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São Paulo, UNESP, Geociências, v. 29, n. 2, p. 201-210, 2010 201 A QUESTÃO DO ORDENAMENTO TERRITORIAL E SUA RELAÇÃO COM AS RESERVAS MINERAIS EM SÃO PAULO Sonia Aparecida Abissi NOGUEIRA Instituto Geológico/IG, Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Avenida Miguel Stefano, 3900. CEP 04301-903. São Paulo, SP. Endereço eletrônico: [email protected]. Introdução Caracterização do Setor Mineral no Estado de São Paulo Distribuição das Reservas Minerais e das Áreas de Produção Mineral Reservas Minerais e Ordenamento Territorial Considerações Finais Referências Bibliográficas RESUMO O Estado de São Paulo se destaca entre os quatro maiores produtores nacionais de recursos minerais não-metálicos, encontrados na grande maioria dos seus 645 municípios. A extração de areia, pedra britada, argila, rocha carbonática e água mineral respondem por mais de 90% de sua produção total. A distribuição geográfica das áreas de mineração no território paulista combina condicionantes geológicos favoráveis à ocorrência dos recursos minerais, com os vetores de crescimento urbano e industrial, resultando na formação de pólos produtores regionais, principalmente na porção centro-leste. A demanda por grandes volumes de baixo valor agregado, da maioria destes bens minerais, fixa as distâncias entre as áreas produtoras e os mercados, onde o transporte é estratégico pela influência no preço final ao consumidor. Porém, a mineração em ambiente urbano disputa espaços com outras formas de uso, resultando na esterilização de importantes reservas minerais. Neste sentido, São Paulo possui poucas políticas públicas de ordenamento territorial, que contemplem a destinação de áreas com potencialidade mineral, de forma a garantir o abastecimento futuro destes insumos minerais, prevendo a recuperação e o uso futuro do espaço criado e o disciplinamento da ocupação do entorno. Palavras-chave: reservas minerais; ordenamento territorial; política e economia mineral. ABSTRACT – S.A.A. Nogueira - The question of land management and its relationship with the mineral reserves in São Paulo. The State of São Paulo is one of the four largest national producers of non-metallic mineral resources found in the vast majority of its 645 municipalities. The extraction of sand, crushed stone, clay, limestone rock and mineral water account for over 90% of its total production. The geographical distribution of mining areas in the territory combines favourable geological occurrence constraints of mineral resources, with the urban and industrial growth, resulting in the formation of regional producer hubs, mainly in the eastern central area. The demand for large volumes of low value-added, of the majority of these minerals goods, determines the distances between the producing areas and the markets, where the cost of transport is strategic on the final price to the consumer. However, the mining activities in urban environment dispute spaces with other forms of use, resulting in sterilisation of important mineral reserves. In this sense, São Paulo has few public policies of land management, covering the mineral potential areas to ensure the future of mineral raw materials supply, providing for the recovery and future use of the space created and the disciplining of the occupation of the surroundings. Keywords: mineral reserves; land management; mineral economic and policy. INTRODUÇÃO O aproveitamento dos recursos minerais faz parte da ocupação territorial e, portanto, da história de muitos países, entre eles o Brasil. No contexto do desen- volvimento urbano e industrial, o processo de concen- tração demográfica acentuou o consumo por substâncias minerais, amplamente usadas na produção de equipamentos e obras de infra-estrutura, bases do estilo de vida da sociedade moderna. Neste cenário, de acordo com Medina et al. (2007), a mineração se constitui numa atividade industrial importante e necessária, embora inerentemente modificadora do meio ambiente e, com frequência, associada às questões sociais envolvendo conflitos pelo uso do solo e geração de áreas degradadas. Segundo Scliar (2005), com base nos conceitos e diretrizes da sustentabilidade, definidos na Agenda 21 e referendados na Conferência de Johanesburgo em 2002, o desenvolvimento sustentável e sua relação com a mineração deve ser compreendido como a promoção da atividade mineira sob o critério da racionalidade do manejo e uso dos recursos naturais, assentado nos princípios fundamentais da preservação do meio ambiente, da justiça social e do crescimento eco- nômico. Levando-se em conta as considerações acima, o propósito deste artigo é apresentar uma breve caracterização do setor mineral do Estado de São Paulo, com destaque para a questão da necessidade de

