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Ano XXIII Nº 279 novembro de 2012 “O homem é homem graças à linguagem”. Otávio Paz A seleção de poemas feita por Aricy Curvello para o livro 50 Poe- mas Escolhidos pelo Autor conse- gue manter uma impecável coerên- cia, des tacando com o ponto central de sua temática, a questão da lin- guagem como fundamento da iden- tidade do hom em enquanto tal, pos- sibilitando-nos analis ar s ua obra por um novo viés. Durante a leitura podem os per- ceber que o poeta busca a funda- mentação da identidade do huma- no. Ele aborda a necessidade de criação, de cons trução, o ins tinto de vida que nos impulsiona a fazer, re- fazer, recomeçar e recuperar aqui- lo que parece inacessível ou perdi- do devido tanto ao caos inicial e ao desconhecido, quanto a inexorável passagem do tempo. Esta busca pela identidade se dá por meio da palavra. Graças a ela lidamos com o insondável Mis- tério, com o Desconhecido, o Caos, o Pré-Histórico, podemos lidar com os mundos interno e externo, bus- camos a nossa pátria, tanto no sen- tido literal quanto no de um lugar que serve de referência para nós seres humanos. O autor abre o livro abordando diretamente a questão da linguagem e das palavras, por meio do subs- tantivo, verbo e advérbio, tratando também a respeito da arte e da rea- lidade. A linguagem está relaciona- da tanto ao existir quanto ao viver. A palavra é rio, fio, possibilidade, som, canção. É eco, mar e universo. No binômio palavra-realidade es tá pre- sente também o medo do desco- nhecido. Apalavra é ainda imagem que desafia o escuro, o vazio, o dis- perso tentando dar-lhes alguma co- erência e ordem, lidando sempre com o limite. Diz Um berto Eco (1986, p. 73) “a linguagem é o próprio fundamen- to da cultura”. O poeta torna-se, então, o dis curs ador, pois ele nom eia o que some,o fugaz. Ele preenche um im- portante papel, pois não há heróis ou intérpretes . O poeta s itua-s e en- tre o calar e o falar. Ele e a lingua- gem elaboram o fundamento, a construção do hum ano e do real. É preciso ultrapassar o silêncio e o interdito, vencer a paralisia, a dita- dura, a burocracia, o imperialismo, a imobilidade e refazer, como um operário, a casa ou, como um sol- dado, o caminho. É fundamental re- começar, passando sempre pelo processo morrer-renascer, reno- vando a história, fazendo-a avançar. A vida é um terno recomeçar No poem a O Acam pamento, o poeta trata a respeito do provisório, da necessidade de destruir para construir, dos opostos natureza x civilização, do princípio do m undo: Nós nos alimentamos do que morre. Há uma esperança e, ao mes- m o tem po, um a teim os ia ao tentar refazer os antigos caminhos. O apo- drecim ento com prova a necess ida- de do recomeço. Entre aceitar e re- sistir, o instinto da vida busca so- brepujar o desgaste de tudo e há uma tentativa, tanto em âmbito hu- m ano quanto da própria exis tência, de recuperar o perdido. Para que isso possa acontecer, o autor colo- ca um a ques tão crucial, segundo o seu ponto de vista: o Eu. Es te é, simbolicamente, nos sa primeira casa, moradia, cidade. Há novam ente uma dualidade, a saber, Eu x Mundo e uma semelhança en- tre os opostos: ambos são únicos e múltiplos. A busca da identidade dá-se pela palavra. Então Aricy nos remete ao poeta Fernando Pessoa, utilizando ainda a expressão outrônimos, criando imagens como a máscara, o sem-rosto.Aidentida- de, portanto, é algo extrem am ente complexo. É fundamental, mas ilu- sória. O Eu é misto de sombra, luz e escuridão. É um produto mental, mas a mente não é apenas racio- nal, está repleta de diferentes vo- zes, próxima, não raro, da loucura, oscilando entre o são e o insano, sempre no limite de um e outro. A loucura leva ao con- tato com o pré-histórico, o m onstruoso, a vertigem , o in son dável m is té rio , rem e- tendo o homem à questão morte e vida. Todavia, o po- eta, mais do que a morte, questiona a vida. Assim tam bém fazo artista, m ais especificamente o pintor. Os poemas a respeito de Cézanne e Van Gogh tra- tam a respeito do proces- so de criação e da busca por Algo, pelo absoluto, bem como a respeito da dicotomia coisas X aparên- cias . Como diria Alfredo Bosi (1983, p. 21), ”O fe- nômeno verbal é um a con- quista na história dos mo- dos de franquear o interva- lo que medeia entre corpo e obje- to”. Neste ponto, Aricy adota um novo posicionamento, aprofundando ainda mais a questão ao ir demons- trando a necessidade de destruir a ilusão do eu, pois há uma necessi- dade de despertar e compreender que os m undos interno e externo são apenas aparência. Ou seja, todo o trajeto anteriorm ente percorrido de cons truir um a identidade tem de s er necessariamente desfeito ao nos depararmos com o problema saber X não-saber, conhecido Xdesco- nhecido. Saber e m edo se confron- tam , gerando a DÚVIDA. Saber resume-se a nomes de palavras, o resto é fórmula, álgebra, mágica. Ocorre assim um retorno ao caos e ao inevitável movimento do incessante reinventar: nenhum homem conhece o real Afinal de contas, conhecim en- to é s ó linguagem . O m ovimento, o efêmero nos move. É preciso com- preender que é breve a busca do lugar-pátria. É A QUESTÃO DA LINGUAGEM NA POESIA DE ARICY CURVELLO Cleber Pacheco a linguagem que nos vive Os dicionários e enciclopédias são os alicerces. Afirm a Otávio Paz (1982, p.37) “A palavra é o próprio homem. So- mos feitos de palavras”. Daí a bus ca pelo efêm ero, pelo instante e pelo movimento, própri- os da poética aricyana. Apoesia é mais que os nomes do nada e me- nos que os nomes de tudo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BOSI, Alfredo. O ser e o tempo da poesia. São Paulo: Cultrix,1983. CURVELLO, Aricy. 50 Poemas Escolhidos pelo Autor. Rio de Janeiro: Edições Galo Branco, 2007. Coleção 50 Poemas Escolhidospelo Autor, volume 25. ECO, Umberto. Obra aberta. São Paulo: Perspectiva, 1986. PAZ, Otávio. O arco e a lira . Tradu- ção de Olga Savary. Rio de Janeiro: Ed. Nova Fronteira, 1982, 2ª edição. Cleber Pacheco, escritor e crítico, é Mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Aricy Curvello di vulg aç ão

A QUESTÃO DA LINGUAGEM NA POESIA DE ARICY CURVELLO · Conselho Municipal de Educação. Num ardil de sonhos e palavras, lembranças e esquecimentos, vitóri-as e amarguras, levaram-no,

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Page 1: A QUESTÃO DA LINGUAGEM NA POESIA DE ARICY CURVELLO · Conselho Municipal de Educação. Num ardil de sonhos e palavras, lembranças e esquecimentos, vitóri-as e amarguras, levaram-no,

Ano XXIII Nº 279 nov embro de 2012

“O homem é homem graças àl inguagem”. Otávio Paz

A seleção de poem as feita porAricy Curvello para o livro 50 Poe-mas Escolhidos pelo Autor conse-gue manter uma impecável coerên-cia, des tacando com o ponto centralde sua temática, a questão da lin-guagem como fundamento da iden-tidade do hom em enquanto tal, pos-sib ilitando-nos analis ar s ua obra porum novo viés .

