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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO
Curso de Enfermagem
KAREN CASTRO DOS SANTOS
LUCIMARA RAQUEL RODRIGUES
A RELAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE O PROFISSIONAL DE
ENFERMAGEM E O PACIENTE
Bragança Paulista
2010
Karen Castro dos Santos - 001200700471
Lucimara Raquel Rodrigues - 001200700783
A RELAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE O PROFISSIONAL DE
ENFERMAGEM E O PACIENTE
Trabalho de Conclusão de Curso, do Curso de
Enfermagem da Universidade São Francisco
sob orientação da Prof.ª Dra. Beatriz Helena
M. A. Verri, como exigência para conclusão
do curso de graduação em Enfermagem.
Bragança Paulista
2010
DEDICATÓRIA
Dedicamos este trabalho de conclusão da graduação de enfermagem aos nossos pais, irmãos,
sobrinhos, familiares, namorado, noivo e amigos que de muitas formas nos incentivaram e
ajudaram para que fosse possível a concretização deste trabalho.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos:
A Deus que nos fez obra viva em suas mãos de artista, pela infinita bondade ao nosso
lado, nos momentos tristes e felizes na conquista desse sonho almejado e alcançado.
À professora Beatriz Verri, pela orientação rigorosa e amiga. Este trabalho só foi
possível porque ela acreditou em nós, pela presença nas diversas etapas da pesquisa e pela
disposição em ouvir nossas duvidas, sugestões, criticas e desabafos.
Aos colegas de turma, que de alguma forma contribuíram para a nossa realização
compartilhando dos bons e maus momentos, demonstrando no cotidiano o que é ser uma
equipe.
Aos nossos amigos de um modo especial: Claudia Moraes, Dulcinea Lopes, Helen
Barbosa, Luciana Quevedo, Rafael Ferreira e Thais Campos pelo apoio, força e
compreensão que tiveram conosco, nunca vamos esquecer tudo que fizeram por nós.
Ao corpo docente pela atenção empenho e afeto que sempre demonstraram para com
todos os alunos de forma imparcial e justa
A nossa família, pela dedicação e compreensão que tiveram conosco durante esses
semestres nas nossas ausências corporais, mas nunca sentimental.
Ao meu pai José Teodoro, que se encontra nos braços amorosos de Deus.
Ao meu pai João Castro, a quem amo muito e que está sempre ao meu lado, na correria
do dia-a-dia, compartilhando todos os momentos de minha vida.
As nossas mães Cida e Omelinda, que amamos muito, acompanharam todos nossos
problemas e dificuldades enfrentadas para que hoje nós pudéssemos realizar este sonho. Suas
orações, seu jeito de cuidar de nós e seu apoio fazem a gente se sentir seguros para trilhar o
caminho escolhido.
5
Aos nossos irmãos Kemila, Kinara, Talvane e Luciane pelo apoio e colaboração,
sabemos que vocês lutaram e sonharam juntos com nós. Amamos vocês.
Ao meu namorado Fabrício e ao meu noivo Leonardo pela compreensão, carinho e
incentivo.
A minha tia Cidinha que sempre me apoiou para que eu pudesse estudar e dedicar a
profissão que temos abraçado. Sem a senhora, não seria possível.
Aos nossos antigos amigos que permaneceram conosco mesmo com toda a distância,
provocada por este curso. Em especial à Adriana e Kenia. O contato é pouco, mas o carinho
é imenso.
Aos que tive o privilégio de trabalhar, com quem pude aprender, e que tiveram
paciência com os meus erros. Sou muito grata por toda a experiência que adquiri com cada
um de vocês. Por serem muitos não os nomearei aqui, mas em meu coração estarão pra
sempre.
A minha amiga e companheira Karen que sempre fez meu coração sorrir, até mesmo
quando não estava disposta, esteve presente nos momentos de dificuldades e de alegria, nos
meus momentos de angustias e choros, foi uma das primeiras que me ajudou a levantar nos
momentos de querer desistir, que me aconselhou quando me senti sozinha, e me deu força
quando eu não estava muito animada. Enfim, obrigada por tudo amiga, com você aprendi
muito e você sabe disso.
A minha amiga e companheira Lucimara meu eterno carinho e gratidão. Passamos por
muitas situações difíceis ao longo desses quatro anos, mas sempre juntas. Fomos sempre
amigas e trabalhamos sempre em equipe. Obrigada por proporcionar tantas alegrias ao
longo desse trajeto árduo, mas que hoje podemos dizer que VENCEMOS!
Senhor, obrigada pelo fim de mais essa etapa!
"A cada vitória o reconhecimento devido ao meu Deus, pois só Ele é digno de toda
honra, glória e louvor”.
Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como
o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse
todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a
minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser
queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o
Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com
indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a
injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O Amor
nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo
ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando
vier o que é perfeito, então o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava
como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser
homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas
então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou
conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior
destes é o Amor.
“Capitulo 13 da episola, 1Coritios,que Paulo fala grandiosamente sobre amor.”
7
SUMÁRIO
RESUMO
1.0 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 10
2.0 REVISÃO DE LITERATURA ........................................................................................ 12
2.1 A IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO INTERPESSOAL ENTRE O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM E
O PACIENTE ............................................................................................................................ 12 2.2 A CONSTRUÇÃO DE UM VÍNCULO ENTRE O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM E O PACIENTE
.............................................................................................................................................. 13 2.3 A COMUNICAÇÃO ENTRE O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM E O PACIENTE ...................... 14 2.4 O PAPEL DOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE .............................. 15 2.5 A IMPORTÂNCIA DO ACOLHIMENTO NA ENFERMAGEM FRENTE AO PACIENTE ................... 16
3.0 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................. 17
4.0 OBJETIVOS ..................................................................................................................... 19
4.1 OBJETIVOS GERAIS .......................................................................................................... 19 4.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................. 19
5.0 METODOLOGIA ............................................................................................................. 20
5.1 TIPO DO ESTUDO .............................................................................................................. 20 5.2 CONTEXTO DO ESTUDO .................................................................................................... 20 5.3 POPULAÇÃO DO ESTUDO .................................................................................................. 20 5.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ............................................................................ 20
5.4.1 Critério de Inclusão ................................................................................................. 20
5.4.2 Critérios de exclusão ............................................................................................... 20
5.5 COLETA DE DADOS .......................................................................................................... 20 5.6 PROCEDIMENTOS ............................................................................................................. 21
5.6.1 Procedimento Ético Legal ....................................................................................... 21
5.6.2 Procedimento de Coleta de Dados .......................................................................... 21
5.6.3 Procedimento de Análise dos Dados ....................................................................... 21
5.7 ASPECTOS ÉTICOS ............................................................................................................ 22 5.8 ORÇAMENTO .................................................................................................................... 22
6.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..................................................................................... 23
6.1 REFERENTE AOS PACIENTES QUE FREQÜENTAM A POLICLÍNICA ÁLVARO SILVA “ALEIXO”
.............................................................................................................................................. 23 6.1.1 Dados socioeconômicos .......................................................................................... 23
6.1.2 Frequência de utilização do serviço de saúde......................................................... 24
6.1.3 Vínculo com o profissional de saúde ....................................................................... 25
6.1.4 Relacionamento com a Equipe de enfermagem ....................................................... 26
8
6.2 REFERENTE AOS PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM QUE ATUAM NA POLICLÍNICA ÁLVARO
SILVA “ALEIXO” .................................................................................................................... 29 6.2.1 Dados socioeconômicos .......................................................................................... 29
6.2.2 Avaliação do profissional em relação ao vínculo construído com o paciente ........ 30
6.2.3 Relacionamento Profissional x Usuário .................................................................. 31
6.2.4 Relacionamento efetivamente realizado na assistência .......................................... 33
6.2.5 Comunicação Usuário x Paciente ........................................................................... 36
7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 37
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 39
APÊNDICE ............................................................................................................................. 45
APÊNDICE A ....................................................................................................................... 45 Instrumento de Coleta de dados aplicado aos profissionais de enfermagem da
Policlínica Álvaro Silva “Aleixo” .................................................................................... 45
APÊNDICE B ....................................................................................................................... 47 Instrumento de Coleta de dados aplicado aos pacientes da Policlínica Álvaro Silva
“Aleixo” ........................................................................................................................... 47
APÊNDICE C ....................................................................................................................... 48 Termo de Consentimento Livre e Esclarecido .................................................................. 48
9
LISTA DE TABELAS E QUADROS:
Tabela 1 - Caracterização da amostra estudada segundo idade, sexo, escolaridade, estado civil
e raça na Unidade Cambuí MG 2010 (n = 15)..........................................................................23
Tabela 2 - Caracterização da amostra estudada segundo quantas vezes por semana é atendido
na Policlínica. Cambuí MG 2010 (n = 15)................................................................................25
Quadro 1 – Profissional referido pelo usuário como o de preferência e justificativa. Cambuí
MG 2010 (n = 15).....................................................................................................................26
Tabela 3 - Caracterização da amostra estudada segundo como os pacientes se relacionam
com o profissional de enfermagem. Cambuí MG 2010 (n = 15).............................................27
Tabela 4 - Caracterização da amostra estudada segundo idade, sexo, categoria, escolaridade,
estado civil, raça, e tempo de atuação na Unidade. Cambuí MG 2010 (n = 15).......................29
Quadro 2 - Distribuição da avaliação do profissional em relação ao vínculo construído com o
paciente. Cambuí MG 2010 (n = 15)........................................................................................31
Quadro 3 - Distribuição da avaliação do profissional de enfermagem referente ao
relacionamento frente ao paciente. Cambuí MG 2010 (n = 15)................................................32
Tabela 5 - Caracterização da amostra estudada segundo como os profissionais de
enfermagem se relacionam com os pacientes. Cambuí MG 2010 (n = 15)..............................35
Quadro 4 - Caracterização da amostra estudada frente à comunicação entre os profissionais
de enfermagem e o paciente e sugestões que os profissionais têm para melhorar neste sentido.