A QUESTÃO DO ORDENAMENTO TERRITORIAL E SUA … 4... · SMA, que prevê em casos especiais, assentimento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis/IBAMA

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São Paulo, UNESP, Geociências, v. 29, n. 2, p. 201-210, 2010 201

A QUESTÃO DO ORDENAMENTO TERRITORIAL E SUARELAÇÃO COM AS RESERVAS MINERAIS EM SÃO PAULO

Sonia Aparecida Abissi NOGUEIRA

Instituto Geológico/IG, Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo. Avenida Miguel Stefano, 3900.CEP 04301-903. São Paulo, SP. Endereço eletrônico: [email protected].

IntroduçãoCaracterização do Setor Mineral no Estado de São PauloDistribuição das Reservas Minerais e das Áreas de Produção MineralReservas Minerais e Ordenamento TerritorialConsiderações FinaisReferências Bibliográficas

RESUMO – O Estado de São Paulo se destaca entre os quatro maiores produtores nacionais de recursos minerais não-metálicos,encontrados na grande maioria dos seus 645 municípios. A extração de areia, pedra britada, argila, rocha carbonática e água mineralrespondem por mais de 90% de sua produção total. A distribuição geográfica das áreas de mineração no território paulista combinacondicionantes geológicos favoráveis à ocorrência dos recursos minerais, com os vetores de crescimento urbano e industrial, resultando naformação de pólos produtores regionais, principalmente na porção centro-leste. A demanda por grandes volumes de baixo valor agregado,da maioria destes bens minerais, fixa as distâncias entre as áreas produtoras e os mercados, onde o transporte é estratégico pela influênciano preço final ao consumidor. Porém, a mineração em ambiente urbano disputa espaços com outras formas de uso, resultando naesterilização de importantes reservas minerais. Neste sentido, São Paulo possui poucas políticas públicas de ordenamento territorial, quecontemplem a destinação de áreas com potencialidade mineral, de forma a garantir o abastecimento futuro destes insumos minerais,prevendo a recuperação e o uso futuro do espaço criado e o disciplinamento da ocupação do entorno.Palavras-chave: reservas minerais; ordenamento territorial; política e economia mineral.

ABSTRACT – S.A.A. Nogueira - The question of land management and its relationship with the mineral reserves in São Paulo. The Stateof São Paulo is one of the four largest national producers of non-metallic mineral resources found in the vast majority of its 645municipalities. The extraction of sand, crushed stone, clay, limestone rock and mineral water account for over 90% of its total production.The geographical distribution of mining areas in the territory combines favourable geological occurrence constraints of mineral resources,with the urban and industrial growth, resulting in the formation of regional producer hubs, mainly in the eastern central area. The demandfor large volumes of low value-added, of the majority of these minerals goods, determines the distances between the producing areas andthe markets, where the cost of transport is strategic on the final price to the consumer. However, the mining activities in urbanenvironment dispute spaces with other forms of use, resulting in sterilisation of important mineral reserves. In this sense, São Paulo hasfew public policies of land management, covering the mineral potential areas to ensure the future of mineral raw materials supply,providing for the recovery and future use of the space created and the disciplining of the occupation of the surroundings.Keywords: mineral reserves; land management; mineral economic and policy.

INTRODUÇÃO

O aproveitamento dos recursos minerais faz parteda ocupação territorial e, portanto, da história de muitospaíses, entre eles o Brasil. No contexto do desen-volvimento urbano e industrial, o processo de concen-tração demográfica acentuou o consumo porsubstâncias minerais, amplamente usadas na produçãode equipamentos e obras de infra-estrutura, bases doestilo de vida da sociedade moderna. Neste cenário,de acordo com Medina et al. (2007), a mineração seconstitui numa atividade industrial importante enecessária, embora inerentemente modificadora domeio ambiente e, com frequência, associada àsquestões sociais envolvendo conflitos pelo uso do soloe geração de áreas degradadas.