Durante a leitura podem os per-ceber que o poeta busca a funda-mentação da identidade do huma-no. Ele aborda a necessidade decriação, de cons trução, o ins tinto devida que nos impulsiona a fazer, re-fazer, recomeçar e recuperar aqui-lo que parece inacessível ou perdi-do devido tanto ao caos inicial e aodesconhecido, quanto a inexorávelpassagem do tempo.

Esta busca pela identidade sedá por meio da palavra. Graças aela lidamos com o insondável Mis -tério, com o Desconhecido, o Caos,o Pré-Histórico, podemos lidar comos mundos interno e externo, bus-camos a nos sa pá tria, tanto no sen-tido litera l quanto no de um lugar queserve de referência para nós sereshumanos.

O autor abre o livro abordandodiretamente a questão da linguageme das palavras, por meio do subs-tantivo, verbo e advérbio, tratandotambém a res peito da arte e da rea-lidade. A linguagem está relaciona-da tanto ao exis tir quanto ao viver. Apalavra é rio, fio, possibilidade, som,canção. É eco, mar e universo. Nobinômio palavra-realidade es tá pre-sente também o medo do desco-nhecido. A palavra é ainda imagemque des afia o escuro, o vazio, o dis -perso tentando dar-lhes alguma co-erência e ordem, lidando semprecom o limite.

Diz Um berto Eco (1986, p. 73)“a linguagem é o próprio fundamen-to da cultura”.

O poeta torna-se, então, odiscursador, pois ele nom eia o quesome, o fugaz. Ele preenche um im-portante papel, pois não há heróisou intérpretes . O poeta s itua-se en-tre o calar e o falar. Ele e a lingua-gem elaboram o fundamento, aconstrução do hum ano e do real. Épreciso ultrapassar o silêncio e ointerdito, vencer a paralisia, a dita-dura, a burocracia, o imperialismo,a imobilidade e refazer, como umoperário, a casa ou, como um sol-dado, o caminho. É fundamental re-começar, passando sempre peloprocesso morrer-renascer, reno-vando a história, fazendo-a avançar.A vida é um terno recom eçar

No poem a O Acampamento, opoeta trata a respeito do provisório,da necessidade de destruir paraconstruir, dos opostos natureza xcivilização, do princípio do m undo:

Nós nos alimentamos do quemorre.

Há uma esperança e, ao m es-mo tempo, uma teimosia ao tentarrefazer os antigos caminhos. O apo-drecim ento com prova a necess ida-de do recomeço. Entre aceitar e re-sistir, o instinto da vida busca so-brepujar o desgaste de tudo e háuma tentativa, tanto em âmbito hu-m ano quanto da própria exis tência,de recuperar o perdido. Para queisso possa acontecer, o autor colo-ca um a ques tão crucial, segundo oseu ponto de vista: o Eu.

Es te é, simbolicamente, nossaprimeira casa, moradia, cidade. Hánovam ente uma dualidade, a saber,Eu x Mundo e uma semelhança en-tre os opostos: ambos são únicose múltiplos . A busca da identidadedá-se pela palavra. Então Aricy nosremete ao poeta Fernando Pessoa,util izando ainda a expressãooutrônimos, criando imagens comoa m ás cara, o sem-ros to. A identida-de, portanto, é algo extremamentecom plexo. É fundam ental, mas ilu-sória. O Eu é mis to de som bra, luze escuridão. É um produto mental,mas a mente não é apenas racio-nal, está repleta de diferentes vo-zes , próxim a, não raro, da loucura,

oscilando entre o são e oinsano, sempre no limitede um e outro.

A loucura leva ao con-tato com o pré-histórico, om onstruoso, a vertigem , oinsondável mis tério, rem e-tendo o homem à ques tãomorte e vida. Todavia, o po-eta, mais do que a morte,questiona a vida. Assimtam bém faz o artista, m aisespecificamente o pintor.Os poemas a respeito deCézanne e Van Gogh tra-tam a respeito do proces-so de criação e da buscapor Algo, pelo absoluto,bem como a respeito dadicotomia coisas X aparên-cias .

Com o diria AlfredoBosi (1983, p. 21), ”O fe-nômeno verbal é um a con-quista na his tória dos mo-dos de franquear o interva-lo que medeia entre corpo e obje-to”.

Neste ponto, Aricy adota umnovo posicionamento, aprofundandoainda mais a ques tão ao ir demons-trando a necess idade de des truir ailusão do eu, pois há uma necessi-dade de despertar e compreenderque os m undos interno e externo sãoapenas aparência. Ou seja, todo otrajeto anteriorm ente percorrido decons truir um a identidade tem de s ernecessariamente desfeito ao nosdepararmos com o problem a saberX não-saber, conhecido X desco-nhecido. Saber e m edo se confron-tam , gerando a DÚVIDA.

Saber resume-se a nomes depalavras , o resto é fórmula, álgebra,mágica. Ocorre assim um retornoao caos e ao inevitável m ovim entodo incessante reinventar:

nenhum hom em conhece o real

Afinal de contas, conhecim en-to é só linguagem . O m ovimento, oefêmero nos move. É preciso com -preender que é breve a busca dolugar-pátria. É

A QUESTÃO DA LINGUAGEM NA POESIA DE ARICY CURVELLOCleber Pacheco

a linguagem que nos viveOs dicionários e enciclopédias

são os alicerces .Afirm a Otávio Paz (1982, p.37)

“A palavra é o próprio hom em . So-m os feitos de palavras”.

Da í a bus ca pelo efêm ero, peloinstante e pelo movimento, própri-os da poética aricyana. A poes ia émais que os nomes do nada e me-nos que os nom es de tudo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSI, Alfredo. O ser e o tempo dapoesia. São Paulo: Cultrix,1983.

CURVELL O, A ricy. 50 PoemasEscolhidos pelo Autor. Rio de Janeiro:Edições Galo Branco, 2007. Coleção 50Poemas Escolhidos pelo Autor, volume25.

ECO, Umberto. Obra aberta. SãoPaulo: Perspectiva, 1986.

PAZ, Otávio. O arco e a l ira . T radu-ção de Olga Savary. Rio de Janeiro: Ed.Nova Fronteira, 1982, 2ª edição.

Cleber Pacheco, escritor ecrítico, é Mestre em LiteraturaBrasileira pela Universidade

Federal do Rio Grande do Sul.

Aricy Curv ello

di vulgação

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Página 2 - nov embro de 2012

Rodolfo Konder

Rodolfo Konder é jornalista, Diretorda ABI em São Paulo e membro doConselho Municipal de Educação.

