuará a espargir a alegria e elevar o nome da PUCRS pelos concertos populares, sacros e eruditos.

Aos programas e projetos aqui alinhavados, somam-se todas as programações peculiares de cada Faculdade ou Instituto, bem como dos vários órgãos suplementares ou especializados.

Temos, pois, um vasto e sólido programa a cumprir. Cumpre-me, ainda, lembrar com destaque a recém publicada

Constituição Apostólica sobre as Universidades Católicas “Ex Corde Ecclesiae” e que entrará em vigor no início do novo ano acadêmico. Este documento constitui, sem dúvida, um novo e grande desafio para todos nós. Uma Universidade não é Católica simplesmente por seu título, mas pelo que se ensina e vive em seu interior. Aí, portanto, estamos incluídos todos nós.

O Documento será um instrumento fundamental no plano de ação pastoral a ser desenvolvido no seio da comunidade universitária a partir do próximo ano.

Acresça-se à Constituição Apostólica aludida a celebração, em 1991, do Centenário da Encíclica Rerum Novarum, de Leão XIII, sobre a Doutrina Social da Igreja. Temos, conseqüentemente, fortes motivações para um sério plano de ação pastoral. Não é demais lembrar que toda nossa atividade universitária constantemente deve plantar-se no Marco Referencial ou Doutrinário da PUCRS, a fim de que promovamos a formação integral das pessoas, dotadas de seriedade, competência, valores éticos e sensibilidade social.

A Universidade Católica tem a insubstituível missão de promover o diálogo entre fé e cultura.

“Não existe senão uma cultura: a do homem, que provém do homem e é para o homem”, disse João Paulo II no Discurso à Universidade de Coimbra em 15 de maio de 1982: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, vol V/2 (1982): 1692. E, lembrando o discurso de Paulo VI na ONU em 4 de outubro de 1965: “a Igreja é perita em humanidade”. Tudo isso o Documento “EX Corde Ecclesiae” nos recorda, enfatizando o compromisso da Universidade Católica com a busca e difusão da VERDADE em sua plenitude. E, a nós todos que agora assumimos a responsabilidade diretiva, a Carta Apostólica exorta: “Os dirigentes e o pessoal administrativo numa Universidade Católica promovam o crescimento constante da Universidade e da sua comunidade mediante uma GESTÃO DE SERVIÇO. A dedicação e o testemunho do pessoal não-acadêmico são indispensáveis para a identidade e para a vida da Universidade” (C. A. Ex Corde Ecclesiae, n° 24).

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Finalizo, expressando meu agradecimento a todos quantos nos apóiam e colaboram conosco: Chanceler Dom Claudio Colling, Entidade Mantenedora e seu Presidente Irmão Albino Trevisan, órgãos governamentais, empresas, professores, funcionários e alunos.

Uma menção especial de admiração e reconhecimento aos diretores que durante um ou mais triênios participaram da administração superior desta Casa e hoje encerram sua missão: professora Itala Maria Suarez de Puga, do Instituto de Psicologia; professor Milton Menegotto, do Instituto de Biociências; professor Delmar Basso, do Instituto de Matemática; professor Marco Aurelio de Oliveira, do Instituto de Informática; professor Wilson Valente da Costa, da Faculdade de Ciências Contábeis e Administração de Uruguaiana; professor Aurio Moncerat Braccini, da Faculdade de Zootecnia, Veterinária e Agronomia de Uruguaiana; professor Juarez Boscacci Hernandez, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Uruguaiana e professor Roberto Peró de Souza, Diretor Geral do Campus de Uruguaiana. A todos, meu muito-obrigado.

Como obra de inspiração marista, a exemplo de Champagnat, colocamos sob a proteção maternal de Maria este novo triênio.

Que Deus dê a todos um 1991 muito feliz, caminhe ao nosso lado neste triênio e torne frutuoso o trabalho de nossas mãos e de nossas inteligências.

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III

POR OCASIÃO DA INAUGURAÇÃO DO SERVIÇO DE LITOTRIPSIA NO CENTRO CLÍNICO DA PUCRS EM 22 DE MARÇO DE 1991

Ao iniciar minhas palavras, desejo saudar a todos os que nos honram e estimulam com suas presenças. Neste momento, temos a grata satisfação de colocar à disposição do público o mais moderno e avançado equipamento de litotripsia existente no mundo da Medicina. Para os menos familiarizados no assunto, esclareço que a palavra litotripsia é de origem grega (lit(o) = pedra + a raiz tript = esmagar, triturar + ia). Portanto, litotripsia, em Medicina, é o processo de destruição de pedras ou cálculos por fragmentação mediante o uso de ondas de choque. É um método não-invasivo, usado em cálculos urinários, biliares e glândulas salivares. Trata-se do uso de ondas acústicas complexas, pulsadas e focalizadas sobre os cálculos onde a pressão atinge níveis elevados.

A explicação completa do processo físico do choque de onda é complexa e envolve considerações sobre freqüência, velocidade de propagação, pressão, densidade, temperatura, impedância, acústica, reflexão e absorção de ondas. Não entrarei nesses detalhes científicos. Basicamente, uma máquina de litotripsia possui quatro elementos principais: uma fonte de energia, um dispositivo focalizador, um meio de acoplamento paciente - máquina e um sistema de visualização e localização da pedra.

O equipamento que está sendo inaugurado é do tipo eletromagnético, fabricado na Suíça pela firma Storz, muito conhecida na área médica pelo material de endoscopia. A máquina denominada MODULITH SL 20 é o último lançamento e incorpora todos os avanços tecnológicos da respectiva área de conhecimentos.

A litotripsia é o método mais moderno de tratamento de cálculos, 95% dos cálculos do aparelho urinário são fragmentados sem necessidade de anestesia e a grande maioria dos pacientes não necessita de internação, podendo voltar rapidamente às atividades normais, sem maiores incômodos.

