A Realidade e a Imagem

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    1/15

    A realidade e a imagem

    O arranha-céu sobe no ar puro lavado pela chuvaE desce refetido na poça de lama do pátio.Entre a realidade e a imagem, no chão seco que as separa,Quatro pombas passeiam.

    O Bicho

    i ontem um bicho!a imund"cie do pátio#atando comida entre os detritos.

    Quando achava alguma coisa,

    !ão e$aminava nem cheirava%Engolia com voracidade.

    O bicho não era um cão,!ão era um gato,!ão era um rato.

    O bicho, meu &eus, era um homem.

    Manhã

    &eslumbro-me

    de imenso

    Mattina

    '(illumino

    d(immenso

    Cielo e mare

    m)illuminod)immenso

    con un brevemotodi sguardo.

    SOLEIL

    Quelqu(un vient de partir

    &ans la chambre

    *l reste un soupir

    +a vie déserte

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    2/15

    +a rue

    Et la entre ouverte

    /n ra0on de soleil

    1ur la pelouse verte

    SOL

    2lguém acaba de partir

    !o quarto

    3esta um suspiro

    2 vida deserta

    2 rua

    E a 4anela aberta

    /m raio de sol

    1obre a grama verde

    bucólica

    2gora vamos correr o pomar antigo

    5icos aéreos de patos selvagens

     6etas verde entre olhas

    E uma passarinhada nos vaia

    !um tamarindo

    Que decola para o anil

    7rvores sentadas

    Quitandas vivas de laran4as maduras

    vespas

    Fábula de Polifemo e alat!ia8...9

    :

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    3/15

    ;uarnici debe, menos aire purola caverna prounda, que a la pe=a?

    caliginoso lecho, el seno obscuroser de la negra noche nos lo ense=ainame turba de nocturnas aves,gimiendo tristes 0 volando graves.

    ;uarnição tosca deste escolho duro

    troncos robustos são, a cu4a grenha

    menos lu> deve, e menos deve ar puro

    a caverna prounda, do que @ penha?

    caliginoso leito, é o seio obscuro

    da negra noite% a ensinar tal se empenha

    iname turba de noturnas aves,

    gemendo tristes e voando graves.

    8...9

    *&e este, pues, ormidable de la tierra

    boste>o, el melancolico vac"o

    a Aoliemo, horror de aquella sierra,

    barbara cho>a es, albergue umbr"o

    8...9

    **

    /n monte era de miembros eminenteéste, que - de !eptuno hi4o Bero -de un o4o ilustra el orbe de su rente,émulo casi del ma0or lucero?c"clope a quien el pino más valiente,bast

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    4/15

    vuela sin orden, pende sin aseo?un torrente es su barba impetDoso,que - adusto hi4o de este Airineo -su pecho inunda, o tarde, o mal, o en vanosurcada aun de los dedos de su mano.

    *

    !o la 6rinacria en sus monta=as Beraarm< de crueldad, cal>< de viento,que redima ero>, salve ligera,su piel manchada de colores ciento%pellico es 0a la que en los bosques eramortal horror al que, con paso lento,los bue0es a su albergue reduc"a,pisando la dudosa lu> del d"a.

    8...9

    ***!ina, de &oris hi4a, la más bella,adora, que vio el reino de la espuma.;alatea es su nombre 0 dulce en ellael terno enus de sus ;racias suma.1on una 0 otra luminosa estrellalucientes o4os de su blanca pluma%si roca de cristal no es de !eptuno,paventes olhos de sua branca pluma%

    1e rocha de cristal não é de !etuno,

    Aavão de nus é, cisne de Funo

    8...9

    ***

    +a ugitiva nina, en tanto, dondehurta un laurel su tronco al 1ol ardiente,tantos 4a>mines cuanta hierba escondela nieve de sus miembros, da a una uente.

    &ulce se que4a, dulce le respondeun ruise=or a otro 0, dulcemente,

    G

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    5/15

    da a sus o4os la armon"a,por no abrasar con tres soles el d"a.

    *

    1alamandria del 1ol, vestido estrellas,

    latiendo el #an del cielo estaba, cuando- polvo el cabello, hHmidas centellas,si no ardientes al4 es mi personade innumerables cabras el verano.IQué muchoJ, si de nubes se coronapor igualarme la monta=a en vano,0 en los cielos, desde esta roca, puedoescribir mis desdichas con el dedo.