Num ardil de sonhos e palavras,lembranças e esquecimentos, vitóri-as e amarguras, levaram-no, em 20de março de 1992, as águas turvasdeste rio crepuscular que nos arras-ta para o mergulho def initivo e inson-dável. Agora, separado de nós pe-las compactas f lorestas do tempo, emnoite bem mais escura e misteriosado que a nossa, ele nos recoloca nogrande anfiteatro, arena de uma ba-talha permanente entre o amor e amor te.

Vemos em nosso próprio espe-lho a rosto grave, as mãos hábeis, ainquietação e a criatividade que nas-ceram lá atrás, na pequena cidadealagoana de Palmeira dos Índios,onde o grande mestre Graciliano Ra-mos e sua mulher Heloísa ouviam ospássaros e se aqueciam ao sol.

Nas ruas que atravessam o pas-sado do Rio de Janeiro, Ricardo deMedeiros Ramos fez-se jornalista,advogado, publicitár io e escritor,Abriu todas as portas dos anos dou-rados, publicou um livro de contos –Tempos de Espera – e se transferiu

O silêncio de Ricardo Ramospara São Paulo, trazendo na mala,“um profundo sentimento brasileiro”.(Jorge Amado)

Entre a alvorada e o anoitecer,o contista preciso, o f iccionista es-sencial invadiu dic ionários e enciclo-pédias, antologias e teses universi-tárias . Já não buscava “osentardeceres, os subúrbios e os con-f litos; buscava as manhãs, o centroe a serenidade” (Jorge Luís Borges).Recebeu diversos prêmios, inclusi-ve como romancista. Deu aulas, foiconferencista, presidiu a União Bra-sileira de Escritores e se tornou mem-bro da Academia Paulista de Letras.

Traduzido para o inglês, o es-panhol, o francês, o russo, o alemãoe o japonês , Ricardo Ramos teveseus livros adotados em colégios, eseus contos foram incluídos em vá-rias antologias escolares.

Mas é “no divino labirinto dosafetos” (Borges) que sua ausênciamais nos emociona. Os gestos lar-gos, a voz profunda, a f ina ironia. Ocigarro e o cafezinho. A paixão peloof ício de escritor. A solidariedade. Oamor às pessoas. Marise, os f ilhos,os amigos. O rigor dos caminhos eas bifurcações. Grande sertão, ve-redas. O nostálgico ritual dos encon-tros – e também os desencontros eas desilusões.

Do outro lado das portas e dossonhos, Ricardo Ramos e o nossoespelho cansado e o nosso desalen-to. E igualmente o nosso cristal, anossa magia, a face oculta do nossocotidiano, o leito imprevisível de to-dos os rios que c onvergem em cadaum de nós. Ainda ouvimos claramen-te o seu silêncio, que era “o princi-pal segredo do seu estilo” , comodefiniu Tristão de Athayde.

Lygia Fagundes Teles e Ricardo Ramos

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Infelizmente, no fechamento des ta edição,recebemos a notícia do falecimento, ocorrido nodia 22 de novembro, de Hernâni Donato, assinantee colaborador do jornal Linguagem Viva há maisde duas décadas.

O escritor, historiador, romancista, tradutor, jornalista e contistaHernâni Donato nasceu em 12 de dezembro de 1922, na cidade deBotucatu (SP). Pertencia à Academia Paulista de Letras (cadeira nº 20)e Academia Sul-Mato-Grossense de Letras (cadeira nº 1). Exerceu ocargo de presidente do Instituto Histórico e Geográf ico de São Paulo.

Autor dos romances O Rio do Tempo (o romance do Aleijadinho) , Ocaçador de esmeraldas, Chão Bruto, Selva Trágica, entre outros; doslivros de contos O Livro das tradições, Contos muito humanos e Babel;no gênero história, o Dicionário das Batalhas Brasileiras foi agraciadocom os principais prêmios brasileiros.

Laureado com os prêmios Afonso Arinos (1977) e Joaquim Nabuco(1988) da Academia Brasileira de Letras, com o prêmio especial da As-sociação Paulista de Críticos e Artes, com o Prêmio Clio, entre outros.

Jamais poderemos falar que f icou um vazio em nossas Letras eCulturas nacionais sem Hernâni Donato, porque a sua obra continuaráengrandecendo-as. O vazio permanecerá em nossos corações.

Sem palavras, deixamos o nosso minuto de silêncio.

Adeus, Hernâni DonatoRosani Abou Adal

Hernâni Donato

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Página 3 - nov embro de 2012

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Suzana Montoro, com OsHungareses , e Rosalvo A ció liJúnior, com Sonhos Imagi nár ios,atiram-se ao campo das Letras nosentido de buscar dos leitores o re-conhecimento de seus mér itos.

Ambos testemunham a vitalida-de da Literatura brasileira.

Os Hungareses,romance premiado

Os Hungareses (S. Paulo: Of í-cio das Palavras Editora, 2011), ro-mance de Suzana Montoro, cuida dodelicado problema dos imigrantes,incidindo o foco da narrativa sobreo aspecto humano da questão. Evi-ta o enfoque panfletário. Com fortedomínio da linguagem, palmilha asdiscrepâncias da perda e da des-truição de cer tas culturas, ante aindiferença dos demais povos, reu-nidos em organismos internacio-

nais, sob o signo retórico da solida-riedade.

Suzana Montoro relata a his-tória de um povo sem culpa, víti-ma da guerra dos outros, destituí-do de espaço próprio e de have-res. Faz f icção, documento e his-tória. E compõe seu relato de altopoder imaginativo, percor rendopasso a passo os caprichosos f iosdo destino.

Notável percurso obteve OsHungareses. Primeiro ingressouentre os dez autores estreantes de2011 indicados para o Prêmio ins-tituído pela Secretaria da Culturado Estado de São Paulo, visando

a incrementar a criação literária e aleitura. A seguir, o romance deSuzana Montoro logrou sensibilizara Comissão encar regada de sele-cionar a melhor de todas as obras.Aláurea recaiu sobre Os Hungareses ,que competia com as nove demaisnarrativas, todas de alto relevo ar-tístico. Creio que aqueles que apres-sadamente anunciam a morte do li-vro e a extinção do relato escr itodeveriam repensar sua antevisãoterrif icante. A f icção brasileira, inver-samente, eleva-se a condigno pa-tamar.

O ser acossado

Rosalvo Acioli Júnior é essen-cialmente um poeta de Maceió. Assugestões líricas a que dá voz pro-vêm da Capital alagoana . As impres-sões v isuais der ivam do céu e domar, sinalizados também pelos

seus habitantes v ivos: pássaros epeixes.

Da obra Maceió (Maceió: Edi-ção Independente, 1987) podemosextrair a busca designativa do locusnatal, já que o poema, na composi-ção "Amor a Maceió", se identif icaem tom confessional: "São tambémass im da raiz Maceió". No poema"Herança das águas" o torrão donascimento do poeta é contempla-do como "foz dos ventos", cidadeque, mais adiante se perf ila como"vertiginosa Maceió" e, por último, nomesmo contexto, é sentida como"rima e rumo, riso e siso". Parte opoeta, a seguir, a particularizar aci-dentes e locais que evocam a cida-de. "O gogó-da-Ema", por exemplo,"ardoroso fetiche vegetal" no poema"um homem atravessado", o eu-líri-co sussurra no f inal: "A cidade estádentro de mim." Igualmente, o eu-lírico no poema intitulado " Identida-de" se permite questionar: "Na terraem que nasci/ o que posso ser?"