O equipamento é de alta tecnologia, mas também de elevado custo, ultrapassando, hoje, a casa dos quatrocentos milhões de cruzeiros. Iniciamos o processo de aquisição de um litotriptor em 1987, percorrendo longos caminhos burocráticos. Sua aquisição não é o fruto de gorduras financeiras do Hospital,

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pois estas não existem. Foi necessário um sistema de financiamento e, portanto, por seus serviços deverá gerar os recursos necessários à amortização. O INPS não contempla este tipo de tratamento. Outros Convênios poderão ser estudados.

Até a presente data, a população do Rio Grande do Sul e Santa Catarina era obrigada a se deslocar para outros centros do pais a fim de se submeter ao tratamento. Agora, estes deslocamentos, com os custos decorrentes, não serão mais necessários.

O Serviço está aberto a todos os médicos. O equipamento será operado por uma equipe médica altamente qualificada, sob a chefia do Dr. Henrique Barata, isto não significa que os pacientes encaminhados por Outros médicos sejam absorvidos pela equipe. Ao contrário, cada médico ficará com seu paciente.

Estamos, pois, perante um significativo avanço da Medicina em nosso Estado. Não ficamos devendo nada aos centros mais avançados. E o que há de última palavra neste campo. Representa um grande esforço da Instituição. Temos a certeza de que o empreendimento será um êxito, possibilitando à população novas formas de tratamento e, no campo médico, ensejando o avanço dos conhecimentos mediante estudos e pesquisas com novos enfoques.

Confiamos na equipe médica quanto à qualidade dos serviços e na firma fornecedora do equipamento quanto à qualidade técnica do mesmo e perfeição da assistência e manutenção.

Estamos dando um passo pra frente no campo da assistência médica e, por isso, estamos muito alegres.

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IV

PERANTE OS MEMBROS DOS CONSELHOS DA ADMINISTRAÇÃO SUPERIOR DA UNIVERSIDADE, POR OCASIÃO DA RECEPÇÃO OFICIAL AO CHANCELER, DOM ALTAMIRO ROSSATO, EM 19 DE SETEMBRO DE 1991

Excelentíssimo Senhor Chanceler Dom Altamiro Rossato! Com a presença dos membros dos Conselhos da Administração Superior

desta Casa e dos dirigentes dos seus principais órgãos, temos a honra e alegria de recepcionar oficialmente a Vossa Excelência, o novo Chanceler de nossa Universidade.

Não estamos na presença de pessoa desconhecida, ou estranha aos assuntos universitários, pois, durante vários anos, tivemos a felicidade de poder contar com o então Padre Altamiro Rossato como integrante do quadro docente do Instituto de Teologia e Ciências Religiosas desta Pontifícia. Trata-se, pois, de um retorno feliz, em nova função.

Reza o artigo 17 do Estatuto da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul: “O Arcebispo Metropolitano de Porto Alegre é o Chanceler da Universidade”. Por disposições estatutárias, cabe-lhe nomear o Reitor, o Vice-Reitor e os Diretores das Unidades Universitárias.

Todavia, por se tratar de uma Universidade Católica, as atribuições de Vossa Excelência, Dom Altamiro, em muito transcendem às nomeações referidas. Se entro em explicitações, não é para ensinar a Vossa Excelência, mas, tão somente, para dar conhecimento público, em especial aos Senhores Conselheiros.

O Direito Canônico e, de modo mais explícito, a Constituição Apostólica Ex Corde Ecclesiae sobre as Universidades Católicas, deixam muito claro que a preocupação maior de Vossa Excelência, como Arcebispo e Chanceler, é com a identidade e missão desta Casa, como Universidade Católica, Pontifícia.

Permito-me recordar aos presentes o texto dos dois primeiros parágrafos do artigo 5° da Constituição Apostólica.

§ 1° Cada Universidade Católica deve manter a comunhão com a Igreja Universal e com a Santa Sé; deve estar em estreita comunhão com a Igreja particular e, especialmente, com os Bispos diocesanos da região ou das nações em que está situada. De acordo com a sua natureza de Universidade, a Universidade Católica contribuirá para a evangelização da Igreja.

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§ 2° Cada Bispo tem a responsabilidade de promover o bom andamento das Universidades Católicas na sua diocese e tem o direito e o dever de zelar pela preservação e incremento do seu caráter católico. No caso de surgirem problemas a respeito de tal requisito essencial, o Bispo local tomará as iniciativas necessárias para resolvê-los, de acordo com as Autoridades acadêmicas competentes e de harmonia com os processos estabelecidos e - se necessário - com a ajuda da Santa Sé.

O título de Chanceler, a título novo, reforça essas afirmações. De acordo com o parágrafo 1° do artigo 4° do mesmo Documento, o

Chanceler partilha com as demais autoridades e Conselhos da Universidade a responsabilidade de manter e de reforçar a identidade católica da Universidade.

Portanto, Senhores Conselheiros, trata-se de uma responsabilidade compartilhada por todos nós, em comunhão com o nosso Chanceler.

Entretanto, Senhores Conselheiros e Diretores, usando de uma expressão popular, direi que, hoje, o dono da festa é outro. Não é a mim que os Senhores desejam ouvir, mas ao nosso Chanceler. Por isso, não me alongo em reflexões.

Em nome dos Conselhos da Administração Superior e em nome de todos os integrantes da Comunidade Universitária da PUCRS, professores, alunos, funcionários, saudamos cordialmente a Vossa Excelência, Dom Altamiro Rossato, e lhe damos as boas-vindas como Chanceler.

Solicitamos-lhe que transmita o nosso reconhecimento e a expressão de nossa admiração e afeto a Dom Cláudio Colling, que tão harmoniosa e dignamente soube exercer o cargo de Chanceler nos últimos anos.