    +***

    'ar"timo alcK

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    6/15

    corriente plata al Bn sus blancos huesos,lamiendo fores 0 argentando arenas,a &oris llega, que con llanto p"o,0erno lo salud

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    7/15

    Lors$uil 'ut de retour en'inDans sa *atrie le sa&e !l#sse/on vieux chien de lui se souvintPr6s dun ta*is de haute lisse/a 'emme attendait $uil rev7nt

    Lé*oux ro#al de /acontaleLas de vaincre se réjouitQuand il la retrouva *lus *8leDattente et damour #eux *8lis4aressant sa &aelle m8le

    (ai *ensé à ces rois heureuxLors$ue le 'aux amour et celle

    Dont je suis encore amoureuxeurtant leurs ombres in'id6les%e rendirent si malheureux

    :...;

    dieu 'aux amour con'onduvec la 'emme $ui séloi&nevec celle $ue jai *erdue

    Lannée derni6re en llema&neEt $ue je ne reverrai *lus

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    8/15

    @vro&nes *ieux et larronsux ste**es et au décalo&ue

    :...;

    Lhiver est mort tout ennei&é,n a br2lé les ruches blanchesDans les jardins et les ver&ersLes oiseaux chantent sur les branchesALe *rintem*s clair lavril lé&er 

    %ort dimmortels arras*idesLa nei&e aux boucliers dar&ent

    Buit les dendro*hores lividesDu *rintem*s cher aux *auvres &ensQui resourient les #eux humides

    :...;

    Destins destins im*énétrables-ois secoués *ar la 'olieEt ces &relottantes étoilesDe 'ausses 'emmes dans vos litsux déserts $ue lhistoire accable

    Luit*old le vieux *rince ré&ent>uteur de deux ro#autés 'olles/an&lote"t"il en # son&eantQuand vacillent les lucioles%ouches dorées de la /aint"(ean

    Pr6s dun ch8teau sans ch8telaineLa bar$ue aux barcarols chantants/ur un lac blanc et sous lhaleineDes vents $ui tremblent au *rintem*s

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    9/15

    (uin ton soleil ardente l#reCr2le mes doi&ts endoloris>riste et mélodieux délire(erre à travers mon beau Paris/ans avoir le coeur d# mourir 

    Les dimanches s# éternisentEt les or&ues de Carbarie san&lotent dans les cours &risesLes 'leurs aux balcons de ParisPenchent comme la tour de Pise

    /oirs de Paris ivres du &in

    Blambant de lélectricitéLes trama#s 'eux verts sur léchine%usi$uent au lon& des *ortéesDe rails leur 'olie de machines

    Les ca'és &on'lés de 'umée4rient tout lamour de leurs ti&anesDe tous leurs si*hons enrhumésDe leur &ar)ons v5tus dun *a&ne

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    10/15

    +@-bas on 4oue au cache-cache

    !ous 4ouons @ colin-maillard

    5eau$ rves

    'adeleine ce qui n(est pas @ l(amour est autant de perdu

    os photos sur mon coeur

    Et les mouches métalliques petits astres d(abord

    2 cheval @ cheval @ cheval @ cheval

    O plaine partout des trous oV végRtent des hommes

    O plaine oV vont les bo0au$ comme les traces sur le bout des doigts au$monumentales pierres de ;ravrinis

    'adeleine votre nom comme une rose incertaine rose des vents ou du rosier

    +es conducteurs s(en vont @ l(abreuvoir @ N Wm d(ici

    Aerthes Xurlus 5eausé4our noms pYles et toi ille sur 6ourbe

    #imetiRres de soldats croi$ oV le Wépi pleure

    +(ombre est de chairs putreBées les arbres si rares sont des morts restés debout

    OuKs pleurer l(obus qui passe sur ta tte

    Alan"cies &esolação inerno das moscas Poguetes o verde o branco o vermelho

    1alvas de L bombas nas trincheiras como quando em quatro estala-se para deleretirar a poeira um grande tapete

    5uracos semelhantes a catedrais g

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    11/15

    E as moscas metálicas pequenos astros de in"cio

    2 cavalo a cavalo a cavalo a cavalo

    Z plan"cie por toda parte buracos onde os homens vegetam

    Z plan"cie onde se estendem os corredores como os traços na ponta dos dedos nasmonumentais pedras de ;avrinis

    'adeleine seu nome como uma rosa incerta rosa dos ventos ou da roseira

    Os condutores vão ao bebedouro a N Wm daqui

    Aerthes Xurlus 5eausé4our nomes pálidos e tu ille sur 6ourbe

    #emitérios de soldados cru>es onde o quepe chora

    2 sombra é de carnes putreatas as árvores tão raras são mortos que se mantmem pé

    Ouve chorar o obus que passa sobre tua cabeça.