Segundo Scliar (2005), com base nos conceitos ediretrizes da sustentabilidade, definidos na Agenda 21e referendados na Conferência de Johanesburgo em2002, o desenvolvimento sustentável e sua relação coma mineração deve ser compreendido como a promoçãoda atividade mineira sob o critério da racionalidade domanejo e uso dos recursos naturais, assentado nosprincípios fundamentais da preservação do meioambiente, da justiça social e do crescimento eco-nômico.

Levando-se em conta as considerações acima, opropósito deste artigo é apresentar uma brevecaracterização do setor mineral do Estado de São Paulo,com destaque para a questão da necessidade de

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estabelecimento de instrumentos de planejamento queassegurem o acesso às reservas minerais e evitem sua

esterilização, com o consequente estrangulamento daprodução estadual de insumos minerais.

CARACTERIZAÇÃO DO SETOR MINERALNO ESTADO DE SÃO PAULO

Os recursos minerais são bens pertencentes àUnião e representam propriedade distinta do domíniodo solo onde estão contidos, sendo classificados comorecursos naturais não renováveis. O arcabouço legal,que rege as atividades de mineração, concede à Uniãoos poderes de outorga de direitos e sua fiscalização,aos Estados os poderes de licenciamento ambiental dasatividades e sua fiscalização, e aos municípios disporsobre os instrumentos de planejamento e gestão comrelação ao uso e ocupação do solo, onde se inserem oaproveitamento racional de seus recursos minerais.

Os regimes de exploração e aproveitamento dosrecursos minerais no País estão definidos e normati-zados no Código de Mineração de 1967 (Decreto-Leinº 227, de 28/2/67), seu Regulamento e LegislaçãoCorrelativa, que continuam em vigor com as alteraçõese as inovações introduzidas por leis supervenientes àpromulgação da atual Constituição e suas emendas. Oprocesso de outorga do licenciamento ambiental daatividade de mineração, no caso de São Paulo, é decompetência da Companhia Ambiental de São Paulo -CETESB, órgão da Secretaria do Meio Ambiente -SMA, que prevê em casos especiais, assentimento doInstituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis/IBAMA.

No contexto nacional, o Estado de São Paulo sedestaca como um dos maiores produtores de recursosminerais não-metálicos, com uma produção voltadapredominantemente para o consumo interno. Aextração de areia, pedra britada, argila, rocha carboná-tica, caulim, rocha fosfática e água mineral respondempor mais de 90% de sua produção total. As demandasorganizam a produção mineral paulista em segmentosfornecedores de matérias-primas para os setores daindústria da construção civil (cimenteiro, cerâmico), daagricultura (corretivos, fertilizantes), além de diversossetores da indústria de transformação (siderúrgico,vidreiro, alimentício, papel, farmacêutico). As principaisáreas produtoras concentram-se na porção centro-lestedo Estado, notadamente na região Metropolitana deSão Paulo, em uma ampla faixa entre Sorocaba eRibeirão Preto e nos Vales do Paraíba, Ribeira e AltoParanapanema. A mineração paulista é constituídaeminentemente por empresas pequenas e médias(Figura 1), dirigidas principalmente à produção deagregados (areia e brita) e de argilas, presentes nagrande maioria dos seus 645 municípios.

Os dados do último Anuário Mineral Brasileiro -AMB do Departamento Nacional da ProduçãoMineral - DNPM, publicado em 2006 (Ano Base de2005) registram que o Estado de São Paulo produziusubstâncias minerais num valor superior a 2 bilhõesde reais, de um total nacional de 31 bilhões de reais, oque corresponde a 6% do valor de produção do Brasil.Assim, embora São Paulo não seja considerado umEstado tradicionalmente minerador com produção decommodities metálicas, insere-se entre os grandesprodutores do setor mineral brasileiro, com destaquepara os agregados e os produtos cerâmicos. Emboranão esteja disponível a publicação dos anuáriosreferentes aos anos base de 2006, 2007 e 2008, asdivulgações de dados do setor mineral pelo DNPMem eventos oficiais e em outras publicações desteórgão, tais como o Sumário Mineral anos de 2005 a2008 e o Informe Mineral anos 2005 a 2008,confirmam a tendência futura do setor mineralpaulista, que deverá acompanhar o comportamentode crescimento da indústria de mineração no Brasil,conforme apontado em Vale (2007), em decorrênciado efeito do forte crescimento da demanda mundialpor matérias-primas. A Tabela 1 e Figura 2 apre-sentam os dados sobre a evolução dos títulosminerários em São Paulo e no Brasil, entre 2002 e2008, e indicam a posição destacada do Estado noranking brasileiro, quanto ao número de portarias delavra publicadas no período, justificando sua classi-ficação entre os maiores produtores nacionais deinsumos minerais.