Temos a certeza, Dom Altamiro, de que, com Vossa Excelência, esses mesmos caminhos de apoio, cooperação e compreensão mútuas continuarão a ser trilhados. Juntos, construiremos uma Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul cada vez mais plenamente Universidade e cada vez mais Católica.

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V

POR OCASIÃO DA INAUGURAÇÃO DO NOVO CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS E COMPUTADOR IBM 3090 COM VECTOR FACILITIES EM 7 DE OUTUBRO DE 1991

Saudação às autoridades.

Neste dia 7 de outubro, dedicado a Nossa Senhora do Rosário, Padroeira da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, temos sobejas razões de alegria com a inauguração festiva do novo Centro de Processamento de Dados e do primeiro supercomputador do Estado, um IBM 3090 com processamento vetorial. O vector facilíties possibilita a realização de cálculos complexos com velocidade impressionante.

Este ato representa um marco importante e fundamental no processo de modernização de nossa Instituição Educacional, colocando-a ao nível das maiores e melhores do mundo universitário. Não há como se cogitar em universidade moderna e de boa qualidade sem um eficiente sistema computacional. Não é condição suficiente, mas é condição necessária, diriam os matemáticos.

O uso do processamento eletrônico das informações está presente, de forma generalizada, no ensino, na pesquisa e na administração.

Um olhar sobre nosso País revela ainda grandes lacunas e atrasos comparativamente às nações mais avançadas. Impõe-se um gigantesco esforço para superar a defasagem e atingirmos melhores estágios.

Um “main frame”, ou, computador de grande porte, constitui o núcleo central de uma rede que abrangerá todos os segmentos do campus universitário da PUCRS, com variedade de terminais, mmi e microcomputadores e outros periféricos.

A construção e as instalações de um centro de processamento de dados, com um computador de grande porte, representa um verdadeiro desafio, um empreendimento complexo, delicado e dispendioso.

Teremos a oportunidade de visitar o sistema computacional. Todavia, a infra-estrutura de ar condicionado, água gelada, subestação de energia elétrica, nonbrake, concentrados na base da torre do edificio, sistema de proteção contra incêndio, constitui, por assim dizer, a parte oculta, mais indispensável ao sistema.

Em função do vulto global do empreendimento e da escassez dos recursos, agravada pela crise institucional do ano passado, a presente

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inauguração sofreu um acentuado atraso. Os custos globais da concretização deste projeto, em preços normais de mercado, seriam de tal ordem que o empreendimento só poderia ser objeto de nossos sonhos.

Graças à compreensão e oferta de condições especiais de muitos fornecedores, a começar pela IBM; graças à competência e criatividade da administração da Universidade, da Divisão de Obras, passo a passo se avançou até alcançar este momento tão significativo da inauguração.

Espero que nem eu, nem outro Reitor do futuro, tenha que se preocupar em construir Outro Centro de Processamento de Dados. Cumpre-me esclarecer que não se localizam neste prédio os laboratórios de ensino, situados nas respectivas Unidades Acadêmicas.

Toda esta realização seria injustificável não fosse acompanhada do essencial, a formação de recursos humanos.

Sem descurar melhorias de laboratórios e construções, a PUCRS tem centrado seus melhores esforços no programa de qualificação e titulação do seu corpo docente. Nossa meta é: MIL ATE O ANO DOIS MIL, isto é, ao término do milênio, queremos um quadro docente com o mínimo de 1.000 mestres e doutores. Hoje, são já formados e 366 cursando, no País ou no Exterior, Só na área de Informática, estão por regressar 11 PhD.

O equilíbrio entre a política de pessoal e a de infra-estrutura de pessoal e a de infra-estrutura de apoio constitui um dos segredos de uma universidade de alto padrão de desempenho.

Estamos preparando a implantação de cursos de Mestrado na área tecnológica, a iniciar pela Informática e Engenharia Eletrônica. É nossa orientação fazê-la de forma integrada com as empresas, com menor academicismo, a fim de que possam constituir sólido apoio ao desenvolvimento tecnológico do parque industrial do Rio Grande do Sul Para isso, teremos, nos respectivos conselhos de curso, a participação de profissionais representativos das empresas das áreas correlatas.

Já passou a fase histórica em que se cantavam em prosa e verso as grandes chances de futuro do Brasil em face de suas imensas riquezas naturais e mão-de-obra barata. Os avanços da ciência dos materiais e da robótica definitivamente acabaram com esta perspectiva. Ninguém trabalha mais barato e infatigavelmente do que o robô.

Hoje, e cada vez mais no futuro, a maior riqueza de um povo é seu alto nível cultural. “A IDÉIA será a moeda do próximo século”, (ZH, 04/10/91, p. 28), na expressão de Lou Pritchett.

A convicção de que a educação do povo é a grande chave do desenvolvimento que abre as portas da modernidade e do futuro, precisa penetrar bem mais profundamente em nossa consciência coletiva de nação. Governo,

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empresas, escolas, universidades, têm que se dar as mãos a fim de que este caminho árduo seja trilhado com pertinácia pela totalidade da população brasileira. Este é o sentido maior do esforço e dos recursos dispendidos na construção do Centro de Processamento de Dados com seu novo computador.

A nossa Universidade vem se empenhando para acompanhar os avanços tecnológicos. São nada menos do que 24 anos ininterruptos de trabalhos conjuntos e convênios com a IBM do Brasil e a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Estamos convictos de que esta parceria se intensificará com novos convênios e novos aportes. Estamos sentindo que outras empresas estão igualmente compreendendo a necessidade de colaborar com a Universidade na importante missão da pesquisa e da formação de recursos humanos de alto nível.

Minhas palavras são de agradecimento a todos quantos devam sua parcela na concretização deste Centro: empresas fornecedoras; Pró-Reitoria de Administração, na pessoa de seu titular, Prof. Antonio Mano Pascual Bianchi; Divisão de Obras da Universidade, nas pessoas dos arquitetos Henrique Rocha e Cícero Santini; pessoal do CPD, nas pessoas dos Diretores, Eng° José Luiz Guimarães e Econ. Lauro Kopper Filho. Enfim, a todos os operários e técnicos que participaram com seu labor, o nosso muito-obrigado.