Cambuí MG 2010 (n = 15)........................................................................................................36
10
RESUMO
A relação interpessoal entre o profissional de Enfermagem e o paciente
Karen Castro dos Santos
Lucimara Raquel Rodrigues
O desenvolvimento das relações interpessoais é a mola existencial que o ser humano possui
para alcançar uma integração real e um rendimento efetivo do acolhimento para que o vínculo
se estabeleça. Para que isto aconteça, é necessário que se saiba ouvir e tenha capacidade para
lidar com sentimentos do próximo. O estudo teve como objetivo abordar a relação
interpessoal entre o profissional de enfermagem e o paciente. Utilizamos uma abordagem
quantiqualitativa, na modalidade pesquisa de campo. Foram entrevistados 15 profissionais de
enfermagem e 15 pacientes da Policlínica Álvaro Silva “Aleixo”, em Cambuí, Minas Gerais.
Foram abordadas questões referentes a acolhimento, comunicação, relacionamento
interpessoal e criação de vínculo. Os resultados obtidos demonstraram que os profissionais de
enfermagem concordam que o vínculo é fundamental para que influencie no sucesso do
tratamento. Entretanto, isso não acontece na prática, pois a visão holística se interrompe ao se
deparar na “falta de tempo”, ou seja, uma realidade vivenciada pelos profissionais de
enfermagem entrevistados. Concluímos que a relação interpessoal entre o profissional de
enfermagem e o paciente é de fundamental importância para que este vínculo aconteça, e
assim, seja prestada uma assistência de qualidade, onde o contato se torna um forte elo.
Destarte, a satisfação se faz presente na vida do paciente e, conseqüentemente na vida do
profissional de enfermagem.
Palavras-Chave: vínculo, acolhimento, relação interpessoal, comunicação
1.0 INTRODUÇÃO
Para construirmos uma relação eficaz, é necessário que haja confiança. Assim acontece
na enfermagem. A confiança é o foco principal entre o profissional de enfermagem e o
paciente, pois, um se identifica com o outro e acabamos fazendo com que sejam
compartilhadas experiências, sentimentos, alegrias, tristezas, medos e confidências. Além de
11
contribuirmos para um ambiente harmonioso e prazeroso, proporcionamos melhora da
qualidade de vida do paciente, bem como uma sensação ímpar de missão cumprida para nós,
profissionais de enfermagem.
A relação entre paciente e profissional envolve química. Muitas vezes, conseguimos
saber o que o paciente espera da gente através de um simples olhar, sem nem sequer abrir a
boca.
O relacionamento enfermagem-paciente é de suma importância no desenvolvimento das
ações assistenciais, pois há a interação de duas pessoas, uma que necessita de ajuda e a outra
que oferece ajuda. O profissional de enfermagem é capacitado para prestar assistências, bem
como cuidados. Por sua vez, o paciente é um ser único, o qual necessita ser cuidado. Desta
maneira, um complementa o outro, de forma com que seja alcançado o objetivo principal de
recuperação e promoção de saúde.
Durante a prestação do cuidado é realizado um contato especial com o paciente. Este
contato acaba se tornando um ponto forte para a construção de um vínculo entre ambas as
partes. Devido a este vínculo, o profissional de enfermagem acaba sendo visto pelo paciente,
às vezes, como um membro de sua própria família.
Freqüentemente o paciente e o profissional de enfermagem acabam tendo um contato
maior entre si do que com sua própria família. Com isso, aumenta o carinho, a confiança, a
vontade de estar sempre ajudando e de ser sempre ajudado. Além disso, se dá presente
também a satisfação de saber que o objetivo de prestar o cuidado da melhor forma possível
está sendo alcançado, causando uma sensação indescritível de satisfação e missão cumprida,
sendo extremamente gratificante.
A enfermagem e o paciente se aproximam no momento em que descobrem que seus
laços afetivos se reforçam a partir do cuidado que um tem pelo outro, pois é percebido que há
cumplicidade mútua envolvida na relação interpessoal existente. É nosso papel transmitir aos
pacientes a sensação de segurança, confiança e companheirismo, mostrando que somos
amigos para todas as horas e que podem contar sempre conosco, independente do motivo que
vieram nos procurar.
Nós, profissionais de enfermagem temos uma visão diferente do “cuidar”. Olhamos para
o paciente como um todo, e não somente para a doença. Para que este processo se dê, é
preciso conhecer o paciente e a melhor maneira é através da comunicação, pois são obtidas
informações necessárias da vida cotidiana do mesmo. É nosso dever confortar, escutar,
12
compreender, ajudar nas horas difíceis, respeitar seu ponto de vista cultural frente a diversas
situações, além de orientar quanto às condutas necessárias para que o tratamento seja seguido
de forma eficaz.
A partir de um relacionamento interpessoal adequado, em que acaba sendo depositada
confiança, aos poucos o paciente se entrega cada vez mais.
É importante focar que, em certas ocasiões, uma simples conversa, acaba sendo a cura
que o paciente precisa, pois muitas vezes ele nos procura para tirar uma dúvida, ou
simplesmente para conversar sobre algum problema que está deixando-o angustiado, triste ou
apreensivo.
A informação e a comunicação são fundamentais para que possamos ajudar os nossos
pacientes, pois, sem dados colhidos frente aos problemas encontrados, não haverá uma
resposta satisfatória para que os mesmos sejam resolvidos.
O profissional de enfermagem é um ser inovador: além de possuir subjetividade e
dinâmica, as quais são características que interferem na relação interpessoal com o paciente,
troca experiências de acordo com a vivência de cada um, agregando valores incondicionais.
O trabalho da enfermagem é um trabalho vivo, ou seja, os profissionais têm o poder de
se relacionar com empatia, criatividade, dinamismo, além de interagir com o paciente sempre
que se fizer necessário, dialogando e escutando-o, fazendo com que minimize seu sofrimento
e haja uma maior conscientização do processo saúde-doença.
O acolhimento é a principal ação de enfermagem, a qual se torna fundamental para que
seja criado o vínculo com o paciente, gerando um sentimento de proteção, confiança, afeto,
amor, carinho, dedicação, amizade. Este é o maior diferencial desta profissão.
2.0 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 A importância da relação interpessoal entre o profissional de enfermagem e o
paciente
Acreditamos que toda ação realizada no cuidado é uma arte, pois é gerada através da
criação de um ser com outro ser. A inter-relação está sempre presente, e é a matéria prima da
obra de arte. Logo, ao realizarmos o cuidado estamos dando um pouco de nós mesmos, ao
13
mesmo tempo em que recebemos um pouco do outro, a interação e a troca geram mudanças
necessárias ao crescimento de cada um em sua individualidade. O cuidado é sempre um
aprendizado de amor, cada vez que cuidamos ou somos cuidados algo muda dentro de nós,
pois somos tocados em nosso interior, cuidamos e somos cuidados a todo o momento em
nossas vidas, e isso faz nos sentirmos vivos. Portanto, tocar é uma forma de nos
aproximarmos dos outros e nos sentirmos presentes na vida do outro assim como recebemos e
transmitimos energias, que, muitas vezes, levam à cura (KOHLRAUSCH, et al., 2000).
Os enfermeiros configuram seu cuidado profissional na instância existencial de modo a
se tematizar que o cuidado de enfermagem é permeado pela relação interpessoal estabelecida
entre enfermeiro e paciente (SILVA, et al. 2001).