    A palavra lisol

    letra L 'ornece *ensamento às *edras

    En$uanto os anjos da ssist5ncia

    Pensam em *arar o automFvel.

    Quem virG na curva da ruaH

    Pode vir o &i&ante da IuatemalaA

    Pode saltar das Frbitas do vestido

    , seio de uma doente.

    Posso eu mesmo *arar na es$uina da ruaA

    Entrar subitamente no automFvel

    os &ritos

    EA derrubando os anjos da ssist5nciaA

    Coxear com a eternidade.

    Tédio na varanda

    esito entre as ancas da morena

    Deslocando a ruaA

    E o mistério do 'im do homemA *or exem*lo.

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    12/15

    DormirJ

    s camélias lambem

    , sexo de teus lGbios

    ,s *Gssaros da verti&em

    Cicam estGtuas de *ano.

    , mar 'ala a lKn&ua de *

    En$uanto eu no tenho

    Pés de vento

    %os de metal.

    s botas de sete *edras4omem lé&uas de aborrecimento.

    Os amantes submarinos

    Esta noite eu te encontro nas solidMes de coral

    ,nde a 'or)a da vida nos trouxe *ela mo.

     +o cume dos redondos lustres em concha

    !ma dan)arina se des'olha.

    ,s sonhos da tua in'8ncia

    Desenrolam"se da boca das sereias.

    &rande borboleta verde do 'undo do mar 

    Que sF nasce de mil em mil anos

    deja em torno a ti *ara te servirA

    *resentando"te o es*elho em $ue a G&ua se miraA

    E os 'inos *eixes amarelos e auis

    4irculando nos teus cabelos

    >raem *ronto o lK$uido *ara adormecer o esca'andrista.

    %er&ulhamos sem *avor 

     +estas 'undas re&iMes onde dorme o veleiroA

    N es*era $ue o irreal no se levante em aurora

    /obre nossos cor*os $ue retornam à G&ua do *araKso.

    :

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    13/15

    Abismo

    >odos me indicam o caminho contrGrio.

    Cebi na mOsica

    E 'echei"me a sFs com o sonho.

    Quando acordei

    aviam destruKdo os &ramo'ones

    E a treva anterior envolvia a cidade.

    , mar *assava nos bra)os!ma *ulseira de mortos.

    bri um *é de ma&nFlia

    Dando sombra ao %inotauro.

    Desde ento

    %eu *eito é ona de &uerraA

    Bi um eixo com as estrelas.

    *oesia em *Gra"$uedas

    >anto desce como sobe.

     JANELA DO CAOS 

    1

    >udo se *assa

     +um E&ito de corredores aéreos.

     +uma &aleria sem l8m*adas

    N es*era de $ue l&uém

    Des'ira o violoncelo

    " ,u teu cora)oH

    ul de &uerra

    :...;

    11

    C

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    14/15

    P5ndulo $ue marcas o com*asso

    Do desen&ano e solidoA

    4ede o lu&ar aos tubos do Fr&o soberano

    Que ultra*assa o tem*o

    Pulsa)o da humanidade

    Que desde a ori&em até o 'im

    Procura entre tédios e lG&rimasA

    Pela carne miserGvelA

    Entre colares de san&ueA

    Entre incerteas e abismosA

    Entre 'adi&a e *raerA bem"aventuran)a.

    lém dos maresA além dos aresA

    Desde as ori&ens até o 'imA

    lém das lutasAembaladoresA

    4oros serenos de voes mistasA

    De 'unda es*eran)a e branca harmonia

    /ubindo vo.

    %oturno & 'anela do a(artamento

    1ilencioso cubo de treva%

    um salto e seria a morte.

    'as é apenas, sob o vento,

    a integração na noite.

    !enhum pensamento de inYncia,

    nem saudade nem vão prop

  • 8/20/2019 A Realidade e a Imagem

    15/15

    2 soma da vida é nula.

    'as a vida tem tal poder%

    na escuridão absoluta,

    #omo l"quido, circula.

    1uic"dio, rique>a, cincia...

    2 alma severa se interroga

    e logo se cala. E não sabe

    se é noite, mar ou distYncia.

     6riste arol da *lha 3asa.

    L