Rosalvo Acioli Júnior, nos poe-mas que se seguiram à obra de1987, pontif ica acerca da infância edo período emocional, realizador do"eu" poético: o mundo perdido, a ino-cência dilacerada no plano das re-lações humanas: veja-se o dísticode "O menino distante": "Ah, meni-no, és dádiva estranha/ És meu de-sengano medonho".

Entra o poeta, porta a dentro,no interior da consciência atormen-tada da morte, cujo vislumbre inten-sif ica a paixão pela vida. A crise exis-tencial do poeta emerge no f inal de

"Mais uma vez". "Eis-me, aqui, ago-ra, recomposto / porque pequei sempecar,/ morri sem morrer."

Rosalvo Acioli Júnior presen-teia o leitor com um poema reflexi-vo, "A vida e a morte", cujo rematetraduz a visão desencantada doautor: "A vida e a morte são, enfim,/cavalos de ferro trotando/ sobre opeito aberto em feridas". Temos as-sim, em alta expressão, o relato desua crise existencial.

Experimente o leitor os acordesmais próximos de Sonhos Imaginá-rios, seu mais recente experimentoe tributo ao canto órf ico, no qual serefugiam as fontes inspiradoras e otecido elaborado das aspirações edesilusões do discurso lírico.

Breves notícias de Suzana Montoro eRosalvo Acioli Júnior

Fábio Lucas

Fábio Lucas é escritor, críticoliterário e membro da Academia

Paulista de Letras e da AcademiaMineira de Letras.

Suzana Montoro Rosalv o Acioli

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Página 4 - nov embro de 2012

Que este encer ramento do úl-timo Ciclo de Estudos Técnicas deOratória Dr. João Meireles Câmaracorrespondente ano letivo de 2012aqui no Pontif ício da UniversidadeCatólica de São Paulo, não seja umadeus, mas sim, uma despedida, di-gamos temporária. A c reditamosque nossas vidas continuarão en-trelaçando as afetividades aqui va-lorizadas e amalgamadas no enle-vo inspirado num humanismoenriquecedor de nossas consciên-cias. Essa constatação é resultan-te da soma dos valores reveladosatravés duma reciprocidade, afir-mando predicados éticos, morais e,acima de tudo, na busca de novoshorizontes para embasarmos nos-sa ex istência em conteúdosenriquecedores , liv rando-nos dovazio cultural que, infelizmente, pre-domina nas mesmices duma mídiaque afoga e descaracteriza nossoEu, como se pode facilmente obser-var em todos os povos . Es taconstatação é fruto do empenho daComissão Diretora do Mutirão Cul-tural que objetiva, permanentemen-te, c riar uma consciência c ritica.Es ta v isão é igualmenteconsequente dos ensinamentos dolinguista Noam Chomsky quandoafirma em seu últ imo liv ro: “Quan-do estudamos uma língua nós nosaproximamos do que alguns cha-mam de essênc ia humana” . E,como nós, quando insistimos na im-portância de sermos livres da pre-dominante pervers idade da mídiaque nos afoga, estamos, igualmen-te, afirmando que ser livre é respei-tar a raiz da natureza humana. Éesta a essencialidade dos objetivosnos quais nós nos empenhamosconstam, igualmente, do acervo re-f let ido em nosso comportamentoét ico, além de es tar inser ido emnossos textos, fundamentalmentenos DEZ PRINCÍPIOS que dãoembasamento à essência ética doMutirão Cultural.

Discurso aos formandos do último Ciclo de Estudos deOratória no Pontifício da Universidade Católica de São Paulo.

Carlos Frydman

EXORTAÇÃO AO SABER, À ÉTICA, À FRATERNIDADE E AO HUMANISMO, VALORES INTRÍNCECOS DO MUTIRÃO CULTURAL DA UBE

Caros colegas da ComissãoDiretora do Mutirão Cultural e pre-zados par ticipantes. Todos nós ja-mais esqueceremos que um dis-curso deve conter, minimamente, oExórdio, a A rgumentação e aPeroração, formas indispensáveispara darmos lógica e clareza aoconteúdo ao que pretendemos abor-dar. Portanto, forma e conteúdo de-vem ser harmonizadosconcomitantemente. Dentre os ob-jetivos do MC outros ensinamentosde ordem cultural e histórica estão,continuamente, presentes nasdivers if icadas experiênciasvivenciadas na rica heterogeneidadede convívio ético e afetivo, atravésduma empatia que f luiu naturalmen-te como um caudal de rios que de-ságuam no mar da harmonia quecaracterizam nosso convívio, nasposturas de companheirismo e re-ciprocidades. Daí, podermos af irmarque todos que participaram e os quevierem a participar no empenho des-ta atividade voluntária, jamais dirãoadeus. As lembranças dos aprendi-zados e o sentimento coletivo, nãose apagarão em nossas mentes ecorações. É como disse o escritorchinês, Lu Sin:

“Se me perguntarem qual é ocaminho, não saberei dizer. Porém,se os povos tomarem uma direção,surgirá o caminho”

O Mutirão Cultural tomou umadiretr iz objetivando a f ormaçãoduma Consciência Cr it ica queadvém da somatória abrangente dosdiversos objetivos que se refletemna oratór ia, tanto nos es tudos dobem falar, como nos exemplos dosque colaboram conosco, como con-ferencistas e professores das maisdiversas áreas . É exatamente dasomatória desta diversif icação queadveio uma visão holística, portan-to abrangente, viabilizando os cami-nhos inspirados nos ensinamentosdo escritor chinês.

No texto que elaborei a f im departicipar do livro A Oratória e Co-municação Intimista af irmei:

“Na oratória, o essencial é apalavra, a arte mais abrangente detodas as atividades do homem, des-de os primórdios quando o homemconseguiu se expressar em pala-vras. Indubitavelmente, as palavraslevaram o homem à condição deHOMO SAPIEN, expressão usadapor Henri Bérgson para indicar ohomem como único animal inteli-gente em face dos demais – Dicio-nário Prático da Língua Portuguesa).

A palav ra ou o verbo, comoqueiram, segundo a Gênese, o pri-meiro livro de Moisés: “A terra, po-rém, era sem forma e vazia: haviatrevas sobre a face do abismo, e oespírito de Deus pairava por sobreas águas. Disse Deus: haja luz; ehouve luz”. Para os estudiosos doJudaísmo e outras religiões este éo fator pelo qual se atribui à palavraum poder c riador. E, mesmo, paraos não religiosos , a palav ra é,indubitavelmente, determinante. Daíé possível afirmar: o homem pas-sou a depender essencialmente daspalavras além do ar de dos alimen-tos. A palavra, portanto, é o desdo-bramento do próprio EU. Fica, obvi-amente, subtendido que a lingua-gem é uma composição de palavrasque nos possibilitam sermos enten-didos e entender o que os outrosigualmente utilizam para serem en-tendidos. Isso não é, s implesmen-

te, uma obviedade, mas a únicacondição da humanidade conviver.Com muita propr iedade, podemosconcluir que nossa vida só se tornaplena através das palav ras quecompõe nossa linguagem.