Segundo Lopes (2005), pode-se entender que a relação enfermeira-doente, se constitui
como um espaço de proximidade, confiança, disponibilidade e continuidade, que permite ao
doente reorganizar-se de modo a ultrapassar a crise ou a completar o processo de transição.
Para isso contribuem também uma extensa gama de cuidados assumidos pelos enfermeiros, os
quais se constituem muitas das vezes como respostas pragmáticas para as dificuldades dos
doentes.
De acordo com Hoga (2004), o processo de cuidar, no sentido da relação entre dois
seres humanos, constitui-se de duas vias – o de um ser humano dotado de preparo técnico-
científico e humanístico e disponível para o cuidado afetivo e de outro ser que está
necessitando de ajuda de um profissional, que é dotado de tais atributos. Desse modo, o
cliente de saúde se sentirá satisfeito com o cuidado e o afeto recebidos e certamente, estará
pensando positivamente sobre o fato e emanando um sentimento correspondente, o que
certamente refletirá beneficamente sobre o profissional.
2.2 A construção de um vínculo entre o profissional de enfermagem e o paciente
Segundo Kohlrausch et al. (2000) o cuidador e o ser cuidado vivenciam juntos um
contato no qual, se ocorrer a confiança, as sensações são percebidas, levando a uma sensação
de bem-estar e prazer. Após a experiência de cuidar, os seres envolvidos, cuidador e ser
cuidado, saem modificados na sua essência.
O ser cuidado, ao acreditar no cuidador e depositar nele a confiança, sem medos,
permite a troca. Essa troca, quando realizada através do contato físico, o toque, será efetiva na
medida em que a confiança se estabelecer (KOHLRAUSCH, et al., 2000).
14
Hoga (2005), afirma que estar ciente das características da pessoa a ser atendida
aumenta a possibilidade do vínculo profissional/cliente, um aspecto essencial da assistência
humanizada. A possibilidade do vínculo torna-se mais concreta se os profissionais tiverem
meios adequados para conhecer seus pacientes, de forma sistemática.
Conforme Kohlrausch et al. (2000) o contato físico assume um papel importante uma
vez que estabelece uma ligação física, uma tangência relativa entre dois corpos. O contato
pele a pele entre as pessoas cria uma relação de proximidade, “de querer estar com”, e “sentir
com”. Pode ser também a extensão de uma vida, para iniciar contato com outra vida. É
também um movimento que acaricia, afaga, aconchega, e que faz com que uma nova vida
possa suma nova vida possa surgir, urgir, um novo ser possa nascer. A resposta de um aperto
de mão de um paciente é significativo, pois estamos em contato, estamos unidos, estamos em
harmonia, além de haver um desejo de ajuda, concórdia, verdade, liberdade e paz.
Contato implica envolvimento, trocas, presença, aproximação, sensações, olhar, ouvir,
reciprocidade, afeto, carinho, empatia, intenção, imaginação e intuição na busca pela
harmonia no ato de cuidar. Ao ter contato físico com o outro, o ser humano está presente para
si e para os outros. O contato físico é a expressão corporal, essencial, indispensável, que tem
significado especial, o prazer em si, o mesmo prazer de ser feito, pelo simples fato de ter sido
feito (KOHLRAUSCH, et al., 2000).
2.3 A comunicação entre o profissional de enfermagem e o paciente
O cuidado complexo envolve necessidades bio-psico-sócio-espirituais e afetivas e está
diretamente relacionado ao processo de comunicação entre o enfermeiro–cliente. Para haver o
cuidado eficaz, ambos os sujeitos precisam compreender os sinais que determinam as relações
interpessoais, seja pelos gestos, expressões ou palavras (SIQUEIRA, et al., 2006).
De acordo com Silva et al. (2001) para os profissionais, o cuidado de enfermagem
prende-se à satisfação das necessidades dos pacientes com vistas ao seu bem-estar físico e
emocional.
Para os pacientes, o cuidado de enfermagem configura-se como manifestações de
atenção, carinho e paciência, comportamento próprio na afetividade que deve ocorrer quando
as pessoas estão em interação. Eles esperam, portanto, que o cuidador tenha disposição para
atendê-lo e que o faça de modo a considerá-lo “como ser humano”, (SILVA, et al., 2001).
15
Segundo Kohlrausch e colaboradores (2000) Iniciamos o relacionamento com o ser que
vamos cuidar através do olhar, tentando conhecer esse alguém. Se formos bons observadores,
conseguiremos ler, nesse primeiro olhar, como o ser se sente. Se tem medo, aflição,
questionamentos, se está tranqüilo, se está tenso, se não quer se envolver, se quer ou não ser
cuidado.
Estes autores afirmam também que quando tocamos o outro, há uma troca de energia,
transmitindo o desejo de proporcionar bem-estar, aproximação, tranqüilidade, serenidade e
paz. Ao tocar o outro nos aproximamos, exteriorizamos a nossa comunicação.
Qualquer ato que envolve comunicação interpessoal tem interface entre os sujeitos
envolvidos. Assim como devemos estar sensíveis ao mundo do outro quando tocamos, o outro
também vai estar sensível ao nosso mundo, na forma como tocamos e o que está expressando
nossa linguagem verbal e não verbal. As respostas e as interações que se estabelecem a partir
daí, vão estar estreitamente vinculadas a esse entendimento, percepção e sensibilidade mútuas
(KOHLRAUSCH, et al., 2000).
A comunicação é essencial para uma melhor assistência ao cliente que está vivenciando
o processo de hospitalização, podendo resultar em estresse e sofrimento. Para tanto, o
enfermeiro é capacitado a reconhecer a interação enfermeiro–cliente, estabelecendo atitudes
de sensibilidade e empatia entre todos, contribuindo com a assistência humanizada
(SIQUEIRA, et al., 2006).
2.4 O papel dos profissionais de enfermagem frente ao paciente
Quando se define Enfermagem, diz-se que ela é a ciência e a arte do cuidado (SILVA, et
al., 2001).
Segundo Hoga (2004), o autoconhecimento do profissional de saúde é vital para o
estabelecimento de relacionamento interpessoal adequado com os clientes no processo de
cuidar. Conhecer-se a si mesma possibilita à pessoa tomar ciência das próprias limitações,
fragilidades e também descobrir e permitir melhor usufruto de suas potencialidades.
Sobretudo, é de suma importância que o profissional de saúde tenha ciência de que as
diferentes características individuais das pessoas fazem parte da natureza humana.
A importância de o enfermeiro pensar e dispersar cuidados aos seus seres cuidados
mediados pela preocupação e desvelo pelo outro, considerando este momento de comunhão
que se dá entre aquele que, científica e humanamente, aprendeu os meios de ajudar o outro
16
nas suas necessidades de saúde e de doença, e o outro que necessite receber tais cuidados
(SILVA, et al., 2001).
Na enfermagem, a sensibilidade faz com que olhemos o outro como se fosse uma obra
de arte. Estamos diante de um ser a descobrir, a desvendar, e é a sensibilidade que pode nos
auxiliar nessa descoberta (KOHLRAUSCH, et al., 2000).
Considerando a enfermagem como um processo sensível, que envolve a subjetividade, a
singularidade e a diversidade, podemos vê-la da mesma maneira que uma obra de arte. É
necessário sensibilidade para admirarmos quem é o cuidado, quem é tocado. No momento que
estamos diante do outro, necessitamos vê-lo e admirá-lo. O uso da sensibilidade é exercitado
para dar forma à obra em si, que terá vida e reações próprias, numa relação intersubjetiva
(KOHLRAUSCH, et al., 2000).
À informação é reconhecido um importante papel, pelas características da situação que
os doentes estão vivendo. Ou seja, considerando a vivência dos doentes como uma crise ou
como uma transição, a informação assume um importante papel na reorganização que permita
ultrapassá-las. Assim e para que a informação cumpra o papel de organizador, precisa ser
contextualizada, repetida e garantida, às vezes consideradas necessárias pelo doente (LOPES,
2005).
2.5 A importância do acolhimento na enfermagem frente ao paciente
O acolhimento propõe atender a todas as pessoas que procuram os serviços de saúde,
garantindo a acessibilidade universal. Assim, o serviço de saúde assume sua função precípua,
a de acolher, escutar e dar uma resposta positiva, capaz de resolver os problemas de saúde da
população; Reorganizar o processo de trabalho, a fim de que este desloque seu eixo central
para uma equipe de acolhimento, que se encarrega da escuta do paciente, comprometendo-se a
resolver seu problema de saúde; Qualificar a relação enfermagem-paciente, que deve dar-se
por parâmetros humanitários, de solidariedade e cidadania (FRANCO; BUENO e MERHY,
1999).
