Upload
vinicius-barbieri
View
215
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
1/15
A realidade e a imagem
O arranha-céu sobe no ar puro lavado pela chuvaE desce refetido na poça de lama do pátio.Entre a realidade e a imagem, no chão seco que as separa,Quatro pombas passeiam.
O Bicho
i ontem um bicho!a imund"cie do pátio#atando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
!ão e$aminava nem cheirava%Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,!ão era um gato,!ão era um rato.
O bicho, meu &eus, era um homem.
Manhã
&eslumbro-me
de imenso
Mattina
'(illumino
d(immenso
Cielo e mare
m)illuminod)immenso
con un brevemotodi sguardo.
SOLEIL
Quelqu(un vient de partir
&ans la chambre
*l reste un soupir
+a vie déserte
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
2/15
+a rue
Et la entre ouverte
/n ra0on de soleil
1ur la pelouse verte
SOL
2lguém acaba de partir
!o quarto
3esta um suspiro
2 vida deserta
2 rua
E a 4anela aberta
/m raio de sol
1obre a grama verde
bucólica
2gora vamos correr o pomar antigo
5icos aéreos de patos selvagens
6etas verde entre olhas
E uma passarinhada nos vaia
!um tamarindo
Que decola para o anil
7rvores sentadas
Quitandas vivas de laran4as maduras
vespas
Fábula de Polifemo e alat!ia8...9
:
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
3/15
;uarnici debe, menos aire purola caverna prounda, que a la pe=a?
caliginoso lecho, el seno obscuroser de la negra noche nos lo ense=ainame turba de nocturnas aves,gimiendo tristes 0 volando graves.
;uarnição tosca deste escolho duro
troncos robustos são, a cu4a grenha
menos lu> deve, e menos deve ar puro
a caverna prounda, do que @ penha?
caliginoso leito, é o seio obscuro
da negra noite% a ensinar tal se empenha
iname turba de noturnas aves,
gemendo tristes e voando graves.
8...9
*&e este, pues, ormidable de la tierra
boste>o, el melancolico vac"o
a Aoliemo, horror de aquella sierra,
barbara cho>a es, albergue umbr"o
8...9
**
/n monte era de miembros eminenteéste, que - de !eptuno hi4o Bero -de un o4o ilustra el orbe de su rente,émulo casi del ma0or lucero?c"clope a quien el pino más valiente,bast
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
4/15
vuela sin orden, pende sin aseo?un torrente es su barba impetDoso,que - adusto hi4o de este Airineo -su pecho inunda, o tarde, o mal, o en vanosurcada aun de los dedos de su mano.
*
!o la 6rinacria en sus monta=as Beraarm< de crueldad, cal>< de viento,que redima ero>, salve ligera,su piel manchada de colores ciento%pellico es 0a la que en los bosques eramortal horror al que, con paso lento,los bue0es a su albergue reduc"a,pisando la dudosa lu> del d"a.
8...9
***!ina, de &oris hi4a, la más bella,adora, que vio el reino de la espuma.;alatea es su nombre 0 dulce en ellael terno enus de sus ;racias suma.1on una 0 otra luminosa estrellalucientes o4os de su blanca pluma%si roca de cristal no es de !eptuno,paventes olhos de sua branca pluma%
1e rocha de cristal não é de !etuno,
Aavão de nus é, cisne de Funo
8...9
***
+a ugitiva nina, en tanto, dondehurta un laurel su tronco al 1ol ardiente,tantos 4a>mines cuanta hierba escondela nieve de sus miembros, da a una uente.
&ulce se que4a, dulce le respondeun ruise=or a otro 0, dulcemente,
G
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
5/15
da a sus o4os la armon"a,por no abrasar con tres soles el d"a.
*
1alamandria del 1ol, vestido estrellas,
latiendo el #an del cielo estaba, cuando- polvo el cabello, hHmidas centellas,si no ardientes al4 es mi personade innumerables cabras el verano.IQué muchoJ, si de nubes se coronapor igualarme la monta=a en vano,0 en los cielos, desde esta roca, puedoescribir mis desdichas con el dedo.