As reservas minerais no Estado de São Paulo, deacordo com os dados oficiais do último AMB de 2006(Ano Base 2005), são mostradas na Tabela 2. Apredominância de recursos minerais não-metálicos éevidente, sendo que as reservas de areia para constru-ção civil não são apresentadas, pois de acordo com oDNPM são abundantes e amplamente distribuídas,localizando-se em sua grande maioria nos rios, ondesão passíveis de reposição. As estatísticas de reservase produção de petróleo e gás natural não fazem partedo AMB, devido ao fato de que as concessões sãoregidas por legislação específica, e em 1988, foiimplantada a Agencia Nacional do Petróleo - ANP quetem por finalidade promover a regulação, a contrataçãoe a fiscalização das atividades econômicas integrantesda indústria do petróleo.

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TABELA 2. Reservas Minerais (*) do Estado de São Paulo.

TABELA 1. Evolução das portarias de lavras publicadas noEstado de São Paulo e no Brasil, entre os anos de 2002 e 2008.

FIGURA 1. Tipos dos empreendimentos mineráriospaulistas, de acordo com a produção bruta anual.

Pequeno: entre 10.000 e 100.000t; Médio: entre 100.000e 1.000.000t; Grande: maior que 1.000.000t.

Fonte: Anuário Mineral Brasileiro - AMB 2006.

FIGURA 2. Evolução das portarias de lavras publicadasno Estado de São Paulo e no Brasil, entre os anos

de 2002 e 2008. Fonte: Departamento Nacionalda Produção Mineral - DNPM, DICAM -Diretoria de Outorga e Cadastro Mineiro.

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DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DAS RESERVAS MINERAISE DAS ÁREAS DE PRODUÇÃO MINERAL

A distribuição geográfica das áreas de mineraçãono território paulista combina condicionantes geológicosfavoráveis à ocorrência dos recursos minerais, com osprincipais vetores de crescimento urbano e industrial,resultando na formação de pólos produtores regionais,principalmente em sua porção centro-leste. Paramelhor visualização das regiões com potencialidademineral destacada, adotou-se o mapa de Unidade deGerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHI, queprioriza como unidade do espaço regional a unidadeambiental representada pela bacia hidrográfica.

As reservas dos principais recursos mineraisproduzidos no Estado, distribuídas por UGRHI, sãoapresentadas na Tabela 3. Observa-se que as UGRHIs14 (Alto Paranapanema), 11 (Ribeira de Iguape e LitoralSul), 10 (Tietê/Sorocaba), 5 (Piracicaba/Capivari/Jundiaí) e 6 (Alto Tietê) se destacam pelo elevadopotencial das reservas minerais com relação às demais.

TABELA 3. Reservas Minerais (*) do Estado de São Paulopor Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos/UGRHI.

Dos agrupamentos de bens minerais do Estado, asUGRHIs 11 e 14 apresentam as maiores reservas derochas calcárias e dolomíticas utilizadas na indústriacimenteira e de cal. Com relação às reservas de argilasobserva-se uma distribuição mais ampla, destacando-se as UGRHIs 5 e 10. As rochas britadas e as areiasdenominadas de agregados, (as reservas potenciais deareia foram consideradas a partir dos dados de produ-ção), insumos fundamentais para a indústria daconstrução civil apresentam reservas distribuídas porquase todas as UGRHIs, revelando um alto potencialpara brita e areia na UGRHI 6 que engloba a RegiãoMetropolitana de São Paulo e para areia na UGRHI 2(Paraíba do Sul). As reservas de areia industrial, utiliza-das principalmente na indústria do vidro, ocorrem comlarga distribuição, mostrando reservas significativas nasUGRHIs 5, 14 e 13 (Tietê/Jacaré), posicionando SãoPaulo em primeiro lugar no ranking nacional.

continua...