Reitero os agradecimentos à IBM do Brasil pelo patrocínio do coquetel que será servido ao final desta solenidade.

A todas as autoridades e pessoas amigas que nos honram com as suas presenças, o nosso reconhecimento.

As novas instalações e equipamentos, ora integrados ao conjunto universitário, são preciosos instrumentos de apoio para a realização dos objetivos maiores da Instituição no seu compromisso com a busca e difusão da verdade e do bem, e na preparação de pessoas altamente qualificadas com senso ético e sensibilidade social.

Que Deus e Nossa Senhora do Rosário nos ajudem para realizá-lo da melhor maneira possível.

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VI

POR OCASIÃO DA OUTORGA DA “MEDALHA IRMÃO AFONSO” A 38 PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS DA PUCRS EM 7 DE NOVEMBRO DE 1991

Saudações.

Alegre e festivamente estamos em torno à mesa para festejar a outorga da “Medalha Irmão Afonso” a 38 integrantes do quadro de pessoal que completam 25 anos ou mais de serviço a esta Casa. A solenidade faz parte do 43° aniversário da Universidade, que se comemora depois de amanhã.

O expressivo número de homenageados deve-se ao fato de não ter sido conferida a honraria, por razões diversas, nos três anos anteriores.

O mínimo de 25 anos de serviço constituiu uma condição necessária para fundamentar as decisões dos Conselhos Departamentais e do Conselho Universitário. Todavia, não foi razão suficiente. A maneira, a qualidade e dedicação com que esses serviços foram prestados constituíram elementos importantes de decisão dos colegiados.

Isto certamente dignifica e valoriza mais ainda esta Medalha, pois não é fruto automático do simples percurso de 25 anos de trabalho. Sei que todos os agraciados, professores ou não, têm convicção da nobreza do serviço, direto ou indireto, na causa da formação da juventude e na busca e difusão da verdade pela pesquisa e pelo ensino.

Comemoramos nesta noite a “gaudium de verilale”, a alegria da verdade de que nos fala o documento pontifício sobre as Universidades Católicas. De fato, são 25 anos dedicados à alegria de procurar a verdade, descobri-la e comunicá-la.

Senhoras e Senhores. Vivemos numa fase da História em que a realização pessoal é encarada

como um valor máximo. Em conseqüência, por exageros e interpretações equivocadas, outros valores, como a fidelidade a uma causa, a fidelidade institucional, resultam facilmente arranhadas.

Vinte e cinco anos dedicados a uma mesma Instituição representa uma significativa parcela da vida, no caso, os melhores anos. Nossos homenageados souberam aliar realização pessoal com fidelidade institucional. Aliás, um

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segredo, um grande desafio para uma universidade dos dias de hoje, é elaborar e desenvolver um Projeto Institucional que possa sintonizar com o maior número possível de projetos individuais das pessoas integrantes da comunidade universitária. A fidelidade tornou-se um tesouro dia a dia mais raro. Certamente, Medalha e Diploma não são retribuições que paguem seu valor.

A “Medalha Irmão Afonso”, acima de tudo, é um símbolo, um pequeno gesto para com as pessoas que fizeram grandes coisas nesta Casa. Um gesto, um símbolo, que tem seu perfeito lugar. Recordando-se 25 anos de serviço, a recompensa maior de cada um é, certamente, a paz e alegria de consciência pelo dever cumprido, com amor e dedicação.

Permiti-me, Senhoras e Senhores, que, nesta hora, entre todos os agraciados, destaque a figura do Professor ALAOR TERRA. Já não mais podemos contar com sua alegria e contagiante presença física entre nós. Ele é um exemplo do verdadeiro professor de Universidade Católica. Integro e afável no trato, competente profissional, cumpridor de seus compromissos de cidadão e cristão comprometido com a vivência de sua fé. Quem nos dera que todos fossemos assim A PUCRS seria mais Católica. É bom e salutar termos exemplos assim. A ele, nossa especial homenagem de admiração, reconhecimento e saudade. A sua digna esposa e familiares, a nossa solidariedade e conforto pela prece.

Senhoras e Senhores agraciados; a homenagem desta noite é um gesto que simboliza toda admiração e reconhecimento que a comunidade universitária da PUCRS vos devota pelo que sois, como pessoas, e pelo que realizastes nesta e por esta Casa. Vossos nomes passarão a figurar nos Anais da Universidade, testemunhando de forma perene, vossa dedicação à grande causa da educação.

Muito obrigado por tudo! Que Deus e Nossa Senhora do Rosário vos recompensem! Se de felizes!

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VII

POR OCASIÃO DA INAUGURAÇÃO DO CENTRO DE CIÊNCIA E CULTURA / MUSEU DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA E FEIRA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO CONE SUL Em 11 de novembro de 1993

Em novembro de 1988, ao celebrar 40 anos de Universidade, nos reuníamos neste mesmo local para o lançamento da pedra fundamental do CENTRO DE CIÊNCIA E CULTURA.

Passados cinco anos de contínuos e metódicos trabalhos de construção, transformou-se em realidade o complexo arquitetônico de 27.695 m², integrando três unidades: o Edifício Central, o Museu de Ciências e Tecnologia, e o Teatro. Uma sucinta descrição permitirá melhor compreensão do conjunto e de suas finalidades.

O Edifício Central, de oito pavimentos e cobertura, abriga, no térreo, o Centro de Processamento de Dados. Os demais destinam-se aos Programas de Formação Continuada ou Permanente mediante Cursos de Especialização, Aperfeiçoamento, Extensão, Seminários, Reuniões Científicas e Administrativas. São 70 salas de três tamanhos: grande, médio e pequeno, com capacidade total da ordem de 3.200 lugares. Em casos de disponibilidade, estes espaços poderão ser usados por organizações e empresas para seus programas de qualificação de recursos humanos.