Há mais de um século e meio,o f ilosofo Frederik Engels ao desen-volver um longo estudo sobre a Ide-ologia Alemã af irmava: “a comuni-cação não é apenas uma das fun-ções da linguagem, pelo contrario,a linguagem pressupõe lógica e,fatual mente, a interação das pes-soas. A linguagem como a consci-ência, só surge da necessidade dointercâmbio com os outros” . Hoje,após cento e sessenta anos, NoamChomsky, talvez o maior linguis tanorte americano, contemporâneo,tem afirmado que: “dentre dos prin-cípios comuns todas as linguagensposs ibilitam uma comunicação cri-ativa e livre entre as pessoas”. E,conclui: “dentro de uma ampla pers-pectiva histórica e científ ica, pode-mos nos auxiliar absorvendo, namedida do possível, o desenvolvi-mento de nossa cultura neste mo-mento de afirmação his tórica queatravessamos, onde se vislumbramos caminhos viáveis para avançar-mos nos processos pelos quaiscons truímos uma verdadeira DE-MOCRACIA .

CONSEQUENTEMENTE, OMUTIRÃO CULTURA L DA UNIÃOBRA SILEIRA DE ESCRITORES ea COMISSÃO DIRETORA DOMUTIRÃO, COMPOSTA DE SUELICARLOS, JOÃO MEIRELES CÂ-MARA E CARLOS FRYDMAN, TÊMNA S PALAVRA S E NOS ATOS, AFORÇA HA RMÔNICA QUE NOSETERNIZA M NA GRA NDEZA DENOSSA PÁTRIA E DE TODOSQUE NOS A COMPANHA M E DOSQUE V IERAM A NOS INTEGRA R.

Carlos Frydman, da ComissãoDiretora do Mutirão Cultural daUBE, é membro do Conselho

Nacional de Escritores, autor daTrilogia das Buscas (EditoraPerspectiv a) dentre outros.

João Meireles Câmara

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lgação

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Vestibular & ConcursosSonia Adal da Costa

Sonia Adal da Costa, professora de cursos preparatórios paraconcursos públicos e v estibular, formada pela Univ ersidade

de São Paulo, é pós-graduada em Teatro Infanto-Juvenilpela Univ ersidade de São Paulo.

Indicador Profissional

Em agosto, Nilva Mariani lan-çou mais um livro, com o título BazarLiterário. Batizar uma obra requercuidado e sutilezas. O nome de ba-tismo deste f ilho mais recente dagrande escritora foi muito bem esco-lhido. Ela está muito à vontade, es-colhendo textos sem preconceito degêneros, temas. Abre o livro com obelo poema A Magia da Palavra,publicado na Antologia Poética Ave,Palavra! (Funpec-Editora, 2009). Éum texto antológico, retrato vivo daescritora, por sua erudição, f ilosof ia,religiosidade, amor à Natureza e àsArtes.

Logo a seguir vêm poemas, in-tercalados de textos em prosa poéti-ca, como o Se Eu Pudesse Dizer (pá-ginas 34 e 35), de um lirismo delica-do e um toque de erotismo, quandocanta a f igura do pai, artista e poeta.Talento é genético? Seguem verda-deiras aulas preciosas de Teoriada Literatura, como em O Poema emProsa (págs. 36,37,38) , onde elaenfatiza os sábios conceitos dos pro-fessor Massaud Moisés.

Nilva conhece profundamenteas literaturas Francesa, Portuguesae Brasileira. Nota-se, na pr imeira,uma predileção pelo autor mundial-mente famoso, Proust. Temos, emBazar Literário, um capítulo sobre ogrande romancista francês (1871-1922), de quem se af irma que a his-tória do romance tem duas faces,antes e depois de Proust, autor de ÀProcura do Tempo Perdi do, títulogeral de um trabalho que englobasete outros romances. Segue-se umconto da própria Nilva, sob o títuloMeu Conto de Proust, onde narrauma interessante experiência com as“madalenas ”; se em Par is asbolachinhas mágicas inspiraramProust a escrever sua obra mais fa-mosa, com Nilva, a magia não acon-

BAZAR LITERÁRIOEly Vieitez Lisboa teceu, talvez porque mudou geogra-

f icamente o episódio, transferindo-o para Lisboa...

A partir da pág. 45, vem umasérie de textos (Crônicas? Contos?),alguns com características mais vi-síveis do gênero do conto, outrosmais leves, como crônicas variadassobre temáticas diversas, como re-miniscências, ou narrativas meio f i-losóf icas, ou abordando assuntospopulares, como em Brasil X Brasil,Evoé, Momo!, ou ainda relembrandofilmes famosos e até um texto pito-resco, Montagem (pág. 72), no quala autora joga com uma série de títu-los cinematográf icos, em uma espé-cie de mixagem inteligente e criativa.

Sem nenhum preconceito oucritério especial, há textos sobre Cri-anças (pequenas narrativas) e emseguida, o didático A Reforma da Lín-gua Portuguesa, o texto alicerçadona Bíblia, Lições de Jesus. Assim,sem preocupação com a diversida-de temática, seguem reminiscênciasda infânc ia, defesa da injustiçadaclasse do Professor, problemas naEducação, alguns textos criticando adesonestidade e a corrupção políti-ca.

A par tir da página 45 há umasérie de textos , alguns com caracte-rísticas mais visíveis do gênero doconto, outras mais leves. Na página125 inicia o excelente artigo sobreFernando Pessoa e o Ocultismo. Pro-fundo, inteligente, Nilva chama aatenção para caminhos diversos aserem estudados em Fernando Pes-soa. São veredas que a autora apon-ta.

Bazar Literário é um livro rico,var iado e atraente. No f inal, NilvaMariani coloca vários tex tos sobresua obra, escritos por amigos e es-critores, que realçam seu importan-te papel na cultura e na literatura.

Ely Vieitez Lisboa é escritora. E-mail: elyv [email protected]

AMIGO DO PEITOCaio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro é escritor,crítico literário e membro

do Instituto Histórico eGeográfico de São Paulo.

1) Coloque (C ) ou ( E ).

( ) Foi a Venezuela e à Roma.( ) Gosto de comprar à prazo.( ) Ficou cara a cara com o pe-

rigo.( ) Não me dirigir à você.( ) Todos são iguais perante a

le i.( ) Não devia nada à ninguém.( ) Media pressão hora à hora.

Resposta; F, F, V, F, F, F, F.

Com nomes delugar colocaremoscrase, se trocarmospor vim da, se for vim de não have-rá crase, ou seja, vim da Venezuelae de Roma.

Na segunda frase não há cra-se, pois é palavra masculina.

Com palavras repetidas não seusa crase.

Diante de pronomes, não seusa crase, portanto não há craseem: a você e a ninguém.