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continuação...

A partir dos dados disponíveis no último AMB de2006 (Ano Base 2005), foi avaliada a vida útil destasreservas minerais, que considera a relação entre ovolume das reservas comprovadas (medidas eindicadas) e o volume da produção anual do minériobruto. Pelo Código Mineral Brasileiro as reservas mine-rais são classificadas como abundantes, suficientes ecarentes, de acordo com sua disponibilidade de atendero nível de produção mineral atual em determinadohorizonte de tempo. As reservas são abundantesquando apresentam vida útil acima de 25 anos;suficientes entre 10 e 25 anos e insuficientes quandomenores que 10 anos. Os dados mostram uma situaçãoconfortável para as reservas do Estado, que se classi-ficam em sua maioria como abundantes, mesmo queocorra um aumento acentuado nos níveis de produçãoe consumo atuais.

As áreas de maior produção mineral foram espa-cializadas utilizando-se, igualmente, a comparti-

mentação do Estado em UGHRI. Para tanto, foi utilizadoum instrumento econômico, a Compensação Financeirapor Exploração dos Recursos Minerais - CFEMinstituída pela Lei Federal No 7.990/1989, que constituia participação dos Estados, Distrito Federal, Municípiose órgãos da administração direta da União no resultadoda exploração de recursos minerais pelos agentes deprodução (empresas). Sua base de cálculo é o valordo faturamento líquido resultante da venda do produtomineral, obtido após a última etapa do processo debeneficiamento adotado e antes de sua transformaçãoindustrial. A receita derivada da CFEM obedece àseguinte distribuição proporcional: 65% para osmunicípios produtores, 23% para Estados e 12% paraa União. Sua aplicação é autorizada somente emprojetos que, direta ou indiretamente, revertam em prolda comunidade local na forma de melhoria da infra-estrutura, da qualidade ambiental, da saúde e daeducação, exercendo, desta forma, um papel importante

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como gerador de mudanças sociais e de crescimentoeconômico sustentado. A Tabela 4 e as Figuras 3 e 4apresentam os dados sobre a evolução do recolhimentoda CFEM no Brasil e em São Paulo entre 2003 e 2008,destacando a atual posição do Estado no rankingbrasileiro entre os quatro maiores produtores mineraisnacionais. Apontam, claramente, a tendência decrescimento que acompanha o comportamento daindústria de mineração no Brasil e em São Paulo.

A Tabela 5 mostra a evolução da arrecadação daCFEM distribuída por UGRHI no período 2004 a 2008.Observa-se, em ordem decrescente, que as UGRHIs6 (Alto Tietê), 5 (Piracicaba/Capivari/Jundiaí), 10(Tietê/Sorocaba), 2 (Paraíba do Sul) e 9 (Mogi-Guaçu)se destacam pelo elevado valor de arrecadação comrelação às demais. São responsáveis pelas maioresproduções de agregados (brita e areia) e de argila,insumos fundamentais para a indústria da construçãocivil, além de responderem por produções significativasde rochas carbonáticas, caulim, e areia para vidro efundição.

A Figura 5 permite visualizar as UGRHIs quedetêm as mais elevadas potencialidades em reservasminerais e verificar sua associação direta com as áreasde maior produção, que incluem as regiões intensamenteurbanizadas e industrializadas do Estado, tais como asregiões metropolitanas de São Paulo, Campinas,Sorocaba, Baixada Santista e Vale do Paraíba. Estasregiões respondem pelos consumos mais expressivosdos bens minerais, em especial aqueles de uso imediatona indústria da construção civil (areia, brita e argila) e,também, pelos maiores índices de conflitos de usos daterra. Numa situação distinta, nas UGRHIs 11 e 14,que detêm as maiores reservas de rochas calcárias edolomíticas, a existência de importante remanescentecontínuo da Mata Atlântica e de terrenos cársticos comcentenas de cavernas determinaram a criação deunidades de conservação de proteção integral, osParques Estaduais Carlos Botelho, Intervales, Petar eJacupiranga, que esterilisaram grande parte dasreservas e impuseram restrições significativas à mine-ração em seus entornos.