A rapidez dos avanços científicos e tecnológicos conduz à obsolescência dos conhecimentos caso não forem permanentemente atualizados. Conseqüentemente, cresce a responsabilidade atualizadora da Universidade.

Este espaço construído com bom gosto e conforto permitirá a continuidade dos trabalhos acadêmicos especiais mesmo nos períodos de férias escolares, em que as condições climáticas externas são mais adversas.

Como o homem não vive somente de ciência, cultura e tecnologia, mas, também necessita de pão, localizamos no 2° piso uma lanchonete e, na cobertura, a partir de março próximo, funcionará um restaurante.

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Museu de Ciências e Tecnologia da PUCRS A preocupação e o gosto pelas Coleções Científicas na PUCRS nasce

com a própria criação dos Cursos de Ciências Naturais na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, em 1942.

Atenção e impulso especial é dado por Jeter Jorge Bertoletti a partir de 1950. Em 4 de junho de 1967, o Conselho Universitário cria oficialmente o Museu de Ciências, como órgão próprio da PUCRS. Sua história e seu desenvolvimento não podem ser lembrados sem a persistente e incansável dedicação do professor Dr. Jeter Jorge Bertoletti, naturalmente auxiliado por inúmeros professores e estudantes. Ao longo dos anos é acumulado respeitável acervo, impossível de ser colocado à visitação pública sem um espaço adequado. Amplas relações científicas nacionais e internacionais vem sendo estabelecidas com organismos congêneres.

A exposição do pequeno Museu existente é o setor mais visitado da Universidade.

Desde 1973 há tentativas, sempre frustradas, de se construir um prédio próprio.

Hoje, a comunidade da PUCRS e toda a sociedade podem se alegrar, porque temos um prédio moderno, com 13.375 m2, que, doravante, se denominará MUSEU DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA.

Este tipo de instituição ainda é bastante raro no Brasil. Em países mais avançados as encontramos com freqüência.

Permito-me fazer a descrição dos espaços para facilitar a compreensão das finalidades e da organização.

O subsolo destina-se à guarda do acervo. O térreo é ocupado por laboratórios de pesquisa em ciências naturais, complementando o Instituto de Biociências no campo dos vertebrados e em outras áreas não contempladas naquele Instituto, tais como paleontologia, arqueologia, aquacultura e outras. E um campo de estágio e iniciação da pesquisa para um grande número de estudantes universitários, muitos deles bolsistas de órgãos nacionais ou estaduais de fomento à pesquisa. Também aí se situa a administração geral do Museu e a de projetos especiais, como o Pró-Mata e similares.

A área nobre de acesso ao Museu, lugar em que nos encontramos neste momento, é o segundo pavimento, destinado ao que se costuma denominar atrações científicas, exposições itinerantes, eventos científicos e culturais, feiras de ciências, programas de educação para a saúde e múltiplas variantes.

A esquerda do hall de entrada localiza-se uma área especial e independente, um Espaço de Criatividade, dedicado aos novos talentos

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criativos, em primeiro lugar da própria Universidade, a exemplo da exposição que poderá ser visitada.

Importante espaço, igualmente útil para exposições temporárias, é o foyer que interliga Teatro, Museu e Edifício Central. No momento é ocupado por uma exposição alusiva à Universidade.

O terceiro andar do Museu é reservado mais especificamente às ciências naturais, sob forma de dioramas, amostras científicas da flora e da fauna, evolução do Planeta Terra, achados paleontológicos e arqueológicos. Neste mesmo piso situam-se os laboratórios de matemática, física, química e biologia para trabalhos experimentais dirigidos, particularmente para turmas de alunos das escolas. Ao mesmo tempo que complementará os conhecimentos em ciências dos estudantes, servirá de estágio e treinamento aos acadêmicos da Universidade sob a orientação de seus mestres.

Quando em pleno funcionamento, os assuntos e horários poderão ser agendados pelas escolas. Também a reciclagem e o treinamento dos professores de ciências estão nos planos.

O quarto pavimento, o mais espaçoso de todos, destina-se aos experimentos interativos, desde as demonstrações mais simples de mecânica até as tecnologias avançadas envolvendo computadores, multimédia e outros recursos modernos. Interativo significa que o visitante, ele mesmo, pode realizar a experiência e observar como se comporta, quais as leis que a regem. E uma forma moderna de despertar o espírito científico e de ensinar. As crianças e jovens em idade escolar formam a parcela privilegiada para este tipo de aprendizagem.

A título de amostra, alguns experimentos relativamente simples, planejados e construídos sob a orientação dos professores de física da Universidade, Ernest Julius Sporket e Luiz Marcos Scolari, auxiliados por Arthur Mendel, já podem ser testados pelos que quiserem. Muitas e muitas outras experiências necessitam ser construídas ou adquiridas.

Aliás, um verdadeiro Museu interativo, em seus materiais de exposição, nunca se conclui. O ritmo da montagem dependerá fortemente do apoio e dos recursos de que se poderá dispor.

Com satisfação, posso dizer que já recebemos colaboração e há empresas preparando experimentos, mas ainda é pouco. Faço um convite a todas as empresas e outros organismos para que assumam o patrocínio de espaços ou grupos de experiências científicas ou tecnológicas como uma das formas de marketing. Se é nobre patrocinar o esporte, muito mais importante e nobre é patrocinar educação, patrocinar o desenvolvimento das ciências e do espírito científico num país que aspira à modernidade. Não haveremos de atingir o nível de desenvolvimento social e econômico com o qual sonhamos se não

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melhorarmos o nível científico e tecnológico de nosso povo ou, numa palavra mais globalizante, se não melhorarmos a educação. O Museu de Ciências e Tecnologia é um dos meios, um dos caminhos.