+***
'ar"timo alcK
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
6/15
corriente plata al Bn sus blancos huesos,lamiendo fores 0 argentando arenas,a &oris llega, que con llanto p"o,0erno lo salud
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
7/15
Lors$uil 'ut de retour en'inDans sa *atrie le sa&e !l#sse/on vieux chien de lui se souvintPr6s dun ta*is de haute lisse/a 'emme attendait $uil rev7nt
Lé*oux ro#al de /acontaleLas de vaincre se réjouitQuand il la retrouva *lus *8leDattente et damour #eux *8lis4aressant sa &aelle m8le
(ai *ensé à ces rois heureuxLors$ue le 'aux amour et celle
Dont je suis encore amoureuxeurtant leurs ombres in'id6les%e rendirent si malheureux
:...;
dieu 'aux amour con'onduvec la 'emme $ui séloi&nevec celle $ue jai *erdue
Lannée derni6re en llema&neEt $ue je ne reverrai *lus
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
8/15
@vro&nes *ieux et larronsux ste**es et au décalo&ue
:...;
Lhiver est mort tout ennei&é,n a br2lé les ruches blanchesDans les jardins et les ver&ersLes oiseaux chantent sur les branchesALe *rintem*s clair lavril lé&er
%ort dimmortels arras*idesLa nei&e aux boucliers dar&ent
Buit les dendro*hores lividesDu *rintem*s cher aux *auvres &ensQui resourient les #eux humides
:...;
Destins destins im*énétrables-ois secoués *ar la 'olieEt ces &relottantes étoilesDe 'ausses 'emmes dans vos litsux déserts $ue lhistoire accable
Luit*old le vieux *rince ré&ent>uteur de deux ro#autés 'olles/an&lote"t"il en # son&eantQuand vacillent les lucioles%ouches dorées de la /aint"(ean
Pr6s dun ch8teau sans ch8telaineLa bar$ue aux barcarols chantants/ur un lac blanc et sous lhaleineDes vents $ui tremblent au *rintem*s
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
9/15
(uin ton soleil ardente l#reCr2le mes doi&ts endoloris>riste et mélodieux délire(erre à travers mon beau Paris/ans avoir le coeur d# mourir
Les dimanches s# éternisentEt les or&ues de Carbarie san&lotent dans les cours &risesLes 'leurs aux balcons de ParisPenchent comme la tour de Pise
/oirs de Paris ivres du &in
Blambant de lélectricitéLes trama#s 'eux verts sur léchine%usi$uent au lon& des *ortéesDe rails leur 'olie de machines
Les ca'és &on'lés de 'umée4rient tout lamour de leurs ti&anesDe tous leurs si*hons enrhumésDe leur &ar)ons v5tus dun *a&ne
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
10/15
+@-bas on 4oue au cache-cache
!ous 4ouons @ colin-maillard
5eau$ rves
'adeleine ce qui n(est pas @ l(amour est autant de perdu
os photos sur mon coeur
Et les mouches métalliques petits astres d(abord
2 cheval @ cheval @ cheval @ cheval
O plaine partout des trous oV végRtent des hommes
O plaine oV vont les bo0au$ comme les traces sur le bout des doigts au$monumentales pierres de ;ravrinis
'adeleine votre nom comme une rose incertaine rose des vents ou du rosier
+es conducteurs s(en vont @ l(abreuvoir @ N Wm d(ici
Aerthes Xurlus 5eausé4our noms pYles et toi ille sur 6ourbe
#imetiRres de soldats croi$ oV le Wépi pleure
+(ombre est de chairs putreBées les arbres si rares sont des morts restés debout
OuKs pleurer l(obus qui passe sur ta tte
Alan"cies &esolação inerno das moscas Poguetes o verde o branco o vermelho
1alvas de L bombas nas trincheiras como quando em quatro estala-se para deleretirar a poeira um grande tapete
5uracos semelhantes a catedrais g
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
11/15
E as moscas metálicas pequenos astros de in"cio
2 cavalo a cavalo a cavalo a cavalo
Z plan"cie por toda parte buracos onde os homens vegetam
Z plan"cie onde se estendem os corredores como os traços na ponta dos dedos nasmonumentais pedras de ;avrinis
'adeleine seu nome como uma rosa incerta rosa dos ventos ou da roseira
Os condutores vão ao bebedouro a N Wm daqui
Aerthes Xurlus 5eausé4our nomes pálidos e tu ille sur 6ourbe
#emitérios de soldados cru>es onde o quepe chora
2 sombra é de carnes putreatas as árvores tão raras são mortos que se mantmem pé
Ouve chorar o obus que passa sobre tua cabeça.