A participação de vários profissionais na assistência à saúde propicia o envolvimento de
todos os componentes da equipe com a assistência e favorece melhor disponibilidade dos
profissionais diante de seus clientes. Estes, por sua vez, encontrarão maior abertura para expor
seus problemas e questionamentos e isto promoverá a qualidade do acolhimento. A
humanização do processo de acolhimento depende da atuação adequada e da receptividade
17
demonstrada por todos os trabalhadores que entram em contato direto ou indireto com os
usuários. Inclui os de nível operacional, como aqueles que compõem a equipe de saúde
(HOGA, 2004).
Os pacientes têm um desejo profundo de serem compreendidos em suas necessidades
por cuidados e tal compreensão é um passo fundamental que requer o compromisso do
profissional em tentar atendê-las. É essencial que haja a devida disponibilidade para que isso
ocorra, o que demanda uma certa condição corporal e mental. É importante, notadamente, a
partir da perspectiva do profissional, a abertura para a verdadeira efetivação do cuidado em
sua plenitude, pois isso certamente contribuirá para a humanização da assistência (HOGA,
2004).
O acolhimento é mais do que uma triagem qualificada ou uma escuta interessada,
pressupõe um conjunto formado por atividades de escuta, identificação de problemas e
intervenções resolutivas para seu enfrentamento, ampliando a capacidade da equipe de saúde
em responder as demandas dos usuários, reduzindo a centralidade das consultas médicas e
melhor utilizando o potencial dos demais profissionais (SOLLA, 2005).
O acolhimento, além de compreender uma postura do profissional de saúde frente ao
usuário, significa também uma ação gerencial de reorganização do processo de trabalho e uma
diretriz para as políticas de saúde (SOLLA, 2005).
Acolher em uma unidade de saúde, inicia-se com o dialogo no momento dos encontros,
por meio do trabalho em equipe, configurando-se uma verdadeira teia comunicacional, tanto
para os trabalhadores entre si, como para os trabalhadores e usuários. Sendo assim, cada
encontro é um ponto eminente tesão ou acolhimento, que poderá ou não produzir o cuidado.
Finalmente, a confluência dos encontros de maneira acolhedora possibilita que o resultado do
cuidado seja a conquista da saúde, na sua integralidade (SANTOS, et. al. 2007).
3.0 JUSTIFICATIVA
A saúde no Brasil está relacionada a um conjunto de fatores associados a saneamento
básico, cultura, educação, renda, estilo de vida, alimentação e situações do dia a dia que
podem levar a pessoa a ficar doente. Com isso o Sistema Único de Saúde (SUS), que foi
criado em 1988 pela Constituição Federal Brasileira, visa à redução de doenças e agravos na
18
saúde, tendo o direito de acesso universal e igualitário aos serviços prestados promovendo
promoção, proteção e recuperação dos clientes.
Frente às diretrizes do SUS, conseguimos articular com o paciente sendo criativo,
dinâmico, compreensivo, paciencioso, enfocando a importância do planejamento e
programação das ações elaboradas para a melhora do nosso paciente com base no convívio
deste com o profissional de enfermagem onde podemos observar uma afeição recíproca entre
ambos.
Como futuras enfermeiras, gostaríamos de abordar a importância da relação interpessoal
entre o profissional de enfermagem e o paciente, pois acaba se construindo um vínculo
fundamental para que seja prestada uma assistência de qualidade, cujo contato entre ambas as
partes se torna um forte elo, refletindo na satisfação do profissional de enfermagem e,
conseqüentemente, na vida do paciente de uma maneira holística.
O enfermeiro, juntamente com sua equipe de enfermagem, precisa ter em mente que o
“cuidar” é a essência e o diferencial da profissão. O profissional que o faz com amor, carinho
e dedicação, acaba influenciando na melhora da qualidade de vida do paciente. Esta resposta é
imensamente gratificante, gerando uma satisfação indescritível e uma sensação de missão
cumprida, a qual, dinheiro nenhum paga. Além disso, reflete em uma auto-realização, pessoal
e profissional, nos dando a certeza de que a assistência foi prestada da melhor maneira
possível.
19
4.0 OBJETIVOS
4.1 Objetivos Gerais
Conhecer aspectos da relação interpessoal entre o profissional de enfermagem e o
paciente.
4.2 Objetivos Específicos
Caracterizar o perfil do profissional de enfermagem e do paciente em relação a
algumas características sócio-econômicas;
Conhecer a atuação do profissional de enfermagem quanto ao acolhimento na
assistência;
Conhecer a percepção do profissional de enfermagem e o paciente frente à relação
interpessoal.
20
5.0 METODOLOGIA
5.1 Tipo do estudo
Tratou-se de um estudo descritivo exploratório, de campo, com abordagem
quantiqualitativa.
5.2 Contexto do estudo
Esta pesquisa foi realizada na Policlínica Álvaro Silva “Aleixo” localizada na cidade
de Cambuí, Estado de Minas Gerais.
5.3 População do Estudo
A população do estudo foi composta por pacientes e profissionais de enfermagem da
Policlínica Álvaro Silva “Aleixo”. Optamos por entrevistar a metade dos profissionais de
enfermagem que atuam no serviço totalizando 15 funcionários. O mesmo número de pacientes
foi abordado compondo nossa amostra com 30 indivíduos.
5.4 Critérios de Inclusão e Exclusão
5.4.1 Critério de Inclusão
Foram incluídos no estudo pacientes e profissionais de enfermagem da Policlínica
Álvaro Silva “Aleixo”, que concordaram em participar da pesquisa e a assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A e B). Todos maiores de 18 anos e os
funcionários deveriam ter pelo menos 6 meses de trabalho no serviço.
5.4.2 Critérios de exclusão
Foram excluídos do estudo os pacientes e profissionais de enfermagem da Policlínica
Álvaro Silva “Aleixo”, que não concordaram em participar da pesquisa ou a assinar o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice A e B),os menores de 18 anos e os
funcionários novos.
5.5 Coleta de Dados
Para a coleta de dados foi utilizado um formulário (Apêndice A e B) composto por
21
questões abertas e fechadas. Ao realizarmos um pré-teste do instrumento verificamos que o
tempo médio das entrevistas foi de 30 minutos.
5.6 Procedimentos
5.6.1 Procedimento Ético Legal
O projeto de pesquisa foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade São Francisco.
Foi enviada uma carta, ao responsável pela Policlínica Álvaro Silva “Aleixo”
(Apêndice A e B), solicitando autorização para a coleta de dados.
Foi apresentado um Termo de Consentimento a população envolvida neste estudo
(Apêndice B).
Somente participaram do estudo os profissionais que estiveram de pleno acordo com o
Termo de Consentimento
5.6.2 Procedimento de Coleta de Dados
Após aprovação e autorização do Comitê de Ética em Pesquisa e do responsável pela
Policlínica Álvaro Silva “Aleixo”, os dados foram coletados nos meses junho e julho de 2010.
Foi agendada uma visita com o responsável que atua na Policlínica com a finalidade de
apresentar os objetivos da pesquisa e obter informação sobre a relação interpessoal entre o
profissional de enfermagem e o paciente. De acordo com as informações recebidas foi
agendada uma data para apresentar os objetivos da pesquisa e o Termo de Consentimento a
todos os profissionais de enfermagem e os pacientes da Policlínica Álvaro Silva “Aleixo”.
Após autorização dos mesmos foram realizadas as entrevistas, seguindo o instrumento de
coleta de dados previamente elaborado (Apêndice A e B).
5.6.3 Procedimento de Análise dos Dados
Após a aplicação do instrumento da coleta de dados, os mesmos foram catalogados e
dispostos em um banco de dados no Microsoft Excel. Ao término da pesquisa, foram
calculadas as freqüências relativa e absoluta das variáveis do estudo. Após esta análise, as
variáveis do estudo foram apresentadas em tabelas, quadros e gráficos procurando estabelecer
articulações entre os dados encontrados e o referencial teórico do trabalho.
22
5.7 Aspectos Éticos
Todos os participantes da pesquisa assinaram um Termo de Consentimento, Livre e
Esclarecido (Apêndice C). Todas as informações fornecidas pelos pacientes foram de sua livre
escolha, sendo que para cada uma deles foi explicado o motivo da pesquisa e o conteúdo dos
instrumentos de coleta de dados, e que caso o mesmo não queira participar a sua participação
no programa não será afetado.
Este estudo, embora realizado com seres humanos, não acarretou risco conhecido à
saúde física e mental dos mesmos, visto que não foi utilizada nenhuma forma de intervenção,
a não ser a aplicação de um questionário, porém, ressalta-se que o estudo poderia causar
constrangimento aos sujeitos de pesquisa quando da resposta às perguntas do instrumento.