- Ele mora ali naquele corredorestreito, que vai dar na outra rua. Jálhe mostrei. Se ele me achar vem denovo com a mesma conversa mole.Me sacaneou. Me deve os tubos.Conheci ele através do irmão, que émeu amigo do peito, e nem mora comele. Vive num sítio. Já lhe falei disso.Guardou bem o pau-de-fogo? Poisme deve uma fortuna, de uns servi-ços que f iz com ele. E sempre meembromando. Não tem erro. Ele andasempre com aquele blusão azul.Você já viu. E vai, vai, que ele deveestar lá. Lhe espero debaixo daque-la árvore, na praça, do outro lado dasaída do corredor. Não tenha medo.Lhe pago bem. O número, já disse,é quarenta e cinco. Bata na porta.Ele abriu, mande fogo. Ninguém vailhe pegar. É meio escuro. Certo?Então tchau. Depois do serviço fei-to, passe por mim, me entregue opau-de-fogo e lhe encontro no lugarcombinado. Oquei? Vai, vai.

Dispensou-o e foi esperá- lodebaixo da árvore da praça.

Gente entrava e saía do corre-dor estreito. Passeou debaixo da ár-vore, apanhou uma folha, mordiscou-a.

Não demorou muito ouviu doistiros. E, do meio dos que entravam esaiam do corredor, ele surgiu e foiapressado em sua direção. Devol-veu-lhe a arma e ainda sorriu:

- Bati. Ele abriu e mandei fogo.Dois furos no blusão azul.

- Vai embora, vai. A gente seencontra naquele lugar combinado.

Gente entrava cor rendo nocorredor meio escuro. Alguém tocou-lhe o ombro. Virou-se, os olhos es-bugalharam-se, balbuciou:

- Não está com o blusão azul?Você só anda com ele ...

- Emprestei ao meu irmão, quevocê chama de amigo do peito. Eleestá lá me esperando e quer lhe ver.Ah, vou te pagar tudo. O pacote estálá comigo.

E admirou-se:- Uai: Você es tá vendo? Que

diabo es tá acontecendo no meubeco? Que gente toda é aquela queestá entrando lá? Vamos. Vem.

Saiu quase correndo para casa:- Deve ser briga numa das lan-

chonetes. Vamos. Quero entregar oseu dinheiro. E você se encontra como seu amigo do peito.

Indeciso, absorto, não sabia oque falar e nem como se mover. Sóolhava para o beco que se afunilavade gente.

- Anda, cara. Vem logo. O meuirmão está lá, o teu amigo do peito.E quero dar o teu dinheiro.

Nada ouvia. Ausente de tudo.Estático.

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Saulo nasc ido em Tarso naÁsia Menor, judeu fariseu convictopossuindo também cidadania roma-na, foi para Damasco lá pela meta-de do primeiro século cristão juntocom alguns soldados , prender se-guidores de Jesus que ali haviamse refugiado fugindo da sanha as-sassina de seu algóz implacável.Antes de chegar ao destino de re-pente, uma claridade intensa ofus-cou-o, o cavalo onde ia montadoassus tou-se estancando brusca-mente, derrubando o cavaleiro.Saulo caiu de cara no chão, apavo-rado porque não conseguia quaseenxergar. Surgiu no meio daluminosidade uma f igura de homem.

Eu via Aglai,Talia e Eufrosinano fundo da paisagem,adivinhadas à distâncianum deserto poeirento,véu de areia dourada,raleada...fraudulenta.

Aglai sorria.Talia encantava.Eufrosina cantava.E de braços enlaçados,frontes guirlandadas,as três Graças valsavam,valsavam...valsavam.

Eu via Aglai,Talia e Eufrosina.Só não via as górgonas:Eteno, Euriale,Medusa.

(Ano1995)*As Graças e As Górgonas:Mitologia grega.

AS GRAÇASDébora Novaes de Castro

Débora Nov aes de Castro, dasAcademias Cristã de Letras e

Paulista Ev angélica de Letras,é associada da UBE-SP

e outras Instituições culturais.

Saulo de Tarso = Paulo de Tarso = São Paulo ApóstoloSaulo tentou nervosamente f ixaraquela imagem e perguntou: - Quemés senhor ?

- Saulo Saulo, porque me per-segues? Sou Jesus Cristo.

Ato contínuo tudo desapareceumenos a cegueira na qual Saulo f i-cou mergulhado. Um companheiro dejornada levantou-o da terra colocan-do na garupa do próprio animal eseguiram para Damasco. Saulo nãoparava de repetir: - Jesus me cegou,Jesus me cegou...

Nos arredores da cidade para-ram. O companheiro avisou: - É aqui,vamos.

Saulo obedeceu, cegos não ti-nham vontade alguma, seguiam osguias. Um idoso abriu a porta semdizer nada. Depois sentenciou: - Es-

tou esperando vocês, entrem.Foi amparando Saulo até a

cama, ajudando-o a se deitar.- Jesus Cristo me cegou eu o vi,

você acredita?- Sim.- E agora? Vou f icar deste jei-

to? Pref iro morrer.O ancião manteve-se calado lim-

pando com um pano o rosto e osolhos de Saulo cheios de areia. De-vagar adormeceu pensando que que-ria morrer e não f icar cego, o orgu-lho nato ainda falava por ele. Quan-to tempo dormiu nem ele saberia di-zer, mas ao acordar estava enxergan-do tudo. Levantou-se de um pulo,abraçando comovido aquele homems imples com tamanho poder decura...

- Fui só o instrumento que Je-sus Cristo usou para te salvar.

Saulo não podia entender, per-seguira tanto os cristãos tinha asmãos encharcadas pelo sanguedeles, em troca Jesus lhe devolviaa visão. Ali jurou para si mesmo quenão seria mais Saulo de Tarso masPaulo de Tarso o novo pregador dafé em Cristo, a qualquer preço.

Preso e condenado em Romapor estar divulgando o cristianismoteve o privilégio de ser decaptadoa crucif icção era proibida para ci-dadãos romanos. A posteridade, emvista do juramento f ielmente cum-prido transformou-o em São PauloApóstolo.

Odette Mutto

Ela chegadia a diaandafala comigo

Embrulha o estômagocegaafastaa fome e a comida

Desmanchaaos poucoso que chamava vidaO que chamava a vida

AproximaçãoEunice Arruda

Eunice Arruda é poeta, contista. In"Poesia Reunida", EditoraPantemporâneo, SP, 2012.

Somos feitosde carnee os sonhossão voláteis.

II. CONTRASTEDjanira Pio

Djanira Pio é escritora, poeta e contista.

Odette Mutto é escritora,contista e dentista.

DespedidaLino Vitti

Quando entardece a vida e um sol pobre e enfermiçodiz adeuses ao sonho e aos encantos do amor,eu me ponho a chorar (chorar por causa disso?)porque as sombras já vêm, põe-se em fuga o calor.

Onde está tudo quanto, envolvido em feitiço,foi um tesouro imenso espargindo luzor?O passado interrogo e as saudades atiço,tudo em vão... tudo em vão... Vem da noite o pavor!

Tarde minha que vens , frigidamente triste,és, suponho, e talvez, gesto de despedida,um anseio final que ainda em mim persiste.