TABELA 4. Evolução da arrecadação da Compensação Financeira por Exploração dos Recursos Minerais - CFEM(valor da CFEM x R$1.000) no Estado de São Paulo e no Brasil, entre os anos de 2003 e 2008.

FIGURA 3. Evolução da arrecadação da CompensaçãoFinanceira por Exploração dos Recursos Minerais /CFEM

no Brasil (valor da CFEM x R$1.000), entreos anos de 2003 e 2008. Fonte: Departamento Nacional

da Produção Mineral - DNPM, DIPAR -Diretoria de Planejamento e Arrecadação.

FIGURA 4. Evolução da arrecadação da CompensaçãoFinanceira por Exploração dos Recursos Minerais/CFEMno Estado de São Paulo (valor da CFEM x R$1.000), entreos anos de 2003 e 2008. Fonte: Departamento Nacional

da Produção Mineral - DNPM, DIPAR -Diretoria de Planejamento e Arrecadação.

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TABELA 5. Evolução da arrecadação da Compensação Financeira por Exploração dos Recursos Minerais/CFEMentre os anos de 2004 e 2008, destacando a classificação, em ordem decrescente, das Unidades

de Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHI paulistas com maior produção de matérias primas minerais.

FIGURA 5. Mapa das Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos - UGRHIs - do Estado de São Paulocom destaque para aquelas de maiores reservas e produção mineral, listadas em ordem decrescente: 6. Alto Tietê: brita,

areia, caulim; 5. Piracicaba/Capivari/Jundiaí: areia industrial, argila, brita; 10. Tietê/Sorocaba: argila, rocha carbonática,brita, filito; 2. Paraíba do Sul: areia, brita; 9. Mogi-Guaçu: areia industrial, argila; 13. Tietê/Jacaré: areia industrial;

14. Alto Paranapanema: rocha carbonática, areia industrial, filito.

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RESERVAS MINERAIS E ORDENAMENTO TERRITORIAL

O crescimento econômico está diretamenteassociado com o desenvolvimento e ampliação daatividade minerária, com vistas ao atendimento dasnecessidades da sociedade (Moreira, 2003). A contínuaexpansão da população, em caráter mundial, acom-panhada do aumento nas taxas de urbanização eindustrialização e aliadas à crescente escassez e com-plexidade do suprimento de recursos minerais vêmintensificando os conflitos entre a atividade mineral eos processos de uso e ocupação do solo.

Estes conflitos se acentuam, quando da produçãode materiais de emprego imediato na construção civil(areias, pedras britadas, argilas, rochas carbonáticas,entre outros), especialmente no entorno de regiõesmetropolitanas ou próximas às áreas urbanizadas eagricultáveis e de unidades de conservação, comoacontece no Estado de São Paulo. De acordo Valverde(2006), a demanda por grandes volumes e o baixo valoragregado da maioria destes insumos minerais delimitaas distâncias entre as áreas de produção e os mercados,onde a logística de distribuição é de fundamentalimportância, pois seu custo tem forte influência nopreço final ao consumidor. Em conseqüência, verifica-se a esterilização ou perda de importantes reservasminerais e restrições à atividade de extração mineral,acompanhada do encarecimento do preço final dosprodutos devido à localização das novas áreas demineração para regiões cada vez mais distantes dospontos de consumo.

Diante deste cenário, como resolver a equaçãocomplexa e polêmica de assegurar o suprimento dematérias-primas minerais essenciais à manutenção doestilo de vida da sociedade atual e garantir a qualidadedo meio ambiente?

Segundo Calaes et al. (2007, 2008) a intensificaçãodessas situações de conflitos efetivos e potenciaisevidenciam a importância do planejamento estratégicocomprometido com a sustentabilidade ambiental, deforma a contribuir a um só tempo para o ajuste depolíticas públicas de ordenamento territorial e para oaprimoramento da exploração e aproveitamento dosrecursos minerais.