Foi assegurado aos participantes da pesquisa a manutenção do sigilo da informação
prestada. Todos os instrumentos de coleta de dados ficam arquivados e sob responsabilidade
das pesquisadoras.
A presente pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
São Francisco. Vale ressaltar foi autorizado à realização da pesquisa na Policlínica Álvaro
Silva “Aleixo”.
Foram cumpridos os termos da Resolução 196 (10/10/1996), do Conselho Nacional de
Saúde (BRASIL, 1996).
5.8 Orçamento
Todos os custos da pesquisa foram subsidiados pelos pesquisadores, não incorrendo
qualquer ônus à instituição e ao campo de pesquisa.
23
6.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO
6.1 Referente aos Pacientes que freqüentam a Policlínica Álvaro Silva “Aleixo”
6.1.1 Dados socioeconômicos
Quanto à característica da amostra estudada dos 15 pacientes que participaram da
entrevista, verificou-se uma variação em relação à faixa etária vista que 03 (20%) encontram-
se 19 e 24 anos; 3 (20%) entre 25 e 30 anos; 3 (20%) entre 31 e 36 anos; 2 (13,3) entre 37 e
42 anos; 1 (6,7%) entre 43 e 49 anos e 3 (20%) entre 50 e 59 anos. Podemos observar que 15
(100%) são do sexo feminino, sendo que 3 (20%) tem ensino fundamental incompleto; 4
(26,6) ensino médio incompleto; verifica-se o predomínio do nível de ensino médio completo
6 (40%), apenas 1 (6,7%) entrevistado possui curso superior incompleto e 1 (6,7) curso
superior completo.
Podemos perceber que a maioria das pessoas está casado/amasiado 10 (66,7%); 3
(20%) solteiro e 2 (13,3%) divorciado. A maioria dos pacientes é de raça branca 12 (80%) e 3
(20%) parda ou morena.
Tabela 1 - Caracterização da amostra estudada segundo idade, sexo, escolaridade, estado civil
e raça na Unidade Cambuí MG 2010 (n = 15)
IDADE N %
19 ---------------------24
25 ---------------------30
31 ---------------------36
37 ---------------------42
43 ---------------------49
50 ---------------------59
3
3
3
2
1
3
20
20
20
13,3
6,7
20
SEXO N %
Masculino
Feminino
0
15
00
100
ESCOLARIDADE N %
Não alfabetizado
Alfabetizado
0
0
00
00
24
Ensino Fundamental Incompleto
Ensino Fundamental Completo
Ensino Médio Incompleto
Ensino Médio Completo
Superior Incompleto
Superior Completo
3
0
4
6
1
1
20
00
26,6
40
6,7
6,7
ESTADO CIVIL N %
Solteiro
Casado/Amasiado
Separado
Divorciado
Viúvo
3
10
0
2
0
20
66,7
00
13,3
00
RAÇA N %
Branca
Parda ou morena
Negra
Não sabe informar
12
3
0
0
80
20
00
00
6.1.2 Frequência de utilização do serviço de saúde
Em relação quantas vezes por semana os pacientes vão a Policlínica, obteve-se que a
maioria dos pacientes procura a Policlínica de 1 a 2 dias (80%). As menores freqüências da
procura foram de 3 a 4 dias (13,3%) e todos os dias 1 (6,7%). ALONSO, (2007) a atual
realidade dos serviços de saúde parece ser melhor do que a encontrada há alguns anos atrás. A
maioria dos indivíduos parece estar satisfeita com a qualidade do atendimento que recebem
por parte de suas unidades básicas de saúde.
De acordo com um dos princípios do SUS, universalidade e equidade, visando que a
saúde é um direito de todos, sendo que todos devem ter igualdade em usar o sistema único de
saúde, sendo atendidos todas as vezes que for necessário. Segundo Monteiro, Silva e Soares
(2008) almeja-se que o profissional consiga atender a todos sem distinção de cor, sexo, idade,
religião e classe social. A aproximação entre o paciente e o profissional de enfermagem se dá
na chegada do paciente na unidade é nesse momento que temos que receber o paciente com
toda a atenção necessária, pois os profissionais de enfermagem é a porta de entrada do
25
paciente, oferecendo-o atenção, confiança e satisfação na procura do atendimento. Para
Hennington (2005), acolher significa oferecer ou obter refúgio, proteção, ou conforto físico;
proteger-se, amparar-se.
Tabela 2 - Caracterização da amostra estudada segundo quantas vezes por semana é atendido
na Policlínica. Cambuí MG 2010 (n = 15)
QUANTAS VEZES SÃO ATENDIDOS NA
POLICLINICA
N %
1 a 2 dias
3 a 4 dias
Todos os dias
12
2
1
80
13,3
6,7
6.1.3 Vínculo com o profissional de saúde
De acordo com Green, Andrade e Lourosa (2008), sabemos que o acolhimento e o
vínculo não dependem de recursos financeiros, e sim de formação humana e profissionais
competentes e sensibilizados que consigam ouvir e, com os poucos recursos de que dispõem,
ofereçam a melhor resolutividade dos problemas.
No que diz respeito à satisfação do paciente, fatores como característicos de
personalidade do enfermeiro, incluindo aspectos do seu comportamento como empatia,
comunicação e proficiência no cuidado que requer conhecimento, domínio técnico e
habilidade organizacional, tem demonstrado influência na satisfação do paciente com o
cuidado de enfermagem (OLIVEIRA E GUIRARDELLO, 2005).
Segundo Sberse e Claus (2003), investimento nos processos de trabalho com ênfase
nas tecnologias leves, como o vínculo e o acolhimento dos usuários em todos os momentos
em que haja relação e que se estabeleça um vínculo efetivo entre trabalhadores, podem
potencializar a satisfação do usuário em relação aos serviços de saúde recebidos.
26
Quadro 1 – Profissional referido pelo usuário como o de preferência e justificativa. Cambuí
MG 2010 (n = 15)
AVALIAÇÃO N % JUSTIFICATIVA
Sim 3 20 Alguns são atenciosos, dedicados, carinhosos e
acolhedores. Isso nos conforta.
Não 12 80 --------------------------------
TOTAL 15 100
6.1.4 Relacionamento com a Equipe de enfermagem
Diante da caracterização estudada relatando como os pacientes se sentem frente ao
profissional de enfermagem, podemos identificar que 13(86,7%) sempre se sentem
respeitados; 1 (6,6%) quase sempre e 1(6,6%) nunca.Observar-se que a grande maioria esta
satisfeito, levando o paciente ter plena confiança no profissional de enfermagem.
Quanto ao acolhimento 13(86,7%) sempre se sentem acolhidos com dedicação,
somente 2 (13,3%) relata que quase sempre o acolhem com dedicação.Em relação a avaliação
dos pacientes como se sentem acolhidos pelos profissionais de enfermagem é nítido a
satisfação de como são acolhidos, isso nos mostra que o acolhimento é essencial num bom
atendimento ao paciente estabelecendo entre o paciente e o profissional de enfermagem um
respeito mútuo garantindo uma humanização do acolhimento.
Em relação ao relacionamento entre o profissional de enfermagem e o paciente 4
(26,7%) dizem ser ótimo e 11(73,3%) afirmam ser bom.Um bom relacionamento envolve o
conhecimento de quem somos nós profissionais, quem é o outro pacientes, isso tem um
significado muito importante para o paciente, é da relação que podemos aprender juntos,
trocar idéias, encontrar respostas para os problemas, sentimentos, conflitos e ideais. Segundo
Brunello et al. (2010) o usuário deposita confiança na relação com o profissional, esperando
que o mesmo atue sobre o seu sofrimento e que o auxilie na resolução dos seus problemas.
Entretanto, essa relação não deve gerar uma dependência do doente em relação ao
profissional, uma vez que o vínculo formado entre eles deve servir para incentivar o cliente
para o autocuidado, conferindo-lhe autonomia e ampliando as ações de saúde.
Além disso, 11(73,3%) sempre se sentem seguros quando esta na presença do
profissional de enfermagem e somente 4 (26,7%) se sentem quase sempre seguros na sua
presença.A necessidade de se sentir seguro, ter certeza de que encontrara no profissional de
27
enfermagem a proteção as suas necessidades, podendo, sem medo expor seus problemas gera
uma enorme satisfação e segurança ao paciente.
Na qualidade do atendimento prestado pelo profissional de enfermagem 8 (53,3%) dos
pacientes responderam que a qualidade do atendimento é bom e 6 (40%) ótimo. Podemos
observar uma mínima diferença dos resultados obtidos em relação a qualidade de
atendimento, mas em geral os pacientes estão muitos satisfeitos com a qualidade do
atendimento.