A palavra lisol
letra L 'ornece *ensamento às *edras
En$uanto os anjos da ssist5ncia
Pensam em *arar o automFvel.
Quem virG na curva da ruaH
Pode vir o &i&ante da IuatemalaA
Pode saltar das Frbitas do vestido
, seio de uma doente.
Posso eu mesmo *arar na es$uina da ruaA
Entrar subitamente no automFvel
os &ritos
EA derrubando os anjos da ssist5nciaA
Coxear com a eternidade.
Tédio na varanda
esito entre as ancas da morena
Deslocando a ruaA
E o mistério do 'im do homemA *or exem*lo.
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
12/15
DormirJ
s camélias lambem
, sexo de teus lGbios
,s *Gssaros da verti&em
Cicam estGtuas de *ano.
, mar 'ala a lKn&ua de *
En$uanto eu no tenho
Pés de vento
%os de metal.
s botas de sete *edras4omem lé&uas de aborrecimento.
Os amantes submarinos
Esta noite eu te encontro nas solidMes de coral
,nde a 'or)a da vida nos trouxe *ela mo.
+o cume dos redondos lustres em concha
!ma dan)arina se des'olha.
,s sonhos da tua in'8ncia
Desenrolam"se da boca das sereias.
&rande borboleta verde do 'undo do mar
Que sF nasce de mil em mil anos
deja em torno a ti *ara te servirA
*resentando"te o es*elho em $ue a G&ua se miraA
E os 'inos *eixes amarelos e auis
4irculando nos teus cabelos
>raem *ronto o lK$uido *ara adormecer o esca'andrista.
%er&ulhamos sem *avor
+estas 'undas re&iMes onde dorme o veleiroA
N es*era $ue o irreal no se levante em aurora
/obre nossos cor*os $ue retornam à G&ua do *araKso.
:
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
13/15
Abismo
>odos me indicam o caminho contrGrio.
Cebi na mOsica
E 'echei"me a sFs com o sonho.
Quando acordei
aviam destruKdo os &ramo'ones
E a treva anterior envolvia a cidade.
, mar *assava nos bra)os!ma *ulseira de mortos.
bri um *é de ma&nFlia
Dando sombra ao %inotauro.
Desde ento
%eu *eito é ona de &uerraA
Bi um eixo com as estrelas.
*oesia em *Gra"$uedas
>anto desce como sobe.
JANELA DO CAOS
1
>udo se *assa
+um E&ito de corredores aéreos.
+uma &aleria sem l8m*adas
N es*era de $ue l&uém
Des'ira o violoncelo
" ,u teu cora)oH
ul de &uerra
:...;
11
C
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
14/15
P5ndulo $ue marcas o com*asso
Do desen&ano e solidoA
4ede o lu&ar aos tubos do Fr&o soberano
Que ultra*assa o tem*o
Pulsa)o da humanidade
Que desde a ori&em até o 'im
Procura entre tédios e lG&rimasA
Pela carne miserGvelA
Entre colares de san&ueA
Entre incerteas e abismosA
Entre 'adi&a e *raerA bem"aventuran)a.
lém dos maresA além dos aresA
Desde as ori&ens até o 'imA
lém das lutasAembaladoresA
4oros serenos de voes mistasA
De 'unda es*eran)a e branca harmonia
/ubindo vo.
%oturno & 'anela do a(artamento
1ilencioso cubo de treva%
um salto e seria a morte.
'as é apenas, sob o vento,
a integração na noite.
!enhum pensamento de inYncia,
nem saudade nem vão prop
8/20/2019 A Realidade e a Imagem
15/15
2 soma da vida é nula.
'as a vida tem tal poder%
na escuridão absoluta,
#omo l"quido, circula.
1uic"dio, rique>a, cincia...
2 alma severa se interroga
e logo se cala. E não sabe
se é noite, mar ou distYncia.
6riste arol da *lha 3asa.
L