A terceira unidade deste conjunto arquitetônico é o TEATRO, com 500 lugares e instalações de tradução simultânea em até quatro línguas. Espero que possamos entregá-lo ao uso público até março próximo.

Senhoras e Senhores.

Cinco anos de trabalhos foram necessários para nos permitir esta solenidade inaugurativa. Contamos com a dedicação e o labor de muitas pessoas, a colaboração de inúmeras empresas.

Embora seja missão delicada elaborar a nominata para os agradecimentos, não posso me omitir em citar alguns nomes que, na verdade, representam grupos inteiros de pessoas colaboradoras.

Expresso meu profundo agradecimento à Pró-Reitoria de Administração, na pessoa do professor Antonio Mano Pascual Bianchi; à Divisão de Obras, nas pessoas dos Arquitetos Henrique Rocha, autor principal e coordenador geral do projeto, Cícero Santini, Eliane Salvi, Lea Japur, Engenheiro Eletricista Ricardo Armo, Engenheiro Civil Residente Clovis Marquardt, mestres, contramestres, funcionários de apoio e operários. Agradecimentos ao Engenheiro Civil calculista professor Eduardo Giuliani, ao Engenheiro Julio Curtis (ar condicionado) e ao Engenheiro Cirilo Couracini (sistema de proteção de incêndio).

Aos fornecedores e empresas que participaram desta construção de 27.695 m2 registro igualmente o MUlTO OBRIGADO.

É uma obra importante para a Universidade, para Porto Alegre e para o Rio Grande do Sul.

Será, sem dúvida, a porta maior de comunicação e integração Universidade-comunidade. Nossa gratidão a Deus e à Padroeira da Universidade, nesses 45 anos, pelo fato de podermos servir à comunidade de forma cada vez melhor.

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VIII

POR OCASIÃO DA TOMADA DE POSSE COMO REITOR DA PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL -- 6° MANDATO -- EM 30-12-1993

Saudações.

Ao assumir o sexto mandato trienal de Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, faço com as mesmas disposições anteriores, isto é, com o firme propósito de servir à comunidade universitária com dedicação, entusiasmo, competência e amor. O compromisso com o ideal de educador continua em mim qual chama muito viva.

Nas universidades brasileiras é pouco usual a longa permanência da mesma pessoa como Reitor. Em outros países, como os Estados Unidos, esta práxis, entretanto, é muito freqüente, particularmente nas mais tradicionais e notáveis universidades. Os períodos de permanência são os mais diversos, podendo atingir 10, 20 e até 30 anos ou mais.

O importante não é o tempo em que se permanece como Reitor, mas, sim, o que se realiza, o projeto de universidade que se desenvolve.

Parece-me este o momento mais oportuno para, em primeiro lugar, prestar contas à comunidade do que se realizou no triênio passado e, em segundo lugar, apontar as linhas de ação do triênio 1994-1996.

Para não me alongar demais, fixar-me-ei nos pontos centrais, deixando de lado os detalhes e aspectos menores. Universidade é ensino, pesquisa, extensão. Dentro deste referencial, devem ser desenvolvidas as atividades e orientados os meios de ação. Ao longo dos três últimos anos, o Programa de Qualificação e Titulação do Corpo Docente continuou como prioritário. Em 22-12-93 estávamos com 577 Mestres e Doutores e 291 em formação. O avanço do efetivo de Doutores foi significativo: 53 a mais.

Para o aperfeiçoamento do ensino, prosseguiu-se com os procedimentos de avaliação do desempenho docente, sessões de atualização de professores, revisão de currículos e conteúdos programáticos.

Na pesquisa, o número de projetos de iniciação científica cresceu atingindo 342. A pesquisa do corpo docente também aumentou em número de projetos financiados, melhorou em organização e interdisciplinaridade e pela apresentação de trabalhos em eventos científicos nacionais e internacionais e

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publicações. Atualmente, a PUCRS edita doze periódicos científicos, dois Informativos e o Jornal Mundo Jovem, este com cerca de 100.000 assinantes. A EDIPUCRS é uma das mais dinâmicas editoras universitárias do país com 80 títulos no mercado.

A nível de graduação, os órgãos superiores da Universidade aprovaram a criação de três novos cursos: Mecatrônica ou Engenharia de Automação, Farmácia e bacharelado em Ciências Aeronáuticas. Os dois últimos originaram a criação das novas Unidades Universitárias: Faculdade de Farmácia e Instituto de Ciências Aeronáuticas. E de 23 o total das Unidades Universitária da PUCRS.

No campo da pós-graduação foram criados: doutorado em Zoologia, mestrados em Teologia, em Informática, em Engenharia Elétrica e em Comunicação Social. Nesta data a Universidade está com 15 mestrados, 6 doutorados e 62 cursos de especialização.

Todos os cursos que já estão credenciados e avaliados pelos sistema CAPES têm nível A ou B. Portanto, também em pós-graduação e pesquisa a PUCRS atingiu posição de destaque no cenário da educação superior brasileira.

Durante 1993 adotou-se uma divulgação sistemática, por jornal, dos vários cursos de pós-graduação, extensão, atividades e eventos.

Através de seus professores, a PUCRS participou intensamente do Programa de Melhoria da Qualidade do Ensino da Secretaria de Educação do Estado.

Todos os programas de atividades extensionistas e comunitárias, em função da população mais carente, tiveram prosseguimento no triênio. Permito-me citar a ação comunitária na Vila Fátima de Porto Alegre e nos municípios litorâneos, a Assistência Judiciária Gratuita, os atendimentos odontológicos e psicológicos da população de baixa renda, a colaboração da Universidade com a Fundação Irmão José Otão na formação de mão-de-obra de jovens carentes.

No Programa de Bolsas de Estudo para estudantes universitários com dificuldades financeiras cumpre destacar a entrada em operação, em 1993, do Crédito Educativo do Estado, além da continuidade dos programas já existentes: MEC/CEF, PUC/APLUB e FIJO.