Sobre a atenção que o paciente espera do profissional de enfermagem 6 (40%) está
sempre satisfeito; 7 (46,7%) quase sempre e 2(13,3%) raramente. O paciente quer ser
valorizado, ter uma atenção integral, quer ser ouvido. . O vinculo confere segurança aos
usuários, permitindo que os trabalhadores do serviço os conheçam para melhor estabelecer as
prioridades na atenção à saúde (LIMA et al., 2007).
A respeito de como tem sido a conversa do paciente frente ao profissional 11(73,3%)
relatam ser adequada e 4(26,7%) razoável. Segundo Coelho, Jorge e Araújo (2009), o diálogo
entre trabalhador da saúde e usuários, as soluções para os problemas de saúde são encontradas
nessa parceria, pois, às vezes, o desabafo presente numa relação de respeito pode
proporcionar a aquisição de soluções para dificuldades presentes. Como podemos ver 73,3%
estão satisfeitos com a conversa que está levando com o profissional de enfermagem, isso nos
mostra a importância do dialogo entre ambas as partes, isto é de tamanha importância para se
ter uma relação interpessoal entre o profissional de enfermagem e o paciente.
Tabela 3 - Caracterização da amostra estudada segundo como os pacientes se relacionam
com o profissional de enfermagem. Cambuí MG 2010 (n = 15)
SENTE RESPEITADO N %
Sempre
Quase sempre
Raramente
Nunca
Não tenho opinião
13
1
0
1
0
86,7
6,6
00
6,6
00
ACOLHEM COM DEDICAÇÃO N %
Sempre
Quase sempre
Raramente
13
2
0
86,7
13,3
00
28
Nunca
Não tenho opinião
0
0
00
00
RELAÇÃO ENTRE O PROFISSIONAL E
VOCÊ
N %
Ótimo
Bom
Razoável
Ruim
Péssimo
4
11
0
0
0
26,7
73,3
00
00
00
SENTE SEGURO N %
Sempre
Quase sempre
Raramente
Nunca
Não tenho opinião
11
4
0
0
0
73,3
26,7
00
00
00
QUALIDADE DO ATENDIMENTO N %
Ótimo
Bom
Razoável
Ruim
Péssimo
6
8
1
0
0
40
53,3
6,7
00
00
OFERECE ATENÇÃO N %
Sempre
Quase sempre
Raramente
Nunca
Não tenho opinião
6
7
2
0
0
40
46,7
13,3
00
00
COMO É SUA CONVERSA COM O
PROFISSINAL
N %
Adequada
Razoável
Inadequada
11
4
0
73,3
26,7
00
29
6.2 Referente aos Profissionais de Enfermagem que atuam na Policlínica Álvaro Silva
“Aleixo”
6.2.1 Dados socioeconômicos
Foram entrevistados 15 (100%) profissionais, sendo 04 (26,7%) Enfermeiras; 05
(33,3%) Técnicos de Enfermagem e 06 (40%) Auxiliares de Enfermagem, com
predominância no sexo feminino 12 (80%), sobre o masculino 03 (20%).
Em relação à faixa etária, verificou-se uma variação, visto que 05 (33,3%)
encontravam-se entre 43 e 49 anos; 04 (26,7%) entre 50 e 59 anos; 03 (20%) entre 25 e 30
anos; 02 (13,3%) entre 37 e 42 anos e 01 (6,7%) entre 31 e 36 anos. Quanto às demais
características da amostra estudada, foi verificado que a maioria dos profissionais são casados
- 12 (80%) e da raça branca - 12 (80%).
Quanto à escolaridade, 07 (46,6%) possuem Ensino Médio; 03 (20%) Superior
Completo; 04 (26,7%) Pós Graduação e 01 (6,7%) Outros. Quanto ao tempo de atuação na
Unidade, verificou-se que a maioria 08 (53,3%) tinha acima de 10 anos de atuação.
Tabela 4 - Caracterização da amostra estudada segundo idade, sexo, categoria, escolaridade,
estado civil, raça, e tempo de atuação na Unidade. Cambuí MG 2010 (n = 15).
IDADE N %
19 ---------------------24
25 ---------------------30
31 ---------------------36
37 ---------------------42
43 ---------------------49
50 ---------------------59
0
03
01
02
05
04
00
20
6,7
13.3
33,3
26,7
SEXO N %
Masculino
Feminino
03
12
20
80
CATEGORIA N %
Enfermeira (o) 04 26,7
30
Técnica (o) de Enfermagem
Auxiliar de Enfermagem
05
06
33,3
40
ESCOLARIDADE N %
Ensino Médio
Superior Incompleto
Superior Completo
Pós Graduado
Mestrado
Doutorado
Outros
07
0
03
04
0
0
01
46,6
00
20
26,7
00
00
6,7
ESTADO CIVIL N %
Solteiro
Casado/Amasiado
Separado
Divorciado
Viúvo
01
12
0
0
02
6,7
80
00
00
13,3
RAÇA N %
Branca
Parda ou Morena
Negra
12
02
01
80
13,3
6,7
TEMPO DE ATUAÇÃO NA UNIDADE N %
De 0 a 5 anos
De 5 a 10 anos
Acima de 10 anos
01
06
08
6,7
40
53,3
6.2.2 Avaliação do profissional em relação ao vínculo construído com o paciente
Ao ser abordado como o profissional de enfermagem enxerga a importância do
vínculo construído com o paciente, foi verificado que 13 (86,7%) afirmam ser muito
importante, enquanto 02 (13,3%) dizem ser importante.
Para Campos apud Franco Júnior et al. (2008), “o vínculo com os usuários dos
serviços de saúde amplia a eficácia das ações de saúde e favorece a participação do usuário
durante a prestação do serviço”.
31
O acolhimento é uma estratégia de mudança do processo de trabalho em saúde,
buscando alterar as relações entre trabalhadores e usuários e dos trabalhadores entre si,
humanizar a atenção, estabelecer vínculo/responsabilidade das equipes com os usuários,
aumentar a capacidade de escuta às demandas apresentadas, resgatar o conhecimento técnico
da equipe de saúde, ampliando a sua intervenção (SCHNEIDER et. al. 2008).
Segundo Schimith (2004), o vínculo entre profissional/paciente estimula a autonomia
e a cidadania, promovendo sua participação durante a prestação de serviço.
Quadro 2 - Distribuição da avaliação do profissional em relação ao vínculo construído com o
paciente. Cambuí MG 2010 (n = 15).
AVALIAÇÃO N % JUSTIFICATIVA
Muito importante 13
86,7
Gera confiança e segurança em ambas as partes, pois
conhecemos melhor sua estrutura social e familiar,
podendo atende-los melhor, ajudando na avaliação do
mesmo para que possa haver uma melhora terapêutica.
Importante 2
13,3
Aprendendo a respeitar um ao outro, valoriza a
profissão e o ser humano como um todo. Assim os
cuidados necessários frente a cada paciente serão
prestados de maneira mais eficaz.
Pouco importante
0
00
-------------------------------------------------
Não é importante 0
00
-------------------------------------------------
TOTAL 15 100
6.2.3 Relacionamento Profissional x Usuário
Ao questionar quanto ao relacionamento entre o profissional de enfermagem e o
paciente, 09 (60%) relatam ter um relacionamento ótimo, 05 (33,3%) afirmam ter um bom
relacionamento e apenas 01 (6,7%) alega ter um relacionamento razoável.
Segundo Camelo et. al. (2000), a construção de uma relação de ajuda entre o
profissional e o cliente depende de ambos. O profissional deve saber administrar a situação,
apresentando comportamentos de acolhida, verbais e não-verbais. O usuário deve demonstrar
32
disponibilidade interna e envolvimento durante o relacionamento, participando da busca de
ações possíveis para a resolução de seus problemas ou satisfação de seus desejos e
necessidades.
Moura et. al. (2008) relata que a satisfação do usuário está aliada ao relacionamento
que se estabelece entre profissional e cliente e a resolução objetiva e rápida da demanda
trazida pelo mesmo.
Acolher envolve uma atitude de relacionamento com o outro que envolve ouvir,
procurar compreender, tentar responder aos questionamentos do outro e também a capacidade
de se colocar no lugar do outro, o que pode fomentar o processo de ressignificação
(BRAGANÇA, 2006).
Quadro 3 - Distribuição da avaliação do profissional de enfermagem referente ao
relacionamento frente ao paciente. Cambuí MG 2010 (n = 15).
AVALIAÇÃO N % JUSTIFICATIVA
Ótimo 9
60
Procuramos nos comunicar melhor com o paciente para
poder transmitir mais segurança, atendendo suas
necessidades. Sendo assim, eles se sentem bem e com
isso evolui o tratamento.