Eu sei que levas junto , inteira, a minha vida,és dolorido adeus a que ninguém resiste,és despedida, sim... Então, adeus, querida!

Poesia premiada em 2º lugar em concurso da Itália.

Lino Vitti é escritor, poeta, contista,cronista e membro da Academia

Piracicabana de Letras.O Príncipe dos Poetas de Piracicaba é autor

de Antes que as Estrelas brilhem,entre outros livros.

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Notícias de PiracicabaLançamentos & LivrosEça - O Gênio - o Homem - um grande Amor

(vida e obra), de Sonia Salles, Editora Kelps, 164páginas, Goiânia (GO). A autora é poeta, ensaísta,histor iadora e membro do Instituto Histórico e Geo-gráf ico de São Paulo, da Academia Carioca de Le-tras, da Sociedade Eça de Queiroz-Rio, entre outrasentidades. A obra aborda a vida e a obra de Eça deQueiroz e reúne fotos e documentos históricos so-bre o autor de O Crime do Padre Amaro.

Editora Kelps: w w w.kelps.com.brSonia Sales: [email protected]

Memórias de um sobrevivente - a verdadeirahistória da ascensão e queda da Manchete, deArnaldo Niskier, Editora Nova Fronteira, Rio de Janeiro,328 páginas. O autor é escritor, jornalista pedagogo,Doutor em Educação, editor do Jornal de Letras e mem-bro da Academia Brasileira de Letras. A obra é um im-portante documentário sobre a história da revista Man-chete que inclui um encarte fotográf ico. Niskier, que tra-balhou durante 37 anos nas Empresas Bloch, conta so-bre o seu convívio com os responsáveis pela Manchete,um dos maiores sucessos editoriais do Brasil.

Editora Nova Fronte ira: w ww.novafronteira.com.br

Oratória e Comunicação Intimista, de JoãoMeireles Câmara, RG Editores , São Paulo, 454 pági-nas. O autor, escritor e advogado, ministra cursos deintrodução à oratória ligados ao Mutirão Cultural daUBE. A obra retrata noções de Oratória e Retórica, atrajetória do Mutirão Cultural da UBE, o CORB, entreoutros temas. A página 288 abriga o texto LinguagemViva, discurso que João Meireles Câmara proferiu quan-do o jornal recebeu Ordem de Mérito da Ordem dosVelhos Jornalistas.

RG Editores: w w w.rgeditores.com.br

O Sarau Literário Piracicabano, coorde-nado por Ana Marly de Oliveira Jacobino, serárealizado no dia 11 de Dezembro, terça-feira, às19 horas, na Biblioteca Municipal. Os homena-geados serão Mário Lago e a atriz piracicabanaLivia Foltran Spada.

Edson Rontani Jr lança o livro 30 ANOS –UNIODONTO PIRACICABA, no dia 27 de novem-bro, quarta-feira, às 20 horas, na Biblioteca Mu-nicipal, Rua Saldanha Marinho, 333. A obra re-trata a his tór ia de sucesso da cooperativaUniodonto.

Luzia Stocco e Ivana França de Negriforam selecionadas para fazer parte do livro dos50 anos da Associação Nacional de Escritores,a mais antiga instituição cultural de Brasília quedeu origem a outras entidades, como a Acade-mia Brasiliense de Letras e o Sindicato de Escritores no Distrito Federal.

Ivana Maria França de Negri, membro da Academia Piracicabana deLetras, foi classif icada em 3º lugar no 25º FEPOC - Festival de Poemas deCerquilho -, com o poema Cíclico. Recebeu o prêmio de R$ 500,00 e terá otexto publicado na antologia. A acadêmica Carmen Fernandes Pilotto foi lau-reada com Menção Honrosa no mesmo concurso.

O Clip realizou reunião no dia 24 de novembro, na Biblioteca Munici-pal, a última mensal do ano. http://golp-piracicaba.blogspot.c om.br/2012/11/convite-lancamento-de-livro-bilingue.html

A Festa de confraternização do Clube Literário de Piracicaba será re-alizado no dia 15 de dezembro, às 15 horas, na Biblioteca Municipal RicardoFerraz de Arruda.

Irineu Volpato lançou Humanity/Tessituras, livro de poemas bilíngue,com tradução de Sílvia Oliveira, no dia 24 de novembro, no Metrópolis CaféPiracicaba.

Vanderlei Benedito Bastos lançou Dandara, conto infanto-juvenil,com ilustrações de Carmelina de Toledo Piza. O livro conta a história damenina Dandara e sobre o seu contato com a cultura Africana e Afro-Brasi-leira, baseados nos relatos da avó.

Eliana Rosso Costa, professora aposentada, doou 34 obras fac-similadas importantes para a Biblioteca Pública Municipal Ricardo Ferraz deArruda Pinto. As doações foram os 16 volumes de Sermões do Padre Vieira,de 1689; 14 volumes da obra completa de Padre Manuel Bernardes, de1739; 3 volumes de As Crônicas de Palmeirim de Inglaterra, de Francisco deMorais, escrita entre 1541 e 1544, e a Gramática da Língua Portuguesa, dePadre Anchieta, edição de 1595.

di vulgação

Ivana França de Negri

Drumm ond e o Ele fante Ger aldão , deFernando Jorge, Editora Novo Século, 176 páginas,Alphaville, São Paulo (SP). O autor é escritor, jor-nalista, biógraf o, historiador, c r ít ico literár io,dicionarista e enciclopedista. A obra apresenta fa-tos inéditos da vida de Drummond e mostra os se-guintes fatos: Drummond e o “médium” Vinícius deMoraes ; a divergênc ia entre Drummond e LuízCarlos Pres tes ; o poeta Drummond achava queJânio Quadros era o Hitler do Brasil; o juízo do poe-ta sobre os nossos políticos corruptos. FernandoJorge, durante quase trinta anos, foi confidente dopoeta Drummond.

Editora Novo Século: w w w.novoseculo.com.br

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

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Linguagem Viva

Página 8 - nov embro de 2012

Prof. Sonia

Notícias

Audál io Dantas lançou Asduas guerras de Vlado Herzog: daPerseguição Nazi sta na Europa àMorte sob Tortura no Brasil, no dia13 de novembro, no Sindicato dosJornalistas no Estado de São Paulo.A obra tem como ponto de partida asaga da família Herzog em sua fugadesesperada da Iugoslávia para lon-ge do holocausto - a primeira guerraque Vladimir enfrentou. A segundafoi vivida foi no Brasil quando suavida lhe foi duramente tirada na es-curidão de uma sala de tortura.

A Revista Machado de Assis ,editada pelo Centro Internacional doLivro da Fundação Biblioteca Nacio-nal, está recebendo trechos traduzi-dos, em inglês, espanhol e alemãode obras literárias de f icção e cria-ção poética, até o dia 9 de dezem-bro, para o segundo número da re-vista. A terceira edição abrigará tex-tos dedicados à literatura para cri-anças e jovens, que deverão serenviados até o dia 20 de janeiro. In-formações: w w w.bn.br ou pelo tele-fone (21) 2220-2057.