O Centro de Cultura Musical engrandeceu a Universidade e levou a cultura musical à população através da apresentação de óperas e Concertos Comunitários, estes com o patrocínio de Supermercados Zaffari.

A Pastoral Universitária marcou presença em todos os momentos fortes e importantes da vida universitária. Os esforços dos que se dedicam a esta ação esbarram com a adversidade do contexto atual que dificulta e obstaculiza a eficácia desejada.

O triênio foi particularmente fecundo na implantação de programas de apoio e infra-estrutura, indispensáveis ao bom desempenho da missão universitária. No Hospital foram concluídas as áreas e instalados os

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equipamentos de hemodinâmica, de litotripsia, nova bomba de cobalto, alem de inúmeras outras melhorias: mais dois elevadores, novos espaços para coleta e marcação de exames, novas instalações para recepção, modificações no centro de esterilização de materiais, etc. No campus central inaugurou-se o novo Centro de processamento de Dados com supercomputador IBM3090; melhorou-se o sistema de telefonia pelo acréscimo de novos troncos e interligação das centrais telefônicas.

O ano de 1993 ficará na historia da PUCRS como um dos mais profícuos, com avanços fundamentais e determinantes para o futuro da Instituição. Desejo destacar: a implantação da automação da Biblioteca, usando um dos mais importantes softwares do mundo; o inicio da instalação da rede eletrônica FDDI de processamento de dados, com acesso às redes nacionais e internacionais; a informatização do ensino na FAMECOS; o projeto Pró-Mata, com a aquisição da área de 2400 há de reserva ecológica, mediante a colaboração da empresa Stihl e da universidade de Tübingen; o Convenio com a VARIG para a criação do Instituto de Ciências Aeronáuticas e o Curso de Bacharelado em Ciências Aeronáuticas, para a formação em nível superior de pilotos, iniciativa pioneira no Brasil; a complementação de diversos laboratórios do Instituto de Química e, finalmente, a inauguração do Centro de Ciências e Cultura, com o Museu de Ciências e Tecnologia.

A infra-estrutura da PUCRS é, sem duvida, das melhores do gênero no país, o que é motivo de satisfação para sua comunidade universitária.

E agora, passando à segunda parte, deixemos o passado para olhar o futuro. Se muito já foi realizado, mais resta a fazer. Só uma caminhada perseverante, corajosa, planejada e criativa leva à construção de uma universidade que possa corresponder às exigências e necessidades de uma sociedade que tem no conhecimento a sua grande fonte inspiradora e riqueza.

Não cabe a mim, como Reitor, traçar sozinho as diretrizes de ação. Governar é trabalhar em equipe. Todavia, não tenho dúvidas de que a apresentação de minhas idéias ajudará no processo. Muitas atividades deverão ter continuidade ou ser completadas, mas também existe espaço para o novo. Nomeado o quadro diretivo, todos teremos que nos debruçar sobre os próximos três anos da Universidade.

Permito-me adiantar alguns pontos: - A PUC assinou o Termo de Adesão ao Programa de Qualidade RS. Este

Termo será operacionalizado, respeitando-se as características próprias da instituição universitária.

- O Programa de Qualificação e Titulação do Corpo Docente terá continuidade, com os devidos ajustes para atingirmos a meta “1000 para o ano 2000”.

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- Na pós-graduação será desenvolvida a política de consolidação dos cursos recentes, ainda em fase de implantação e/ou credenciamento e avaliação. Diversos mestrados já reconhecidos por sua qualidade evoluirão para a abertura do doutorado. Quanto a novos mestrados, entendo que a Universidade atingiu uma espécie de platô, isto é, novos mestrados só com muita avaliação e em número reduzido. A razão fundamental é que os cursos de pós-graduação são muito dispendiosos e não podem ser multiplicados ao infinito, sob pena de gerar o desequilíbrio institucional.

- Novas contratações de pessoal docente em tempo contínuo ficam reservadas ao regime de dedicação exclusiva e condicionadas à titulação de doutor.

- A pesquisa se desenvolverá mais especificamente nas áreas de pós-graduação e nos Centros especializados existentes. Os pesquisadores deverão buscar mais intensamente fontes alternativas externas de financiamento para seus projetos.

- Será completado durante o triênio o Projeto de Automação da Biblioteca. - O mesmo deverá acontecer com a rede eletrônica de processamento de

dados do Campus de Porto Alegre, PUCRSNET. - Proceder-se-á à gradativa generalização de uso dos processos e métodos

computacionais no ensino, na pesquisa e administração. - A introdução do Programa de Qualidade e dos Métodos computacionais

requer o desenvolvimento de múltiplos programas de treinamento de pessoal da Universidade.

- O Projeto Pedagógico e “Universidade Católica: um Projeto para os Professores” será concluído com mais ritmo e dinâmica.

- Pela adoção do Programa de Qualidade na PUCRS aumentará o grau de exigências em relação ao desempenho docente e administrativo.

- Tendo em vista as condições ímpares do novo Centro de Ciências e Cultura serão intensificados os cursos e atividades de extensão, bem como a integração universidade- empresas.

- Durante o triênio terá lugar a montagem das exposições e experimentos do Museu de Ciências e Tecnologia.

- O Projeto Pró-Mata terá prosseguimento com a implantação da sede e a cooperação da Universidade de Tübingen.

- O Hospital Universitário São Lucas terá duas metas fundamentais a cumprir: a implantação do Programa de Qualidade e a busca do equilíbrio financeiro.

- Considerando que a partir de lº de janeiro próximo a nova Mantenedora será a União Brasileira de Educação e Assistência - UBEA e considerando as novas legislações, impõe-se a revisão de todos os documentos básicos da Universidade e sua adequação às novas situações.