Bom
5
33.3
Acho que o profissional precisa estar bem para se
relacionar e prestar informações sobre os pacientes. Mas
isso não depende só de mim; para que isso aconteça, tem
que haver respeito entre ambas as partes.
Razoável 1
6,7
A falta de tempo, por burocracia, acaba interferindo no
relacionamento entre o paciente e os profissionais de
enfermagem..
Ruim 0
00
-------------------------------------------------
Péssimo
0
00
-------------------------------------------------
TOTAL 15 100
33
6.2.4 Relacionamento efetivamente realizado na assistência
Em relação ao sucesso da assistência prestada ao paciente, 15 (100%) concordam que
é sua responsabilidade contribuir para que isto ocorra.
A abordagem multiprofissional aos pacientes tem sido aceita como mais um reforço na
estratégia para se melhorar a aderência destes pacientes ao tratamento.
Segundo Souza e Jardim (1994), a atuação da enfermagem tem garantido uma maior
aderência dos pacientes ao tratamento.
Quanto à segurança ao acolher o paciente, 15 (100%) afirmam que se sente seguro
durante o acolhimento.
Franco, Bueno e Merhi (1999), afirmam que Acolhimento propõe reorganizar o
serviço no sentido de garantir acesso universal, resolubilidade e atendimento humanizado.
Oferecer sempre uma resposta positiva ao problema de saúde apresentado pelo usuário é a
tradução da idéia básica do Acolhimento, que se construiu como diretriz operacional da
Política Nacional de Humanização (PNH). Enquanto estratégia, propõe inverter a lógica de
organização e funcionamento do serviço de saúde partindo de princípios como: atender todas
as pessoas que procuram o serviço de saúde, garantindo acessibilidade universal, reorganizar
o processo de trabalho, deslocando o eixo central do médico para uma equipe
multiprofissional que se compromete a resolver o problema de saúde do usuário, bem como,
busca qualificar a relação trabalhador usuário que deve dar-se por parâmetros humanitários,
de solidariedade e cidadania.
Ao abordar o tema relacionado ao fato do profissional de enfermagem sentir que
transmite segurança ao paciente, 12 (80%) relatam que sempre transmitem, já 03 (20%)
referem quase sempre conseguir transmitir.
No que se refere ao direito do cidadão, o qual, diante de suas necessidades
terapêuticas, merece receber atendimento à saúde em termos quantitativos e qualitativos,
seguro e adequado (LAUS E ANSELMI, 2004).
Bedin, Ribeiro e Barreto (2005), afirmam que o enfermeiro é responsável por orientar,
sanar dúvidas pertinentes ao procedimento trazendo uma maior tranqüilidade e segurança, não
esquecendo de que ele também necessita de um ambiente adequado para realizar o seu
trabalho.
De acordo com Gemelli e Zago (2002), as afirmações dos enfermeiros evidenciam que
o conhecimento teórico é a base para a segurança do profissional cuidar e orientar.
34
Ao serem questionados quanto à técnica ser mais importante que o vínculo, 08
(53,4%) disseram que é tão importante quanto; 03 (20%) sim; 02 (13,3%) nem sempre e 02
(13,3%) diz não ser mais importante.
Para Ramos e Lima (2003), acolhimento, vínculo e resolutividade são eixos centrais
do modelo tecno-assistencial em defesa da vida.
Afirmam ainda que, confirma-se a necessidade de uma atuação que busque a
construção de um vínculo entre usuários e trabalhadores, com garantia de acesso a ações de
saúde pelos usuários, bem como acolhimento humanizado nos serviços.
Conforme ressaltam Merhy et al. apud Ramos e Lima (2003), “embora haja usuários
que preferem não estabelecer vínculo com os trabalhadores de saúde, recorrendo quando
necessário a serviços de urgência”, diversos sujeitos desta investigação demonstraram o
contrário.
Quanto ao relacionamento com os pacientes, 12 (80%) afirmam sempre dispor de
atenção suficiente ao paciente, e apenas 03 (20%) dizem que quase sempre, não justificando
sua resposta.
Embasado nos princípios do Sistema Único de Saúde, Ayres et al. (2006), afirma que
se requer mais investimentos dos gestores em capacitação permanente, para que se ofereça
uma atenção digna, equânime, resolutiva e universal.
O termo humanização nos remete à necessidade de resgate de um atendimento
humanizado, focando a dignidade das pessoas em situações de necessidade de cuidados ou
atenção (OLIVEIRA, 2004).
O estudo de Pinafo, Lima e Baduy (2008), revelou que o significado de acolhimento é
recepcionar bem o usuário, cumprimentar o paciente, ser educado, gentil, oferecer uma boa
assistência, dar uma atenção especial ao usuário buscando atendê-lo como um todo,
desenvolvendo um cuidado integral e se responsabilizando com a saúde da pessoa que está
sendo atendida.
35
Tabela 5 - Caracterização da amostra estudada segundo como os profissionais de
enfermagem se relacionam com os pacientes. Cambuí MG 2010 (n = 15).
É RESPONSABILIDADE CONTRIBUIR
PARA O SUCESSO DA ASSISTÊNCIA?
N %
Sim
Não
Mais ou Menos
15
0
0
100
00
00
SENTE SEGURO N %
Sim
Não
Mais ou Menos
15
0
0
100
00
00
TRANSMITE SEGURANÇA N %
Sempre
Quase Sempre
Raramente
Nunca
12
03
0
0
80
20
00
00
TÉCNICA É MAIS IMPORTANTE N %
Sim
Não
Nem Sempre
Tão importante quanto
03
02
02
08
20
13,3
13,3
53,4
ATENÇÃO SUFICIENTE N %
Sempre
Quase Sempre
Raramente
Nunca
12
03
0
0
80
20
00
00
SE NÃO, POR QUE N %
Não tenho paciência
Nem sempre tenho paciência
Não tenho tempo
Não é minha função
Outros
0
0
0
0
0
00
00
00
00
00
36
6.2.5 Comunicação Usuário x Paciente
No quesito comunicação, 14 (93,3%) concordam ter uma comunicação adequada com
os pacientes, enquanto somente 01 (6,7%) afirma ter uma comunicação razoável com os
pacientes.
A comunicação é um processo que acontece entre as pessoas, no qual se devem
considerar todas as experiências, culturas, valores, interesses e expectativas, pois ela nos
capacita para entendermos o mundo, transformando-o e, ao mesmo tempo, sendo
transformados por ele (Silva apud Oliveira et al., 2008).
Ao pensar em humanização, precisamos associar que esta é feita por pessoas e para
pessoas. É necessário fazer o resgate da humanização através do diálogo e o do saber técnico,
tanto por parte do usuário para com o profissional de saúde, como também do profissional
para com os gestores, possibilitando a comunicação geral (RIBEIRO, CERVEJEIRA E
CEZAR, 2008).
Segundo Brasil (2002), para promover um atendimento humanizado é indispensável a
comunicação entre o indivíduo cuidador e o ser cuidado. A humanização depende de nossa
capacidade de falar e ouvir, do diálogo com nossos semelhantes.
Quadro 4 - Caracterização da amostra estudada frente à comunicação entre os profissionais
de enfermagem e o paciente e sugestões que os profissionais têm para melhorar neste sentido.
Cambuí MG 2010 (n = 15).
AVALIAÇÃO N % SUGESTÕES
Adequada 14
93,3
Uma dificuldade vivenciada é a falta de tempo devido
ao despreparo dos profissionais. Sendo assim, é
necessário que haja treinamentos para que possa
melhorar o vínculo, transmitindo maior segurança.
Razoável 01
6,7
É preciso que se contrate mais profissionais de saúde
para atender a demanda.
Inadequada
-----------------------------------------------
TOTAL 15 100
37
7.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Um dos fatores importantes para o sucesso em nossa profissão é a forma pela qual o
profissional de enfermagem e o paciente se relacionam. A valorização do relacionamento
interpessoal vem se destacando no campo profissional na área da enfermagem.
Este estudo teve como objetivo conhecer aspectos da relação interpessoal entre o
profissional de enfermagem e o paciente. Nesta etapa de fechamento do estudo tentaremos
sintetizar os principais achados bem como trazer nossa percepção da trajetória percorrida.
No que se refere à percepção dos pacientes em relação ao acolhimento ofertado pelo
profissional de enfermagem, pudemos verificar que os mesmos se sentem acolhidos com
dedicação e segurança, e na contrapartida os profissionais referiram seguros ao acolher.
Os profissionais afirmam também que o vínculo é de suma importância, pois
percebem que a assistência prestada, influencia no sucesso do tratamento. Todavia,
observamos que não existe um vínculo efetivo para a maioria dos entrevistados, pois a
maioria não apontou nenhum profissional de sua preferência para atendimento cotidiano. Isso
talvez responda ao paradigma de, mesmo sentindo-se respeitados pelos profissionais os
pacientes, acharem à qualidade do atendimento apenas boa ao invés de ótima.