Ely V ieitez Lis boa lançou asegunda edição de Os Girassóis deGirona, no dia 13 de novembro, emRibeirão Preto.

Ziraldo, que completou 80 anosno dia 24 de outubro, com obras edi-tadas pela Melhoramentos, está comos livros Menino Quadradinho eFlicts sendo negociados para publi-cação em Israel e na Espanha.

Napoleão Valadare s lançouRomanos, pela André Quicé Editores,com apoio da Associação Nacionaldos Escritores, no dia 29 de outubro,em Brasília.

A Campanha #doeumlivro,que nasceu no tw itter, vai até o dia31 de janeiro. As doações podem serfeitas nas lojas da Droga Raia.

A Primavera dos Livros, orga-nizada pela Liga Brasileira de Edito-ras, aconteceu de 22 a 25 de novem-bro, no Parque da Juventude, Av.Cruzeiro do Sul, 2.630, em São Pau-lo. w ww.libre.org.br

Andreia Donadon Leal, DivaPavesi, Nilze de A thayd Lieh, e,Marilza Albuquerque de Castro toma-ram posse como Membros Honorári-os da Academia Maçônica de Artes,Ciências e Letras do Estado do Riode Janeiro, no dia 12 de novembro.Na solenidade foram laureados coma Medalha Jorge Amado os poetasaldrav istas de Mar iana, Gabr ielBicalho, J.S.Ferreira, J.B.Donadon-Leal, Andreia Donadon Leal e o can-tor Martinho da Vila.

O Prêmio Jabuti, promov idopela Câmara Brasileira do Livro, re-alizará a cerimônia de entrega dasláureas, no dia 28 de novembro, às19 horas, na Sala São Paulo, em SãoPaulo. w w w.premiojabuti.com.br/re-sultado-fase2-2012

A 7ª edição da Balada Literá-ria, organizada por Marcelino Freire,será realizada de 28 de novembro a2 de dezembro, na Vila Madalena ena Avenida Paulista, em São Paulo.Raduan Nassar será o autor home-nageado.

Pedr o Paulo Filho lançouCamargo Freire - o pintor da paisa-gem de Campos do Jordão, com fo-tos da coleção de Edmundo Ferreirada Rocha.

O Ministério da Educação,através da Portaria da Secretaria deEducação Básica, publicada em 29de outubro, divulgou as 360 obrasselecionadas para o Programa Naci-onal Biblioteca da Escola.

O Primeiro Festival de Lite-ratura e Ilustração da Bahia, queseria realizado de 27 de novembro a1 de dezembro, foi adiado.

Ler, revista literária portuguesada Editora Círculo de Leitores, na edi-ção de novembro abriga entrevistasde Alberto Manguel e JK Row ling, umensaio de Eduardo Lourenço, home-nagem a Manuel A ntónio Pina e ascrônicas de José Eduardo Agualusae Inês Pedrosa. http://w w w.w ook.pt/f icha/revista-ler-novembro-2012/a/id/14385314

A Câmara Brasileira do Livro,em Assembleia realizada no dia 6 denovembro, definiu os integrantes daComissão Eleitoral: Isis Valéria Go-mes, Carlos Tauf ik Haddad e CosmoJuvela.

István Monók, bibliotecário,bibliógrafo e ex-diretor geral da Na-c ional Széchenyi Biblioteca daHungria, visitou a Divisão de ObrasRaras da Biblioteca Nacional.

Sonia Salles foi agraciada como Prêmio Joaquim Norberto da UniãoBrasileira de Escritores do Rio deJaneiro, na categoria de História como livro D. Pedro II e seus amigos Ju-deus. A cerimônia de entrega daláurea foi realizada na Academia Bra-sileira de Letras.

O Instituto Vladimir Herzoglançou Os cartazes desta história, li-vro que reúne manifestações políti-cas da América Latina em prol dosDireitos Humanos. A obra é parte doprojeto Resistir é Preciso..., que res-gata a memória da resistência con-tra a ditadura.

Lumens, livro organizado pelaescritora mineira aldravista AndreiaDonadon Leal e editado pela AldravaLetras e Artes e Academia de Letras,Artes e Ciências Brasil, foi laureadocom o Prêmio Walmir Ayala 2012, daUBE- RJ.

Hilda Mendonça lançou o ro-mance A Grande Virada, pela Fun-dação de Ensino Superior de Pas-sos, MG, durante a primeira feira delivro de Passos - FLIPASSOS.

Escritores & Companhia, A s-sociação dos escritores e artistas dePassos (MG) , é secretar iada porHilda Mendonça.

Rodolfo Zalla lançou Dese-nhando Carruagens, pela EditoraCriativo. A obra reúne ilustrações pró-prias e de outros autores para con-tar a história da evolução das carru-agens em várias culturas diferentese de épocas distintas.

A Coleção Biblioteca BásicaBrasileir a – BBB, em homenagemaos 90 anos de nascimento do an-tropólogo, educador e escritor DarcyRibeiro, foi lançada no dia 25 de ou-tubro, pela Fundação Darcy Ribeiro,Editora UnB e Fundação BibliotecaNacional.

Augusto Brandão, executivoda Fundação Brasileira de Teatro,enviou mensagem ao jornal Lingua-gem Viva endereçado ao colabora-dor Rui Ribeiro referente ao artigoUM LIVRO ITINERANTE DE AUTORESQUECIDO , publicado na primeirapágina da edição nº 236, sobre aobra literária de Odilon Azevedo.Odilon é um dos fundadores da Fun-dação Brasileira de Teatro.

A Revista Malabia, que circulana Espanha, Argentina e Uruguai, naedição nº 53, publica o artigo FábioLucas: um mestre aos 80 anos, deautor ia de A r icy Curvello.w w w .revistamalabia.com

Doberman, romance gráf icocriado por Felipe D’Andrea, conta ahistória de Mirian, uma garota judiae seu vizinho alemão, dono do ca-chorro. A trama mistura fatos reais,suspense e uma série de assassina-tos. w ww.dobermancomics.com

O Prêmio Paraná de Literatu-ra 2012 laureou na categoria roman-ce Sergio Y vai à América, de A lexan-dre V idal Porto, prêmio Manoel CarlosKaram; Papis et circensis, de JoséRoberto, prêmio Newton Sampaio(contos); e As maçãs de antes, deLila Maia, prêmio Helena Kolody (po-esias). Os autores receberão R$ 40mil e terão suas obras publicadaspela Biblioteca Pública do Paraná.

Dorothea Nürnberg, membrodo PEN Clube Aus tríaco, lançou oromance Filha do Sol (Tochter DerSonne), pela Oficina Editores, comtradução de Erika Lopes. A publica-ção é a primeira cooperação inter-nacional do Pen Austríaco, Pen Clu-be do Brasil e a Oficina Editores.

O Ministério da Cultura lan-çou editais voltados aos artistas ne-gros, que visam o incentivo de pon-tos de leitura de cultura negra, a for-mação de novos escritores e elevaro número de pesquisadores e de pu-blicações de autores negros.

Rabino Henry Sobel, AudálioDantas e José Augusto Camargo

André Freire - SJSP