No entanto, o que se verifica é a ausência quasecompleta, em São Paulo ou em outra unidade daFederação, de planejamento governamental na formade instrumentos de políticas públicas do uso do solo,que contemplem a destinação de áreas com potencia-lidade mineral, visando garantir o abastecimento futurodos insumos minerais, além de definir a recuperação eo uso posterior do espaço criado e o disciplinamentoda ocupação do entorno. Para a reversão destes confli-tos locacionais e ambientais que envolvem a produção

de recursos minerais, os instrumentos legais deZoneamento Ecológico e Econômico - ZEE, PlanoDiretor Municipal e Lei de Uso e Ocupação do Solodevem ser elaborados de forma a levarem em conta opotencial e a disponibilidade das reservas minerais daregião e a situação da atividade extrativa nosmunicípios.

Neste sentido, a retomada gradual da elaboraçãodos planos diretores de mineração em Belo Horizonte,Porto Alegre, Brasília, Recife e Curitiba, reiniciados apartir de 2002 pelo DNPM em conjunto com aSecretaria de Geologia, Mineração e TransformaçãoMineral/SGM do Ministério de Minas e Energia - MMEe o Serviço Geológico do Brasil - Companhia dePesquisa e Recursos Minerais - SGB - CPRM, traznovo alento ao ordenamento da atividade mineira nasregiões metropolitanas, além de estabelecer parâmetrosde referência para cidades de porte médio. O estatutodas cidades, consolidado na Lei nº 10.257/2001,também se associa à busca de um novo paradigmapara a mineração em áreas urbanas. Outro passoimportante nesta direção foi dado pelo DNPM, quelançou recentemente o Plano Nacional de AgregadosMinerais para a Construção Civil, por meio da PortariaDNPM nº 222 de 20.06.08. Seu objetivo principal visagarantir em condições seguras e estáveis e a preçoscompatíveis, o futuro abastecimento de agregados(areia, brita e cascalho) para a sociedade. O planoprevê a inserção de áreas de relevante interesse parao aproveitamento de agregados minerais nas leis deordenamento territorial municipais; a implantação deum programa de avaliação contínua do potencial destesagregados em regiões críticas; além de implementarmecanismos de proteção das áreas de lavra atualmenteem atividade.

Por outro lado, a inexistência de uma política deordenamento territorial no País, não significa a inexis-tência de políticas públicas setoriais que impactam oterritório. Citamos, neste sentido, planos setoriais eprogramas, que podem ter reflexos diretos na questãoda garantia de acesso às reservas minerais, tais como:planos diretores de bacias hidrográficas, plano nacionalde gerenciamento costeiro e programa de zoneamentoecológico-econômico.

No Estado de São Paulo, um dos únicos exemplosvigentes de uma política pública de ordenamentoterritorial, envolvendo diretamente o aproveitamentode reservas minerais e outras formas de uso do solo, éa Resolução SMA Nº 28/1999, que estabeleceu oZoneamento Ambiental da Atividade de Extração deAreia no Vale do Paraíba, no subtrecho Jacareí-Pindamonhangaba, na UGRHI 2, para fins de licen-

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ciamento, recuperação e fiscalização. Teve comoobjetivo principal a criação de zonas aptas à mineraçãode areia, entre as cidades de Jacareí e Roseira, comvistas a conciliar a preservação e a recuperaçãoambiental da planície do rio Paraíba do Sul com acontinuidade da atividade minerária. Este zoneamento,visto como referência nacional, é um trabalho deplanejamento regional adotado pelas administrações dosmunicípios envolvidos, que associou a potencialidademineral e as diretrizes municipais de uso do solo,subordinando-as aos princípios e atributos ambientais.

Novas propostas para enfrentamento da questão,no Estado de São Paulo, vêm sendo conduzidas noâmbito da SMA, com a prioridade da elaboração deinstrumentos de planejamento regional, em especial demédio e longo prazo, de modo a promover a articulaçãodos municípios e a participação cada vez mais amplada sociedade nos processos decisórios, visando aodesenvolvimento sustentável. Neste sentido, a SMAatuando como órgão articulador e normalizadorcoordena um programa de levantamentos de

Diagnóstico Ambiental, que tem como base de estudoa UGRHI, e objetiva a execução do ZoneamentoEcológico Econômico - ZEE para as 22 UGRHIs doEstado, prevendo a inclusão das áreas compotencialidade mineral e de desenvolvimento efetivoda atividade de mineração, além do estabelecimentode diretrizes para recuperação e uso futuro das áreasmineradas.