Em relação à comunicação, foram observadas opiniões favoráveis demonstrando
sintonia. Porém, apesar de estar havendo um bom relacionamento entre ambas as partes,
acreditamos que esta possa, e deva ser melhorada para que haja excelência no serviço
prestado e maior satisfação dos pacientes e profissionais.
Referente à qualidade e quantidade da atenção prestada, os profissionais de
enfermagem afirmam dispor de atenção suficiente. Porém os pacientes afirmam que poderia
ser melhorada uma vez que nem sempre são recebidos com atenção.
Ao comparar a importância entre vínculo e técnica, foi observado que a maioria acha a
técnica mais importante que o vínculo. Isso é muito ruim uma vez que o próprio Ministério da
Saúde introduziu uma política de humanização a nível nacional a fim de resgatar o vínculo, o
acolhimento, a escuta qualificada, enfim, a relação humana em sua plenitude. Já seria hora
dos profissionais entenderem que seu trabalho é extremamente relacional e que a técnica anda
junto e não na frente do vínculo.
Acreditamos que nosso ganho durante esta vivencia de realizar o estudo esteja
justamente aí: A valorização do ser humano, das relações não só entre profissional e usuário,
mas sim entre todos os atores que fazem parte do nosso universo profissional. Se
38
conseguirmos levar essa preocupação e o cuidado de aprimorar nossas habilidades no
relacionamento interpessoal, os resultados obtidos gerarão condições favoráveis para o
trabalho de grupo e um clima de confiança entre os participantes, gerando antes de mais nada
um grande prazer em atender e ser atendido.
Como futuras enfermeiras acreditamos que podemos fazer a diferença.
39
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45
APÊNDICE
APÊNDICE A
Instrumento de Coleta de dados aplicado aos profissionais de enfermagem da Policlínica
Álvaro Silva “Aleixo”
Iniciais:____________________________ Idade:_______________ Sexo: ( ) M ( ) F
Categoria: ( ) Enfermeira (o) ( ) Técnico Enfermagem ( ) Auxiliar de Enfermagem
Escolaridade:
( ) Ensino Médio
( ) Superior incompleto
( ) Superior Completo
( ) Pós Graduado
( ) Mestrado
( ) Doutorado
( ) Outros
Qual o seu estado civil atual?
( ) Solteiro ( ) Casado/Amasiado ( ) Separado ( ) Divorciado ( )Viúvo
Raça: ( )branca ( ) Parda ou morena ( ) Negra
Tempo de Atuação na Unidade: ( ) de 0 a 5 anos ( ) de 5 a 10 anos ( ) acima de 10 anos
Como você enxerga a importância do vínculo construído com o paciente?
( ) Muito importante ( ) Importante ( ) Pouco importante ( )Não é Importante
Por quê?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________
Você considera o relacionamento entre o paciente e você:
( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo
Por quê?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
________
Para você, é sua responsabilidade contribuir para o sucesso da assistência prestada ao paciente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou Menos
Você se sente seguro (a) ao acolher o paciente?
( ) Sim ( ) Não ( ) Mais ou Menos
Você sente que transmite segurança ao paciente quando está na presença do mesmo?
( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Raramente ( ) Nunca
Você acha que a técnica é mais importante que o vínculo entre o profissional de enfermagem e o
paciente?
46
( ) Sim ( ) Não ( ) Nem sempre ( ) Tão importante quanto
Você dispõe atenção suficiente para o paciente?
( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Raramente ( ) Nunca
Se não, por quê?
( ) Não tenho paciência
( ) Nem sempre tenho paciência
( ) Não tenho tempo
( ) Não é minha função
( ) Outros
Como tem sido sua conversa com o paciente?
( ) Adequada ( ) Razoável ( ) Inadequada
O que você acha que deveria melhorar neste sentido?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
47
APÊNDICE B
Instrumento de Coleta de dados aplicado aos pacientes da Policlínica Álvaro Silva “Aleixo”
Iniciais:____________________________ Idade:_______________ Sexo: ( ) M ( ) F
Escolaridade:
( ) Não alfabetizado
( ) Alfabetizado
( ) Ensino Fundamental Incompleto
( ) Ensino Fundamental Completo
( ) Ensino Médio Incompleto
( ) Ensino Médio Completo
( ) Superior Incompleto
( ) Superior Completo
Qual o seu estado civil atual?
( ) Solteiro ( ) Casado/Amasiado ( ) Separado ( ) Divorciado ( )Viúvo
Raça: ( )branca ( ) Parda ou morena ( ) Negra ( ) Não sabe informar
Quantas vezes por semana você é atendido na Policlínica?
( ) 1 a 2 dias ( ) 3 a 4 dias ( ) Todos os dias
Tem algum profissional específico que você prefere ser atendido?
( ) Sim ( ) Não
Se sim, por quê?
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
Você se sente respeitado pelos profissionais de enfermagem:
( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião
Você considera que os profissionais de enfermagem te acolhem com dedicação:
( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião
Como você considera o relacionamento entre os profissionais de enfermagem e você?
( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo
Você se sente seguro(a) quando está na presença do profissional de enfermagem:
( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião
Como você avalia a qualidade do atendimento prestado pelos profissionais de enfermagem?
( ) Ótimo ( ) Bom ( ) Razoável ( ) Ruim ( ) Péssimo
Você acha que o profissional de enfermagem lhe oferece a atenção você espera:
( ) Sempre ( ) Quase Sempre ( ) Raramente ( ) Nunca ( ) Não tenho opinião
Como tem sido sua conversa com o profissional de enfermagem?
( ) Adequada ( ) Razoável ( ) Inadequada
48
APÊNDICE C
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
“Relação interpessoal ente o Profissional de Enfermagem e o Paciente”
O abaixo assinado:
Nome: ____________________________________________________________________________
Endereço: _________________________________________________________________________
Cidade / Estado: ____________________________________________________________________
RG: ___________________________________ Idade: _____________________________________
Declara que é de livre e espontânea vontade que está participando como voluntário(a) do projeto de
pesquisa supra-citados, de responsabilidade dos pesquisadores.
O(A) voluntário(a) está ciente que:
Os objetivos desta pesquisa são:
Objetivo Geral:
Conhecer aspectos da relação interpessoal entre o profissional de enfermagem e o paciente.
Objetivos Específicos:
Caracterizar o perfil do profissional de enfermagem e do paciente em relação a algumas
características sócio-econômicas;
Conhecer a atuação do profissional de enfermagem quanto ao acolhimento na assistência;
Conhecer a percepção do profissional de enfermagem e o paciente frente à relação
interpessoal.
1- Durante o estudo, será realizada uma entrevista individual com duração aproximada de 30
(trinta) minutos.
2- A sua participação nesse estudo não acarretará nenhum ônus em seu trabalho ou atividade
exercida.
3- Obteve todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a
participação do referido estudo.
49
4- Algumas questões podem causar constrangimento.
5- Está livre para interromper a participação no estudo a qualquer momento.
6- Os resultados obtidos durante esse estudo serão mantidos em sigilo, e as pesquisadoras não
identificarão o voluntário por ocasião da exposição e/ou publicação dos mesmos.
7- Poderá entrar em contato com o Comitê de Ética e Pesquisa para apresentar recursos ou
reclamações em relação ao estudo. Fone: (11) 2454-8028.
8- Este termo de consentimento livre e esclarecido será preenchido em duas vias de igual teor,
sendo que uma ficará com o individuo da pesquisa e o outro com os pesquisadores.
Pesquisadoras: Karen Castro dos Santos RG 11.835.214
Rua Bernardino Ramos, 233 – Vila Ramos
Cambuí – Minas Gerais
Fone (35)8833-5750
E-mail: [email protected]
Lucimara Raquel Rodrigues RG 12.867.291
Rua São Judas Tadeu, 364 – Bairro São Judas
Cambuí – Minas Gerais
Fone (35)3431-2739
E-mail: [email protected]
Pesquisadora Responsável:
Prof.ª Dra. Beatriz Helena M. A. Verri RG: 14.111.284-0
Endereço: Rua Egberto F Arruda Camargo, 170, casa 03
Cidade: Campinas
Fone: (19) 3258-2244
E-mail: [email protected]
Bragança Paulista, ___ de_____________________ de 2010.
Assinatura do (a) voluntário (a) : ____________________________________
Assinatura das Responsáveis pela pesquisa:
Karen Castro dos Santos Assinatura: ________________________________
Lucimara Raquel Rodrigues Assinatura: ________________________________
Prof. Dra. Beatriz Helena de M. A. Verri Assinatura: ________________________________