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- Considerando as conclusões do XIX Capítulo Geral da Congregação dos Irmãos Maristas, 1993, sobre o Projeto Solidariedade, a PUCRS, juntamente com a USBEE e Fundação Irmão José Otão, se engajará mais intensamente em programas de formação profissional de jovens carentes. Além disso, os projetos na linha social, já em andamento, terão continuidade.

- A intensificação das práticas esportivas no seio da comunidade universitária constitui uma das linhas de ação.

- Trabalharemos pelo aperfeiçoamento da ação pastoral na Universidade, com o envolvimento do Instituto de Teologia, visando a sempre maior eficácia.

- Dentro da ação evangelizadora da cultura, a Reitoria propõe que durante 1994 se faça um Encontro Estadual de líderes e intelectuais católicos, num projeto conjunto com a Arquidiocese e as dioceses.

- Finalmente, no Programa de Apoio e Desenvolvimento da infra-estrutura estão previstos: - o término do Teatro e dos laboratórios de pesquisa do Centro de Ciência e Cultura; - a ampliação das instalações do térreo do prédio da Reitoria; - a urbanização do Campus de Porto Alegre; - a criação e adaptação dos espaços para a Faculdade de Farmácia e o Instituto de Ciências Aeronáuticas; - construção de um novo prédio para a Faculdade de Direito e o Instituto de Psicologia; - amplo remanejo de espaços físicos para adequação às necessidades e exigências de diversos Institutos e Faculdades; - montagem e atualização de laboratórios, conforme as necessidades.

Os pontos acima, creio eu, permitem enxergar como e para onde pretendemos caminhar.

Estes balizamentos, a serem complementados pela equipe diretiva, com a participação da comunidade universitária, ajudarão a PUCRS em sua caminhada ascensional no grupo das grandes e boas universidades de que a nação tanto precisa. Com justo orgulho e satisfação posso dizer, pois o mérito não é pessoal, mas coletivo, a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul vem conquistando seu espaço no seleto grupo das Universidades de primeira linha. É só prosseguir na caminhada, com redobrado entusiasmo e persistência.

Permitam-me, Senhoras e Senhores, que nesta hora eu preste uma homenagem de apreço e reconhecimento aos integrantes da administração que findaram seus mandatos, e, de modo particular, àqueles que não prosseguem na mesma função no próximo triênio. Esta homenagem, este agradecimento, faço-o, em primeiro lugar, ao Irmão Avelino Madalozzo, que durante seis anos partilhou comigo as responsabilidades maiores na condição de Vice-Reitor.

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Sempre foi meu colaborador sincero, fiel e dedicado. Irmão Avelino, o meu muito-obrigado e os votos de felicidades e êxito nas novas funções.

Os mesmos sentimentos de fraternal estima e gratidão desejo expressar ao Professor Eurico Saldanha de Lemos que por quinze anos me acompanhou na qualidade de Chefe de Gabinete. Nossa relação sempre foi muito fraterna e bastante informal, todavia, nunca perdendo de vista os compromissos maiores da alta administração de uma universidade. A você, Saldanha, o meu grande MUITO OBRIGADO, com os votos de saúde e felicidades na nova missão.

Ao Irmão Elvo Clemente, que deixa a Pró-Reitoria de Extensão Universitária, uma das figuras mais destacadas em todos os momentos deste quase meio século da Universidade, não só eu, mas toda a comunidade somos devedores da mais profunda gratidão. Você, Irmão Elvo, ao longo dos 45 anos de caminhada universitária, em muitos e muitos momentos delicados e difíceis, como se diz, soube segurar as pontas. Por tudo que fez e representa para a PUCRS, o nosso grande OBRIGADO. Continuaremos trabalhando juntos.

Aos Diretores das Unidades Acadêmicas, Professor Ivo Vedana, quinze anos Diretor do Instituto de Química; Professor Júpiter Torres Fagundes, seis anos Diretor da Faculdade de Direito; Professor José Torquato Severo, quatro anos Diretor da Faculdade de Medicina, e professora Maria Antunes Bernardes Saenger, três anos Diretora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras - Uruguaiana, a todos fica o registro de nossa admiração e apreço pela dedicação e trabalho realizado, pelo que somos muito gratos.

Cabe também um registro especial de louvor e reconhecimento ao Presidente da Entidade Mantenedora, a União Sul Brasileira de Educação e Ensino - USBEE. Refiro- me ao Irmão Albino Trevisan, que durante sete anos exerceu com sabedoria e amor a Direção da Província Marista de Porto Alegre e que no dia dois de janeiro próximo passará o cargo ao Irmão Antonio José Silva, ao qual apresentamos nossos cumprimentos e votos de pleno êxito na missão. A relação Universidade-Mantenedora aqui sempre foi muito harmoniosa durante esses anos todos, o que não acontece em todos os lugares.

Da parte do Senhor Chanceler, Dom Altamiro Rossato, bem como do saudoso Dom Claudio Colling, sempre tivemos toda atenção e apoio nas horas importantes e necessárias. Exerce a Chancelaria da Universidade com sabedoria e zelo. Por isso, Dom Altamiro, muito obrigado.

A todos os membros da comunidade universitária que conosco partilham a construção da grandeza desta PUC do Rio Grande do Sul, aos poderes públicos e organizações privadas, às famílias e todos quantos apóiam e colaboram neste Projeto de uma UNIVERSIDADE GRANDE PARA O RIO GRANDE DO SUL, muito, muito obrigado.

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Temos sobejas razões para entoar um TE DEUM LAUDAMUS por tudo de bom que vem se realizando na PUCRS e pedimos ao Senhor e à Padroeira Nossa Senhora do Rosário que continuem a derramar suas bênçãos e graças sobre a Comunidade Universitária e que possamos dirigir com sabedoria este maravilhoso PROJETO, a fim de que nosso trabalho seja fecundo, seja frutuoso.

A todos um 1994 MUITO FELIZ E ABENÇOADO!