Outro passo fundamental foi a execução, pelaSMA, do Projeto Cenários Ambientais 2020 (2009),que teve como objetivo principal a elaboração depropostas de políticas públicas prioritárias e estraté-gicas, de médio e longo prazo, a partir de cenáriosambientais prospectivos do Estado para o ano de 2020.Trata-se de um instrumento de planejamento que buscaantecipar as ações do Estado frente aos desafiosfuturos. A promoção e garantia de acesso às reservasminerais, com compatibilização da atividade minerariae das políticas e diretrizes ambientais foi um dos 28temas estratégicos do projeto, abordado no macrotemaPlanejamento e Desenvolvimento Regional.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A abordagem integrada do planejamento e dogerenciamento físico dos usos da terra é uma formade reduzir os conflitos, procurando vincular odesenvolvimento social e econômico à proteção emelhoria do meio ambiente e contribuindo para atingiros objetivos do desenvolvimento sustentável. Nenhumasociedade moderna pode prescindir dos bens minerais,visto que são necessários a uma vasta gama deatividades humanas, que abrange desde insumos paraa agricultura até componentes de computadores. Poroutro lado, de acordo com Enriquez (2007), a propostade desenvolvimento sustentável requer um duplocompromisso: com as gerações presentes e com asfuturas gerações, pois os recursos minerais não sãorenováveis, estando sujeitos ao esgotamento.

O enfrentamento pela sociedade da exaustão dosrecursos naturais dependerá de políticas públicas quegarantam manejos sustentáveis para todos os recursosdurante seu ciclo de vida, sejam plantas, animais,rochas ou minerais. Daí, ser fundamental o planeja-mento governamental na forma de instrumentos depolíticas públicas de ordenamento territorial, queassegurem o acesso às regiões com potencialidade dereservas minerais, destacando-se aquelas comdesenvolvimento efetivo da atividade de mineração,para: organizar a sua convivência com outras atividadeseconômicas, estabelecer indicadores geoambientaispara controle e redução de impactos e de passivosambientais, aumentar a reabilitação das áreas degra-

dadas e planejar o uso e ocupação do solo hoje e paraas gerações futuras.

Além de políticas públicas de ordenamentoterritorial, a reversão dos atuais conflitos deverá sercombinada e sustentada por avanços tecnológicos, taiscomo a adoção de políticas de incentivo às tecnologiasmais limpas na produção mineral, visando propiciar aampliação da rentabilidade dos materiais removidosdas minas, aliada à redução na geração de rejeitos edos impactos e passivos ambientais. Igualmenterecomendável, é o estabelecimento de políticas deestímulo à reciclagem e reuso de insumos e produtosminerais, com o objetivo de promover sustentabilidadedas substâncias minerais durante seu ciclo de vida,até o pós-consumo (uso seguro, reciclagem e reuso),visto se constituírem em recursos naturais nãorenováveis.

Outro fator de grande relevância é a discussãopública que se faz atualmente da proposta do novomarco regulatório da mineração, sob coordenação daSGM - MME, que apresenta como uma de suasdiretrizes básicas, a participação federativa na fiscali-zação e gestão dos recursos minerais. Seguindo atendência moderna de descentralização administrativa,esta diretriz propõe viabilizar a regulamentação do Artigo23, inciso XI, da Constituição Federal de 1988, abrindoperspectivas de transferência de atribuições na áreade mineração, pois estabelece que “é competênciacomum da União, dos Estados, do Distrito Federal e

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dos Municípios: registrar, acompanhar e fiscalizar asconcessões de direito de pesquisa e exploração derecursos hídricos e minerais em seus territórios”. Aregulamentação deste artigo é fundamental numprocesso de construção de políticas públicas de plane-jamento territorial.

Desta forma, assegurar o acesso às reservasminerais, por meio de instrumentos de ordenamentoterritorial é imprescindível para a produção dos insumosminerais indispensáveis à qualidade de vida dapopulação, além de resultar na redução dos conflitos ena proteção ao meio ambiente.

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Manuscrito Recebido em: 18 de janeiro de 2010Revisado e Aceito em: 6 de abril de 2010